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A Menina que Roubava Livros: tudo o que você precisa saber sobre a obra de Marcus Zusak e como trabalhá-la em sala de aula!

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Academic year: 2022

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Pessoal, hoje iremos falar sobre a obra do escritor australiano Marcus Zusak. Aposto que você já viu alguém lendo ou portando este livro, que já é figurinha carimbada na literatura mundial. Confira agora uma análise completa do livro.

A Menina que Roubava Livros: tudo o que você precisa saber sobre a obra de Marcus

Zusak e como trabalhá-la em sala de aula!

Markus Zusak é australiano, nascido em 1975, em Sydney, onde também reside. A

inspiração para escrever A Menina que Roubava Livros veio da experiência de seus pais sob o nazismo. A mãe de Zusak é alemã e seu pai austríaco. O autor pesquisou sobre o tema na própria Alemanha, incluindo visitas ao campo de concentração de Dachau. Algumas

histórias da ficção são recordações de infância da mãe. Zusak é pedagogo por formação e A Menina que Roubava Livros foi o livro que o consagrou internacionalmente, liderando as listas de livros mais vendidos do New York Times, bem como de vários veículos de

comunicação ao redor do mundo, inclusive no Brasil.

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O autor Marcus Zusak

Nas páginas finais do livro é possível achar algumas respostas sobre as razões que levaram Zusak a escrever seu romance. O autor procurava uma história diferente das que já havia escrito e começou a pensar em falar sobre um ladrão de livros que viveria em Sydney, nos dias atuais. Entretanto, Zusak alimentava um grande desejo de escrever sobre as narrativas dos pais sobre suas vivências ao crescerem na Alemanha nazista e na Áustria. Em algum momento, as ideias se cruzaram e, segundo o autor funcionaram bem juntas, especialmente quando ele pensou “na importância das palavras naquela época, e naquilo a que elas

conseguiram levar as pessoas a acreditar, assim como leva-las a fazer”. Para um menino crescido em Sydney, num ambiente tranquilo e de clima quente, as histórias sobre a guerra, cidades em chamas e prisioneiros judeus famintos eram de certa forma, exóticas. Os

personagens Hans e Liesel foram assim inspirados em Helmut, que era pintor e Lisa, que na infância gostava muito de ler, tendo os dois ido para a Austrália em 1950, já casados.

Recontar aquelas histórias permitiriam mostrar o que o autor define como o outro lado da Alemanha nazista, ou desconstruir a ideia de que todos os alemães apoiaram o regime.

Em A Menina que Roubava Livros, quem conta a história é a narradora Morte:

“Com absoluta sinceridade, tento ser otimista a respeito de todo esse assunto, embora a maioria das pessoas sinta-se impedida de acreditar em mim, sejam quais forem meus protestos. Por favor, confie em mim. Decididamente, eu sei ser animada, sei ser amável.

Agradável. Afável. E esses são apenas os As. Só não me peça para ser simpática. Simpatia não tem nada a ver comigo “

A narração ocorre em primeira pessoa, e a narradora coloca-se entre testemunha e

personagem do romance: em algumas cenas, a Morte posiciona-se na periferia da história, observando de longe o desenrolar da trama; em outras ela se aproxima até quase interagir com os personagens ou mesmo participando, mas em raras oportunidades. O apelo às imagens ou à imaginação é especialmente recorrente nas palavras da Morte, e em muitos trechos percebem-se elementos visuais:

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“Deixe-me pintar-lhe um quadro: Pés roçando o chão. O ímpeto do fôlego juvenil. Palavras gritadas: “Pra cá! Por aqui! Scheisse! O quicar rude da bola na rua”

A história se passa entre 1939 e 1943, na época do Holocausto. Liesel Meminger encontrou a Morte neste período por três vezes e saiu viva das três ocasiões. A Morte, de tão

impressionada, decidiu contar a história da menina. Desde o início da vida, Liesel precisou achar formas de se convencer do sentido de viver. Assistiu seu irmão morrer no colo da mãe e foi largada pela mesma aos cuidados de pessoas estranhas: Hans e Rosa Hubermann, um pintor desempregado e uma dona de casa rabugenta. Trazia um livro escondido na mala: O Manual do Coveiro. O rapaz que enterrou seu irmão deixou o livro cair na neve por

distração e este foi o primeiro dos vários livros que Liesel roubaria ao longo dos quatro anos seguintes. Foi essa paixão pelos livros que salvaram a vida de Liesel naquele tempo de horror, quando a Alemanha estava sendo transformada diariamente pela guerra. O gosto por roubar os livros e a sede por conhecimento foram o sentido que ela precisava dar a sua vida. Além é claro do amor de Hans que se mostrou imensamente amável com ela e seu grande amigo Rudy. A morte sempre estava a seu lado, como testemunha de todo o sofrimento e alegria.

O livro fala sobretudo do poder das palavras. A história essencialmente dramatiza a maneira como Liesel usou palavras para criar um refúgio para si mesma no meio do nazismo, e Max foi capaz de encontrar abrigo em suas palavras. Apesar de o romance não explorar a ideia tão profundamente, ele também deixa claro que as palavras têm o poder de espalhar ideias, e sugere que esse poder pode ser perigoso. Max sugere essa noção no livro que deixa para Liesel quando ele diz que Hitler usou palavras para conquistar o mundo. Os nazistas

queimaram livros para manter as pessoas longe de certas ideias, como se essas ideias

pudessem espalhar-se como uma infecção. Eles claramente temiam tais ideias, como no livro que Liesel rouba, no qual um judeu pode ser um herói, porque elas poderiam minar a

ideologia nazista e, portanto, o controle do partido sobre a Alemanha.

O romance mostra os diferentes graus de bondade e crueldade das pessoas, desde de os

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pequenos exemplos até os extremos. Os Hubermann cometem um grande ato de bondade em esconder e cuidar de Max. Enquanto isso, os campos de concentração que aparecem no pano de fundo da história são os exemplos mais extremos da crueldade humana.

As dualidades da era nazista na Alemanha são representadas pelas diferentes formas de agir dos personagens na esfera pública e privada. O tema sugere que as aparências nem sempre refletem a realidade, e significa também como, no clima político opressivo da Alemanha nazista, muitas pessoas precisavam expressar sua humanidade de formas secretas, subversivas.

Muitos dos personagens do romance perderam membros da família e lutam com a culpa do sobrevivente de continuar a viver, enquanto seus entes queridos não. Ao longo do romance, esses personagens lentamente superaram a culpa, e percebem que a sua maior

responsabilidade para com os mortos é de continuarem a viver.

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Filme inspirado

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no livro

Na simbologia da trama, a relação de Liesel com os livros é um elemento que merece destaque. Seu primeiro encontro com um livro, por exemplo, vem logo após a morte de seu irmão, quando ela está no caminho para ser entregue a uma família adotiva. Ela é

essencialmente impotente neste momento, incapaz de ler o livro que pega. Um pouco mais tarde, ela se esforça para ler na frente da classe e é ridicularizado por um colega, com o incidente novamente fazendo-a sentir-se impotente. Mas, conforme Liesel começa a

aprender a ler e escrever, e, assim, começa a ganhar poder sobre os livros, seu personagem também se desenvolve. Ela começa a amadurecer emocionalmente, ser mais amável e mais compreensiva em relação às pessoas ao seu redor.

Doar pão é um ato de altruísmo na novela, e representa a bondade que as pessoas são capazes de fazer. Quando Max está escondido na despensa, Hans lhe traz pão para ajudar a mantê-lo vivo. Numa situação de guerra, onde os alimentos são racionados e a fome impera, doar o pouco alimento que se tem significa colocar os interesses do próximo acima dos próprios interesses.

PRINCIPAIS PERSONAGENS

Liesel Meminger- É adotada pela família Hubermann. Seu irmão mais novo morreu no caminho até a casa dos Hubermann. Com o tempo cria um forte laço afetivo com Hans Hubermann, seu pai adotivo, e tem uma relação tensa, porém carinhosa, com Rosa, sua mãe adotiva. Se torna amiga de Max, o judeu que os Hubermann escondem, e de Rudy Steiner, que se torna seu melhor amigo. Os livros salvaram sua vida, pois durante um bombardeio da cidade ela estava no porão de casa escrevendo. Liesel escolheu o porão como o lugar para passar o tempo porque ali compartilhava seu amor pelas palavras com Max, e foi ali onde aprendeu a ler e a escrever.

Max Vandenburg- O jovem judeu que os Hubermann escondem no porão de sua casa. Hans dá abrigo a Max para salvar-lhe a vida, assim como o pai de Max, Erik Vandenburg, salvou a

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vida de Hans na I Guerra Mundial. Hans se torna amigo de Liesel devido ao amor que ambos nutrem pelas palavras e pelo fato de os dois despertarem de madrugada devido a pesadelos.

O pesadelo de Max é que Hitler desce as escadas do porão e os dois lutam, pesadelo que se repete todas as noites.

Hans Hubermann- O pai adotivo de Liesel, que trabalha como pintor. Serviu ao exército alemão na I Guerra Mundial, sendo o único sobrevivente de sua companhia. Não concorda com a ideologia do Partido Nazista, mas se vê obrigado a nele ingressar, com o objetivo de proteger sua vida e a de sua família. O pai de Max Vandenburg, Erik, um amigo do exército (que salvou sua vida), o ensinou a tocar acordeon, e ele às vezes toca em bares para

conseguir dinheiro extra. Se apega muito a Liesel, a quem consolava quando tinha pesadelos com o irmão morto, e a ensinou a ler.

Rudy Steiner- Melhor amigo de Liesel. Apesar de ser um “alemão ideal” (cabelo loiro e olhos azuis), não simpatiza com o nazismo. Se filia a Juventude Hitlerista por ser obrigatório na época. Já teve problemas por revelar em público sua admiração pelo atleta afro-americano Jesse Owens, a quem homenageou saindo para correr com a pele pintada de preto com carvão. Se destaca nos esportes e nos estudos, o que leva o Partido Nazista a querer leva-lo para uma escola de treinamento físico, mas seus pais repelem a ideia. Em consequência, seu pai é convocado para a guerra.

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ALGUMAS IDEIAS PARA TRABALHAR A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS EM SALA DE AULA

Trata-se de um livro destinado ao público infanto-juvenil, apresentando uma linguagem clara e totalmente acessível. Pode ser utilizado no Ensino Fundamental II e no Ensino Médio.

Ao longo da narrativa são explorados diferentes gêneros textuais, abrindo a possibilidade de se trabalhar esse conteúdo com o livro nas aulas de Literatura e Língua Portuguesa.

O contexto histórico no qual a história é ambientada permite que a obra seja um ponto de partida para se discutir: I Guerra Mundial (embora a trama não se passe nesse período, muitos personagens se referem a ele no decorrer do livro), II Guerra Mundial, Nazismo, Fascismo, Antissemitismo e Comunismo, do ponto de vista da História e da Geografia.

A partir da história do livro, é possível abordar a questão dos conflitos armados da atualidade e suas consequências para a população civil dos países onde eles ocorrem.

Entre os exemplos que poderiam ser citados está a Guerra na Síria. Uma sugestão de atividade é pedir aos alunos que pesquisem informações jornalísticas acerca do tema e elaborem um texto com base nos resultados da pesquisa.

A história contada no livro mostra que os valores humanos fundamentais não desaparecem, mesmo em situações extremas. É interessante abrir um debate sobre esse assunto e lançar uma pergunta para reflexão: afinal, quais são esses valores humanos fundamentais?

Foto supostamente mostrando a execução das tropas da SS em um pátio de carvão na área do campo de concentração de Dachau durante a sua libertação. 29 de abril de 1945

(Fotografia do exército dos EUA)

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A Menina que Roubava Livros | Trailer Legendado https://youtu.be/J24AlOYHpVU A Menina que Roubava Livros-Entrevista Brian Percival e Markus Zusak (Legendada em português) https://youtu.be/lHDwCaTOlzs

Referências

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