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Violência em Contos Infantis e na Vida Real

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Academic year: 2020

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VIOLÊNCIA EM CONTOS

INFANTIS E NA VIDA

REAL*

MARGARETH REGINA G. V. DE FARIA**

ALINE ARAÚJO SILVA***

DANIELA S. ZANINI****

ESTATÍSTICAS SOBRE VIOLÊNCIA

O

bservar as repetições dos atos violentos e a banalização da violência leva a pensar em compreender quais os fatores têm favorecido esse processo e como as crianças o percebem. É relevante pensar e conscientizar sobre a oferta que as crianças têm recebido para a elaboração do conceito sobre a violência. Violência essa, que a cada dia tem tomado uma proporção maior em todo o país. Para tanto, podem existir diversos fatores que as influenciam, e o método vicário pode ser um deles, pois o homem reproduz aquilo que é representado, reproduz daquilo que entende como verdadeiro e comum. Então, há uma motivação no pesquisador, em entender o que as crianças têm pensado sobre a violência.

Atualmente, é percebido um aumento significativo no índice da violência em suas diversas interfaces, em todo o mundo. Todos os dias são publicados na mídia, inúmeros acon-tecimentos sobre o tema. Em fevereiro de 2011, foi publicado no Jornal Nacional, que nos

Resumo: o presente trabalho investigou a percepção da violência em crianças que vivem em

ambientes hostis na região noroeste de Goiânia, utilizando de um conto infantil. Para tanto, participaram desta pesquisa 37 crianças. A pesquisadora utilizou métodos lúdicos para coleta dos dados, utilizando livros, papéis, lápis de cor, fantoches e carinhas de sentimentos.

Palavras-chave: Violência. Crianças. Conto infantil

* Recebido em: 10.07.2013. Aprovado em: 21.08.2013.

** Mestrado em Psicologia pela PUC Goiás. E-mail: margarethverissimo@gmail.com *** Graduação em Psicologia pela Faculdade ALFA.

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últimos quatro anos, o número de homicídios cresceu 50% na Bahia. A taxa de assassinatos em Salvador é cinco vezes maior da que a ONU estabelece como suportável para grandes cidades, 12 por 100 mil. Os números no estado também são altos: 36 por 100 mil habitan-tes. A polícia da Bahia registrou 25 assassinatos, no final de semana do dia 05/02/2011, em Salvador. E na cidade de Crisópolis, a 200 quilômetros da capital baiana, outras sete pessoas foram mortas no mesmo período.

De forma semelhante em Goiás, o número de homicídio cresceu 80% em 2011, se-gundo matéria publicada no jornal O Popular de Goiânia, do dia 27/09/2011. De 01/01/2012 até 18/03/12, foram registrados em Goiás, 401 homicídios. Foram 43 casos a mais, compa-rando com o mesmo período do ano passado. O caso se torna mais alarmante, pois a maioria dos casos foram crimes passionais. No final de semana, de sexta-feira 16/03/12 á domingo 18/03/12, foram registrados na grande Goiânia, 11 homicídios e 21 em todo o estado, segun-do matéria exibida segun-do Jornal Anhanguera 1ª edição, no dia 19 de março de 2012.

Segundo o Painel de Indicadores do SUS (BRASIL, 2008a):

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que “em todo o mundo, a violência vem se afir-mando como um dos mais graves problemas sociais e de Saúde Pública”. O fenômeno possui causas múltiplas, complexas e correlacionadas com determinantes sociais e econômicos: desemprego, baixa escolaridade, concentração de renda, exclusão social, entre outros, além de aspectos relacionados aos comportamentos e cultura, como o machismo, o racismo e a homofobia.

No Brasil, as agressões constituíram a primeira causa de óbito na faixa etária de 0 a 19 anos de idade (39,7%), com proporção expressiva na faixa etária de 15 a 19 anos (55,1%), em 2005 (BACCARAT, 2009, p. 03).

As estatísticas vêm para quantificar e ratificar esse crescimento, e a partir delas ter uma percepção mais clara de tal avanço. E, para tanto, as Representações Sociais auxiliam nessa compreensão, pois ela dá subsídios sobre como ocorre à aprendizagem, a influência do contexto social, a elaboração dos elementos cognitivos e a orientação dos comportamentos.

Segundo Bronfenbrenner (1979/1996, 1989, 1995, 1999; BRONFENBRENNER; EVANS, 2000; BRONFENBRENNER; MORRIS, 1998, citado por SARAIVA, 2005) o de-senvolvimento humano ocorre dentro de um contexto, e dessa forma, o indivíduo repete o comportamento de acordo com os reforços do ambiente em que está inserido. Repete qual como aprende. Compreender como se dão os processos de conhecimento do indivíduo, pode ser uma ferramenta importante para promover possíveis readaptações, novos aprendizados sobre os conceitos anteriormente adquiridos. E este entendimento possibilita uma interven-ção nos comportamentos, ambientes e estímulos recebidos. Portanto, é relevante gerar uma reflexão e alertar os pais e ou responsáveis sobre o meio em que seus filhos estão inseridos.

Assis, Avanci, Santos, Malaquias e Oliveira (2004) realizou pesquisa em estudan-tes das escolas públicas e particulares do Município de São Gonçalo (RJ), Brasil, em 2002 e constatou-se que 14,6% dos estudantes sofriam violência física severa de pai ou mãe; 11,8% testemunharam ou vivenciaram violência sexual na família; 48,0% relataram sofrer violência psicológica de pessoas significativas. Os adolescentes que sofrem essas formas de violência são mais frequentemente vítimas de violência na comunidade e na escola, relatando-se também mais transgressores da lei.

Uma teoria importante para a compreensão das consequências da violência na vida das pessoas é a Teoria Cognitiva de Bandura (1986/1989), que relaciona a autoimagem,

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au-toconceito, autoestima e autoeficácia, á estratégias de enfrentamento á possibilidades de viti-mização e polivitiviti-mização, como veremos mais detalhadamente a seguir.

CRENÇAS PESSOAIS

Neste estudo foram considerados três grandes fatores regulatórios do comporta-mento humano, a autoeficácia, o autoconceito e a autoestima. Através destes processos cog-nitivos os indivíduos desenvolvem conceitos pessoais sobre si, reais ou não, que passam a influenciar o seu comportamento. Não se limita apenas as autocrenças como regulatórios da ação humana, vale ressaltar a existência da tríade, relação existente entre a subjetividade, o meio e a mente. Um acontecimento comum á pessoas diferentes, pode ter significado di-vergentes influenciados pelos processos internos. Segundo Bandura (1986) “o pensamento humano e a ação humana são considerados produtos de uma inter-relação dinâmica entre influências pessoais, comportamentais e ambientais” (p. 98).

Então, a partir dessa teoria, conclui que o comportamento, os fatores ambientais, cognitivos, são interdependentes. As experiências adquiridas oferecem subsídios que podem reforçar ou não comportamentos subsequentes. A capacidade humana de simbolizar, apren-der de forma vicária e de autorreflexão, por sua vez, proporciona a capacidade de orientar comportamentos futuros.

Bandura (1986/1989) afirma que a situação econômica, condições educacionais, estrutura familiar e o ambiente, passam a ser determinantes sobre o comportamento huma-no, a partir do momento que estes passam a influenciar a autopercepção, a emoção e demais fatores autoregulatórios. Caso os fatores cognitivos não deem foco a estes, passarão por des-percebidos, sem significação.

A crença de autoeficácia é um processo cognitivo que influencia a percepção do homem sobre a sua capacidade em realizar. Ela exerce papel fundamental sobre o desempe-nho e realizações pessoais, pois é o fato de acreditar ou desacreditar na sua competência que motivará o indivíduo a perseverar diante das dificuldades.

Bandura (1977, citado por BANDURA, 2008) possui um argumento básico sobre o funcionamento humano, que é o “nível de motivação” onde a ação e o estado emocional são baseados na capacidade que elas acreditam ter e não na capacidade que elas de fato possuem. Desse modo o “sucesso” não está garantido mesmo que o indivíduo possua boas habilidades e conhecimento para tal. Por este viés é possível compreender porque alguns acontecimentos não se encaixam com as reais capacidades do indivíduo. As crenças de autoeficácia são criadas pela experiência de domínio, que são as interpretações das experiências anteriores, é uma ava-liação dos resultados dos seus atos. Além da experiência de domínio, há as persuasões sociais, julgamentos verbais que outras pessoas fazem.

Bandura (1986/1989) apresenta sua teoria referindo que as autocrenças são incre-mentadas, pelas avaliações que as pessoas fazem do indivíduo, reforços de pessoas do convívio que são significativas, pelos autoconceitos, pela experiência e interpretações do ambiente que está inserido.

A concepção que o indivíduo tem de si contribui fortemente para que tenha uma relação social saudável, pois se há uma forte crença de eficácia, o indivíduo se torna mais resiliente às adversidades que possa encontrar. Assim sendo, esses fatores podem afetar o de-senvolvimento do indivíduo, e mais ainda, pode até mesmo determinar o seu destino.

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Bee (1977) afirma que crianças com alta autoestima, normalmente estão inseridas em ambientes familiares saídos, envolvidos de amor e afeto, que contribuem para o bom desenvolvimento emocional delas. São instruídas pelos pais a se posicionarem e estes por sua vez, demonstram maior aceitação em relação aos filhos.

Essa alta se dá em virtude de um apreço e avaliações positivas que se tem subjetiva-mente. O contrário, havendo baixa autoestima, é notório quando o indivíduo não tem boas opiniões a seu respeito, não se acha merecedor de cuidado, respeito e amor, se tornando assim mais vulnerável à violência, vitimização e polivitimização.

Dessa forma, compreender esse processo se torna importante, uma vez que a vio-lência está presente em várias situações do cotidiano, às vezes banalizadas ou até mesmo não percebidas como situações violentas. Por isso é relevante discutir os conceitos e tipos de vio-lência definidos na literatura.

VIOLÊNCIA E VITIMIZAÇÃO

A violência não é percebida apenas em forma de agressão física, acontecem diversas outras formas de violência que por sua vez chegam a não serem reconhecidas como tal. São consideradas como os principais tipos, a violência sexual, psicológica, a negligência, a agressão física e a verbal.

Segundo Painel de Indicadores do SUS (BRASIL, 2008a):

A violência para com a criança e o adolescente consiste de questões que englobam aspectos de hu-milhação, declaração de falta de interesse, culpa, crítica, falta de elogio, desencorajamento, agressão verbal, insulto por meio de brincadeiras hostis, indução à descrença em si mesmo, desmerecimento, recusa de afeto e responsabilização excessiva.

Christiane Baccarat (2009) O Ministério da Saúde aponta que as agressões consti-tuem a primeira causa de morte de jovens entre 5 e 19 anos de idade, sendo que a maior parte dessas agressões provém do ambiente doméstico.

Em pesquisa realizada (GUIMARÃES; CAMPOS, 2007) com adolescentes estu-dantes de escolas públicas de Goiânia, consideradas como as mais violentas da cidade, foi reforçada a hipótese de que há uma banalização da violência, pois é considerada pelos indiví-duos como algo comum e normal, vez que vivem em ambientes hostis. Foi constatado que há momentos em que elas até mesmo esperam que aconteça a violência em determinados contextos, pois as considerada como parte da norma social. Assim sendo, essa percepção é nociva, pois há diversos prejuízos no desenvolvimento, na qualidade de vida e nas relações sociais destes.

Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2008b) a violência pode gerar pro-blemas sociais, emocionais, psicológicos e cognitivos durante toda a vida, podendo apre-sentar também comportamentos prejudiciais à saúde. Em geral, se manifesta por meio do abuso de substâncias psicoativas, do álcool e outras drogas e da iniciação precoce à atividade sexual, tornando-os mais vulneráveis à gravidez precoce, à exploração sexual e à prostituição. Os problemas de saúde mental e social relacionados com a violência em crian-ças e adolescentes podem gerar consequências como ansiedade, transtornos depressivos, aluci-nações, baixo desempenho na escola e tarefas de casa, alterações de memória, comportamento agressivo, violento e até tentativas de suicídio. A exposição precoce da violência em crianças

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e adolescentes pode estar relacionada com o comprometimento do desenvolvimento físico e mental, além de enfermidades em etapas posteriores da vida, como as doenças sexualmente transmissíveis, a AIDS, o aborto espontâneo e outros.

Quando a pessoa é agredida, internaliza o medo segundo um processo educativo repressor, inibe todo tipo de iniciativa, mesmo a de denunciar o autor da agressão e buscar alternativas de mudança para sua vida, aprisionada que está em seu medo (BRASIL, 2008b).

Segundo Assis, Avanci, Santos, Malaquias e Oliveira (2004), os resultados em estu-do realizaestu-do indicaram que estu-dos aestu-dolescentes vítimas de violência física, sexual e psicológica, em São Gonçalo (RJ), Brasil, 2002 apenas 2,2% dos participantes da pesquisa, têm impres-sões de valorização pessoal.

Esses resultados parecem demonstrar que os adolescentes, vítimas de violência, podem tornar-se mais permissivos a ela vez que passam a não acreditar que são capazes, que não são dignos de respeito, amor e cuidado, por consequência de estarem com sua valorização pessoal afetada. Além desse prejuízo, há uma grande probabilidade de essas crianças e adolescentes reproduzirem tais atos com seus futuros filhos, pois essas ações fizeram parte do seu contexto social.

Segundo os estudos de Finkelhor, Ormrod, Turner e Hamby (2005) e Finkelhor, Ormrod e Turner (2007) os efeitos cumulativos das vitimizações podem desenvolver psicopa-tologias na vida adulta. Inclusive os estudos de Finkelhor e cols. (2011) mostrou alta correla-ção entre vitimizacorrela-ção e estresse pós-traumático em um grupo de crianças nos Estados Unidos. Segundo Lisboa, Lima e Eeber (2009), a relação de vitimização delega para a vítima o estatuto de rejeitado ou rechaçado, resultando na exclusão social. Vítimas passivas podem ter dificuldades para imporem-se e se defenderem nas interações grupais por serem mais an-siosas, inseguras e inibidas.

UNICEF (2008, citado por BACCARAT, 2009, p. 03) afirma que mundialmente, quase 3.500 crianças e adolescentes morrem anualmente por maus-tratos (físico ou negligên-cia). Para cada morte por maus-tratos em menores de 15 anos, estimam-se 150 casos de abuso físico. No mundo todo, calcula-se um coeficiente de mortalidade por maus-tratos de 2,2 por 100.000 crianças do sexo feminino e de 1,8 por 100.000 crianças do sexo masculino, sendo os maus-tratos perpetrados pelo pai biológico (em 41,3% dos casos), pela mãe biológica (38,9%), pelo padrasto (11,1%), pela madrasta (3,4%), por outros parentes (4,9%) e por famílias e pa-rentes adotivos (0,4%). Estima-se que, em nosso país, 18 mil crianças e adolescentes sejam espancados diariamente e que para cada 20 casos de violência contra a criança e/ou adolescente, apenas um caso seja denunciado. No Rio de Janeiro, estudo com crianças e adolescentes víti-mas de maus-tratos, atendidos em um hospital público, observou 57 vítivíti-mas, sendo a maioria por negligência/abandono (43,4%) e maior frequência entre os menores de três anos de idade (63,2%), sendo as meninas as mais atingidas (56,2%), com óbito em 10,5% do grupo.

Ministério da Justiça (2008, citado por BACCARAT, 2009, p. 03). No Paraná, a Sistema de Informação para a Infância e a Adolescência (SIPIA) do Ministério da Justiça registrou, em 2005, 22.698 casos de violação dos direitos da criança e do adolescente, o que corresponde a 1/3 dos registrados no Brasil (67.519 casos). Dos 22.698 (todos atendidos pelos Conselhos Tutelares do Paraná), 54,4% foram contra meninos. Corresponderam à vio-lência física 4,0%, à psicológica 3,4% e à sexual 1,9%

Os estudos realizados na área mostram que o autor do abuso é sempre alguém res-ponsável pela criança, normalmente aquele que passa maior parte do tempo com a mesma. Em 90% dos casos, o agressor apresenta inadaptação social e grande parte desses agressores

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sofreu maus-tratos e negligência quando pequenos. Um número significativo de mães agres-soras não são casadas, ou são ainda adolescentes, e várias tem atitudes de rejeição com seus filhos. A (o) esposa (o) do autor é complacente e passivo com o abuso. Na grande maioria dos casos, os agressores são pai e mãe, padrasto/madrasta, parentes e vizinhos conhecidos e as próprias instituições (hospitais, unidades básicas de saúde, creches, escolas, comunidade) (UNICEF, 2008, citado por BACCARAT, 2009, p. 05).

A Associação Brasileira de Proteção à Infância e Adolescência (ABRAPIA), no Rio de Janeiro, realizou 3.981 atendimentos a crianças vitimizadas no lar, no período de dois anos. No Ambulatório de Maus-Tratos do município de Caxias do Sul, durante um ano houve 100 casos de violência contra crianças e adolescentes. Destes, 59,0% foi por abuso sexual, além de casos por agressão física, emocional e negligência, com dois ou mais tipos de abuso em cada caso. O estudo revelou, ainda, o predomínio do sexo feminino (77,0%) entre as vítimas e maior frequência nas idades de 6 a 9 anos (35,0%). O pai foi o principal agressor (33,0%), seguido pelo padrasto e pela mãe. Entre os agressores, 71,0% tinham renda familiar per capta inferior a um salário mínimo e 70,0% não chegou a completar o primeiro grau (BACCARAT, 2009).

Então, a partir do que foi discutido até aqui, este trabalho tem objetivo geral in-vestigar a opinião de crianças sobre a violência. E como objetivos específicos: Inin-vestigar a conceituação da violência entre crianças que vivem meio a ambientes hostis; Identificar as crenças relacionadas à violência; Verificar se há uma banalização da violência; Gerar uma reflexão sobre as possíveis resultantes dessas representações sociais; Discutir sobre os tipos de violências; Orientar sobre os fatores de risco e proteção contra violência.

MÉTODO Participantes

Crianças com faixa etária de 07 anos, residentes em um setor da região noroeste de Goiânia e que fazem parte de um grupo de trabalho coordenado por religiosos que tem como objetivo reforço escolar, atividades de lazer e educativas.

Foram realizados neste estudo, grupos focais com as crianças, pois segundo Chiesa e Ciampone (1999, citado por ASCHIDAMINI; SAUPE, 2004) é recomendado para pesquisa de campo, já que em pouco tempo e baixo custo permite uma diversificação e um aprofunda-mento dos conteúdos relacionados ao tema de interesse.

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990) são consideradas crianças, toda pessoa desde zero ano até 11 anos, 11 meses e 29 dias, isto é, 12 anos incompletos. Já o adolescente é toda pessoa de 12 anos completos até 17 anos, 11 meses e 29 dias isto é, até os 18 anos incompletos. Assim sendo, os participantes do grupo de pesquisa obtiveram essa classi-ficação, consideradas ainda crianças. E para a realização da pesquisa, foram entregues termos de consentimento para os pais, onde os mesmos autorizaram a participação dos filhos na pesquisa. Instrumento

Manuais de técnicas de trabalho com grupos, livro de estória do Chapeuzinho Ver-melho, ficha de registro, lápis de cor, livro, papel, fantoches (Figura 1) e carinha de sentimen-tos para avaliação (Figura 2).

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Procedimento

Foi feito um primeiro contato com a coordenadora, que foi muito receptiva, afir-mando que toda ajuda seria bem vinda. Depois foi feita uma visita ao grupo em um domingo e foi conversado com um dos membros do grupo que desenvolvia as atividades neste dia. Logo foi apresentado ao grupo os objetivos do trabalho e o cronograma de atividades para o primeiro semestre de 2012 e este foi aprovado e aceito.

As atividades aconteceram em 04 (quatro) encontros, se dividindo em:

1º encontro - Representação da Violência: apresentação da historinha do Chapeu-zinho Vermelho, através de fantoches; Discussão sobre a violência cometida presente e o possível sofrimento da Chapeuzinho e etc.;

2º encontro - Tipos de Violência: explicação sobre os diversos tipos de violência existentes fazendo um link com os acontecimentos da estória contada na aula anterior; Ações que também são consideradas como violência, além da agressão física; Entrega de papel e lápis de cor para expressarem o que consideram como violência;

3º encontro – Fatores de Risco e Proteção: situações que representam risco para a vida; Locais que oferecem maior probabilidade de acontecimentos violentos; Formas de se protegerem contra ela; Entrega de folhas para registros durante a semana;

4º encontro – Encerramento: entrega de carinhas de sentimento para avaliação das atividades; Dinâmica do espelho na caixinha de presente.

A devolutiva da pesquisa acontecerá no mês de julho após apresentação deste. O foco será verificar se houve sucesso sobre o que aprenderam e ouvi-los sobre as situações vivencia-das, após este período.

Figura 1: Fantoches para contação de estória

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RESULTADOS

A primeira ação foi a arrecadação de livros didáticos e literários para doação à pe-quena biblioteca montada para as crianças e pais. A ação durou doze dias corridos, e finalizou com um montante de 30 (trinta) livros. Mesmo após o término da campanha, ainda foram doadas mais duas caixas de livros para as crianças.

O primeiro encontro com o grupo de crianças teve duração de duas horas, mas as atividades não se prolongavam por mais tempo, pela dificuldade em conter as crianças e fazê-las permanecer no grupo. Estavam presentes na data, vinte e duas crianças e a atividade aconteceu na calçada ao lado da sala que o grupo utiliza para realizar as atividades, isso se deu por ser um dia de muito calor e a sala não possuir ventilação.

O encontro foi iniciado com a estória do Chapeuzinho Vermelho e utilizado fanto-ches de todos os personagens existentes na história para encenação. Após conclusão da estória houve uma discussão sobre o que sentiram e acharam, sobre as cenas de violência presentes e sobre os possíveis sentimentos da personagem principal.

Das 22 crianças presentes, permaneceram apenas três para a discussão, os demais foram se dispersando e saindo. Tal fato pode ter ocorrido pela falta de estrutura física do lo-cal, todos os estímulos da rua serviram como distrações. O calor e o desconforto de estarem sentados no chão também influenciaram, além de não estarem preparados para falar sobre violência.

Os três presentes, concluíram que aconteceram cenas de violência e houve consenso em dizerem que se deu quando o lobo engoliu a vovozinha e quando o caçador matou o lobo. Não conseguiram identificar outros momentos de violência, como a negligência cometida pela mãe ao mandar a menina ir sozinha por uma estrada deserta onde há riscos de ser atacada por lobo; a mentira criada pelo lobo para convencer a menina a passar pelo caminho errado e a violência psicológica sofrida pela Chapeuzinho.

Para ilustrar melhor a estória o pesquisador levou um livro que conta a estória do Chapeuzinho, para folhearem e verem outras ilustrações. No final deste havia adesivos refe-rentes aos personagens, locais e objetos presentes na estória. Estes adesivos foram distribuídos às crianças e 99,9% delas queriam os adesivos do lobo-mau. Assim sendo, este dado parece demonstrar que houve uma identificação com o personagem, vez que o herói da estória não era o lobo e sim o caçador que salva a menina e sua avó.

Os comentários emitidos pelas crianças durante o período que o pesquisador esteve presente foram:

“A estória é grande, vai demorar? São quantas folhas? É esse livro todo?” “São só três folhas, é rápido”

“O que essa tia vai dar no final?” “Essa tia de novo”

“Termina logo, tia” “Essa estória não dá medo”

A atividade realizada anteriormente pelo grupo religioso foi a explanação de um texto sobre Artes Marciais Mistas (MMA), sobre a violência que acontece no esporte. E o pesquisador esteve presente observando o que se passava, e as crianças citaram os eventos vio-lentos que já presenciaram ou têm conhecimento. Apenas quatro dos presentes indicaram que não tinham droga e álcool na família após pergunta feita pela orientadora do grupo religioso.

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Segue abaixo os relatos:

“Um dia três homens entraram no bar do meu avô e mataram ele. Estavam procurando um homem lá e pensaram que o meu avó estava escondendo ele, e mataram ele”

“Meu tio foi matado pela polícia porque ele usava drogas”

“Meu tio tava bêbado e quis matar o homem que bateu no carro dele” “Meu tio vendeu as coisas de casa para comprar droga”

“Minha amiga da escola tem 11 anos e fuma” “Minha amiga de 10 anos bebe cerveja”

“Fui num jogo com meu pai e ele apanhou porque estava com camisa do Goiás” “O amigo da escola do meu primo ofereceu droga para ele e ele começou usar e morreu”

No segundo encontro a atividade aconteceu dentro da sala, utilizada normalmente por eles. Anteriormente, assistiram o Filme do Pinóquio e discutiram sobre o que entenderam do filme. Todavia, os comentários que fizeram após a discussão foram:

“Mentira, o nariz não cresce se a gente mentir” “Esse filme é muito ruim, podia passar outros” “É só no filme que o nariz cresce se mentir”

Percebe-se uma descrença quanto ao lúdico e o mundo imaginário e o mesmo com-portamento se manifestou depois que ouviram a estória do Chapeuzinho. E essas reações podem ser justificadas vez que lhes faltam muito, falta até mesmo o suprimento das necessi-dades básicas, como por exemplo, alimentação adequada. Têm também referências familiares precárias. Outra influência para a dispersão das crianças foi o fato de o lanche oferecido semanalmente pelo grupo, ser servido logo depois do primeiro encontro e, no momento da discussão sobre a violência, muitas crianças já se dispersaram, pois o lanche é um dos maiores reforçadores da presença das crianças nas aulas.

A segunda sessão foi iniciada relembrando a estória do Chapeuzinho Vermelho e as cenas de violência que houve. Logo, descreveram os principais tipos de violência existentes e foi feita uma breve explicação sobre cada uma delas fazendo uma conexão com a estória. Falou-se sobre a violência psicológica presenciada pelo Chapeuzinho ao perceber que a vovo-zinha foi engolida, ver a lobo ser morto, o caçador abrir a barriga dele, a negligência da mãe ao deixar a criança ir sozinha levar as frutas para a avó e a violência física que a vovó e o lobo sofreram. Após discussão, foram entregues papel e lápis de cor para as crianças desenharem o que elas consideravam como violência (Figura 3). Estavam presentes 25 crianças e apenas 10 permaneceram e realizaram a atividade proposta. Segue abaixo alguns desenhos para ilustrar:

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Figura 3: Desenhos de situações que as crianças consideram como violência.

No dia seguinte foi feito contato com a coordenadora do grupo relatando o anda-mento das atividades e foi proposto que o lanche fosse servido ao término do grupo focal para que um maior número de crianças permanecesse até o final das atividades. Atenciosamente, o pedido foi atendido e o encontrou da semana seguinte foi mais produtivo que os anteriores.

Como reforço positivo, para auxiliar na permanência das crianças, foi levado um saco de pirulitos para distribuir ao final. Foi proposto que quem respondesse corretamente as perguntas e fosse participativo, ganharia mais um pirulito.

O terceiro encontro ocorreu novamente na calçada, pois foram encontrados alguns insetos na sala de que impossibilitaram a utilização. Estavam presentes 21 participantes. O grupo iniciou relembrando os principais tipos de violência falados na aula anterior e foi explicado o conceito geral de violência; as principais causas, como o desrespeito, desejo de vingança, prepotência, crises de raiva e outros; além dos índices de violência no Brasil, que nos últimos anos foi considerado um dos mais violentos do mundo, em violência urbana, ou seja, violência nas ruas, como assaltos, sequestros e assassinatos.

Em seguida foi solicitado pelo pesquisador que exemplificassem qualquer um dos tipos de violência já discutido, a saber: Violência Física, Violência Verbal, Violência Sexual e Violência Psicológica. E participaram com as falas abaixo:

“estupro” “bater, matar” “usar cerol na ráia” “xingar”

“o Allan enforcou o Alex, hoje” “brigar”

“jogo de MMA” “Mostrar dedo”

Para concluir, foram discutidos os fatores de risco e proteção, apontando os locais, situações e pessoas que podem representar risco de envolvimento com a violência, como estar sozinho na rua em horário impróprio, envolvimento com gangues, droga e armas, não fre-quentar a escola, desrespeitar o próximo.

Após, foram entregues folhas de papel para que registrassem, durante a semana, qualquer situação violenta que presenciassem. A participação com diversos exemplos pareceu demonstrar que possuem consciência do que é violência, todavia há uma naturalidade na

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convivência com esta. Neste dia, houve uma briga entre duas crianças do grupo, onde um enforcou o outro. Comentaram o fato com muita naturalidade, transmitindo a ideia de que a partir de uma ofensa é correto partir para a agressão física.

O quarto encontro no grupo teve duração de uma hora. Este foi para encerramento das atividades, e, no primeiro momento, foram entregues quatro carinhas de sentimentos (Figura 2) para cada criança que esteve presente nos encontros, sendo elas “Ótimo, Bom, Ruim e Péssimo”. O pesquisador relembrou os encontros passados e solicitou que erguessem a carinha que correspondesse com a satisfação de cada encontro. Os resultados foram:

• Número de participantes presentes do primeiro encontro: 5 • Avaliação: 4 Bons e 1 Ótimo

• Número de participantes presentes do segundo encontro: 5 • Avaliação: 2 Bons e 3 Ótimo

• Número de participantes presentes do terceiro encontro: 5 • Avaliação: 4 Bons e 1 Ótimo

Após, o pesquisador realizou a dinâmica do espelho na caixinha de presente. As crianças foram orientadas que ao olharem dentro da caixa, veriam algo muito lindo, especial, e muito importante, mas que não podiam dizer aos colegas o que era, pois chegaria a vez de todos. A caixinha percorreu entre eles e ao final ouviram sobre o significado de cada um, so-bre o valor e a importância. A reação não foi diferente das demais. Mais uma vez, não houve envolvimento e manifestações de interesse por parte das crianças, durante a dinâmica e ao ouvir o discurso final.

Durante o momento que olhavam na caixinha, compartilhavam com os colegas que havia só um espelho lá dentro, gerando comportamentos de descrença quanto à atividade. No momento do fechamento da dinâmica, elas brincavam e brigavam entre si, não se mostrando atentas à fala.

DISCUSSÃO

O objetivo deste trabalho foi observar a percepção das crianças que vivem em am-bientes hostis e que presenciam violência em diversos tipos constantemente, sobre o tema violência. A hipótese levantada era que existisse uma banalização, um trato normal com os acontecimentos onde a violência está presente. A partir disso, há uma grande probabilidade de crianças que estão inseridas nestes contextos aprenderem a ver a violência com “óculos” que dão um tom de normalidade nessas ações, ou seja, atos que passam ser comuns às normas sociais que compartilham. Esta visão não se generaliza a todos os indivíduos, vez que segundo Bandura (1986) o ambiente não é determinante sobre o comportamento humano, pois exis-tem também as influências subjetivas deste.

A partir disso, podemos perceber que a violência entre os participantes do grupo se configura como algo banal, natural e que sempre fez parte do cotidiano deles, não causando espanto e nem estranhamento na medida em que se depara com as situações violentas. Assim, é relevante a preocupação, uma vez que se a violência é vista como banal e natural, há também uma maior facilidade em reproduzi-la e nada será feito para combatê-la.

A violência é um grave problema de saúde pública, envolvendo funções muito com-plexas, como o déficit educacional, cultural, baixa renda, falta de estrutura familiar, desem-prego, desnutrição, etc.. Além desses fatores, há a violência disfarçada introduzida

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diaria-mente nos lares brasileiros via meios de comunicação, encontrando-se também nos desenhos animados e contos infantis. E foi nessa perspectiva, abordando a violência por meio de um conto infantil, do Chapeuzinho Vermelho, que foram obtidos estes resultados, que parecem confirmar o enfrentamento da violência como “mais uma situação do cotidiano”, inserida no contexto social destas crianças.

As dificuldades em realizar as atividades propostas e a pouca permanência no grupo durante as discussões demonstram que existem outras necessidades básicas mais importantes que não estão sendo atendidas. Além disso, percebe-se uma descrença com o lúdico, com as fantasias e com a magia dos contos por parte das crianças. Mas, apesar do sentimento de frustração e de que pouco se fez neste trabalho, não há como esquecer que a violência é um problema social grave, é uma realidade e precisa de intervenção.

Também ficou evidente a percepção da violência física vivida pelos participantes, mediante os exemplos de violência compartilhados, relações desenhadas no papel e relatadas no convívio com os colegas. Porém, este trabalho foi limitado a quatro encontros, tornando--se necessário a realização de outras pesquisas e trabalhos de intervenções e combate a violên-cia, continuadamente.

VIOLENCE IN CHILDREN’S TALES AND REAL LIFE

Abstract: this study investigated the perception of violence in children who live in hostile

envi-ronments in the northwestern region of Goiânia, using a children’s tale. Therefore, 37 children participated in this research. The researcher used playing methods for data collection, using books, papers, crayons, puppets and guys feelings.

Keywords: Violence. Children. Children’s tale. Referências

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Imagem

Figura 1: Fantoches para contação de estória
Figura 3: Desenhos de situações que as crianças consideram como violência.

Referências

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