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PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DE ÓLEOS VEGETAIS, ÓLEOS RESIDUAIS E GORDURA ANIMAL

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FACULDADE DE PINDAMONHANGABA

Mayara Rodrigues Estevam

PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DE ÓLEOS VEGETAIS, ÓLEOS RESIDUAIS E

GORDURA ANIMAL

Pindamonhangaba – SP

2016

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FACULDADE DE PINDAMONHANGABA

Mayara Rodrigues Estevam

PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DE ÓLEOS VEGETAIS, ÓLEOS RESIDUAIS E

GORDURA ANIMAL

Monografia apresentada como parte dos requisitos para obtenção do Diploma de Bacharelado pelo Curso Engenharia de Produção da Faculdade de Pindamonhangaba.

Orientador: Prof. Dr. Claudio Augusto Kelly

Pindamonhangaba – SP

2016

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Estevam, Mayara Rodrigues

Produção de biodiesel a partir de óleos vegetais, óleos residuais e gordura animal / Mayara Rodrigues Estevam / Pindamonhangaba-SP : FAPI Faculdade de Pindamonhangaba, 2016.

22f. : il.

Monografia (Graduação em Engenharia de Produção) FAPI-SP.

Orientador: Prof. Dr. Cláudio Augusto Kelly.

1 Biodiesel. 2 Transesterificação. 3 Óleos Vegetais e Recicláveis. 4 Gordura Animal.

I Produção de biodiesel a partir de óleos vegetais, óleos residuais e gordura animal. II Mayara Rodrigues Estevam.

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FACULDADE DE PINDAMONHANGABA

Mayara Rodrigues Estevam

PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DE ÓLEOS VEGETAIS, ÓLEOS RESIDUAIS E GORDURA ANIMAL

Monografia apresentada como parte dos requisitos para obtenção do Diploma de Bacharelado pelo Curso Engenharia de Produção da Faculdade de Pindamonhangaba.

Orientador: Prof. Dr. Claudio Augusto Kelly

Data: ___________________

Resultado: _______________

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Cláudio Augusto Kelly - Faculdade de Pindamonhangaba Assinatura__________________________

Prof. Dr Dailton de Freites - Faculdade de Pindamonhangaba Assinatura__________________________

Prof. Dr. Daniela Camargo Vernilli - .Faculdade de Pindamonhangaba Assinatura__________________________

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RESUMO

O crescente aumento da população associado ao aumento da energia consumida, os impactos ambientais resultantes da utilização de combustíveis fósseis e a natureza finita desses combustíveis têm intensificado a necessidade de desenvolver novas fontes de energias renováveis. Em decorrência dessa necessidade, o biodiesel tem se tornado um excelente combustível alternativo e renovável em substituição aos combustíveis fósseis, como o diesel convencional. O biodiesel é obtido através de reações de transesterificação utilizando como matérias-primas: óleos vegetais, gorduras animais, óleos alimentares usados, entre outras fontes. Este trabalho baseou-se em uma revisão bibliográfica, utilizando-se de diversas fontes de consulta, com o objetivo de mostrar a obtenção de biodiesel por meio de diferentes matérias-primas, naturais ou recicláveis, bem como as suas caracterizações físico-químicas e sua viabilidade econômica.

Palavras-chave: Biodiesel, Transesterificação, Óleos Vegetais e Recicláveis, Gordura Animal.

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ABSTRACT

The growing population’s increase associated with energy consumption’s increase, the environmental impacts resulting from the use of fossil fuels and the finite nature of these fuels has intensified the need to develop new sources of renewable energy. As a result of this need, biodiesel has become an excellent alternative and renewable fuel in place of fossil fuels, such as conventional diesel. Biodiesel is obtained through transesterification reactions using as raw materials: vegetable oils, animal fats, used food oils, among other sources. This work was based on a literature review, using several sources of consultation, with the objective of showing the biodiesel production by means of different raw materials, natural or recyclable, as well as their physical-chemical characterization and economic viability.

Key words: Biodiesel, Transesterification, Vegetable and Recyclable Oils, Animal Fat.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 6

2 MÉTODO ... 8

3 REVISÃO DA LITERATURA ... 9

3.1 Histórico do biodiesel no Brasil ... 9

3.2 Matéria prima do biodiesel ... 10

3.3 Obtenção do biodiesel ... 13

3.4 Custo de produção do biodiesel ... 15

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 16

5 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS...17

REFERÊNCIAS ... 18

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente, a busca por recursos energéticos ecologicamente viáveis e eficientes tanto quanto aos atuais tem se intensificado a cada ano. Dentro desta conjuntura, o biodiesel tem sido usado em adição ou substituição ao diesel nos setores de transporte e geração de energia, minimizando os impactos ambientais causados pelos combustíveis fósseis (KNOTHE et al, 2006).

A utilização do biodiesel em substituição total ou parcial ao diesel contribui não somente na redução de poluentes como monóxido de carbono (CO),dióxido de carbono (CO2),hidrocarbonetos (HC),compostos orgânicos voláteis (COV) e material particulado, como também na redução das emissões de enxofre e de compostos aromáticos tóxicos (como o benzeno). Além disso, devido ao maior percentual de oxigênio nas moléculas que o compõe, o biodiesel apresenta uma combustão mais completa se comparado aos combustíveis fósseis(KOZERSKI, HESS, 2006;FERNANDO, et al, 2006).

As pressões dos órgãos ambientais ao setor automotivo devido à emissão de gases poluentes e as turbulências em relação ao mercado internacional do petróleo levaram o Governo Federal a intensificar a pesquisa sobre a utilização do biodiesel na matriz energética nacional.

Devido à sua grande biodiversidade e riqueza em plantas oleaginosas, o Brasil possui um grande potencial a ser explorado, tanto em relação ao aproveitamento energético de culturastemporárias e perenes, como em relação ao uso de óleos residuais.

O óleo de soja é a matéria prima mais abundante para a produção de biodiesel no Brasil. No entanto, o governo tem incentivado o uso de outras fontes na produção de biodiesel, como por exemplo, a mamona e a palma que são culturas típicas das regiões semiáridasnordestinas.Porém, o custo elevado dos óleos vegetais tornou o biodiesel não competitivo frente ao diesel de petróleo, visto que combustíveis alternativos ao diesel devem expor além da competitividade econômica, uma técnica de produção definida e aceita ambientalmente. A redução do custo da matéria-prima utilizada na produção de biodiesel torna-se essencial.

O uso de matérias primasde menor custo, como óleos residuais e gorduras animais tem chamado a atenção dos produtores de biodiesel devido ao seu baixo custo.Além disso, o uso destas matérias primas é bem visto ambientalmente, pois não somente retiraria um composto

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indesejável do meio ambiente, como também permitiria a geração de uma fonte de energia alternativa, renovável e menos poluente.

As principais vantagens decorrentes da utilização de óleos residuais oriundos de frituras, como matéria prima na produção de biodiesel são: dispensa do processo de extração do óleo (cunho tecnológico), custo da matéria prima (cunho econômico) e destinação adequada de um resíduo (cunho ambiental).

Este trabalho baseou-se em uma revisão bibliográfica, utilizando-se de diversas fontes de consulta, com o objetivo de mostrar a obtenção de biodiesel por meio de diferentes matérias-primas, naturais ou recicláveis, bem como as suas caracterizações físico-químicas e viabilidade econômica.

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2 MÉTODO

O trabalho baseou-se em uma revisão da literatura nacional e internacional envolvendo a produção do biodiesel através do emprego de diversas matérias primas, desde óleos vegetais comestíveis até óleos residuais e gorduras animais, mostrando a viabilidade econômica e ambiental desta fonte de energia renovável.

Além disso, a técnica de caracterização do biodiesel juntamente com a comparação das características físico-químicas do biodiesel obtido via óleos vegetais, óleos residuais e gorduras animais também foram revisados.

Para o desenvolvimento deste trabalho utilizou-se o banco de dados SCIELO, GOOGLE ACADÊMICO e LILACS. As palavras-chave utilizadas para seleção dos artigos envolvidos nesta pesquisa foram: (1) Biodiesel, (2) Transesterificação, (3) Óleos Vegetais e Residuais, (4) Gordura Animal.

Durante a pesquisa bibliográfica foi possível avaliar uma grande quantidade de artigos científicos, trabalhos de conclusão de curso, dissertações de mestrado e teses de doutorado a respeito do assunto, mostrando a importância deste tema no contexto atual, visando à busca de fontes renováveis de energia sem comprometer o meio ambiente e as gerações futuras, contribuindo para um mundo sustentável.

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3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 HISTÓRICO DO BIODIESEL NO BRASIL

Segundo OLIVEIRA (2001), na década de 70 surgiu à necessidade de estudar novas alternativas para geração de energia elétrica, diminuindo a dependência do petróleo, pois nesse período ocorreu o 1º e o 2º Choques do Petróleo, nos quais a oferta e a demanda não eram equilibradas. Surge então um biocombustível oriundo fontes renováveis e ambientalmente correto, o Biodiesel, que substitui o óleo diesel (PARENTE, 2003). Essa proposta foi denominada PRO-ÓLEOe visava à substituição de até 30% do óleo diesel de petróleo.

Para a produção do biodiesel a transesterificação era uma das propostas tecnológicas mais viáveis, no entanto o PRO-ÓLEO foi abandonado na década de 80, devido à queda do preço do barril de petróleo (POUSAet al., 2007).

No começo do século XXI, a produção de biodiesel foi retomada no Brasil e em 13 de janeiro de 2005 a lei nº 11.097 definiu o biodiesel como: “biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente o combustível de origem fóssil” (Brasil, 2005, art. 6º), e criou o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). Com essa retomada, o biodiesel está sendo explorado no cenário brasileiro e, juntamente com a lei, foram estabelecidos percentuais de mistura do biodiesel no óleo diesel, em 2013 a obrigatoriedade era adição de 5 % de biodiesel no óleo diesel (COSTA NETO, 2001).

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os padrões de qualidade do biodiesel foram especificados como os mesmos da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Os padrões mínimos devem ser atendidos, na produção de biodiesel brasileiro, para a conservação dos motores e a padronização com as normas internacionais, conforme mostrado na Tabela 1.

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Tabela 1 - Comparação entre especificação para o diesel e o biodiesel no Brasil e em outros países.

Propriedade Unidade

ASTM EN ANP

D6751/15 14214/12 45/14

(EUA) (Europa) (Brasil)

Ponto de fulgor ºC 93 101 100

Água e sedimentos, max. % vol 0,050 - -

Viscosidade a 40ºC mm²/s 1,9 - 6,0 3,5 - 5,0 3,0 - 6,0

Cinzas sulfatadas, max. % (m/m) 0,02 0,02 0,02

Enxofre, max. mg/kg 15 - 500 10,0 10,0

Corrosividadeao cobre (1 a 5) - 3 1 1

Número de Cetano, min. - 47 51 A notar

Resíduo de carbono, max. %(m/m) 0,05 - -

Índice de acidez, max. MgKOH/g 0,50 0,50 0,50

Glicerina livre, max. %(m/m) 0,02 0,02 0,02

Glicerina total, max. %(m/m) 0,24 0,25 0,25

Massa específica a 15ºC Kg/m³ - 860 - 900 850 – 900 (20ºC) Metanol (ou Etanol, no Brasil), max. %(m/m) 0,20 0,20 0,20

Na + K, max. mg/kg 5,0 5,0 5,0

Ca + Mg, max. mg/kg 5,0 5,0 5,0

Monoglicerídeo, max. %(m/m) 0,4/-d 0,70 0,70

Diglicerídeo, max. %(m/m) - 0,20 0,20

Triglicerídeo, max. %(m/m) - 0,20 0,20

Fonte: http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/biodiesel%20pt%20web2.pdf

3.2 MATÉRIA PRIMA DO BIODIESEL

Devidoa grande extensão territorial do Brasil existem diversos óleos vegetais para a produção de biodiesel, entre eles: grão de amendoim, caroço de algodão, semente de maracujá, polpa de abacate, caroço de oiticica, semente de linhaça, semente de tomate, entre outros (PARENTE, 2003), mas as principais utilizadas no país são: soja, polpa de dendê, amêndoa do coco de dendê, amêndoa do coco de babaçu, baga de mamona, semente de girassol, e colza (COSTAet al., 2006). Essas diversas oleaginosas dependem do clima de cada região do país para serem cultivadas, conforme mostrado na Tabela 2 (OLIVEIRAet al., 2006).

A colza ou couve-nabiçaé uma planta de cujas sementes se extrai o azeite de colza, utilizado também na produção de biodiesel.

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Tabela 2 - Oleaginosas disponíveis no território nacional para aprodução de biodiesel.

Região Óleos Vegetais disponíveis Norte dendê, babaçu e soja

Nordeste babaçu, soja, mamona, dendê, algodão e coco

Centro-Oeste soja, mamona, algodão, girassol e dendê

Sudeste soja, mamona, algodão e girassol Sul soja, milho, canola, girassol e algodão

Fonte: Parente, 2003

Os óleos, da família essencial, não podem ser utilizados na produção de biodiesel, por apresentar em sua constituição misturas de terpenos, terpanos e fenóis e outras substâncias aromáticas. No entanto, alguns desses óleos essenciais, como: óleo de andiroba, óleo de casca de laranja, óleo de marmeleiro, óleo de casca de caju podem ser utilizadosin natura, em mistura com óleo diesel ou biodiesel, em motores de ciclo diesel (PARENTE, 2003).

Segundo PARENTE (2003), o óleo e a gordura animal, classificados como sebo por apresentarem estado sólido em temperatura ambiente, também podem ser utilizados na produção de biodiesel, pois apresentam estruturas químicas semelhantes aos óleos vegetais, sendo moléculas triglicerídeas de ácidos graxos. Essa matéria prima é encontrada em grande quantidade no território brasileiro, devido aos grandes abatedouros. Podendo ser sebo bovino, óleo de peixe, óleo de mocotó, banha de porco, sebo de aves, entre outros.

Constituem-se também matéria prima para a produção de biodiesel, os óleos e as gorduras residuais de processos domésticos ou industriais. Essa matéria prima é encontrada em lanchonetes ou em cozinhas industriais e residenciais, onde são realizadas frituras; esgotos municipais, onde a nata é rica em matéria graxa; e em águas residuais da indústria de pescados, couros e indústrias alimentícias. A utilização desses resíduos gordurosos apresenta uma grande vantagem ambiental, pois evita seu descarte inadequado e também vantagem econômica, por se tratar de uma matéria prima barata, necessitando apenas de sua coleta (PARENTE, 2003).

Óleos essenciais ou óleos voláteis, são substâncias vitais aromáticas encontradas nas flores, ervas, frutas e especiarias,com aplicação na culinária e uso pelas indústrias na produção de alimentos e bebidas, cosméticos e medicamento fitoterápico.

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Os óleos vegetais e a gordura animal são moléculas de triglicerídeos, constituídas de três moléculas de ácidos graxos de cadeia longa, ligados a uma molécula de glicerol, conforme mostrado na Figura 1 (GERISet al., 2007).

Figura 1- Formação da molécula de triglicerídeos.

Fonte: http://www.nutricaoproteica.com.br/editorial/66/gorduras

Para a verificação da qualidade do óleo bruto a ser utilizado na produção do biodiesel, é necessário realizar previamente uma avaliação de quais ácidos graxos compõem cada óleo, de acordo com sua espécie (Tabela 3). Os métodos que possibilitam essas informações são a cromatografia líquida de alta eficiência; a cromatografia em fase gasosa; e a espectroscopia de ressonância magnética nuclear de hidrogênio. (RINALDI et al., 2007).

Segundo RINALDIet al. (2007), os ácidos graxos contidos no óleo bruto, considerando as diversas proporções existentes, mantêm-se em uma faixa de 90% a 98%, sendo o restante composto por glicerol.

Com essas matérias primas, verifica-se que o biodiesel é um biocombustível renovável, cujas propriedades e desempenho se aproximam do óleo diesel fóssil, tornando-se economicamente competitivo e ambientalmente aceitável (KNOTHE et al., 2005), pois apresenta resultados satisfatórios quando comparado ao óleo diesel. As reduções de gases poluentes foram de 8,6% de gás carbônico (CO2), de 58,9% de monóxido de carbono (CO), de 32% de Óxidos Nítricos (NOX) e de 57,7% de dióxido de enxofre (SO2) (SAMPAIO, 2003).

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Tabela 3 - Distribuição de ácidos graxos de alguns óleos e gordurasde diversas fontes.

Tipos de Óleo ou Gordura

Composição em ácidos graxos (% em massa)

Láurico Mirístico Palmítico Esteárico Oléico Linoléico Linolênico 𝑪𝟏𝟐𝑯𝟐𝟒𝟎𝟐 𝑪𝟏𝟒𝑯𝟐𝟖𝟎𝟐 𝑪𝟏𝟔𝑯𝟑𝟐𝟎𝟐 𝑪𝟏𝟖𝑯𝟑𝟒𝟎𝟐 𝑪𝟏𝟖𝑯𝟑𝟐𝑶𝟐 𝑪𝟏𝟖𝑯𝟑𝟗𝟎𝟐 𝑪𝟏𝟖𝑯𝟐𝟖𝑶𝟐

Algodão ______ 1,5 22 5 19 50 ______

Amendoim 0,5 6,0 - 11,4 3,0 - 6,0 42,3 - 61 13 - 33,5 ______

Babaçu 44 - 45 15 - 16,5 5,8 - 8,5 2,5 - 5,5 12 - 16 1,4 - 2,8 ______

Coco 44 - 51 13 - 18,5 7,5 - 11 1 -3 5 - 8,2 1,0 - 2,6 ______

Dendê ______ 0,6 - 2,4 32 - 45 4,0 - 6,3 38 - 53 6 - 12 ______

Girassol ______ ______ 3,6 - 6,5 1,3 - 3 14 - 43 44 - 68 ______

Linhaça ______ ______ 6 4 13 - 37 5 - 23 26 - 58

Milho _____ ______ 7 3 43 39 ______

Oliva ______ 1,3 7 - 16 1,4 - 3,3 64 - 84 4 - 15 ______

Soja ______ ______ 2,3 - 11 2,4 - 6 23,5 - 31 49 - 51,5 2 - 10,5

Sebo ______ 3 - 6 25 - 37 14 - 29 26 - 50 1 - 2,5 ______

Fonte: RINALDIet al, 2007

3.3 OBTENÇÃO DO BIODIESEL

As técnicas de produção de biodiesel mais conhecidas são duas, sendo elas o craqueamento, que consiste na quebra das moléculas de glicerol formando ésteres, realizada em temperaturas superiores a 350ºC e a transesterificação, que consiste na redução da viscosidade dos trigliceróis, misturando com um álcool e separando os ácidos graxos do glicerol. O processo mais utilizado é a transesterificação (Figura 2), por trabalhar em temperaturas menores, de forma simples e mais barata (KNOTHEet al., 2006).

A matéria prima deve apresentar o menor índice de acidez e umidade para ser utilizada na reação de transesterificação, para que os padrões sejam atingidos, a mesma passa pelo processo de neutralização, através da mistura de uma solução de hidróxido de potássio ou sódio e, posteriormente por um processo de desumidificação (DORADO, 2004).

Transesterificação é a reação de um triglicerídeo com excesso de álcool (metanol ou etanol), sendo o etanol um álcool mais vantajoso, por ser produzido em grande escala no Brasil, produzido através de biomassa, tornando o processo totalmente independente de fontes fósseis (HOLANDA, 2004). Um catalisador é utilizado para acelerar a reação, podendo ser ácido, básico ou enzimático, contudo o hidróxido de sódio torna-se mais viável economicamente e por disponibilidade no mercado (PARENTE, 2003).

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Figura 2 - Reação de transesterificação.

Fonte: PARENTE, 2003.

A massa final da reação de transesterificação é constituída por glicerina bruta, sendo a fase mais pesada, e uma mistura de ésteres etílicos e metílicos, a fase mais leve. A separação das fases poder ser realizada por decantação ou centrifugação (PARENTE, 2003). A etapa de separação é importante, pois nela será definida a pureza do biodiesel, e a glicerina na forma pura (DORADO, 2004).

Na fase pesada acontece o processo de evaporação, onde a água e o álcool são separados da glicerina, a seguir são condensados. Na fase leve o álcool e a água também são separados do biodiesel pelo mesmo processo. O álcool e a água residuais são destilados para, enfim, ficarem purificados (SCHUCHARDT, 1998).

A glicerina bruta é o principal subproduto do biodiesel, apresentando-se como o mais rentável; no entanto, quando purificada seu valor torna-se muito mais favorável. Sua purificação ocorre através de destilação a vácuo, gerando um produto transparente, o resíduo glicérico apresenta um valor agregado inferior, mas ainda encontra aplicações (YONG et al., 2001).

Para a padronização, segundo as especificações das normas técnicas, o biodiesel passa por um processo de purificação, através de uma lavagem por centrifugação, e posteriormente desumidificados (SCHUCHARDT, 1998).

Com o processo químico concluído, o produto resultante é obiodiesel 100% (B100) e a glicerina purificada. O biodiesel pode ser utilizado a 100% ou com porcentagens de diesel e outros aditivos, substituindo a utilização de combustíveis fósseis em motores, sem precisar fazer alterações no mesmo (PARENTE, 2003).

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3.4 CUSTO DE PRODUÇÃO DO BIODIESEL

A decisão de investimentos na produção de um bem necessita de uma grande análise, visando oferecer confiança na tomada de decisão. As técnicas escolhidas para produção apresentam um grande impacto econômico, determinando parâmetros para implantação e continuidade no projeto. A análise a ser realizada, consiste na determinação dos gastos envolvidos com investimento inicial, operações e manutenção e as receitas de um determinado período.

Na produção do biodiesel existem diferenças de acordo com cada tipo de grão utilizado para extração da matéria prima. A Técnica de extração mais barata é a extração por prensagem, e os grãos mais utilizados no sistema de prensagem são: amendoim, girassol e soja (PIGHINELLI, 2010).

O custo do litro de óleo varia de acordo com os preços da saca de cada grão, sendo diferenciadas de acordo com o período do ano, obtendo-se uma média anual da saca. Segundo PIGHINELLI (2010), a média anual da saca de grão originou os valores para o custo de extração do litro de óleo vegetal.Com a variação do preço do óleo vegetal, a produção de biodiesel também sofre alterações em seu preço, de acordo com a matéria prima escolhida, conforme apresentado na Tabela 4.

Tabela 4 – (a) Custo da matéria prima prensada e (b) Custo da produção de Biodiesel bruto.

(a) (b)

Grão US$ / Litro Grão US$ / Litro

Amendoim US$ 2,42 Amendoim US$ 5,94

Girassol US$ 1,26 Girassol US$ 4,83

Soja US$ 1,04 Soja US$ 4,98

Fonte: PIGHINELLI (2010).

Cada grão consiste em suas particularidades, contudo, considerando a média dos óleos obtidos através de prensagem, a porcentagem de matéria prima utilizada para produção de biodiesel é 30% dos custos (PIGHINELLI, 2010). Quando essa matéria prima é substituída por óleos residuais de fritura, ou gordura animal, o custo de produção do biodiesel tem uma significativa queda e se torna economicamente mais competitivo com o óleo diesel.

Para que o processo de produção se torne ainda mais lucrativo, é preciso considerar o valor que a glicerina proporciona de retorno como subproduto do biodiesel, sabendo que pode ser utilizada em diversos ramos (PIGHINELLI, 2010).

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto verifica-se que o biodiesel é a alternativa mais viável economicamente e ambientalmente, entre os combustíveis renováveis.

A produção deste bio-combustível no Brasil torna-se possível, já que o país possui farto território, onde podem ser cultivadas diversas espécies de plantas para extraçãodos óleos.

Contudo, há dois aspectos a serem considerados: por um lado, os óleos vegetais, quando extraídos exclusivamente para a produção de biodiesel, encarecem o processo, não o tornando competitivo em comparação ao óleo diesel fóssil; por outro lado, quando a matéria prima utilizada é proveniente de óleos residuais ou gordura animal, o processo torna-se mais vantajoso e competitivo do que o óleo diesel fóssil.

Além disso, os impactos ambientais, causados pelo descarte inadequado dos óleos vegetais residuais e gordura animal, serão reduzidos consideravelmente. Quanto à emissão de gases na atmosfera, nesse processo também há vantagens, pois quando ocorre a queima do biodiesel, os poluentes são muito inferiores às emissões do óleo diesel em combustão.

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5 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

A partir dos dados apresentados por essa monografia, é possível realizar trabalhos voltados às práticas necessários para a extração dos óleos vegetais e verificação dos custos de outros tipos de semente, ou outros tipos de sistemas como a extração por solvente.

É possível realizar também experimentos químicos para a verificação da qualidade dos óleos extraídos e de óleos residuais ou gordura animal coletados em restaurante ou empresas que descartem essas matérias prima.

A reação de transesterificação pode ser realizada em laboratório e explorada em trabalhos futuros quanto às ligações químicas que ocorrem na transformação de óleos para o biodiesel.

Obtendo um biodiesel que atinja os padrões necessários para utilização, é possível aplicá-lo em um motor e mensurar as emissões de gases e a quantidade de bio-combustível utilizado por hora.

Com todos os dados dos experimentos que podem ser realizados através desse trabalho, é possível ter uma viabilidade econômica mais completa verificando o quão competitivo o óleo residual e a gordura animal são perante aos óleos in natura.

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REFERÊNCIAS

COSTA NETO, P. R. Obtenção de lipídeos estruturados por interesterificação de

triacigliceróis de cadeia média e longa. Dissertação (Doutorado em Tecnologia Bioquímica- Farmacêutica) Universidade de São Paulo, São Paulo. 185p., 2001.

DORADO, M. P., OPTIMIZATION of Alkali – Catalyzed Transesterification of Brassica Carinata Oil for Biodiesel Production, Energy & Fuels, v.18, p.77-83, 2004.

GERIS, R.et al. Reação de transesterificação para aulas práticas de química. Química Nova, v. 30, n. 5, p. 1369-1373, 2007.

HOLANDA, A. Biodiesel e inclusão social. Brasília: Câmara do Deputados, Coordenação de Publicações, Série cadernos de altos estudos, n. 1, p. 200, 2004.

KNOTHE, G.; GERPEN, J. V.; RAHL, J.; RAMOS, L. P. Manual do Biodiesel. Editora Edgard Blücher LTDA, 1ª edição, São Paulo, 2006.

KOZERSKI, G. R.; HESS, S. C. Estimativa dos Poluentes Emitidos pelos Ônibus e Microônibus de Campo Grande/ MS, Empregando como Combustível Diesel, Biodiesel ou Gás Natural. Engenharia Sanitária e Ambiental. v.11, p. 113-117, 2006.

FERNANDO, S.; HALL, C.; JHA, S. NOxReductionfrom Biodiesel Fuels. Energy Fuels, v.

20, p. 376–382, 2006.

OLIVEIRA, L. B. Aproveitamento energético de resíduos sólidos urbanos e abatimento de gases do efeito estufa. Dissertação (Mestrado em Programa de Planejamento Energético) COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro. RJ. 148p.,2001.

OLIVEIRA, L. B. et al. Analysis of the sustainability of using wastes in the Brazilian power industry. RenewableandSustainable Energy Reviews, v. 12, p. 883-890, 2006.

PARENTE, E. J. S. Biodiesel: uma aventura tecnológica num país engraçado. Fortaleza:

Tecbio, 2003.

PIGHINELLI, A. L. M. T. Estudo da extração mecânica e da transesterificação etílica de óleos vegetais. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 222p., 2010.

POUSA, P. A. G.; SANTOS, A. L. F.; SUAREZ, P. A. Z. History and policy of biodiesel in Brazil. Energy Policy, v. 35, n. 11, p. 5393-5398, 2007.

RINALDI, R. et al. Síntese de biodiesel: Uma proposta contextualizadade experimento para laboratório de química geral. Química Nova,v. 30, n. 5, p. 1374-1380, 2007.

SAMPAIO, L.A.G. Reaproveitamento de óleos e gorduras residuais de frituras:

tratamento da matéria-prima para produção de biodiesel. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente) Universidade Estadual Santa Cruz, Ilhéus, 2003.

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YONG, K. C. Refining of crude glycerol recovered from glycerol residue by simple vacuum distillation. JournalOil Palm Research, v. 13, p. 39-44, 2001.

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Autorizo cópia total ou parcial desta obra, apenas para fins de estudo e pesquisa, sendo expressamente vedado qualquer tipo de reprodução para fins comerciais sem prévia autorização específica do autor.

Autorizo também a divulgação do arquivo no formato PDF no banco de monografias da Biblioteca institucional. Mayara Rodrigues Estevam.

Pindamonhangaba–SP, Dezembro de 2016.

Referências

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