• Nenhum resultado encontrado

Vapor de Sódio versus LED: Um Estudo de Aplicação na Iluminação Pública

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2019

Share "Vapor de Sódio versus LED: Um Estudo de Aplicação na Iluminação Pública"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

Vapor de Sódio

versus

LED: Um Estudo de

Aplicação na Iluminação Pública

Antonio B. Oliveira Neto

1

*, E. G. da Costa

2

, K. B. Brito

1

, B. A. Dias

1

, B. A. Luciano

2

e T. V. Ferreira

2

1

Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica (PPgEE/COPELE),

Universidade Federal de Campina Grande (UFCG),

Rua Aprígio Veloso, n° 882,

Brasil

2

Professor do Departamento de Engenharia Elétrica, UFCG, Rua

Aprígio Veloso, n° 882,

Brasil

*Email: <antonio.oliveira@ee.ufcg.edu.br>

Resumo Neste trabalho é apresentado um estudo de viabilidade técnica e econômica entre a tecnologia de iluminação a vapor de sódio e a tecnologia de iluminação a LED, ambas no sistema de iluminação pública. O estudo de caso foi realizado na Avenida Floriano Peixoto, localizada na cidade de Campina Grande, Estado da Paraíba. Para tanto, inicialmente, são explanados conceitos teóricos no que diz respeito às duas tecnologias. Em seguida, para a devida comparação, a abordagem parte do projeto, passando pelos encargos financeiros governamentais até à instalação propriamente dita. Na ocasião da elaboração deste trabalho, no sistema de iluminação pública da referida Avenida empregavam-se lâmpadas de vapor de sódio. Assim, no estudo de viabilidade técnica e econômica é apresentado o impacto da substituição das lâmpadas de vapor de sódio pela tecnologia LED, com vistas à redução de custos, qualidade da energia e eficiência energética no sistema de iluminação pública.

Palavras-chaves Eficientização energética, iluminação a LED, iluminação a vapor de sódio, qualidade da energia.

I.INTRODUÇÃO

Iluminação Pública (IP) é o serviço que tem por objetivo prover de luz ou claridade artificial os logradouros públicos. Este serviço tem influência direta na vida de todo cidadão, uma vez que contribui para a segurança da população, para o tráfego de veículos e viabiliza atividades de comércio, turismo, lazer, etc. [1].

Os sistemas de iluminação vêm passando nas últimas duas décadas por profundos avanços, em especial aqueles relacionados ao emprego da eletrônica nos processos de ignição, acionamento e promoção da eficiência energética. Nos últimos dez anos, um novo conceito em iluminação tem se estabelecido progressivamente. Trata-se do emprego dos diodos emissores de luz, ou LEDs (light emitting diodes), em sistemas de iluminação destinados ao ambiente doméstico, comercial, industrial ou externo (público) [1].

A qualidade da energia elétrica (QEE) nas instalações elétricas prediais, comerciais e industriais, em geral, é comprometida com a utilização de equipamentos eletrônicos, tornando a sua própria operação e a de outros componentes inadequada, resultando em perdas de informações, funcionamentos incorretos, disparos indesejados, etc. [2].

Agradecemos ao engenheiro eletricista Genildo da Silva Oliveira, da Secretária de Obras da Prefeitura Municipal de Campina Grande, pela prestimosa contribuição e ao apoio financeiro da CAPES.

É importante respeitar os aspectos técnicos relacionados às configurações dos sistemas de iluminação pública, fomentar a busca por sistemas eficientes, utilização de materiais e equipamentos de boa qualidade, reduzindo insatisfações por parte da população com os serviços prestados, aspectos ambientais, desperdícios de recursos e ainda impactos negativos nas redes de distribuição de energia, no que tange à QEE.

Neste contexto, em Campina Grande, Paraíba, Brasil, o poder público tem percebido as vantagens da IP a LED, e dado que esta é uma tecnologia relativamente nova, várias perguntas, de caráter prático, técnico e econômico afloraram. O objetivo principal deste artigo é realizar um estudo de caso que responda tais perguntas, averiguando a viabilidade do emprego da IP a LED em um trecho da avenida mais longa da cidade. Assim, a substituição da iluminação a vapor de sódio em alta pressão existente na Avenida Floriano Peixoto pela iluminação a LED transformou-se no cerne da questão.

A iluminação existente durante a elaboração deste trabalho possuía baixa eficiência se comparada a tecnologias mais recentes, juntamente com uma curta vida útil, apresentando indícios fortes para motivar uma modernização. A tecnologia proposta é a iluminação a LED, à qual se inerem características relevantes e significativas de como sua implementação técnica e econômica é cabível [3].

II.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Visando estabelecer o entendimento sobre as duas tecnologias abordadas neste trabalho, são apresentados conceitos sistêmicos sobre as mesmas.

A. Iluminação a Vapor de Sódio em Alta pressão

A lâmpada vapor de sódio em alta pressão é a mais eficiente do grupo de lâmpadas de alta intensidade de descarga. A luz é produzida pela excitação de átomos de sódio aliados a um complexo processo de absorção e reirradiação em diferentes comprimentos de onda [4].

(2)

A lâmpada de vapor de sódio em alta pressão encontrada na Avenida Floriano Peixoto, que é de 400 W, pode ser vista na Fig. 1 (a), juntamente com luminária adequada para esta especificação, como pode ser observado na Fig. 1 (b).

a) b)

Fig. 1. (a) Exemplo de lâmpada a vapor de sódio em alta pressão de 400 W [6]; (b) Exemplo de luminária adequada a esse tipo de lâmpada [7].

B. Iluminação a LED

A qualidade e a eficiência energética são alguns dos pontos centrais de pesquisa e melhoramento de muitas concessionárias de energia elétrica, sendo que o emprego de tecnologia LED, principalmente no que diz respeito à iluminação pública, pode vir a contribuir significativamente na melhoria desses resultados [5].

A tecnologia LED está começando a trazer impactos significativos em vários setores da economia. A utilização em indústrias, iluminação interna e externa, setor automotivo, sinalização em geral, área médica e na eletrônica, são exemplos bastante corriqueiros de emprego da iluminação LED. Diversos setores perceberam as vantagens na utilização dos LEDs, pequenos diodos, também chamados de “iluminação em estado sólido” ou SSL (Solid State Lighting), devido à ausência de filamentos ou gases, mais sim, um pequeno chip semicondutor eletroluminescente, que na presença da corrente elétrica, emite a luz [2].

Assim, a seguir, há um detalhamento da estrutura e funcionamento da tecnologia LED, com refinamento à aplicação no sistema de IP.

i. Estrutura dos LEDs

Atualmente existem vários formatos de LED, no entanto, suas estruturas internas são similares ao LED mais comum. Na Fig. 2 pode ser observada a estrutura do LED com relação aos materiais utilizados em sua confecção. Em seguida é explicado com detalhes o uso de cada um desses materiais [8].

Fig. 2. Estrutura de um LED [8].

Materiais utilizados:

 Lente/Case de epóxi: é uma cobertura que serve para a proteção e fixação do semicondutor além de promover a propagação da luz de uma forma específica que depende do seu formato. Se um LED usa plástico vermelho, é porque este plástico tem a mesma cor da luz emitida (para facilitar a identificação quando desligado) e não é ele que determina a cor. LEDs com plástico transparente ou branco podem emitir luz de diversas cores. A parte chanfrada dessa estrutura plástica indica o lado do catodo (-);

 Fio de ligação: o mesmo serve apenas para fazer a ligação entre o anodo (poste) e uma extremidade do semicondutor;

 Cavidade refletiva: além de servir como cavidade para comportar o semicondutor a mesma também tem revestimento refletivo para concentrar a luz emitida em certa direção;

 Semicondutor: é o material responsável pela emissão de luz que dependendo do qual seja, emitirá uma luz de cor específica;

 Estrutura de ligação: composta por dois condutores chamados de poste e bigorna devido ao seu formato; servem para fazer a ligação com o meio externo. O poste é o anodo (+) e normalmente tem o terminal maior que o lado da bigorna, que é o catodo (-);

 Local plano (chanfrado): facilita a identificação do terminal do catodo.

ii. Funcionamento dos LEDs

No silício e no germânio, que são os elementos básicos dos diodos e transistores, entre outros componentes eletrônicos, a maior parte da energia é liberada na forma de calor, sendo insignificante a luz emitida devido à opacidade do material. Os componentes que trabalham com maior capacidade de corrente chegam a precisar de irradiadores (dissipadores) de calor. Já em outros materiais, como o arsenieto de gálio (GaAs) ou o fosfeto de gálio (GaP), o número de fótons emitido é suficiente para constituir fontes de luz bastante eficientes [4].

A luz é uma forma de energia que pode ser liberada por um átomo. Ela é feita de uma grande quantidade de pequenos pacotes tipo partículas que têm energia e momento, mas nenhuma massa. Essas partículas, chamadas de fótons, são as unidades básicas da luz. Os fótons são liberados como um resultado do movimento de elétrons. Em um átomo, os elétrons se movem em orbitais ao redor do núcleo. Elétrons em orbitais diferentes têm quantidades diferentes de energia. De maneira geral, os elétrons com mais energia se movem em orbitais mais distantes do núcleo. Para um elétron mudar de um orbital mais baixo para um mais alto, algo deve aumentar seu nível de energia. No LED isso é feito aplicando uma diferença de potencial entre os seus terminais. Inversamente, um elétron libera energia quando muda de um orbital mais alto para um mais baixo. Essa energia é liberada na forma de um fóton (luz) [8].

(3)

verde, azul e violeta, por exemplo) e chega a ultravioleta [4]. Na Fig. 3 observa-se a disposição dos comprimentos de onda (e cores) típicos das aplicações LED.

Fig. 3. Relação entre frequências (ou comprimentos de onda) e cores [8].

iii. Lâmpadas LEDs

As lâmpadas LEDs são construídas a partir da associação de vários LEDs em paralelo (ou série e paralelo) firmados em uma estrutura normalmente plástica e tem seu formato variado de acordo com a necessidade. Tais lâmpadas, também têm diferentes bases, comumente encontrada sem residências. Uma lâmpada LED pode não ter base, daí chama-se luminária LED, sendo essas normalmente utilizadas para a iluminação pública ou de grandes áreas [8].

A disposição preferencial para o uso da iluminação LED em locais públicos é por meio de módulos LED. Estes apresentam facilidades para substituição, assim como manutenções diversas que podem ser feitas ao longo de sua vida útil. Além disso, essa tipologia e disposição são bem aceitos quando se pretende fazer a reciclagem das luminárias com outros tipos de lâmpadas [3].

Tendo em vista dados técnicos observados em catálogos diversos, assim como o que se pratica em sistemas de iluminação pública com características similares, se tem exemplos de luminárias utilizando os módulos LED, e que atendem as especificações para utilização de módulos LED, como pode ser visto na Fig. 4.

a) b)

Fig. 4. (a) Exemplo de luminária: Golden linha LED Iluminação Pública CH [9]. (b) Exemplo de luminária: Golden linha Extreme LED Iluminação

Pública [9].

Ao considerar a sustentabilidade dos LEDs o primeiro aspecto que geralmente vem à mente é o baixo consumo de energia, mas há muitos outros, incluindo a redução de

resíduos, reciclagem, o uso de materiais e recursos e os efeitos sobre a construção e o design.

C. Iluminação a LED

Para o devido entendimento da eficiência luminosa efetiva é necessário explanar os conceitos de visão fotópica, escotópica e mesópica.

No olho humano há três tipos de cones que são azul, verde e vermelho, nomes estes ligados as suas sensibilidades ao espectro de luz. Na Fig. 5 pode ser observado o espectro de luz relativo aos três tipos de cone.

Fig. 5. Espectros de luz dos três tipos de cones [3].

A resultante dessas três curvas nos dá a chamada visão fotópica, cujo espectro com pico em 555 nm (comprimento de onda correspondente a cor verde amarelada) é visto na Fig. 6. A maior eficiência alcançável nessa região é de 683 lm/W.

Já os bastonetes, são responsáveis pela chamada visão escotópica, cujo espectro com pico em 507 nm (comprimento de onda correspondente a cor verde azulada) é observado na Fig. 6. A maior eficiência alcançável nessa região é de 1.700 lm/W.

A visão mesópica é a designação dada a combinação dos espectros de luz das visões fotópica e escotópica. O resultado disso pode ser visto na Fig 6.

Fig. 6. Espectro de luz da visão fotópica, escotópica e mesópica [10].

(4)

𝜂S = 𝜂P∙(S/P) (1) Onde:

𝜂S representa a eficiência escotópica [lm/W]; 𝜂P representa a eficiência fotópica [lm/W].

A visão humana em um ambiente normal de trabalho deve levar em consideração a visão mesópica, daí uma relação entre as eficiências fotópica e escotópica foi determinada e chamada de eficiência efetiva (ou de pupila) a qual pode ser vista em (2). Nesta expressão, o expoente 0,78 foi determinado experimentalmente [3].

𝜂EE = 𝜂P∙(S/P)0.78 (2) Em que:

𝜂EE representa a eficiência efetiva.

Razões S/P de alguns modelos de lâmpadas, além das eficiências luminosas fotópica, escotópica e efetiva (ou de pupila), podem ser vistas na Tabela 1.

TABELA I.RAZÃO S/P E OS DIFERENTES TIPOS DE EFICIÊNCIA LUMINOSA PARA ALGUNS TIPOS DE LÂMPADAS [8].

Tipo da Lâmpada S/P η fotópica

(lm /W) η escotópica(lm /W) η efetiva(lm/W) Incandescente

100 W / 2700 K 1,41 13,5 19,0 17,6 Halógena

50 W / 3000 K 1,50 15 22,5 20,6

Fluorescente Tubular

20 W / 5000 K 1,96 55 107,8 93,0 LFC – Luz do dia

20 W / 6500 K 1,46 55 80,3 73,9

Vapor de Mercúrio 400

W / 3900 K 1,09 55 60,0 58,8

Vapor de Sódio

400 W / 2000 K 0,66 118 77,9 85,3 Vapor Metálico

400 W / 4300 K 1,49 77,5 115,5 105,8 Luz Mista

500 W / 3400 K 1,16 28 32,5 31,4 LED (com drive)

20 W / 6000 K 2,05 80 164,0 140,0 LED (sem drive)

100 W / 6000 K 2,05 90 184,5 157,5

Partindo do pressuposto que os fluxos luminosos eficazes devem ser iguais, sabendo ainda que o rendimento é o fluxo luminoso pala potência da lâmpada, equação (3), é que se tem a potência equivalente de uma iluminação a LED em relação a outra lâmpada qualquer, equação (4).

𝜂 = 𝜑/P (3)

PLED = (𝜂FOT-LAMP /𝜂FOT-LED)∙((S/P)LAMP/(S/P)LED) 0.78

PLAMP (4)

Em quê:

𝜑representa o fluxo luminoso [lm];

P representa a potência elétrica da lâmpada [W];

𝜂FOT-LAMP representa a eficiência efetiva de uma lâmpada qualquer [lm/W];

𝜂FOT-LED representa a eficiência efetiva da LED equivalente [lm/W];

(S/P)LAMP representa a razão S/P de uma lâmpada qualquer; (S/P)LED representa arazão S/P da LED equivalente;

PLAMP representa a potência de uma lâmpada qualquer [W]; PLED representa a potência da LED equivalente [W].

Tomando o caso de estudo como referência, que são lâmpadas de vapor de sódio em alta pressão de 400 W e observando [3], percebe-se que o equivalente LED são luminárias de 150 W.

III.MATERIAL E MÉTODOS

A. Material

Diante o estudo de caso, o material utilizado neste trabalho consiste de dados obtidos pelo levantamento do número de postes, luminárias e lâmpadas existentes na Avenida Floriano Peixoto, conforme Tabela 2. Para tal, houve a colaboração de [7]. Cada luminária possui exatamente uma lâmpada de vapor de sódio em alta pressão de 400 W.

A Avenida sob estudo possui dois trechos: o primeiro, onde há postes, luminárias e lâmpadas antigos (mais de 20 anos de uso), e o segundo, composto por postes, luminárias e lâmpadas relativamente novos (instalados há pouco mais de três anos) [7].

Fig. 8. Trecho com postes antigos.

Fig. 9. Trecho com postes novos.

No que diz respeito ao levantamento feito, constata-se que a quantidade de luminárias/lâmpadas em postes antigos e em postes novos foram 213 e 94, respectivamente, totalizando no geral 307.

A análise introduzida neste trabalho é feita considerando os dois trechos mencionados, sob o ponto de vista da conveniência em modernizar e eficientizar um ou outro trecho, ou mesmo a Avenida completa.

B. Métodos

A idealização deste trabalho usa uma metodologia onde os conceitos abordados são relativizados para efeitos comparativos, resultando em uma análise técnica e econômica.

O comparativo econômico, leva em consideração por principal o item consumo de energia elétrica de cada tecnologia, apresentado na Tabela 3. Conforme obtido,

101 1 2 Postes antigos

Com 2 luminárias Com 3 luminárias Com 4 luminárias

47 Postes novos

(5)

compara-se uma luminária LED de 150 W e uma luminária com lâmpada de vapor sódio em alta pressão de 400 W.

A análise técnica conforme Tabela 4, visa uma comparação de características entre as duas tecnologias relativas à vida útil, operação, eficiência energética, padrões de iluminação, design e desempenho integrado do sistema.

TABELA II.PONTO DE VISTA ECONÔMICO – VAPOR DE SÓDIO EM ALTA PRESSÃO VERSUS LED.

ITENS SÓDIO EM

ALTA PRESSÃO LED

Lâmpada HPS 400 W LED 150 W

Potência da lâmpada 400 W 150 W

Reator Sim Não usa

Perda no reator com selo Procel

32 W Não usa

Potência do conjunto 432 W 150 W

Horas de uso diário 12 h 12 h

Consumo mensal 155,52 kWh 54,00 kWh Valor da tarifa de energia R$ 0,14003 por

kWh

R$ 0,14003 por kWh Custo do consumo mensal R$ 21,78 por mês R$ 7,56 por mês

Economia Gerada 65,29%

TABELA III.PONTO DE VISTA TÉCNICO – VAPOR DE SÓDIO EM ALTA PRESSÃO VERSUS LED [1][2][3][4][5][7].

ITENS SÓDIO EM ALTA

PRESSÃO LED

Vida útil 16.000 horas ≥ 50.000 horas Consumo elétrico Alto Baixo (economia

acima de 50%) Faixa de frequência de

operação

±7% ±20%

Tempo de startup ≥ 5 minutos 2 segundos Strobe Sim (driver de

corrente alternada)

Não (drive de corrente contínua) Eficiência efetiva 85,3 lm/W 157,5 lm/W Índice de reprodução de

cores (IRC) IRC ≤ 50 IRC ≥ 75

Brilho adverso Alto ofuscamento Baixo ofuscamento Aquecimento > 300 °C < 60 °C Escurecimento da

lâmpada

Fácil (absorção de poeira)

Pouco existente (à prova de estática) Distorção Harmônica

Total (DHT) (Tensão)* 1,46% 1,33%

DHT (Corrente)* 10,50% 7,17%

Amarelamento da lâmpada

Rápido Pouco existente

Resistência ao impacto Baixa (Frágil) Alta (Ausência de filamentos) Poluição ambiental Alta (chumbo,

mercúrio, etc.)

Quase nenhuma

Custo de manutenção Alto Baixo

Perfil do produto Grande Pequeno (slim)

Peso de produto Pesado Leve

Relação custo-benefício Baixa Alta

Desempenho integrado Baixo Alto

*Medição realizada em lâmpadas LED de 230 W e Vapor de Sódio em Alta pressão de 400 W [4].

IV.RESULTADOS

Por meio de consultorias e análises de mercado foram levantados preços atuais (à época de elaboração deste trabalho) praticados por empresas especializadas nas duas tecnologias em questão. A partir desses valores de mercado, por meio de uma análise financeira, incluindo a amortização no tempo e custos para instalação e encargos como Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) e Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI) resultaram os investimentos iniciais propostos para comparação por ponto luminoso, que podem ser vistos na Tabela 5.

TABELA IV.VIABILIDADE VAPOR DE SÓDIO EM ALTA PRESSÃO VERSUS

LED, POR PONTO LUMINOSO.

ITENS Tipo de tecnologia

Vapor

de Sódio LED

Potência (W) 400 150

Investimento inicial das lâmpadas/módulos (R$) 112,39 1.114,96 Investimento inicial lâmpada/módulos e

luminária (R$) 1.338,22 2.353,55 Consumo anual (R$) 261,36 90,72 Vida útil das lâmpadas (anos) 3,7 11,4 Custo da lâmpada e luminária após 11,4 anos (R$) 4.767,30 3.387,76 Economia por ponto luminoso após 11,4 anos (R$) 1.379,54

Observa-se que quando os módulos LED estiverem em pouco menos da meia vida útil já compensaram os investimentos iniciais, uma vez que os custos com a tecnologia a alto vapor de sódio passam a serem maiores do que a tecnologia a LED. Na Fig. 10 é apresentada a evolução dos custos durante os 11,4 anos de vida útil dos módulos LED englobando algumas vidas úteis das lâmpadas a alto vapor de sódio, concluindo portanto, o ciclo comparativo.

Fig. 10. Gráfico com a evolução dos custos por ponto luminoso em um período de 11,4 anos.

Para uma completa análise de todo o sistema de iluminação da Avenida em estudo, pode ser visto na Tabela 6, um comparativo econômico considerando todos os pontos luminosos, assim como os trechos mencionados.

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 11,4

Cus

to

em

R$

Tempo em anos

(6)

TABELA V.VIABILIDADE VAPOR DE SÓDIO EM ALTA PRESSÃO VERSUS LED, PARA TODOS OS PONTOS LUMINOSOS DA AVENIDA FLORIANO PEIXOTO AO

LONGO DE 11,4 ANOS.

Postes antigos

ITENS Tipo de tecnologia

Vapor de Sódio

LED

Quantidade de lâmpadas/luminárias 213 213 Investimento inicial das lâmpadas e

luminárias (R$)

285.040,86 501.306,15

Custo lâmpadas e luminárias após 11,4 anos (R$)

721.592,45 991.492,42

Economia gerada (R$) 269.899,968 Postes novos

ITENS Tipo de tecnologia

Vapor de Sódio

LED

Quantidade de lâmpadas 94 94

Investimento inicial das lâmpadas e luminárias (R$)

125.792,68 221.229,00

Custo após 11,4 anos (R$) 437.560,036 318.449,252 Economia gerada (R$) 119.110,784

Totais Gerais

ITENS Tipo de tecnologia

Vapor de Sódio

LED

Quantidade de lâmpadas e luminárias

307 307

Investimento inicial das lâmpadas e

luminárias (R$) 410.833,54 722.535,15 Custo após 11,4 anos (R$) 1.429.052,46 1.040.041,71

Economia gerada (R$) 389.010,75

No que diz respeito à QEE, conforme [2] e observando os valores das DHTs para tensão e corrente vistos na Tabela 3, conclui-se que tais valores estão inseridos nos padrões e níveis de qualidade em relação ao fornecimento de energia.

IV.CONCLUSÃO

Neste trabalho foi apresentado um estudo de viabilidade no que diz respeito à modernização e eficientização da iluminação pública da Avenida Floriano Peixoto, localizada na Cidade de Campina Grande, Estado da Paraíba, Brasil. O estudo apresentou uma análise técnica e econômica, comparado duas tecnologias: a iluminação a alto vapor de sódio e a iluminação a LED. A viabilidade desta última se mostrou sobremaneira.

Quanto aos aspectos técnicos, os benefícios relacionados à eficiência, padronização, melhores índices de iluminação entre outros, são imediatos. Do ponto de vista econômico, grandes vantagens são notadas no decorrer do tempo, como constata-se nas análises financeiras feitas.

Pode ser observado que há o destaque da cidade de Campina Grande, que ao implementar tal estudo, faz dessa iniciativa cumprir seu papel valorizando a abordagem ambiental em seus projetos, visto que a União e os Estados estão compromissados com acordos globais de redução dos Gases do Efeito Estufa (GEE). Pode ainda, haver a inclusão em programas governamentais federias como o Procel Reluz da Eletrobras, com incentivos fiscais, ampliando, por

conseguinte a base de recursos municipais destinados ao setor de iluminação pública.

Além do mais, há indiretamente o benefício quanto à segurança pública, já que melhores índices de iluminação facilitam o acesso de locomoção individual, assim como a atividade policial quando necessária.

Por fim, o estudo fundamenta uma base metodológica a projetos correlatos no setor da iluminação pública, que tenham por finalidade a modernização, eficientização energética e qualidade da energia elétrica.

IV.REFERÊNCIAS

[1] RODRIGUES, C. R. B.; ALMEIDA, P. S.; SOARES, G. S.; JORGE, J. M.; PINTO, D. P.; BRAGA, H. A. C. “Um estudo comparativo de sistema de iluminação pública: estado sólido e lâmpadas de vapor de sódio em alta pressão”, International Conference on industry applications – IEEE/IAS, INDUSCON 2010.

[2] ASCURRA, R. E., “Eficiência Elétrica em Iluminação Pública Utilizando Tecnologia LED: Um Estudo de Caso”, Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso,

Cuibá – MT, setembro de 2013.

[3] OLIVEIRA NETO, A. B., FERREIRA, T. V., “Relatório de estágio supervisionado na Gerência de Iluminação Pública da Secretaria de Obra da Prefeitura Municipal de Campina Grande”, Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, Campina Grande, dezembro de 2013.

[4] RODRIGUES, P., “Manual de iluminação eficiente, Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – PROCEL. 1° edição.

Julho de 2002.

[5] GIANELLI, B. F.; SILVEIRA, M. C. F.;THAUMATURGO L. R. Y.;

ASTORGA, O. A., “O emprego da tecnologia LED na iluminação pública – seus impactos na qualidade da energia e no meio ambiente”, Universidade Estadual Paulista – UNESP.

[6] AVANT. “Catálogo de Produtos - Lâmpadas de Descarga - Vapor de Sódio”, Disponível em:< http://www.avantsp.com.br/pt/catalogo-de-produtos/lampadas-descarga/vapor-de-sodio>, Acesso em: 03 de novembro de 2013.

[7] OLIVEIRA, Genildo da Silva. Engenharia de Fiscalização. Gerência

de Iluminação Pública – Secretária de Obras – Prefeitura Municipal de Campina Grande. Campina Grande. Dezembro de 2013.

[8] PIMENTEL NETO, J. R., “A Inovadora Iluminação a LED, a Revolução no Conceito de Iluminação e Um Estudo de Viabilidade”,

Trabalho de Conclusão de Curso Grande - UFCG, Campina Grande, 2012.

[9] GOLDEN. “Catálogos - Catálogo Extreme LED”, Disponível em: <http://www.lampadasgolden.com.br/catalogos/catalogoExtremeLED.p df>. Acesso em: 20 de novembro de 2013.

Imagem

Fig. 2. Estrutura de um LED [8].
Fig. 4. (a) Exemplo de luminária: Golden linha LED Iluminação Pública  CH [9]. (b) Exemplo de luminária: Golden linha Extreme LED Iluminação
Fig. 8. Trecho com postes antigos.
Fig. 10. Gráfico com a evolução dos custos por ponto luminoso em um  período de 11,4 anos
+2

Referências

Documentos relacionados

RESUMO: A presente dissertação aborda o estudo da técnica de injeção de correntes harmônicas, com o objetivo de não excitar a ressonância acústica , nas lâmpadas de vapor de

Como a corrente drenada pelas três lâmpadas é muito baixa para que se possa acompanhar seu desempenho no lado de média tensão, para estas medições além das três lâmpadas vapor

No capítulo 4 é desenvolvido um estudo sobre os tipos de lâmpadas existentes para a IP, como são os casos das luminárias de vapor de sódio de alta pressão e das luminárias LED..

Desta maneira, alguns tipos de lâmpadas, como a vapor de sódio ainda oferecem uma eficiência luminosa maior que os LEDs, porém em [15] é apresentado um estudo comparativo de

Nas condições atuais do objeto de estudo, a substituição do sistema de iluminação fluorescente por lâmpadas de LED não se apresentou como uma alternativa economicamente

Tendo em vista que as lâmpadas estudadas neste trabalho fazem parte da Iluminação Pública é necessário analisar particularidades como: tráfego motorizado, trânsito de

RESUMO: O presente trabalho trata do estudo de reatores eletrônicos com alto fator de potência para alimentar lâmpadas de vapor de sódio de alta

28/SQF/2010 Luminárias para IP com lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão - Luminárias de Vias de Circulação Automóvel.. Data de