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Redução dos impactos ambientais causados pelos resíduos sólidos urbanos através de uma coleta seletiva

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Trabalho de Conclusão de Curso

Redução dos impactos ambientais causados pelos

resíduos sólidos urbanos através de uma coleta seletiva

Raryan Rafaela Rodrigues Curso de Ciências Biológicas

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Raryan Rafaela Rodrigues

Trabalho de Conclusão de Curso

Redução dos impactos ambientais causados pelos

resíduos sólidos urbanos através de uma coleta seletiva

Trabalho de conclusão de curso apresentado junto ao Curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, como requisito parcial para obtenção do tÍtulo de licenciado no curso de Ciências Biológicas.

Orientador: Prof. Anselma Lapertosa

Belo Horizonte – MG. 2010.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 5

2. RESÍDUOS SÓLIDOS ... 7

2.1 Caracterização dos Resíduos ... 8

2.1.1 As Características Físicas ... 9

2.1.2 Características Químicas ... 10

2.1.3 Características Biológicas ... 11

2.2. Constituição dos Resíduos ... 11

3. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ... 13

4. IMPACTOS AMBIENTAIS NEGATIVOS CAUSADOS PELOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ... 17

5. COLETA SELETIVA ... 21

5.1 Modalidades da Coleta Seletiva ... 21

5.2 Importância da Implantação da Coleta Seletiva ... 23

5.3 Experiência de Coleta Seletiva em Blumenau – Santa Catarina ... 24

5.4 Experiência de Coleta Seletiva em Curitiba/ PR ... 27

5.5 Experiência de Coleta Seletiva em Vespasiano/ Mg ... 28

6. CONCLUSÕES... 30

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Resumo: A palavra “Lixo” tem em seu significado que tudo que se joga fora após a limpeza, entulho, coisas inúteis, sem valor, sujeira e imundice (XIMENES, SÉRGIO, 2001), atualmente usa-se a palavra resíduo sólido para desmistificar o significado tão precário que realmente esses resíduos têm em sua significância. Os resíduos sólidos urbanos diretamente não causam impacto negativo ao ambiente se forem corretamente tratados e tiverem a disposição final adequada, entretanto se isso não ocorrer eles podem ser grandes vilões para o Meio Ambiente e à saúde humana. A proposta deste trabalho é apresentar a coleta seletiva como um eficiente instrumento para diminuir o desperdício, valorizar a reciclagem e compostagem, reduzir impactos negativos ao ambiente, contribuir para redução de extração de matéria-prima na natureza, estimular a conscientização ambiental e com isso gerar emprego e renda para populações excluídas. Para se observar a implantação da coleta seletiva como necessária foi feito um estudo de caso nas cidades de Blumenau e Curitiba através de pesquisas e revisão bibliográficas, e em Vespasiano foi observação “in loco” do programa de Coleta Seletiva e foi constatado que a coleta seletiva em conjunto com a reciclagem diminui a quantidade de resíduos para a disposição final reduzindo impactos negativos que esses resíduos tendem a fazer ao ambiente, e gera inclusão social com emprego e renda se trabalhados juntamente com os catadores de recicláveis existentes.

Palavras - chave: Coleta Seletiva, Resíduos Sólidos Urbanos, Gestão de Resíduos Sólidos Impactos ambientais negativos, Reciclagem

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1. INTRODUÇÃO

A escassez de recursos naturais com os atuais problemas ambientais vem salientando a necessidade de preservar nossos recursos e diminuir os impactos negativos ao ambiente, um dos principais causadores desses impactos são os resíduos sólidos urbanos que em muitos lugares não são gerenciados de forma adequada acarretando em poluição, doenças e muitos outros males.

A grande preocupação em gerenciar adequadamente esses resíduos deve-se ao fato de que ele é responsabilidade não só do Poder Público, mas de cada um de nós. A crescente urbanização, o aumento populacional, o consumo de produtos industrializados, o desperdício exacerbado são fatores que levaram um aumento significativo desses resíduos sólidos urbanos e muitas vezes a correria do dia a dia faz com que a sociedade não perceba os prejuízos à saúde que a má disposição e a ausência de tratamento desses resíduos podem causar.

Todos nós produzimos resíduos, deixar de produzi-los é impossível, mas podemos solucionar esse problema, mudando nossos hábitos e costumes. Um grande passo que se pode fazer é a implantação dos 5 Rs, no nosso trabalho e em nossa residência:

 Repensar: Repensar a real necessidade do nosso consumo e nossos hábitos, refletir sobre os processos socioambientais de produção do que consumimos.  Recusar: Evitar o consumo exagerado e desnecessário, adquirindo apenas

produtos essenciais. Recusar produtos que causem danos à nossa saúde e ao ambiente

 Reduzir: Diminuir a geração de resíduos.

 Reutilizar: Dar nova utilidade a materiais que consideramos inúteis e descartamos.

 Reciclar: É transformar algo usado, em algo novo, por meio de processos industriais. Transformar em novo produto (INSTITUTO AMBIENTAL BRASIL, 2009).

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Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é apresentar a Coleta Seletiva como instrumento de gestão para reduzir impactos negativos ao ambiente causados pelos resíduos sólidos urbanos e conseqüentemente melhorar a qualidade de vida da população, gerando renda e emprego.

Este trabalho foi realizado por meio de pesquisas bibliográficas em artigos, livros, periódicos, seminários, cartilhas e na rede mundial de computadores (INTERNET). Foi realizada uma pesquisa qualitativa, descritiva e documental por meio de estudos de caso através de análise de implantação da Coleta Seletiva nos Municípios de Blumenau e Curitiba, e no Município de Vespasiano/ MG foi realizada uma observação “in loco” da implantação da Coleta seletiva da COPARE (Cooperativa Paroquial de Reciclagem).

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2. RESÍDUOS SÓLIDOS

Resíduos sólidos em sua definição englobam resíduos comerciais, domiciliares, resíduos de serviços de saúde dentre outras atividades. Portanto podem ser todos os materiais que restam de qualquer das atividades humanas, normalmente na forma sólida, constituindo uma massa heterogênea de descartes, em geral formada pelos mais distintos componentes físicos, como papéis, cascas e sobras de alimentos, todo tipo de embalagens, vidros e latas de refrigerantes e bebidas, pneus, carcaças de automóveis e de eletrodomésticos, espumas, ou até material radioativo (BARROS, 2000 citado por LAPERTOSA, 2008).

A classificação dos resíduos sólidos gerados é um dos primeiros passos para elaborar um plano de gestão adequado, existem várias formas de classificar o tipo de resíduos, podem ser devida sua natureza, origem e sua composição química.

Tabela 1 – Classificação dos resíduos sólidos, devido á sua natureza:

Classificação Descrição

Doméstico ou Residencial

Resíduos produzidos nos domicílios, Às vezes comércio e indústrias basicamente provenientes da cozinha e da limpeza e manutenção de casas.

Comercial Resíduos provenientes de estabelecimentos comerciais em geral como escritórios, lojas, empresas, restaurantes.

Público Resíduos de varrição regular de ruas. Conservação e limpeza de zonas comerciais, limpeza de feiras-livres,etc.

Domiciliar especial Entulho de obras; Pilhas, baterias, Pneus, lâmpadas.

Fontes especiais

Resíduos considerados perigosos, exigindo cuidados no manuseio e disposição final; Radioativo; Portos, aeroportos e terminais rodoferroviários; agrícola,

Resíduos de serviços de saúde (refeitórios, centros cirúrgicos, ambulatórios, hospitais etc.), clínicas médicas, odontológicas e veterinárias, farmácias e similares.

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A classificação dos resíduos também pode ser feita quanto a periculosidade, segundo a norma técnica NBR 10.004/04, da seguinte maneira:

Tabela 2 - Classificação dos resíduos segundo a periculosidade NBR 10.004/04

Classificação dos Resíduos quanto á periculosidade Resíduos Classe I ( Perigosos)

Apresentam riscos ao Meio Ambiente. Cracterizando-se por ter inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.

Resíduos Classe II( Não - Perigosos)

Não Inertes Enquadram-se como Não - Inertes os Resíduos Sólidos Domiciliares Inertes Enquadram-se como Inertes os Resíduos Sólidos que submetidos a

testes de solubilização não apresentam nenhum de seus constituintes solubilizados em padrões superiores aos de potabilidade da água, executando os padrões aspecto, cor, turbidez e sabor. Principalmente os Resíduos sólidos de construção civil.

Fonte: (NBR – 10.004/04) 2.1 Caracterização dos Resíduos

Segundo (Lapertosa, 2008), a técnica mais usada em caracterizar um tipo de resíduo é o “quarteamento”, neste processo uma amostra bruta homogeneizada de resíduos é dividida sucessivamente em 4 partes iguais, e a cada divisão, destas 4 partes se aproveitam dois dos quartis, diametralmente opostos entre si, para formarem nova amostra, igualmente homogeneizada, sendo o restante descartado. O processo é repetido até que se tenha uma quantidade de aproximadamente 400 kg.

Os passos a seguir ilustram os procedimentos básicos do quarteamento (BARROS, 2000, Citado por LAPERTOSA, 2008):

 Descarregar o resíduo (uma massa total de pelo menos l 500 kg de resíduos, preferencialmente oriundos de diferentes áreas de coleta) em local previamente preparado;

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 Misturar os resíduos com pás e enxadas, rasgando os sacos plásticos, de papel e caixas de papelão, homogeneizando-o;

 Dividir a pilha formada em 4 partes iguais, escolhendo 2 partes diametralmente opostas, para serem novamente misturados e homogeneizados, descartando-se as outras 2 partes;

 Repetir o passo 3 até que se tenha por volta de 400 kg de material (pouco mais de l m³ ). Podem ser adotados outros valores, baseando em circunstâncias locais específicas e nos conhecimentos e na experiência de quem coordena a análise.

Tendo os 400 kg de material, enchem-se 5 tambores de capacidade conhecida (normalmente 200 l) até a borda e pesam-nos, para se obter o peso específico, o peso líquido e a composição gravimétrica.

Assim, o peso líquido é obtido subtraindo do peso total dos tambores cheios o peso próprio dos tambores. O peso específico (densidade 1 ) é calculado dividindo-se o peso líquido dos resíduos de cada tambor pelo volume do tambor (em m³).

Para conhecer a composição gravimétrica da amostra de resíduo (participação percentual dos materiais, em peso), escolhem-se dois tambores, e separam-se manualmente os componentes de acordo com o interesse, como por exemplo: papel/papelão, vidro (colorido, incolor), metal (ferroso, não-ferroso), plástico (filme, duro), matéria orgânica, outros (ossos, couro, trapos, etc) – enchendo com cada material um tambor, e pesando-os depois. Dividindo-se o peso do conteúdo de cada tambor pelo peso total dos conteúdos de todos os tambores, obtêm-se as proporções relativas aos diversos constituintes.

As principais características dos resíduos sólidos são divididas em físicas, químicas e biológicas.

2.1.1 As Características Físicas

De acordo com IBAM, 2001, os resíduos sólidos apresentam as seguintes características físicas:

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 Geração per capita: Relaciona a quantidade de resíduos urbanos gerada diariamente e o número de habitantes de determinada região.

 Composição gravimétrica: Traduz o percentual de cada componente em relação ao peso total da amostra de resíduo sólido analisada. Muitos técnicos tendem a simplificar, considerando apenas alguns componentes, tais como papel/papelão; plásticos; vidros; metais; matéria orgânica e outros. Levando em consideração sempre como resíduos urbanos (domiciliar +público +entulho, podendo até incluir os resíduos de serviços de saúde).

 Peso específico aparente: É o peso do resíduo sólido solto em função do volume ocupado livremente, sem qualquer compactação, expresso em kg/m 3. Sua determinação é fundamental para dimensionamento de equipamentos e instalações.

 Teor de umidade: Representa a quantidade de água presente no resíduo sólido, medida em percentual do seu peso. Este parâmetro se altera em função das estações do ano e da incidência de chuvas, podendo-se estimar um teor de umidade variando em torno de 40 a 60%.

 Compressividade: É o grau de compactação ou a redução do volume que uma massa de resíduo sólido pode sofrer quando compactada.

2.1.2 Característica Químicas

As principais características químicas dos resíduos sólidos urbanos, segundo (IBAM, 2001) são citadas a seguir.

 Poder calorífico: indica a capacidade potencial de um material desprender determinada quantidade de calor quando submetido à queima. O poder calorífico médio do resíduo sólido domiciliar se situa na faixa de 5.000kcal/kg

 Potencial hidrogeniônico (pH): O potencial hidrogeniônico indica o teor de acidez ou alcalinidade dos resíduos. Em geral,situa-se na faixa de 5 a 7.

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 Composição química: A composição química consiste na determinação dos teores de cinzas, matéria orgânica, carbono, nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo,resíduo mineral total, resíduo mineral solúvel e gorduras.

 Relação carbono/nitrogênio (C:N): A relação carbono/nitrogênio indica o grau de decomposição da matéria orgânica do resíduo sólido nos processos de tratamento/disposição final. Em geral, essa relação encontra-se na ordem de 35/1 a 20/1.

2.1.3 Características Biológicas

As características biológicas do resíduo sólido são aquelas determinadas pelos agentes microbiológicos e agentes patogênicos presentes nos resíduos urbanos que, ao lado das suas características químicas, permitem que sejam selecionados os métodos de tratamento e disposição final mais adequado (IBAM, 2001)

O conhecimento das características biológicas dos resíduos tem sido muito utilizado no desenvolvimento de inibidores de cheiro, retardadores e/ou aceleradores da decomposição da matéria orgânica, normalmente aplicados no interior de veículos de coleta para evitar ou minimizar problemas com a população ao longo do percurso dos veículos.

As características dos resíduos urbanos podem variar de acordo com fatores

climáticos, sócio-econômicos, demográficos (IBAM, 2001). Entre estes podem ser citados:  Clima e variações temporais

 Hábitos e os costumes

 Padrão de desenvolvimento e o nível de vida da população

 Atividades dominantes (industrial, turística, universitária, agrícola)  Localização geográfica

2.2. Constituição dos resíduos

Os resíduos sólidos urbanos são constituídos geralmente de papelão, papel, vidro, plástico e matéria orgânica; como mostra a Tabela 3 apresentada a seguir.

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Tabela 3- Constituição dos resíduos sólidos (Mazzini, 2008) Constituição dos Resíduos Sólidos Urbanos

Material Exemplos

Metal

Latas de aço (óleo, salsicha); latas de alumínio, clips, grampos, esponjas de aço.

Vidro Garrafas, copos, espelhos, lâmpadas, cerâmica, porcelana. Plástico

Pet, Embalagens de margarina, de material de limpeza, copo descartável, cabo de panela, tomadas e sacos plásticos em geral.

Papel Jornais, revistas, envelopes, carbono, fita crepe, fotos, cigarro, guardanapos. Resíduos

Especiais Celular, pilhas, lâmpadas, seringas, computador, radioativos. Matéria

Orgânica Restos de alimentos, podas de árvores, plantas. Entulho Cimento, madeiras, tijolos, ferros.

Fonte: (MAZZINI, 2008).

As variações da composição dos resíduos sólidos tende a se diferenciar de acordo com os países, como mostra a Tabela 4 a seguir.

Tabela 4 - Demonstra a composição gravimétrica em alguns países Composição gravimétrica dos resíduos sólidos em alguns países %

Composto Brasil Alemanha Holanda EUA

Matéria Orgânica 65 61,2 50,3 35,6 Vidro 3 10,4 14,5 8,2 Metal 4 3,8 6,7 8,7 Plástico 3 5,8 6 6,5 Papel 25 18,8 22,5 41 Fonte: (IBAM, 2001).

Essa tabela expressa a variação das composições dos resíduos sólidos em alguns países, deduzindo-se que a participação da matéria orgânica tende a se reduzir nos países mais desenvolvidos e industrializados, provavelmente em razão da grande incidência de alimentos semipreparados disponíveis no mercado consumidor (IBAM, 2001).

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3. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

A quantidade de resíduos produzida por uma população é muito variável, dependendo de fatores como: classe social, época do ano, turismo, hábitos e costumes, consumo de produtos industrializados, região onde mora, entre outros. O gerenciamento dos resíduos deve-se ter como objetivo essencial de coletar a maior quantidade de resíduos gerados; quando não há nenhum tratamento que minimize a quantidade de resíduos que são enviados para a disposição final a organização são feitas em 3 etapas:

 1ª Etapa: Acondicionamento: Essa etapa é feita pela população, acondicionar os resíduos sólidos é guardá-los e prepará-los adequadamente para a coleta, pode-se fazer de várias formas como acondicioná-los em vasilhas, tambores e o mais comum que é os sacos plásticos, deve ser feito corretamente para evitar a proliferação de vetores e minimizar problemas com os odores

 2ª Etapa: Coleta: Existem várias formas de coleta, dependendo somente dos tipos de resíduos que serão coletados, e do gerenciamento por parte dos órgãos públicos que são responsáveis pela coleta, no caso as Prefeituras Municipais, dever ser feita com a freqüência adequada para evitar o acúmulo dos resíduos.

 3ª Etapa: Disposição final dos resíduos: Essa etapa constitui-se para onde os resíduos são levados após a coleta como os aterros (sanitários e controlados) e lixões.

A forma de gerenciar os resíduos sólidos depende muito das Prefeituras Municipais que podem optar por implantar uma política de tratamento e recuperação dos resíduos antes de enviá-los para a disposição final. Portanto o fluxograma de gerenciamento de resíduos com tratamento específico pode ficar, conforme apresentado na Figura 01 apresentada a seguir.

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Figura 1 - Fluxograma de gerenciamento dos Resíduos Sólidos Urbanos

Fonte: (LAPERTOSA, 2008)

Os procedimentos de tratamento de resíduos podem facilitar e minimizar problemas com o excesso de resíduos gerados. Segundo JUNIOR (2005) na maioria dos municípios brasileiros os resíduos sólidos domiciliares destinam-se a aterros adequados ou não, sem tratamento prévio. Existem diversas iniciativas de reciclagem de resíduos e de compostagem, que por enquanto representa uma quantidade pouco significativa de resíduos tratados na maioria dos casos. Listados abaixo estão alguns procedimento corretos que deveriam ser feitos antes de se enviar os resíduos sólidos para a destinação final.

 Triagem : É o procedimento inicial que precede qualquer processo específico de tratamento. O objetivo é separar os materiais que se deseja recuperar, ou aqueles prejudiciais à qualidade do processamento à durabilidade dos equipamentos, Pode ser executada manualmente em pátios, mesas ou esteiras rolantes. Métodos mecânicos automatizados como peneiras, separadores balísticos; o processo de triagem pode ser realizado em usinas de triagem, aterros e lixões. Nos processos manuais, quanto maior o grau de separação desejado e menor quantidade de impurezas permitida, maior será a mão-de-obra envolvida. No caso de separação de materiais a recuperar, o grau de pureza dos materiais e a limpeza do produto final influenciam no valor de mercado, após a triagem os materiais podem ser prensados a fim de baratear os custos de transporte até os locais onde serão industrializados (JUNIOR, 2005) Geração - Segregação Acondicionamento - coleta Beneficiamento reaproveitamento Tratamento – Disposição Final

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 Reciclagem: É um sistema de recuperação de recursos projetados para recuperar e reutilizar resíduos, transormando-os novamente em substâncias e mariais úteis à sociedade, que poderíamos denominar de matéria secundário (RIBEIRO & LIMA, 2000). É um procedimento totalmente industrial.

 Compostagem: É um processo biológico de decomposição controlada de matéria orgânica contida nos restos de origem animal e vegetal, produz um composto útil para melhorar as propriedades físicas do solo, além de ter propriedades fertilizantes (NAUMOFF e PERES, 2008, citado por JUNIOR, 2005).

 Incineração: Consiste na queima dos resíduos sólidos em altas temperaturas, em instalações chamadas “incineradores”. É um método de alto custo, devido a utilização de equipamentos especiais. Neste método existe uma grande redução do volume dos resíduos, cerca de 3% do volume original.

Existem vários processos que podem ser feitos para diminuir a quantidade de resíduos que vão para a destinação final nos aterros ou lixões, resíduos muitas vezes que poderiam ser reutilizados e/ou reciclados evitando assim degradação ambiental e aumentando a vida útil nos aterros.

O destino mais comum dos resíduos sólidos no Brasil são os chamados “lixões”. São espaços abertos, localizados geralmente na periferia das cidades, onde o lixo é simplesmente descarregado no solo, sem medidades de proteção à saúde e ao Meio Ambiente. Os lixões causam a contaminação das águas subterrâneas e do solo, com o chorume produzido pela decomposição dos compostos orgânicos. Também causa a poluição do ar devido a gases tóxicos, e são ambientes favoráveis para proliferação de ratos, moscas e outros animais vetores de doenças (INSTITUTO AMBIENTAL BRASIL, 2009).

O aterro Controlado é uma fase de transição do lixão para o aterro sanitário, normalmente é uma célula adjacente ao lixão que foi remediado, ou seja, que recebeu uma corbetura de argila e grama e captação de chorume e gás. Esta célula adjacente é preparada para receber resíduos com uma impermeabilização com manta e tem uma operação que procura dar conta dos impactos negativos tais como a cobertura diária da pilha de lixo com terra ou outro material disponível como forração ou saibro. Tem também recirculação do chorume que é coletado e levado para cima da pilha de lixo, diminuindo a sua absorção pela

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terra ou eventualmente outro tipo de tratamento para o chorume como uma estação de tratamento para este efluente (LIXO.COM.BR, 2008).

Mas a disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos é o aterro sanitário que antes de iniciar a disposição do lixo teve o terreno preparado previamente com o nivelamento de terra e com o selamento da base com argila e mantas de PVC (Poli Cloreto de Vinila), esta extremamente resistente. Desta forma, com essa impermeabilização do solo, o lençol freático não será contaminado pelo chorume. Este é coletado através de drenos de PEAD (Polietileno de alta densidade), encaminhados para o poço de acumulação de onde, nos seis primeiros meses de operação é recirculado sobre a massa de lixo aterrada. Depois desses seis meses, quando a vazão e os parâmetros já são adequados para tratamento, o chorume acumulado será encaminhado para a estação de tratamento de efluentes. A operação do aterro sanitário, assim como a do aterro controlado prevê a cobertura diária do lixo, não ocorrendo à proliferação de vetores, mau cheiro e poluição visual (LIXO.COM.BR, 2008).

As formas de tratamento e destinação final dos resíduos sólidos, consideradas ambientalmente adequadas e sanitariamente seguras, têm sido pouco utilizadas em nosso país. A Figura 02 apresenta um gráfico que ilustra a forma de disposição final dos resíduos sólidos no Brasil.

Figura 2 - Disposição final dos resíduos sólidos no Brasil em 2000

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4. IMPACTOS AMBIENTAIS NEGATIVOS CAUSADOS PELOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

A geração de resíduos é inevitável, e devido a isso eles se tornaram um grande problema para a sociedade. O crescimento populacional e a expansão urbana, o consumo de produtos industrializados levou a um aumento significativo também de resíduos. O grande desafio é gerenciar adequadamente esses resíduos, acondicionar, coletar e destinar de forma adequada para diminuir os impactos negativos ao ambiente.

Segundo a resolução nº 001 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) de 23/01/1986 em seu artigo 1º considera-se impacto ambiental como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividade humanas que direta ou indiretamente afetam:

 A saúde, a segurança e o bem- estar da população;  As atividades econômicas;

 A biota e as qualidade dos recursos ambientais;  As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

O mau gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos pode afetar todos os itens citados anteriormente que estão presentes na resolução nº 001/86 do CONAMA. Os impactos oriundos deste mau gerenciamento podem ser associados a aspectos, como os listados:

 Impactos Ambientais que podem se tornar irreversíveis a exemplo da contaminação do solo, do ar e dos recursos hídricos (subterrâneos e superficiais).

 Prejuízos à saúde pública, pois estes locais podem se tornar focos de proliferação de vetores transmissores de uma série de doenças, como ratos, baratas, moscas, etc.

 Prejuízos na economia da região devido à desvalorização das áreas situadas no entorno do local de disposição dos resíduos.

 Grande degradação ambiental devido a destinar áreas para disposição dos resíduos.

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 O manejo inadequado dos resíduos sólidos urbanos contribui para ocorrência de inundações e deslizamentos de encostas em áreas urbanas

Ressalta-se que a maior responsável pelas condições insalubres registradas nestes locais é a presença da fração orgânica dos RSU. Estes resíduos, quando dispostos a céu aberto sem um tratamento prévio, entram em franco processo de decomposição. Por se tratar, na maioria dos casos, de uma decomposição anaeróbia, ocorre a formação de gases e a geração de lixiviados, que apresentam características acidificadas. Estes lixiviados, por sua vez, entram em contato com as tintas, resinas e vernizes provenientes de embalagens plásticas, de metal e papéis em geral, entre outras substâncias presentes na massa heterogênea de resíduos, incorporando diversas substâncias tóxicas em sua composição. Este percolado torna-se altamente tóxico, apresentando elevada carga orgânica e diversos metais pesados (UNIVERSIDADE FERDERAL DE VIÇOSA, 2000).

Muitas das doenças poderiam ser evitadas se os resíduos sólidos fossem dispostos e tratados corretamente, vários microorganismos são encontrados nesses resíduos e devido ao manejo inadequado, podem contaminar o solo e o lençol freático, chegando assim a prejudicar à saúde humana. A tabela 05 apresentada a seguir lista alguns microorganismos transmissores de doenças e seu tempo de vida nos resíduos.

Tabela 5 – Tempo de Sobrevivência de alguns organismos encontrados nos resíduos sólidos.

Organismos Tempo de Sobrevivência

Mycobacterium tuberculosis 150 – 180 dias

Salmonella SP. 29 -70 dias

Leptospira interrogans 15 – 43 dias

Coliformes fecais 35 dias

Vírus da Hepatite B (HBV) Algumas semanas Pólo Vírus – Pólio tipo 1 20 – 170 dias

Enterovírus 20 – 70 dias

Vírus da imunodeficiência humana (HIV) 3 – 7 dias

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A disposição inadequada dos resíduos sólidos urbanos e a falta de tratamento desses resíduos geram um grande impacto negativo ao ambiente, como já citado neste trabalho, Conforme se pode observar na figura 03.

Figura 3- Aterro controlado de Passa Tempo - MG

Fonte: MAURO SILVA DE MORAIS, 2010.

Muitos materiais demoram muito tempo para se decompor, se houvesse uma coleta seletiva e a implantação da reciclagem diminuiria substancialmente a quantidade de resíduos enviados, por exemplo, para esse “lixão”. A Tabela 06 apresentada a seguir mostra o tempo de decomposição de alguns materiais, sendo que dependendo do tipo de material, ou seja, de sua composição química este tempo pode ser variável.

Tabela 6 - Tempo de decomposição de alguns materiais

Materiais Tempo de decomposição

Papel De 3 a 6 meses

Panos De 6 meses a 1 ano

Filtro de cigarro Mais de 5 anos

Madeira pintada Mais de 13 anos

Metal Mais de 100 anos

Alumínio Mais de 200 anos

Plástico Mais de 400 anos

Vidro Mais de 1.000 anos

Borracha Indeterminado

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Os resíduos diretamente não causam impactos negativos ao ambiente, o grande problema é a sua destinação final, a tabela acima mostra o tempo de decomposição de resíduos e nas figuras 2 e 3 que são do lixão de São João Del Rei observa-se o quanto de material que poderia ser reciclado ou reutilizado é descartado.

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5. COLETA SELETIVA

Para gerenciar os resíduos sólidos urbanos de forma adequada diminuindo os impactos ambientais, é necessário enviá-los para destinação correta. Para se fazer essa destinação adequada é necessário separar e acondicionar corretamente e coletá-los separadamente.

A coleta seletiva consiste nisso, é um grande instrumento para diminuir a quantidade de resíduos que são dispostos nos aterros e que poderiam ser reciclados e reutilizados aumentando assim a vida útil dos mesmos.

Os municípios detém a responsabilidade pela coleta e destinação final dos resíduos urbanos, sejam aqueles decorrentes de residências ou sejam aqueles decorrentes de qualquer outra atividade que gere resíduos com características domiciliares, bem como os resíduos originados da limpeza pública urbana (GOLLO et al, 2010). As formas de acondicionamento dos resíduos domésticos é de responsabilidade de cada um então para se implantar a coleta seletiva deve-se contar com a ajuda da sociedade.

De acordo com o Relatório preliminar da Política Nacional de Resíduos Sólidos no capítulo I, Art. 2° define a coleta seletiva como o recolhimento diferenciado de resíduos sólidos previamente selecionados nas fontes geradoras, com o intuito de encaminhá-las para a reciclagem, compostagen, reuso, tratamento e outras destinações alternativas como aterros, co-processamento e incineração.

A prática é separar os resíduos orgânicos (cascas de frutas, restos de alimentos, etc), dos resíduos inorgânicos (papéis, papelão, vidros, plásticos etc), essa separação é essencial pois os materiais que serão enviados à reciclagem precisam estar limpos e assim possuem maior potencial de reaproveitamento e comercialização.

5.1 Modalidades da Coleta Seletiva

Segundo PEIXOTO et al (2005) existem duas modalidades de realizar a coleta seletiva, porta a porta e nos postos de entrega voluntária:

 Postos de Entrega Voluntária:

Conhecidos também como PEV, os postos de entraga voluntária são caçambas containers ou conjunto de tambores, devidamente identificados para receber materiais previamente

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selecionados pelos geradores dos resíduos. São instalados em pontos estratégicos com grande fluxo de pessoas e de fácil acesso. As cores usadas para identificar os recipientes para o descarte do material são azul (para papéis), vermelho (para plásticos), amarelo (para metais) e verde ( para vidros), é utilizado PEV para resíduos orgânicos que é simbolizado pela cor marron e pode ser enviado para compostagem. A tabela 7 mostra as vantagens e desvantagens desta modalidade.

Tabela 7 - Vantagens e Desvantagens dos PEV'S

VANTAGENS DESVANTAGENS

Facilita a coleta. Reduz a adesão e quantidade de recicláveis separados.

Reduz custos com transportes. Sujeito a vandalismo. Promove maior senso de cidadania. Exige mantenção e limpeza.

Melhor qualidade dos materiais. Não permite identificar a adesão ao programa.

Menor Quantidade de rejeitos cerca de 5%. Maior visibilidade, permitindo eventuais patrocínios.

Fonte: (FÓRUM ESTADUAL LIXO E CIDADANIA DE MINAS GERAIS, 2005).

 Coleta seletiva porta a porta:

Nesta modalidade os veículos com os coletores passam nas vias públicas e recolhem os resíduos já previamente separados dispostos em frente ás residências, comércios e indústrias em dias específicos. A tabela 08 mostra as vantagens e desvantagens desta modalidade.

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Tabela 8 - Vantagens e Desvantagens de Coleta Porta a Porta

VANTAGENS DESVANTAGENS

Facilita a participação e maior adesão e maior volume de recicláveis.

Maior estrutura de coleta (transporte e equipe) e de triagem.

Separação mais simples. Maior quantidade de rejeitos. Dispensa o deslocamento.

Agiliza a descarga nos locais de triagem. Permite identificar quem aderiu.

Fonte: (FÓRUM ESTADUAL LIXO E CIDADANIA DE MINAS GERAIS, 2005). É importante notar que não existe nenhum programa de coleta seletiva universal e aplicável a toda e qualquer situação. Cada cidade tem suas peculiaridades e questões condicionantes que devem ser estudadas para a tomada de decisão do Programa de Coleta Seletiva( PEIXOTO, et al, 2005).

5.2 Importância da Implantação da Coleta Seletiva

A principal função da coleta seletiva é diminuir a quantidade de resíduos enviados a aterros e que poderiam ser reciclados, com isso diminuiria impactos ambientais negativos ao ambiente.

Realizando a coleta seletiva, os custos ambientais e econômicos podem ser bastante reduzidos e os benefícios sociais alavancados:

1) Custos Ambientais

a) Aumento da vida útil dos aterros;

b) Educação e conscientização ambiental da população; c) Melhoria das condições ambientais;

d) Preservação dos recursos naturais 2) Custos Econômicos

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b) Diminuição de gastos com remediação de áreas degradadas pela inadequada disposição em lixões clandestinos;

c) Diminuição de gastos com limpeza pública municipal. 3) Benefícios Sociais

a) Geração de emprego e renda para catadores de recicláveis;

b) Resgate social de indivíduos, por meio do incentivo à criação de associações e cooperativas de catadores;

c) Melhoria nas condições de saúde pública. 4) Melhoria nas condições de saúde pública

A coleta seletiva é essencial para resolver a questão de excesso de resíduos enviados a uma destinação, mas para que existam resultados satisfatórios é necessária a reciclagem, compostagem e outras formas de melhorias ao ambiente através de redução da quantidade de resíduos.

5.3 Experiência de Coleta Seletiva em Blumenau – Santa Catarina

A primeira experiência a ser relatada neste trabalho será a implantação da Coleta Seletiva no Município de Blumenau/SC, segundo pesquisas no site da RECICLOTECA (2010).

O Município de Blumenau possui 285 mil habitantes em uma área de 531 Km 2, sendo 36% em área urbana e 64% em área rural. As diversas atividades realizadas no município geram em média 350 toneladas diárias de resíduos sólidos, coletados pela iniciativa privada. Nesse total encontram-se os resíduos domésticos. Em média cada pessoa gera 0,750 kg/dia, representando uma média de 180 toneladas diárias, que são coletados pela empresa contratada pela prefeitura, onde recebem tratamento adequado para diminuição do volume de matéria orgânica.

No município a média/mensal de resíduos domésticos e comerciais gerados é de 4.500 toneladas. A característica do lixo varia muito, em função dos níveis sociais e questões culturais entre outros.

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A Coleta Seletiva começou a ser implantada em 1993 e era realizada através de uma Fundação Cultural, depois o projeto foi abandonado por falta de recursos. Foi retomada pela Prefeitura no ano de 2003 e atualmente são comercializadas apenas 94 toneladas de material por mês (média de julho 2004), o equivalente a 4,4% do material potencialmente reciclável do município, Se encontra muito aquém do objetivo traçado, que é atingir 20%, ou seja, em torno de 30 toneladas por dia ou 600 toneladas por mês.

A frota da coleta seletiva conta atualmente com seis veículos. Possui 02 galpões de triagem e no mês de Julho de 2004 implantou-se a Seletiva Cooperativa de Coleta de Materiais Recicláveis, em regime cooperativado, exercendo as atividades de coleta, triagem, enfardamento, limpeza, administração e comercialização dos materiais recicláveis no horário comercial.

A implantação da Seletiva Cooperativa visa prioritariamente a inclusão social de 40 (quarenta) trabalhadores, homens e mulheres, incluindo pessoas que não obtiveram emprego em outra frente de trabalho, por não terem experiência ou nenhum grau de instrução ou até mesmo por serem portadores de necessidades especiais (2 casos). Além desses trabalhadores diretos a Cooperativa está acolhendo todos os seus dependentes que somam um total de 112 (cento e doze) pessoas, que também irão tirar sua subvenção do programa de coleta seletiva implantado no município de Blumenau.

A coleta seletiva municipal é executada de duas formas: uma delas é através de um roteiro preestabelecido, realizado pelos caminhões, onde o município foi dividido em setores, ao qual cada região tem os materiais recolhidos uma vez por semana.

A outra é a chamada coleta especial: os materiais são recolhidos pelas pick-ups nas residências, através de pré-agendamentos por telefone. Além destas formas de coleta, muitas pessoas e empresas levam materiais até o galpão de triagem. Uma vez no galpão, os materiais são depositados em frente área de triagem e então colocados sobre uma esteira transportadora. Os materiais percorrem cerca de dez metros e os cooperados fazem a classificação destes. Cada funcionário que realiza as tarefas nas esteiras é responsável pela separação dos materiais. O restante, ou seja, os que não foram triados são considerados rejeitos. Os materiais triados são prensados, enfardados, pesados e então vendidos. Na figura 04 observa-se a média de materiais recicláveis comercializados, nos último dez anos, segundo Fortunato (2010).

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Figura 4 - Média anual de materiais recicláveis comercializados

Fonte: (FORTUNATO, 2010)

A reciclagem é considerada como fator de economia do capital natural (matérias-primas, energia e água) e de saneamento ambiental (reduz a poluição do ar, da águas, do solo e do subsolo). Outro fator que deve-se levar em consideração é o valor social, tanto direta como indiretamente.

Normalmente, as avaliações dos ganhos com a coleta seletiva só levam em consideração o custo do processo menos o valor de venda dos materiais recicláveis. Nestas avaliações não são considerados os custos evitados em função do processo de reciclagem. Tais custos referem-se, basicamente, às despesas com as operações de coleta do lixo comum, tratamento e disposição em aterro sanitário.

A implantação de cooperativas gera emprego e renda e diminui os gastos da prefeitura com a coleta, uma vez que ela deixa de arcar com os maiores custos que seriam os salários e a infra-estrutura. Com a implantação da Cooperativa Seletiva o município passou a economizar cerca de 500 mil reais por ano, uma vez que apenas auxilia a cooperativa com combustível e manutenção dos equipamentos e veículos. O custo total do Município com o galpão de triagem foi de R$ 53.387,6. A tabela 09 mostra os custos do Município com a implantação da Cooperativa, e a tabela 10 relata as economias após a implantação da Cooperativa de Reciclagem.

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Tabela 09- Custos para o Município de Blumenau após a implantação da Cooperativa CUSTOS DO MUNICÍPIO APÓS A IMPLANTAÇÃO DA COOPERATIVA

Item Valor (R$)

Manutenção, Seguro, Licenciamento, Combustível 8.218,00

Manutenção dos equipamentos 500,00

Total em reais 8.718,00

Fonte: (FORTUNATO, 2010)

A Tabela 10 apresenta ganhos reais para os cofes públicos, atingindo mais de 500 mil reais por ano, sem contar que quanto mais for investido em educação e informação para a população Blumenauense na separação dos materiais reciclados, mais materiais serão coletados e comercializados, mais pessoas serão beneficiadas com trabalho e renda e o poder público ganhará mais uma vez, no valor poupado (FORTUNATO, 2010).

Tabela 10- Economia para o Município de Blumenau após a Implantação da cooperativa

ECONOMIA PARA O MUNICÍPIO APÓS A IMPLANTAÇÃO DA COOPERATIVA

Item Valor (R$)

Economia em reais 44.669,61

Economia para o município dos meses de julho, agosto, setembro, outubro de 2004 em reais

178.678,44

Economia anual em reais 536.035,3

Fonte: (FORTUNATO, 2010)

5.4 Experiência de Coleta Seletiva em Curitiba/ PR

A segunda experiência de Implantação de Coleta Seletiva relatada neste trabalho é em Curitiba, Paraná; segundo pesquisa no site RECICLOTECA.

A coleta seletiva em Curitiba, iniciada em 1989, é realizada uma vez por semana nos bairros mais afastados do centro e 3 vezes no anel central. Utiliza as modalidades porta a

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porta e PEV, atinge toda a cidade e é feita por caminhões. O trabalho envolve 90 homens, divididos em 30 equipes. São recolhidas mensalmente cerca de 1,3 mil toneladas de resíduo reciclável. A coleta conta ainda com a participação dos catadores, que juntos coletam quase 600 toneladas diárias de material.

Cerca de 30% do resíduo reciclável coletado pela Prefeitura de Curitiba vai para uma usina de separação mantida pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Fundação de Ação Social (FAS) no município de Campo Magro.

A usina processa 320 toneladas de resíduos por mês, entre papel, plástico, papelão, vidro e metais. O material é vendido para indústrias de reciclagem e os recursos são repassados para a FAS. Com isso, o Aterro da cidade deixou de receber, nos últimos nove anos, cerca de 500 mil toneladas de materiais reaproveitáveis, ampliando o seu tempo de vida útil.

5.5 Experiência de Coleta Seletiva em Vespasiano/MG

Vespasiano é um Município da região Metropolitana de Belo Horizonte que possui uma população de 94.191 habitantes (IBGE, 2008) e possui um aterro Controlado. A cidade produz 60 toneladas de lixo por dia. Cerca de 15% desses resíduos são constituídos de materiais recicláveis ou aproveitáveis, que em sua maioria, se tornam imprestáveis para a reciclagem porque se misturam com outros materiais e são dispostos no aterro comprometendo seu reaproveitamento.

Com isso A Paróquia de Vespasiano iniciou um trabalho social contribuindo também com o Meio Ambiente criando em 1988 a COPARE (Cooperativa Paroquial de Reciclagem), mas somente em 2003 essa cooperativa realmente funcionou. Atualmente a COPARE possui 01 prensa, 01 galpão e 01 caminhão carroceria onde recolhe os resíduos sólidos em residências e empresas em vários bairros da Cidade, em dias e horários alternados.Nesta cooperativa trabalham 02 adultos no galpão, 01 motorista e jovens de baixa renda de 15 a 18 anos com a jornada de trabalho de 5 horas por dia, possuem assistência psicológica tem carteira assinada e recebem 1 salário mínimo.

A COPARE não possui vínculo nenhum e nem apoio da Prefeitura Municipal, contam com o apoio da população que acondiciona corretamente os resíduos, e nos dias marcados passam nas residências, empresas e comércio coletando esses resíduos, depois são destinados

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ao Galpão e lá são separados, prensados e vendidos, os materiais que não podem ser aproveitados são destinados ao Aterro Municipal.

São coletados mensalmente cerca de 8 toneladas de material por mês (papel, papelão, copo descartável, plásticos, latinhas etc.) que gera de lucro cerca de R$ 3 mil reais mensal. Os benefícios deste trabalho são inúmeros, pois ajudam a minimizar a quantidade de resíduos que vai para o aterro e ajuda famílias de baixa renda, capacitando jovens ensinando-os uma profissão e muitas vezes tirando-os do Crime e das drogas como me foi relatado pela Coordenadora da COPARE.

A coleta seletiva em Vespasiano conta apenas com essa iniciativa da Paróquia, mas tem crescido muito o interesse da população, em 2003 coletava-se apenas em 02 bairros próximos ao Centro da Cidade, atualmente coleta-se em 09 bairros e em 07 empresas de grande porte. Mesmo que seja uma pequena iniciativa a COPARE contribui com a redução da quantidade de resíduos descartados, sendo que 08 ton/mês de resíduos sólidos são economizados para o Aterro aumentando seu tempo de vida útil, gerando renda para as famílias envolvidas na Cooperativa e melhorando a qualidade de vida da população. A figura 05 mostra como é acondicionado os resíduos no galpão antes e depois de prensados no galpão da COPARE:

Figura 4 - Resíduos acondicionados no Galpão da COPARE.

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6. CONCLUSÕES DO TRABALHO

O nosso planeta possui um espaço finito e os nossos recursos naturais também são, o crescimento acelerado da população juntamente com avanços tecnológicos e o aumento do consumo de produtos industrializados, faz com que utilizamos mais matérias- primas e com isso aumentamos a quantidade de resíduos, com a falta de tempo muitas vezes nem lembramos das questões ambientais e dos problemas que esses resíduos gerenciados inadequadamente se tornam para nós.

De acordo com as experiências relatadas neste trabalho em Blumenau, Curitiba e Vespasiano, a coleta seletiva é um instrumento importante de gestão ambiental para redução de impactos negativos ao ambiente e para melhorar o aproveitamento desses materiais no envio para reciclagem, conclui-se, portanto que para se ter uma boa redução da quantidade de resíduos descartados que poderiam ter sido reutilizados e reciclados também se faz necessário a implantação da Reciclagem e compostagem que além de contribuir para o Meio Ambiente, contribui também para a geração de renda, aumento de emprego melhorando assim a qualidade de vida da população, principalmente se houver a ação de catadores na localidade e a integração dos jovens na aprendizagem de uma profissão, tirando-os da rua, das drogas, pode se dizer que seria um programa de coleta seletiva com inclusão social.

A tabela 11 mostra experiências de coleta seletiva no Brasil, é possível observar o quanto a implantação da Coleta seletiva se Faz benéfica ao ambiente, pois essa quantidade de resíduos que foram enviados à uma usina de triagem e reciclados poderiam ter como destinos os lixões, aterros, cursos d’água contaminando assim a água, o solo e o ar, prejudicando a saúde humana.

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Tabela 11- Experiências de coleta seletiva nas cidades Brasileiras Município População Início do Programa

de Coleta Seletiva Resíduos totais (t/dia) Resíduos Recicláveis (t/dia) Belo Horizonte 2.500.000 1993 3.900 14,2 Campinas 1.000.000 1991 800 20, Rio de Janeiro 5.600,000 1995 8.721 460, Curitiba 1.500,000 1989 1.183 180,0 Pirassununga 64.800 2001 70 1,3

Fonte: (PEIXOTO, CAMPOS, D'AGOSTO, 2005).

Conclui-se então que um Programa de Coleta Seletiva é extremamente importante para preservação ambiental, inclusão social e um desenvolvimento sustentável, mas para que isso aconteça é necessário algumas mudanças não só políticas mas da sociedade em geral, como: 1. Conscientização da população em como separar seus resíduos e acondicioná-los

corretamente;

2. Pressionar e sensibilizar prefeitos e outras autoridades em formalizar em leis o gerenciamento integrado de resíduos e executá-lo;

3. Investir, valorizar e respeitas o trabalho de catadores de recicláveis isolados para posteriormente criar associações e cooperativas;

4. Apoiar instalações de empresas recicladoras; 5. Repensar e reduzir o nosso consumo;

6. Reutilizar materiais que podem ser reutilizados, evitando assim o desperdício.

São várias ações que podemos fazer cada qual na realidade do seu Município, a coleta seletiva e conseqüentemente a reciclagem devem ser promovidas, pois trazem ganhos para toda sociedade.

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Tabela 1 – Classificação dos resíduos sólidos, devido á sua natureza:
Tabela 3- Constituição dos resíduos sólidos (Mazzini, 2008)  Constituição dos Resíduos Sólidos Urbanos
Figura 1 - Fluxograma de gerenciamento dos Resíduos Sólidos Urbanos
Tabela 5 – Tempo de Sobrevivência de alguns organismos encontrados nos resíduos  sólidos
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