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Educar para nutrir: uma estratégia pedagógica adotada nas escolas / Educating to nourish: A pedagogical strategy adopted in Schools

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60807-60817 aug. 2020. ISSN 2525-8761

Educar para nutrir: uma estratégia pedagógica adotada nas escolas

Educating to nourish: A pedagogical strategy adopted in Schools

DOI:10.34117/bjdv6n8-482

Recebimento dos originais: 17/07/2020 Aceitação para publicação: 24/08/2020

Catherine Teixeira de Carvalho Doutora em Biotecnologia pela UFRN

Instituição: Universidade Federal da Paraíba, Campus III, Bananeiras Endereço: R. João Pessoa, S/N, 58220-000, Bananeiras - PB, Brasil

E-mail: jossanasousa@gmail.com José Douglas Bernardino Domingos Graduando em Bacharel em Nutrição pela UFCG

Instituição: Universidade Federal de Campina Grande, Campus Cuité

Endereço: R. Profª. Maria Anita Furtado Coelho, Olho D’Água da Bica, 58175-000, Cuité - PB, Brasil

E-mail: douglas94nc@gmail.com Julia Dias Barros

Graduanda em Licenciatura em pedagogia pela UFPB

Instituição: Universidade Federal da Paraíba, Campus III, Bananeiras Endereço: R. João Pessoa, S/N, Bananeiras - PB, 58220-000, Brasil

E-mail: julia_dias_1993@yahoo.com.br Jonh Lennon de Lima Silva

Graduado em Bacharel em Agroindústria pela UFPB

Instituição: Universidade Federal da Paraíba, Campus III, Bananeiras Endereço: R. João Pessoa, S/N, Bananeiras - PB, 58220-000, Brasil

E-mail: joh-nl-enno@hotmail.com Amanda Marília da Silva Sant'Ana

Doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela UFPB Instituição: Universidade Federal da Paraíba, Campus III, Bananeiras

Endereço: R. João Pessoa, S/N, Bananeiras - PB, 58220-000, Brasil E-mail: amandasant-ana@hotmail.com

Jossana Pereira de Sousa Guedes Doutora em Ciências da Nutrição pela UFPB

Instituição: Universidade Federal da Paraíba, Campus III, Bananeiras Endereço: R. João Pessoa, S/N, Bananeiras - PB, 58220-000, Brasil

E-mail: jossanasousa@gmail.com Geíza Alvez Azerêdo

Doutora em Ciências da Nutrição pela UFPB

Instituição: Universidade Federal da Paraíba, Campus III, Bananeiras Endereço: R. João Pessoa, S/N, Bananeiras - PB, 58220-000, Brasil

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60807-60817 aug. 2020. ISSN 2525-8761 E-mail: geiza.azeredo.ufpb@gmail.com

Isabelle de Lima Brito

Doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela UFPB Instituição: Universidade Federal da Paraíba, Campus III, Bananeiras

Endereço: R. João Pessoa, S/N, 58220-000, Bananeiras - PB, Brasil E-mail: isa_limab@hotmail.com

RESUMO

Os hábitos alimentares das crianças são formados juntamente com o desenvolvimento dos demais aspectos da cultura desde o início das suas vidas, sofrendo influência dos hábitos alimentares da família, da religião a que pertence, e do contexto social em que estão inseridos. Dessa forma, a escola, enquanto espaço de socialização da criança deve ser utilizada como meio de propagação de informação e conhecimento que visem à consolidação de atitudes favoráveis à preservação da saúde. Diante do exposto a presente pesquisa teve como objetivo desenvolver estratégias pedagógicas no âmbito da educação nutricional nas escolas dos municípios de Pirpirituba–PB. A pesquisa foi executada em 3 escolas e atendeu alunos de 5 a 14 anos, além de docentes e merendeiras e foi dividido em etapas. A primeira delas constituiu-se em realização de visitas técnicas às escolas com aplicação de um questionário: Como está sua alimentação? adaptado do Ministério da Saúde (2006), para diagnóstico nutricional dos pré-escolares, escolares, docentes e merendeiras. A segunda etapa realizou-se um encontro com todos os atores envolvidos para apresentação dos resultados ressaltando a importância do papel desses agentes no desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis. E um último momento com os escolares para abordar o tema “Alimentação saudável e segura e entregar uma cartilha sobre alimentação saudável, elaborado pelos os pesquisadores. Diante doe exposto, os seguintes resultados foram encontrados: Dos 276 alunos entrevistados foi detectado que 43% ± 0,70fazem o consumo de apenas 2 porções de frutas/verduras ao dia, e a recomendação são de 5 porções ao dia. Quanto o consumo de cereais 55% ± 0,21só consomem 2 a 3 porções e o ideal para essa faixa etária são 6 porções ao dia, pois essa classe de alimentos fornece energia necessária para o desenvolvimento motor e cognitivo. Já quanto aos doces 55% ± 0,08consomem cerca de 2 porções ao dia, onde o recomendado seria 1 porção com moderação. A pesquisa ainda inclui 12 docentes e 10 merendeiras e revelou que o consumo de frutas e verduras na fase adulta é precário e o consumo de massas e doces prevalece. Diante do exposto, pode-se concluir que os hábitos Alimentares formados na infância prevalecem na fase adulta e que quanto mais cedo o processo de educação nutricional for implantado nos diversos espaços de socialização, melhor será a qualidade de vida desta população que terá menor probabilidade de adquirir doenças como diabetes, hipertensão e obesidade na fase adulta.

Palavras chaves: Educação nutricional, Escolares, Alimentação saudável. ABSTRACT

Children's eating habits are formed along with the development of other aspects of culture from the beginning of their lives, being influenced by the family's eating habits, the religion to which they belong, and the social context in which they are inserted. In this way, the school, as a space for socializing the child, should be used as a means of spreading information and knowledge aimed at consolidating attitudes favorable to the preservation of health. Given the above, this research aimed to develop pedagogical strategies in the context of nutritional education in schools in the municipalities of Pirpirituba – PB. The research was carried out in 3 schools and served students from 5 to 14 years of age, in addition to teachers and school cooks and was divided into stages. The

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60807-60817 aug. 2020. ISSN 2525-8761 first was to carry out technical visits to schools with the application of a questionnaire: How is your food? adapted from the Ministry of Health (2006), for nutritional diagnosis of preschoolers, schoolchildren, teachers and school nurses. The second stage held a meeting with all the actors involved to present the results, highlighting the importance of the role of these agents in the development of healthy eating habits. And a last moment with the students to address the theme “Healthy and safe food and deliver a booklet on healthy food, prepared by the researchers. In view of the above, the following results were found: Of the 276 students interviewed, it was found that 43% ± 0.70 consume only 2 servings of fruits / vegetables per day, and the recommendation is 5 servings per day. Regarding the consumption of cereals 55% ± 0.21 only consume 2 to 3 servings and the ideal for this age group is 6 servings per day, as this type of food provides energy necessary for motor and cognitive development. As for sweets 55% ± 0.08 consume about 2 servings a day, where the recommended would be 1 serving in moderation. The survey also includes 12 teachers and 10 school cooks and revealed that the consumption of fruits and vegetables in adulthood is precarious and the consumption of pasta and sweets prevails. In view of the above, it can be concluded that the Food habits formed in childhood prevail in adulthood and that the sooner the nutritional education process is implemented in the various socialization spaces, the better the quality of life of this population that will be less likely to acquire diseases such as diabetes, hypertension and obesity in adulthood.

Key words: Nutritional education, Schoolchildren, healthy eating.

1 INTRODUÇÃO

A temática da alimentação é uma das mais complexas e relevantes para a vida. A alimentação não está ligada apenas à sobrevivência do indivíduo e da espécie, mas também às relações sociais, à qualidade de vida, à produtividade e a quase todas as dimensões da existência humana (CAVALCANTI et al. 2012).

A educação para a saúde, é um processo que deve ocorrer de forma contextualizada e sistemática, o professor e a comunidade escolar contribuem de maneira decisiva na formação de cidadãos capazes de atuar em favor da melhoria dos níveis de saúde pessoais e da coletividade. No entanto, a escola, sozinha, não levará os alunos a adquirirem saúde (MARQUES; XAVIER, 2019). Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, (2012) a faixa etária entre os 7 a 10 anos de idade da criança está compreendida na fase escolar. Essa é uma fase que se distingui não só pela vulnerabilidade biológica, tendo em vista o desenvolvimento e crescimento da criança, mas, também pela forte evidência de que os hábitos alimentares adquiridos quando criança influencia ao longo de toda sua vida (BERNARDI, 2010).

Desta forma a proposta educacional é a inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de ensino e aprendizagem, pelo currículo escolar, abordando o tema alimentação e nutrição e o desenvolvimento de práticas saudáveis de vida, na perspectiva da segurança alimentar e nutricional (BRASIL, 2009)

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60807-60817 aug. 2020. ISSN 2525-8761 O consumo de diferentes alimentos, estabelecendo quantidades, é recomendada como princípios as necessidades energéticas e nutricionais das crianças, garantindo assim um adequado aporte nutricional. O suporte energético de nutrientes deve ser diferente em relação as refeições ofertadas ao longo do dia, obtendo, assim, uma dieta fracionada. Sabendo que não só os constituintes alimentares da dieta, como a frequência com que os alimentos são consumidos podem impactar na saúde da criança, influenciando no seu desenvolvimento à médio e longo prazo, de doenças como diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares (KERVER, 2006).

Uma alimentação desbalanceada pode ser determinante para o desenvolvimento das crianças. Sendo, o mais preocupante a obesidade infantil, que é um problema de saúde pública no Brasil e no mundo, tendo em vista que às crianças, sofrem com distúrbios psicossociais, endócrinos, cardiovasculares, gastrointestinais, renais, neurológicos, pulmonares e musculoesqueléticos (HAN, 2010).

Diante deste contexto é evidente os avanços na área de nutrição, em virtude da má alimentação infantil e de adultos em geral. Os profissionais dessa área têm ganhado destaque na sua atuação, uma vez que da demanda vem aumentado pela má alimentação adquirida quando criança e levada ao longo da vida.

Portanto, a escola influência de forma direta na formação dos hábitos alimentares das crianças. Segundo Ferro et al (2019) nos dias atuais a classe escolar vem apresentando um grande aumento na obesidade e sobrepeso, e o estímulo a uma alimentação adequada e saudável auxilia no equilíbrio e atenuação dessas morbidades. Diante disso, Gomes (2016) reafirma, que a escola é um local de suma importância para interferências que visem a promoção da cognição, conhecimentos que contribuam para a construção humana. Nesse contexto, as atividades e estratégias pedagógicas educativas nutricionais contribuem de forma direta para melhor formação de hábitos alimentares das crianças nas escolas.

Desta forma, a presente pesquisa se justifica na perspectiva de contribuir para melhoria dos hábitos alimentares na fase escolar por meio do processo de educação nutricional, procurando adotar estratégias para todos os atores envolvidos no processo oportunizando o conhecimento para que se possa realizar escolhas saudáveis de alimentos dentro do ambiente escolar.

2.OBJETIVO GERAL

Adotar estratégias pedagógicas no âmbito da educação nutricional, com todos os atores envolvidos no processo (estudantes, docentes e merendeiras) das escolas públicas do município de Pirpirituba –PB.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60807-60817 aug. 2020. ISSN 2525-8761 2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Conscientizar a respeito da importância da educação nutricional nas escolas;

• Realizar técnicas pedagógicas de incentivo ao consumo de alimentos saudáveis para estudantes, docentes e merendeiras;

• Propor critérios nutricionais para escolha e preparo dos alimentos dentro da escola; 3 MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa de caráter exploratório e descritiva foi desenvolvida em três escolas públicas do município de Pirpirituba-PB, atendendo alunos de 05 a 14 anos das turmas do jardim II ao 5° (quinto) ano do ensino fundamental, professores das turmas selecionadas e merendeiras durante agosto a dezembro de 2016. Na ocasião, foram contemplados na pesquisa 276 alunos, 12 professores e 10 merendeiras, totalizando uma amostra de 298 indivíduos.

O critério de escolha foi realizado de forma aleatória e os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Para garantia do anonimato das pessoas que participaram da pesquisa, os resultados foram definidos em percentuais

As atividades foram realizadas conforme a disponibilidade da escola. Na primeira etapa de coleta de dados foram realizadas visitas técnicas e aplicação de um questionário intitulado: Como está sua alimentação? Para escolares, professores e merendeiras, abordando temas relacionados à quantidade e qualidade nutricional dos alimentos, alimentos industrializados e naturais mais consumidos, tendo como princípio norteador o guia da pirâmide alimentar. Os dados foram coletados no início da visita e no final da visita com os mesmos participantes para compor repostas em duplicata e avaliar o grau de veracidade das respostas.

A segunda etapa constituiu-se na realização de um encontro com os estudantes, docentes, merendeiras e diretores para apresentação da pesquisa intitulada: “Educar para Nutrir”, e a apresentação dos resultados do questionário, ressaltando a importância do papel da escola no desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis nos alunos.

A terceira etapa da pesquisa contemplou a elaboração de uma cartilha alimentação saudável sobre alimentação saudável nos ciclos de vida (infância, adolescência) com base nos guias alimentares vigentes: O guia alimentar da população brasileira (2014) e guia pirâmide alimentar. Elaborou-se um roteiro de conteúdo a ser abordado, em uma sequência lógica, com sugestões de ilustrações que melhor representassem o conteúdo e se tornasse mais lúdico e didático para os estudantes. Os pesquisadores fizeram as ilustrações, formatação e diagramação. Submeteram-se o conteúdo preliminar e as ilustrações desenvolvidas ao processo de edição e diagramação,

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60807-60817 aug. 2020. ISSN 2525-8761 considerando os pressupostos para a construção e eficácia de materiais educativos, os quais estão relacionados com o conteúdo, linguagem, ilustração, layout e design.

4 RESULTADOS/DISCUSSÕES DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

A pesquisa revelou que dos 276 alunos entrevistados foi detectado que conforme mostra a Tabela 1 que 43% ± 0,70 dos entrevistados fazem o consumo de apenas 2 porções de frutas ao dia, bem menor do que a recomendação diária para faixa etária que seria de 5 porções ao dia. Os dados convergem com o estudo realizado por Da Cruz Ataides et al (2020) onde relatou que apesar das frutas e as verduras serem considerados alimentos essenciais para a manutenção da saúde, especialmente das crianças em desenvolvimento (Ministério da Saúde, 2016), constatou-se baixo consumos de verduras pelas crianças da escola. Quanto o consumo de cereais 55% ± 0,21 dos alunos só consome 2 a 3 porções e o ideal para essa faixa escolar seria de 6 a 9 porções ao dia, pois essa classe de alimentos fornece energia necessária para o desenvolvimento motor e cognitivo. Em elação ao grupo de doces detectou-se que 55% ± 0,08 dos entrevistados consomem cerca de 2 porções ao dia, quando comparado ao recomendado o ideal seria o consumo de 1 porção desta classe de alimentos e com moderação. Ainda em sua pesquisa, Da Cruz Ataides et al (2020) verificou que em relação ao lanche das crianças, 80% tinham o hábito de levar doces para escola. Já Menêses et al. (2017) demostraram em seu estudo que um número significativo das crianças prefere alimentos doces. Ainda de acordo com Kac, Sichieri e Gigante (2007), observaram em seu estudo que a ingestão constante de alimentos ricos em gorduras e açucares pode está relacionado com a predominância de sobrepeso, obesidade e outras Doenças Crônicas não Transmissíveis. Fator preponderante para o cuidado com a alimentação nessa fase da vida.

Tabela 01: Consumo alimentar diário dos escolares x recomendação conforme orientação pirâmide alimentar

Itens avaliados % Encontrados Recomendados pirâmide

alimentar ( porção) Frutas 43 ± 0,70g ( 2 porções) 5 porções ao dia Legumes e verduras 55% ± 0,21d ( 1 porção) 5 porções ao dia Água 48 ± 0,70f ( 5 copos) 8 copos ao dia Leite e derivados 94 ± 0,70a (2 porções) Dentro do recomendado 2 porções Carne 62% ± 0,42c ( 2 a 3 porções) Dentro do recomendado 2 porções Feijão 48 ± 0.56f ( 1 porção) Dentro do recomendado ( 1 porção)

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60807-60817 aug. 2020. ISSN 2525-8761 Massas e Cereais 55% ± 0,07e ( 2 a 3 porções) 6 a 9 porções Doces 55% ± 0,08e ( 2 porções) 1 porção Bebidas no almoço 66%± 0,70b (Ingestão de suco)

Não ingerir bebidas durante as refeições

Fonte: pesquisa direta, 2016. Valores médios ± desvio padrão. Letras diferentes na mesma linha indicam diferença estatística (p <0,05) de acordo com o teste de Tukey.

Dos estudantes entrevistados, quanto ao consumo dos grupos de alimentos diários necessários para o desenvolvimento motor e cognitivo desses escolares, pode-se constatar que somente em relação aos grupos de leite e derivados, carne e feijão as porções encontravam-se dentro do recomendado pelo o guia alimentar da população brasileira e os grupos recomendados pela pirâmide alimentar. Os grupos de alimentos ricos em nutrientes como vitaminas e minerais são menos consumidos pelos estudantes que não o hábito de ingerir com frequência frutas e verduras. Esse déficit apresentado pode está relacionado com os hábitos alimentares formado pela contribuição dos pais no núcleo familiar, costumes ou até mesmo ligado a questões culturais.

Quanto ao consumo de massas e cereais, exposto na tabela 1, pode-se observar que a maioria dos alunos entrevistados consomem menos do que o indicado. O que pode gerar uma baixa ingestão de alguns nutrientes essenciais, sobretudo, alimentos que fornecem energia, sendo muito importantes nessa fase de vida, principalmente devido as brincadeiras que geralmente acontecem no ciclo escolar.

O consumo de doces não foi evidenciado exageros consideráveis, no entanto, deve-se orientar e acompanhar esse consumo com cuidado para que não seja demasiado, e sim diminuído com o tempo sob supervisão dos responsáveis e quando possíveis profissionais da nutrição. Dessa forma, evitando assim futuras complicações, dentre elas, doenças crônicas.

O consumo de sucos durante as refeições mostrou-se em uma quantidade considerável. Qualquer tipo de líquido durante as refeições pode dificultar a absorção de nutrientes, além de poder gerar um desconforto gástrico. Evidencia-se que os hábitos alimentares podem variar dependendo do que a escola possa disponibilizar como oferta de merenda diária para a criança. A escola deve oferecer alimentos, que possibilite aos alunos de ensino fundamental e médio conhecer as noções básicas sobre o assunto, tornando-se uma atitude positiva na efetivação de hábitos alimentares saudáveis. Sendo que, segundo Mezomo (2002), afirma que a introdução de hábitos alimentares corretos, através da criança na idade escolar, é o melhor método de se atingir esse objetivo, pois, dessa maneira está se preparando uma geração com os conhecimentos básicos sobre nutrição e são

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60807-60817 aug. 2020. ISSN 2525-8761 influenciados pelos hábitos do grupo que estão inseridos. Os professores também precisam ser instruídos para que transmitam corretamente os conhecimentos às crianças (MEZOMO, 2002, p. 16).

A pesquisa ainda incluiu 12 docentes e 10 merendeiras e revelou que o consumo de frutas e verduras na fase adulta também é precário e o consumo de massas e doces prevalece. Este é um hábito que vem sendo evidenciado desde a infância e tem causado sérios problemas de saúde na fase adulta pelo o aumento de consumo de alimentos altamente calórico, levando o aparecimento de doenças crônicas degenerativas como: Diabetes, hipertensão, doenças cardíacas e obesidade.

Figura 1: Percentual de consumo alimentar de docentes e merendeiras das escolas municipais de Pirpiritubna- PB

Dos 22 adultos entrevistados 48% ± 0,14 consome 2 porções de frutas ao dia, 55% ± 0,15 faz o consumo de 1 porção de verdura, 68% ± 0,49 consome somente 2 copos de água, 94%± 0,45 faz o consumo de apenas 1 a 2 copos de leite por dia, 66% ± 0,14 consome 1 porção de carne, 48%± 0,15 consome 1 porção de feijão, 55%± 0,07 consome 12 porções de massas e cereais e 66% ± 0,14 faz uso de bebidas durante a refeição alternando entre suco e refrigerante.

A cartilha educativa, denominada ” Educar para nutrir: Alimentação saudável para pré-escolares e escolares”, compôs-se, em sua versão final, por capa e 12 páginas. A produção da cartilha teve como critério fundamental a ingestão alimentar e a saúde humana. A abordagem foi pautada nos

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60807-60817 aug. 2020. ISSN 2525-8761 seguintes conceitos básicos: definição de nutrientes, classificação de nutrientes, pirâmide alimentar, grupos de alimentos e o conceito de alimentação equilibrada.

A proposta didática e lúdica foi construída em formato de uma revista em quadrinhos com imagens autoexplicativas, atividades de pintura e jogos referentes aos alimentos e compartilhada como toda a comunidade escolar.

5 CONCLUSÕES

Diante do exposto, pode-se concluir que os hábitos alimentares formados na infância prevalecem na fase adulta e que quanto mais cedo o processo de educação nutricional for implantado nos diversos espaços de socialização, melhor será a qualidade de vida desta população que terá menor probabilidade de adquirir doenças como diabetes, hipertensão e obesidade na fase adulta.

A produção da cartilha foi aprovada por toda a comunidade escolar atendendo os objetivos coerentes de educação em saúde, sendo possível observar que se trata de uma tecnologia educativa que promove a reflexão dos estudantes quanto ao autocuidado em relação as escolhas alimentares saudáveis; ainda foi perceptível que a estratégia educativa utilizada como ferramenta de educação nutricional nas aulas das disciplinas de ciências, biologia e matemática, contribuiu para mudança de comportamento e de atitude da comunidade escolar.

Essa experiência despertou o gosto pela atividade docente por parte dos pesquisadores e apontou a necessidade constante e emergente deste do trabalho na área de educação nutricional com escolas públicas evidenciando-se uma carência de projetos dessa natureza, que buscam a conscientizar os alunos e colaboradores com hábitos alimentares saudáveis.

As escolas trabalhadas têm grande potencial para o desenvolvimento da educação nutricional, assegurando assim a formação de cidadãos mais conscientes que uma alimentação saudável e de grande importância para a sua vida. Espera-se que as atividades desenvolvidas tenham contribuído de forma significativa na vida dos alunos e professores envolvidos no projeto que possam levar o que aprenderão para a sua vida e de seus familiares.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60807-60817 aug. 2020. ISSN 2525-8761 REFERÊNCIAS

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Tabela 01: Consumo alimentar diário dos escolares x recomendação conforme orientação pirâmide alimentar
Figura 1: Percentual de consumo alimentar de docentes e merendeiras das escolas municipais de Pirpiritubna- PB

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