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A abordagem da aposentadoria no Ensino Médio: um mapeamento sistemático

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Academic year: 2020

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10.26843/rencima.v11i1.2515 eISSN 2179-426X

A abordagem da aposentadoria no Ensino Médio: um mapeamento

sistemático

The approach of retirement in High School: a systematic mapping Lorena Silva de Andrade Dias

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) lorena.andradedias@gmail.com

http://orcid.org/0000-0002-8301-754X Helena Kampmann Rosa

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) helena.kampmann@gmail.com

http://orcid.org/0000-0002-7427-8895 Tatiana Comiotto

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) comiotto.tatiana@gmail.com

http://orcid.org/0000-0001-5868-794X Isabela Gasparini

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) isagasp@gmail.com

http://orcid.org/0000-0002-8094-9261 Resumo

No primeiro semestre de 2019 tem sido uma constante, nos jornais e nos mais diversos veículos de comunicação, notícias a respeito da Reforma da Previdência Social no Brasil. Envolta em polêmicas, uma das preocupações que suscitam dessa discussão é se aos estudantes do Ensino Médio estão sendo apresentados a questão da aposentadoria, já que as novas regras propostas tornarão mais difícil o pleno aproveitamento dessa fase da vida. Nesse contexto, apresentam-se os resultados de um mapeamento sistemático, conduzido a partir do protocolo proposto por Klock (2018), desenvolvido a partir de artigos científicos que tratam dessa temática. Assim, o objetivo desse artigo consistiu em identificar de que forma, na sala de aula do Ensino Médio, no ensino da Matemática Financeira, estão sendo inseridas discussões a respeito da aposentadoria. Para tanto, foram consultados três mecanismos de busca acadêmicas (MBA) — Periódicos CAPES, Google Scholar e Scielo – que retornaram um total de 262 artigos dos quais, após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, extraiu-se três artigos científicos para análise. Os resultados, apesar de escassos, apontaram que há ações sendo desenvolvidas, em sala de aula, com a finalidade de relacionar a Matemática Financeira com experiências do cotidiano dos estudantes, incluindo questões relativas ao processo de aposentadoria.

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Abstract

In the first half of 2019, news about the Social Security Reform in Brazil has been a constant in newspapers and in the most diverse media. Wrapped in controversy, one of the concerns that arises from this discussion is whether High School students are being presented with the issue of retirement, since the new rules proposed will make it more difficult to fully enjoy this phase of life. In this context, the results of a systematic mapping are presented, conducted based on the protocol proposed by Klock (2018), developed from scientific articles that deal with this theme. Thus, the objective of this article was to identify how, in the High School classroom, in the teaching of Financial Mathematics, discussions about retirement are being inserted. For that, three academic search engines were consulted — Periódicos CAPES, Google Scholar and Scielo –, which returned a total of 262 papers from which, after applying the inclusion and exclusion criteria, three scientific articles were extracted for analyze. The results, although scarce, pointed out that there are actions being developed in the classroom, with the purpose of relating Financial Mathematics to students' daily experiences, including issues related to the retirement process.

Keywords: Retirement. High School. Systematic Mapping.

Introdução

Um ponto comum em muitos documentos legais que dissertam a respeito de parâmetros e orientações para o ensino da Matemática no Ensino Médio, é que este seja feito de modo a oportunizar aos educandos ferramentas que os permitam interpretar sua realidade e sobre ela agir (GODOY, 2002). Para tanto, observa-se, por exemplo, dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM), que a aprendizagem matemática do estudante seja realizada “de uma forma contextualizada, integrada e relacionada a outros conhecimentos [...], à medida que instrumentalizam e estruturam o pensamento do aluno” (BRASIL, 2002, p. 111).

Em outro documento mais recente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o Ensino Médio — em vigor a partir de 2020 (BRASIL, 2018) —, é previsto que a aprendizagem matemática, nessa fase escolar, seja dada de forma continuada ao que foi abordado no 9º ano do Ensino Fundamental, mas aplicada ao contexto do estudante, isto é, com vista aos “diferentes graus dados por suas condições socioeconômicas, pelos avanços tecnológicos, pelas exigências do mercado de trabalho, pela potencialidade das mídias sociais, entre outros” (BRASIL, 2018, p. 518). Neste contexto, este artigo se situa especificamente no ponto do ensino da Matemática que se relaciona com as questões concernentes a vida profissional que o estudante do Ensino Médio irá em breve, ou já começou, desenvolver — mais precisamente, sua aposentadoria.

Uma análise geral do cenário político e econômico brasileiro permite a qualquer sujeito, por mais básicos que sejam seus conhecimentos sobre essas questões, afirmar

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que na última década, pelo menos, intensas movimentações e transformações vêm ocorrendo no Brasil. A exemplo disso, tem-se o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro que já chegou a marcar um crescimento acumulado de 7,5%, em 2010 (IBGE, 2011); no ano de 2018 registrou um crescimento acumulado de apenas 1,1% (IBGE, 2019) — sendo a previsão para o ano de 2018 de crescer 2,8% (SOUZA, 2018). Já no cenário político, é possível apontar que um dos principais acontecimentos foi o impeachment da então Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, em 2016, que deu espaço para Michel Temer assumir o mais alto cargo do Poder Executivo.

Em meio a controvérsias quanto a validade do processo de impeachment e a uma baixa taxa de aprovação do então presidente — ao fim de 2018, 74% dos brasileiros avaliavam o governo Temer como ruim ou péssimo (LABOISSIÈRE, 2018) —, em dezembro de 2016, o governo Michel Temer levou à Câmara de Deputados a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 287/2016 que propunha uma reforma na Previdência Social. Desde que fora instituído, em 1988, o sistema previdenciário havia sofrido três reformas: a primeira em 1998 – quando criado o fator previdenciário, um índice que incide, em determinados casos, no cálculo do valor da aposentadoria (FAZIO, 2016) –, seguidos das reformas de 2003 e 2005 (ALENCAR, 2016). Assim, na PEC 287/2016, objetivando a contenção do déficit previdenciário — que diz respeito à falta de recursos para financiamento da Previdência Social (FAZIO, 2016) —, foram propostas alterações nas regras em relação à idade e ao tempo de contribuição mínimos para se aposentar, além de outras providências (BRASIL, 2016).

As discussões em torno da PEC 287/2016 se estenderam ao longo de 2017 e foram pausadas em 2018, devido as eleições presidenciais, até que em 20 de fevereiro de 2019, por meio da PEC 06/2019, foram retomadas. Nesse novo texto, cuja motivação para elaboração também se dá em função das contas previdenciárias, são defendidos pontos como, por exemplo, a garantia da sustentabilidade do sistema previdenciário, a separação entre a Previdência Social e a Assistência Social e a opção pelo regime de Capitalização (BRASIL, 2019). Dessa forma, de acordo com o governo federal,

Ao reduzir e controlar o déficit da Previdência (mais R$ 220 bilhões em 2016), a reforma vai garantir, além do pagamento das atuais e futuras aposentadorias, um ambiente favorável ao crescimento econômico e à geração de empregos. Haverá estabilidade e a volta da prosperidade para famílias (BRASIL, 2019, p. 4).

De forma geral, a PEC 06/2019 inclui alterações nas áreas da Saúde, Assistência Social e Previdência Social – componentes que formam o tripé da Seguridade Social. Entretanto, destaca-se que o foco deste artigo se atém às mudanças propostas ao sistema previdenciário no que tange o Regime Geral de Previdência Social (RGPS). O RGPS opera como um regime financeiro de repartição em que o benefício pago ao aposentado não é financiado previamente, isto é, a fonte de recursos para o pagamento dos benefícios àqueles que estão aposentados, advém dos trabalhadores que mensalmente realizam suas contribuições ao sistema com base em suas folhas de pagamento; à essa configuração é atribuído o nome “pacto de gerações” (FAZIO, 2019). Neste contexto, a decisão por focar

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no RGPS se faz em razão de que, só em 2017, do total da população socialmente protegida, cerca de 82% dos contribuintes estavam enquadrados no RGPS (BRASIL, 2018).

Dentro do RGPS, a maior quantidade de benefícios concedidos se concentra nas aposentadorias por tempo de contribuição e idade. E é sobre elas que ocorrem algumas das principais alterações previstas pela reforma da Previdência. A PEC 06/2019 propõe, além de alterações nas alíquotas de contribuição e outros fatores, um aumento na idade e período de contribuição mínimos para se aposentar — com progressão até 2031 e 2040, respectivamente (BRASIL, 2019). A Tabela 1 resume essas mudanças propostas.

Tabela 1 – Alterações propostas pela PEC 06/2019: requisitos mínimos

REGRA IDADE MÍNIMA TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

MULHER HOMEM

ATUAL 56 anos 61 anos 15 anos

PEC 06/2019 62 anos 65 anos 25 anos

Fonte: Elaborada pelas autoras (2019)

Também, dentro da proposta de reforma previdenciária, uma vez cumpridos os requisitos mínimos, o trabalhador que durante seu período laboral contribuiu com valores acima do mínimo e até o teto do INSS – em 2019, o piso da aposentadoria é no valor de R$ 998,00, enquanto o teto é de R$ 5.839,45 (BRASIL, 2019) –, receberá apenas 70% da média de todos os salários recebidos no período; isto é, se ao longo de 25 anos a média salarial do indivíduo for de R$ 1.500,00, ao se aposentar, irá receber uma aposentadoria de R$ 1.050,00 mensais (BRASIL, 2019). Para que o benefício seja integral, será necessário que o contribuinte trabalhe por mais 15 anos, além do período mínimo obrigatório (BRASIL, 2019).

Ainda, apesar de não integrar seu texto, a PEC 06/2019 faz menção a um sistema de capitalização – para o qual caberá uma lei complementar para sua regularização – que funcionará como uma “poupança”, em que empregado e empregador acumularão, ao longo do tempo, uma reserva sobre a qual será somada os rendimentos de sua aplicação financeira (FAZIO, 2019). Entretanto, há diversos riscos em torno desse sistema, seja pela má escolha do investimento a ser realizado – que pode implicar em perda de receita –, pela invalidez do trabalhador em sua fase contributiva ou, até mesmo, pelo aposentado viver por mais tempo do que calculam as estatísticas nacionais – demandando, assim, por mais recurso (FAZIO, 2019). Ainda, destaca-se que também não está integrado ao texto da PEC 06/2019 medidas para cobrança dos devedores da Previdência Social cujo débito, em 2019, já chega à soma de R$ 479 bilhões (BRASIL, 2019).

Apesar das discussões e polêmicas em torno da reforma da Previdência Social – que demandam do governo articulações diversas para conseguir sua aprovação, tal qual a questão do corte de verbas das universidades federais (CARNEIRO, 2019) –, faz-se necessário observar que melhorias no sistema previdenciário são necessárias uma vez que o perfil da população vem mudando ao longo dos anos. Nesse quesito, em relação a fatores sociais, é preciso refletir sobre questões concernentes à Previdência que também incluem analisar a transição demográfica do país, que se ocupa com as taxas de crescimento e

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variação populacional (ALVES; VASCONCELOS; CARVALHO, 2010). De forma geral, o povo brasileiro não só está envelhecendo como também sua expectativa de vida vem aumentando ao longo das últimas décadas.

Entre os anos de 2012 e 2017, a população idosa (com mais de 60 anos de idade) foi a que mais cresceu no país, apresentando um aumento de 18% e resultando em mais de 30 milhões de brasileiros – em 2017, o Brasil possuía cerca de 209 milhões de habitantes (IBGE, 2018). Ainda, entre 1940 e 2016, a expectativa de vida ao nascer do brasileiro aumentou em 30 anos, alcançando os atuais 75,8 anos (IBGE, 2018). E, além disso, de acordo com o IBGE (2016), espera-se que após completar 65 anos de idade, o indivíduo viva mais 18,5 anos; isto é, aumentou a sobrevida do cidadão brasileiro. Conforme aponta o IBGE (2018), projeta-se para 2060 que 25% da população brasileira terá acima de 65 anos de idade – a cada quatro pessoas, uma será idosa.

E não é por acaso que tais indicadores estão sendo atualmente observados. De acordo com Alves, Vasconcelos e Carvalho (2010, p. 8),

Os avanços da Revolução Industrial e os seus desdobramentos educacionais, científicos e tecnológicos deixaram cada vez mais claro que o desenvolvimento econômico produz dois efeitos sobre uma população: primeiro, reduz as taxas de mortalidade em geral, a mortalidade infantil em particular, e possibilita o aumento da esperança de vida da população; segundo, decorrido algum tempo após o início da queda da mortalidade, as taxas de fecundidade também começam a cair, provocando a diminuição do tamanho das famílias.

Esses fatores, por sua vez, pressionam diferentes áreas bases do país, como a economia e a saúde, e são também sobre eles que se constroem as propostas para a reforma da Previdência Social. Estando o RGPS operando sob o pacto de gerações, “é esperado que o processo de envelhecimento leve a um aumento das despesas com o pagamento de benefícios, sem que haja contrapartida nas contribuições, ou mesmo com a redução destas” (AMARO; AFONSO, 2018, p. 2).

Entretanto, conforme apontam Alves, Vasconcelos e Carvalho (2010), projeções atuais não são suficientes para que se façam afirmações a respeito de um período tão distante temporalmente. Contudo, as incertezas que advém da PEC 06/2019 – que não é suficientemente clara sobre seus efeitos na economia e no mercado de trabalho – e a expectativa de uma vida cada vez mais prolongada, são fatores que alertam para a necessidade da preconização quanto ao planejamento da aposentadoria. Com o passar dos anos e a opção por um determinado estilo de vida, faz-se necessário que o indivíduo garanta previamente, para quando não mais estiver exercendo uma atividade remunerada, a manutenção de sua qualidade de vida e bem-estar até seus últimos dias (CERBASI, 2014).

Nesse sentido foi desenvolvido o mapeamento sistemático apresentado neste artigo, pois se entende que já na escola, simultaneamente ao seu processo de planejamento da carreira profissional, o estudante do Ensino Médio deva ter acesso a informações relativas à aposentadoria e ao conhecimento a respeito de sua instrumentalização, em conformidade

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com a BNCC (BRASIL, 2018). Assim, observa-se que nas aulas de Matemática, quando dos estudos do conteúdo de Matemática Financeira – que envolve o aprendizado a respeito de juros simples, juros compostos, sistemas de financiamento, entre outros –, questões relativas à Previdência Social podem ser trabalhadas, bem como a urgência de cedo cuidar de sua aposentadoria.

Portanto, esse artigo tem como objetivo investigar como, na sala de aula do Ensino Médio, no ensino da Matemática Financeira, estão sendo inseridas discussões a respeito da aposentadoria. Além disso, a realização desse mapeamento se faz a luz da demanda pela compreensão dos estudos já realizados na área do tema em estudo (KITCHENHAM, 2004) e também integra pesquisas realizadas para a dissertação “Funções Executivas, Matemática Financeira e Previdência Social: sequência didática para formação inicial docente” (DIAS, 2020) – que busca capacitar professores de Matemática, em formação inicial, para o desenvolvimento de propostas de ensino, no Ensino Médio, que incluam o planejamento financeiro para aposentadoria de seus prospectivos alunos.

Assim, nas seções seguintes são apresentados os procedimentos metodológicos adotados para atender ao objetivo deste trabalho, a análise e discussão dos resultados obtidos, bem como as considerações finais sobre o estudo efetuado.

Procedimentos Metodológicos

A fim de atender ao objetivo deste artigo, que consiste em investigar como são abordadas questões sobre aposentadoria, no ensino da Matemática Financeira, na sala de aula do Ensino Médio, foi executado um mapeamento sistemático da produção de artigos científicos que tratam da temática em apuração. A partir disso, foi realizado um mapeamento sistemático que é um estudo secundário que busca, a partir de uma análise abrangente de estudos primários, identificar as contribuições e lacunas desta literatura, bem como oportunizar ao pesquisador a expansão de seus conhecimentos sobre o tema investigado (FALBO; SOUZA; FELIZARDO, 2017; KLOCK, 2018). Portanto, este trabalho se caracteriza como uma pesquisa bibliográfica, já que situa as pesquisadoras diante da literatura já existente sobre o assunto em estudo (MARCONI; LAKATOS, 2003).

Para alcançar o objetivo desse artigo, seguiram-se as etapas para a realização de um mapeamento sistemático propostas por Klock (2018), que são: planejamento, direcionamento e análise dos resultados. Desta forma, primeiro serão apresentadas as fases de planejamento e condução para a realização do mapeamento sistemático. Em seguida, realizam-se as análises dos artigos selecionados na pesquisa que, posteriormente, irão nortear as considerações finais em que serão discutidos os pontos de destaque desse estudo. Destaca-se, ainda, que a opção por artigos científicos revisados por pares, no mapeamento, deu-se em função da busca por trabalhos baseados em evidências científicas (KITCHENHAM, 2004).

Planejamento

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abordado em sala de aula, no contexto do ensino de Matemática Financeira para o Ensino Médio. Portanto, a fim de dar sequência a essa investigação, definiram-se as seguintes questões de pesquisa: 1) De que maneira os artigos abordam a Matemática Financeira? 2) Como a Matemática Financeira é relacionada com a realidade dos alunos? e, 3) De que forma a abordagem da aposentadoria é apresentada nos artigos?

Desta forma, a fim de localizar os artigos que correspondessem ao tema em estudo, definiram-se um argumento de busca (também conhecido como string de busca) para essa pesquisa contendo diferentes palavras-chave, que consistem em parâmetros que “devem conter a ideia principal do que se deseja encontrar nos artigos” (LOUZADA et al., 2014, p. 2). Assim sendo, atendendo ao objetivo desse trabalho, foram utilizadas para o mapeamento sistemático as seguintes palavras-chave: Ensino Médio, Aposentadoria e

Matemática Financeira. A string de busca foi a união entre todas as palavras-chave: “Ensino

Médio” AND “Aposentadoria” AND “Matemática Financeira”.

Definindo parâmetros de seleção que, de acordo com Klock (2018, p. 5), são “utilizados para refinar os resultados da busca de forma coerente com o que se planeja responder”, o Quadro 1 apresenta os critérios de inclusão e exclusão estabelecidos nessa proposta, que foram desenvolvidos a partir do objetivo deste artigo (KITCHENHAM, 2004; KLOCK, 2018).

Quadro 1 – Critérios de Inclusão e Exclusão

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

i. Busca por artigos científicos publicados entre 2010 a 2018;

ii. Apenas publicações em português;

iii. Selecionados apenas artigos relacionados com a área de educação;

iv. Seleção apenas de artigos revisados por pares (peer-review);

v. Seleção dos artigos após análise dos títulos, leitura de seu resumo, introdução e considerações finais;

vi. Seleção apenas de artigos resultantes de experiência advinda da sala de aula do Ensino Médio Regular.

i. Artigos fora do período de busca não foram considerados;

ii. Somente seleção de artigos excluindo dissertações, teses e outros trabalhos de diferentes naturezas (planos de aula, ementas etc.);

iii. Excluídos trabalhos ambientados no contexto do Ensino Médio integrado à Educação Técnica;

iv. Rejeitados artigos que traziam a questão da aposentadoria fora do parâmetro “Ensino Médio regular”.

Fonte: Elaborado pelas autoras (2019)

O período de realização deste mapeamento sistemático se deu entre os dias 14 a 31 de março de 2019.

Condução

O desenvolvimento desse mapeamento sistemático ocorreu dentro dos critérios estabelecidos na etapa de planejamento. Assim, foram adotados três mecanismos de busca acadêmicos (MBA) de diferentes bases. A Tabela 2 apresenta os MBAs e seus resultados.

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A condução da execução e captura dos artigos em cada MBA foi realizada por uma das pesquisadoras deste trabalho.

Tabela 2 – Resultados MBA

MBA RESULTADOS

Periódicos CAPES 6

Scielo 0

Google Scholar 386

TOTAL 392

Fonte: Elaborada pelas autoras (2019)

Assim, dos 392 trabalhos obtidos após a aplicação da string de busca e dos critérios de inclusão e exclusão, foram excluídos aqueles que eram cadernos pedagógicos, dissertações, teses, livros, manuais, editais de concursos, entre outros; reduzindo a seleção para doze artigos.

Análise dos Resultados

Diante aos doze artigos selecionados após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, definidos na fase de planejamento desse mapeamento sistemático, iniciou-se a leitura de seu resumo, introdução e considerações finais. Quando observado que o resumo não atendia ao objetivo da pesquisa, as seções de introdução e considerações finais não eram lidas. Da mesma forma, quando analisada a falta de relação da introdução com esse estudo, suspendeu-se a leitura das considerações finais.

Desta forma, finalizadas as leituras para definir os artigos para compor essa pesquisa, construiu-se o Quadro 2 que apresenta os trabalhos selecionados.

Quadro 2 – Artigos selecionados

ARTIGO AUTOR(ES) ANO TÍTULO

A1 MUNIZ JUNIOR, I. 2010 Educação Financeira: conceitos e

contextos para o Ensino Médio. A2 MUNIZ JUNIOR, I.; JURKIEWICZ,

S. 2010

Educação Financeira: uma nova concepção para o Ensino Médio.

A3

MEDEIROS, R. S.; FARIAS, A. M. A.; OLIVEIRA, P. H. A.;

LOURENÇO, R. M.; SILVA, R.; FRAGOSO, O. A. F.; FERNANDES, M. C. V.

2017

Práticas de ensino e aprendizagem da Matemática através do novo cálculo da Previdência Social no Brasil

Fonte: Elaborado pelas autoras (2019)

Após a leitura, na íntegra, dos três artigos selecionados, iniciou-se a identificação dos pontos-chaves que conduziram às respostas das questões de pesquisa desse trabalho. Apresentam-se, a seguir, as considerações e análises realizadas.

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Observando o distanciamento entre sala de aula e as demandas do dia a dia, os autores dos três artigos analisados observam na Matemática Financeira um meio para trazer ao ensino da Matemática a conexão com a realidade social e econômica dos alunos. Assim, de forma geral, a Matemática Financeira é considerada como um instrumento para a cidadania, que capacita o indivíduo para a tomada de decisões de cunho financeiro de forma consciente em diferentes situações como, por exemplo, em casos de decisão sobre compras à vista ou a prazo, verificação de taxas de juros e saldo devedor.

Dessa forma, o cenário sobre o comportamento brasileiro em questões relacionadas ao uso do dinheiro é analisado com brevidade. Tanto Muniz Junior (2010) quanto Muniz Junior e Jurkiewicz (2010), considerando o contexto de ensino de tal conteúdo, destacam a oportunidade de discussão de tópicos como o aumento do consumo e endividamento familiar – ocasionados pela ampla oferta de crédito, iniciada na década de 2000 –, pois, conforme os autores exemplificam, a partir do estudo do conceito de juros, é possível tratar do endividamento público e a desigualdade social – sendo essa fruto da má distribuição de renda causada, entre outros fatores, pelas altas taxas de juros no Brasil (MUNIZ JUNIOR, 2010; MUNIZ JUNIOR; JURKIEWICZ, 2010). Nesse sentido, para Muniz Junior (2010, p. 2), “a população brasileira tem lidado com o dinheiro de maneira desastrosa, onde a falta de informação matemática, inclusive sem foco na tomada de decisões, tem sido um dos principais motivos dessa realidade”.

Assim, Muniz Junior (2010) e Muniz Junior e Jurkiewicz (2010) trazem uma abordagem para além da Matemática Financeira ao apontarem para a necessidade de uma Educação Financeira no espaço escolar, pois compreendem que

Matemática Financeira é um assunto central, necessário, indispensável, mas não é suficiente. Educar financeiramente é uma ação muito mais ampla, que deve incluir: aprender matemática para compreender as situações financeiras; entender o comportamento do dinheiro no tempo; organizar conscientemente suas finanças (futuras) pessoais; discutir matematicamente o uso consciente do crédito; entender temas de economia como PIB, inflação e seus diferentes índices, IOF, IR dentre outros; aprender, interligar e utilizar matemática financeira nas questões geoeconômicas já abordadas, porém não interligadas, nas aulas de Geografia; compreender os principais sistemas de financiamentos (PRICE e SAC), utilizando os recursos tecnológicos amplamente disponíveis, como planilhas eletrônicas e calculadoras científicas; refletir e analisar matematicamente o aumento da expectativa de vida do brasileiro e seus impactos na economia nacional, incluindo sua própria aposentadoria, seguros em geral e previdência complementar; discutir e analisar quantitativa e qualitativamente os impactos de problemas geopolíticos e sociais nas economias de uma região, levando-se em consideração a viabilidade das ferramentas matemáticas estudadas, dentre outros MUNIZ JUNIOR; JURKIEWICZ, 2010, p. 2-3).

Nesse sentido, Muniz Junior (2010) e Muniz Junior e Jurkiewicz (2010) tratam de tópicos pertinentes à Matemática Financeira – como sistemas de juros, sistemas de financiamento, porcentagem etc. – sob uma perspectiva mais ampla, a Educação Financeira, que está ligada a índices econômicos – como Produto Interno Bruto (PIB),

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Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), entre outros –, demandas trabalhistas, contextos sociais e geográficos, cenários políticos, e outros fatores externos a sala de aula. Por sua vez, Medeiros et al. (2017) defendem a associação da abordagem da Educação Financeira com um ensino matemático de natureza mais crítica – isto é, à luz do conceito da Matemática Crítica, proposta por Ole Skovsmose – pois, dessa maneira, os estudantes terão um ambiente propício a torná-los cidadãos ativos em sua realidade social, conscientes dos efeitos das políticas econômicas em suas vidas e capazes de buscar sua independência socioeconômica. Nesse sentido, o aprendizado sobre regra de três, porcentagem, juros e outros tópicos da Matemática Financeira, viabiliza a construção de um repertório que permite ao estudante olhar para o mundo e tomar decisões de forma mais ativa.

2) Como a Matemática Financeira é trabalhada na sala de aula do Ensino Médio?

Apesar das metodologias adotadas diferirem entre si, de maneira geral as atividades propostas nos artigos analisados procuraram levar os alunos participantes a uma análise de situações reais sob um olhar da Matemática Financeira. Nessa perspectiva, os autores viabilizam a percepção de que, por trás do endividamento do cartão de crédito, encontra-se a aplicação de logaritmos e que, da mesma forma, progressão geométrica permeia o cálculo das prestações tomadas em um financiamento.

Ambientados em escolas públicas e envolvendo alunos da 1ª e 2ª série do Ensino Médio, os trabalhos selecionados nesse mapeamento sistemático descrevem o desenvolvimento das seguintes situações experenciadas na prática:

a. Análise da proposta de pagamento do ano letivo escolar em uma instituição de ensino particular, para tomada de decisão a respeito do pagamento à vista ou parcelado (MUNIZ JUNIOR, 2010);

b. Análise de ofertas de item de consumo (refrigerador e lavadora de roupas) objetivando a identificação da menor taxa de juros na aquisição do item, oportunizando uma decisão mais precisa no momento da compra (MUNIZ JUNIOR; JURKIEWICZ, 2010); e

c. Aplicação de oficina “A Matemática e a nova perspectiva da Previdência Social no Brasil” em que, após palestra com especialista e estudo de material didático, os alunos participantes resolveram duas atividades (Caça Palavras e Palavras Cruzadas) e compararam os cálculos desenvolvidos dentro das regras vigentes da Previdência Social e das regras propostas na reforma de 2016 (MEDEIROS

et al., 2017). Permeia tal proposição os fundamentos da Matemática Crítica, de

Ole Skovsmose.

Ainda, Muniz Junior (2010) apresenta em seu artigo a proposição de uma atividade sobre a qual não é descrita de que forma os alunos a desenvolveram. Nela, propõe-se o seguinte problema:

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Qual é a quantia que uma pessoa que acabou de completar 30 anos de idade deve depositar mensalmente num fundo de investimento que rende 1% a.m., de modo a assegurar uma renda mensal após sua aposentadoria de $ 5.000,00 durante 30 anos? Suponha que a aposentadoria desta pessoa ocorra aos 55 anos e que as prestações pagas e recebidas ocorram no início de cada mês (CARVALHAL, 2008, p.124 apud MUNIZ JUNIOR, 2010, p. 9).

Para o tratamento dessa questão, Muniz Junior (2010) alerta que, para sua resolução, os alunos questionarão por quanto tempo o sujeito irá receber a aposentadoria. Dessa forma, o autor aponta para a necessidade de investigar junto ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a estimativa levantada pelo órgão sobre a expectativa de vida do cidadão brasileiro.

Com exceção do artigo de Medeiros et al. (2017) – que versa sobre o desenvolvimento de uma única atividade –, os trabalhos de Muniz Junior (2010) e Muniz Junior e Jurkiewicz (2010) fazem um recorte a respeito de atividades realizadas entre os anos de 2005 e 2009 em que, além das situações (a) e (b) apontadas acima, foram abordadas outras temáticas, como sistema de juros, capitais e taxas equivalentes, efeito da inflação no poder de compra e previdência privada; entretanto, os autores não apresentam as descrições das atividades que incluíram essas abordagens.

3) De que forma a abordagem da aposentadoria é apresentada nos artigos?

Dentre os três artigos selecionados por esse mapeamento sistemático, apenas um deles se propõe a efetivamente tratar dos entornos do tema aposentadoria; os demais a trazem como uma das temáticas a ser tratada em suas atividades, expressando como é importante uma Educação Financeira para viabilizar sua tratativa.

Das análises dos trabalhos de Muniz Junior (2010) e Muniz Junior e Jurkiewicz (2010), depreende-se que das experiências vivenciadas na aplicação de suas atividades, advém as competências para, quando necessário, os estudantes sejam capazes de refletir e agir sobre suas aposentadorias; como observado na afirmativa a seguir, em que “os resultados dos trabalhos de pesquisa e dos exercícios produzidos e resolvidos mostram que os alunos [...] calculam corretamente séries uniformes, dentre elas as utilizadas em financiamentos e planejamentos financeiros como previdência privada” (MUNIZ JUNIOR, 2010, p. 10).

O artigo que efetivamente trata sobre aposentadoria, de autoria de Medeiros et al. (2017), tem como agente motivador de seu desenvolvimento a proposta de reforma previdenciária, apresentada pelo governo Temer em 2016, por meio da PEC 286/16. Cientes dos impactos que essa proposição geraria sobre os brasileiros, os autores desenvolveram a oficina “A Matemática e a nova perspectiva da Previdência Social no Brasil” com a finalidade de abordar o processo de ensino-aprendizagem da Matemática “de uma forma contextualizada, integrada, crítica e relacionada a outros conhecimentos através da leitura de textos, contribuindo para promover maior interação entre os alunos, levando-os a mudar a participação nas atividades promovidas na sala de aula” (MEDEIROS et al., 2017, p. 3).

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Assim, os autores abordam a temática aposentadoria apresentando, de forma breve, o histórico e a estrutura da Previdência Social e, também, as regras presentes do texto original da previdência e no texto substitutivo da PEC 286/16. Ainda, relatam que

Foram utilizados para as atividades desse projeto a sala de aula e o laboratório de matemática, além de materiais impressos, cartilhas (2017), reportagens e documentos sobre a Reforma da Previdência Social, como também, livros e calculadora no auxílio dos conteúdos matemáticos para facilitar o entendimento do alunado, além de palestra com o professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) Dr. Amauri Fragoso de Medeiros e o auxílio do professor de português, durante as interpretações textuais (MEDEIROS et al., 2017, p. 5).

Elaborando uma apostila com questões contextualizadas e realizando a oficina em quatro etapas, Medeiros et al. (2017) apontam, ainda, que utilizaram de conteúdos matemáticos – como porcentagem, regra de três, média aritmética, operações com números decimais, conjuntos, leitura de tabelas e gráficos – para a realização dos cálculos sobre o benefício da aposentadoria a ser recebida dentro da regra atual e proposta da Previdência Social – viabilizando, assim, uma análise comparativa entre ambas. Conforme apontam os autores, a realização dessa oficina permitiu aos participantes refletir e se familiarizar a respeito de questões relativas a aposentadoria e, apoiados no estudo matemático da reforma previdenciária da PEC 286/16, compreender como ela se apresenta como uma retirada de direito dos trabalhadores (MEDEIROS et al., 2017).

Análise Geral

A partir da análise dos trabalhos produzidos por Muniz Junior (2010), Muniz Junior e Jurkiewicz (2010) e Medeiros et al. (2017), depreende-se que já está presente na literatura esforços em função de um ensino da Matemática contextualizado, que não apenas se concentra em instrumentalizar os estudantes do Ensino Médio para eventos presentes – como a compra de algum bem de consumo –, mas também voltado para o futuro, em que é oportunizado visualizar o comportamento do dinheiro ao longo do tempo; ação que pode ter, como consequência, a motivação/inspiração para que o estudante desde cedo reflita sobre sua aposentadoria.

Apesar de Muniz Junior (2010) e Muniz Junior e Jurkiewicz (2010) focarem mais no aspecto da Educação Financeira, e Medeiros et al. (2017) traçarem sua proposta em vista do que indica a Matemática Crítica de Ole Skovsmose, todos os trabalhos convergem para um ensino da Matemática Financeira profundamente conectado com demandas reais do cidadão brasileiro. Os artigos se distanciam de exercícios de fixação, cujo enunciado pouco reflete a realidade experenciada no dia a dia, para se aproximarem de uma análise mais instrumentalizada das situações que os estudantes já vivem/viveram com seus familiares ou irão, muito possivelmente, viver quando se tornarem adultos independentes.

Quanto a discussões que abordem especificamente o tema da aposentadoria, de fato, apenas Medeiros et al. (2017) se dispuseram a tratá-la à luz da reforma do sistema previdenciário brasileiro. Entretanto, partindo da observação das atividades apresentadas

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por Muniz Junior (2010) e Muniz Junior e Jurkiewicz (2010), compreende-se que elas possuem espaço para que a Previdência Social seja pauta ao longo de ações que buscam simular o montante que um indivíduo pode obter, daqui a 30 anos, quando enfim se aposentar.

Considerações Finais

O objetivo desse artigo foi analisar de que maneira, no ensino da Matemática Financeira, na sala de aula do Ensino Médio, estão sendo inseridas discussões a respeito da aposentadoria. Por meio deste estudo, notou-se que os artigos analisados estão ampliando o estudo da Matemática Financeira para uma abordagem mais ampla que é a Educação Financeira, entretanto, no que tange ao tema aposentadoria, apenas um dos trabalhos a analisou com maior profundidade, procurando ir além dos cálculos ao investigar quais são as regras que a instrumentalizam.

Ao longo da realização do mapeamento sistemático, percebeu-se que muitos artigos científicos limitavam a temática aposentadoria apenas como argumento para apontar a importância do estudo da Matemática Financeira – motivo esse que resultou na exclusão de muitos trabalhos dessa análise. Ainda, apesar da utilização da string de pesquisa Ensino Médio, os resultados das buscas incluíram muitas produções ambientadas no Ensino Técnico e Superior, o que pode indicar que a preocupação com o tema está mais concentrada em uma relação paralela às atividades profissionais, do que anterior a elas.

Para a realização desse trabalho havia entre as autoras, ao mesmo tempo, uma expectativa que a execução desse mapeamento sistemático resultaria em diferentes artigos tratando dessa temática, especialmente a partir do ano de 2017 – quando se deu início às discussões sobre a reforma previdenciária por meio da PEC 287/16, do governo Temer; e, também, uma preocupação que o mapeamento não resultasse em nenhum trabalho que correspondesse ao objetivo proposto.

Entre as limitações para o desenvolvimento desse trabalho, aponta-se para o fato de que dois artigos inclusos na análise, que tem em comum um mesmo autor, apresentam a mesma fundamentação diferenciando-se apenas na ampliação dada a apresentações das aplicações realizadas. Entende-se que, ao repetir sua abordagem teórica do tema, houve uma limitação do conhecimento a ser desenvolvido sob essa temática. Contudo, como características positivas observadas na realização desse mapeamento, é possível apontar à promoção, na sala de aula do Ensino Médio, de saberes essenciais para a formação cidadã dos estudantes, permitindo a estes serem mais críticos e mais conscientes em seus processos de tomada de decisão – característica essa que precisa ser expandida em diversas escolas, especialmente diante à PEC 06/19.

Por fim, no que tange a sugestões para pesquisas futuras, é lançado um olhar para o período em que foi conduzido o mapeamento sistemático apresentado neste artigo, pois este antecede a aprovação da reforma da Previdência Social em 2019. Assim, indica-se a condução de uma nova investigação sobre trabalhos dentro dessa temática, dado que as novas regras já não são mais uma possibilidade futura, mas uma realidade presente.

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Também, sugere-se que sejam investigados trabalhos que tratem sobre a aposentadoria nos contextos do Ensino Profissional Técnico e Ensino Superior brasileiro.

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Tabela 2 – Resultados MBA

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