• Nenhum resultado encontrado

Fluxo magnético

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Fluxo magnético"

Copied!
31
0
0

Texto

(1)

Física 3 (EMB5043): Indução magnética e circuitos

MATERIAL DE APOIO PARA CURSO PRESENCIAL

Prof. Diego Alexandre Duarte

Universidade Federal de Santa Catarina | Centro Tecnológico de Joinville

(2)

Sumário

• Fluxo magnético

• Lei de Faraday

• Lei de Lenz

• Transferência de energia

• Campo elétrico induzido

• Indutores e indutância

• Autoindução

• Circuito RL

• Energia em indutores

• Indução mútua

• Resolução de problemas da Lista 10

(3)

Material para estudos

• Capítulo 30 do Halliday volume 3 e capítulo 9 do Moysés volume 3.

• Estudar os problemas da Lista 10 que está disponível em diegoduarte.paginas.ufsc.br.

(4)

Fluxo magnético

Considere um campo magnético B atravessando uma superfície de área A. Considerando que as linhas de campo magnético formam um ângulo θ com a superfície, o fluxo magnético Φ é dado por:

S

Φ =B dA

A dA

θ

B

que é dado em T·m2 ou weber (Wb). Assim como em fluxo elétrico, temos:

S

0 se 0 90

0 se 90 180

0 se 90

θ θ θ

Φ > ≤ <

Φ < < ≤

Φ = =

(5)

Lei de Faraday

A partir de 1831, Michael Faraday realiza experimentos que indicam a produção de corrente elétrica pela variação de fluxo magnético em bobinas. A força eletromotriz (fem) na bobina é dada por:

em que N é o número de enrolamentos e Φ o fluxo magnético.

d B

N dt

ξ Φ

= − (1)

y x z

em que N é o número de enrolamentos e ΦB o fluxo magnético.

F = qv×B

v

v

B

B

× F

F

Quanto mais rápido o movimento do imã, maior é a fem induzida;

O sentido da fem muda de acordo com a polaridade em

aproximação.

i j

k +

x

(6)

Lei de Faraday

A equação (1) também é válida ao variarmos a intensidade do campo magnético com os componentes do circuito em repouso:

(7)

Lei de Lenz

Heinrich Friedrich Emil Lenz propõe logo após Faraday a lei que dá interpretação para o sinal negativo da lei de Faraday:

“A corrente induzida em uma espira tem um sentido tal que o fluxo magnético produzido pela corrente se opõe a variação do fluxo magnético externo.”

(8)

Transferência de energia

Considere uma espira de largura L imersa numa região de campo magnético uniforme B perpendicular ao plano. A espira é deslocada bruscamente para direita com velocidade v. Com isso, o fluxo magnético é reduzido, gerando uma fem induzida:

onde o sinal negativo indica que o fluxo induzido se opõe ao fluxo do campo magnético externo. Considerando que a espira

( )

d BLx

d dx

BLx BL BLv

dt dt dt

ξ Φ

Φ = = − = − = − = −

possui uma resistência elétrica R, podemos escrever a fem como pela lei de Ohm:

Ri BLv i BLv

= = R

Como existe corrente elétrica pelo circuito, haverá dissipação de energia por efeito Joule. Para obter a potência dissipada, considere:

2 2 2 2

2 BLv B L v

P i R R

R R



= =  =

(9)

Campo elétrico induzido

Considere uma casca cilíndrica de raio r imersa uma região com campo magnético uniforme B produzido por um solenóide. Ao variar o fluxo magnético, surge uma fem circular induzida que produzirá uma corrente elétrica induzida. Essa fem surge porque existe um campo elétrico induzido:

ξ =E dl (2)

Combinando a equação (2) com a equação (1) obtemos a expressão geral para a lei de Faraday:

d B

E dl N

dt

= − Φ

A equação (3) mostra que a variação de fluxo magnético produz campo elétrico em um meio material ou em vácuo. Essa é uma das condições de contorno necessárias para o estudo de ondas eletromagnéticas.

(3)

(10)

Campo elétrico induzido

O campo elétrico induzido é não conservativo:

o que é diferente dos campos elétricos que estudamos até o momento:

d B

E dl N

ξ dtΦ

=

= −

V E dl 0

∆ = −

=

Os campos elétricos que estudamos são provocados por cargas elétricas e possuem geometria aberta, ao passo que campos elétricos induzidos formam linhas fechadas e como campos induzidos não são conservativos, não podemos atribuir o conceito de potencial elétrico; apenas o conceito de força eletromotriz.

V E dl 0

∆ = −

=

(11)

Resolução de problemas

LISTA 10, PROBLEMA 1 – Item (a)

Para determinar a frequência a amplitude da fem, devemos calcular o fluxo magnético através da área da espira:

em que A0 representa a área estática. O ângulo θ é dinâmico Vista superior

2

0 cos

B 2

B dA BA B A πa

θ

Φ = = =  +

em que A0 representa a área estática. O ângulo θ é dinâmico e dado por θ = ωt:

com:

Para obter a fem induzida, devemos obter a primeira derivada de ΦB:

θ

Vista lateral

2 ( )

0 cos

B 2

B dA BA B A πa t

ω

Φ = = = +

2 40 Hz

f f 2ω

ω π

= = π =

(12)

Resolução de problemas

LISTA 10, PROBLEMA 1 – Item (b)

A amplitude da fem induzida é o termo que multiplica a função seno:

( ) ( )

2 2

0 cos sin

2 2

d B d a B a

B A t t

dt dt

π π ω

ξ = − Φ = −   + ω = ω

( ) ( )( ) ( )

2 2 2

0,020 0,020 40 3,2 mV 2

A B aπ ω B a f

π π

= = = × =

2

(13)

Resolução de problemas

LISTA 10, PROBLEMA 4 – Item (a)

O fluxo magnético é dado por:

0 0

2 2

B

i ix dy

B dA BdA xdy

y y

µ µ

π π

Φ = ===

0 0

2 2 ln

a L

B a

ix dy ix a L

y a

µ µ

π π

+ + 

Φ == 

y

dy

e o módulo da fem induzida será:

2π y 2π a

dy

0 ln 0 ln

2 2

B ix iv

d d a L a L

dt dt a a

µ µ

ξ π π

Φ + +

= = =

Substituindo os valores do enunciado, obtemos:

( 7)( )( )

0 4 10 100 5, 00 0, 01 0,10

ln ln 240 μV

2 2 0, 01

iv a L a µ π

ξ π π

×

+ +

= = =

Sentido horário

(14)

Resolução de problemas

LISTA 10, PROBLEMA 4 – Item (b)-(d)

A corrente elétrica que atravessa a barra metálica é dada por:

A potência dissipada é:

240 600 A 0, 600 mA 0, 400

Ri i

R

ξ = = ξ = = µ =

(0, 400 0, 600 10)( 3)2 0,144 μW

P = × =

Para que a barra se mova com velocidade constante, a soma das forças que atuam sobre ela deve ser zero. Isso indica que existe a força magnética causada pela corrente induzida calculada no item (b) e outra força F0 de origem desconhecida. Vamos atribuir, arbitrariamente, essa força a uma corrente i0 que pode ser devido a um circuito ligado numa fonte omitida. Logo:

iIND i0

dF dF IND

0 0 IND

dm dv dF dF dt =

dm

y

(15)

Resolução de problemas

LISTA 10, PROBLEMA 4 – Item (d) e (e)

Quando a aceleração é zero (v constante), obtemos:

( ) 0

0 IND IND IND 2

dF dF i dyB y i dy i

y µ

π



= = = 

0 0

0 ln

2 2

a L

IND

IND IND

a

i dy i i a L

F F i

y a

µ µ

π π

+   +

= = =

Substituindo os valores, obtemos:

A taxa de realização de trabalho é a potência desta força:

2 2

a y a

π π

( 7)( 3)( )

0 0

4 10 0, 600 10 100 0, 01 0,10

ln ln 28, 7 nN

2 2 0, 01

IND IND

i i a L

F F

a µ π

π π

× ×

  + +

= = = =

(28, 7 10 9)(5, 00) 0,144 μW

P = FINDv = × = A potência transmitida pela força é

integralmente consumida pelo circuito.

(16)

Indutores e indutância

Considere um solenóide com corrente i que produz um fluxo magnético em seu interior. O fluxo produzido por unidade de corrente é chamado de indutância L:

em que N é o número de enrolamentos do solenóide. A indutância de um indutor é dada em henry (H):

N B

L i

= Φ

henry (H):

1 H = 1 T·m2/A

(17)

Indutores e indutância

INDUTÂNCIA DE UM SOLENÓIDE

Um solenóide de área A, comprimento L e N espiras é percorrido por uma corrente elétrica i:

em que η = N/l é a densidade de espiras. Com o resultado, obtemos a indutância por unidade de comprimento do

( 0 )

B B dA BA µ ηi A

Φ =

= =

obtemos a indutância por unidade de comprimento do solenóide:

( 0 ) ( )( 0 ) 0 2

B N i A

L N l A Al

i i

µ η η µ η µ η

= Φ = = =

2 0

L A

l = µ η A indutância depende apenas de propriedades geométricas do indutor.

(18)

Auto-indução

Considere um indutor de indutância L conectado em série com uma fonte de tensão com fem ξ e um resistor de resistência R. O circuito possui corrente i. Quando a fonte é ligada ou desligada ou a fem é aumentada ou reduzida, produzimos um fluxo variável pelo indutor. De acordo com a lei de Faraday, haverá a produção de uma fem induzida ξL no indutor que produzirá um fluxo em oposição ao fluxo produzido dentro do solenóide:

` N B

L= Φ

`

A fem induzida vai gerar uma corrente induzida iind que:

tem mesmo sentido da corrente da fonte, caso i seja reduzida

tem o sentido oposto da corrente da fonte, caso i seja aumentada.

( ) ( )

N B

L i

B B L

d N d Li

d di

N L

dt dt dt dt

ξ

= Φ

Φ Φ

= − = − = − = −

(19)

Indutores e indutância

INDUTORES EM SÉRIE

Considere os indutores L1 e L2 em série, conforme a figura ao lado. Aplicando a lei da malhas, temos:

1 di 2 di 0

L L

dt dt

ξ =

que pode ser escrito como:

ξ ξ

que pode ser escrito como:

O termo entre parênteses pode ser escrito como uma indutância equivalente Leq. Desta forma, para um circuito com N indutores em série, a indutância equivalente é dada por:

( 1 2) eq

di di

L L L

dt dt

ξ = + =

1 N

eq i

i

L L

=

=

(20)

Indutores e indutância

INDUTORES EM PARALELO

Considere os indutores L1 e L2 em paralelo, conforme a figura ao lado. Considerando que a corrente i1 passa pelo indutor L1 e a corrente i2 pelo indutor L2, temos:

que pode ser reescrito como:

1 2

1 2

di di i i i di

dt dt dt

= + = +

que pode ser reescrito como:

em que ξ1 = ξ2 = ξ. Logo, para um circuito com N indutores em paralelo, Leq é dado por:

1 1

1 N

eq i

i

L L

=

=

ξ ξ

1 2 1 2

1 2 1 2

eq eq

L L L L L L

ξ ξ ξ ξ

ξ ξ

= − − = +

(21)

Circuito RL

Considere um indutor de indutância L conectado em série com um resistor de resistência R e com uma fonte de tensão com fem ξ por meio de uma chave S. Ao conectarmos a chave no terminal a, obtemos a EDO:

di 0 Ri L

ξ− − dt =

Que pode ser reescrita como:

Que pode ser reescrita como:

A solução é obtida considerando a condição de contorno:

A corrente no circuito é zero em t0 = 0

A corrente aumenta até i no instante t > 0

di R

dt L i L

+ = ξ ...a solução é análoga do circuito RC: i t( ) 1 e RLt

R

ξ 

= 

(22)

Circuito RL

SOLUÇÃO GRÁFICA

A solução i(t) é apresentada abaixo considerando ξ = 10 V e diferentes valores para R e L.

( ) 1 RLt

i t e

R

ξ 

= 

O termo L/R é chamado de constante de tempo indutiva τL e mede o quão rápido a corrente aumenta ou diminui no circuito.

Quando t = τL a corrente no circuito é 63,2% da corrente total.

(23)

Circuito RL

SOLUÇÃO GRÁFICA

As curvas abaixo foram obtidas com ξ = 10 V, R = 2000 Ω e L = 4,0 H.

( ) ( ) 1 RLt

V tR = Ri t = ξ e 

( ) RLt

L

V t L di e dt ξ

= =

(24)

Resolução de problemas

LISTA 10, PROBLEMA 7 – Itens (a) e (b)

Enquanto o fusível não queima, a corrente passa por ele, pois tem resistência muito menor que R. Assim:

Desta forma, o fusível de 3,0 A queima em 1,5 s após ligar o

0 10 2

5

L di i t t t

dt L

ξ = = ξ = =

Desta forma, o fusível de 3,0 A queima em 1,5 s após ligar o circuito.

Após a queima do fusível, o circuito sofre uma transição e a corrente passa principalmente pelo resistor R, pois o fusível adquire resistência infinita. Logo, teremos um circuito RL.

Para obter a evolução da corrente no tempo, resolvemos a lei das malhas:

( ) ( 1,5)

3,0 1,5

0 3, 0

i t R

L t

di di R

Ri L dt i t e

dt L R R

i R

ξ ξ

ξ ξ



− − =  −  = − = + − 

(25)

Resolução de problemas

LISTA 10, PROBLEMA 7 – Itens (b)

( )0 0

i( )=

( )

( )

0 0

1, 5 3, 0 A 0, 666 A i

i t i t

=

= =

→ ∞ =

(26)

Energia em indutores

Considere um indutor de indutância L conectado em série com uma fonte de tensão com fem ξ e um resistor de resistência R. O circuito possui corrente i. A EDO que descreve este circuito é:

di 0 Ri L

ξ− − dt = dt

Podemos reescrever a EDO para identificarmos quem transfere e absorve potência:

2 di 0

i Ri L i

ξ dt =

Potência fornecida pela fonte

Potência dissipada no resistor

Potência absorvida no indutor

(27)

Energia em indutores

A potência absorvida pelo indutor é:

o que permite obter a energia armazenada no dispositivo:

dUL di

P L i

dt dt

= =

1 2 i

L L

dU = Lidi U = Lidi = Li

0 2

L L

dU = Lidi U = Lidi = Li

Considerando que o indutor possui área A e comprimento l, a densidade de energia uL é:

( )

( )

( )

2 2

2 2

0

0 0

2 2 2

L L

U Li Al B B

u Al Al Al

µ η

µ η µ



= = =  =

2

2 0 L

u B

= µ

(28)

Indução mútua

Considere dois circuitos iguais, onde cada um é formado por dois solenóides, com um ligado em uma fonte com fem constante e outro conectado em um amperímetro.

Na figura da esquerda, a bobina 1 possui corrente elétrica i1 e N1 enrolamentos que produzem um campo magnético B e um fluxo magnético sobre

1 1

campo magnético B

1e um fluxo magnético sobre a bobina 2 dado por N2Φ21 em que N2 é o número de enrolamentos na bobina 2 e Φ21 o fluxo em 2 devido 1.

Na figura da direita, a bobina 2 possui corrente elétrica i2 e N2 enrolamentos que produzem um campo magnético B

2e um fluxo magnético sobre a bobina 1 dado por N1Φ12 em que N1 é o número de enrolamentos na bobina 1 e Φ12 o fluxo em 1 devido 2.

(29)

Indução mútua

Esse arranjo faz surgir a chamada indutância mútua:

e

em que M21 é a indutância da bobina 2 devido 1 e M12 é a indutância da bobina 1 devido 2. As indutâncias mútuas são iguais; desta forma:

2 21 21

1

M N

i

= Φ 12 1 12

2

M N

i

= Φ

21 12

M = M = M

Quando existe variação de corrente nas bobinas, as equações acima mostram que haverá fem induzida:

sendo um resultado fundamental para a construção de transformadores de indução.

( )

( )

1 12

12 2

1 1

2 21

21 1

2 2

d d N di

N M

dt dt dt

d d N di

N M

dt dt dt

ξ ξ

Φ Φ

= − = − = −

Φ Φ

= − = − = −

(30)

Resolução de problemas

LISTA 10, PROBLEMA 10

O fio infinito produz um campo magnético sobre a espira;

desta forma, gera um fluxo magnético. A indutância do enrolamento devido o campo produzido pelo fio é dada por:

0

2

a b a b

B

a a

i

N N N

M BdA ldy

i i i y

µ π

+ +

Φ

= ==

y

dy

a a

0 0

2 2 ln

a b

a

Nl dy Nl a b

M y a

µ µ

π π

+ + 

= = 

Substituindo os valores, temos:

( 7)( )( )

0 4 10 100 0, 30 9, 0

ln ln 13, 2 μH

2 2 1, 0

Nl a b

M a

µ π

π π

×

+

= = =

(31)

Dúvidas?

diego.duarte@ufsc.br Skype: diego_a_d

Encontrou algum erro nesta aula? Me informe via e-mail ;)

Referências

Documentos relacionados

To identify a source of ligands able to activate Olfr692- expressing cells, we first exposed adult animals to bio- logically relevant stimuli and then labeled the activated neurons

O  contribuinte  A.  AZEVEDO  INDÚSTRIA  E  COMÉRCIO  DE  ÓLEOS 

Os maiores coeficientes da razão área/perímetro são das edificações Kanimbambo (12,75) e Barão do Rio Branco (10,22) ou seja possuem uma maior área por unidade de

Aplicando-se análise fatorial nas variáveis que foram distribuídas entre as três dimensões identificadas no estudo, foi possível encontrar cinco fatores: aspectos

De acordo com Leite (2012, p.109), “[...] os assentamentos assumem, então, configurações distintas – coletivos/individuais; agrícolas/pluriativos; habitações em

In: II Simpósio de Ecologia do PPG-ERN, UFSCar, 2008, São Carlos.. Influência das frentes frias nos mecanismos de funcionamento de uma represa da Região Sudeste

Após a realização de todas as atividades teóricas e práticas de campo, pode-se concluir que não há grande erosão do conhecimento popular e tradicional de plantas medicinais, que

Era de conhecimento de todos e as observações etnográficas dos viajantes, nas mais diversas regiões brasileiras, demonstraram largamente os cuidados e o apreço