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A concorrência schumpeteriana de mercado na oferta de serviços educacionais de ensino superior

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p.73436-73454 ,sep. 2020. ISSN 2525-8761

A concorrência schumpeteriana de mercado na oferta de serviços educacionais

de ensino superior

The schumpeterian market competition in the supply of

higher education services

DOI:10.34117/bjdv6n9-704

Recebimento dos originais:08/08/2020 Aceitação para publicação:30/09/2020

Jessika Jhenniffer da Silva Carvalho

Mestranda em Economia Aplicada

Instituição: Universidade Federal do Pará (UFPA)

Endereço: Rua Augusto Correia, nº. 01, Guamá, 66075-110, Belém, Pará, Brasil E-mail: jessikacarvalhoadv@gmail.com

Aleff dos Santos Santana

Mestrando em Economia Aplicada

Instituição: Universidade Federal do Pará (UFPA)

Endereço: Rua Augusto Correia, nº. 01, Guamá, 66075-110, Belém, Pará, Brasil E-mail: aleffsantana.pesquisa@gmail.com

Adelaine Brandão Soares

Mestranda em Economia Aplicada

Instituição: Universidade Federal do Pará (UFPA)

Endereço: Rua Augusto Correia, nº. 01, Guamá, 66075-110, Belém, Pará, Brasil E-mail: soares.adelaine@gmail.com

Alessandra de Fátima Souza de Souza

Mestranda em Economia Aplicada

Instituição: Universidade Federal do Pará (UFPA)

Endereço: Rua Augusto Correia, nº. 01, Guamá, 66075-110, Belém, Pará, Brasil E-mail: alessasouza13@hotmail.com

João de França Mendes Neto

Mestrando em Economia Aplicada

Instituição: Universidade Federal do Pará (UFPA)

Endereço: Rua Augusto Correia, nº. 01, Guamá, 66075-110, Belém, Pará, Brasil E-mail: joao.neto.contador@gmail.com

RESUMO

Em virtude da demanda do mercado de trabalho por profissionais cada vez mais qualificados, o número de matrículas na educação superior dobrou nos últimos anos. Assim, as empresas que almejam lucros extraordinários investem em tecnologias capazes de diferenciá-las na oferta de serviços educacionais. O surgimento de novas combinações pode ser estudado pela perspectiva

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Schumpeteriana da concorrência, demonstrando que as novas modalidades de ensino correspondem a inovações no atendimento das necessidades dos consumidores. Nesse contexto, este artigo tem como objetivo analisar a oferta de serviços educacionais de ensino superior sob a ótica da concorrência schumpeteriana de mercado. Para isso, utilizou-se como método a pesquisa documental. Os dados foram consultados e coletados nos portais do Ministério da Educação (MEC) e da Associação Brasileira de Educação a Distância. Os resultados comprovam a presença da concorrência de Schumpeter na oferta dos cursos superiores, evidenciando a educação à distância como uma inovação desses serviços. Contudo, apesar da “mercantilização”, o ensino EaD expande o acesso à educação superior, principalmente pela flexibilidade, acessibilidade e baixo custo.

Palavras-chave: Concorrência Schumpeteriana, Serviços Educacionais, Ensino Superior, Oferta de

Mercado.

ABSTRACT

Due to the demand of the labor market for more and more qualified professionals, the number of enrollments in higher education has doubled in recent years. Thus, companies that aim for extraordinary profits invest in technologies capable of differentiating them in the supply of educational services. The emergence of new combinations can be studied from the Schumpeterian perspective of the competition, demonstrating that the new teaching methods correspond to innovations in meeting consumer needs. In this context, this article aims to analyze the supply of higher education services from the perspective of Schumpeterian competition in the market. To this end, documentary research was used as a method. The data were consulted and collected in the portals of the Ministry of Education (MEC) and the Brazilian Association of Distance Education. The results prove the presence of Schumpeter's competition in the offer of higher education courses, highlighting distance education as an innovation in these services. However, despite the "commodification", EaD education expands access to higher education, mainly through flexibility, accessibility and low cost.

Keywords: Schumpeterian Competition, Educational Services, Higher Education, Market Offer.

1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento econômico na Teoria Schumpeteriana é definido pela realização de novas combinações, advindo da inovação que pode ocorrer pela inserção de um bem novo, de um novo método de produção, abertura de um novo mercado ainda não explorado, descoberta de uma nova fonte de oferta de matérias-primas ou de bens semimanufaturados ou estabelecimento de uma nova organização de qualquer indústria (SCHUMPETER, 1961).

Diferentemente da Teoria Neoclássica, idealizada pela visão estática e tradicional da concorrência, Schumpeter encara a concorrência não somente na busca do lucro extraordinário pela variável preço, mas considerando a aplicação das novas tecnologias, novas fontes de oferta ou novos tipos de organização que atendam ao consumidor em suas necessidades.

A inovação, além de possibilitar a introdução de um bem inovador, também permite a criação de particularidades ao produto, fazendo com que ele seja necessário para o consumidor. Lundwall

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(2007) acrescenta ao conceito trazido por Schumpeter de combinações novas, o processo de difusão e utilização destas como um desenvolvimento cumulativo e que depende do percurso, argumentando que elas só se tornam mais atraentes e necessárias após a ampliação do uso.

Não obstante, em virtude das exigências do mercado de trabalho brasileiro por pessoas cada vez mais qualificadas, a demanda por educação profissional cresceu significativamente nos últimos anos (REIS e AGUAS, 2019). De 2008 a 2018, o número de matrículas no ensino superior quase que dobrou. Aliado a isso, as empresas que almejam lucros extraordinários investem em sistemas de inovação capazes de diferenciá-las na oferta de serviços educacionais, a fim de serem mais competitivas (SOARES, ROMAN e ERDMANN, 2015).

A literatura aponta que as instituições de ensino superior privadas estão promovendo a competitividade de mercado por meio da oferta de novas modalidades de ensino (KARPINSKI et al., 2017; SOARES, ROMAN e ERDMANN, 2015; ESTEVES e SILVA, 2011). Esses estudos evidenciam a expansão da educação superior, destacando principalmente o crescimento do ensino à distância (EaD). As pesquisas vinculam esse fato ao aumento do poder de compra, aplicação de novas tecnologias e o estabelecimento de políticas públicas voltadas para o setor, ampliando paradigmas do mercado e diversificando os modos de serviços educacionais oferecidos em prol das demandas do usuário.

Em uma perspectiva diferenciada da literatura, este estudo contribui com a agenda sobre a temática, pois discute essas novas combinações de oferta de serviços educacionais na visão Schumpeteriana da concorrência. Portando, busca-se demostrar que o surgimento de novas modalidades de ensino se trata de uma inovação deste mercado, embasado na procura ao atendimento das exigências dos consumidores.

Desse modo, este artigo tem como objetivo analisar a oferta de serviços educacionais de ensino superior sob a ótica da concorrência schumpeteriana de mercado. Para isso, utilizou-se como método de investigação científica a pesquisa documental. Os dados foram consultados e coletados nos portais do Ministério da Educação (MEC) e da Associação Brasileira de Educação a Distância. Por sua vez, para o tratamento dos dados, aplicou-se a técnica de análise de conteúdo.

A presente pesquisa está estruturada em quatro seções, a partir desta introdução. A primeira seção aborda a teoria schumpeteriana da concorrência de mercado, mostrando seus elementos e abordagens. A segunda seção expõe a educação superior no Brasil, evidenciando informações estatísticas sobre o ensino no território nacional. A terceira seção mostra a oferta de serviços educacionais das instituições de ensino superior. E, por fim, a quarta seção apresenta as considerações finais do estudo e indica sugestões para futuras pesquisas.

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2 TEORIA SCHUMPETERIANA DA CONCORRÊNCIA DE MERCADO

Inovações, segundo ter (1997, p. 76), são combinações novas que diferenciam o produto e podem ser observadas em cinco casos: 1. Introdução de um novo bem, com algo novo ou atribuindo qualidade; 2. Introdução de um novo método de produção ainda não testado, por uma descoberta científica ou por uma maneira de manejar comercialmente; 3. Abertura de um novo mercado, pré-existente ou não; 4. Conquista de uma nova fonte de oferta de matéria-prima ou de bens manufaturados, independente da pré-existência do mesmo; e 5. Estabelecimento de uma nova organização, como criação ou fragmentação de monopólios. Logo, quando falamos sobre inovação estamos nos referindo a uma nova combinação aplicada a determinado objeto ou serviço, que altera a oferta deste serviço por apresentar novas interações e atividades.

As empresas que atuam no mercado, tornam-se mais competitivas ao lançar produtos e serviços diferenciados apoiadas pelas novas necessidades dos consumidores (PAIVA et al., 2018). Outrossim, além do conceito trazido por Schumpeter de combinações novas, ele adiciona que este processo de difusão e utilização da Inovação é um processo cumulativo e novas combinações só se tornam mais atraentes e necessárias após um processo de uso mais amplo (SCHUMPETER, 1997). De acordo com Hasenclever e Kupfer (2013) a abordagem schumpeteriana analisa muito mais que a visão tradicional ou neoclássica da economia, visto que estas encaram a concorrência como ausência de rivalidade, sem considerar as diferenças entre as empresas, as preferências dos consumidores e as novas tecnologias. Ou seja, concorrência na visão de Schumpeter desconsidera que as organizações participam de uma competição perfeita com decisões baseadas em um conjunto de escolhas com dados conhecidos e tecnologia disponíveis, observando um dinamismo do mercado (HASENCLEVER e KUPFER, 2013).

Em contraponto à corrente neoclássica, Schumpeter acredita que a concorrência entre as empresas é vista como um processo evolutivo, dinâmico, gerado por fatores endógenos ao sistema econômico, onde as inovações decorrem da busca competitiva de novas oportunidades lucrativas. Para ele a inovação pode ser uma nova combinação de materiais ou forças, produção de novas coisas ou métodos diferentes de produção (SCHUMPETER, 1997).

Para Bloch (2000), Schumpeter e Steindl enfatizam o advento da tecnologia na mudança na dinâmica da concorrência. Por ser fruto da globalização e geralmente incorporado na análise final, muitas das teses e abordagens de concorrência não consideraram este argumento. Pois, quando a consideram, percebe-se que há um movimento para um novo equilíbrio sem qualquer impacto sobre o caráter da competição (BLOCH, 2000). A mudança técnica nas análises dos economistas está associada a mudanças elementares no mercado, alterando a natureza da concorrência.

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A concorrência para os neoclássicos utiliza o preço como principal ferramenta de competição. Não que o instrumento não seja importante, mas atribui a ele um papel secundário em relação a inovação. Desse modo, novos bens, tecnologias, fontes de insumos, modos de organização das firmas são cruciais para o entendimento adequado do sistema capitalista (SCHUMPETER, 1961).

Para Schumpeter (1997), o “homem de negócios” é necessário para o incremento da inovação. Trata-se da presença do “empresário inovador” que não se confunde com o dono do empreendimento. Portanto, representa o responsável por trazer as novas combinações eficientes dos fatores de produção, através da aplicação prática de uma invenção ou inovação tecnológica para a maximização dos lucros, devendo enfrentar as mudanças dos dados quando existir alteração espontânea e descontínua no gosto do consumido (LUNDWALL, 2007). Ou seja, a figura do empreendedor é crucial para perceber o mercado e consequentemente buscar se diferenciar para potencializar os resultados.

Alencar (2014) relaciona diferentes tipos de inovação e seus diversos graus de incerteza. Segundo o mesmo autor, existem as inovações radicais que precisam de novos conhecimentos, bem como surgem as inovações incrementais que estão associadas a um grau menor de incerteza.

Por outro lado, as inovações de Schumpeter não se exteriorizam somente no contexto empresarial. Nelson e Winter (2002) inferem que o avanço tecnológico não se desenvolve apenas no contexto das empresas, mas no âmbito de laboratório, das universidades, onde os sistemas de inovação se apresentam com diversos atores institucionais. São através de pesquisas e de seu financiamento que se pode chegar a inovações, pois um mercado com sistema de inovações forte, geralmente possui incentivos e fomento a estas iniciativas por parte das instituições (NELSON e WINTER, 2002).

O país que não possui uma cultura com tais qualidades, deve buscar aplicar ações intencionais para a criação de sistemas de inovações, pois dificilmente algo surgirá espontaneamente, principalmente nas localidades com condições institucionais retrógradas ao empreendimento e à inovação (PAIVA et al., 2018).

A economia institucional, diferente da abordagem convencional de que o ser humano possui informações perfeitas e racionalidades ilimitadas, percebe que os indivíduos têm informações incompletas e capacidade mental limitada e, por isso, enfrentam a incerteza sobre eventos imprevistos e os resultados, fazendo incorrer custos de transação para adquirir informações (MÉNARD e SHIRLEY, 2005). Assim, a função das Instituições são reduzir riscos e custos de

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transação através de constituições, leis, contratos e regulamentos (instituições formais) ou através de normas de conduta, crenças e hábitos de pensamento e comportamento (instituições informais). Para os novos institucionalistas, o desempenho de uma economia de mercado depende de instituições e dos modos de organização formais e informais das transações, bem como do comportamento cooperativo (MÉNARD e SHIRLEY, 2005). O processo de desenvolvimento econômico, dessa forma, é consequência das instituições e mudança institucional, pois estas incentivam inovações tecnológicas ou o inverso (NORTH, 2008). Para incremento da inovação, faz-se necessário um rearranjo institucional.

Os sistemas de financiamento da inovação Keynesiana e Schumpeteriana, interligam-se em diversos fatores, apesar de o primeiro centralizar o desenvolvimento decorrente da importância do sistema financeiro e o segundo na dinâmica das inovações, suas teorias em muito se interligam quando se fala no papel do sistema financeiro para o desenvolvimento econômico (PAULA, 2011).

Segundo Paula (2011), tanto Schumpeter, quanto Keynes buscam mostrar similaridades entre a importância do papel do mercado de crédito e dos bancos, ou seja, na elaboração de uma teoria que demonstre que a moeda não é neutra, mas possui um papel fundamental para o desenvolvimento. Para este autor, os economistas “concordam que a moeda-crédito criada pelos bancos desempenha um papel importante no financiamento da atividade econômica, e em especial no investimento produtivo ou investimento em inovações” (p. 6).

Na perspectiva convencional, os bancos e as instituições financeiras possuem a função de intermediador entre poupadores e investidores, já para os pós-keynesianos, com o advento e expansão do sistema financeiro, essas instituições podem impulsionar o crédito em momentos de expansão ou segurá-lo para garantir liquidez, os bancos são agentes ativos sob o enfoque pós-keynesiano, tendo em vista que a incerteza e o risco de crédito têm papel fundamental, igualmente a preferência pela liquidez (ALENCAR, 2014).

O crédito na abordagem Schumpeteriana visa financiar inovações para gerar desenvolvimento econômico. Essas inovações, no entanto, são incertas e seu financiamento possui riscos. Paula (2011, p. 6) aponta que “a inovação tecnológica é um processo caro, que demanda um significativo volume de recursos para sua realização, que ocorre ao longo do tempo calendário e cujos resultados de retorno são incertos”. Isto é, o empresário-inovador é compreendido como uma figura heroica que se arrisca e possui grandes expectativas empresariais a longo prazo.

Apresentado esse panorama geral sobre concorrência Schumpeteriana, percebe-se que a globalização e as competitividades de mercado se relacionam em diversos pontos. Principalmente com a dinamização do mercado tecnológico que inseriu diversificações de produtos e serviços,

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mudanças estas estudadas pelos princípios concorrenciais. Isto porque, no ponto de vista de Schumpeter, aquele que traz novas combinações que atendam as demandas dos consumidores se destaca concorrencialmente.

Por sua vez, para existir inovação, faz-se necessário que o Estado propicie sistemas de financiamento, rearranjo institucional que favoreça a criação de inovações e incentivo a sistemas de inovação, como pesquisas com investimento em setores estratégicos para obter as novas combinações e, consequentemente, vantagem concorrencial. Na próxima seção, aborda-se a educação superior brasileira.

3 EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL

A educação superior é essencial para o desenvolvimento do país (KARPINSKI et al., 2017). Políticas de expansão que propiciem acesso universal a população causam grande impacto social e econômico, pois promovem profissionais qualificados para atuação em diversas áreas do conhecimento (BORGES, 2015). Abaixo evidenciamos uma análise estatística da educação superior no Brasil. Os dados foram retirados do Relatório do Censo da Educação Superior, disponibilizado pelo Ministério da Educação. O período do referido exame corresponde aos anos de 2008 a 2018.

Tabela 01: Número de Instituições de Educação Superior no Brasil

Ano Total Universidade Centro Universitário Faculdade IF e CEFET

Pública Privada Público Privada Pública Privada Público Privada

2018 2.537 107 92 13 217 139 1.929 40 n.a*

Fonte: Ministério de Educação, Diretoria de Estatísticas Educacionais (DEED), Censo da Educação Superior - 2018. (* Não se Aplica).

A tabela 1 retrata a organização das instituições de ensino superior no Brasil de acordo com a categoria administrativa, no ano de 2018. Das 2.537 Instituições de Educação Superior (IES), 299 são públicas e 2.238 são privadas. Logo, as instituições privadas correspondem a 88,2% das IES.

No ano de 2018, existiam no Brasil 199 universidades. Sendo que 53,8% representam as universidades públicas e o restante são as universidades privadas. Já os centros universitários mostram a realidade por outro lado, ou seja, 94,35% correspondem a instituições privadas. Entre as IES públicas e privadas, as faculdades são a maioria, com um percentual de 81,50%.

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Gráfico 01: Número de Matrículas na Educação Superior por Categoria Administrativa

Fonte: Ministério de Educação, Diretoria de Estatísticas Educacionais (DEED), Censo da Educação Superior - 2018.

O gráfico 01 evidencia o número de matrículas na educação superior por categoria administrativa. Observa-se que, em 2008, o número de matrículas no ensino superior era de 5.508.317. Dos quais 4.255.064 foram nas IES da rede privada e 1.552.953 foram no ensino público. Expressos de forma percentual em 75,4% e 24,6%, respectivamente.

Em 2018, o número total de matrículas foi de 8.450.788, representando um crescimento de 53,4%. Quando distribuído por categoria administrativa, a rede pública caiu para 24,6% e a rede privada aumentou para 75,4%. Comparando os anos de 2008 e 2018, observa-se um crescimento no número de matrículas de 49,8% no ensino privado e de 33,8% no ensino público. Logo, nesta realidade em que a maioria das matriculas advém de instituições privadas de ensino, pode-se concluir que a universalização da educação é um objetivo a ser alcançado no Brasil.

Gráfico 02: Número de Matrículas na Educação Superior por Organização Acadêmica

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O gráfico 02 evidencia o número de matrículas na educação superior por organização acadêmica. Observa-se que, em 2008, a distribuição destas matrículas se dava da seguinte forma: as IFs E CEFETs com 44.027 (0,8%), as faculdades com 1.737.290 (29,9%), os centros universitários com 755.796 (13%) e por fim, as universidades com 3.270.904 (56,3%).

Em 2018, os resultados foram mais satisfatórios em todas as organizações acadêmicas. Desse modo, a distribuição do número de matrículas passou a ser: as IFs e CEFETs com 197.506 (2,3%), as faculdades com 1.879.228 (22,2%), os centros universitários com 1.906.327 (22,6%) e as universidades com 4.467.694 (52,9%). O total de matrículas foi de 5.808.017 no ano de 2008 para 8.450.755 no ano de 2018.

Para o Censo da Educação Superior de 2018, mais da metade (52,9%) das matrículas estão nas universidades. Assim como, se levarmos em consideração o período entre 2008 e 2018, os IFs e CEFETs registraram a maior variação positiva no número de matrículas (348,6%).

Gráfico 03: Número de Matrículas por Modalidade de Ensino

Fonte: Ministério de Educação, Diretoria de Estatísticas Educacionais (DEED), Censo da Educação Superior - 2018.

O gráfico 03 evidencia o número de matrículas na educação superior por modalidade de ensino. Observa-se que, em 2008, o número de matrículas em ensino de graduação era de 2.336.899. Sendo que 463.093 eram matriculas para a educação a distância e 1.873.806 eram matriculas para educação presencial.

Em 2018, aumentou consideravelmente as matriculas para a educação à distância com um quantitativo de 1.373.321, correspondendo a um crescimento de 196,55%. No entanto as matrículas na modalidade presencial apresentaram uma variação positiva de 10% no referido ano. De acordo com o relatório do censo da educação superior, o aumento no número de ingressantes em 2018 foi

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sustentado pelo significativo aumento nas matriculas dos cursos na modalidade à distância, compensando a queda registrada nos cursos presenciais.

Podemos dizer assim, que a modalidade de ensino de graduação a distância é um mercado que se expande e se aprimora, evoluindo constantemente, o que cabe às instituições oferecer esta modalidade de ensino ao consumidor de forma que atenda às suas necessidades e que apesar das críticas sobre a eficácia da modalidade, trata-se de uma inovação que vem por atender à necessidade do consumidor. O empresário inovador que percebe este mercado deve, portanto, buscar diferentes formas do ensino EaD se tornar atrativo para as pessoas que desejam o novo.

Gráfico 04: Concluintes em Cursos de Graduação por Modalidade de Ensino

Fonte: Ministério de Educação, Diretoria de Estatísticas Educacionais (DEED), Censo da Educação Superior - 2018.

O gráfico 04 evidencia o número de concluintes de graduação por modalidade de ensino. Observa-se que, em 2008, o número total de concluintes foi de 870.386. Sendo 70.068 concluintes da modalidade à distância e 800.318 os concluintes da modalidade presencial. Já em 2018, o total de concluintes passou para 1.264.288. Logo um crescimento de 45,3%.

A modalidade à distância teve um aumento de 203.805 concluintes e a modalidade presencial, um aumento de 190.097 concluintes. De forma geral, percebe-se que o número de concluintes da modalidade de ensino à distância vem tendo um crescimento significativo. A próxima seção mostra o mercado de serviços educacionais brasileiro, especialmente do ensino à distância.

4 MERCADO DE SERVIÇOS EDUCACIONAIS E O ENSINO À DISTÂNCIA

Os serviços educacionais por muito tempo foram desenvolvidos pela perspectiva estrita de atingir a finalidade social: à educação. A partir da década de 90, no entanto, há uma quebra de paradigma sobre o papel do Estado, que vem, paulatinamente, a ser substituído pelo neoliberalismo,

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primordialmente após a era do ouro e a expansão do mercado financeiro, marcado pela inclusão de novas tecnologias e velocidade das negociações (PIRES, 2001).

A globalização, nesse sentido, foi o fenômeno social e tecnológico que mudou de forma significativa as relações comerciais, sociais e financeiras. Segundo Pires (2001, p. 2), um grande fato que contribuiu para a expansão do Ensino à distância nas instituições educacionais foi o “(...) notável crescimento, em meados dos anos 90, da rede mundial de computadores, a internet, que se transformou no meio principal de convergência de todas as tecnologias educacionais de informação e do conhecimento por serem digitais e síncronas (online)”.

Segundo Sodré (2012), outra consequência da globalização é a mercantilização de serviços educacionais de abrangência internacional sob o impulso de organizações supranacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o Acordo Geral sobre o Comércio dos Serviços (AGCS), o Banco Mundial, a Comissão Europeia e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Chizzotti (2014) entende que a globalização reconfigurou grandes aspectos da sociedade: as relações internacionais, à eliminação de barreiras, à livre circulação de capitais, tecnologias, conhecimento, populações, em vistas a unificação mundial. A partir disso, a nova gestão pública tem por objetivo atender os novos desafios concorrenciais, dinamizando o oferecimento de serviços públicos, através de práticas de controle financeiro, avaliação de resultados, com a utilização de atores privados para a consecução dos objetivos (CHIZZOTTI, 2014).

A educação à distância é uma importante inovação como modalidade de ensino. Sua abordagem é uma ampliação de mercado, pois inova no modo de oferecimento dos serviços educacionais. Nesta “inovação”, o professor exerce o papel de um orientar, esclarecer, acompanhar o estudo e mediar, constituindo-se como centro das relações entre o conhecimento e o aluno (CARVALHO e BEZERRA, 2011)

Para Cervo e Bervian (2002, p.7) “conhecer é uma relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e objeto conhecido, no processo de conhecimento o sujeito se apropria, de certo modo, do objeto conhecido”. A apropriação do conhecimento através desta nova prática pedagógica de ensino apresenta dificuldades na relação professor-aluno e aluno-aluno, mas ao mesmo tempo abre novas possibilidades diante das novas tecnologias.

Educação e aprendizagem estão relacionadas com diversos fatores como a necessidade de existir convívio, observação, assimilação e às devidas integrações e sínteses. O processo de ensinar

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e aprender envolve relacionamento entre pessoas que possuem histórias de vidas, diferentes percepções de conhecimento, formas de viver e pensar (PAROLIN, 2013).

Para Demo (1994), a escola é elementar na produção do conhecimento quando propicia um ambiente em que os professores e os alunos sujeitos do processo possam gestar projetos conjuntos. Nesse contexto, a escola deve se apresentar como um ambiente inovador, transformador e participativo, no qual os alunos e os professores sejam reconhecidos como sujeitos capazes de inovar e de produzir conhecimento.

O EaD se faz na perspectiva de construir condições pedagógicas institucionalizadas que acolham as demandas dos estudantes quanto à maleabilidade e flexibilidade de tempos e espaços para exigência e avaliação das atividades (NEVADO, 2007). As possibilidades de alcançar maior parcela da população, de forma mais flexível e personalizada, utilizando-se criativamente das atuais Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), incentivam a revisão de políticas públicas e da gestão escolar e universitária, além de desafiar alunos e professores a reverem suas práticas e concepções (SATHLER, 2008).

A relação ensino-aprendizagem que se estabelece em cursos à distância fica geralmente exposta e registrada. É diferente do universo das salas de aula tradicionais, onde raramente pessoas que ali não estejam no momento do encontro saibam em detalhes o que acontece. Essa exposição na EaD pode ser incômoda por revelar boas práticas e outras não tão adequadas assim (SATHLER, 2008).

Para Sathler (2008) a maioria dos professores que atua na EaD está também no ensino presencial. A adaptação de propostas pedagógicas já existentes é a primeira tentativa de instituições que buscam trabalhar na nova modalidade. No entanto, a soma de outros agentes ao processo de preparação e ministração de aulas, inclusive acompanhamento e avaliação de alunos, é um dos fatores que acabam por exigir uma completa revisão da prática docente (SATHLER, 2008; NEVADO, 2007).

Para melhor evidenciarmos o mercado de serviços educacionais à distância, a seguir apresentamos uma análise do Censo EaD de 2018 que indicou a evolução dos índices de matrículas em cursos não presenciais.

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Gráfico 05: Índices de Matrículas em Cursos Totalmente à Distância

Fonte: Associação Brasileira de Educação a Distância, Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância no Brasil em 2018.

O Gráfico 05 indica o índice de matriculas em cursos que são oferecidos totalmente a distância. Observa-se neste gráfico que houve o aumento de matriculas nesta modalidade, com 46,70%. De acordo com o Relatório Analítico da Aprendizagem, as instituições de ensino superior estão usufruindo dos benefícios do cenário regulatório brasileiro favorável para ampliar a oferta de cursos na modalidade à distância. Outrossim, o referido documento destaca a influência da crise economia do país na demanda por cursos com mensalidades mais baratas.

Como uma inovação, o ensino EaD transforma o processo de aprendizagem. As tecnologias oferecem suporte para diminuir custos e aumentar a lucratividade das empresas. O EaD utiliza das tecnologias virtuais que envolve, sobretudo, as atividades do e-learning ora nas universidades, ora para capacitação de funcionários, ora em sites de educação para entretenimento ou em videoconferências.

Além disso, não precisa de muitos investimentos físicos para os alunos acessarem as aulas, esse empreendimento permite aproveitar conteúdos e estruturas já existentes, assim, o investimento realizado fica por conta da estrutura tecnológica indispensável para seu funcionamento (HADDAD e GRACIANO, 2004).

A tecnologia, portanto, pode provocar profundas transformações no processo pedagógico, desde que seu uso seja condizente a uma prática pedagógica que propicie a construção de conhecimento e não a mera transmissão (SOARES, ROMAN e ERDMANN, 2015). Para tanto é necessário um sujeito capaz de lidar com diferentes situações e de resolver problemas imprevistos, assim como de ser flexível e estar em constante processo de formação.

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Existem várias metodologias para desenvolvimento de cursos à distância. Deve-se analisar o objetivo do curso e o público alvo que se quer atender. Além de verificar quais necessidades levam a determinar o modelo a ser adotado. Todas estas preocupações precisam ser enfrentadas para melhoria da educação no Brasil e melhoria dos serviços educacionais.

Gráfico 06: Faixa de Valores dos Cursos por Mês

Fonte: Associação Brasileira de Educação a Distância, Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância no Brasil em 2018.

O gráfico 06 aponta a faixa de valores dos cursos por mês (mensalidade). Observa-se que em média os cursos à distância são mais acessíveis que os cursos presenciais. No entanto, são mais onerosos que os cursos semipresenciais. Segundo o Relatório Analítico da Aprendizagem, os cursos na modalidade à distância estão na faixa de R$ 251,00 e R$ 500,00 por mês.

Já os cursos semipresenciais estão na faixa na de R$ 101,00 e R$ 250,00 e os cursos presenciais custam, aproximadamente, R$ 500,00 e R$ 1.000,00. Ao considerar o valor médio dos cursos por mês, observa-se que 44% das IES que oferecem a modalidade totalmente à distância cobram mensalidades nos valores entre R$ 251,00 e R$ 500,00. Seguido dos valores entre R$ 101,00 e R$ 250,00, com 30%.

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Gráfico 07: Polos EaD Criados e Fechados por Categoria Administrativa

Fonte: Associação Brasileira de Educação a Distância, Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância no Brasil em 2018.

O gráfico 07 apresenta a disposição entre o setor público e privado na oferta de polos EaD. Enquanto que 2.577 polos EaD foram abertos em Instituições educacionais com fins lucrativos, somente 388 foram abertos em âmbito público, considerando as três esferas do governo.

A legitimação oficial do EaD no país adveio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 (LDB 9.394/96), abrindo caminho para a implementação do Sistema de Universidade Aberta do Brasil (BORGES, 2015).

O Sistema UAB (Universidade Aberta) tem como finalidade a ampliação do acesso à educação superior pública, a redução das desigualdades de oferta de ensino nas diversas regiões do país, estabelecimento de um sistema nacional de educação superior à distância, fomento ao desenvolvimento desta nova modalidade de ensino, bem como de pesquisas que visem buscar metodologias inovadoras com base em tecnologia e comunicação (COSTA, ZANATTA, 2014).

Conforme Pires (2001, p. 4) “o descompasso entre as IES públicas e as grandes empresas prestadoras de serviços educacionais na introdução de novas tecnologias de informação e de comunicação tornou- se um fato notório”. No setor público poucas universidades se utilizam da modalidade de ensino EaD, em decorrência da dicotomia existente entre as IES públicas, que possui como público-alvo: a sociedade. As grandes empresas prestadoras de "serviços educacionais", apesar de possuir o mesmo alvo, tem o ensino como um mercado potencial e fonte inegável de oportunidades e lucro (PIRES, 2001).

Para Haddade e Graciano (2004) a política educacional adotada nesses últimos anos pelo Brasil não teve como finalidade melhorar as condições de vida da população mais pobre, reduzindo

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as desigualdades socioeconômicas, pois atingiu objetivo diverso desses organismos ao criar um mercado extremamente atraente para a iniciativa privada, primordialmente no ensino superior.

Em contraponto, diante dos resultados alcançados e da expansão desta nova modalidade de ensino, verifica-se que o ensino EaD independentemente da “mercantilização da educação” em determinado momento, expande o acesso à educação, considerando fatores como flexibilidade, acessibilidade e preço.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A procura por cursos de graduação fez o número de matrículas em instituições de ensino superior dobrarem nos últimos anos. Essa demanda por serviços educacionais se justifica pela exigência cada mais rígida do mercado de trabalho por profissionais qualificados para atuarem em diversos setores sociais e econômicos da sociedade.

Desse modo, as empresas buscam formas de se tornarem mais competitivas e alcançarem bons resultados financeiros no encerramento do exercício. Assim, a inovação surge como ferramenta potencial para auxiliar essas organizações no processo de adequação dos serviços oferecidos por elas às necessidades dos consumidores. Essa circunstância cria um ambiente competitivo propício para ser estudo pela teoria schumpeteriana da concorrência de mercado.

Nesse sentido, este artigo analisou a oferta de serviços educacionais de ensino superior sob a ótica da concorrência schumpeteriana de mercado. Os resultados evidenciam o crescimento de cursos oferecidos por instituições privadas, especialmente por entidades organizadas administrativamente como Faculdade. Os dados revelam uma expansão tanto no ensino presencial, quanto na educação à distância entre os anos de 2008 a 2018.

Todavia, embora esse aumento de matrícula tenha representação positiva na educação presencial (10%), os cursos disponibilizados de forma EaD concentraram os índices de crescimento mais significativos da análise, com expansão aproximada de 196,55% nas quantidades de ingressos, nessa modalidade de ensino, nas instituições.

Na perspectiva Schumpeteriana, as entidades que oferecem a modalidade de educação à distância, além adaptação às necessidades dos consumidores, demonstram o processo evolutivo da concorrência de mercado nos serviços educacionais. Pois aquelas que se adequam às exigências do mercado serão as que mais terão os seus lucros maximizados. Trata-se do desenvolvimento de destruição criativa que Schumpeter diz ser indissociável do capitalismo.

Para Schumpeter, existe a renovação incessante de criação de novos bens de consumo, novas técnicas e métodos, mecanismos para transporte, organização industrial, todos que de alguma forma

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diferenciam o produto final da empresa e oferecem ao consumidor final aquilo que anseiam e precisam. Portanto, as instituições de ensino que utilizam a graduação à distância, baseado nessa abordagem, apresentam inovações que são resultados do advento da globalização, modificando o método de ensinar e incluindo uma nova forma de aprender, oferecendo ao consumidor a oportunidade de qualificação em qualquer lugar, horário e com custos bem inferiores aos da educação presencial.

Não obstante, a literatura já havia demostrado a competitividade entre as entidades educacionais privadas na oferta de diversas modalidades de ensino. Assim, a partir de uma perspectiva diferenciada, a contribuição deste estudo para essa agenda de pesquisas está na discussão das inovações produzidas por essas instituições de ensino sob a ótica da teoria da concorrência schumpeteriana de mercado.

Por fim, para futuras investigações científicas, recomenda-se a ampliação desta abordagem e a aplicação de outras metodologias (quantitativas), como modelos econométricos, afim de entender a relação mais aprofundada da concorrência de Schumpeter e a educação superior à distância.

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Tabela 01: Número de Instituições de Educação Superior no Brasil
Gráfico 01: Número de Matrículas na Educação Superior por Categoria Administrativa
Gráfico 03: Número de Matrículas por Modalidade de Ensino
Gráfico 04: Concluintes em Cursos de Graduação por Modalidade de Ensino
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