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Educação Em Saúde: um olhar da equipe multidisciplinar na atenção primária / Health Education: A multidisciplinary team look at primary care

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Academic year: 2020

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Educação Em Saúde: um olhar da equipe multidisciplinar na atenção primária

Health Education: A multidisciplinary team look at primary care

DOI:10.34117/bjdv6n4-014

Recebimento dos originais: 01/03/2020 Aceitação para publicação: 01/04/2020

Tallys Iury de Araújo

Enfermeiro. Pós-graduado em Saúde da Família pela Universidade Regional do Cariri (URCA). Diretor Administrativo Geral do Hospital Maternidade Doutor Rigoberto Romero de Barros (H. M.

R. R. B).

Rua Martins Teixeira, 606 - Centro - Amontada – CE, CEP: 62540-000

E-mail: tallysiurydearaujo@hotmail.com

Janayle Kéllen Duarte de Sales

Discente do Curso de Graduação em Enfermagem.

Instituição: Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (UNILEÃO) Av. Leão Sampaio km 3 - Lagoa Seca, Juazeiro do Norte – CE, CEP: 63040-005

E-mail: janayleduarte@gmail.com

Crisângela Santos de Melo

Enfermeira. Pós-graduanda em Saúde da Família pela Universidade Regional do Cariri (URCA); e Urgência, Emergência e Unidade de Terapia Intensiva pela Faculdade Integrada de Patos (FIP)

Integrante do Grupo de Pesquisa sobre Envelhecimento e Saúde Coletiva - GPESC Instituição: Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (UNILEÃO)

Av. Leão Sampaio km 3 - Lagoa Seca, Juazeiro do Norte – CE, CEP: 63040-005 E-mail: crisyahho@hotmail.com

Francielton de Amorim Marçal

Discente do Curso de Graduação em Enfermagem.

Membro da Liga Acadêmica de Enfermagem em Saúde da Família e Comunidade-LAESFC Integrante do Grupo de Pesquisa sobre Envelhecimento e Saúde Coletiva – GPESC

Instituição: Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (UNILEÃO) Av. Leão Sampaio km 3 - Lagoa Seca, Juazeiro do Norte – CE, CEP: 63040-005

E-mail: francielton_if@hotmail.com

Hercules Pereira Coelho

Discente do Curso de Graduação em Enfermagem.

Integrante do Grupo de Pesquisa sobre Envelhecimento e Saúde Coletiva – GPESC Instituição: Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (UNILEÃO) Av. Leão Sampaio km 3 - Lagoa Seca, Juazeiro do Norte – CE, CEP: 63040-005

E-mail: herculesleon_01@yahoo.com

Dennis Rodrigues de Sousa

Discente do Curso de Graduação em Enfermagem.

Membro da Liga Acadêmica de Enfermagem em Saúde da Família e Comunidade-LAESFC Instituição: Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (UNILEÃO)

Av. Leão Sampaio km 3 - Lagoa Seca, Juazeiro do Norte – CE, CEP: 63040-005 E-mail: dennis_pabx@hotmail.com

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Paloma Ingrid dos Santos

Discente do Curso de Graduação em Enfermagem.

Membro da Liga Acadêmica de Enfermagem em Saúde da Família e Comunidade-LAESFC Integrante do Grupo de Pesquisa sobre Envelhecimento e Saúde Coletiva – GPESC

Instituição: Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (UNILEÃO) Av. Leão Sampaio km 3 - Lagoa Seca, Juazeiro do Norte – CE, CEP: 63040-005

E-mail: palomaingrid320@gmail.com

Andréa Couto Feitosa

Enfermeira. Mestre em Ciências da Saúde (FMABC).

Orientadora da Liga Acadêmica de Enfermagem em Saúde da Família e Comunidade- LAESFC Membro do Grupo de Pesquisa sobre Envelhecimento e Saúde Coletiva - GPESC

Docente do Curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (UNILEÃO)

Instituição: Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (UNILEÃO) Av. Leão Sampaio km 3 - Lagoa Seca, Juazeiro do Norte – CE, CEP: 63040-005

E-mail: andreafeitosa@leaosampaio.edu.br

RESUMO

As práticas educativas em saúde são fundamentais no processo de trabalho das equipes da Atenção Primária à Saúde (APS), sendo desenvolvidas, sobretudo, com base na transmissão de informações e na persuasão do público-alvo. O estudo tem como objetivo conhecer a ótica da equipe multiprofissional sobre educação em saúde na APS. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo com abordagem qualitativa. O mesmo foi desenvolvido em Unidades Básicas de Saúde da Família (UBASF), em um município da região do Cariri, Ceará. A pesquisa foi realizada entre os meses de fevereiro a novembro de 2018. A pesquisa foi constituída por 11 (onze) profissionais, sendo 7 (sete) enfermeiros, 1 (um) médico e 3 (três) odontólogos, após adotados os critérios de inclusão e exclusão. De acordo com os resultados obtidos, em relação à caracterização sociodemográfica dos participantes da pesquisa, observou-se que 73.2% (n=8) possuíam idade na faixa etária compreendida entre 31 a 50 anos, 81.8% (n=9) dos participantes eram do sexo feminino, 64% (n=7) casados, 64% (n=7) eram enfermeiros, 46% (n=5) tinham acima de 12 anos de tempo de formação e 64% (n= 7) entre 1 a 4 anos de tempo de serviço na unidade. Quanto aos momentos que realizam educação em saúde, as falas dos entrevistados apontaram ser no consultório, em atendimentos aos pacientes, nas salas de esperas, em rodas de conversas, palestras e reunião. Dessa forma, infere-se que a educação em saúde é uma das principais portas de entrada para o desenvolvimento da promoção em saúde de forma equânime e integral.

Palavras-chave: Educação em Saúde. Equipe Multidisciplinar. Sistema Único de Saúde. ABSTRACT

Health education practices are fundamental in the work process of Primary Health Care (PHC) teams, being developed, above all, based on the transmission of information and persuasion of the target audience. The study aims to know the perspective of the multiprofessional team on health education in PHC. This is an exploratory, descriptive study with a qualitative approach. It was developed in Basic Family Health Units (UBASF), in Juazeiro do Norte, Ceará. The survey was conducted between February and November 2018. The survey consisted of 11 (eleven) professionals, 7 (seven) nurses, 1 (one) physician and 3 (three) dentists, after inclusion criteria were adopted. and exclusion. According to the results obtained, in relation to the sociodemographic characterization of the research participants, it was observed that 73.2% (n = 8) were aged between 31 and 50 years, 81.8% (n = 9) of the participants were 64% (n = 7) married, 64% (n = 7) were nurses, 46% (n = 5) had more than 12 years of training and 64% (n = 7) between 1 and 4 years of service time in the unit. As for the

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moments that provide health education, the interviewees' speeches pointed out to be in the office, in patient care, in the waiting rooms, in conversation wheels, lectures and meetings. Thus, it is concluded that health education is one of the main entry points for the development of health promotion in an equitable and integral way.

Keywords: Health education. Multidisciplinary team. Unified Health System. 1 INTRODUÇÃO

A estruturação, a organização dos serviços, o contínuo desenvolvimento e valorização dos trabalhadores da saúde na Atenção Básica (AB) representam um dos maiores desafios à implantação e fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Por esse motivo, dá-se a importância do trabalho desses profissionais na implementação das políticas de saúde e na geração de mudanças do modelo assistencial (SILVA et al., 2017).

De acordo com os autores supracitados, os modelos de gestão da AB com viés fragmentado precisam transcender para um padrão que valorize as condições de trabalho, a gestão de pessoas, a utilização de tecnologias, o trabalho integrativo pela equipe multiprofissional, com ênfase no planejamento e, principalmente, na implantação de programas de educação permanente.

O sistema de saúde enfrenta o desafio de implementar uma Atenção Primária à Saúde (APS) de qualidade, em um país com muitas diferenças socioeconômicas e sérias desigualdades no acesso à saúde. As equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) despendem custos efetivos, no entanto, à atual situação econômica e política do país, e a reforma do sistema de saúde no Brasil, durante as últimas duas décadas, estão sob ameaça (STEIN; FERRI, 2017).

As práticas educativas em saúde são fundamentais no processo de trabalho das equipes da APS, sendo desenvolvidas, sobretudo, com base na transmissão de informações e na persuasão, com ênfase em adoecimentos. Essas práticas ancoram-se no modelo tradicional de educação em saúde, caracterizado pelo ensino e orientações acerca dos agravos de saúde e recomendações de comportamentos considerados certos ou errados (SOARES et al., 2017).

Embora o modelo tradicional predomine, é possível identificar práticas educativas em saúde na APS que buscam superá-lo, a partir do uso de diferentes estratégias pedagógicas, como a arte e o teatro. Entende-se por estratégias pedagógicas as condições que permitem o acesso a processos de ensino e aprendizagem, compreendendo ferramentas que favorecem ampliação de conhecimentos e produção de sentidos (SOARES et al., 2017).

Os profissionais de saúde assumem uma responsabilidade para além de sua prática clínica, tendo como foco o fortalecimento das pessoas e da comunidade em sua capacidade de tomar decisões e agir favoravelmente em prol da saúde. Ações comunitárias como um dos campos da promoção da saúde, salientam que o desenvolvimento das comunidades se dá por meio do apoio social e do

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fortalecimento de sua capacidade de autonomia, a partir dos recursos humanos, materiais e ambientais que essas disponibilizam.

Configura-se a relevância desse estudo, visto que educação em saúde possui uma proposta metodológica de educação problematizadora a partir de vivências significativas dos profissionais, com vistas à transformação das práticas de saúde, na perspectiva da integralidade, do trabalho em equipe, da cidadania e da autonomia dos sujeitos envolvidos (trabalhadores e usuários).

Diante da problemática abordada, surgiram os seguintes questionamentos: Qual o perfil sociodemográfico dos participantes do estudo? Quais as estratégias utilizadas pelos profissionais de saúde frente ao desenvolvimento da educação em saúde? Quais as dificuldades e facilidades encontradas para adoção de práticas de educação em saúde?

O presente estudo justifica-se pela necessidade de se verificar o desenvolvimento multiprofissional das práticas de educação em saúde nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), com intuito de avaliar a procedência da educação em saúde e como os profissionais de saúde interpolam diante das propostas descritas e problemas apresentados.

Acredita-se que o estudo irá contribuir sustancialmente para o conhecimento dos acadêmicos e profissionais da área, bem como, para a melhoria da promoção a saúde, a assistência prestada e para a realização de estudos vindouros.

O mesmo objetivou conhecer a ótica da equipe multiprofissional sobre educação em saúde na APS.

2 MATERIAL E MÉTODO

Trata-se de um estudo exploratório, descritivo com abordagem qualitativa realizado nas UBSF em um município da região do Cariri, Ceará. A escolha do local para efetivação da pesquisa ocorreu de modo a vislumbrar a importância da APS como porta de entrada do usuário no SUS, onde a população estudada atua profissionalmente, e principalmente com a educação em saúde. A pesquisa foi realizada entre os meses de fevereiro a novembro de 2018.

A pesquisa foi constituída por 11 (onze) profissionais da área de saúde, sendo 7 (sete) enfermeiros, 1 (um) médico e 3 (três) odontólogos das equipes de ESF, do município supracitado. Como critérios de inclusão utilizou-se: ser enfermeiro, médico e/ou odontólogo, que trabalhem nas equipes de saúde da família há mais de 1 ano, ser efetivo e que aceitem participar da pesquisa assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e o Termo de Consentimento Pós-Esclarecido (TCPE).

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O instrumento utilizado para coleta de dados foi um roteiro de entrevista semiestruturada, a qual após a elaboração da mesma, realizou-se um pré-teste para verificar a consistência das questões elaboradas.

A entrevista se estabeleceu com a abordagem do profissional nos dias (segundas, quartas e quintas-feiras), no horário vespertino, turno este de escolha visto que no mesmo ocorre uma redução na demanda de pacientes facilitando que os participantes respondessem o instrumento sem incômodo externo.

A escolha das ESF norteou-se pelo sorteio aleatório, sendo escolhida 01 (uma) unidade de saúde de cada distrito, sendo um total de 07 (sete) distritos.

Como método para apresentação dos resultados qualitativos foi utilizado, o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) que tem como fatores primordiais os depoimentos sob a forma de diversos discursos em síntese. Após, o processo de apreciação dos dados foram realizadas leituras de conteúdo e uma compilação flutuante, resultante na construção de categorias temáticas.

Com a finalidade de assegurar o anonimato dos participantes no fornecimento das informações, utilizou-se codinomes de cantores para cada um deles.

A presente pesquisa obedeceu às exigências da Resolução Nº 466, de 12 de dezembro de 2012, que regulamenta os aspectos éticos e legais das pesquisas que envolvem seres humanos (BRASIL, 2012).

Ressalta-se em tempo que a mesma possui a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer nº. 3.237.446.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para atender os objetivos propostos pelo estudo, inicialmente, caracterizou-se os participantes da pesquisa a partir das variáveis: idade, sexo, estado civil, categoria profissional, tempo de graduação e tempo de serviço, atribuindo o perfil sociodemográfico, conforme expresso na tabela 1

Tabela1 - Distribuição dos participantes segundo perfil sociodemográfico nas unidades básicas de saúde da família, em

Juazeiro do Norte-CE, 2018 Variável n % IDADE 21-30 3 27 31-40 4 36.6 41-50 4 36.6 Total 11 100 SEXO n % Masculino 2 18 Feminino 9 81.8 Total 11 100

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ESTADO CIVIL n % Solteiro 4 36 Casado 7 64 Total 11 100 CATEGORIA PROFISSIONAL n % Enfermeiro 7 64 Médico 1 9 Odontólogo 3 27 Total 11 100 TEMPO DE GRADUAÇÃO n % 1-4 3 27 5-8 2 18 9-11 1 9 12 - > 5 46 Total 11 100 TEMPO DE SERVIÇO n % 1-4 7 64 5-8 1 9 9-11 3 27 Total 11 100

Fonte: Pesquisa direta, 2018

Na tabela 1 foi evidenciado que cerca de 36,6% dos profissionais entrevistados possuíam a idade entre 21 a 50 anos. A análise do estudo de Moreira et al. (2016) ao avaliar o perfil sociodemográfico de trabalhadores da ESF envolvendo 8 enfermeiros e 7 médicos caracterizou que cerca 31,3 % dos participantes possuíam idade até 30 anos, corroborando portanto, com os achados desta pesquisa.

Bublitz et al. (2015) ao verificar o perfil sociodemográfico de acadêmico e docentes de enfermagem de quatro instituições brasileiras encontrou que há predomínio de 84,5% dos participantes do sexo feminino e que esse percentual é justificado pelo objeto de trabalho na saúde o qual o cuidado historicamente atribuído é a população feminina, corroborando com a pesquisa que apresentou 81.8% dos profissionais do sexo feminino.

No tocante ao estado civil foi possível observar uma prevalência 64% de profissionais casados. Ferreira et al. (2015) ao caracterizar o contexto do trabalho dos profissionais da ESF verificou que 64,1% dos entrevistados eram casados com situação conjugal estável, contribuindo, dessa forma, com estudo em questão.

Silva et al. (2016) ressalvam que o casamento para profissionais da saúde é de extrema importância, pois além de promover mudanças no estilo de vida, a família serve de apoio, satisfação pessoal, contribuindo na diminuição do estresse e favorecendo o bom exercício da profissão.

Em relação à categoria profissional, a pesquisa apontou que 64% eram enfermeiros, convergindo com o estudo de Nogueira; Cunha (2018) no qual acredita que seja um dos valores do enfermeiro a apropriação dos conhecimentos pedagógicos para que possa deflagrar ensinamentos em

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espaços maiores, e não apenas o institucional, portanto o enfermeiro se torna um profissional bastante acessível em pesquisas em saúde.

Chazan et al. (2016) exprimem que os profissionais médicos são agentes fundamentais para organização e bom funcionamento do SUS, esperando-se uma maior observação crítica destes profissionais para que impulsione mais a responsabilidade em atuarem em um sistema que tenha como base a equidade, universalidade e integralidade. Esse critério foi demonstrado através do que se observa na tabela 1, onde apenas um profissional médico se dispôs a responder o questionário.

Os odontólogos somaram 27 % dos entrevistados, ou seja, apenas 3 profissionais da população total do estudo. Barros et al. (2016) destacam em sua pesquisa sobre o impacto da implantação da equipe de saúde bucal na AB e da necessidade de investigações que abordem a pesquisa na área, bem como a utilidade de refletir sobre indicadores sociodemográficos para explicar diferenças dos profissionais na ESF.

Quanto ao tempo de formação acadêmica, cerca de 46,6 % dos entrevistados são formados há 12 anos. Segundo Ribeiro; Pontes e Silva (2017), a interação de interdisciplinaridade e diálogo interprofissional são impactos que devem ser considerados na formação do aluno, preceitos esses que devem ser levados em consideração nos saberes do cotidiano na atuação profissional da APS.

O tempo de serviço na unidade foi de 64% dos participantes que atuavam no serviço de 1 a 4 anos. Os estudos de Ilha et al. (2016) remetem que o vínculo formado entre profissional-usuário é um requisito para ESF e significa estreitar diálogos um com outro, como também refere a ampliação de acontecimentos e vivências diárias tornando o profissional mais susceptível com escuta mais qualificada.

A educação em saúde é um dos principais dispositivos para viabilizar e efetivar a promoção da saúde, pois fortalece o desenvolvimento da responsabilidade individual e coletiva para a prevenção de agravos. Dessa forma, surgiu a necessidade de compreender as vivências da equipe multiprofissional na atenção primária à saúde sobre sua participação na educação em saúde.

A seguir, algumas das falas são apresentadas pelos profissionais da área de saúde, no intuito de melhor demonstrar os resultados encontrados nesta pesquisa:

Categoria Temática 1: Momentos em que realizam educação em saúde.

Quando questionados os entrevistados sobre os momentos que realizam educação em saúde, as respostas obtidas permitiram verificar a deficiência da aplicabilidade da mesma no serviço, de acordo com os relatos que seguem:

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“Consultório, atendimentos, sala de esperas, rodas de conversas, palestras e reunião”. (Amy, Sia, Michael, Nando e Lana) “Encontros a cada 15 dias”. (Johnny)

“Mensalmente em escolas da rede publicas por ocasião do programa saúde na escola (PSE) e periodicamente na UBS e por solicitação da secretaria de saúde por tema de campanha especifico ou em conjunto planejamento da equipe do PSF”. (Cazuza)

“Realizo educação em saúde em todos os momentos oportunos de contato com o paciente e sempre que identifico um problema na área. Grupos de gestantes, idosos, hipertensos e etc. De acordo com a necessidade”. (Cássia e Bethânia)

“Realizo atividade constante em salas de espera com o número significado de pessoas, em reuniões semanais com o NASF/ CRAS e até mesmo de maneira individual no atendimento”. (Lady)

“Geralmente de acordo com o cronograma onde vejo maior quantidade de pessoas para o tema que irá ser abordado”.(Renato)

Rotineiramente, o processo de ensino aprendizagem em saúde baseia em construção de saberes por meio de uma intervenção interdisciplinar, onde busca-se uma postura mais crítica e com poder de transformação da realidade. Costa et al. (2015) sugere no seu estudo a necessidade de utilização de metodologias ativas inovadoras que conectem o usuário e esclareçam a problemática do processo.

No Programa Saúde na Escola (PSE), a atuação multiprofissional é um aspecto importante para a efetividade das suas ações, sendo proposto pela APS a participação dos diversos profissionais no atendimento às necessidades de saúde da população mediante múltiplos olhares, desenvolvendo nos setores o compartilhamento de metas obtidas de forma articulada (MEDEIROS et al., 2018).

Silva et al. (2014) apresentou que os estudos sobre saúde foram considerados pelos sujeitos como produto das explicações e orientações oferecidas pelos profissionais, principalmente, no grupo de hipertensos e diabéticos realizado pela equipe da ESF. A educação em saúde é favorecida pelas atividades em grupo, na medida em que essa modalidade promove o aprofundamento das discussões referentes às questões de saúde, facilitando a construção coletiva e individual de saberes.

No que se referem às estratégias utilizadas pelos profissionais de saúde no intuito de melhorar a educação em saúde, muitos relataram ser comumente utilizada às palestras, rodas de conversa e dinâmicas em grupos, como declarado nos discursos a seguir:

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Quando questionados os participantes da pesquisa sobre as estratégias utilizadas frente ao desenvolvimento da educação em saúde, seguem as falas:

“Palestras, cartazes, roda de conversa, dinâmica em grupo”. (Nando, Johnny e Lana)

“Busco ver a base das doenças e trabalho direto com a mesma”. (Michael)

“Utilizamos carro de som, vacinação, exames citopatológicos, teste rápido”. (Lady)

“Me reúno com as agentes de saúde para divulgar na área a data que será realizado o evento, tentando algo dinâmico e que interesse a população”. (Renato)

“Conscientização da população com relação a importância da saúde”. (Amy)

“Fazer educação em saúde não é fácil, vem desde de uma cultura, então chocar a comunidade com dados (números), como também realizar comemorações como dia das mães, natal, sempre oferecendo lanches, brindes e etc. Sempre usamos de algum artificio”. (Cássia)

As diversas atividades educativas podem utilizar inúmeros artifícios para o repasse do conteúdo, o que é caracterizado pelo estudo de Alves et al. (2013) em que apontam as palestras, através da semana de saúde; mesa redonda: risco no manuseio, participação na I Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho; reuniões rápidas nos setores clínicos com os funcionários da enfermagem e reuniões com funcionários da higienização, tornando um instrumento necessário na obtenção dos dados recolhidos durante o processo de pesquisa.

Heiddman et al. (2018) em seu estudo demonstrou que os profissionais esclareceram conhecer determinados indicadores sociais saúde e citaram práticas que visam equidade no processo, como o oferecimento café da manhã, serviços de higienização pessoal além de cuidados individuais que cada usuário necessitava, conseguindo integrar à realidade com artifícios que favoreçam o desenvolvimento e a qualidade de vida

Os autores Alves et al. (2017) trazem que metodologias ativas são formas interativa na formação de um profissional crítico-reflexivo. Sendo assim, esses mesmos profissionais que serão responsáveis por continuar as ações similares nas suas vivências. É de fundamental importância às capacitações docentes segmentadas, no exercício da prática reflexiva, de forma a que sejam capazes de estimular no aluno o exercício dos questionamentos norteadores.

Ainda se percebe que existe uma incompreensão sobre o que é educação em saúde, modelos curatívistas ainda sendo perpetuados, e sobretudo, o desentendimento e prática de metodologias ativas.

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Ao final, pôde-se perceber que são realizadas inúmeras formas de estratégias para realizar educação em saúde por esses profissionais, podemos observar na próxima categoria como facilidades para essa adesão.

Categoria temática 3: Facilidades encontradas para adoção de práticas de educação em saúde

Quando questionado os participantes da pesquisa sobre as facilidades encontradas para adoção de práticas de educação em saúde, foi possível considerar que a participação da comunidade nesse processo é de fundamental importância, sendo imprescindível que toda a equipe de saúde se aproprie das temáticas a serem abordadas durante uma sessão educativa, bem como a necessidade de parcerias para que o progredimento suceda. Vejam os relatos que se seguem:

“Adesão da população, sempre tem interesse e disponibilidade para participar”. (Sia, Lana, Bethânia e Amy)

“Melhoria de qualidade de vida ao longo prazo”. (Michael) “Quando a ação é voltada para o profissional médico a população adere mais.[...] Carro de som, quando solicitamos coordenação”. (Lady)

“Colaboração da equipe de saúde ou do corpo docente das escolas”. (Cazuza)

“Conhecimentos nos assuntos”. (Johnny)

“O que facilita é abordar o tema de acordo com o cronograma em que os pacientes já estejam na unidade para se consultarem. Ex: Dias de pré-natal, puericultura, Diabetes”. (Renato)

No tocante ao acesso ao serviço de saúde a visita domiciliar se enquadra como uma facilidade, assim como a possibilidade de os profissionais chegarem ao atendimento dos usuários mais necessitados. Heiddman et al. (2018) ressaltaram a humanização e interesse dos profissionais das equipes na atuação das práticas e realização das atividades. Ainda destacou apoio da coordenação e a multidisciplinaridade do Núcleo de Apóio a Saúde da Família (NASF) nas intervenções das unidades.

Um fator determinante para a facilidade da aplicação da informação é o grau de conhecimento dos profissionais. Fernandes et al. (2017) destacam que diante as demandas de agravos a situações de saúde o conhecimento multidisciplinar e interpessoal é responsável por estruturar o processo direcionando as atividades para a promoção e proteção da saúde.

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O “empoderamento” da comunidade, para que ela seja protagonista de sua própria história tem sido um termo que entrou para o jargão das políticas públicas e dos analistas, neste novo milênio (GOHN, 2004).

Diante das falas de muitos dos entrevistados, a participação da comunidade nesse contexto, é de grande importância para adesão da educação em saúde, sabe-se que a educação em saúde é um método indispensável para obtermos a promoção em saúde. Facilidades citadas pelos profissionais que não são impossíveis de alcançar, bastando empenho de todos para que se concretizem essas práticas.

Ao analisar essas facilidades, adentra-se na próxima categoria sobre as dificuldades vistas dessas condutas.

Categoria temática 4: Dificuldades encontradas para adoções de práticas de educação em saúde.

Quanto às dificuldades na realização das práticas na educação em saúde, os participantes do estudo, de forma direta e objetiva, evidenciaram a baixa adesão da população as práticas ofertadas no sistema, bem como dificuldade na obtenção de recursos materiais para desenvolver as práticas de educação em saúde e de parcerias com a gestão. A seguir, os relatos apresentados evidenciam essa ideia:

“Falta de interesse da população”.(Michael, Johnny, Renato, Lady, Nando)

“Falta de recursos materiais. [...] Parceria com a gestão”. ( Lana, Sia, Amy, Cazuza, Cássia)

“Envolver e engajar toda a equipe de saúde na realização das ações educativas”. (Bethânia)

A pesquisa de Souza; Esperidião; Medina (2017) refere que escassez de recursos financeiros e materiais didáticos aliados à ausência de tempo entre os profissionais para que ocorra o planejamento do funcionamento das atividades acarreta uma execução limitada de diversas atividades, ressaltando também que ausência de processos de capacitação dificulta a consolidação das pesquisas em saúde.

Os desafios enfrentados para adoção de práticas de educação em saúde encontram-se no estudo de Reis et al. (2016) no qual destacam que os gestores do SUS devem articular a estratégia saúde da família como modelo reorganizador da atenção primária à saúde, responsabilizando-o quanto ao acompanhamento e supervisão das práticas desenvolvidas, visando a superação dos

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impasses, assegurando a uniformidade das ações e qualificando o gerenciamento dos serviços de saúde.

Pode-se perceber que os profissionais que relataram no quesito facilidades sobre a participação da comunidade na educação em saúde, não foram os mesmos que narraram sobre a dificuldade em relação à falta de interesse da população. Isso aprimora ainda mais a análise diante da pesquisa na importância dessas pessoas no processo de construção da educação em saúde. É necessário o empenho de todos, desde o usuário que usa o serviço até a gestão que o administra, esse pertencimento da educação em saúde.

4 CONCLUSÃO

Dentre os elementos primordiais da esfera da APS, a educação em saúde, visa um leque de informações e formas de ser realizada nos diversos âmbitos de trabalho da equipe multiprofissional.

De acordo com a análise do perfil dos participantes do estudo, foi possível perceber que a maior parte dos entrevistados está na faixa etária entre 31 a 50 anos, são do sexo feminino, casadas, sendo a maior categoria profissional composta por enfermeiras. Ressalta-se que a maioria dos participantes possui o tempo de formação acadêmica acima de 12 anos, e seu tempo de serviço na unidade equivale entre 1 a 4 anos.

Percebeu-se que uma considerável parte dos entrevistados tinham dúvidas sobre a temática apresentada, havendo necessidade de questionar ao pesquisador a mesma pergunta clara e objetiva do roteiro de entrevista. Tudo isso, talvez, por pouca execução das atividades de educação em saúde. A limitação do estudo se deu devido aos horários de atendimento da equipe multiprofissional, como também a resistência de alguns em responder a pesquisa.

Esta pesquisa possibilitou perceber a importância da educação em saúde na APS, uma vez que nela é evidenciada as falas dos profissionais relatando a importância desde os usuários até mesmo a gestão do serviço.

Nesse contexto, dado a importância da educação em saúde, torna-se fundamental entender sua influência frente uma melhoria na qualidade de vida da população, utilizando-se metodologias ativas para traçar um perfil de sociedade e profissionais multiplicadores de saberes.

REFERÊNCIAS

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Tabela 1 - Distribuição dos participantes segundo perfil sociodemográfico nas unidades básicas de saúde da família, em  Juazeiro do Norte-CE, 2018  Variável  n  %  IDADE  21-30  3  27  31-40  4  36.6  41-50  4  36.6  Total  11  100  SEXO  n  %  Masculino

Referências

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