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Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos

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Academic year: 2021

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(1)Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. Gabriel Teixeira Fernandes. Porto, 2007.

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(3) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. Monografia realizada no âmbito da disciplina de Seminário do 5º ano da licenciatura em Desporto e Educação Física, na área de Recreação e Tempos Livres, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Orientadora: Prof. Doutora Joana Carvalho Gabriel Teixeira Fernandes. Porto, 2007.

(4) Fernandes, G. T. (2007). Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. Porto: G.T. Fernandes. Dissertação de licenciatura apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Palavras-Chave:. IDOSO;. ISOCINÉTICO; FUNCIONAL.. FORÇA. MUSCULAR;. TREINO. AERÓBIO;.

(5) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. Agradecimentos. A elaboração deste trabalho, envolveu a participação e o contributo de várias pessoas, sem as quais não seria possível apresentá-lo. Assim, desejo agradecer a todos os que me apoiaram. Uma palavra de apreço e consideração, à Prof. Doutora Joana Carvalho, orientadora desta dissertação, pela sua disponibilidade, amizade, e incentivo. Aos funcionários da biblioteca da faculdade, pela ajuda e disponibilidade revelada, durante a elaboração deste trabalho. Aos meus amigos, agradeço a forma como manifestaram a sua solidariedade, preocupação e interesse. Aos meus pais, pelas palavras de conforto e carinho, que me deram, em todos os momentos da minha vida. Uma palavra de agradecimento, muito especial à Laide, pelo seu companheirismo, incentivo, paciência e apoio, que sem ela a realização desta caminhada, teria sido muito mais difícil.. I. Gabriel Fernandes.

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(7) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. Índice Geral Agradecimentos .................................................................................................. I Índice Geral ....................................................................................................... III Índice de Quadros ..............................................................................................V Resumo ............................................................................................................VII Abstract .............................................................................................................IX Résumé .............................................................................................................XI Lista de Abreviaturas.................................................................................................XIII 1. Introdução ...................................................................................................... 1 1.1 Pertinência do trabalho ............................................................................. 1 1.2 Estrutura do trabalho .......................................................................................... 3 2. Revisão da Literatura ..................................................................................... 5 2.1 A perda de força muscular e o envelhecimento........................................ 5 2.2 Alterações morfológicas do músculo ........................................................ 6 2.2.1 Alterações na área e Número de fibras musculares........................... 6 2.2.2 Alterações neurais.............................................................................. 7 2.2.3 Alterações no fluxo de sangue – Capilarização ................................. 9 2.2.4 Alterações hormonais......................................................................... 9 2.2.5 Inactividade Física............................................................................ 11 2.3 Efeito do Exercício Físico ....................................................................... 13 2.4 Treino aeróbio vs. Treino de força .......................................................... 14 2.5 Formas de Avaliação da Força Muscular................................................ 15 2.5.1 Dinamometria isométrica.................................................................. 16 2.5.2 Dinamometria isocinética ................................................................. 17 2.5.3 Testes de carga máxima e por repetição ......................................... 17 2.5.4 Testes funcionais ou comportamentais ............................................ 18 2.6 Avaliação isocinética e Avaliação dinâmica funcional ............................ 19 2.6.1 Parâmetros de avaliação.................................................................. 19 2.6.1.1 Peak Torque .............................................................................. 19 2.6.1.2 Comparação Bilateral ................................................................ 20. III. Gabriel Fernandes.

(8) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. 2.6.1.3 Rácio unilateral (agonista/antagonista)...................................... 20 2.6.1.4 Teste funcional de levantar e sentar na cadeira ........................ 21 3. Objectivos e Hipóteses................................................................................. 23 3.1 Objectivo Geral ....................................................................................... 23 3.2 Objectivos específicos ............................................................................ 23 3.3 Hipóteses................................................................................................ 24 4. Material e Métodos....................................................................................... 25 4.1 Desenho do estudo................................................................................. 25 4.2 Caracterização e selecção da amostra................................................... 25 4.3 Protocolo de Treino ................................................................................ 26 4.4 Avaliação da força muscular................................................................... 27 4.4.1 Avaliação da força isocinética .......................................................... 27 4.4.2 Avaliação da Aptidão Funcional ....................................................... 28 4.5 Procedimentos estatísticos ..................................................................... 28 5. Apresentação dos Resultados...................................................................... 29 5.1 Avaliação da força muscular................................................................... 29 5.1.1 Avaliação Isocinética da Força Muscular ......................................... 29 5.1.2 Avaliação funcional da força muscular ............................................. 32 6. Discussão dos resultados............................................................................. 35 6.1 Teste Isocinético vs. Teste Funcional ..................................................... 35 6.2 Diferença entre sexos ............................................................................. 37 6.3 Comparação Bilateral ............................................................................. 39 6.4 Rácio Unilateral Isquitiobiais/Quadricípetes............................................ 40 7. Conclusões e Recomendações.................................................................... 41 8. Bibliografia.................................................................................................... 43. IV. Gabriel Fernandes.

(9) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. Índice de Quadros Quadro 1 – PT (Nm), nos três momentos (M1-M2-M3) observados (média ± desvio padrão), à velocidade de 180º/seg........................................................ 29 Quadro 2 – PT (Nm), nos três momentos (M1-M2-M3) observados (média ± desvio padrão), à velocidade de 60º/seg.......................................................... 29 Quadro 3 – Diferenciação por sexos, em relação às variáveis respeitantes ao PT, no momento inicial (M2) e final (M3) do treino, e a sua percentagem de alteração (média ± desvio padrão). .................................................................. 30 Quadro 4 – Comparação bilateral (extensão e flexão) do PT, nos diferentes momentos (M1-M2-M3) de avaliação (média ± desvio padrão). ...................... 31 Quadro 5 – rácio IT/Q (%) unilateral, nos diferentes momentos (M1-M2-M3) de avaliação (média ± desvio padrão)................................................................... 31 Quadro 6 - rácio IT/Q (%) bilateral, nos diferentes momentos (M1-M2-M3) de avaliação (média ± desvio padrão)................................................................... 32 Quadro 7 – Força funcional, nos diferentes momentos (M1-M2-M3) estudados (média ± desvio padrão)................................................................................... 32 Quadro 8 – Diferenciação por sexos, em relação à força funcional, no momento inicial (M2) e final (M3) do treino, e a sua percentagem de alteração (média ± desvio padrão).................................................................................................. 33. V. Gabriel Fernandes.

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(11) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. Resumo No presente estudo, tivemos como objectivo avaliar o efeito de um programa de caminhada na força muscular dos membros inferiores do idoso, em função de dois métodos distintos de avaliação. A análise desse efeito, efectuou-se tendo em conta, a evolução nos índices de força isocinética, e no desempenho de um teste funcional (levantar e sentar na cadeira) da “Functional Fitness Test”. Foram avaliados dezasseis idosos (10 mulheres e 6 homens; 70,8 ± 5,9 anos), sem prática habitual de exercício físico, em três momentos diferentes, no baseline (M1 – 4 meses antes da intervenção), antes da intervenção (M2) e após quatro meses de intervenção (M3). Estes sujeitos, foram submetidos a um programa de caminhada, composto por três sessões semanais, com duração progressiva (12-30 min), e intensidade entre 50 a 70% da frequência cardíaca de reserva, ou classificação de esforço percebido de 4-6, da escala de Borg revisada. Os resultados obtidos foram: a) as sessões do programa de caminhada não induziram melhorias na força isocinética, no entanto, pela aplicação de um teste funcional, essas alterações foram significativas; b) os níveis de força isocinética do sexo masculino, foram significativamente superiores, em comparação, com o sexo feminino, contudo, a percentagem de alteração após treino não apresentou diferenças significativas entre os sexos; c) no rácio isquio-tibiais/quadricípetes unilateral, não foram encontradas variações significativas; d) no rácio isquiotibiais/quadricípetes bilateral, foram encontradas diferenças significativas, à velocidade de 180º/seg., após aplicação do treino. Neste sentido, podemos concluir que os idosos do sexo masculino apresentam níveis de força isocinética superiores aos do sexo feminino, mas que a magnitude de adaptação, após treino de caminhada, não é influenciada pela variável género. Os nossos resultados sugerem ainda, que o efeito de um programa de caminhada é influenciado pelo método de avaliação em causa, apresentando diferenças significativas após avaliação dinâmica funcional, mas não após avaliação isocinética. Palavras-Chave: IDOSO;. FORÇA MUSCULAR; TREINO AERÓBIO;. ISOCINÉTICO; FUNCIONAL. VII. Gabriel Fernandes.

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(13) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. Abstract In this study, our objective has been to evaluate the effect of a specific walking programme on muscular strength in the lower limbs of the elderly by means of two distinct methods. The analysis of this effect was carried out taking into consideration the changes in the readings of the isokinetic force and after the subjects carried out a functional test (sitting down and standing up from a chair) taken from the “Functional Fitness Test”. A total of sixteen elderly people were assessed (ten women and six men; 70, 8 ± 5, 9 years old), unaccustomed to physical exercise, at three different points in time: on the baseline (M1 – 4 months before intervention), before intervention (M2) and after four months’ intervention (M3). The subjects undertook a programme of walking comprising three sessions a week, of increasing duration (12-30 mins.) and at intensity of 50-70% of cardiac reserve frequency, or, at point 4-6 classification of perceived effort on the Revised Borg Scale. The results obtained were as follows: a) the programmed walking sessions did not induce improvements in isokinetic force. However, on the application of a functional test, there were significant alterations; b) the levels of isokinetic strength in males were significantly higher than in females. However, the percentage difference after training did not show any significant differences between the sexes; c) no significant variations were found in the unilateral ratio hamstrings/quadriceps; d) in the bilateral ratio hamstrings/quadriceps, significant differences were detected after training, at a rate of 180º/sec. Therefore, we can conclude that elderly males do show greater levels of isokinetic force than females, but the degree of adaptation, after walking training, is not influenced by gender. Our results suggest that the effect of an exercise programme is influenced by method of evaluation adopted, resulting in significant differences after functional dynamic evaluation but not after isokinetic evaluation.. Keys Words: ELDERLY; MUSCULAR STRENGTH; AEROBIC TRAINING; ISOKINETIC; FUNCTIONAL. IX. Gabriel Fernandes.

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(15) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. Résumé Dans cette étude, l´objectif est évalué les conséquences d´un programme de promenade dans la force musculaire, les membres inférieurs des personnes âgées en fonction de deux méthodes distincts d’évaluation. L´analyse de ces conséquences a été réalisé, sans oublier, l´évolution des indices de force isocinétique et l´exécution d´un test fonctionnel (se lever et s´asseoir sur une chaise) de la «Functional Fitness Test». Seize personnes âgée ont été évaluées (10 femmes et 6 hommes ; 70,8 ± 5,9 ans), sans pratique habituelle d’exercice physique, en trois moments différents : dans la baseline (M1- quatre mois avant l´intervention), avant l´intervention (M2) et après quatre mois d´observation (M3). Ses sujets ont été soumis a un programme de promenade composé par trois sessions semainières avec une durée progressive (1230 min), et une intensité de 50 á 70 % de la fréquence cardiaque de réserve, ou classification de l´effort compris de 4-6 sur l´échelle de Borg Revue. Les résultats obtenus ont été : a) les sessions du programme de promenade non pas conduit a des améliorations de la force isocinétique, mais pour l´application d´un test fonctionnel, ses changements ont été significatifs ; b) les niveaux de force isocinétique du sexe masculin ont été significativement supérieur, comparé avec le sexe féminin, pourtant, le pourcentage de changement après l´entraînement n´a pas présenté de différences significatives entre les sexes; c) dans le ratio ischion tibial/quadriceps unilatéral, on n’a pas rencontrer de variation significative ; d) dans le ratio ischion tibial/quadriceps bilatéral, on a rencontré des différences significatives à la vitesse de 180˚/sec., après l’application de l´entraînement. Dans ce sens, on peut conclure que les personnes âgées du sexe masculin présentent des niveaux de force isocinétique supérieur a ceux du sexe féminin, mais que la magnitude d´adaptation après l´entraînement de promenade n´est pas influencé par la variable genre. Nos résultats suggèrent encore que l’effet d’un programme de promenade est influencé par la méthode d´évaluation en cause, présentant des différences significatives après l´évaluation dynamique fonctionnelle, mais non après évaluation isocinétique. Mots-clefs:. PERSONNES. AGÉES,. FORCE. MUSCULAIRE,. ENTRAîNEMENT. AÉROBIE, ISOCINÉTIQUE, FONCTIONNEL.. XI. Gabriel Fernandes.

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(17) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. Lista de Abreviaturas ACSM. American College of Sports Medicine. Bpm. Batimento por minuto. Cit.. Citado. Et al.. et alii (e outros). FC res. Frequência cardíaca de reserva. FFT. Functional Fitness Test. GH. Hormona de Crescimento. IGF-I. Factor de crescimento insulínico. INE. Instituto Nacional de Estatística. IT/Q. Isquiotibiais/quadricípetes. Min. Minuto. PT. Peak Torque. RM. Repetição máxima. RML. Resistência muscular localizada. USA. Estados Unidos da América. VO2máx. Volume máximo de oxigénio. Vs.. Versus (contra). XIII. Gabriel Fernandes.

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(19) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. 1. Introdução 1.1 Pertinência do trabalho A população dos países industrializados está a envelhecer. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE, 2007) a população idosa teve um aumento considerável nas últimas décadas sendo esperado que a mesma duplique, entre 1995 e 2050. Acompanhando a mesma fonte, verificámos que a população de idosos da União Europeia, que em 2005 era de 17%, crescerá até 30% em 2050. As percentagens mais elevadas prevêem-se para Espanha (36%), Itália (35%), Alemanha, Grécia e Portugal, os três com 32%. As mais baixas serão no Luxemburgo (22%), Holanda (23%), Dinamarca e Suécia, ambos com 24%. À medida que a mortalidade diminui e a fecundidade baixa, o número de idosos aumentará, tornando o envelhecimento demográfico irreversível (INE, 2007). Face a esta realidade, assiste-se a um interesse crescente, por parte da comunidade científica, na área do envelhecimento. Envelhecer é um processo consequente de alterações no organismo, demonstradas de forma variável de indivíduo para indivíduo (Weineck, 1991). Todavia, as capacidades físicas, tais como a potência e força muscular, vão diminuindo com o avançar da idade (ACSM, 1998). Dada a sua relação com a independência funcional e com muitas das patologias evidenciadas pelo idoso, a força muscular representa uma das alterações mais importantes associadas ao processo de envelhecimento. A habilidade de executar tarefas diárias ao mesmo nível da energia gasta, também é afectada, deteriorando-se (ACSM, 1998). Por outras palavras, uma actividade que representa um esforço normal em adultos, tais como, o levantar de uma cadeira, pode transformar-se num esforço superior, nas pessoas idosas. É fundamental compreender este declínio das habilidades associadas ao envelhecimento nomeadamente a redução da força muscular, que em muito advêm da inactividade física (Drewnowski & Evans, 2001).. 1. Gabriel Fernandes.

(20) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. Estudos de revisão indicam que a inactividade física, está relacionada com o acelerar da depleção de reservas e défices funcionais na força muscular e activação neuro-muscular, conduzindo ao aumento de problemas funcionais, fragilidade estrutural e das quedas (Drewnowski & Evans, 2001; Mazzeo & Tanaka, 2001; Thompson, 2002). Como temos vindo a observar, a actividade física tem um papel determinante na redução das causas de incapacidade, tendo um efeito protectivo do envelhecimento natural, promovendo uma melhoria da qualidade de vida. Exercícios aeróbios e de força induzem um número de respostas favoráveis que contribuem para o envelhecimento saudável (ACSM, 1998). Embora a literatura sugira que o treino de força possa neutralizar o declínio na força associada ao envelhecimento (Charette et al., 1991; Klitgaard et al., 1990), a influência de um treino aeróbio (caminhada) nos idosos tem sido indeterminado, sendo mais escassos os estudos longitudinais, que façam análise destas mudanças específicas. Neste contexto operacional, o objectivo principal do estudo, é avaliar o efeito de um programa de caminhada, na força muscular, dos membros inferiores do idoso. A análise desse efeito, será efectuada, através da evolução dos índices de força isocinética, e pelo desempenho de um teste funcional (levantar e sentar na cadeira).. 2. Gabriel Fernandes.

(21) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. 1.2 Estrutura do trabalho No sentido de responder à finalidade do estudo, estruturou-se o trabalho da seguinte forma: CAPÍTULO 1 – Introdução Faz o enquadramento do estudo, justificando a sua pertinência. Refere o objectivo principal e a sua estrutura do trabalho. CAPÍTULO 2 – Revisão da Literatura Define o estado actual de conhecimentos relativamente ao envelhecimento muscular e a actividade física. CAPÍTULO 3 – Objectivos e Hipóteses Sistematiza os objectivos gerais e específicos do trabalho e formulam-se as hipóteses. CAPÍTULO 4 – Material e Métodos Descreve a amostra, a metodologia, os procedimentos e os programas estatísticos do estudo. CAPÍTULO 5 – Apresentação dos Resultados Apresenta os resultados deste trabalho. CAPÍTULO 6 – Discussão dos Resultados Analisa e discute os resultados obtidos face à literatura existente. CAPÍTULO 7 – Conclusões e Recomendações Apresenta de forma sintética as conclusões do trabalho, reportadas aos objectivos e hipóteses formuladas. Também, inclui recomendações para futuras pesquisas nesta área. CAPÍTULO 8 – Bibliografia Menciona todas as referências bibliográficas incluídas no estudo.. 3. Gabriel Fernandes.

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(23) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. 2. Revisão da Literatura 2.1 A perda de força muscular e o envelhecimento O envelhecimento é acompanhado por várias alterações na massa e força muscular, definida como sarcopénia (Deschenes, 2004; Doherty, 2003; Frontera & Bigard 2002). Esta é considerada uma das causas principais de incapacidade funcional nos idosos (Deschenes, 2004; Doherty, 2003). Os desempenhos normais que o indivíduo realiza no seu dia a dia, ou seja, o uso, a funcionalidade, são um enorme contributo para a qualidade de vida do Homem, sobretudo na idade mais avançada (Jette, 1984). Com a idade ocorre uma redução inevitável de produzir e manter a força muscular, o que afecta de forma profunda a manutenção da postura, locomoção e a realização da actividade diária (Thompson, 2002). Segundo Spirduso et al. (2005), o tipo de força, a localização dos músculos, o nível de actividade física e o estado de doença, influenciam de forma diferente, a redução da força muscular associada ao envelhecimento. Por exemplo, relativamente ao tipo de contracção muscular, a força isométrica diminui entre 20 a 40% em diversos grupos musculares (Vandervoort et al., 1992), enquanto que a força excêntrica diminui menos do que a força concêntrica e isométrica (Correia & Silva 1999; Vandervoort, 2002). A força muscular varia igualmente em função do segmento corporal e grupo muscular onde são avaliados. Assim, de acordo com diferentes autores (Frontera et al., 1991; Hughes et al., 2001; Spirduso et al., 2005), os membros inferiores são mais afectados, que os membros superiores. Podemos ainda destacar, um estudo transversal realizado por Frontera et al. (1991), em pessoas com idades compreendidas entre os 45 e os 78 anos, que teve como objectivo, determinar a força máxima nos membros inferiores e superiores. Os resultados deste trabalho, evidenciaram que existe uma maior perda de força nos músculos extensores do joelho (42 a 47%), relativamente aos extensores do cotovelo. Este declínio da força muscular nos membros inferiores, é limitador de diferentes tarefas do quotidiano, afectando a velocidade, a. 5. Gabriel Fernandes.

(24) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. qualidade da locomoção, o equilíbrio e a maior propensão às quedas (Dutta, 1997). Dado o carácter multifactorial da sarcopénia, quer relativamente à redução da força muscular pelo envelhecimento, quer à redução da massa muscular, passámos a analisar algumas causas deste processo complexo.. 2.2 Alterações morfológicas do músculo 2.2.1 Alterações na área e Número de fibras musculares A área transversal do músculo tem sido avaliada em diferentes grupos musculares, essencialmente nos membros, através do uso de tecnologia sofisticada, tais como: ressonância magnética, tomografia, ultra sons, e de avaliação directa do músculo em cadáveres (Doherty et al., 2003). Segundo um estudo longitudinal realizado por Frontera et al. (2000), num grupo de idosos, ao longo de 12 anos, verificou-se através da tomografia computorizada, a sarcopénia do músculo, a uma taxa de 1,4% por ano. A área total do músculo, bem como, a massa muscular, tem a sua expressão máxima por volta dos 24 anos. Expressão essa que se mantém, até a quinta década de vida, apenas com um modesto decréscimo de 10%. Mas entre os 50 e os 80 anos, ocorre uma diminuição de 30%, ou seja, entre os 24 e os 80 anos verifica-se um decréscimo total de cerca de 40% (Lexell et al., 1988 cit. por Deschenes 2004). Esta redução de força e massa muscular deve-se essencialmente a dois factores (Correia et al., 2006; Soares & Carvalho 1999): 1- Redução da área das fibras (atrofia muscular). 2- Diminuição do número de fibras (hipoplasia muscular). Em relação à atrofia, num estudo realizado por Lexell et al. (1988), verificou-se que, com o envelhecimento a atrofia do músculo vastus lateralis. 6. Gabriel Fernandes.

(25) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. começa por volta dos 25 anos, e acelera progressivamente a partir dessa idade. Segundo os autores, a diminuição da área transversal do músculo foi causada principalmente pela perda e redução do tamanho das fibras musculares. Estudos mais morfológicos do músculo envelhecido, demonstraram que a atrofia das fibras Tipo I são menos afectadas que as fibras Tipo II, em termos de atrofia muscular (Lexell et al., 1983; Vandervoort, 2002). Segundo Doherty (2003), a redução é de 1 a 25% para o Tipo I e de 20 a 50% para o Tipo II. Também, Soares & Carvalho (1999) referem que, uma atrofia selectiva das fibras Tipo II compromete seriamente a capacidade funcional para tarefas de elevada velocidade, força e precisão. Ao mesmo tempo, assiste-se à hipoplasia muscular, que resulta da morte da célula, devido à degeneração primária, irreversível das fibras musculares, ou da desenervação produzida por falta de contacto com o motoneurónio. As fibras musculares perdidas são substituídas por gordura e tecido conjuntivo, que está relacionada com o avançar da idade (Correia et al., 2006). Neste sentido, parece que as alterações neurais assumem igualmente um papel importante em termos de sarcopénia.. 2.2.2 Alterações neurais Uma das causas primárias da sarcopénia é a deterioração dos inputs neurais nos músculos. A perda dos neurónios é um processo contínuo e irreversível (Willardson, 2004). É essencial que exista inervação para que o músculo seja activado. Um motoneurónio alfa e todas as fibras musculares por ele inervadas, denomina-se por unidade motora, que é a componente básica do sistema locomotor. Sinais dos diferentes centros do sistema nervoso central, como impulsos do sistema nervoso periférico, levam à activação dos músculos para que realizem o movimento (Rabelo & Oliveira, 2003).. 7. Gabriel Fernandes.

(26) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. O número de unidades motoras, parece diminuir progressivamente, a partir dos 60 anos, uma vez que até esta idade, essas unidades são razoavelmente mantidas (Booth et al., 1994). Um dos fenómenos comummente descritos na literatura, é o fenómeno da desnervação/reinervação. As unidades motoras sobreviventes (geralmente do Tipo I), aumentam o número de fibras com a reinervação de algumas que estavam inervadas por motoneurónios que “morreram”, reactivando-as (Spirduso et al, 2005). Ou seja, o número de fibras musculares por motoneurónio aumenta nos idosos. Assim a atrofia e consequente perda da força. muscular. parece. ser. igualmente. resultado. de. fenómenos. de. desnervação/reinervação, onde a inervação “colateral” ocorre como resposta à progressiva perda de motoneurónios. Em cada ciclo de desnervaçãoreinervação, e porque a síntese proteica está negativamente afectada pela idade (Sardinha, 1999), os motoneurónios sobreviventes podem apresentar uma reduzida capacidade de reinervar as fibras desnervadas, formando uma região não contráctil intramuscular, onde pode ser visível a infiltração de tecido conjuntivo e/ou gordura, originando, assim, uma perda da função e área contráctil. De acordo com o estudo de Uranchek et al. (2001), 11,3% do défice específico de força, encontrado entre animais jovens e velhos, é explicado pela existência de fibras desnervadas. Se a relação inervada for substancialmente alterada, o controlo fino da contracção muscular pode ser danificado, verificando-se alterações nos processos de coordenação intra e intermuscular, na capacidade de utilização da actividade reflexa, e no processamento de informação sensório-motora dos níveis mais elevados do sistema nervoso central (Correia & Silva 1999). A causa desta remodelação da unidade motora não está suficientemente esclarecida, mas explica parcialmente as alterações funcionais e morfológicas do músculo envelhecido (Spirduso et al., 2005).. 8. Gabriel Fernandes.

(27) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. 2.2.3 Alterações no fluxo de sangue – Capilarização Outro factor que pode afectar a força muscular é a redução da capilarização, onde é visível uma diminuição do número de capilares por fibra muscular. Com o envelhecimento, a capilarização diminui sobretudo nas pessoas sedentárias. Esta diminuição, implica limitações funcionais por redução no fluxo de sangue para os músculos activos e consequentemente pela diminuição quer no fornecimento de oxigénio e nutrientes, quer na capacidade de remoção de metabolitos e calor (Soares & Carvalho, 1999). Kutsuzawa et al. (2001) observaram que o processo de oxigenação era mais lento nos idosos do que nos jovens e concluíram que uma pobre circulação periférica era o principal responsável pelo défice de oxigénio, causado pelo processo de envelhecimento. Assim, uma capilarização eficiente permite uma melhor troca de oxigénio (Spirduso et al., 2005). A angiogénese como resposta ao treino, ou seja, a formação de novos capilares através de capilares existentes, e/ou o desenvolvimento de capilares novos, ocorre tanto nos idosos como nos jovens (Spirduso et al., 2005). Rogers & Evans (1993) afirmam que o treino aeróbio vigoroso em idosos, em que o estímulo é progressivamente incrementado, estimula o crescimento de capilares e melhora a capacidade da actividade das enzimas oxidativas.. 2.2.4 Alterações hormonais Kraemer et al. (1999) referem que as hormonas anabólicas são as que tem maior interesse na força muscular, tais como a testosterona, a hormona de crescimento (GH) e o factor de crescimento tipo insulínico (IGF-I), que ajudam a estimular o desenvolvimento dos tecidos musculares e nervosos. Com o envelhecimento estas hormonas anabólicas tendem a diminuir os seus níveis plasmáticos, o que leva a uma alteração no equilíbrio entre este tipo de hormonas e as hormonas catabólicas, como é o caso do cortisol (Kraemer et al., 1999).. 9. Gabriel Fernandes.

(28) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. Van den Beld et al. (2000) demonstraram que homens idosos, entre os 73 e os 94 anos, têm um declínio nos níveis de testosterona plasmática livre. Esta diminuição é paralela com a perca de massa magra e da força muscular. Outro estudo realizado por Hakkinen & Pakarinen (1993), com pessoas idosas e de meia-idade, verificaram que o nível de testosterona no sangue, também diminuía com o envelhecimento, especialmente nas mulheres, nos anos que se seguem à menopausa. A testosterona pode inibir a produção de enzimas catabólicas, o que sugere que a perca destas hormonas pode resultar no aumento do catabolismo muscular. Um estudo realizado por Kraemer et al. (1999), em dois grupos de homens (30 e 60 anos), verificaram um aumento significativo da testosterona total através do treino de resistência, durante dez semanas. A resposta entre os grupos foi diferente, sendo que o grupo mais velho mostrou valores inferiores. A GH começa a diminuir progressivamente a partir da quarta década de idade (Roubenoff & Hughes, 2000). Actualmente, o papel de uma deficiente produção da GH no desenvolvimento da sarcopénia, ainda não é bem compreendido (Roubenoff & Hughes, 2000). A secreção da GH é feita pela glândula anterior da hipófise. E uma das suas principais acções é estimular a síntese da IGF-I no fígado. Esta ligação entre GH/IGF-I tem um papel importante durante o desenvolvimento e crescimento somático, incluindo o músculo-esquelético, que produz IGF-I localmente (Harridge, 2002). Um estudo de Harridge (2002) fez a diferenciação do IGF-I nas suas múltiplas isoformas. Uma isoforma difere da “sistémica”, que é produzida no fígado, e aparece particularmente sensível a sinais mecânicos e a danos musculares. Esta isoforma muscular, tem um efeito anabolizante que estimula a síntese proteica, a proliferação e a diferenciação das células satélite. A proliferação das células satélite e a fusão com as fibras musculares parecem ser necessárias para a recuperação da massa muscular em resposta à carga mecânica (Shuichi & Both, 2004).. 10. Gabriel Fernandes.

(29) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. O número e o efeito proliferativo destas células são inversamente proporcionais à idade do tecido muscular, e que com o envelhecimento os indivíduos tendem a ter uma menor tolerância à carga mecânica. Assim, os idosos podem ter um défice na capacidade de regeneração deste tecido (Santos, 2004).. 2.2.5 Inactividade Física A inactividade física é um factor com contributo expressivo na sarcopénia. Existe uma enorme dificuldade, em separar estes dois factores (envelhecimento/desuso), permanecendo a dúvida qual deles pesará mais na atrofia muscular e redução da força no idoso (Soares & Carvalho, 1999; Willardson, 2002). Situado no extremo oposto à actividade física, isto é, o desuso ou inactividade, é outro ponto de grande importância sobre o envelhecimento muscular. A atrofia por desuso verifica-se de forma evidente, por exemplo, após imobilização por acamamento, por gesso, por uso de cadeira de rodas, que são situações mais ou menos comuns em idosos (Carvalho, 2002). Esta diminuição da actividade física têm efeitos nefastos, não só na saúde, mas também na qualidade de vida, que podem provocar: redução da aptidão cardio-respiratória, osteoporose, fraca circulação nos membros inferiores, diminuição da autoestima, maior dependência na vida diária, e diminuição da habilidade para interacções sociais (Durstine et al., 2000). Segundo Bloomfield (1997), após um acamamento de 4 a 6 semanas, ocorrem alterações na massa muscular, acompanhadas de uma diminuição de 6 a 40% da força muscular. Daley & Spinks (2000) confirmam esta ideia, referindo que, o sistema músculo-esquelético, é provavelmente, o sistema com maior capacidade adaptativa aos diferentes padrões de uso. Ou seja, quando o desuso é o padrão, surge a diminuição da massa muscular, alterações morfológicas do músculo, com reflexos na diminuição da força muscular e independência funcional.. 11. Gabriel Fernandes.

(30) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. Miles et al. (1994) realizaram um estudo, em 12 mulheres, cujos pulsos foram durante 9 dias imobilizados e suspensos, verificou-se que tanto a força isométrica como a dinâmica (concêntrica e excêntrica) diminuíram, parecendo ser a primeira a mais afectada. Reforçando aquilo que temos vindo analisar, acerca do desuso, constatamos que há alterações dos padrões de recrutamento das unidades motoras. Notando-se que as fibras do tipo I permanecem sujeitas a uma utilização regular, enquanto que as tipo II são mais raramente usadas, provocando a consequente atrofia (Thompson, 2002). Kauhanen et al. (1993) conferiram a nível celular, uma dilatação mitocôndrial, desorganização miofibrilar, e o aparecimento de vacúolos citoplasmáticos, ao fim de 48 horas de imobilização. É interessante observar, que nestas alterações degenerativas, a regeneração acontece mesmo durante a imobilização (Appell, 1986). A recuperação vai verificar-se muito mais rapidamente, se comparada com o período de imobilização, ou seja, um membro que esteve imobilizado durante 10 dias, uma vez iniciada a sua reabilitação, ela pode completar-se mais ou menos em 4 dias (Berg & Tesch, 1996). Concluímos então, que a atrofia também se verifica em atletas idosos, que treinaram ao longo da vida, sendo que, esta é minimizada com o treino/uso (Wiswell et al., 2001). O envelhecimento por si, poderá ser a principal causa da perda de massa muscular (Roubenoff & Hughes, 2000) e o desuso um factor que, de uma forma geral, acelera este processo. Ou seja, a inactividade constitui-se como um factor adicional de deterioração física e fisiológica (Carvalho et al., 2003). Analisaremos de seguida, o exercício físico como oposição ao desuso.. 12. Gabriel Fernandes.

(31) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. 2.3 Efeito do Exercício Físico É sabido que, a prática de exercício físico regular é útil na manutenção da massa e força muscular (Willardson, 2002). Há várias referências na literatura, que os idosos fisicamente menos activos, têm uma menor massa muscular esquelética, e aumentam a sua inaptidão física e funcional (Roubenoff & Hughes, 2000; Vandervoort, 2000; Carvalho, 2002). Rantanen & Heikkinen (1998), verificaram que idosos de ambos os sexos, que tinham um elevado nível de actividade nas suas rotinas diárias, mantinham a força a um nível mais elevado que os sedentários. Nesse sentido, a actividade física regular é uma das melhores ajudas para manter os músculos saudáveis. Diversos estudos referem que o treino de força pode inverter a sarcopénia, com consequente melhoria na capacidade funcional e na redução do risco de quedas em idosos (Brandon et al., 2000; Buchner et al., 1997 Vandervoort, 2002). Brandon et al. (2000) observaram em idosos, um aumento de cerca de 52% de 1RM na força dos membros inferiores, após 16 semanas de trabalho de força dinâmica (50-70% 1RM; 3 séries x 8-12 repetições; 3 dias por semana). De igual modo, Hruda et al. (2003), verificaram um aumento de 60% da força e potência dos extensores do joelho, após 10 semanas, em idosos (76-94 anos de idade). Num programa de exercício direccionado para a diminuição dos efeitos da sarcopénia, o treino de força deve ser o foco, embora o treino aeróbio não deva ser negligenciado (Willardson 2002), se tivermos em consideração que a atrofia muscular relacionada com o envelhecimento, resulta também de um decréscimo substancial da capacidade aeróbia (Spirduso, 1995).. 13. Gabriel Fernandes.

(32) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. 2.4 Treino aeróbio vs. Treino de força O treino aeróbio e o treino de força induzem melhorias na saúde e funcionalidade dos idosos. A sua especificidade também é evidente (McArdle, 1994) e as adaptações do treino são altamente específicas (Zatsiorsky & Kraemer, 2006). É bem sabido que o treino de força com duração e intensidade adequados, parece ajudar a combater a perda de massa muscular e a diminuição dos níveis de força, tipicamente associados ao envelhecimento. Os benefícios da prática regular deste tipo de treino, leva ao aumento da densidade óssea (redução do risco de osteoporose), melhoria da estabilidade postural (redução do risco de quedas e fracturas) e melhoria da flexibilidade (ACSM, 1998). O treino aeróbio parece ser o modo de treino mais eficaz, na manutenção. e. melhoria. da. função. cardiovascular,. e. desempenhos. submaximais aeróbios. É também, importante na redução dos factores de risco, associados com as doenças cardíacas, na melhoria do estado de saúde geral, contribuindo para o aumento da esperança de vida (ACSM, 1998). Um estudo realizado por Klitgaard et al. (1990), refere que, embora o treino de força possa prevenir e neutralizar as diminuições na função e morfologia do músculo envelhecido, o treino de resistência aeróbia não influencia as mudanças relacionadas com o envelhecimento no tamanho e na força muscular. Estes resultados obtidos devem-se à especificidade do treino. Diversos estudos envolvendo jovens adultos, com a aplicação de um treino aeróbio, verificaram que este tipo de treino aumentou o consumo máximo de oxigénio (VO2máx). No entanto, não contribui significativamente para o aumento da força muscular, que só se conseguiu a partir de treino combinado (treino de força adicionado ao treino aeróbio) (Bell et al., 2000; Hennessy & Watson 1994; Hickson 1980; Kraemer et al., 1995). Nos idosos, alguns autores (Cress et al., 1999; Ferketich et al., 1998; Meuleman et al., 2000) referem que só houve um aumento substancial de força através do treino combinado, melhorando também a resistência aeróbia.. 14. Gabriel Fernandes.

(33) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. Outro estudo realizado em idosos por Wood et al. (2001), refere que o treino combinado ao longo de 12 semanas, com frequência de 3 vezes por semana, teve um aumento funcional na força muscular do músculo peitoral e braquial. Conclui-se que um treino combinado é muito mais benéfico na aptidão física, que um programa de treino que só envolva uma componente aeróbica. Sabe-se que a força, para além de desempenhar um papel determinante em diferentes aspectos relacionados com a saúde e de se constituir como elemento fundamental na integridade do sistema músculoesquelético, serve também de suporte para outras capacidades físicas, como a resistência aeróbia (Carvalho et al., 2003). Particularmente nos idosos, o aumento ou manutenção da força muscular pode trazer benefícios, como melhoria da mobilidade, equilíbrio, prevenção de quedas e manutenção da massa magra (Bauman & Smith, 2000). Outros estudos analisaram a interacção do treino combinado, e é certo que, a adição do treino de força com o treino aeróbio melhora o desenvolvimento da resistência cardiovascular (Kraemer et al., 1995; McCarthy et al., 1995). Apesar da especificidade de ambos os tipos de treino, os programas de exercício físico para idosos recomendam o uso combinado destas actividades, de forma a melhorar a saúde e a capacidade física, aumentando a qualidade de vida desta população (ACSM, 1998).. 2.5 Formas de Avaliação da Força Muscular A força muscular é a habilidade do grupo muscular, para desenvolver a força máxima contra uma resistência, numa contracção única (Heyward 2002). A avaliação da força muscular nos idosos, é cada vez mais importante na. compreensão. do. declínio. funcional,. na. prescrição. de. exercícios. terapêuticos, e na quantificação dos resultados em estudos experimentais (Salem et al., 2002). As medidas de avaliação, podem ser obtidas através de técnicas laboratoriais ou de campo. As medidas laboratoriais são directas e mais. 15. Gabriel Fernandes.

(34) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. eficientes, sendo utilizadas para grandes populações. As de campo, não são tão precisas, mas envolvem menos custos, e podem ser utilizadas para medir actividades físicas, realizadas em contexto real, como as actividades da vida diária (Mazo et al., 2001). Geralmente, os testes de força envolvem uma grande disponibilidade psicológica, e estão relacionados com a motivação, o que pode condicionar os resultados (Mazo et al., 2001). Salem et al. (2002) referem que, para medir a quantidade do desempenho físico e adaptação em idosos, são utilizados frequentemente, os métodos da dinamometria isométrica, dinamometria isocinética, testes de avaliação dinâmica funcional, teste de uma repetição máxima (1RM), e múltiplas repetições com carga máxima.. 2.5.1 Dinamometria isométrica - A força isométrica que é definida como a máxima contracção voluntária desenvolvida pelo sistema muscular, exercida contra uma resistência inamovível (McArdle, 1994). Este tipo de força é medida através de dinamómetros como o Hand Grip e o Lift Back (McArdle, 1994). Resultados obtidos em protocolos de avaliação da força isométrica têm sido apresentados por alguns autores para descrever a força muscular em idosos (Meuleman et al., 2000; Sipila et al., 1996). Apesar da dinanometria isométrica, ter um alto nível de controlo da medida, ser de fácil administração, requerer baixos custos financeiros, apresenta situações de pouca semelhança à natureza dinâmica da maioria das tarefas diárias e desportivas (Murphy & Wilson, 1996).. 16. Gabriel Fernandes.

(35) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. 2.5.2 Dinamometria isocinética - A Força isocinética é avaliada através do dinamómetro, que contém um mecanismo que permite que a velocidade seja constante, ao longo de todas as fases do movimento (McArdle, 1994). Este método tem se revelado bastante útil na investigação laboratorial/clínica e no meio desportivo. A sua leitura fornece a força média, potência e o trabalho total (McArdle, 1994), bem como a comparação entre músculos agonistas/antagonistas, medição das contracções (isométricas, concêntricas e excêntricas) e a comparação (desequilíbrios) dos membros entre si (Badillo & Serna, 2002). Este. tipo. de. avaliação. distingue-se. pela. sua. objectividade. e. reprodutibilidade das medidas, tornando-se num instrumento válido e rigoroso para análise de um programa de exercício físico (Davies et al., 2000). Pela segurança e rigorosidade que transmite este método, são vários os autores (Carvalho, 2002; Fahlman et al., 2007; Salem et al., 2002; Tarpenning et al., 2006) que o utilizaram na análise dos seus dados. A sua grande vantagem relativamente a outras formas de avaliação dinâmica, é a possibilidade de aplicação carga máxima, durante todo o movimento, nos vários pontos do segmento avaliado (Wrigley, 2000). No entanto, o movimento isocinético, não reflete a generalidade das tarefas reais do dia a dia, e o efeito do treino isocinético é específico a esse tipo de movimento, sendo de mais pobre aplicação a outros tipos de movimentos, frequentes nas actividades desportivas (Badillo & Serna 2002; Kannus, 1994).. 2.5.3 Testes de carga máxima e por repetição O método isotónico mais comum para medir a força dinâmica máxima, é normalmente designado por 1RM, que consiste na determinação da quantidade máxima de carga, contra a qual um individuo consegue exercer força numa única repetição (McArdle, 1994). O teste de 1RM, tem sido usado na avaliação em idosos (Fiatarone et al., 1990, Salem et al., 2002). Os resultados sugerem. 17. Gabriel Fernandes.

(36) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. que este tipo de avaliação, pode ser empregue de forma segura (Di Fabio 2001), mas a sua aplicação também é questionável. No entanto, a utilização de múltiplas repetições (por exemplo 5 ou 10 vezes) como critério de repetição máxima, para se obter a força, é mais bem tolerado na aplicação em idosos (McArdle, 1994). Estes testes, aproximam-se da situação real do treino (Badillo & Serna 2002), já que permite incluir uma componente natural de resistência concêntrica/excêntrica, e os exercícios realizados permitem a mobilização de várias articulações em simultâneo (Brown, 2000).. 2.5.4 Testes funcionais ou comportamentais Os testes de aptidão funcional, foram delineados para avaliar parâmetros físicos (força muscular, resistência aeróbia, flexibilidade, agilidade, e equilíbrio), associados com a mobilidade funcional, em idosos autónomos, não praticantes regulares de exercício físico (Rikli & Jones, 1999a). Por exemplo, estão descritos na bateria de testes “Functional Fitness Test” (FFT), desenvolvida e adaptada por Rikli & Jones (1999a), o teste de levantar e sentar na cadeira, e o teste da flexão de braços, ambos para avaliar a força dos membros inferiores e superiores, respectivamente. É evidente a utilização deste tipo de testes, em diversos estudos da área do envelhecimento (Carvalhais, 2004; Cavani et al., 2002; Fahlman et al., 2007; Rikli & Jones 1999b). Nesta avaliação de campo, o equipamento é económico, embora com menos precisão que nos testes laboratoriais, mas a sua aplicabilidade permite a avaliação de um maior número de sujeitos. Assim, face ao quadro atrás exposto, na literatura são descritos vários instrumentos de avaliação. De acordo com o objectivo deste estudo e aos métodos implicados, iremos apenas debruçarmo-nos em maior pormenor sobre a avaliação isocinética e avaliação dinâmica funcional, através do teste de levantar e sentar.. 18. Gabriel Fernandes.

(37) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. 2.6 Avaliação isocinética e Avaliação dinâmica funcional A dinamometria isocinética ao oferecer um ambiente controlado e seguro, na avaliação quantitativa da função muscular, tem constituído uma aplicação clínica em grande expansão, na avaliação de insuficiências e disfunções musculares. A avaliação dinâmica funcional, através da aplicação da referida bateria de testes, apresenta-se bastante equilibrada e adaptada para a avaliação de idosos, indo de encontro aos hábitos e afazeres do quotidiano deste tipo de população.. 2.6.1 Parâmetros de avaliação 2.6.1.1 Peak Torque O peak torque (PT) é definido como o ponto máximo na curva de extensão/flexão, ou seja, a força máxima que uma articulação desenvolve, pela contracção muscular de um segmento corporal, ao longo de uma variação angular (Davies et al., 2000; Gleeson & Mercer, 1996). O PT tem-se revelado como um índice bastante preciso, por apresentar o menor erro de medida e maior confiança, entre os vários índices da força isocinética, que são frequentemente utilizados na literatura (Gleeson & Mercer, 1996), tornando-a na variável mais utilizada, na análise funcional dos músculos da coxa e dos diferentes estados patológicos da articulação do joelho (Kannus, 1994).. 19. Gabriel Fernandes.

(38) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. 2.6.1.2 Comparação Bilateral Avaliação de um membro em relação a outro, é provavelmente, a comparação mais comum na leitura dos dados (Davies et al., 2000). O critério de 80 a 90% da capacidade de força muscular do membro dominante, poderá ser utilizado como valor standard para o membro não dominante, antes do regresso à actividade, depois de uma lesão (Kannus, 1994). Valores que diferem acima dos 10 a 15% são considerados normalmente significativos de assimetria (Davies et al., 2000). Este défice indica um desequilíbrio muscular que pode predispor o sujeito a uma maior probabilidade de lesão, como tendinites e entorses (Davies et al., 2000).. 2.6.1.3 Rácio unilateral (agonista/antagonista) A comparação do rácio flexores/extensores, pode identificar a fragilidade em determinados grupos musculares (Davies et al., 2000). A forma convencional do rácio isquiotibiais/quadricípete (IT/Q), é calculada pelo quociente entre o PT concêntrico dos isquiotibiais e o PT concêntrico dos quadricípetes, obtido a uma determinada velocidade (Coombs & Garbutt, 2002). Este rácio depende de vários factores, como a velocidade angular, da posição do teste, do tipo de população e o efeito da gravidade (Kannus, 1994). Na avaliação a baixas velocidades (60º/seg.), existe um consenso no valor normativo deste rácio para que seja de 0,6, valores inferiores a este limite, são sinónimos de desequilíbrios que podem provocar lesões (Coombs & Garbutt, 2002). Este parâmetro é particularmente importante, porque quando se analisa o espectro das várias velocidades, a percentagem do rácio é diferente para cada uma delas (Davies et al., 2000). Segundo. Wilk. (1991),. na. articulação. do. joelho,. os. intervalos. considerados normais para as velocidades são os seguintes: - 60º/s  60 a 69% - 180º/s  70 a 79%.. 20. Gabriel Fernandes.

(39) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. 2.6.1.4 Teste funcional de levantar e sentar na cadeira A execução deste teste em idosos, é válido para avaliar a força muscular dos membros inferiores (Jones et al., 1999). No sentido de determinar esta validade e fiabilidade do teste “Levantar e sentar na cadeira”, Jones et al. (1999), realizaram um estudo que envolveu 76 idosos, de ambos os sexos, com idade superior a 60 anos. Os valores de correlação intraclasse encontrados foram de 0,84 nos homens e de 0,92 nas mulheres, indicando uma fiabilidade razoável.. 21. Gabriel Fernandes.

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(41) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. 3. Objectivos e Hipóteses. 3.1 Objectivo Geral O presente estudo tem como objectivo principal determinar os efeitos de um programa de caminhada, na força muscular em idosos de ambos os sexos, em função do método de avaliação.. 3.2 Objectivos específicos Com base no objectivo geral foram definidos os seguintes objectivos específicos: - Verificar o efeito do treino na força muscular isocinética dos extensores do joelho, nas diferentes velocidades angulares. - Verificar o efeito do treino na força muscular isocinética dos flexores do joelho, nas diferentes velocidades angulares. - Analisar os efeitos do programa de caminhada sobre o rácio IT/Q. - Observar a influência do género na magnitude dos efeitos do treino sobre a força muscular. - Averiguar os efeitos do programa de caminhada sobre a força muscular dinâmica avaliada através de um teste funcional (levantar e sentar na cadeira). - Comparar diferentes métodos de avaliação da força muscular (teste isocinético vs. teste funcional de levantar e sentar na cadeira).. 23. Gabriel Fernandes.

(42) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. 3.3 Hipóteses A partir dos objectivos formulados, as hipóteses de estudo são: - Os valores do PT dos extensores e flexores do joelho, alteram-se ao longo do tempo, após programa de caminhada. - Existem diferenças do PT, em função do sexo. - Existem diferenças na magnitude dos ganhos da força isocinética, em função do sexo. - Os valores do rácio unilateral IT/Q, alteram-se ao longo do tempo, para valores considerados normais, após programa de caminhada. - Os valores do rácio bilateral IT/Q, alteram-se ao longo do tempo após treino, para valores considerados normais. - Um programa de caminhada influencia a força muscular no idoso, traduzido pelo aumento do número de repetições, no teste do levantar e sentar na cadeira. - Existem diferenças no número de repetições, no teste do levantar e sentar na cadeira, em função do sexo. - Existem diferenças na magnitude dos ganhos da força funcional, em função do sexo.. 24. Gabriel Fernandes.

(43) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. 4. Material e Métodos 4.1 Desenho do estudo O presente trabalho, consistiu num estudo longitudinal, de natureza experimental. Geralmente, neste tipo de delineamento longitudinal, são feitas duas avaliações (antes e depois da intervenção). No entanto, com a finalidade de melhor acompanhar a evolução, resolvemos avaliar o grupo em três momentos: 1ª Avaliação (M1-Novembro) – Pré-teste (4 meses antes do início do programa) 2ª Avaliação (M2- Março) – Teste (antes do início do programa) 3ª Avaliação (M3- Julho) – Pós-teste (4 meses após o final do programa) Assim, entre o M1 e o M2, os elementos da amostra foram observados sem prática regular de actividade física e entre os M2 e M3 foi observado o efeito do treino de caminhada nas varáveis em análise. O estudo decorreu entre Novembro de 2005 e Julho de 2006 (8 meses). Foi pedido aos participantes, que não alterassem a sua rotina diária, sob pena de comprometerem os resultados finais. 4.2 Caracterização e selecção da amostra Efectuou-se um estudo, que foi constituído por 16 idosos (10 mulheres e 6 homens) com idades compreendidas entre os 65 e os 85 anos (média = 70,8 ± 5,9 anos) num programa de caminhada para a terceira idade, que decorreu na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Foi estabelecido para melhor caracterizar esta amostra, critérios de inclusão, ou seja, que todos os participantes fossem voluntários e não praticantes de actividade física estruturada, há pelo menos 2 anos antes do início do estudo. No entanto, os sujeitos deveriam realizar autonomamente as suas actividades básicas diárias. Deveriam ainda, ser residentes do Grande Porto, e não apresentarem problemas, que condicionasse a sua prática em. 25. Gabriel Fernandes.

(44) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. exercício aeróbio, de intensidade moderada, devendo ter consentimento médico para a prática de exercício físico. Como critérios de exclusão foram considerados: ausência superior a 20% das sessões, falta consecutiva a mais de 8 sessões, e a falta nos momentos de avaliação. 4.3 Protocolo de Treino Este programa de caminhada seguiu os pressupostos recomendados pelo ACSM (2000) ao longo de 4 meses de treino. Todos os sujeitos foram submetidos a sessões, com duração entre 45 e 50 minutos, com frequência tri-semanal. Estas caminhadas, genericamente, foram compostas por: 1) Período de aquecimento e alongamento, ou seja, exercícios de alongamentos, diferentes formas de caminhar e actividades lúdicas; 2) A caminhada propriamente dita; 3) Um período de relaxamento (retorno à calma). Houve necessidade de dividir o programa em duas fases. A primeira (primeiras 4 semanas) com o objectivo de atingir a intensidade desejada, com a introdução de resistência muscular localizada (RML), nos membros inferiores e tronco. No trabalho de RML foi só utilizado o peso do corpo e a uma intensidade baixa a moderada. Nesta fase, o trabalho foi desenvolvido com duração de 35 minutos e com uma intensidade de 40 a 60% da Frequência Cardíaca de Reserva (FC res), ou 4 a 5 na Escala de Borg Revisada. Esta escala só foi utilizada com alguns indivíduos da nossa amostra, já que estavam sob efeito de fármacos anti-hipertensivos, alguns deles com uma acção bloqueadora dos betareceptores cardíacos (impedem o aumento da frequência cardíaca). Da quinta semana, em diante, a intensidade foi aumentada para 60 a 70% da FC res, ou 5 a 6 da Escala de Borg Revisada, assim como a sua duração (50 minutos), de acordo com a adaptação dos indivíduos ao programa de treino.. 26. Gabriel Fernandes.

(45) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. 4.4 Avaliação da força muscular Na avaliação dos diferentes momentos foi utilizado o mesmo método, no que diz respeito ao equipamento, na posição e na técnica de avaliação. Os sujeitos foram encorajados verbalmente e avaliados sempre pelo mesmo avaliador. 4.4.1 Avaliação da força isocinética A avaliação isocinética da força muscular dos extensores e flexores do joelho, quer no membro dominante, quer no não dominante, realizou-se através de um dinamómetro isocinético (Biodex System 2, USA), com duas velocidades angulares distintas: 60º/seg. (1,05 rad.seg-1) e 180º/seg. (3,14 rad.seg-1). Estas velocidades, são frequentemente utilizadas na medição da força isocinética dos grupos musculares da articulação do joelho (Carvalho 2002). A instalação do Biodex System 2 e a postura do sujeito, estavam de acordo com os procedimentos, do teste padrão fornecido pelo fabricante (Biodex Medical Systema,Inc). Numa obtenção mais eficiente das medidas de força, foram colocados cintos bem ajustados ao nível do tronco, bacia e coxa, de modo a estabilizar os segmentos corporais. A articulação do joelho foi alinhada com o eixo de rotação do dinamómetro, e a totalidade do movimento foi realizada desde a posição de flectido (90º) até à máxima extensão possível. Antes da avaliação, todos os participantes realizaram um breve aquecimento numa bicicleta ergonómica a 60 rotações por minuto (rpm), e foi utilizada a carga correspondente a 2% do peso corporal. Houve também uma habituação ao dinamómetro, de dez repetições submáximas a 180º/seg e cinco repetições a 60º/seg, seguido de um repouso de dois minutos. Nesta avaliação da força máxima foram principalmente considerados: o PT, a comparação bilateral do PT, o rácio flexores/extensores (IT/Q - %) unilateral e bilateral.. 27. Gabriel Fernandes.

(46) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. 4.4.2 Avaliação da Aptidão Funcional Neste estudo, utilizámos o teste de força funcional incluído na bateria Functional Fitness Test desenvolvida e validada por Rikli & Jones (1999a). Esta bateria, avalia principalmente, os parâmetros subjacentes com a mobilidade funcional, e a independência dos idosos. Esses parâmetros fisiológicos são a força, resistência, flexibilidade dos membros inferiores e superiores, bem como, a mobilidade física, velocidade, agilidade, equilíbrio e a resistência aeróbia. Antes do início dos testes, todos os sujeitos fizeram aquecimento durante 10 minutos. Posteriormente, houve um período de familiarização com o tipo de exercício a desenvolver, com uma breve explicação e demonstração por parte do avaliador. Cada sujeito realizou um ou dois ensaios para uma correcta execução. Foi do nosso interesse, ter em conta a força dos membros inferiores, através do teste de levantar e sentar na cadeira. Que consistiu, avaliar o maior número de vezes que o sujeito, com os braços cruzados à frente do tronco, se levantava e sentava, durante 30 segundos. 4.5 Procedimentos estatísticos Os cálculos foram realizados no programa de estatística denominado por Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) para Windows Vista, versão 15.0. Todos os dados foram analisados descritivamente, com o objectivo de averiguar a normalidade da distribuição e a presença de outliers. Assim, após esta análise exploratória dos dados, realizámos a análise da variância de medidas repetidas (Anova), para verificar se houve diferenças significativas, nas diferentes variáveis, durante os três momentos observados. E ainda, a análise das diferenças entre sexos, através do Teste t de medidas independentes. Havendo diferenças significativas entre os diferentes momentos, utilizouse para as múltiplas comparações à posteriori (post- hoc) o teste de Tuckey. O nível de significância considerado foi de p <0,05.. 28. Gabriel Fernandes.

(47) Análise de um programa de caminhada na força muscular em idosos. 5. Apresentação dos Resultados 5.1 Avaliação da força muscular 5.1.1 Avaliação Isocinética da Força Muscular No Quadro 1 estão representados os valores médios da força (PT) à velocidade de 180º/seg., no membro dominante e não dominante. Quadro 1 – PT (Nm), nos três momentos (M1-M2-M3) observados (média ± desvio padrão), à velocidade de 180º/seg.. M1 M2 M3. 180ED. 180END. 180FD. 180FND. 63,5. 58,1. 33,8. 35,4. ±18,7. ±18,2. ±11,8. ±13,9. 65,9. 59,9. 35,6. 37,5. ±18,5. ±19,4. ±14,1. ±14,8. 63,8. 58,0. 37,3. 36,4. ±17,2. ±20,7. ±14,5. ±14,7. 180= velocidade de 180º/seg.; E= extensão do joelho; F= flexão do joelho; D= membro dominante; ND= não dominante;. No Quadro 2 estão representados os valores médios da força (PT) à velocidade de 60º/seg., no membro dominante e não dominante. Quadro 2 – PT (Nm), nos três momentos (M1-M2-M3) observados (média ± desvio padrão), à velocidade de 60º/seg.. M1 M2 M3. 60ED. 60END. 60FD. 60FND. 97,5. 88,1. 41,3. 41,5. ± 30,7. ±26,3. ±13,7. ± 14,6. 97,3. 91,6. 44,3. 43,8. ±27,6. ±29,4. ±14,0. ±14,7. 93,7. 88,0. 44,9. 42,7. ±25,9. ±29,1. ±15,3. ±12,8. 60= velocidade de 60º/seg.; E= extensão do joelho; F= flexão do joelho; D= membro dominante; ND= não dominante;. 29. Gabriel Fernandes.

Referências

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