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I Reunião de Ministros da Saúde da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa CPLP

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I Reunião de Ministros da Saúde da

Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP Cidade da Praia, 11 e 12 de Abril de 2008

Intervenção do Embaixador Luís Fonseca, Secretário Executivo da CPLP

Senhor Ministro de Estado e da Saúde de Cabo Verde Senhores Ministros

Senhor Presidente da Câmara Municipal da Praia Senhores Embaixadores

Senhoras e Senhores Representantes das Organizações internacionais Senhoras e Senhores Representantes dos Observadores Consultivos da CPLP

Minhas Senhoras e meus Senhores

Começo por saudar calorosamente o Senhor Ministro de Estado e da Saúde de Cabo Verde, felicitando-o pela iniciativa de promover e acolher a I Reunião de Ministros da Saúde da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. No ano em que a Cidade da Praia, aqui representada pelo seu máximo edil, comemora o Sesquicentenário da sua fundação, esta é uma reunião que, estou convencido, ficará registada como um marco significativo não só no desenvolvimento da cooperação no sector da saúde, como na própria afirmação da CPLP.

Sinto-me pois particularmente honrado em poder participar num acontecimento tão importante.

Quero ainda agradecer as autoridades cabo-verdianas pelo esforço e empenho investidos para garantir as excelentes condições que foram criadas para proporcionar o êxito deste evento.

Saúdo igualmente os distintos Ministros da Saúde e outras altas entidades

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no fortalecimento da cooperação multilateral no domínio da saúde, visando o reforço da capacidade institucional e o aperfeiçoamento dos sistemas de saúde dos nossos países.

Uma palavra de grande apreço é também devida aos observadores consultivos da CPLP aqui presentes, assim como aos Representantes da OMS e da ONUSIDA, instituições com quem esperamos trabalhar estreitamente, para numa parceria construtiva e de confiança mútua, realizar acções conjuntas no âmbito da saúde, em particular na superação de dificuldades de enquadramento técnico e de financiamento. A sua adesão e presença neste evento são um estímulo encorajador e testemunho da sua adesão ao “projecto CPLP”.

Senhores Ministros, Senhoras e Senhores

A cooperação no domínio da saúde é um desígnio prioritário da Comunidade, estando instituída em documentos orientadores da CPLP como um dos seus objectivos mais relevantes.

A quase totalidade dos presentes são participantes directos e activos na cooperação na saúde desenvolvida entre países da CPLP e serão os primeiros a testemunhar a sua importância para fazer face aos desafios quotidianos dos Estados para assegurar os cuidados básicos aos seus cidadãos.

Vários instrumentos no domínio da saúde vêm sendo debatidos e adoptados em diversas instâncias sectoriais que têm tido lugar um pouco em todo o espaço geográfico da CPLP, o que revela o elevado grau de prioridade dedicado a esta temática por todos os Estados membros e a sua importância para a melhoria das condições de vida das populações.

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O documento de trabalho produzido pelo Secretariado Executivo, resumindo as deliberações adoptadas pelas reuniões técnicas neste domínio, traduz o quão intenso tem sido o debate em torno desta área prioritária de desenvolvimento.

Neste quadro, a realização desta primeira reunião ministerial, permitirá a afirmação do compromisso político dos Estados membros no sentido da formalização e execução das decisões e deliberações emanadas das reuniões e encontros técnicos no domínio da saúde realizados no âmbito da CPLP. A Declaração que os Senhores Ministros se propõem assinar, será manifestação clara dessa vontade e do compromisso de potenciar um reforço intenso da cooperação em matéria de saúde. A cooperação na saúde constitui, aliás, um dos aspectos mais bem sucedidos e visíveis da cooperação no espaço da CPLP, com notáveis resultados positivos, particularmente nos países em desenvolvimento.

Mas é também verdade que esta cooperação se reveste de um carácter essencialmente bilateral - por um lado, entre Portugal e o grupo PALOP/Timor-Leste e, por outro, entre o Brasil e o mesmo grupo de países.

É nossa convicção que, como importante complemento da bem sucedida cooperação bilateral no domínio da saúde – e diríamos o mesmo com relação às outras áreas – é possível e desejável desenvolver uma frutuosa cooperação multilateral no espaço da CPLP que permita gerar sinergias, não só através de uma mais estreita conjugação de esforços e coordenação na aplicação dos recursos dos dois países atrás citados, como também do melhor aproveitamento e integração das capacidades e experiências existentes nos restantes.

Além disso, torna-se cada vez mais evidente que através da cooperação multilateral será possível mobilizar recursos adicionais disponibilizados por

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dessa oportunidade, com o financiamento de acções no combate ao VIH/Sida, mas perspectivas muito amplas poderão estar à nossa frente se conseguirmos melhorar a eficácia da coordenação dos nossos esforços.

Esperamos, pois que deste encontro saiam orientações susceptíveis de elevar a nossa cooperação a patamares mais elevados em termos de alcance e resultados.

É nesse sentido que se justifica a elaboração de um “Plano Estratégico de Cooperação em Saúde da CPLP”, cujo primeiro esboço foi desenvolvido, a nosso pedido, pela Fundação Oswaldo Cruz. Trata-se de um instrumento que deverá harmonizar-se e complementar de forma inteligente o esforço que as cooperações bilaterais vêm prosseguindo neste domínio. Para este desiderato, muito contribuirá o desempenho dos grupos de trabalho a constituir no seio dos Estados membros para aperfeiçoarem o “roteiro” que vem sendo debatido.

Atendendo à exiguidade dos recursos financeiros e humanos da Comunidade, o papel que tem sido desempenhado pela comunidade científica através da dinamização das “Redes” de saúde deve ser enaltecido, sendo nossa percepção que se poderá constituir uma pedra angular para a implementação do futuro Plano Estratégico.

Esta cooperação contribuirá, decerto, para reforçar a capacidade institucional dos sistemas de Saúde dos Estados membros, designadamente das capacidades de formação de recursos humanos especializados e de planeamento do combate às doenças, apoiando a concepção de estratégias nacionais que garantam o mais amplo acesso possível aos recursos financeiros multilaterais disponíveis.

Muitos são os desafios que se nos colocam. Recordaria apenas alguns:

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– Reforço da capacidade institucional dos órgãos nacionais para a coordenação do combate ao VIH/SIDA, Tuberculose e Malária;

– Reforço da capacitação institucional dos sistemas nacionais de Saúde e agentes tradicionais em saúde materna e reprodutiva;

– Reforço da capacidade humana e de planeamento dos sistemas nacionais de Saúde na área da saúde materno-infantil;

– Promoção da capacitação de recursos humanos das especialidades de ginecologia e obstetrícia e de parteiras tradicionais.

No que concerne ao VIH/Sida, gostaria de realçar os esforços cada vez mais coordenados entre os Estados membros no sentido de adoptar estratégias conjuntas para garantir eficácia no seu combate. A Carta de Rio de Janeiro sobre a feminização do VIH/Sida, que será lida nesta reunião, assim como o II Congresso da CPLP sobre o VIH/Sida a realizar-se na próxima semana, também no Rio de Janeiro, são exemplos de iniciativas em que se vêm empenhando tanto os governos como a sociedade civil dos países da CPLP para fazer frente aos desafios que esta pandemia coloca. Neste sentido, gostaria de apelar aos Estados membros para que assegurem uma participação adequada na Reunião de Alto Nível das Nações Unidas sobre o VHI/Sida, a 10 e 11 de Junho próximos, sugerindo que à margem desse evento, os nossos altos representantes procurem coordenar posições e analisar o estado de cooperação dos Estados membros no combate a este flagelo, designadamente quanto ao seguimento do documento conjunto da CPLP/ONUSIDA que vai ser apreciado na nossa reunião.

Senhores Ministros,

Minhas Senhoras e Meus Senhores,

Os Estados membros da CPLP não podem fugir a um cenário em que a existência de processos e etapas distintas de desenvolvimento devem

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também à definição de politicas estratégicas globais em termos de promoção da segurança da saúde pública, procurando reduzir as vulnerabilidades técnicas e humanas dos nossos países e sistemas e, por consequência, das populações mais carenciadas e afectadas.

Urge, por isso, continuar a promover e desenvolver todos os esforços relativos ao incremento da cooperação no domínio da Saúde no seio da CPLP, uma vez que sem o reforço da capacidade dos sistemas de Saúde para prevenção e tratamento não poderá haver progressos na concretização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

Os desafios são enormes e a resposta deve ser segura e firme. Mais do que diagnósticos, a Comunidade necessita de respostas concretas. E essas respostas têm sido trabalhadas e apresentadas no decurso das várias Conferências da CPLP, das quais, têm resultado importantes deliberações dos Estados membros que configuram o “guião” para a acção do Secretariado Executivo neste domínio técnico.

Por exemplo, durante a última Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, realizada em Julho de 2006, em Bissau, foi aprovada uma

“Declaração sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio: Desafios e Contribuições da CPLP” que, no domínio da saúde, apresentou o pronunciamento dos EM relativamente ao interesse em estabelecer como prioritários os seguintes ODM: (i) redução da mortalidade infantil, (ii) melhoria do acesso à saúde reprodutiva e redução da mortalidade materna e (iii) combate ao VIH/SIDA, malária, tuberculose e outras doenças infecciosas endémicas.

É pois esse o nosso mandato e simultaneamente o nosso desígnio. O cumprimento das deliberações dos Estados membros.

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Neste quadro, não esquecendo o elo que congrega a nossa organização - a língua comum e as afinidades culturais próprias do espaço lusófono – e porque os problemas são globais e complexos, sendo necessário prevenir e minimizar os impactos conhecidos e diagnosticados, incitamos a que se desenvolvam mecanismos de concertação, possíveis de apontar repostas transversais aos problemas da saúde, conjugando acções nesse domínio com outras no âmbito da Igualdade de Género e da Educação.

Penso que temos, pois, condições favoráveis para que deste encontro resultem contribuições relevantes com vista ao estabelecimento de uma agenda de cooperação que preveja a formulação e execução de políticas e acções intersectoriais que atendam aos problemas com que os nossos estados se debatem.

As decisões que os senhores Ministros da Saúde e seus representantes aqui irão adoptar serão, seguramente, um passo decisivo nesse caminho.

Senhores Ministros Senhoras e Senhores,

Concluo, reafirmando o empenho e o compromisso do Secretariado Executivo da CPLP em ser parte activa em todo este processo, nomeadamente na mobilização de vontades e compromissos para com este desígnio nobre, que é o de contribuir de maneira concreta para que das decisões tomadas e acções empreendidas possam resultar benefícios tangíveis para os cidadãos dos nossos países, e que se acrescentarão às razões para justificar e defender a existência desta Comunidade.

Muito Obrigado

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