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INSTITUTO DE GEOGRAFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO GEOGRAFIA E GESTÃO DO TERRITÓRIO

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(1)

I N STI TUTO DE GEOGRAFI A

PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM GEOGRAFI A

ÁREA DE CON CEN TRAÇÃO GEOGRAFI A E GESTÃO DO TERRI TÓRI O

EM BUSCA DE UMA PROPOSI ÇÃO METODOLÓGI CA PARA

OS ESTUDOS DAS CI DADES M ÉDI AS: REFLEXÕES A

PARTI R DE UBERLÂN DI A ( M G)

H ÉLI O CARLOS M I RAN DA DE OLI VEI RA

UBERLÂN DI A ( M G)

(2)

EM BUSCA DE UM A PROPOSI ÇÃO METODOLÓGI CA PARA OS

ESTUDOS DAS CI DADES MÉDI AS: REFLEXÕES A PARTI R DE

UBERLÂN DI A ( MG)

Dissert ação de Mest rado apresent ada ao Program a de Pós- Graduação em Geografia da Universidade Federal de Uberlândia, com o requisit o parcial à obtenção do título de m est re em Geografia.

Área de concent ra ção: Geografia e Gestão do Território

Orient adora: Profa. Dra. Beat riz Ribeiro Soares

Uberlândia ( M G) I N STI TUTO DE GEOGRAFI A

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

O48p Oliveira, Hélio Carlos Miranda de, 1982-

Em busca de uma proposição metodológica para os estudos das cidades médias : reflexões a partir de Uberlândia (MG) / Hélio Carlos Miranda de Oliveira. - 2008.

364 f . : il.

Orientadora: Beatriz Ribeiro Soares.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Pós-Graduação em Geografia.

Inclui bibliografia.

1. Uberlândia (MG) - Geografia - Teses. 2. Cidades e vilas - Uberlândia (MG) - Teses. I. Soares, Beatriz Ribeiro. II. Universidade Federal de Uberlândia. Programa de Pós-Graduação em Geografia. III. Título.

CDU: 911.375(815.1*UDI)

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UN I VERSI DADE FEDERAL DE UBERLÂN DI A

Hélio Carlos Mira nda de Oliveira

Em busca de um a proposição m et odológica para os est udos das

cidades m édias: reflexões a part ir de Uberlândia ( MG)

________________________________________________________________ Profa. Dra. Beatriz Ribeiro Soares – UFU ( Orient adora)

________________________________________________________________ Profa. Dra. Anete Marília Pereira – Unim ont es

________________________________________________________________ Prof. Dr. Vitor Ribeiro Filho – UFU

Data: 25 de fevereiro de 2008.

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Agr a de cim e n t os

A const rução de um t rabalho acadêm ico, m esm o que m uit as vezes sej a um a t arefa solit ária, sem pre t em o apoio de pessoas que reúnem esforços para sua realização. São para essas pessoas que regist ro m eus sinceros agradecim ent os.

À Beat riz Ribeiro Soares, por ser m ais do que um a orient adora. Agradeço a confiança, os ensinam ent os, a alegria, os conselhos e as oport unidades dadas. É, com cert eza, um a verdadeira m ãe acadêm ica, e por esse m ot ivo, devo a você t oda m inha t raj et ória acadêm ica e profissional. Você é um exem plo de orient adora, um a pessoa alegre, preocupada não só com o t rabalho a ser concluído, m as tam bém com a satisfação pessoal dos seus alunos, auxiliando- os a realizarem seus sonhos. Se todos os professores fossem com o você, com cert eza a universidade seria um am bient e m uit o m ais alegre e m enos preocupado com as vaidades. É por t udo isso que sou et ernam ent e grato a você!

À Renata Rast relo, a historiadora baixinha e brava que escolhi para am ar. Um a com panheira cúm plice, que sem pre apoiou m inhas decisões, m esm o sabendo que elas poderiam levar a um sacrifício do nosso relacionam ent o. Muit o obrigado por sem pre m e acolher bem nas t erras alt as de Rio Paranaíba, onde elaborei a m aior part e dest e t rabalho. Obrigado pela leit ura, conversas e auxílio no levant am ent o de dados da pesquisa em pírica. Saiba que sua colaboração foi fundam ent al para a realização dest e t rabalho.

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m otivo de orgulho a vocês. Se não fosse a oport unidade que m e deram de est udar, com cert eza não t eria chegado aqui.

Ao professor Vit or Ribeiro Filho, grande incentivador dest e t rabalho. Obrigado pelas conversas e pelas oport unidades de t rabalharm os j untos nos proj etos de pesquisa sobre as cidades m édias. Sou grato pelas contribuições da defesa do proj et o, do relat ório de qualificação e de t ant as out ras ao longo da m inha cam inhada no m est rado. Espero que esse início de am izade que est á sendo const ruída nunca se acabe. Agradeço t am bém a disposição para part icipar da banca de defesa desta dissertação.

À professora Anet e Marília Pereira, por ser m ais do que um a avaliadora do t rabalho final, m as um a am iga do nort e de Minas. Obrigado pelas nossas conversas sobre as cidades m édias durant e os event os pelo Brasil, por disponibilizar m at erial de sua t ese ant es m esm o da finalização e por aceit ar o convit e de part icipar da banca de defesa. O garot o que correu at rás do carro em Londrina ( PR) sent e- se m uit o honrado em t ê- la com o part icipant e de um a et apa t ão im port ant e de sua vida.

Aos am igos e com panheiros de pesquisas Flávia Araúj o, I ara França, Janes Luz, Marcus Vinícius e Nágela Melo que vêm enfrent ando a difícil t arefa de est udar os espaços não- m et ropolit anos no Brasil. Saibam que cont ribuíram para a realização dest e t rabalho e por isso, m eu m uit o obrigado.

Aos professores William Ferreira e Júlio Ram ires, pelas cont ribuições na defesa do proj et o e no relat ório de qualificação.

À professora Marlene Colesant i pelo apoio e incent ivo.

À Daniela Belo, pela colaboração no levantam ent o e organização dos dados, à Diélen Borges pela correção do port uguês, ao George Silva pela confecção dos m apas e ao Tiago Brunêt o pela elaboração do abst ract .

Aos professores da Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia, em especial Bruno Siqueira, Cláudia Souza, Fát im a Greco, I ara Guim arães, Lúcia Helena que, durant e m eu período de t rabalho nessa escola, m e apoiaram e auxiliaram na subst it uição de aulas para que eu pudesse part icipar de event os cient íficos.

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pelo envio de m at eriais que foram fundam ent ais para a realização da pesquisa. Às m inhas irm ãs Sam ant ha Miranda e Tam ara Regina, pelos incent ivos aos m eus est udos. Agradeço especialm ent e à Tam ara e seu nam orado, Robert o Bom t em po, por m e auxiliarem em algum as at ividades do dia- a- dia e pela aj uda na im pressão dest a dissert ação.

À Ana Paula Crosara pelo apoio j urídico necessário em alguns m om entos de m inha vida.

À professora Vera Salazar, pelas aulas de m et odologia cient ífica e de hum anidade.

Aos am igos Carlos Albert o e Josenilson Bernardo pelas oport unidades profissionais concedidas e por int egrarem o grupo dos bandeirant es da educação.

À Dilza, pela dedicação e gentileza no atendim ento das solicitações na secretaria do curso.

Aos am igos e colegas que sem pre incentivaram m eus est udos: Alex Marciel, André Freit as, Ant ônio Carlos Nom ura, Arist ót eles Teobaldo, Cint ia Godoi, Crist iane Salgado, Edgard Jerônim o, Felipe Mariano, Francine Borges, Francis Liporone, Jeane Medeiros, Kelly Bessa, Lorenna Bit t encourt , Marcelo Gonçalves, Mat t eus de Paula, Naiara Souza, Naiara Vinaud, Paula Crist ina, Paulo Vit or, Reginaldo Pereira, Rogério Silva, Salm o Alves, Sílvio Barbosa, Thiago Marra.

Ao Program a de Pós- Graduação em Geografia da Universidade Federal de Uberlândia pela oport unidade.

Ao CNPq pelo apoio financeiro e m at erial, pela concessão da bolsa de est udo e pela aprovação de proj et os de pesquisas que envolvem est a dissertação.

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La ville int erm édiaire ou m oyenne est un UGO - unident ified geographic obj ect .

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Re su m o

Est e t rabalho t em com o obj et ivo const ruir um a propost a m et odológica para o estudo das cidades m édias, fundam ent ando- se em m et odologias j á exist ent es. Para isso foi elaborado um resgat e de quat ro im port ant es t rabalhos da Geografia brasileira, de dois est udos governam ent ais e de duas experiências est rangeiras, enfocando em sua discussão os cam inhos m et odológicos percorridos pelos aut ores. Esses t rabalhos, j unt am ent e com o m odelo m et odológico seguido para o est udo da cidade de Uberlândia ( MG) , fundam ent aram a propost a m et odológica elaborada. O est udo da dim ensão econôm ica da cidade de Uberlândia ( MG) perm it iu ent ender o papel dos agent es econôm icos na t ransform ação do espaço int erno da cidade e no est abelecim ent o das suas redes de fluxos, além de servir de balizam ent o para a proposição de um a m et odologia de est udo das cidades m édias. Foi a part ir do conhecim ent o da realidade da cidade est udada que alguns apont am ent os foram possíveis, sej am eles referentes à nova m et odologia ou à crít ica à m et odologia ut ilizada para o est udo da cidade. Foi, ent ão, diant e do cont ext o regional do Cent ro- Sul brasileiro e da realidade da cidade de Uberlândia ( MG) que se elaborou a proposição m et odológica organizada por dim ensões de análise do espaço, suas variáveis e indicadores. As dim ensões propostas foram as seguint es: dem ográfica, econôm ica, de equipam ent os e infra- est rut uras, polít ica e de gest ão do t errit ório, am bient al, social e cult ural, além de um a t ipologia para as cidades m édias brasileiras. Essa nova m et odologia não est á acabada, fechada a novas discussões, pelo contrário, ela é um a propost a inicial que deve ser subm etida às crít icas, para que assim , possa, com as devidas alt erações, servir de referência para o est udo das cidades m édias brasileiras.

(11)

Abst r a ct

This paper has like obj ect ive t o do a m et hodological proposal in order t o cont ribut e in t he st udies of m iddle cit ies, get t ing like fundam ent m et hodologies already exist ent. I n order t o get t his goal was m ade a rescue of four im port ant papers in Brazilian’s Geography, of t wo governm ent al st udies and t wo foreign experiences, focusing in t heir t ext s t he m et hodological ways m ade by t hem . These papers, wit h t he m et hodological m odel followed for t he Uberlândia Cit y ( MG) st udy, j ust ified t he m et hodological proposal worked in t his paper. The st udy of econom ics Uberlândia Cit y dim ension allowed us t o underst and t he place of econom ics agent s in t he t ransform at ion of t he inside space of t own and in t he est ablishm ent of it s fluxes chains, besides t o work like an exam ple for a proposit ion of a m et hodological st udy of m iddle cit ies. Was from t his knowledge of t he st udied cit y realit y, t hat som e appoint m ent s were possible, being t heir relat ing t o a new m et hodology or t o a crit ique am ong t he m et hodology used in t his st udy. Then, in front of t he regional cont ext of Brazilian Sout h- Cent er and t he realit y of Uberlândia Cit y ( MG) , was m ade a m et hodological proposit ion organized in dim ensions of t he space’s analysis, t heir variables and appoint m ent s. The dim ensions brought in t his paper are: dem ography, econom y, of equipm ent s and infra- st ruct ures, policy and t errit orial adm inist rat ion, environm ent al, social and cult ural, besides of and t ypology for t he Brazilian’s m iddle cit ies. This new m et hodology is not over, wit h t he new argum ent s done, it is a prim ary proposal which needs t o be put under crit iques, and, in t his way could be used in future like reference for studies about Brazilian’s m iddle cities..

(12)

List a de figu r a s

Figura 01 – Mundo: % da população urbana ( 2000) ...38

Figura 02 – Am érica Lat ina: % da população urbana ( 2000) ...38

Figura 03 – Triângulo Mineiro: relações ent re cidades ( 2001) ...136

Figura 04 – Minas Gerais: hierarquia das cidades m édias ( 1982) ...139

Figura 05 – Minas Gerais: hierarquia das cidades m édias ( 1999) ...142

Figura 06 – Minas Gerais: hierarquia das cidades m édias ( 2006) ...143

Figura 07 – Minas Gerais: regiões de pot encial t ecnopolit ano ( 1996) ...144

Figura 08 – Uberlândia: dist ribuição do PI B por set or da econom ia ( 1999) ...154

(13)

List a de m a pa s

Mapa 01 – Mundo: população urbana ( 2000) ...35

Mapa 02 – Uberlândia: localização da cidade ( 2007) ...133

Mapa 03 – Triângulo Mineiro: hierarquia urbana ( 2001) ...137

Mapa 04 – Uberlândia ( MG) : área de polarização ( 2001) ...148

Mapa 05 – Uberlândia ( MG) : est rut ura logíst ica de agroindúst rias ( 2001) ...162

Mapa 06 – Uberlândia ( MG) : com ércio de adubos e fert ilizant es agrícolas ( 1997- 2007) ...164

Mapa 07 – Uberlândia ( MG) : com ércio de sem ent es ( 1997- 2007) ...165

Mapa 08 – Uberlândia ( MG) : venda de t rat ores, peças e serviços ( 1997- 2007) ...166

Mapa 09 – Uberlândia ( MG) : em presas associadas à UNEDI ( 2007) ...170

Mapa 10 – Uberlândia ( MG) : at acadist as ( 1997- 2007) ...174

Mapa 11 – Uberlândia ( MG) : t ransport e de pessoas e cargas ( 1997- 2007) ...176

Mapa 12 – Uberlândia ( MG) : loj as de depart am ent os ( 1997- 2007) ...178

Mapa 13 – Uberlândia ( MG) : hiperm ercados e superm ercados ( 2007) ...182

Mapa 14 – Uberlândia ( MG) : clínicas m édicas ( 1997- 2007) ...186

Mapa 15 – Uberlândia ( MG) : loj as de art igos e equipam ent os hospitalares ( 1997- 2007) ...187

Mapa 16 – Uberlândia ( MG) : hospit ais ( 1997- 2007) ...188

Mapa 17 – Uberlândia ( MG) : Laborat órios ( 1997- 2007) ...191

Mapa 18 – Uberlândia ( MG) : bancos ( 1997- 2007) ...194

Mapa 19 – Uberlândia ( MG) : financeiras ( 1997- 2007) ...196

(14)

seguradoras e corret oras de seguros ( 1997- 2007) ...198

Mapa 22 – Uberlândia ( MG) : Universidade, cent ro universit ário e faculdades ( 1997- 2007) ...202

Mapa 23 – Uberlândia ( MG) : hotéis ( 1997- 2007) ...203

Mapa 24 – Uberlândia ( MG) : agências de t urism o ( 1997- 2007) ...205

Mapa 25 – Uberlândia ( MG) : em presas de organização de event os ( 1997- 2007) ...206

Mapa 26 – Uberlândia ( MG) : concessionárias ( 1997- 2007) ...209

Mapa 27 – Uberlândia ( MG) : im obiliárias ( 1997- 2007) ...210

Mapa 28 – CTBC Telecom : área de at uação ( 2001) ...213

(15)

List a de qu a dr os

Quadro 01 – PNCCPM: t ipos de cidades m édias ( década de 1970) ...53

Quadro 02 – I ndicadores socioeconôm icos selecionados para caract erização da pobreza urbana ( década de 1970) ...66

Quadro 03 – Cidades m édias com m aiores índices de pobreza urbana ( 1970) ...67

Quadro 04 – Cidades m édias com m enores índices de pobreza urbana ( 1970) ..67

Quadro 05 – Pat os de Minas: equipam ent os de relações ext ernas ( 1975) ...79

Quadro 06 – Pat os de Minas: m at riz de relações ext ernas ( 1975) ...80

Quadro 07 – Am érica Latina: classificação tipológica das cidades m édias...102

Quadro 08 – Esquem a de análise das cidades m édias...106

Quadro 09 – Dim ensões para análise das cidades m édias...109

Quadro 10 – Escalas de int erm ediação das cidades...109

Quadro 11 – Eixos de análises das cidades selecionadas...110

Quadro 12 – Esquem a de análise das cidades m édias...116

Quadro 13 – Variáveis ut ilizadas para a análise das cidades m édias...140

Quadro 14 – Níveis hierárquicos e principais caract eríst icas das cidades m édias...141

Quadro 15 – Triângulo Mineiro: principais caract eríst icas das cidades...147

Quadro 16 – Uberlândia ( MG) : principais agroindúst rias ( 2006) ...161

Quadro 17 – Uberlândia ( MG) : hospit ais ( 1997- 2007) ...185

Quadro 18 – Triângulo Mineiro: níveis de cent ralidade de algum as cidades segundo EGI C ( 1993) ...216

Quadro 19 – Classificação dem ográfica das cidades m édias...221

(16)

Quadro 22 – Dim ensão dos equipam ent os e das infra- est ruturas: proposição

m et odológica...231

Quadro 23 – Dim ensão polít ica e de gest ão do t errit ório: proposição m et odológica...234

Quadro 24 – Dim ensão am bient al: proposição m et odológica...236

Quadro 25 – Dim ensão social: proposição m et odológica...238

Quadro 26 – Dim ensão cult ural: proposição m et odológica...239

(17)

List a de t a be la s

Tabela 01 – Brasil: população t ot al, urbana e rural ( 1970- 2000) ...33 Tabela 02 – Brasil: evolução da população total, urbana e rural ( 1970- 2000) ...34 Tabela 03 – Brasil: ranking dos dez m aiores m unicípios ( 1991- 2006) ...37 Tabela 04 – Mundo: população urbana por classe de t am anho ( 1950- 1990) ...39 Tabela 05 – Brasil: população urbana por classe de t am anho ( 1991- 2000) ...40 Tabela 06 – Brasil: taxas m édias anuais de crescim ento populacional nas cidades

m édias ( 1960- 1970) ...61 Tabela 07 – Classificação das cidades m édias segundo suas pot encialidades de

crescim ent o econôm ico...70 Tabela 08 – Program a CI MES:

dim ensões m édias das cidades m édias ( 2003) ...117 Tabela 09 – Brasil, Minas Gerais e Triângulo Mineiro: população t ot al, população

urbana e população rural ( 1970- 2000) ...133 Tabela 10 – Uberlândia: população t ot al, população urbana e população rural

( 1970- 2000) ...134 Tabela 11 – Uberlândia: evolução da população – t ot al, urbana e rural

( 1970- 2000) ...134 Tabela 12 – Triângulo Mineiro e Uberlândia:

população não resident e em 01/ 09/ 1991...150 Tabela 13 – Uberlândia ( MG) : população ocupada por set ores ( 1991- 2000) ....152 Tabela 14 – Uberlândia ( MG) : população econom icam ent e at iva e população

(18)

corrent e t ot al, em reais ( 1999- 2005) ...153 Tabela 16 – Brasil, região Sudest e, Minas Gerais e Uberlândia: produt o int erno

bruto per capita a preços correntes, em reais ( 1999- 2004) ...155 Tabela 17 – Minas Gerais: dez m aiores m unicípios por PI B do setor de atividade

econôm ica ( 2004) ...156 Tabela 18 – Uberlândia ( MG) : I CMS por set ores da econom ia ( 2000- 2006) ....156 Tabela 19 – Minas Gerais: ranking dos m unicípios com os dez m aiores núm eros

de consum idores de energia elét rica ( 2006) ...157 Tabela 20 – Minas Gerais: ranking dos dez m aiores m unicípios consum idores de

energia elét rica ( 2006) ...158 Tabela 21 – Uberlândia ( MG) : consum o acum ulado por classe ( 2005- 2006) ....158 Tabela 22 – Triângulo Mineiro e Uberlândia ( MG) : efet ivo do rebanho ( 2005) ..159 Tabela 23 – Triângulo Mineiro e Uberlândia ( MG) : produção agrícola ( 2006) ...160 Tabela 24 – Uberlândia ( MG) : espacialização das unidades de atividades

com erciais por set ores da cidade ( 1997- 2007) ...167 Tabela 25 – Uberlândia ( MG) : núm ero de unidades indust riais ( 1980- 2005) ...168 Tabela 26 – Uberlândia ( MG) : núm ero de em presas do set or t erciário

( 2000- 2005) ...171 Tabela 27 – Uberlândia ( MG) : núm ero de loj as varej ist a de depart am ent os

( 1997- 2007) ...179 Tabela 28 – Uberlândia ( MG) :

nº de loj as de superm ercados em rede ( 2007) ...181 Tabela 29 – Uberlândia ( MG) : espacialização das unidades de atividades ligadas

(19)

Su m á r io

I nt rodução...19

Capít ulo 1. Cidades m édias: est udos e m et odologias...31

1.1. Cont ext ualizando o t em a...32

1.1.1. A urbanização m undial e brasileira...32

1.1.2. A origem dos est udos das cidades m édias...41

1.2. Cidades m édias: est udos e m et odologias brasileiras...51

1.2.1. O Program a Nacional de Apoio às Capit ais e Cidades de Port e Médio ( PNCCPM) ...51

1.2.2. Sist em a Urbano e Cidades Médias no Brasil...60

1.2.3. Os est udos geográficos das cidades m édias...76

1.3. Cidades m édias: estudos e m etodologias est rangeiras...96

1.3.1. O proj et o Monit oreo de ciudades int erm edias...98

1.3.2. O program a Ciudades I nt erm edias y Urbanización Mundial...113

Capít ulo 2. Uberlândia: que cidade m édia é essa?...122

2.1. Discut indo a m et odologia utilizada...122

(20)

cidades m édias...218

3.1. A const rução de um a propost a m et odológica...218

3.1.1. A dim ensão dem ográfica...219

3.1.2. A dim ensão econôm ica com o definidora dos fluxos...225

3.1.3. Os equipam entos e as infra- est rut uras: os fixos...230

3.1.4. A dim ensão polít ica e de gest ão do t errit ório...233

3.1.5. Dim ensões am biental, social e cult ural...235

3.1.6. Um a t ipologia para as cidades m édias...239

3.2. Reflexões a part ir das m et odologias...244

Considerações finais...252

Referências...258

Apêndices...270

Apêndice 01 ...271

Apêndice 02...336

Anexos...346

Anexo 01...347

Anexo 02...356

(21)

I n t r odu çã o

A com preensão dos sistem as urbanos dos países ocidentais tem exigido dos pesquisadores novas form ulações t eórico- m et odológicas para a explicação de fenôm enos que ant es eram observados som ent e em escalas locais, regionais ou nacionais, m as que agora, são observados em escala global.

Vários est udos têm seus focos voltados para essa tem ática, principalm ente aqueles que pret endem ent ender as realidades e as dinâm icas dos cent ros m et ropolit anos. No caso brasileiro isso não é diferent e, t odavia, a significat iva expressão do processo de globalização, som ada às m udanças no padrão dem ográfico do país, criam a necessidade de com preender os espaços não-m et ropolit anos.

(22)

Um Brasil urbano não- m etropolit ano pode ser reconhecido na int eriorização da urbanização, que tem particular m anifestação em novas frentes de valorização urbana, referenciadas, principalm ente, a novas necessidades criadas pela agricultura m oderna, pela m ineração e por certo tipo de indúst ria. Trata- se de agrupam entos de cidades, antes isoladas, que se articulam em torno de determ inadas atividades [ ...] ( DAVI DOVI CH, 1991, p. 127) .

É nesse grupo de cidades que com põem o Brasil urbano não- m et ropolit ano que est ão inseridas as cidades m édias, com novos papéis urbanos, não isoladas da rede urbana, m as com o cidades consagradas a desenvolverem um a alt a e com pet it iva especialização funcional ( SI LVEI RA, 2002) .

O papel das cidades m édias no m undo globalizado e na divisão t errit orial do t rabalho é definido por Silveira ( 2002) com o cent ros urbanos que t êm a função de exercer um com ando t écnico da agricult ura cient ífica, da criação de gado e da produção energét ica da sua região, e de não ser sede de com ando polít ico das principais decisões das at ividades econôm icas desenvolvidas no t errit ório brasileiro. A aut ora com plet a afirm ando que “ as cidades m édias são nós de um a divisão do t rabalho à escala m undial, e o est udo de suas especializações pode ser um a pist a para ent ender a at ual organização do espaço” ( SI LVEI RA, 2002, p. 15) .

Pereira ( 2005) , discorrendo sobre o papel das cidades m édias no m undo globalizado, ressalt a que:

(23)

Ent ender as funções das cidades m édias no sist em a urbano brasileiro contribui para a difícil tarefa de classificação dessas cidades, um a vez que suas funcionalidades na rede urbana est ão associadas diret am ent e ao consum o de m ercadoria, dem arcando, assim , seus papéis na divisão t errit orial do t rabalho e na definição dos fluxos de e para as cidades m édias. Diant e disso, Sposit o ( 2001) apont a que:

[ ...] podem os caracterizar as “ cidades m édias” , afirm ando que a classificação delas, pelo enfoque funcional, sem pre est eve associada à definição de seus papéis regionais e ao potencial de com unicação e art iculação proporcionado por suas situações geográficas, tendo o consum o um papel m ais im portante que a produção na estruturação dos fluxos que definem o papel interm ediário dessas cidades ( SPOSI TO, 2001, p. 635) .

Ent endidas não com o cidades isoladas na rede urbana, as cidades m édias t êm aparecido nos estudos recentes da urbanização do Brasil com o im port ant es pont os na rede ( SOARES, 2005) , exigindo dos pesquisadores um a análise que considere as relações ent re a cidade e a região e ent re as cidades de diferent es níveis hierárquicos.

O crescim ent o da im port ância dessas cidades no cenário urbano brasileiro leva a um a preocupação que envolve os pesquisadores dessa t em át ica, que é a de definição/ conceit uação do que sej a um a cidade m édia. Apesar disso, não exist e um consenso1 para definição/ conceit uação de cidade m édia, variando, de

acordo com o pesquisador, a região est udada, o país e o período hist órico. Ent ret ant o, alguns aut ores apont am cam inhos que podem ser percorridos para a definição do que sej a um a cidade m édia, est ando ent re eles2: Am orim Filho

( 1984) , Am orim Filho e Serra ( 2001) , Andrade e Lodder ( 1979) , Andrade e Serra ( 2001) , Bellet Sanfeliu e Llop Torné ( 2000a), Bolay et al ( 2003) , Cast ello Branco

      

1 Sobre isso, confira: Corrêa ( 2007) , Soares ( 2005) e Sposito ( 2001) .

(24)

( 2007) , Corrêa ( 2007) , França ( 2007) , Laj ugie ( 1973) , Marques da Costa ( 2002) , Pereira ( 2007) , Pont es ( 2001) , Soares ( 1999) , Sposito ( 2001) e UI A ( 1998) .

Na t ent ativa de com preender e const ruir um conj unt o de reflexões sobre a tem ática, Pereira ( 2005, p. 03) aponta que:

[ ...] a definição de cidade m édia tem por base as funções urbanas da cidade, relacionadas, sobretudo, aos níveis de consum o e ao com ando da produção regional nos seus aspectos técnicos. Já não é m ais um centro no m eio da hierarquia urbana, m as, sim , um a cidade com capacidade para part icipar de relações que se estabelecem nos sistem as urbanos nacionais e int ernacionais. Os estudos sobre essas cidades devem estar calcados num a concepção, em rede, da cidade e da região, num a perspectiva que priorize, m ais que a dim ensão dem ográfica, o m odo com o a cidade m édia articula as suas relações com os dem ais com ponentes do sistem a urbano.

Nesse m esm o sentido, Bravo ( 1997) afirm a que:

El concepto de ciudad interm edia es esencialm ente relativo, dependiendo de su tam año, dos lím ites dem ográficos establecidos, con base en diversos factores, entre los cuales se destaca, la extensión geográfica del contexto nacional respectivo. Las ciudades m edias o interm edias corresponden a realidades territoriales caracterizadas por prim acía de las relaciones y funciones urbanas; distintas form as de la relación con los ent ornos rurales regionales en que se inscriben; un t am año poblacional m edio en relación con la est ruct ura nacional del país que le corresponde; nivel de especialización económ ica product iva suficiente y una perspectiva de desarrollo posible en función de los factores antes m encionados. ( BRAVO, 1997, p. 156) .

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Visando responder um a das necessidades apontadas por Soares ( 2005) para o avanço dos est udos das cidades m édias no Brasil, est a dissert ação de m est rado apresent a o seguinte obj etivo geral: construir um a proposta m et odológica para o est udo das cidades m édias a part ir da leit ura crít ica das m et odologias conhecidas. De form a com plem ent ar, foram propost os os seguint es obj etivos específicos: i) discutir as m etodologias utilizadas para os est udos das cidades m édias tant o em nível nacional com o int ernacional; ii) caracterizar a cidade de Uberlândia ( MG) a part ir da aplicação de um a m et odologia j á exist ent e; iii) propor um a m et odologia para o est udo das cidades m édias a part ir do que foi const at ado nas m et odologias est udadas.

Est a pesquisa, além lançar luz sobre um a discussão t em át ica exist ent e no int erior da Geografia, especialm ent e da Geografia Urbana, sobre as cidades m édias e dos cam inhos m et odológicos para os seus est udos, int egra os t rabalhos desenvolvidos por pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia, especialm ent e no I nst it ut o de Geografia; os est udos da Rede de Pesquisadores sobre Cidades Médias ( ReCiMe3) , com post a por pesquisadores do Brasil, Chile e

Argent ina; as pesquisas do proj et o int it ulado Cidades m édias brasileiras: agent es econôm icos, reest rut uração urbana e regional, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvim ent o Cient ífico e Tecnológico ( CNPq) at ravés do Edit al MCT/ CNPq 07/ 2006 – Casadinho; e, de form a m ais específica, o proj et o de pesquisa aprovado pelo CNPq no Edital MCT/ CNPq 02/ 2006 – Universal, int it ulado

Uberlândia: agent es econôm icos e reest ruturação urbana.

No desenvolvim ent o desta pesquisa foram t om ados com o referências, para o ent endim ent o da realidade regional, os seguint es processos: a m odernização

      

3 Detalham ento sobre a ReCiMe, confira:

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da agricult ura e a concent ração econôm ica do set or t erciário4, baseados na

proposta de Sposito et al ( 2006) .

ƒ A m odernização da agricult ura é processo fundam ent al para o ent endim ent o da realidade regional, um a vez que foi a part ir dessa m odernização que a rede urbana do Triângulo Mineiro se refuncionalizou5, criando, assim , um a nova dinâm ica para as cidades

dessa região, em especial, para Uberlândia. Esse processo é result ado dos avanços cient íficos e tecnológicos, prom ovidos pelas instituições públicas e privadas de pesquisa ( inst it ut os, em presas est at ais6,

universidades, em presas privadas7) , que t iveram a cidade de Uberlândia

com o referência regional.

ƒ A expansão territorial e a m ult iplicação das redes de est abelecim entos com erciais e de serviços, que aconteceram nos últ im os 20 anos, geraram um a concent ração econôm ica no set or t erciário da econom ia, alt erando o ciclo espacial das em presas envolvidas nesses set ores, um a vez que no passado elas localizavam - se som ente nas m etrópoles e nas capitais de est ados, com um a área de at uação bast ant e rest rit a, e hoj e passam a ocupar t am bém os espaços das cidades m édias brasileiras, pois essas cidades são capazes de polarizar m ercados consum idores regionais.

      

4 As descrições dos processos foram realizadas com base na m etodologia do proj et o Cidades

m édias brasileiras: agent es econôm icos, reestruturação urbana e regional, de Sposito et al ( 2006) . 5 Para saber m ais sobre o assunto, confira Soares ( 1997) .

6 No caso do Cerrado, a Em brapa ( Em presa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) foi fundam ental para a adapt ação das culturas de soj a e m ilho nessas áreas.

(27)

Assim , o produt o desse processo foi a m odificação das form as de consum o e a reest rut uração nessas cidades8.

A m et odologia propost a por Sposit o et al ( 2006) para a invest igação das cidades m édias brasileiras refere- se à m et odologia do proj et o de pesquisa int it ulado Cidades m édias brasileiras: agent es econôm icos, reest rut uração urbana e regional, que foi aprovado pelo CNPq no Edit al Casadinho, no ano de 2007, coordenado pelas professoras Denise Elias da Universidade Estadual do Ceará e Maria Encarnação Belt rão Sposit o da Universidade Est adual Paulist a, cam pus President e Prudent e. Além de consolidar o Program a de Pós- Graduação em Geografia da Universidade Est adual do Ceará, est e proj et o t am bém visa cont ribuir para a fundam ent ação t eórico- conceit ual da noção de cidade m édia, propondo novos parâm etros m etodológicos para sua com preensão; analisar a est rut uração urbana e regional das cidades m édias, a part ir da ação de novos agent es econôm icos nos últ im os vinte anos, realizar pesquisas sobre cidades m édias em diferentes regiões brasileiras para avaliar os elem ent os que as ident ificam e aqueles que caract erizam suas especificidades; e analisar a dinâm ica socioespacial das cidades m édias brasileiras selecionadas para a pesquisa, a part ir de sucessivas e art iculadas escalas ( locais, estaduais, nacional e supranacional)9.

O cam inho m et odológico seguido para a elaboração dessa pesquisa inicia- se no levant am ent o bibliográfico de est udos que envolvem as cidades m édias, sej a de análises t eóricas, de proposição m et odológica ou est udos em píricos. Buscou-se além das referências nacionais estudos de outros paíBuscou-ses. Foram encontrados

      

8 O setor de hiperm ercados é ilustrativo dessa t endência, assim com o a expansão das franquias de todos os tipos. Nota- se, igualm ente, m udanças profundas na organização do setor m édico-hospitalar e em serviços m odernos diversos, incluindo os associados à expansão da agricultura m oderna.

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est udos de língua espanhola, francesa e inglesa, privilegiando os est udos de língua espanhola.

Após o levant am ent o bibliográfico delim it ou- se a m et odologia que seria aplicada no est udo da cidade de Uberlândia ( MG) , sendo escolhida a propost a de Sposit o et al ( 2006) , por dois m ot ivos, quais sej am : i) a m et odologia é ut ilizada pela rede ReCiMe para o est udo das cidades m édias brasileiras, sendo a base do proj et o Cidades m édias brasileiras: agent es econôm icos, reest rut uração urbana e regional; ii) sua ut ilização da m et odologia perm ite elaborar reflexões sobre a própria m et odologia, com a realização de crít icas que cont ribuem para o avanço dos estudos.

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Tam bém foram levantados dados referentes a população, no período de 1970 a 2000; m igração para no período ant erior a 1991; população ocupada por set or da econom ia ent re 1991 e 2000; população econom icam ent e at iva de 1970 a 2000; produto int erno bruto de 1999 a 2005; I m posto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços ( I CMS) para o período de 2000 a 2006; consum o de energia em 2006; efet ivo de rebanho em 2005; produção agrícola em 2006; núm ero de unidades indust riais no período de 1980 a 2005; núm ero de em presas do set or t erciário ent re 2000 e 2005.

Esses dados foram levantados no site do I nstituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( I BGE) – Censos Dem ográficos, Pesquisa Pecuária Municipal e Pesquisa Agrícola Municipal –, no sit e do I nstituto de Pesquisas Aplicadas ( I PEA) – indicadores estatísticos –, no site da Fundação João Pinheiro – produt o interno bruto –, no site da Associação Brasileira dos Atacadistas- Distribuidores ( ABAD) – inform ações referent es aos atacadistas sediados na cidade –, no Banco de Dados I nt egrados de Uberlândia – inform ações est at íst icas diversas sobre a cidade – e no Centro de Estudos, Pesquisas e Proj etos Econôm ico- Sociais do I nstituto de Econom ia da Universidade Federal de Uberlândia – indicadores econôm icos m unicipais.

A utilização de diferentes fontes de dados estatísticos possibilit a ao pesquisador levant ar m aior núm ero de inform ações referent es ao seu obj et o de pesquisa, ent ret ant o, não perm it e a ut ilização de um único período de t em po nas suas análises, j ust ificando, assim , a não hom ogeneidade t em poral na ut ilização das inform ações estatíst icas.

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algum as m et odologias para os est udos das cidades m édias. Ant es de discut ir essas m et odologias, é elaborada um a rápida apresent ação sobre o processo de urbanização m undial e brasileiro dem onst rando o significat ivo papel que as cidades classificadas com o m édias possuem nesse quadro urbano.

Para entender esses papéis, foi necessário retom ar a hist ória da origem dos estudos sobre as cidades m édias, que teve com o m arco a década de 1970 com o

VI Plano de Desenvolvim ento Econôm ico e Social do governo francês, com o

am énagem ent du t errit oire. Essa polít ica visava organizar o t errit ório francês, dim inuir o crescim ent o desordenado de Paris, com a dist ribuição m ais equilibrada das atividades, das riquezas e dos hom ens sobre o espaço nacional e regional francês. Nesse quadro urbano, as cidades m édias aparecem com o relais ent re a m et rópole, as pequenas cidades e o m undo rural ( AMORI M FI LHO, 1984; AMORI M FI LHO E SERRA, 2001; MARQUES DA COSTA, 2002) . É nesse cont ext o que surgem as preocupações acadêm icas com essas cidades. No caso brasileiro, as cidades m édias ganham destaque com o I I Plano Nacional de Desenvolvim ento, im plantado em 1975 pelo governo federal, e com o Program a Nacional de Apoio às Capit ais e Cidades de Port e Médio ( PNCCPM) , criado em 1976.

O PNCCPM é a propost a oficial do governo brasileiro para t ent ar desenvolver de form a m ais hom ogênea o t errit ório, dim inuindo a concent ração populacional e econôm ica das m et rópoles. Dest acam no cont ext o do PNCCPM os est udos de Am orim Filho ( 1984) , Am orim Filho e Serra ( 2001) , Pont es ( 2001) , Serra ( 1991) e St einberger e Bruna ( 2001) .

(31)

crit ério dem ográfico para a definição das cidades m édias, eles elaboram análises sobre os quadros econôm icos e sociais dessas cidades, apresentadas com o um a im port ant e cont ribuição m et odológica para aquele período.

Na seqüência do capít ulo são apresentados est udos e m et odologias de geógrafos brasileiros. Foram escolhidos t rês aut ores e seus respect ivos t rabalhos: Am orim Filho ( 1978, 1984) , Soares ( 1999) e Sposit o ( 2001) . A escolha desses aut ores se j ustifica de três m aneiras: i) dentro do grupo de publicações sobre cidade m édias que foram acessadas para a realização da pesquisa esses são os autores que possuem os trabalhos m ais antigos sobre a t em át ica; ii) são aut ores que sem pre est ão present es nas referências bibliográficas dos t rabalhos sobre cidades m édias; iii) são aut ores que sem pre pesquisaram e cont inuam pesquisando as cidades m édias. Os est udos desses autores foram apresentados destacando os cam inhos e propostas m etodológicas para a análise das cidades m édias.

Da m esm a form a, na últ im a part e do capít ulo são discut idas duas m etodologias est rangeiras. Foram escolhidos o proj eto Monit oreo de ciudades interm edias, pert encent e à Organização das Nações Unidas ( ONU) , e o program a

Ciudades int erm edias y urbanización m undial, da União I nt ernacional dos Arquit etos. A escolha desses trabalhos é j ustificada de quatro m aneiras: i) são t rabalhos que envolvem em suas pesquisas cidades brasileiras; ii) são proj et os de organizações int ernacionais; iii) não foi encont rado nas bibliografias brasileiras nenhum a referência ao proj et o Monit oreo de ciudades int erm edias, tornando- o inédito; iv) vários trabalhos têm com o referência o program a

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O capít ulo dois est á ligado ao segundo obj et ivo específico da pesquisa, que é de analisar a cidade de Uberlândia a part ir de um a m et odologia para o est udo de cidades m édias. A escolha, conform e apresentado e j ust ificado ant eriorm ent e foi pela propost a de Sposit o et al ( 2006) . Na prim eira part e do capít ulo são feit as a apresent ação e um a discussão da m et odologia seguida, enquant o na segunda parte são discutidos os resultados obtidos, a partir do levant am ento de dados est at íst icos e da pesquisa de cam po. Além da pesquisa em pírica, im port ant es est udos sobre a cidade de Uberlândia e a região do Triângulo Mineiro/ Alt o Paranaíba auxiliaram no ent endim ent o da cidade, est ando ent re eles: Bessa e Soares ( 2003) , Cleps Júnior ( 1998) , Cleps ( 1997 e 2005) , Soares ( 1995, 1997 e 2007) e Soares et al ( 2004) .

Baseada nas idéias dos aut ores discut idos no prim eiro e segundo capít ulo e na pesquisa em pírica na cidade de Uberlândia foi elaborada um a propost a m et odológica para o est udo das cidades m édias, present e no t erceiro capít ulo dest a dissert ação, cum prindo assim o t erceiro obj et ivo específico. A ut ilização da expressão em busca de no t ít ulo dest a dissert ação faz referência à idéia do aut or de que essa propost a não est á pront a e acabada nem deve ser a única possível, e sim , m ais um a que deve ser levada a crít ica e assim cont ribuir para os est udos das cidades m édias. Só será possível fazer apontam entos sobre ela após sua aplicação na realidade urbana para verificar se a m et odologia propost a disponibiliza elem ent os ao pesquisador para classificar um a cidade com o m édia ou não.

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Ca pít u lo 1

Cida de s m é dia s: e st u dos e m e t odologia s

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1 .1 . Con t e x t u a liza n do o t e m a

Nessa part e do t rabalho será realizada um a context ualização dos t em as explorados no capít ulo, que são o recent e processo de urbanização m undial e brasileira e a origem dos est udos das cidades m édias, no Brasil e no m undo.

1 .1 .1 . A urbanização m undial e brasileira

As t ransform ações do t errit ório brasileiro, principalm ent e aquelas ocorridas a part ir da década de 1970, criaram um a nova dinâm ica espacial no país. A m odernização da agricult ura, com a m ecanização do cam po e a im plant ação de novas tecnologias, acom panhada dos avanços t ecnológicos das indústrias, const it uíram - se nos principais elem ent os t ransform adores do t errit ório. Ent re os reflexos dessas transform ações está a intensa m igração cam po- cidade e o conseqüent e aum ent o da t axa de urbanização do país. Diant e desse quadro de transform ações socioespaciais, Santos ( 2005) afirm a que o Brasil atingiu a urbanização da sociedade e do t errit ório e dest aca que:

[ ...] a urbanização brasileira tornou- se praticam ente generalizada a partir do terceiro terço do século XX, evolução quase contem porânea da fase at ual da m acrourbanização e m etropolização. O turbilhão dem ográfico e a terciarização são fat os not áveis. A urbanização se avolum a e a residência dos trabalhadores agrícolas é cada vez m ais urbana. Mais que a separação t radicional ent re um Brasil urbano e um Brasil rural, há, hoj e, no país, um a verdadeira distinção entre um Brasil urbano ( incluindo áreas agrícolas) e um Brasil agrícola ( incluindo áreas urbanas) . No prim eiro, os nexos essenciais devem - se, sobretudo, a at ividades de relação com plexas e, no segundo, a at ividades m ais diretam ente produtivas. ( SANTOS, 2005, p. 06) .

(35)

total de 169.799.170 habitantes, sendo que 137.953.959 deles viviam nas cidades e apenas 31.845.211 no cam po. Esse retrato populacional dem onstra a im port ância das cidades no t errit ório brasileiro, concent rando 81,25% da população total do país. Entretanto, a taxa de urbanização no Brasil só atingiu t axas superiores a 50% a part ir da década de 1970, quando chegou a 55,94% . No ano de 1960, a t axa de urbanização, segundo Sant os ( 2005) , era de 45,52% , ou sej a, naquele m om ent o, a população rural ainda era superior à urbana. Diant e disso, pode ser afirm ado que a inversão dem ográfica que ocorreu no país serve com o m arco t em poral para o ent endim ent o das t ransform ações do espaço brasileiro. A Tabela 01 dem onst ra o crescim ento populacional brasileiro a part ir da década de 1970.

Tabela 0 1 – Brasil: população t ot al, urbana e rural ( 1970- 2000) .

População Pessoas Percent ual ( % )

1 9 7 0 1 9 8 0 1 9 9 1 2 0 0 0 1 9 7 0 1 9 8 0 1 9 9 1 2 0 0 0 Tot al 93.134.846 119.011.052 146.825.475 169.799.170 100 100 100 100

Urbana 52.097.260 80.437.327 110.990.990 137.953.959 55,64 67,59 75,59 81,25

Rural 41.037.586 38.573.725 35.834.485 31.845.211 44,06 32,41 24,41 18,75

Font e: Censos Dem ográficos: 1970, 1980, 1991 e 2000.

É possível perceber nessa t abela que, a part ir da década de 1970, a população rural dim inui no Brasil, o que pode ser explicado, ent re out ros m ot ivos, pela m odernização do cam po, a conseqüent e expulsão da população rural e sua m igração para as cidades. Com o resultado, tem - se o crescim ento da população urbana, at ingindo t axas de urbanização superiores a 70% a part ir de 1991.

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cam po em relação às cidades, chegando, ent re os anos de 1991 e 2000, a at ingir a t axa negat iva de 11,13% em nível nacional, enquant o a população urbana crescia, nesse m esm o período, 24,29% , ult rapassando o crescim ent o da população t ot al do país, que foi de 15,64% .

Tabela 0 2 – Brasil: evolução da população total, urbana e rural ( 1970- 2000) .

População 1 9 7 0 - 1 9 8 0 1 9 8 0 - 1 9 9 1 1 9 9 1 - 2 0 0 0

Tot al 27,78% 23,37% 15,64%

Urbana 50,39% 37,98% 24,29%

Rural - 6,0% - 7,1% - 11,13%

Font e: Censos Dem ográficos: 1970, 1980, 1991 e 2000.

Os dados apresentados na Tabela 02 confirm am que o Brasil segue um a t endência m undial de deslocam ent o de pessoas para as áreas urbanas, pois no período de 1970- 2000 a população urbana brasileira cresceu 213,04% . Essa t endência é dest acada por Bellet Sanfeliu e Llop Torné ( 2003) , quando afirm am que a part ir de 1999, cerca de 47% da população m undial vivia em áreas urbanas. Os aut ores dest acam que:

En las últim as décadas se han producido cam bios im portantes en los patrones de asentam ientos de la población en el planeta. La prim era observación que podem os realizar sobre este punto es la generalización y la rápida expansión de la urbanización a casi ya cualquier rincón del planeta, asistiéndose a un proceso de urbanización que podríam os calificar de global y acelerado. En 1950 el 29% de los habitantes del planeta vivían en ciudades, unos 750 m illones de personas. En 1999 el porcentaj e llegó a un 47% y afectaba a unos 2850 m illones de habitantes, y se prevé que durante la prim era década del siglo XXI este porcentaj e llegue a superar el 60% con unos 5000 m illones. I ncluso, y adm itiendo la fragilidad de las cifras, se puede afirm ar que entre un 45% y un 55% de la populación m undial vive act ualm ent e en asent am ient os urbanos. ( BELLET SANFELI U e LLOP TORNÉ, 2003, p. 12) .

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80% de urbanização nos seguint es países: Argent ina, Brasil, Chile, Uruguai e Venezuela ( ver Mapa 01) .

Mapa 0 1 – Mundo: população urbana ( 2000) .

Font e: Bellet Sanfeliu ( 2000, p. 02) .

Apesar do processo de urbanização ser desigual em t odo o m undo, conform e é possível ser observado no Mapa 01, algum as características se assem elham em diversos países, quais sej am : a cent ralidade urbana, a concent ração populacional e o conseqüent e crescim ent o acelerado de algum as cidades em det rim ent o de out ras.

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de urbanização m undial. Em função dessas caract erísticas, Llop Torné e Bellet Sanfeliu ( 2000) dest acam que não é possível haver equilíbrio no sist em a urbano m undial: “ La polarización y la concent ración de la populación urbana en unos pocos núcleos anula, adem ás, cualquier posibilidad de equilibrio territorial y desest abiliza el sist em a de asent am ient os” ( LLOP TORNÉ e BELLET SANFELI U, 2000, p. 338) .

O fenôm eno de polarização e concent ração de população em grandes cidades faz com que est as se localizem no t opo da hierarquia urbana, com andando, assim , t oda a rede urbana, criando um a prim azia urbana exagerada e desproporcional, principalm ent e nos países m enos desenvolvidos ( LLOP TORNÉ e BELLET SANFELI U, 1999) .

Analisando o sist em a urbano brasileiro, const at a- se que exist e um a concent ração populacional e de fluxos volt ada para a cidade de São Paulo, a m aior e a m ais im portante cidade do Brasil, sendo classificada com o m etrópole nacional e int ernacional. Nesse sent ido, a Tabela 031 perm it e observar a

concent ração populacional nas dez m aiores cidades brasileiras, no período de 1991- 2006, confirm ando a tese de Llop Torné e Bellet Sanfeliu ( 1999) de um a polarização e prim azia urbana desproporcional no t errit ório dos países m enos desenvolvidos.

Diant e dessa t abela, pode- se concluir que São Paulo é m aior, em m édia, para o período de 1991- 2006, 1,77 vezes que a segunda m aior cidade brasileira, o Rio de Janeiro. São Paulo t am bém possui um a população sem elhant e à som a das populações das cidades de Rio de Janeiro, Salvador e Fort aleza,

      

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dem onst rando, assim , o poder de sua prim azia e polarização na rede urbana brasileira.

Tabela 0 3 – Brasil: ranking dos dez m aiores m unicípios ( 1991- 2006) .

Municípios 1 9 9 1 2 0 0 0 2 0 0 6 * Tot al Ranking Tot al Ranking Tot al Ranking São Paulo 9.649.519 1º 10.434.252 1º 11.016.703 1º

Rio de Janeiro 5.480.768 2º 5.857.904 2º 6.136.652 2º

Salvador 2.077.256 3º 2.443.107 3º 2.714.018 3º

Fort aleza 1.768.637 5º 2.141.402 5º 2.416.920 4º

Belo H orizont e 2.020.161 4º 2.238.526 4º 2.399.920 5º

Brasília 1.601.094 6º 2.051.146 6º 2.383.784 6º

Curit iba 1.315.035 7º 1.587.315 7º 1.788.559 7º

Recife 1.310.259 8º 1.422.905 8º 1.688.524 8º

Manaus 1.011.501 13º 1.405.835 9º 1.515.052 9º

Port o Alegre 1.251.898 9º 1.360.590 10º 1.440.939 10º

N ot a da t abela: * Os dados referentes ao ano de 2006 foram retirados da estim ativa populacional realizada pelo I BGE, referente a prim eiro de j ulho de 2006.

Font e: Censos Dem ográficos: 1991 e 2000. Estim ativa Populacional: 2006.

Além dos dados populacionais, o estudo realizado pelo I BGE no ano de 1993, int it ulado Região de I nfluência das Cidades, dest aca t am bém a im port ância das m et rópoles brasileiras, sendo que, ent re elas, a que m ais se dest aca é a cidade da São Paulo, exercendo na rede urbana um nível de cent ralidade classificado com o m áxim o ( I BGE, 2003) .

(40)

É necessário ressalt ar que o núm ero de cidades com a população variando at é 500 m il habitant es é m uito superior ao núm ero de cidades com dez m ilhões ou m ais habit ant es, dando, assim , o carát er de concent ração populacional em algum as cidades.

Figura 0 1 – Mundo: % da população urbana ( 2000) .

Font e: Bellet Sanfeliu ( 2000, p. 05) .

Figura 0 2 – Am érica Latina: % da população urbana ( 2000) .

(41)

Llop Torné e Bellet Sanfeliu ( 1999) dem onst ram que, hist oricam ent e, a m aior part e da população m undial vivia em cidades com m enos de 500 m il habit ant es ( ver Tabela 04) . Ent ret ant o, analisando as figuras 01 e 02 e a Tabela 04, é possível concluir que, apesar da m aior part e da população m undial residir em cidades com população m enor que 500 m il habit ant es, a quant idade de pessoas resident es nas m egacidades aum ent ou 1.350% , enquant o nas cidades de at é 500 m il habit ant es o aum ent o foi de 267,35% , no período de 1950 a 1990. Percent ualm ent e, as m egacidades, que absorviam 1,2% da população urbana m undial, em 1950, passaram a absorver, no ano 2000, 9,3% dessa população. Em sentido contrário, têm - se as cidades com m enos de 500 m il habit ant es, que dom inavam , em 1950, 64,3% população urbana m undial, chegando, no ano 2000, com 50% dessa população.

Tabela 0 4 – Mundo: população urbana por classe de t am anho ( 1950- 1990) .

Classe de t am anho 1 9 5 0 1 9 7 0 1 9 9 0 Pessoas* % Pessoas* % Pessoas* %

1 0 m ilhões ou m ais 12 1,6 44 3,2 162 6,8

De 5 a 1 0 m ilhões 42 5,6 130 9,6 157 6,6

De 1 a 5 m ilhões 140 18,7 265 19,5 482 20,4

De 5 0 0 m il a 1 m ilhão 73 9,8 123 9,1 278 11,8

M enos que 5 0 0 m il 481 64,3 795 58,6 1.286 54,4

N ot a da t abela: * Em m ilhões de pessoas.

Font e: Llop Torné e Bellet Sanfeliu ( 2000, p. 338) .

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Apesar de residirem nessas cidades m ais de 60% da população urbana brasileira, est a se dist ribui em vários núcleos urbanos, sendo que no ano de 1991 eram 5.483 núcleos, com um a m édia de 13.548,73 habitantes, e, no ano 2000, 5.477 núcleos, com a m édia de 16.874,08 habitantes.

Por out ro lado, t êm - se as cidades brasileiras com m ais de um m ilhão de habit ant es, que concent ravam , em 1991, 27.123.809 pessoas, ou sej a, 24,43% da população urbana do país, e, em 2000, 33.590.175 habit ant es, o que equivalia a 24,34% da população urbana do Brasil. Apesar dos percent uais serem m enores, a m édia por núcleo urbano é m uit o superior, at ingindo o valor de 2.712.380,9 habitantes por núcleo urbano em 1991 e de 2.583.859,61 de habit ant es por núcleo urbano em 2000. Para m elhor com preensão do que foi dit o, observe a Tabela 05.

Tabela 0 5 – Brasil: população urbana por classe de t am anho ( 1991- 2000) .

Menos de 5 0 0 m il

De 5 0 0 a 1 m ilhão

1 m ilhão ou m ais

1 9 9 1

Tot al de habit ant es ( A) 74.287.691 9.579.509 27.123.809

Quant idade de núcleos ( B) 5.483 14 10

A/ B 13.548,73 684.250,64 2.712.380,9

2 0 0 0

Tot al de habit ant es ( C) 92.419.376 11.944.408 33.590.175

Quant idade de núcleos ( B) 5477 17 13

C/ D 16.874,08 702.612,23 2.583.859,61

Font e: Censos Dem ográficos: 1970, 1980, 1991 e 2000.

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conform e afirm a Pereira ( 2005) , ent ender os papéis desem penhados pelas cidades m édias nesse contexto cont ribuiu, sobrem aneira, para a com preensão da urbanização com o resultado de um processo desigual no espaço e no tem po, um a vez que essas cidades não são m ais som ente centros urbanos com funções int erm ediárias na rede urbana, m as, sim , cidades com capacidade de part icipar de relações que se estabelecem em níveis nacionais e int ernacionais, sej am cent ros urbanos de m aior ou m enor im port ância na hierarquia urbana.

1 .1 .2 . A origem dos est udos das cidades m édias

Buscando resgatar a origem dos est udos das cidades m édias, Am orim Filho ( 1984) , Am orim Filho e Serra ( 2001) e Marques da Costa ( 2002) afirm am que as principais cont ribuições para o est udo dessas cidades surgiram na década de 1970, na França, j unto com o VI Plano de Desenvolvim ent o Econôm ico e Social

( 1971- 1975) . Nesse sent ido, Am orim Filho e Serra ( 2001) afirm am que exist iam t rês m ot ivos que est avam na base das preocupações com o t em a das cidades m édias na década de 1970, quais sej am :

- a exacerbação de problem as de desequilíbrios urbano- regionais; - o agravam ento da qualidade de vida nas grandes aglom erações urbanas, bem com o o aum ento acelerado dos problem as sociais aí verificados;

- a frágil organização hierárquica das cidades, e obviam ente, o fluxo insuficiente das inform ações e das relações socioeconôm icas nas redes urbanas de m aior parte dos países do m undo, com reflexos negativos sobre o funcionam ent o dos sist em as polít ico-econôm icos ( sej am eles de orientação capitalista ou socialista) . ( AMORI M FI LHO e SERRA, 2001, p. 05) .

(44)

conhecido com o o do am énagem ent du t errit oire2 ( AMORI M FI LHO e SERRA,

2001) .

Conform e Am orim Filho ( 1984, p. 06) , o am énagem ent du t errit oire [ ...] “ result a de um a reflexão geográfica, de um a reflexão sobre a procura de um a dist ribuição m ais equilibrada das at ividades, das riquezas e dos hom ens sobre o espaço nacional e regional” .

Diante das idéias apresentadas por Am orim Filho ( 1984) e Am orim Filho e Serra ( 2001) é possível const at ar que o int eresse pelas cidades m édias, surge ent re out ros m ot ivos, relacionado com a preocupação do crescim ento desordenado de algum as cidades e a conseqüent e perda de qualidade de vida das populações residentes nelas.

Na França, vários esforços foram feit os para a aplicação dos princípios do

am énagem ent du t errit oire, principalm ent e em função do desequilíbrio que exist ia na rede urbana desse país, um a vez que Paris enfrent ava vários problem as que foram gerados pelo desequilíbrio do seu gigant ism o e pelas fragilidades urbanas e econôm icas do restant e do espaço nacional francês ( AMORI M FI LHO e SERRA, 2001) . Percebe- se, ent ão, a necessidade de investim entos em políticas de desenvolvim ento de centros urbanos que desem penhassem papéis int erm ediários na rede urbana do país, exercendo, assim , a função de núcleos descentralizadores.

De acordo com Am orim Filho e Serra ( 2001) , na prim eira et apa do program a, que acont eceu no período de 1954 a 1962, as int ervenções do

am énagem ent du t errit oire possuíam caráter set orial, ou sej a, os investim entos em indúst ria, em produção energét ica, et c. eram feit os em algum as cidades, em

      

(45)

det rim ent o de out ras. Apesar dos invest im ent os pont uais, visava- se, com isso, a descent ralização e desconcent ração t errit orial.

Buscando um a coordenação m ais eficaz dessas polít icas, foi criada na França a Délégat ion à l’Am énagem ent du Territ oire at à l’Act ion Régionale

( DATAR) , que t inha com o obj et ivo t rat ar de form a diferenciada as cidades que exerceriam papéis de art iculação do t errit ório ( AMORI M FI LHO e SERRA, 2001) .

Diant e desse quadro criado pela DATAR, em 1963, iniciou- se um período de harm onização do território, ou sej a, cidades classificadas com o “ m etrópoles de equilíbrio” ganharam dest aque na rede urbana francesa, fazendo com que Paris não figurasse m ais sozinha em t errit ório francês. Segundo Am orim Filho ( 1984) , essas cidades eram aglom erações m et ropolit anas com populações variando ent re 100 m il e um m ilhão de habitant es.

A consagração dessa polít ica de “ m et rópole de equilíbrio” se deu, de acordo com Am orim Filho ( 1984) , com o V Plano de Desenvolvim ent o Econôm ico e Social do governo francês, no ano de 1966. Desse m odo, o autor declara que:

Um a série de m edidas práticas foram tom adas em favor das oito m etrópoles de equilíbrio selecionadas, a partir de 1966: canalização de invest im ent os indust riais, instalação de num erosos equipam entos terciários ( em cert os casos transferidos de Paris) , desenvolvim ento das redes de com unicação e transportes, etc. ( AMORI M FI LHO, 1984, p. 07) .

(46)

m ais adequadas ent re as “ m et rópoles de equilíbrio” e o seu espaço regional. Nesse propósit o, Am orim Filho e Serra ( 2001, p. 07) afirm am que:

[ ...] para um a integração m ais adequada entre as m etrópoles de equilíbrio e o espaço regional a ela ligado, um certo núm ero de cidades aí localizadas deveria exercer a função de relais entre as m et rópoles de equilíbrio, as pequenas cidades e o m undo rural. Desse m odo, um a política para as cidades m édias ( que poderiam cum prir essa função de relais) era um a conseqüência lógica do aprofundam ento da orientação de descentralização e de procura por m aior equilíbrio. ( Grifos dos autores) .

Marques da Costa ( 2002) , com entando sobre os principais obj etivos do VI Plano de Desenvolvim ento Econôm ico e Social, afirm ou que para se at ingir os obj et ivos propost os – dist ribuição equilibrada de em prego, desenvolvim ent o da região oest e do país e reforço das regiões de front eira – era necessário um suport e t errit orial que [ ...] “ dependia da exist ência de um a rede urbana equilibrada e para qual era fundam ent al o reforço das cidades m édias.” ( MARQUES DA COSTA, 2002, p. 104) . A aut ora ainda afirm a que [ ...] “ as cidades m édias se inscreviam na continuidade das polít icas das ‘m et rópoles de equilíbrio’ cuj o aparecim ent o não se podia conceber num context o isolado, quer no plano da produção, quer no consum o, nos serviços e em out ros aspect os.” ( MARQUES DA COSTA, 2002, p. 104) .

Assim , percebe- se que as cidades m édias exerciam papéis de int erm ediação no sist em a urbano francês, funcionando, com o afirm ou Am orim Filho e Serra ( 2001) , com o relais, evit ando o crescim ento desordenado das grandes cidades e a defasagem das pequenas e gerando, assim , m aior hom ogeneidade do t errit ório.

Nesse sentido, o Com it é d’Ést udes et de Liaison des I nt érêt s Bret ons

(47)

t errit ório francês. Para Marques da Cost a ( 2002) , o parecer apresent ado afirm ava o seguinte:

[ ...] a im portância de um a rede de cidades m édias no sentido de controlar o seu crescim ento, de ordenar os seus espaços e de acentuar a com plem entaridade das funções. O estabelecim ento das relações depende da existência de vias de com unicação e de conhecim ento de que os espaços urbano e rural serão encarados com o com plem entares e não com o unidades opostas. ( MARQUES DA COSTA, 2002, p. 104) .

Out ro im port ant e est udo sobre as cidades m édias francesas foi o realizado por Joseph Laj ugie, no ano de 1974, e publicado em form a de livro com o seguinte nom e: Les villes m oyennes. Nesse est udo, o referido aut or apresent ou duas part es dist int as: na prim eira dest acou a im port ância das cidades m édias para a rede urbana francesa, ressalt ando o oferecim ent o de um a qualidade de vida superior aos seus habit antes; na segunda quest ionou a viabilidade de um a política pública volt ada para as cidades m édias ( MARQUES DA COSTA, 2002) . Apesar dessa dualidade, Marques da Costa ( 2002) afirm a que, de acordo com o est udo realizado por Laj ugie ( 1974) , as cidades m édias francesas deveriam apresentar as seguintes caract erísticas para a im plantação de políticas públicas específicas volt adas a elas:

- constituir centros de em prego industrial e terciário alternativo às grandes cidades para a população que m igre dos territórios rurais envolventes;

- oferecer aloj am ento e equipam ent os colect ivos à população que chega e reside na cidade;

- dispor de serviços públicos ( educação, saúde, cultura, desporto, lazer) capazes de oferecer aos seus habitantes qualidade de vida urbana;

- possuir m eios de com unicação que não só assegurem a sua ligação aos níveis m ais elevados da hierarquia urbana, com o tam bém ao espaço rural envolvente;

(48)

Assim , const at a- se, m ais um a vez, a im port ância das cidades m édias, observando seus papéis de int erm ediações na rede urbana, na desconcent ração e descent ralização do capit al e no oferecim ent o de m elhor qualidade de vida para os seus habit ant es.

É nesse m esm o cont ext o de desconcent ração populacional, de capit al e de fluxos que surge no Brasil, na década de 1970, o Program a Nacional de Apóio às Capit ais e Cidades de Port e Médio ( PNCCPM) . Esse program a foi um a iniciat iva da Com issão Nacional de Polít ica Urbana e com punha o I I Plano Nacional de Desenvolvim ent o ( I I PND) , im plant ado em 1975, durant e o governo m ilit ar brasileiro.

Segundo St einberger e Bruna ( 2001) , foi com o I I PND que surgiu a prim eira polít ica urbana nacional brasileira, que t inha com o base para suas propost as as seguint es quest ões:

- a velocidade acelerada do processo de urbanização que gerou um a sociedade predom inantem ente urbana;

- o desequilíbrio do sistem a urbano com o a m etropolização

prem atura, a proliferação de grandes aglom erados urbanos e a pulverização de pequenas cidades, sem um núm ero de cidades

m édias para dar equilíbrio ao conj unto, além de um a distribuição

espacial concentrada no litoral; e

- as cidades com o núcleos concentradores de riqueza, m as com o locais onde os problem as urbanos assum iam grandes dim ensões, a exem plo da desigualdade na distribuição dos equipam entos urbanos. ( Grifos das autoras) ( STEI NBERGER e BRUNA, 2001, p. 43- 44) .

(49)

est rut uração do sist em a urbano, alm ej ando m aior eficácia das funções exercidas pelas cidades e a elevação dos padrões de urbanização e de qualidade de vida das populações ( STEI NBERGER e BRUNA, 2001) . Para isso, era necessário:

[ ...] a im plem entação de regiões m etropolitanas; a identificação das funções a serem cum pridas pelas m etrópoles nacionais e regionais; e a definição de pólos secundários. [ ...] um a análise da polít ica perm it e const at ar que t al estratégia era a desconcentração e a interiorização. A par disso, foram sugeridas com o estratégias regionais: a desconcentração intra- regional na região Sudeste, a ordenação do sistem a urbano do Sul, a dinam ização da base econôm ica das m etrópoles regionais do Nordeste e a prom oção da urbanização das áreas de ocupação recente das regiões Norte e Centro- Oeste. ( Grifo das autoras) ( STEI NBERGER e BRUNA, 2001, p. 43- 44) .

As est rat égias regionais t raçadas pela Com issão Nacional de Polít ica Urbana

do I I PND, apont adas por St einberger e Bruna ( 2001) , t am bém foram t rabalhadas por Pont es ( 2001) . Em seu t ext o, a aut ora indica que essas est ratégias foram proj et adas no nível das m acrorregiões brasileiras e previam que:

Na região Sudeste previa- se:

- a coordenação dos investim entos em infra- estrutura e a regulam entação do uso do solo nas regiões m etropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, de m odo a conter a taxa de crescim ento dessas m etrópoles e induzir à descentralização das atividades produtivas, particularm ente das indústrias, para centros periféricos de m édio porte que apresentassem potencialidades locacionais; - o planej am ento da expansão e reforço da infra- estrutura urbana das cidades beneficiárias da desconcent ração funcional int ra-regional, com atuação preferencial sobre os núcleos urbanos com m ais de 50.000 habitantes;

- a dinam ização das funções urbanas de apoio às atividades agropecuárias e agroindustriais desem penhadas por cidades de m édio e pequeno porte.

Na região Sul pretendia- se alcançar:

- a dinam ização e prom oção das atividades de planej am ento integrado, infra- estrutura urbana e equipam ento social, atuando, preferencialm ente, nos centros urbanos com população superior a 50.000 habitantes.

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- ao crescim ento das atividades produt ivas e à m elhoria na infra-estrutura funcional e no equipam ento social das capitais dos estados e dos pólos secundários regionais;

- à dinam ização dos núcleos urbanos regionais que exerceriam ou viriam a exercer funções de polarização do desenvolvim ento regional através de apoio às at ividades produt ivas e dos invest im ent os em infra- est rutura urbana e equipam ento social. A esses núcleos caberia im portante função na contenção do processo m igratório e no apoio às atividades agropecuárias e agroindustriais.

Nas regiões Norte e Centro- Oeste, a estratégia tentaria:

- a prom oção dos núcleos urbanos de ocupação, estrategicam ente selecionados ao longo das grandes rodovias de integração nacional, bem com o em função das potencialidades sub- regionais para o desenvolvim ento agropecuário, agroindustrial e agrom ineral. ( PONTES, 2001, p. 569- 570) .

É nesse cont ext o hist órico apresent ado por St einberger e Bruna ( 2001) e Pont es ( 2001) que surgiu, j unt o à im plant ação do I I PND, o Program a Nacional de Apoio às Capit ais e Cidades de Port e Médio, criado no ano de 19763.

Tal program a t inha com o obj et ivos: i) propiciar novos pólos de desenvolvim ent o; ii) desconcent rar a população e as at ividades econôm icas; iii) criar novos em pregos; iv) reduzir disparidades de renda.

Para isso, foram t raçados os seguint es pressupost os: i) exist ência de relações ent re a aglom eração e o desenvolvim ent o; ii) possibilidade de concent rar os invest im ent os governam ent ais.

Para alcançar tais obj etivos, de acordo com o os pressupost os estabelecidos, um m ét odo deveria seria ser t raçado, que foi o seguint e: i) concent rar ações do governo; ii) at ingir cert os níveis de est rut ura urbana; iii) at ingir det erm inada escala nas aglom erações.

Diant e de t udo isso, os cent ros urbanos foram classificados de duas form as:

      

Imagem

Tabela 0 1  – Brasil:  população t ot al, urbana e rural ( 1970- 2000) .
Tabela 0 3  – Brasil:  ranking dos dez m aiores m unicípios ( 1991- 2006) .
Tabela 0 4  – Mundo:  população urbana por classe de t am anho ( 1950- 1990) .
Tabela 0 5  – Brasil:  população urbana por classe de t am anho ( 1991- 2000) .
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