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Exposição ocupacional a citostáticos e efeitos sobre a saúde

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w w w . e l s e v i e r . p t / r p s p

Artigos

de

revisão

Exposic¸ão

ocupacional

a

citostáticos

e

efeitos

sobre

a

saúde

Alexandra

Suspiro

e

João

Prista

DepartamentodeSaúdeOcupacionaleAmbiental,EscolaNacionaldeSaúdePúblicaUniversidadeNovadeLisboa,UniversidadeNovade Lisboa,Lisboa,Portugal

informação

sobre

o

artigo

Palavras-chave: Citostáticos

Exposic¸ãoocupacional Efeitosparaasaúde

r

e

s

u

m

o

Oscitostáticossãogenotóxicosenãocompletamenteseletivosparaascélulas neoplási-cas,podendoafetarogenomadascélulasnormais.Estácomprovadaasuagenotoxicidade em modelosexperimentais e doentestratados com quimioterapia.Os profissionais de saúderesponsáveispelasuapreparac¸ãoeadministrac¸ãoapresentamriscodesofrerefeitos adversosparaasaúde,tendosidocomprovadopordiversosestudoshavercontaminac¸ão generalizadadoambientee desuperfíciesde trabalho.Osprocedimentosdeseguranc¸a e equipamentos de protec¸ão individual têm sido insuficientes paraevitar a absorc¸ão, evidenciadaporquantidadesmensuráveisdecitostáticosnaurina,eoaumentode indi-cadoresbiológicosdegenotoxicidade.Sãorevistososefeitosparaasaúdedecorrentesdesta exposic¸ão.

©2011EscolaNacionaldeSaúdePública.PublicadoporElsevierEspaña,S.L.Todosos direitosreservados.

Occupational

exposure

to

anticancer

drugs

and

adverse

health

effects

Keywords: Anticancerdrugs Occupationalexposure Healtheffects

a

b

s

t

r

a

c

t

AnticancerdrugsshareDNA-damagingpropertiesaffectingnotonlytarget-cells,butalso nontumourcells.Itsgenotoxicityhasbeendemonstratedinexperimentalmodelsandin cancerpatientstreated withchemotherapy.Healthcarepersonnelinvolvedinthe pre-parationandadministrationoftheseagentsareatriskforadversehealtheffects,since environmentalsamplingstudiesdemonstratedwidespreadcontaminationofwork surfa-cesandutensils.Adherence tosafetyguidelinesandproper useofpersonalprotective equipmentareinsufficienttopreventsignificantabsorption,evidencedbythepresenceof detectableamountsofdrugsinurinesamplesandincreasedfrequencyofgenotoxicity bio-markers.Theevidenceregardingadversehealtheffectsonworkersoccupationallyexposed toanticanceragentsisreviewed.

©2011EscolaNacionaldeSaúdePública.PublishedbyElsevierEspaña,S.L.Allrights reserved.

Autorparacorrespondência.

Correioeletrónico:a.suspiro@ensp.unl.pt(A.Suspiro).

0870-9025/$–seefrontmatter©2011EscolaNacionaldeSaúdePública.PublicadoporElsevierEspaña,S.L.Todososdireitosreservados. doi:10.1016/j.rpsp.2011.12.002

(2)

Osfármacosantineoplásicossãocadavezmaisutilizados quernaterapêuticadedoenc¸asmalignasquercomintuitos profiláticos(terapêuticaadjuvante)enumespetrocrescente depatologiabenigna(doenc¸asautoimunes,doenc¸as inflama-tóriascrónicasdoforogastroenterológicooureumatológico, entre outras). Têm em comum o facto de poderem lesar ogenoma celular(efeitogenotóxico). Idealmente,deveriam afetarapenas ascélulas neoplásicas; os fármacos disponí-veis,noentanto,emboraafetempreferencialmenteascélulas malignas,sãorelativamenteinespecíficos,afetando simulta-neamente o genoma das células normais econdicionando assimefeitosadversosparaasaúdequerdosdoentestratados querdosprofissionaisdesaúdeaelesexpostos.

A genotoxicidadedos citostáticos tem sido evidenciada por estudos in vitro em diversos tipos de células. Yamada (2000)1,porexemplo,demonstrouaexistênciadeaberrac¸ões cromossómicas e de mutac¸ões induzidaspela exposic¸ão a 5citostáticosnumalinhacelularlinfoide.Boos2estudouos efeitosdosinibidoresdatopoisomeraseiisobrecélulas linfoi-desderatinhoeverificouqueestesinduziramumaumento da frequênciademicronúcleos edograu delesão doADN medidopelocomet assay.Aydemir3 avaliou osefeitos geno-tóxicos da gemcitabina in vitro sobre linfócitos humanos utilizando o teste de aberrac¸ões cromossómicas e o teste de troca de cromátides irmãs (Sister Chromatid Exchange -SCE), tendoverificado que induz umaumento significativo deambosemtodasasconcentrac¸õestestadas.Numestudo maisrecente,demonstrou-sequeoetoposidopartilhacomo metabolitodobenzenohidroquinonaacapacidadedeoriginar endorreduplicac¸ãocromossómica(amplificac¸ãodoADNsem adivisãocelularcorrespondente),mecanismoquepodelevar ahiperploidia4.

A genotoxicidade dos citostáticos tem sido também demonstrada in vivo em modelos de ratinho, nomeada-mente sobre as células hematopoiéticas da medula óssea (aumentoda frequênciadeaberrac¸õescromossómicasede micronúcleos)5,6 esobreas célulasespermáticas (aneuploi-dia eaberrac¸ões cromossómicas estruturais, detetadas por hibridizac¸ãoinsitu)7.

Existem ainda estudos evidenciando a genotoxicidade dos citostáticos em doentes com cancro tratados com estes agentes, traduzida num aumento da frequência de micronúcleos8–11 e no aumento do grau de lesão do ADN medidopelocometassay12.

Emprofissionaisexpostosacitostáticos,váriaspublicac¸ões referem uma frequência aumentada de diversos indicado-res biológicos de genotoxicidade como sejam aberrac¸ões cromossómicas13–18, troca de cromátides irmãs15,17,19–21, micronúcleos19,22,23, lesão do ADN detetada por comet

assay24–28emutac¸ões29,30,geralmenteavaliadasemlinfócitos dosangueperiférico.

Exposic¸ão

ocupacional

a

citostáticos

Paraalémdosdoentescomcancro,expostosaefeitos genotó-xicossobreascélulasnormaisporinerênciadaterapêutica da sua patologia, determinados grupos profissionais estão expostos, pelas exigências da sua atividade de trabalho, a estesfármacos.Destacam-seosprofissionaisdeenfermagem,

responsáveispelaadministrac¸ãodaterapêuticacitostática,e osprofissionaisdasfarmáciashospitalares,responsáveispela suapreparac¸ão.

A exposic¸ão profissional parece ocorrer preferencial-mente por via cutânea, resultante da manipulac¸ão direta dosfármacos oucontacto comsuperfíciese equipamentos contaminados31,32. Diversos estudos confirmam que existe contaminac¸ãogeneralizadadassuperfíciesdetrabalho, pare-des, pavimentos, roupas de vestir e de cama de doentes tratadoserecipientesquecontêmoucontiveramsecrec¸ões eexcrec¸õesdestesemtodasassituac¸õesdetrabalho,querao níveldapreparac¸ãopelostécnicosdefarmáciaqueraonívelda administrac¸ãopelosprofissionaisdeenfermagem(quadro1). Os doentestratadoseliminamquantidadesimportantes de citostáticos através das secrec¸ões e excrec¸ões após a tera-pêuticaeconstituemassimumapossívelfonteadicionalde contaminac¸ão31.Fransman32,porexemplo,demonstrou exis-tirem quantidades significativasde citostáticos nas roupas de camade doentestratados,justificando arecomendac¸ão dequeestassejamtransportadasemseparadoesujeitasa pré-lavagem antes de serem misturadas com as restantes roupas33.

Apesarda utilizac¸ão,atualmentequasegeneralizada, de câmarasdefluxolaminarvertical,demonstrou-sequeexiste contaminac¸ão das superfícies exteriores da câmara e de zonasrelativamentedistantes,resultantequerdadispersão aérea do agente quer de transferência pormãos e objetos contaminados34.Foidetetadacontaminac¸ãodeparedes, pavi-mentos,bancadasedosmaisdiversosequipamentoseobjetos de trabalho. Cavallo35, por exemplo,detetoucontaminac¸ão no exterior das bombasinfusoras, nos brac¸osdas cadeiras usadas para administrar os citostáticos e nas tampas dos contentoresderesíduos.Brouwersetal.36,numestudo con-duzido em7farmáciashospitalares holandesas,detetaram contaminac¸ãoem94%dasamostrasprovenientesdediversas superfícies,nomeadamentenoexteriordascâmarasdefluxo laminar,pavimentos,trincosdasportas,manípulosdos siste-masdetransferênciadecitostáticoseprateleirasdaszonasde armazenamento.

A introduc¸ão das atuais ampolas seladas representou uma melhoria substancial emrelac¸ão ao uso das antigas, que tinham de ser quebradas para extrac¸ão do conteúdo. No entanto, a superfície externa destas ampolas está fre-quentemente contaminada, contribuindo para a exposic¸ão cutânea a estes agentes37,38. Touzin38, por exemplo, dete-tou contaminac¸ãoexternacom ciclofosfamidaem13de 20 ampolasanalisadas.Algumassoluc¸õesdecitostáticospodem permearasseringas,passandodiretamenteparaasmãosdo trabalhador39.Foidetetadaaindacontaminac¸ãodasuperfície exteriordasembalagenscontendocitostáticos,antesda aber-tura,sugerindoqueénecessáriaaprotec¸ãomesmoduranteo desembalamento39.

Amaiorpartedosestudosdescrevemníveismais eleva-dosde contaminac¸ãonas zonas depreparac¸ão em relac¸ão às de administrac¸ão40,41, mas a frequência de amostras positivas é frequentemente semelhante41. Nas zonas de administrac¸ão, alguns estudos sugerem diferenc¸as entre o ambulatório (hospital de dia) e o internamento (enfer-maria), associando-se este último a maiores níveis de contaminac¸ão42.

(3)

Quadro1–Estudosdacontaminac¸ãodoarambienteedesuperficies/equipamentosdetrabalho

Autores País Anopublic. Fármacosestudados Parâmetrosambientaisavaliados Resultado Sessink Holanda 1992 CF,IF,5-FU,MTX Arambiente(amostras

estacionáriaseindividuais); Superfícieseobjetosdetrabalho, incluindoluvas

-+

Sessink Holanda 1997 CF,IF,5-FU,MTX Arambiente(amostras estacionáriaseindividuais); Superfícieseobjetosdetrabalho, EPIs(luvasemáscaras)

+ +

Nygren Suécia 1997 Derivadosplatina Arambiente(amostras individuais)

Superfíciesdetrabalho

-+ Minoia Itália 1998 CF,IF Arambiente;Superfícies;luvas,

batas,máscaras Contaminac¸ãocutânea

++ +(geral) Connor EUAeCanadá 1999 CF,IF,5-FU Superfícieseobjetosdetrabalho,

pavimentos

+ RubinoeFloridia Itália 1999 MTX,5-FU,CIT,GEM Superfíciesdetrabalho +

Fransman Alemanha 2004 CF Luvas

Contaminac¸ãocutânea

+ +(mãos) Mason ReinoUnido 2005 CF,IF,MTX,Cisplatina Arambiente(amostras

estacionáriaseindividuais); Superfíciesdetrabalhoe pavimentos;luvas(interior)

-+

Cavallo Itália 2005 5-FU Superfícieseobjectosdetrabalho Connor EUA 2005 CF,IF,5-FU Superfícieexteriorfrascosde

citostáticos

+ Mason ReinoUnido 2005 CF,IF,MTX Arambiente

Superfíciesdetrabalho,luvas

-+ Roberts ReinoUnido 2006 CF,5-FU,doxorrubicina Superfíciesdetrabalho + Ursini Itália 2006 CF,IF,5-FU

CITeGEM

Superfíciesdetrabalho EPIs(luvas,mascaras,batas)

+ + Brouwers Holanda 2007 Derivadosplatina Superfíciesdetrabalho

epavimentos

+ Fransman Holanda 2007 CF,IF,5-FU,MTX,

Citarabina, Gemcitabina, Clorambucil

Roupasdecama +

Hedmer Suécia 2008 CF,IF Superfíciesdetrabalho epavimentos

+ Castiglia Itália 2008 CF,IF,5-FU Superfícieseobjetosdetrabalho,

pavimentos

+ Touzin Canadá 2008 CF Superfícieexternadosfrascos

contendocitostáticos

+(13/20) Schierl Alemanha 2009 5-FU,derivadosplatina Superfíciesdetrabalho

epavimentos

+ Touzin Canadá 2009 CF,IF,MTX Superfíciesdetrabalho + Connor EUA 2010 CF,IF,5-FU Arambiente(amostras

estacionáriaseindividuais) Superfíciesdetrabalho

-+ Villarini Itália 2010 CF Superfíciesdetrabalho

Contaminac¸ãocutânea

+ + Maeda Japão 2010 CF,IF Superfíciesdetrabalho + Yoshida Japão 2011 CF,5-FU,GEM,derivados

platina

Arambiente

Superfícieseobjetosdetrabalho

+ + CF:ciclofosfamida;IF:ifosfamida;5-FU:5-fluoruracilo;MTX:metotrexato;CIT:Citosinaarabinosido;GEM:Gemcitabina.

Poroutrolado,existemdadosqueindiciamquediversas dasmedidas deprevenc¸ão utilizadastêm eficácialimitada. Aeficiênciadascâmarasdefluxolaminarverticaltemsido contestada,particularmenteparaaciclofosfamida,quepode vaporizaràtemperaturaambiente,originandopartículas infe-riores aos poros dos filtros HEPA (High Efficency Particulate

Air)31.Demodomaissignificativoainda,todasasluvastêm reveladoemtrabalhosexperimentaisserempermeáveisaos citostáticos. Nos anos 80, Connor43 estudou a permeabili-dade de luvas de látex e de PVC à carmustina everificou que todas apresentavampermeac¸ão aos90 minutos, suge-rindo que a protec¸ão oferecida é insuficiente. Os mesmos

(4)

resultados obtiveramLaidlaw44, que estudou a permeabili-dadedeluvasdelátexePVCa20agentescitostáticos,tendo demonstradohaverpermeac¸ãoatodoseles,comuma intensi-dadedependentedaespessuradasluvas.Colligan45estudou, tambémemcondic¸õesexperimentais,apermeabilidadedos mesmos 2tipos de luvas à ciclofosfamida everificou que osprimeiros sinais de permeac¸ãoocorreram aos10 minu-tosnocasodasluvasdelátexeaos20minutosnocasodas luvasde PVC.Num estudomaisrecente, foitestada a per-meabilidadede13tiposdiferentesdeluvas(incluindolátex, PVC,nitrilo eneopreno) adiversos citostáticos,tendo sido demonstradoque,apósumahora,todososmateriais apre-sentavampermeac¸ão,baixamassignificativa,apelomenos umdoscitostáticostestados46.Estapermeabilidadedasluvas aos citostáticos é evidenciada também pelos estudos em trabalhadoresdesaúdequedemonstraramexistirem níveis significativosdecitostáticosnasuperfícieinteriordasluvas, emcontactodiretocom apele25,32,47–50.Também ointerior dasmáscarasebatasutilizadaspodeapresentarníveis dete-táveisdestesagentes,contribuindoparaaexposic¸ãocutânea dostrabalhadores25,48,49.

Osprodutosdelimpezautilizadosnemsempresãoeficazes naneutralizac¸ãodecitostáticosdeusocomum,comosejama ciclofosfamidaeo5-fluoruracilo51.

Aatestarqueestacontaminac¸ãogeneralizadadas super-fícieseequipamentosdetrabalhoresultaemcontaminac¸ão cutâneadosprofissionais expostos, estão osdiversos estu-dosemquefoidemonstradaapresenc¸adecitostáticosem diversasregiõescorporais,sobretudoaoníveldasmãos28,32,49. Estes achados demonstram que, efetivamente, os proce-dimentos de seguranc¸a e os equipamentos de protec¸ão individual são insuficientes para prevenir a exposic¸ão cutânea, com consequente risco de absorc¸ão por esta via.

Apesar de parecer, pelos dados disponíveis, de menor importância,aviainalatóriapoderádesempenharumpapel adicionalnalgunscasos.Algunscitostáticos,comoa ciclofos-famida,podemvaporizarà temperaturaambiente31. Deter-minadostiposdemanipulac¸ão(transferênciadeformulac¸ões líquidascom seringasob pressão,utilizac¸ão de preparados sólidossobaformadepóouesmagamentodecomprimidos) podemgeraraformac¸ãodeaerossóisoupoeirassuscetíveis deserem inalados31. Nalgunsestudosefetuadoscom bom-bas de amostragemindividual, foi detetada apresenc¸a de citostáticos no ar ambiente, embora este achado não seja tãofrequentenemtãogeneralizadocomoacontaminac¸ãode superfícies48,49,52.

Paraalémdaexposic¸ãocrónicaabaixasdoses,aexposic¸ão acidentalaelevadasquantidadesdecitostáticospode cons-tituirumafontenãonegligenciáveldedoseinterna. Assim, umestudorecentedeKopjar17revelouqueumapercentagem significativadostrabalhadoresreferiaepisódiosdeexposic¸ão agudarelacionadacomquebra/roturadeampolasesacosde citostáticos(43%),derramedoseuconteúdo(39%)oupicadas comcortantescontaminados(13%).

Estaexposic¸ão,predominantementeanívelcutâneoede forma secundária por via inalatória, associa-se a absorc¸ão significativa destes agentes. Tal é evidenciado por diver-sos estudos utilizando biomarcadores de exposic¸ão e que demonstram consistentemente a presenc¸a de citostáticos

oudosseusmetabolitosnaurina25,28,35,41,47,49,52–60.Havendo absorc¸ãoedoseinterna,haverápotencialmenteriscode efei-tosadversosparaasaúde.

Efeitos

adversos

para

a

saúde

Os doentestratadoscom citotóxicosdesenvolvem frequen-tementeefeitostóxicosagudos(mucosite,alopécia,diarreia, citopénias);aexposic¸ãoocupacional,noentanto,nãotemsido associadaaestetipodeefeitos,excetonocontextode aciden-tesenvolvendoquantidadeselevadasdefármaco31.

Algunsestudosparecemindiciarque,emcondic¸ões par-ticulares, algunsprofissionais expostospoderão apresentar umaprevalênciaaumentadadealgunssintomasatribuíveis a toxicidadeagudados citostáticos.No iníciodosanos90, umestudorealizadonosEUA61refere,numgrupode enfer-meirasexpostasacitostáticos,umaprevalênciasuperiorde diversossintomas(gastrointestinais,neurológicos,alérgicos, sistémicos)relacionadacomumapossível toxicidadeaguda doscitostáticos,estandoonúmerodesintomasassociadoà intensidadedeexposic¸ãocutânea(avaliadapelonúmerode dosesmanipuladaepelautilizac¸ãoounãodeluvasdurante amanipulac¸ão).Maisrecentemente,umestudorealizadopor Krstev62naSérviaanalisou186enfermeirasexpostasa fárma-cosantineoplásicosporcomparac¸ãocomumgrupocontrolo de 77 enfermeiras não expostas. Foi constatada, no grupo exposto,umafrequênciasignificativamentemaiorde sinto-mas como alopécia (OR = 7,14), rash cutâneo (OR = 4,7) e sensac¸ãodelipotímia(OR=4,78),comumaregressão significa-tivanosfinsdesemana(OR=4,78).Numestudosemelhante oriundo daPolónia, Walusiak63 refere,em104profissionais expostos e 103 controlos não expostos, uma prevalência aumentadadealopécianogrupoexposto(50,6%versus10,7%). Na interpretac¸ão destes resultados, deve ter-se em considerac¸ãoqueestes3estudospodemtraduzirrealidades particularesnãogeneralizáveisàmaiorpartedosambientes detrabalhoatuais.Porexemplo,oestudodeValanis61incluíu profissionaisexpostasnosanos70einíciodosanos80,antes daimplementac¸ãogeneralizadadasmedidaspreventivas atu-almenteemvigornamaiorpartedoslocaisdetrabalhodos EUA, queocorreuemmeadosdosanos80.Osprofissionais incluídosnoestudosérviodeKrstev62,porseulado,não esta-vamemgrandeparteabrangidosporestasmedidas,referindo osautoresqueapenas38%utilizavacâmarasdefluxo lami-narparaapreparac¸ãodoscitostáticos,57%máscaras(embora 82%referissemusarluvas)equenamaiorpartedoslocaisde trabalhonãoexistiamprocedimentosescritosnem contento-resespecíficosparamaterialcontaminado.Oestudopolaco deWalusiak63nãoreferedadossuficientesparaseaferirem as condic¸ões da atividade de trabalho.Numa meta-análise recente64,emqueforamanalisadostodososestudos publica-dosaté2004,foiconsideradonãoexistiremdadossuficientes paracalcularoriscodeefeitosagudosemprofissionais expos-tosacitostáticos.

Tendoemcontaagenotoxicidadecomumatodosos fár-macos antineoplásicos, osefeitos alongoprazo quemaior investigac¸ão têm merecido prendem-se com o aumento daincidênciadedeterminadostiposdecancroecomos pos-síveisefeitossobreareproduc¸ãoeodesenvolvimento.

(5)

Quadro2–FármacosantineoplásicosclassificadospelaIARCquantoàsuacarcinogenicidade(vols1-100,revisto agosto/2010)

Fármaco Classificac¸ãoIARC Referência Tumores(GrupoI)

ActinomicinaD 3 Vol10(1987)

Adriamicina(doxorrubicina) 2A Vol10(1987)

Amsacrina 2B Vol76(2000)

Azacitidina 2A Vol50(1990)

Bleomicina 2B Vol26(1987)

Busulfan 1 Vol4(emprep) LMA

Clorambucil 1 Vol26(emprep) LMA

Cisplatina 2A Vol26(1987)

Ciclofosfamida 1 Vol26(emprep) Bexiga

Dacarbazina 2B Vol26(1987)

Daunomicina 2B Vol10(1987)

Etoposido 1 Vol76(emprep) LMA

5-fluoruracilo 3 Vol26(1987)

Hidroxiureia 3 Vol76(2000)

Isofosfamida 3 Vol26(1987)

Melfalan 1 Vol9(emprep) LMA

Merfalan 2B Vol9(1987)

Metotrexato 3 Vol26(1987)

MitomicinaC 2B Vol76(2000)

Mitoxantrona 2B Vol76(2000)

MOPP;outrosregimescontendo alquilantes

1 Vol7(1987) LMA

Teniposido 2A Vol76(2000)

Treossulfan 1 Vol26(emprep) LMA

Vinblastina 3 Vol26(1987)

Vincristina 3 Vol26(1987)

Grupo1:carcinogénicoparaohomem;Grupo2A:provavelmentecarcinogénicoparaohomem;Grupo2B:possivelmentecarcinogénicoparao homem;Grupo3:nãoclassificávelquantoàsuacarcinogenicidadeparaohomem;Grupo4:provavelmementenãocarcinogénicoparaohomem; LMA:leucemiamieloideaguda;MOPP:Mostardanitrogenada+Oncovina+Procarbazina+Prednisona

Carcinogenicidade

DeacordocomaIARC(InternationalAgencyforResearchon Can-cer),7fármacoscitotóxicospossuemevidênciasuficientepara seremconsideradoscarcinogénicosparaoHomem(quadro2), combasenoriscode cancrode doentestratados.Esta evi-dênciainclui asassociac¸õesentreterapêuticacom agentes alquilantesouinibidoresdatopoisomeraseIIeleucemia mie-loideagudaeentreterapêuticacomciclofosfamidaeneoplasia dabexiga.Combasenestasassociac¸ões,Sessink54 publicou nosanos90,umtrabalhoextremamenteinteressantevisando calcularoriscoteóricodecancroemprofissionaisexpostosa ciclofosfamida,oagenteantineoplásicosobreoqualexistem maisdadosdisponíveisnaliteratura.Teveemcontaosdados demodelosanimais,oriscodetumoressecundáriosem doen-testratadoscom ciclofosfamidaeosvaloresdisponíveisde marcadoresbiológicosdeexposic¸ão(ciclofosfamidaurinária) emprofissionaisdesaúdeexpostos.Porextrapolac¸ão,estimou umriscoaumentado,semelhanteparaaleucemiaeparao carcinomadabexiga,de1,4a10casos/milhão/ano.

Leucemiamieloide

Diversos agentes alquilantesisolados (bussulfan, melfalan, clorambucil, treossulfan) ou em associac¸ão como o MOPP (Mostardanitrogenada+Oncovina+Procarbazina+ Predni-sona)eoutrosesquemassimilares,bemcomooinibidorda

topoisomeraseIIetoposido,estãoclassificadospelaIARCno grupoIpelasuaassociac¸ãocomleucemiamieloideaguda.O aumentodaincidênciadesíndromemielodisplásica(SMD)e deleucemiamieloideaguda(LMA)apósterapêutica antine-oplásica está descrito desde osanos 7065 efoi confirmada por estudosposteriores66,67. Assíndromes mielodisplásicas eleucémiaspós-terapêuticarepresentam10-15%dototalde casoseestãodescritasapós terapêuticacomagentes alqui-lantesecominibidoresdatopoisomeraseII68.Estaterapêutica associa-seaumriscodeSMDeLMA100vezessuperioraoda populac¸ãogeral68.Globalmente,aLMApós-terapêutica res-pondepioraotratamentodoqueaLMAdenovoeapresenta pior prognóstico.Em termos clínicosecitogenéticos, estão descritos2tiposdeLMApós-terapêutica68,69:a)aLMA associ-adaaosalquilantes,caracterizadaporumperíododelatência médiode5-7anos,porterumSMDantecedenteepor apre-sentar delec¸ão completaouparcial docromossoma 5e/ou docromossoma7ecujorisco estárelacionadocomadose cumulativadeterapêuticaalquilante;b)aLMAassociadaaos inibidoresdatopoisomeraseII,caracterizadaporumperíodo delatênciamédiode2anos,porausênciadeumSMD ante-cedenteeporapresentartranslocac¸õesequilibradasdobrac¸o longodocromossoma11envolvendoogeneMLL(Mixed Line-ageLeukemia),localizadoem11q23,cujoriscoéindependente dadosecumulativadeterapêutica.

Noquedizrespeitoaumpossívelaumentodaincidência destassíndromas hematológicasemprofissionais desaúde expostosacitostáticos,existemalgunsdadospublicadosque

(6)

sãosugestivosdumaassociac¸ão,emboraseestejalongede umarelac¸ãocomprovada.Nosanos90,Skov70publicouum trabalhoemqueforam estudadasenfermeirasdeunidades deoncologia(275)versusoutrasenfermeiras(765),tendosido detetadoumaumentosignificativodoriscodeleucemia mie-loidenasprimeiras (RR=10,65),emboraapenasàcustade 2casos(1LMAe1LMC).Estudosposterioresmaisalargados, debasepopulacional,descrevemumaumentodamortalidade porleucemiamieloide emprofissionais de saúde71–74, mas emnenhum delesfoiavaliadaespecificamenteaexposic¸ão acitostáticos.Aexposic¸ãodosprofissionaisdesaúdeaoutros agentes possivelmente leucemogénicos (radiac¸ões ionizan-tes,formaldeído,gasesanestésicos, óxidodeetileno) torna impossível estabelecer relac¸ões etiológicas com base nes-tes estudos. De acordo com estas limitac¸ões dos dados publicados,Dranitsaris64consideranasuameta-análiseque não existem dados suficientes para calcular um risco de cancro de causa ocupacional em trabalhadores expostos a citostáticos.

Neoplasiadabexiga

Outra associac¸ãobemestabelecida é ada terapêutica com ciclofosfamidaeriscodeneoplasiadabexiga.Aciclofosfamida éumagentealquilantecomelevadatoxicidadeparaoepitélio vesical,originandoquerefeitosagudos(cistitehemorrágica) queraumentoalongoprazodoriscodeneoplasiadabexiga. Aprevalênciadeneoplasiadabexigaemdoentestratadoscom ciclofosfamidaatingeos10%aos11-16anoseamaiorparte dostumoressãocarcinomasdecélulasdetransic¸ão,embora estejamdescritostiposhistológicosmaisraros75.Nãoexiste, no entanto, do nosso conhecimento, nenhuma publicac¸ão comincidênciaaumentadadestaneoplasiaemprofissionais expostosacitostáticos.

Outrasneoplasias

Foi sugeridotambém aumentodo riscode outrostipos de cancro para além dos referidos, que seriam à partida os expectáveiscombasenosefeitosdescritosemdoentes tra-tadoscomcitostáticos.Nofinaldosanos90,umestudode caso-controlo76,emboradepequenasdimensões(59casose 118 controlos), sugere umaumento do risco de cancro da mamaemenfermeirasdeoncologia(OR=1,65).Mais recente-mente,Ratneretal.77etal.descrevem,numestudodecoorte demaiordimensão(56.213enfermeiras),umaumentoda inci-dênciadeneoplasiadamama(RR=1,83paraIC=95%)e,no subgrupodasprofissionaiscommaiorexposic¸ão,decancrodo reto(RR=1,87paraIC=95%).

Efeitos

sobre

a

reproduc¸ão

e

desenvolvimento

Osagentesantineoplásicossãosimultaneamentecitotóxicos egenotóxicos para ascélulas germinais.Os possíveis efei-tos incidem, por um lado, sobre a capacidade reprodutiva (reduc¸ãoda fertilidadeou mesmoesterilidade, transitórias ou definitivas, aumento do risco de anomalias genéticas da linha germinal, com possível impacto a longo prazo sobreadescendência)e,poroutro,sobreodesenvolvimento,

imediatooualongoprazo,defetosouembriõesdiretamente expostos.

Efeitossobreacapacidadereprodutiva

Atoxicidadedoscitostáticosparaascélulasgerminais,tanto masculinascomofemininas,éconfirmadapordiversos mode-losanimais7,78–80.Relativamenteàscélulasgerminais mascu-linas,osagentesalquilantessãomutagénicosparatodosos estádiosdematurac¸ão,emboranãoparec¸amocasionar aneu-ploidia ou translocac¸ões cromossómicas transmissíveis78. Os derivadosdaplatina podeminduziraberrac¸ões cromos-sómicas, também transitórias e sem repercussão sobre a descendência80.Osalcaloidesdavincainterferemcomofuso mitótico eoriginam elevadastaxas de aneuploidia,que ao nívelda linha germinalmasculinaseparecemtraduzirem citotoxicidadeparaosespermatócitosprimários80.Os inibido-resdatopoisomeraseiisãopotentesindutoresdeanomalias cromossómicas, tendo sido demonstrado, num modelo de ratinho7,queoetoposidonãoinduzaberrac¸ões cromossó-micasnascélulasgerminaismasculinas,comoestascélulas podemtransmitiraslesõesàdescendência,resultandonum espermacomníveispersistentementeelevadosdeanomalias cromossómicas, tanto numéricas como estruturais, muitos anosapóstercessadoaexposic¸ãoaoagente.TambémPalo81 demonstrou, para o antimetabolito citosina-arabinosido, a induc¸ão de aberrac¸ões cromossómicas das células germi-naismasculinas,algumasdasquaistransmitidasàscélulas maduras.Relativamenteàscélulasgerminaisfemininas,os agentesalquilantestêmsidoassociados,emmodelosanimais, aabortoespontâneo80,enquantoqueosderivadosdaplatina podeminduzirmutac¸õesletais,conduzindoamorte embrio-náriaprecoce80.Aexposic¸ãodecélulasgerminaisfemininasa alcaloidesdavincatemsidoassociada,tambémemmodelos animais,amalformac¸õesfetaisresultantesdafecundac¸ãode óvulosaneuploides80.

Efeitos adversossobreareproduc¸ãoestãobemdescritos emdoentestratados.Nohomemestãodescritasesterilidade (geralmente transitória) e anomalias genéticas dos esper-matozoides, embora tal não parec¸a traduzir-se em efeitos adversossobreasfuturasgravidezes82.Osagentesalquilantes, emparticular,sãoextremamentecitotóxicosparaascélulas germinaismasculinas,causandodeplec¸ãoouaplasiado epi-téliogerminaldostestículoscomaconsequenteoligospermia ouazoospermia,queapresentambaixataxaderecuperac¸ão a longoprazo80. Na mulher, aterapêutica com citostáticos associa-se,comalgumafrequência(dependendodoesquema terapêuticoedaidade efunc¸ão ováricada mulher)a insu-ficiência ovárica e menopausaprematura82. Os alquilantes sãotambémaquiparticularmentetóxicos,provocandofibrose ováricacomdeplec¸ãodefolículoseoocitos,acompanhadosde taxaelevadadeinfertilidade80.Muitasmulheres,noentanto, recuperam a fertilidade e, ao contrário do sugerido pelos estudosanimais,estasgravidezesnãoapresentamaumento da frequênciade aborto nemde malformac¸ões congénitas quandocomparadascomasdapopulac¸ãoemgeral82. Efeitossobreodesenvolvimento

Após administrac¸ão materna, a maior parte dos agen-tes citostáticos atingem o embrião/feto em concentrac¸ões

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significativas,umavezqueaplacenta nãorepresentauma barreira eficazcontra estes agentes80. A exposic¸ão in utero a citostáticos tem efeitos imediatos comprovados sobre o desenvolvimento embrionário e fetal, que vão depender, em parte, da idade gestacionária. A exposic¸ão muito pre-coce, logo após a concec¸ão, quando o embrião apresenta umarelativaresistênciaaosefeitosteratogénicosdos citos-táticos, traduz-se habitualmente em morte embrionária e aborto espontâneo80. Da exposic¸ão durante o período de organogénese, quedecorre durante o primeiro trimestre, é expectávelquepossamsurgirmalformac¸õesfetais.Osefeitos teratogénicos do metotrexato, por exemplo, são relativa-mentebemconhecidos:aexposic¸ãopré-natalaesteagente, durantefasescríticasda embriogénese(operíodomais crí-ticopareceocorrer entreas6 eas8semanas), causauma síndromecaracterísticacommúltiplasmalformac¸ões83. Tam-bémparaaciclofosfamidafoidescrita,como consequência da exposic¸ão materna durante o primeiro trimestre, uma síndromecaracterísticademalformac¸õescongénitas84. Glo-balmente,aterapêuticoscitostáticosduranteo1.◦trimestre da gravidez associa-se a malformac¸ões major em 10-20% dosfetos,atingindodeformasemelhantetodososórgãose sistemas83–86.Oriscodeanomaliasapósquimioterapia admi-nistradaduranteo2.◦eo3.◦trimestreséprovavelmentebaixo, emboratenhamsidodescritoscasosdeatrasodecrescimento emielossupressãofetalcomoconsequênciadeterapêuticano 3.◦trimestre87.

Maisdifíceisdeavaliarsãoasrepercussõesalongoprazo daexposic¸ãoinuteroacitostáticos.Foramestudadososefeitos sobreafunc¸ãointelectualeneurológica,umavezqueo sis-temanervososecontinuaadesenvolverapóso1.◦trimestree ésensívelàsagressõesdurantetodooperíododegestac¸ão– estaspoderãonãotertraduc¸ãoemtermosdedefeitos anató-micos,masresultarnumdeficientedesenvolvimentoalongo prazo80.Estão publicados2estudosavaliandoo desenvolvi-mento neurocognitivo a longoprazo emcrianc¸as expostas acitostáticos in utero e,emambos, não foram detetatadas diferenc¸asrelativamenteavaloresdecontrolocomparáveis80. Outroaspetoconsistenapossibilidadedeefeitos relacio-nadoscommutac¸õesnãoletais,semtraduc¸ãoimediata,que poderiamresultarnumfuturoaumentodoriscodecancro. Estapossibilidadeélevantadapelosresultadosdealguns estu-dosexperimentaisemanimais,demonstrando,porexemplo, queaexposic¸ãoinuterodecélulasgerminais hematopoiéti-casaoetoposidoembaixasdosesésuficienteparaprovocar aumentodasquebrasdoADNeinduzirtranslocac¸ões espe-cíficas,envolvendoogeneMLL88.Estasalterac¸õesgenéticas são semelhantes àsdescritas nas LMAdo adulto que sur-gemapósterapêuticacomestetipodecitostáticos,tendosido sugeridoqueaexposic¸ão maternaaestes agentes aumen-taria o risco de um tipo particular de leucemia quesurge nosprimeiros12mesesdevida(LeucemiaAgudaInfantil)e queapresentacomoanomaliagenéticacaracterística preci-samenteapresenc¸aderearranjosdogeneMLL.NoHomem está demonstrada a presenc¸a, em descendentes de mães tratadascom citostáticosdurante agravidez,deanomalias cromossómicasestáveis,como,porexemplo,atranslocac¸ão recíprocaequilibradaentreoscromossomas5e20associada aometotrexato86. Numestudoenvolvendo 217mães trata-dascomquimioterapiaduranteagravidez89foramdetetados

2 recém-nascidosportadores de anomalias cromossómicas estáveissugerindoqueestefenómeno,emborarelativamente raro,podeocorrer.

Estesdadosdizemrespeitoàexposic¸ãoadoseselevadas decitostáticos,nocontextodaterapêuticadedoenc¸as neo-plásicas. A questão sobrese a exposic¸ão crónica a baixos níveisdestesagentes,nocontextoprofissional,sepode tam-bémrepercutirdeformaadversasobreareproduc¸ãoousobreo desenvolvimentoembrio-fetaléumassuntoaindaemaberto. Osefeitosmaisinvestigadosesobreosquaisexistemdados maisconsistentessãooabortoespontâneoeasmalformac¸ões congénitas.

Relativamenteaoriscodeabortoespontâneo,nosanos80, Selevan90 publicou um primeiroestudo caso-controlo con-duzido em enfermeiras de 17 hospitais finlandeses, tendo detetado uma associac¸ão significativa entre exposic¸ão a citostáticos e perda fetal (OR = 2,30). Por outro lado, na mesma altura,emoutroestudosemelhante,conduzidopor Hemminki91, eque incluiu 217 casos e 571 controlos, não severificouassociac¸ãosignificativaentreexposic¸ãoa citos-táticoseriscodeabortoespontâneo (OR=0,8).Jánosanos 90, Stucker92 publica um terceiro estudo de caso-controlo, realizado em4 hospitaisfranceses, noqual éevidenciado, em profissionais expostas a citostáticos, um aumento do riscodeabortoespontâneo(OR=2,0);Skov70,pelocontrário, numestudotambémcaso-controlo(incluindo1.282 enfermei-ras de oncologiae 2.572 outras enfermeiras) não verificou associac¸ãoentreexposic¸ãoacitostáticoseaborto(OR=0,76). Valanis93 publicoutambémumestudocaso-controlo trans-versal, incluindo 2.976enfermeiras etécnicas de farmácia, referindo existir associac¸ão significativa entre exposic¸ão a citostáticos durante a gravidez e risco de aborto espontâ-neo(OR= 1,5).Nameta-análisedeDranitsaris64,queinclui todososestudosreferidos,conclui-sehaverumaassociac¸ão defracaintensidade entreexposic¸ãoacitostáticoseaborto (RR=1,64).

Existem diversos estudos referindo um aumento da frequência de malformac¸ões congénitas em profissionais expostas a agentes citostáticos. Hemminki91 refere, num estudocaso-controlo(46casosversus128controlos),umrisco aumentadodemalformac¸õescongénitas(OR=4,7).Também nosanos80,McDonald94refere,numgrupode152grávidas comhistóriademanipulac¸ãodecitostáticosdurantea gravi-dez,8anomaliascongénitasversus4,05esperadas(p=0,05). Maisrecentemente,emoutroestudodecaso-controlo95que envolveu 851gravidezes, 100 das quaisassociadas a fenda palatina,e751comrecém-nascidossaudáveis,foiassinalada umarelac¸ãoentreexposic¸ãoocupacionalaagentes antineo-plásicosefendapalatina(OR=5,0).TambémWalusiak63refere umaumentode malformac¸õescongénitasemprofissionais expostas a citostáticosdurante a gravidez (4/84 gravidezes versus 1/169 gravidezes) e, posteriormente, Ratner et al.77 descrevemumaumentodafrequênciademalformac¸ões con-génitasdoolho(OR=3,46paraIC=95%).Emsentidocontrário, Skov70, num estudo caso-controlo com 1.282 enfermeiras expostasacitostáticose2.572enfermeirascontrolo,não dete-touaumentodafrequênciademalformac¸õescongénitasnas expostas (OR= 1,02). Numa perspetiva geral, assinale-se a meta-análisejácitada64,incluindotodosostrabalhos publica-dosentre1966e2004,quenãorevelouassociac¸ãosignificativa

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entre exposic¸ão a citostáticos e malformac¸ões congénitas (OR=1,46).

Outrosefeitosestudadosnaáreadareproduc¸ãoincluema gravidezectópica,comaqualnãofoidetetadaassociac¸ão96,a disfunc¸ãomenstrual,comaqualfoireferidaumaassociac¸ão positiva com OR = 3,497 e a reduc¸ão da fertilidade femi-nina, igualmente com associac¸ão positiva, OR = 1,598. Do nossoconhecimento,nãoexistemestudospublicados avali-andopossíveisefeitostardiossobreosdescendentesdemães comexposic¸ãoocupacionalacitostáticosduranteagravidez, nomeadamentesobreodesenvolvimentoneurocognitivoeo riscodecancro.Ofactodeestesefeitosnãoteremsido cabal-mentecomprovadosnocasodaexposic¸ãoterapêutica,com doseselevadasdurantecurtosperíodosdetempo,não signi-ficanecessariamentequenãoexistamefeitos daexposic¸ão profissional,comdosesbaixasmasocorrendodurante perío-dosmuitomaisprolongados.Comodadoindireto,umarevisão deSavitz99incidindosobrediversosestudosepidemiológicos queprocuraramcorrelacionaraprofissãomaternaepaterna comaincidênciadecancronosdescendentes,concluiuexistir evidênciadeumaassociac¸ãoforteentreaocupac¸ãomaterna comotécnicadefarmáciaeaincidênciadeleucemia(OR= 3,2).

Outros

efeitos

crónicos

sobre

a

saúde

Existemalgunsdados,emboraescassosegeralmenteem estu-dosdepequenadimensão,sobreoutrosefeitoscrónicosparaa saúdedaexposic¸ãoocupacionalacitostáticos.Osmais docu-mentadossãoosqueocorremsobreosistemaimunitário.Nos anos80,Jochimsen100 comparou alguns parâmetros hema-tológicos de enfermeiras com exposic¸ão a citostáticos em situac¸ãobasaleapósumtestedeestimulac¸ãocom predni-solona,com o objetivodeaveriguar seexistiamanomalias fenotípicassubclínicas semelhantes àsdescritas em doen-tessubmetidasaquimioterapiaadjuvanteparaaneoplasia damama,nãotendoverificadodiferenc¸assignificativas.Mais recentemente,Spatari101descreve,numpequenonúmerode trabalhadoresexpostosaantineoplásicos(n=17)umaumento significativodosníveiscirculantesdeIL-15esugerequeestes poderiam corresponderaumaumentoda expressão endó-genacomorespostadefensivaantitumoral.Numoutroestudo recente102 foi efetuada imunofenotipagem dos linfócitos e estudadaafunc¸ão dosneutrófilosdosangueperiférico em 306enfermeirasexpostasaantineoplásicos.Osautores des-crevemalgumasdiferenc¸assignificativasemrelac¸ãoaogrupo controlo,nomeadamente,umaumentodaproporc¸ãode linfó-citosBeumadiminuic¸ãodafrequênciadelinfócitosThelper ativadosCD25+ (omarcador CD 25correspondeà cadeia␣ do recetor de alta afinidade para a interleucina 2, indutí-velcomaativac¸ãodestascélulas)eaindaumaumentoda respostaoxidativadosneutrófilosquandoestimulados, suge-rindo umprimingprévio induzidopelaexposic¸ão crónica a citostáticos.Nenhumestudodemonstra,noentanto,queestas anomaliasfenotípicasdosistemaimunitáriotenhamalgum tipodeimpactonoseunormalfuncionamento.Aindanoque respeita ao sistema imunitário, estão bem documentados, emborasejamraros,casosesporádicosdereac¸õesalérgicas aalgunstiposdecitostáticos.Estãodescritoscasosdeasma

ocupacional relacionada com a mitoxantrona103 e os deri-vadosdaplatina104eumcasoderinossinusiteatribuídaao etoposido105.

O facto de as antraciclinas se associarem, em doentes tratados,aefeitoscutâneos, tantoporac¸ãosistémicacomo porcontacto direto,levouaquefossem estudadosos efei-toscutâneosdaexposic¸ãoocupacional.Demonstrou-seque a doxorrubicina permeia regularmente as luvas e, quando incubadacomumaculturacelulardequeratinocitos,é direta-mentetóxicaparaestascélulas,induzindoapoptoseporum mecanismop53-independente106.

Alguns citostáticos, nomeadamente os derivados da platina, são nefrotóxicos em doentes submetidos a qui-mioterapia. Nos anos 90, Sessink107 analisou parâmetros laboratoriaisdelesãorenalprecoce(doseamentourináriada RetinolBindingProteinedaalbumina)emprofissionais expos-tosacitostáticosenãoencontroudiferenc¸asemrelac¸ãoaum grupocontrolonãoexposto.

Em1983,Sotaniemi108descreve3casosdelesãohepática gravecomfibroseemenfermeiras,queatribuiuàexposic¸ãoa citostáticos,masnenhumestudoposteriorveioconfirmarou infirmarestesachados.

Observac¸ões

finais

Acontaminac¸ãodoambientedetrabalhocomagentes anti-neoplásicos é um fator de risco inerente à atividade de muitosprofissionaisdefarmáciaeenfermagem.É indiscutí-velqueestacontaminac¸ãopermeiatodososequipamentosde protec¸ãoindividualutilizadosesetraduznaabsorc¸ão,maior oumenor,destesagenteseemefeitosgenotóxicos, demons-trados sobretudoao níveldosangueperiférico. Emtermos globaisenamaiorpartedospaíses,éindiscutívelquese regis-tarammelhoriassubstanciaiscomoresultadosdaadoc¸ãodas atuaisnormasdeseguranc¸a.Atítulodeexemplo, encontram-seresumidas na quadro3asprincipais recomendac¸õesdo NIOSH109 (NationalInstituteforOccupationalSafetyandHealth) nosEUA.

Noiníciodesta década,Fransman110 analisou conjunta-menteosresultadosde3estudostransversaisdeavaliac¸ãoda exposic¸ão(1997,2000e2002)ereferiuumareduc¸ão substan-cialdacontaminac¸ãodeluvasesuperfíciesdetrabalho,nãosó emtermosdaquantidadedecitostáticospresentesmas tam-bémemtermosdaextensãoglobaldaszonascontaminadas. Esta reduc¸ãodacontaminac¸ãoambientalfoiacompanhada porumadiminuic¸ãodapercentagemdeprofissionaisde enfer-magemexpostoscomciclofosfamidadetetávelnaurina,tanto aoníveldohospitaldedia(6,6para1,7%)comodo interna-mento(12,4para2,9%).TambémSottani111estudouaevoluc¸ão dacontaminac¸ãodesuperfíciesedapercentagemde profissio-naiscombiomarcadoresdeexposic¸ãonaurinaem5farmácias italianasnoperíodoentre1990e2010.Registoureduc¸ãodos níveisdecontaminac¸ãodesuperfíciesedafrequênciade bio-marcadoresdeexposic¸ãopositivos(30%dosprofissionaisnos anos90versus2%nadécada2000-2010.Turci112refere tam-bémque, aolongode umperíodode vigilânciade 5anos, foiverificadaem7hospitaisdoNortedeItáliaumareduc¸ão progressiva quer da contaminac¸ão de superfícies quer da

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Quadro3–PrincipaismedidasdecontrolodoriscopropostaspelaNIOSHnasatividadesdepreparac¸ãoeadministrac¸ão deCitostáticos116

PREPARAC¸ÃO

Recec¸ãoearmazenamento UsodeEPI*adequados(luvas,touca,óculosebata)aodesembalarfármacos Rotulagemadequada

Armazenamentoemlocalcomaspirac¸ãoeseparadodosrestantesfármacos Existênciadeprocedimentosescritosdeemergênciaparaocasodederrameacidental Preparac¸ãopropriamentedita Manipulac¸ãoemsalaspróprias,comacessorestrito,eemcâmarasdefluxolaminarvertical

Saladepreparac¸ãocomaspirac¸ãoadequadaepressãopositiva

UsodeEPIadequados(luvasduplas,touca,óculos,bataemáscara)durantetodososprocedimentos relacionadoscomapreparac¸ão

Mudanc¸adeluvasde30-30minutos

Apósapreparac¸ãolimpezadoexteriordamisturaparaadministrac¸ãoeenchimentodorespetivo sistemacomlíquidosemfármaco

Existênciadeprocedimentosdeemergênciaescritosparaocasodederrameacidental ADMINISTRAC¸ÃO

UsodeEPIadequadosdurantemanipulac¸ãodasmisturas(luvas,touca,óculos,bataemáscara);estesdevemserimediatamenteremovidos ecolocadosemcontentoresadequadosquandoterminaamanipulac¸ão

Conexãodiretadamisturae,apósterminaraadministrac¸ão,remoc¸ãodetodoosistemaemblocoecolocac¸ãoemcontentoradequado Existênciadeprocedimentosdeemergênciaescritosparaocasodederrameacidental

PROCEDIMENTOSCOMUNS

Limpeza Existênciadeprocedimentosdelimpezaperiódicoscomprodutosadequadosdetodasassuperfícies eequipamentospotencialmentecontaminados

Rotulagemetratamentoseparadodetodasasroupaspotencialmentecontaminadas Registoemonitorizac¸ãodosprocedimentosdelimpeza

Eliminac¸ãodematerialcontaminado Emrecipientespróprios,fechados,eeliminadosdeformaseparadadosrestantesresíduos *EPIs:equipamentosdeprotec¸ãoindividual.

percentagemdebiomarcadoresdeexposic¸ãonaurina posi-tivos– decercade30%nadécadade90para2%após2000.

Combasenestesdadosenaanálisedaliteratura,parece evidentequeatualmente,nascondic¸õesdeexposic¸ão verifi-cadasnamaiorpartedospaísesdeorigemdaspublicac¸ões, oriscode efeitosagudospara asaúdeépraticamente ine-xistente fora do contexto da exposic¸ão acidental a doses elevadasdecitostáticos.Talnãoinvalidaque,em determina-doslocaisdetrabalho,commaioresníveisdecontaminac¸ãoe menorníveldeprotec¸ãodostrabalhadores,relacionadopor exemplo,comausência deprocedimentosde seguranc¸aou usoinsuficienteouinadequadodeequipamentosdeprotec¸ão individual,nãopossaexistirsintomatologiaagudaassociada aestesagentes.Exemplosdetrabalhorecentesquefogemà tendênciareferidaparaumareduc¸ãoprogressivanosníveisde exposic¸ãosãoosdeRekhadevi113,provenientedaÍndia,eode Krstev62,provenientedaSérvia,emqueabaixapercentagem decumprimentodediversasregrasdeprotec¸ãoseassocioua umaelevadaprevalênciadesintomassugestivosdetoxicidade agudadoscitostáticos,comoalopéciaerashcutâneo.

Jáemtermosdeefeitoscrónicos,nomeadamente,aumento do risco de determinados cancros e repercussão sobre a reproduc¸ãoeodesenvolvimento,estamoslongedepoder efe-tuar qualquerafirmac¸ão com seguranc¸a.Consoante é bem evidenciado pela meta-análise de Dranitasaris64, os dados publicadossãoinsuficientespararetirarqualquerconclusão. Doconhecimentoquesetemsobremecanismosde genoto-xicidaderessalta,noentanto,queasmelhoriasverificadasna

maiorpartedoslocaisdetrabalhonãoserãoprovavelmente suficientesenquantocontinuaremaexistirtrabalhadorescom biomarcadorespositivos.Paraamaiorpartedoscitostáticosé postuladoexistir,paraosefeitosgenotóxicos,umacurva dose-respostalinear,semefeitolimiardedosediscernível(efeitos detipoestocástico)114.Emboraestemodelotenhasofrido ulti-mamente alguma contestac¸ão e, indiscutivelmente, alguns citostáticosnãoapresentemumacurvadose-respostalinear massimexponencial,sugerindoquepossaexistirumlimiar dedose,paraamaiorpartedasrespostasgenotóxicas,este limiarnãopareceexistir115.Sendoportantoimpossível,com basenoconhecimentocientíficoatual,determinarumnível deexposic¸ãoabaixodoqualsepossaassegurara inexistên-ciade efeitosadversos,deve tentar-sequea contaminac¸ão ambientalsejatãobaixaquantopossível(AsLowasReasonably Achievable–ALARA)116.

Outrofatorimportanteaconsiderar éolocalonde cada estudo é efetuado,com as suas característicasespecíficas. Os resultados obtidos num determinado contexto ocupa-cional não podem ser usados para avaliar o risco noutro contextoocupacionaldiferente,comumapopulac¸ãoexposta de característicastambém diferentes.São exemplosos tra-balhosjáreferidosdeRekhadevi113 eKrstev62 eumestudo recente conduzido no Japão117 revelando que os profissi-onais de enfermagem, numa percentagem substancial de casos,nãotrabalhavamabrangidospelasmedidasdeprotec¸ão atualmente recomendadas, referindo nomeadamente des-conhecimento de recomendac¸ões específicas (47% casos),

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manipulac¸ãodecitostáticosforadecâmarasdefluxo lami-nar(42%casos),nãoutilizac¸ãodequalquerequipamentode protec¸ãoindividual(10%casos),manipulac¸ãoinadequadade frascos e ampolas contendo antineoplásicos (25% casos) e ausênciadeprecauc¸õesespeciaisnocontactocomexcrec¸ões esecrec¸õesdedoentestratados(92%casos).Uma percenta-gemsignificativadestesprofissionais(44%)referiaaindapelo menosumacidentedetrabalhocomexposic¸ãoacitostáticos. Taisachadosjustificamquecadasituac¸ãodetrabalhoconcreta tenhadeseralvodeestudo,paraavaliardeformacorretao riscodosprofissionaisquenelaestãoinseridos.

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