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URGÊNCIA E EMERGÊNCIA E O ATENDIMENTO DE ENFERMAGEM PRESTADO AO IDOSO VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

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URGÊNCIA E EMERGÊNCIA E O ATENDIMENTO DE ENFERMAGEM PRESTADO AO IDOSO VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Vanda Ramos Pereira1 Sheila Cristina de Souza Cruz2

RESUMO: Neste artigo objetivou compreender o trabalho dos profissionais de saúde especificamente a enfermagem que atua na urgência e emergência e presta atendimento ao idoso vítima de Violência Doméstica. A técnica utilizada foi pesquisa em livros de autores que tratam sobre a temática, com um roteiro previamente definido com objetivo de identificar as diferentes percepções dos profissionais de enfermagem sobre violência contra o idoso e como percebem a possível inserção do tema no contexto da saúde. A partir desta análise das práticas dos profissionais de enfermagem, bem como as dificuldades para identificar e atuar diante deste fenômeno, verifica-se as possibilidades da atuação destes profissionais para contribuir no enfrentamento da violência doméstica contra o idoso. O estudo demonstrou que os profissionais estão sensibilizados com a temática e acreditam que o tema pode ser incorporado na prática cotidiana do trabalho na área da saúde, entretanto, a dificuldade na abordagem, a carência de habilidades e instrumentais e a falta de apoio da gestão foram freqüentemente apontadas.

Palavras-chave: Urgência e Emergência, Assistência de Enfermagem, Violência Doméstica contra o Idoso.

This article aims at understanding the work of health professionals that acts specifically in nursing and emergency and provides care to elderly victims of domestic violence.

The technique was used to search books by authors who deal on the subject, with a previously defined with the aim of identifying different perceptions of nurses about elder abuse and how they perceive the possible inclusion of the topic in the health context.

From this analysis of the practices of professional nursing, as well as the difficulties in identifying and responding to this phenomenon, there is the possibility of action of these professionals for help in fighting domestic violence against the elderly. The study showed that professionals are sensitive to the issue and believe that the issue can be embedded in everyday practice of working in healthcare, however, the difficulty in addressing the shortage of skills and instruments and

lack of management support were often pointed out.

1Enfermeira. Especialização em Enfermagem, em Urgência e Emergência do Centro Universitário São Camilo ES.

2Enfermeira. Mestre em Saúde Coletiva pela UFES - Docente do Centro universitário da São Camilo ES.

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Keywords: Urgent and Emergency Care, Nursing Care, Domestic Violence against the Elderly.

INTRODUÇÃO

Esta pesquisa tem como objetivo apresentar uma explanação acerca da Urgência e Emergência e o atendimento de Enfermagem prestado ao Idoso Vítima de Violência Doméstica, bem como, discorrer sobre a atuação do profissional de enfermagem neste seguimento. A pesquisa de revisão bibliográfica versa também compreender e interpretar o trabalho de enfermagem na sua relação com a Violência Doméstica praticada contra o idoso. Vale destacar o papel do profissional de mencionado, pois o idoso fragilizado busca outros tipos de proteção, acaba procurando os serviços de saúde para o atendimento, mesmo que por motivos não relacionados diretamente à violência sofrida, porém mostrando sinais desta. Assim, o profissional que atua na enfermagem deve estar apto acolher a vítima, olhando além dos sintomas alegados pelo paciente.

Nota-se que o profissional de enfermagem é atuante principalmente nos serviços de pronto socorro. Ressalta-se que o trabalho da enfermagem em urgência e emergência, está inserido num contexto no qual estão implicadas questões relativas à violência doméstica contra idosos sendo alarmante.

Verifica-se que a violência praticada contra o idoso é inaceitável e os fatores que colaboram para que esse fenômeno aumente, em incidência, devem ser combatidos, através de políticas públicas eficientes que visem a desconstruir esse processo no seio da sociedade.

Portanto, a complexidade da violência doméstica contra o idoso, suas diferentes causalidades e formas de expressão tornam seu enfrentamento um grande desafio para o profissional de enfermagem que atua na urgência e emergência, pois exige o desenvolvimento de ações de múltiplas naturezas e em distintos planos e espaços:

governamentais, não-governamentais, comunitários e familiares.

É possível perceber que o abandono e as agressões físicas foram os maus- tratos mais discutidos pelos autores pesquisados.

Vale destacar também que o idoso está inserido em um grupo socialmente importante na contemporaneidade e a velhice, enquanto fenômeno demográfico,

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socioeconômico e político-cultural, é na atualidade objeto de análise para distintos setores e áreas do conhecimento e gestão de política.

No contexto do envelhecimento e direitos, estes se tornaram assunto público e amplamente discutido. Assim o Estatuto do Idoso Lei nº 10.741, de 1º de Outubro de 2003 assegura que:

Art. 3o. É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população;

II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas;

III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso;

IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as demais gerações;

V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência;

VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos;

VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento;

VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais.

IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda. (Incluído pela Lei nº 11.765, de 2008).

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Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.

§ 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.

§ 2o As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras decorrentes dos princípios por ela adotados.

Pretende-se com os estudos explanados na pesquisa subsidiar a implantação de debates no combate à violência doméstica contra os idosos, beneficiando às vítimas desta cruel agressão. Torna-se necessário conhecer e estabelecer estratégias para lidar com esta problemática dentro da saúde no contexto da urgência e emergência.

DESENVOLVIMENTO

Para Minayo (2005) ao debater sobre o assunto destaca que, os pontos fundamentais, levando assim a uma abordagem de abuso contra o Idoso Vítima de Violência Doméstica no Atendimento de Urgência e Emergência. A autora busca refletir a forma em que estes fatores estão vinculados com a violência. A mesma ressalta que é um dos passos importantes do enfoque de saúde pública para prevenir a violência em que os idosos estão inseridos.

Em síntese para a autora, os efeitos dos eventos violentos: além da repercussão física, também produzem danos psicológicos que não são conhecidos, afetando diretamente o setor saúde que recebe suas vítimas e para elas faz-se necessário dispensar atendimento integral de assistência, recuperação, mas também ações e prevenção para promoção de saúde o que eleva os custos do setor; provoca a busca por medidas individuais de proteção.

A autora ressalta que a forma como o idoso vem sendo tratado na contemporaneidade nas questões relacionada à violência não é somente física, mas também psicológica, acometendo idosos de todas as faixas econômicas. Tais agressões que em sua maioria são concretizadas por pessoas da própria família ou próximas. Nota-se também o abandono nos asilos, a falta de bondade, a pressão psicológica e o descaso são formas de agressão que muitas vezes passam despercebidas. Sugere, no entanto que os familiares se atentem a qualquer sinal de abuso.

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De acordo com a autora (Minayo 2005 p.68), uma das maiores dificuldades ao trabalhar com o fenômeno da violência é sua etiologia e pluricausalidade. O que se observa, na explosão de violência dos dias atuais em todos os grupos etários e classes sociais, é a influência de fatores relacionados a problemas macroestruturais.

Para equacionamento dessa difícil situação, torna-se necessária um laço conjugada do Estado, da sociedade civil e das comunidades, a partir da sua sensibilização para a gravidade do problema.

Evidencia-se que o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03) em seu Artigo 19, expresso que os casos de suspeita ou confirmação de violência doméstica contra idoso serão obrigatoriamente comunicados pelos profissionais de saúde a quaisquer dos seguintes órgãos: Autoridade policial, Ministério Público, Conselhos Municipal, Estadual e Nacional do Idoso.

Nota-se que o contexto da violência intrafamiliar que freqüentemente envolve o idoso, conforme consta no documento do Ministério da Saúde (BRASIL, 2002, p. 7), representa "um problema social de grande dimensão que afeta toda a sociedade e se configura como problema de saúde pública. Assim, faz-se necessário propor e discutir estratégias para proteger os idosos, vítimas de violência doméstica”. Haja vista ser uma questão de grande amplitude e complexidade cujo enfrentamento envolve profissionais de diferentes campos de atuação, requerendo, por conseguinte, uma efetiva mobilização de diversos setores da saúde.

Mello (2005, p.69) colabora com o debate acerca da violência doméstica contra o idoso ao discorrer acerca das concepções gerais sobre a esfera dessa violência.

Aponta suas multifacetadas que inclui os fatores individuais na sua cadeia de relações familiares, comunitárias, político-sociais e histórico- culturais.

Pode se destacar que a violência doméstica está na ordem do dia, assim sendo, ela deve estar na pauta e na agenda de todos os serviços e entidades que tenham compromisso com a qualidade de vida da população e com a justiça social. É preciso dar atenção especial para aqueles afetados com estas problemáticas e realizar ações sistematizadas para modificar esta realidade, especialmente se avaliarmos que esta problemática se aprofunda crescentemente no país.

Neste sentido é importante ressaltar que o tema, violência doméstica contra o idoso, deve ser incorporado na agenda do setor público, no entendimento de que a violência é um grande problema de saúde pública tal como é preconizado pela

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Organização Mundial de Saúde e merece maiores investimentos, como está preconizado no Plano Nacional de Prevenção da Violência. No que tange aos sentimentos do idoso vitimas de violência doméstica, frente a esta problemática, é que muitos se sentem sozinhos ou até mesmo abandonados.

Perceber que os sentimentos experimentados principalmente no que concerne a violência doméstica contra os idosos, no decorrer da vida, predominam-se sentimentos de tristeza, falta de entusiasmo do idoso pela vida, resultando assim no isolamento pessoal afastando o idoso das suas atividades diárias em conseqüência diminuindo seus dias de vida (CARVALHO, 2010 p.78).

Carvalho (2010), ao realizar estudo sobre violência doméstica contra o idoso considera-se importante reportar-se à sua origem, concluindo, entre outros, que a violência doméstica é tão antiga quanto à própria existência humana, embora este fenômeno não tenha ocorrido da mesma forma em todos os períodos históricos.

Ao dedicar a pesquisa sobre violência doméstica, bem como o comportamento humano o autor afirma que não há uma só palavra, um gesto, objeto ou instante que não encubra, às vezes imperceptivelmente, um grão de violência. No entanto, o mesmo adverte que tal concepção deve ser analisada com cautela, tendo em vista o risco de banalizar a violência, além de contribuir para enraizar este conceito de normalidade da sociedade.

Notadamente o idoso está inserido em um grupo socialmente importante na contemporaneidade e a velhice, enquanto fenômeno demográfico, socioeconômico e político-cultural, é na atualidade objeto de análise para distintos setores e áreas do conhecimento e gestão política de saúde. Verifica-se também que a violência doméstica contra idosos tornou-se assunto público e amplamente discutido. Vários enfoques e possibilidades podem ser utilizados para a análise e intervenção do grupo etário idoso no que abrange a violência.

O Estatuto Nacional do Idoso – Lei N°10.741 de 01 de Outubro de 2003 declara que a pessoa idosa goza de todos os direitos fundamentais e inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta lei, assegurado, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades para a preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.

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Na Legislação citada é assegurada também a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS (Lei Federal n. 8.080/90), com garantia do acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.

Ainda se tratando de violência doméstica contra idosos, o autor assegura que o foco da questão relaciona-se, mais especificamente à ideologia autoritária na sociedade brasileira, ideologia esta, que acaba por favorecer a violência.

Ferreira (2005) remete ao termo em questão enfatizando que a violência é:

Violar e violentar. Violar é transgredir normas e regras. Violentar é o ato de obrigar alguém a fazer algo contra a sua vontade, tirar-lhe o direito de se expressar, o direito de se defender, de evoluir, e viver com dignidade (FERREIRA, 2005, p. 51).

Neste sentido, revela que a violência oriunda da convivência familiar não pode ser vista isoladamente das questões mais amplas de frustração, vexame e diminuição dos direitos sociais e de carência causados pela incapacidade do Estado em garantir aos idosos boas condições de vida. Examinando a violência doméstica a partir de uma concepção sociológica, pode-se afirmar que na sociedade contemporânea não há predomínio dos valores materiais sobre os valores morais, éticos, humanos, o que predispõe o ser humano a cometer delitos de tal proporção.

Ainda sob a perspectiva de Mello (2005) a violência doméstica é resultante de um processo de inversão de valores que a sociedade moderna vem, de forma gradativa, vivenciando, onde valores materiais como: dinheiro, sexo, lucro, busca de status econômico ou financeiro, vêem se sobrepondo aos valores éticos, religiosos, jurídicos, resultando em um aumento de estímulos criminosos com o ser humano.

O autor reafirma a complexidade do estudo do tema “violência doméstica”, justificando-se a partir do entendimento de que é inviável analisá-la sob um único ponto de vista. Desta forma, é possível mencionar que não existe um conceito universal sobre a mesma, tendo em vista ser algo muito complexo.

Trazendo para o foco do sentimento em relação à violência doméstica sofrida pelo idoso é importante ressaltar que os idosos que se encontram nessa condição, vivem a sombra do medo e ameaça permanente. No entanto, é perceptível que essa

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violência ocorre com muito mais freqüência dentro de casa, sendo caracterizada como uma violência que o idoso sofre pelo fato de ser velho e é exercida muitas vezes por um familiar.

Assim, compreender as múltiplas facetadas desse fenômeno que é a violência doméstica contra o idoso é algo que requer muito estudo e aprofundamento, pois envolve além de questionamentos éticos, políticos, sócio-culturais e outros a compreensão da gênese do comportamento do agressor.

A violência doméstica apresenta características específicas. Uma das mais relevantes é a sua rotinização.

Vale destacar que as unidades de saúde e os hospitais de referência devem estabelecer fluxos internos de atendimento, definindo profissional responsável por cada etapa da atenção; Isso deve incluir registro da história, exame clínico, exames complementares e acompanhamento psicológico. Também deve estar incluso no processo de atenção ao idoso dentro das condições especiais, como intervenções de urgência e emergência ou internação hospitalar.

Braga (2010, p.76) ressalta que na atualidade vive-se um momento histórico onde o envelhecimento populacional é uma realidade e paradoxalmente impera a cultura da juventude, ou seja, a identidade do ser humano torna-se mutável na medida em que arremete a própria história.

Partindo desse pressuposto o autor mencionado vai além quando conceitua que em algumas civilizações mais antigas, a valorização pessoal parece vinculada à capacidade física, força, vitalidade, beleza, virilidade; nos países orientais a velhice é objeto de adoração, uma vez que os jovens procuravam os idosos em busca de conhecimentos e experiência. Em relação à cultura, encontram-se várias formas de conceituação e enfrentamento da velhice assim discorre.

O autor acima relacionado debruça sobre o termo violência doméstica contra o idoso ao observar que a mesma faz parte do não investimento do governo e da família nestas questões, além de ser um problema cultural. Na atualidade a população idosa está sendo vitima de violência doméstica em todos os setores, sendo este mais frágil, acaba sendo vitima desta situação uma vez que os abusos físicos, psicológicos, o abandono, negligências, abusos financeiros e autonegligência são os responsáveis por esta situação, pois a sociedade adulta e jovem discrimina os idosos.

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Ainda no contexto, Vilhena (2010) assegura que o foco da questão relaciona-se, mais especificamente à ideologia autoritária e racista na sociedade brasileira, ideologia esta que acaba por favorecer a violência. Em relação ao assunto a autora destaca seu ponto de vista a seguir:

O tema da violência oriunda da convivência familiar não pode ser vista isoladamente das questões mais amplas de frustração, vexame e diminuição dos direitos sociais e de carência causados pela incapacidade do Estado em garantir ao povo boas condições de vida. Examinando a violência a partir de uma concepção sociológica, pode-se afirmar que na sociedade contemporânea não há [...] predomínio dos valores materiais sobre os valores morais, éticos, humanos, o que predispõe o ser humano a cometer delitos (VILHENA, 2010, p. 01).

Ainda sob a perspectiva de Vilhena (2010), a violência é resultante de um processo de inversão de valores que a sociedade moderna vem, de forma gradativa, vivenciando, onde valores matérias como dinheiro, lucro, busca de status econômico ou financeiro, vêem se sobrepondo aos valores éticos, religiosos, jurídicos, resultando em um aumento de estímulos criminosos do ser humano.

Enfatiza-se que com o aumento do número de idosos, aumenta também o número de violência doméstica contra os mesmos. Percebe-se que os idosos acabam ficando nas mãos de familiares ou cuidadores despreparados para o trato com esta população. Entretanto, os mesmos em se tratando de sentimentos se sentem vazios, desolados, e consequentemente levando a depressão e até mesmo tentativa de suicídio que vai culminar com problemas de saúde, levando-os frequentemente as internações hospitalares.

Vale destacar, que, a sociedade deve estar engajada na construção de cidadania justa, para que se tenha respeito recíproco, assim garantido na Constituição Federal de 1988, no artigo 230. É também uma das ferramentas para a garantia do direito ao Idoso que está preconizado no Estatuto do Idoso criado em agosto de 2001. Este vem para ratificar os direitos demarcados pela Política Nacional do Idoso, onde acrescenta novos dispositivos e cria mecanismos para coibir a discriminação contra os mesmos.

Ainda no contexto, averigua-se que a Constituição Federal de 1988 ampliou e reconheceu os direitos de vários segmentos da sociedade, dentre eles os do cidadão idoso, que em no Brasil é todo aquele que tem idade igual ou superior a 60 anos.

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Deslandes (2010, p. 96) ao reportar sobre a discussão, idoso freqüentemente é considerado improdutivo materialmente e intelectualmente diminuído, corre o risco de ser considerado um indivíduo menos útil e, portanto, menos digno, não só pela sociedade, mas também, pelos próprios familiares.

De acordo com a pesquisa a imagem desfocada de que o idoso é alguém importuno, doente, passivo e incapacitado faz com que aumente cada vez mais agressão contra eles dando procedência à conduta agressiva principalmente pelos mais jovens. Nesse cenário é importante enfatizar que para um envelhecimento ativo e participativo, a família deve ser envolvida em todos os âmbitos.

Discorre-se que é importante valorizar a pessoa idosa em sua totalidade, pois, só agregam valores para os idosos e para quem de fato está engajado neste seguimento saúde. De tal modo o objetivo deste estudo é debater sobre a violência doméstica contra os idosos, o olhar panorâmico da enfermagem, e levar luz sobre a importância do idoso na sociedade, e entender que é possível a cidadania independente de idade.

Veras (2005, p.45), ao discorrer sobre o tema Violência Doméstica contra Idosos, que nas últimas décadas os contextos relativos à violência na terceira idade e os fatores que ela interfere vêm se tornando cada vez mais contemporâneo em estudos e pesquisas, conquanto o acontecimento do envelhecimento, violência e a temática da saúde sejam remotas para a sociedade.

Este dado concebe uma tendência de apreensão social, uma vez que em decorrência dos avanços da medicina contemporânea e da tecnologia, é cada vez maior o taxa de indivíduos que suplantam os 70 anos, constituindo-se, inclusive, no grupo social que mais cresce no planeta.

Percebe-se que na sociedade moderna, atribui-se grande parte da culpa no descaso dos idosos ao egoísmo da família. Averigua-se que parte da responsabilidade pelo idoso foi transferida ao Estado essa é a idéia do autor acima.

Em se tratando dos direitos sociais dos idosos, ressalta que o objetivo geral da política de proteção ao idoso no Brasil é assegurar seus direitos sociais, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade. Os princípios que norteiam a política do idoso são a família, a sociedade e o Estado, que têm o dever de assegurar a este segmento todos os direitos de cidadania, garantindo a sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem estar e direito à vida.

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Ser cidadão não é somente ser sujeito de deveres e direitos, mas saber defendê- los entre as pessoas e entre os grupos sociais. A lei maior de um país é a Constituição Federal de 1988, nela estão definidos os direitos, os deveres e as garantias do cidadão. Assim a Lei n.º 8842, de 4 de janeiro de 1994, que no Artigo 3º, inciso I, afirma que: a Política Nacional do Idoso reger-se-à pelos seguintes princípios:

I - A família, a sociedade e o Estado têm o dever de assegurar ao idoso os direitos de cidadania, garantido sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem estar e o direito de vida.

Como afirma o texto constitucional, à sociedade também cabe parte da responsabilidade da questão referente à garantia de cidadania do idoso.

Ressalta-se que, o idoso necessita de afeto e seus direitos respeitados esta é exigência humana, e mais ainda, para quem já teve tantas perdas e se sente ameaçado no espaço familiar, não apenas físico, mas também o social. É constitucional que o idoso sinta-se acolhido, tendo um papel na sociedade para sentir- se útil e assim se sentir bem.

Leal (2005, p. 95) esclarece que a violência doméstica contra pessoas idosas não é um fenômeno novo e está de forma significativa ligada à violência social. Ainda ressalta que a identificação dessas formas de violência requer intervenção interdisciplinar e atenção dirigida para os sinais de sua ocorrência. É um problema de saúde pública reconhecida, é igualmente um problema de direitos humanos.

Segundo o Estatuto do Idoso, compete ao Ministério Público a defesa dos direitos dos idosos. O crime cometido contra idosos é agravante da pena nos delitos previstos pelo Código Penal.

O estudo revela que a violência doméstica contra o idoso é alarmante e ocorre na grande maioria das vezes no âmbito familiar. Nota-se que esta violência é um fenômeno complexo multifacetado de difícil controle. De acordo com Leal (2005), ainda há um grande atraso na sociedade em relação à garantia de segurança para os idosos, uma vez que as políticas que atualmente protegem essa parcela da população estão ainda muito aquém das práticas adotadas nos serviços púbicos e privados de atendimento aos idosos.

Notadamente a violência que ocorre no espaço da família é bastante complexa, sendo extremamente difícil penetrar no silêncio das famílias dos idosos violentados.

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Averigua-se que a insegurança, o medo de represálias oriundos do conflito da consangüinidade, da proximidade, do afeto, do amor, do instinto de proteção em defesa do agressor são alguns exemplos de justificativas para a omissão dos idosos, quando violentados por seus familiares.

Menezes (2005, p. 75), busca refletir sobre a questão da Assistência de Enfermagem aos Idosos Vítimas de Violência Doméstica na Urgência e Emergência.

Ressalta que este tem um papel de grande valia na promoção da saúde, pois, atua como um dos instrumentos balizadores da cidadania.

Como resultado do processo de atendimento humanístico, o profissional de enfermagem passa ser visto como aquele que oferece bem-estar físico, social e humano, onde, atua para que pessoas não sejam apenas pacientes, mas seres humanos dignos de ter os seus direitos respeitados.

O autor acima declara que a emergência passa a ser vista numa dimensão macro essencial para a manutenção da vida do ser humano. Este se baseia em princípios doutrinários que dão valor ao exercício de uma prática de saúde que responda não apenas as relações de mercado, mas aos direitos humanos: universalidade, equidade e integralidade, máximas estas que garante a qualquer indivíduo ser tratado como cidadão e a ter direito em exercer cidadania plena.

A promoção de saúde dentro do contexto urgência e emergência, deve se constituir numa das atribuições do enfermeiro enquanto agente de saúde responsável pela promoção da mesma, visando o resgate da cidadania da população usuária. E é assim que este profissional atua.

Dentro da urgência e emergência, o enfermeiro situa-se em quase todos os serviços. Entretanto, observa-se que a análise detalhada do papel deste profissional é difícil, uma vez que este papel varia segundo a função do tipo de organização que dá assistência.

Ainda no contexto de Menezes (2005) e Ministério da Saúde (BRASIL, 2002, p. 76), com o intuito de padronizar as funções específicas do enfermeiro, incumbiu-lhe das seguintes atribuições:

Realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgências e emergências clínicas, fazendo a indicação para a continuidade da assistência prestada;

Realizar consultas de enfermagem, solicitar exames complementares, prescrever medicações conforme protocolos estabelecidos no programas do Ministério da

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Saúde e as disposições legais da profissão; (Lei 7.498/86, Resolução COFEN 195/1997).

Executar as ações de assistência integral em todas as fases do ciclo da vida:

criança, adolescente, mulher, adulto e idoso, dentre outras funções.

As funções específicas do enfermeiro consistem em prestar assistência ao indivíduo, à família e à comunidade em relação com as suas necessidades básicas de saúde.

São estas funções que distinguem o enfermeiro dos demais profissionais da saúde, pois constituem o núcleo de seus afazeres.

Ao proporcionar assistência ou atenção ao indivíduo, à família e à comunidade em satisfação as suas necessidades básicas de saúde, o enfermeiro, informa, orienta e supervisiona. Além disso, coordena com outros trabalhadores da saúde os aspectos de entendimento que lhe compete.

No que diz respeito à violência doméstica nos casos de urgência e emergência, este é um fato real, assim apresenta o autor Bruno (2005), este revela que a violência doméstica é “um ato ou omissão que resulta em dano ou ameaça de dano à saúde de uma pessoa idosa, são lacunas existentes nas políticas de proteção ao idoso e da negligência velada contra essa população.

Percebe-se que nas últimas décadas a família vem enfrentando mutações estruturais rápidas, ocasionadas por vários motivos: separações, divórcios, novas uniões, instabilidade financeira, dentre outros. Estas mutações têm gerado abalos na estrutura familiar, conduzindo a uma deterioração da qualidade das relações familiares, contribuindo para um aumento das condições de estresse nos indivíduos e propiciando a manifestação de situações conflituosas.

Bruno (2005, p. 63) faz uma observação ao enfatizar que nos anos vindouros a população brasileira será uma população de idosos. Em decorrência desse envelhecimento populacional, o idoso tornar-se alvo da violência, principalmente a conhecida violência doméstica. Menciona que a agressão aos idosos vem de diversos formatos, a ausência de carinho, atenção, pressão psicológica, descaso e a agressão física propriamente dita. Nesse sentido o número de idosos que sofrem algum tipo de abuso é tão grande que esse caso já se tornou um problema de saúde pública.

Vale ressaltar que muitas vezes as agressões podem resultar em morte. Nota-se também que a questão da negligência contra os idosos não é um fenômeno novo. Na contemporaneidade, o envelhecimento populacional tornou-se um dos maiores

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desafios para a saúde pública, visto que se exige a efetiva implementação da estratégia de educação em saúde como possibilidade de manutenção da capacidade funcional do idoso. Em razão do acréscimo da esperança de vida da população, muitos países convivem com idosos de gerações diversas, os quais possuem necessidades variadas, exigindo políticas assistenciais distintas.

METODOLOGIA

Após o levantamento do material, livros, e em termos de artigos publicados, realizou- se um processo de leitura, objetivando a relação com o estudo em andamento, facilitando assim a compreensão da atuação do profissional de enfermagem. O estudo trata do tema específico da violência doméstica contra idosos, excluindo legislação específica, em que deverá ser seguido o preconizado no Estatuto do Idoso.

Durante o levantamento da pesquisa notou-se inúmeros artigos relacionados ao tema violência doméstica contra o idoso, porém poucos artigos abarcavam a questão, sob a ótica da violência doméstica contra o idoso e o papel do profissional de enfermagem que atua na urgência e emergência.

A construção de um trabalho com estas características e objetivos requer o desenho preciso do horizonte metodológico onde ele será inserido. A princípio, busca-se orientação nos conceitos acerca do tema em questão, objetivando facilitar sua compreensão e desenvolvimento.

A fonte utilizada para a pesquisa consistiu no levantamento bibliográfico, livros de leitura corrente e também, livros de referência, bem como meios eletrônicos dentre outros. É conveniente mencionar como fonte de estudo e fundamentação teórica, bibliografias que possuem obras relacionadas ao tema em estudo.

No que refere à coleta de dados, foi feita uma leitura crítica e interpretativa das fontes observando os critérios utilizados por cada autor no que faz referência a disposição do assunto. Assim, foi feito um fichamento que é uma parte importante na organização para efetivação da pesquisa que possibilitou a organização aos dados fundamentais para a construção do trabalho. Destaca-se que os registros foram digitados e armazenados no programa de bancos de dados de um computador no sistema Word.

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Segundo Marconi e Lakatos (2003) a pesquisa é o conjunto de procedimentos esquemáticos, baseado no raciocínio lógico, tendo por objetivo encontrar soluções para problemas propostos, mediante a utilização de métodos científicos. Para construir, formular e elaborar pensamentos faz-se necessário buscar efetivamente através da pesquisa e de estudos a confirmação de algo que aspiramos compreender:

[...] toda pesquisa tem uma intencionalidade, que é a de elaborar conhecimentos que possibilitem compreender e transformar a realidade;

como atividade, está inserida em determinado contexto histórico sociológico, estando, portanto, ligada a todo um conjunto de valores, ideologia, concepções de homem e de mundo que constituem este contexto e que fazem parte também daquele exerce esta atividade, ou seja, o pesquisador (PÁDUA, 2005, p.32).

Entende-se a partir da afirmação do autor que nenhuma pesquisa é por mero acaso, mas parte da vontade, do interesse e intenção do pesquisador. E que fazê-lo o pesquisador irá elaborar conhecimentos que darão a noção e compreensão mais clara do que se pretende pesquisar, e esse processo de construção e elaboração de conhecimento poderão gerar transformações acerca da realidade estudada. O autor ainda relata que a pesquisa está ligada a valores, ideais e concepções que o pesquisador acredita.

Outros autores pontuam sobre o ato da pesquisa, dentre eles destaca a idéia de Minayo, (2003, p. 17) “entendemos por pesquisa a atividade básica da Ciência na sua indagação e construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino e a utiliza frente à realidade do mundo”.

A pesquisa não é apenas confirmação ou reorganização de dados já conhecidos ou escritos nem a mera elaboração de idéias; ela exige comprovação e verificação. Dá ênfase ao descobrimento de princípios gerais, transcende as situações particulares e utiliza procedimentos de amostragem, para inferir na totalidade ou conjunto de população (MARCONI 2003, p. 17).

Explana-se que os autores são claros ao explanarem suas idéias a respeito da importância da pesquisa como sendo à base da ciência nos seus questionamentos e construção da realidade, sendo a pesquisa a mola propulsora para o aprendizado.

RESULTADOS

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Ao final deste estudo, constatou-se, que é necessário uma melhor capacitação dos profissionais da área da saúde, em que facilitará bastante à identificação de violência doméstica contra idosos. A partir do momento em que não se restringem as denúncias apenas aos órgãos específicos, por isso é de extrema importância denunciar a violência ao idoso, para não ser coniventes com a situação discursada. Desta forma, buscou-se contextualizar a violência doméstica contra os idosos como uma violência onde os mesmos estão submetidos socialmente, culturalmente e historicamente. A violência doméstica contra esta classe poderá acarretar às suas vítimas, diversos tipos de traumas físicos e principalmente psicológicos, dependendo da estrutura psicológica destas.

O trabalho se apresentou como um elemento de análise da importância dos atendimentos na urgência e emergência.

Este estudo nos leva a refletir sobre a situação de insegurança em que vivem pessoas idosas, estando sujeitas a qualquer momento serem vítimas de violência doméstica, principalmente por pessoas conhecidas, ou parentes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Torna-se necessário compreender que a violência pela qual o idoso foi, é e ainda será vítima é algo a ser exortado da cultura da sociedade, de modo a vigiar, combater, disciplinar, punir e erradicar essa triste estatística dos relatórios de organizações governamentais e não governamentais, mesmo sabendo-se que este é um caminho penoso, doloroso, longo, porém impossível de ser deixado de lado, e um ideal que deve ser almejado. Vale destacar que o Estatuto do idoso foi criado para assegurar não só os direitos dos idosos, como também para dar amparo legal contra todos os tipos de preconceito, discriminação e violência que este público tem sofrido, forçando governos a criar políticas públicas de proteção aos seus direitos. Enfatiza-se que, um dos tipos de violência, a familiar, pode acontecer dentro ou fora do lar por algum integrante da família ou por pessoas que assumem esta função parental. Teles e Melo (2003, p. 19), conceituam a violência doméstica como sendo aquela que:

[...] ocorre dentro de casa, nas pessoas entre as relações da família, entre homens e mulheres, pais, mães e filhos. Entre

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jovens e pessoas idosas. Podemos afirmar que, independentemente da faixa etária das pessoas que sofrem espancamentos, humilhações e ofensas nas relações descritas, as mulheres são o alvo principal.

Também deste material, as autoras mencionadas afirmam que, a violência doméstica pode ser física, sexual ou psicológica e/ou moral, patrimonial, institucional, sexista, conjugal, interpessoal, étnico-racial e de gênero. A violência física caracteriza-se pelo uso da força física, por parte do agressor, com o objetivo de controlar a vítima, muitas vezes com lesões corporais provocados por tapas, socos, empurrões, etc. (TELES;

MELO 2003).

Vale destacar que a violência doméstica contra os idosos deve ser analisada no contexto das grandes mudanças familiares. Os idosos são vítimas dos mais diversos tipos de violência que vão desde insultos e agressões físicas perpetradas pelos próprios familiares e cuidadores (violência doméstica), maus tratos sofridos em transportes públicos e instituições públicas e privadas até a própria violência decorrente de políticas econômicas e sociais que mantenham ou aumentem as desigualdades socioeconômicas ou de normas sócio-culturais que legitimem o uso da violência.

A implementação do Estatuto do Idoso resultou em que a questão dos maus- tratos passa se a contar com um instrumento legal que “regula os direitos às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos”, com previsão de pena pela sua inadimplência. De acordo com o Estatuto do Idoso, prevenir a ameaça ou violação dos direitos dos idosos passa a ser um dever de toda a sociedade brasileira, bem como torna indispensável a sua denúncia aos órgãos competentes (autoridades policiais, Ministérios Públicos, Conselhos do Idoso, etc.).

Acerca das concepções gerais sobre o fenômeno da violência doméstica contra idosos, apontaram a multi-causalidade dos determinantes da violência tal como demonstra o relatório sobre saúde e violência da Organização Mundial de Saúde - (OMS 2002), que propõe um “modelo ecológico” de entendimento, que inclui os fatores individuais na sua cadeia de relações familiares, comunitárias, político- sociais e histórico- culturais.

Reafirma-se que a violência está na ordem do dia, então ela deve estar na pauta e na agenda de todos os serviços e entidades que tenham comprometimento com a

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qualidade de vida da população e com a justiça social. É sucinto dar atenção específica para aqueles afetados com estas problemáticas e realizar ações sistematizadas para transformar esta realidade, sobretudo se analisarmos que esta problemática se enraíza crescentemente no país, Estado e em toda cidade.

Sabe-se que este profissional enfrenta muitos desafios, contudo cuida do paciente como um todo, não apenas a patologia, desde fisicamente, mentalmente prestando assim assistência psicologica ao individuo. Notadamente a enfermagem não é apenas uma profissão "submissa" aos olhos de muitos. Na contemporaneidade a enfermagem é vista como uma das profissões da área da saúde que pode mesclar o "humano com o científico", assim além de cuidar do paciente, quando está enfermo, a enfermagem atua na prevenção de doenças e na produção de pesquisas para evitar que as mesmas acometam indivíduos, pre- dispostos ou não.

Pode-se ressaltar que o profissional de saúde em especial a enfermagem está em contato direto com a maioria das vítimas, pois é nos serviços de saúde que normalmente buscam ajuda e tratamento para seus males. Assim, isso os deixa próximos, fornece a possibilidade de construir elos de confiança e possibilita reconstruir conceitos sobre a violência, com vistas a reduzir os índices deste agravo e mudar a realidade social.

É a partir daí, que o papel dos profissionais da Enfermagem entra em ação, para tentar reverter este quadro tão perverso. A família do idoso também precisa ser amparada pela equipe de saúde. Nota-se que é preciso verificar o que está acontecendo e buscar ajuda de outros setores, se for necessário. É importante ressaltar ainda que existam políticas públicas, como o estatuto do idoso, mas é preciso implantá-las realmente.

Aponta que, em geral para os jovens a mídia apresenta apelos para o vigor, beleza, possibilidade, prazer, etc. Para Minayo (2005) ressalta que é fundamental que se estabeleça um pacto entre as gerações a favor da construção de uma nova sociedade, onde a solidariedade e o respeito pela diferença seja um valor. Neste sentido a sociedade tem que estar engajada nesta construção, para que haja um respeito recíproco. Assim é garantido na Constituição Federal de 1988, no artigo 230 que: “A família, a sociedade e o Estado tem o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem estar e garantindo-lhe o direito à vida”.

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REFERÊNCIAS

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Referências

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