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ANÁLISE DA CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL

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XI FATECLOG - OS DESAFIOS DA LOGÍSTICA REAL NO UNIVERSO VIRTUAL FATEC JORNALISTA OMAIR FAGUNDES DE OLIVEIRA

BRAGANÇA PAULISTA/SP - BRASIL 29 E 30 DE MAIO DE 2020

ANÁLISE DA CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL

ALEX MACEDO DE ARAUJO (Fatec Zona Sul) alex.araujo01@fatec.sp.gov.br LAURIANO DE SÁ NETO

(Fatec Zona Sul ) lauriano.sa@fatec.sp.gov.br LUCAS APOLINÁRIO DE ALMEIDA

(Fatec Zona Sul) lucas.almeida45@fatec.sp.gov.br MICHELE DE LIMA OLIVEIRA SOUZA

(Fatec Zona Sul) michele.souza15@fatec.sp.gov.br

RESUMO

O presente trabalho mostra uma análise da carga tributária brasileira e o seu impacto no desenvolvimento das empresas. A variedade de tributos, impostos, taxas e contribuições torna burocrático e complexo o processo tributário. O MEI e o Simples Nacional são iniciativas para minimizar esses efeitos. Observamos o alto índice de pessoas desempregadas no país demonstrando o ambiente de crise e recessão dos últimos anos. O MEI se tornou a forma mais simples e prática de empreender formalmente, absorvendo uma boa parcela dessa população. O trabalho traz uma visão conceitual e histórica dos tributos e suas origens no Brasil, e os tipos de empresas e Regimes Tributários utilizados e os tributos cobrados hoje, bem como define o que é renúncia fiscal e mostra o debate em relação ao Simples Nacional. Conclui-se que, apesar da carga tributária brasileira estar na média mundial em relação ao PIB, a variedade de impostos e a burocracia deixa a cadeia de produção mais lenta e onerosa trazendo dificuldades competitivas tanto no mercado interno e afastando o interesse de investimentos externos, ficando clara a necessidade urgente de uma reforma tributária em todos os níveis de governo, Federal, Estadual e Municipal, desonerando e enxugando a estrutura tributária, conseguindo assim atrair e aumentar a arrecadação de forma sustentável, justa e com efeitos benéficos e retornáveis para toda a sociedade.

PALAVRAS-CHAVE: carga tributária brasileira, Impostos, MEI, tributos.

A B S T R A C T

The present work shows an analysis of the Brazilian tax burden, its impact on the development of companies. The variety of taxes, taxes and contributions makes the tax process bureaucratic and complex. The MEI and the National Simple are initiatives to minimize these effects, we observe the high rate of unemployed people in the country demonstrating the crisis and recession environment of recent years. The MEI has become the simplest and most practical way to formally undertake, absorbing a good portion of this population. The work brings a conceptual and historical view of taxes and their origins in Brazil, and the types of companies and Tax Regimes used and the taxes charged today, as well as defines what is tax waiver and shows the debate in relation to the National Simple. It is concluded that, although the Brazilian tax burden is in the world average in relation to GDP, the variety of taxes and bureaucracy leaves the production chain slower and costly bringing competitive difficulties both in the domestic market and driving away interest external investments. Making clear the urgent need for tax reform at all levels of government, Federal, State and Municipal, dishonoring and wiping out the tax structure thus attracting and increasing revenue stemming from sustainable, fair and with effects beneficial and returnable to society.

Keywords: Brazilian tax burden, taxes, MEI, tribute.

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BRAGANÇA PAULISTA/SP - BRASIL 29 E 30 DE MAIO DE 2020

1. INTRODUÇÃO

A carga tributária no Brasil tem se tornado um empecilho nas intenções daqueles que pretendem empreender. A burocracia e o alto número de tributos criam custos altos na produção de bens e serviços. Este trabalho pretende ilustrar e tirar dúvidas básicas daquele que pretende abrir uma empresa e trabalhar formalmente, com seus deveres e direitos assegurados.

Ao longo deste trabalho iremos discorrer sobre os tipos de empresas existentes na legislação brasileira e descreveremos os tributos, conceitos históricos e aqueles atualmente cobrados no Brasil, fazendo um relato sobre a Renúncia Fiscal, o Simples Nacional e os Regimes Tributários.

2. TRIBUTOS

2.1 Conceito

Conforme o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, TRIBUTO - do latim tributu, s.m. 1. Prestação monetária compulsória devida ao Poder Público. Imposto. 2 Ant. pagamento que um Estado é forçado a fazer a outro. IMPOSTO - do latim

Impositu, Adj. 1 Feito aceitar a força. S.m. .2 Econ. Transferência compulsória de dinheiro ao governo por parte dos indivíduos ou instituições; tributo. 3.Dir.Tribut. tributo exigido do contribuinte pelo Estado, de forma desvinculada de uma correspondente prestação de serviços específicos; opõe-se nesta acepção à taxa.

2.2 Origens Históricas do Tributo

A prática da cobrança de obrigações por parte dos governantes remonta aos primórdios da civilização humana, sejam feitas em mercadorias e produtos ou em moedas vigentes à época.

Essa forma administrativa generalizou-se, os tributos não eram mais o ônus apenas daquelas tribos e povos derrotados em guerras, passando assim ser a fonte de renda principal dos governos dominantes; Impérios como o Romano, criavam invasões e guerras com o intuito de exploração e arrecadação de impostos e não administração política, cultural e de costumes.

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Figura 1 – Impostos desde sempre

Fonte: H Martim

2.3 Origem da tributação no Brasil

No Brasil a tributação tem primeiros registros já na época do Brasil colonial, o primeiro evento tributário ocorreu sobre a extração do pau-brasil, madeira nativa muito utilizada na construção de casas e fortificações aqui e na Europa, em que a Coroa Portuguesa considerava a extração do pau-brasil um monopólio real. Eram os extratores obrigados a pagar “o quinto do pau-brasil”, a quinta parte do produto da venda da madeira; representando uma alíquota de 20%

sobre a venda.

A evolução do Estado, colônia, império e república e a criação sucessivas das cartas constitucionais, passaram a ter cada vez mais leis que definiam a arrecadação de tributos para aplicação social, tendo em vista o bem-estar social. A arrecadação dos tributos representa hoje a principal fonte de receita do Estado.

2.4 Definições de Tributo no Brasil

As contribuições parafiscais ou especiais integram o sistema tributário nacional, já que a nossa Constituição Federal (CF) ressalva quanto à exigibilidade da contribuição sindical (art.

80, inciso IV, CF), das contribuições previdenciárias (artigo 201 CF), sociais (artigo 149 CF), e para a seguridade social (artigo 195 CF) e para o PIS – Programa de Integração Social e PASEP – Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (artigo 239 CF).

Na falta de melhor palavra, chamei minha ideia de ‘impostos’. E funciona assim...”

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Quadro 1 – Definições de Tributos no Brasil

A palavra Tributo no Brasil compreende quatro obrigações importantes que são:

Impostos, Taxas, Contribuições e Empréstimos Compulsórios.

Segundo o portal tributário, nos termos do artigo 145 da nossa Constituição Federal e do artigo 5° do CTN (Código Tributário Nacional) tributos são:

a) Impostos

b) Taxas, cobrada sem razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição.

c) Contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

Fonte: Senado Federal, 2018.

Como contribuições especiais temos ainda as exigidas a favor da OAB, CREA, CRC, CRM e outros órgãos reguladores do exercício de atividades profissionais.

a) Os Empréstimos Compulsórios são regulados como tributos, conforme artigo148 da Constituição Federal o qual se insere no Capítulo I do Sistema Tributário Nacional (STN).A prática da cobrança de obrigações por parte dos governantes remonta aos primórdios da civilização humana, sejam feitas em mercadorias e produtos ou em moedas vigentes à época.

3. CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA ATUAL

Os tributos nas 3 esferas de governo (Federal, Estadual e Municipal) causam, em alguns casos, tributação em cascata, onde um tributo é cobrado sobre outro já cobrado. Como exemplo disso o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de competência estadual incide sobre produtos e serviços prontos anteriormente já tributados por IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), e COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) ambos de competência federal.

A diversidade de impostos e contribuições, cada qual com sua alíquota e data de recolhimento, causam dúvidas e despesas às empresas, pois obrigam a manter escritórios terceirizados e departamentos fiscais dentro das empresas gerando custos na produção industrial e que são repassados ao consumidor.

Em relação aos países de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) mais elevados, a carga tributária brasileira, ao contrário do que se pensa, está abaixo da média da OCDE (Organização para cooperação e Desenvolvimento Econômico) que varia entre 34% a 35%

sobre o PIB (ou sobre a renda da população) a brasileira oscila em torno de 32% a 33%.Os países no mundo com tributação mais elevada estão pela ordem Dinamarca com 45,9%, França 45,3%, Bélgica 44,2 %, Finlândia 44,1%, Suécia 44,1%, Itália 42,9%, Áustria, 42,7%, dados OCDE apurados em 2018. Já em comparação à carga tributária da América Latina e Caribe aí possuímos uma proporção muito maior já que a média desses países se aproxima dos 22%.

Nossa média se aproxima da Argentina. Apresentação do estudo realizado.

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Quadro 2- Gráfico Carga Tributária Percentual do PIB – Brasil e América Latina

Fonte: politize.com

3.1 Principais Impostos e Contribuições Pagos no Brasil

Através de uma pesquisa realizada no site do Senado Federal, foram identificados os principais tributos das 3 esferas de governo: Federal, Estadual e Municipal:

Tabela 1 – Principais Tributos no Brasil

TRIBUTOS FEDERAIS ALÍQUOTA

CIDE-Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. Incide sobre petróleo, e gás natural e seus derivados e álcool combustível.

Gasª R$0,10 Dies. e Alc. E°

R$ 0,00 p/ Lt

COFINS-Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. 3% à 7,6%

CPP-Contribuição Patronal Previdenciária Até 20%

CSLL-Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. 9% à 15%

FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Percentual do salário de cada trabalhador com carteira assinada, depositado pela empresa.

J. Apren. 2%

Trab°. 8%

I Imposto sobre Importação Var. tab. TEC

INSS-Instituto Nacional do Seguro Social. Percentual do salário de cada empregado, cobrado da empresa e do Trabalhador, para assistência à saúde e previdência social.

Cerca de 28%

Emp./

8% Trab°

IOF-Imposto sobre Operações Financeiras. Incide sobre empréstimo, financiamentos, operações financeiras e sobre ações.

Variável para cada Operação Financeira

IPI-Imposto sobre produto Industrializado, cobrado das Indústrias. Var. tab. TIPI

IRPJ-Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Incide sobre o lucro das empresas. 15%s. lucro + 10% adic.

ITR-Imposto sobre a propriedade Territorial Rural. 0,03% à 20%

PASEP-Programa de formação do Patrimônio do Servidor Público. 0,65% à1,65%

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PIS-Programa de Integração Social 0,65% à 1,65%

IMPOSTOS ESTADUAIS ---

ICMS-Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Incide ainda sobre o transporte interestadual e intermunicipal e telefonia.

nos estados Média 17%

Inter.4% à 12%

IPVA-Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores V, E+-..1% à 4%

ITCMD-Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação. Incide sobre heranças.

Varia estado de 3% à 8%

IMPOSTOS MUNICIPAIS ---

IPTU-Imposto sobre a Propriedade predial Territorial Urbana. Max. 15%

ISS-Imposto Sobre Serviços. Cobrados das empresas Max 5%

ITBI-Imposto sobre Transmissão de Bens Inter vivos. Incide sobre a mudança de propriedade de imóveis.

Varia Munic.

Méd.2%

Fonte: Autores

3.2 A Carga Tributária Brasileira e seus impactos nas empresas

As empresas brasileiras, sejam elas indústrias, comércio ou serviços sofrem com o alto e diversificado número de tributos cobrados da cadeia produtiva. Dúvidas frequentes sobre classificações, alíquotas, datas e a forma de recolhimento obrigam elas contarem com consultores e a manterem departamentos voltados para a área fiscal e tributária. Engessando e encarecendo o processo produtivo nacional, tirando a sua capacidade competitiva em relação à concorrência do mercado externo.

A arrecadação dos tributos no Brasil vem crescendo nos últimos anos, em 2018 a arrecadação subiu para R$ 1,45 trilhão, segundo artigo de Adriana Fernandes-Estadão, peso dos impostos para empresas e pessoas físicas em 2018 atingiu o pico de série histórica iniciada em 1947 e deu maior salto em 17 anos. Mesmo com a economia brasileira “andando de lado”, a carga tributária do País atingiu o pico histórico de 35,07% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 - o equivalente a R$ 2,39 trilhões. Em média, cada habitante recolheu o equivalente a R$

11.494 em impostos. Cada brasileiro precisou trabalhar cerca de 128 dias apenas para quitar os seus compromissos com o pagamento de tributos.

A CNI, Confederação Nacional da Indústria, fez um levantamento sobre a tributação nas rendas das empresas brasileiras e apurou que a alíquota nominal para as que recolhem pelo Lucro Real é de 34% em 2018, considerado o pior índice em um ranking de 18 países concorrentes do Brasil no mercado internacional. O estudo mostrou também que quando o total de tributos pagos, em percentual do lucro, o Brasil ficou entre os últimos colocados com 65,1%

esse índice é mais de três vezes maior que o do Canadá (20,5%), o mais bem colocado. Os dados são do relatório Doing Business 2019, do Banco Mundial. Esse ambiente acaba sendo ruim, porque grande parte dos investimentos das empresas é conseguido a partir do lucro obtido.

Segundo o site exame abril - economia, o gerente executivo da CNI Flávio Castelo Branco declara que “Como a tributação sobre a renda das empresas é mais alta do que em outros países, fica reduzida a capacidade de atrair investimentos externos para o Brasil”. Ou, no caso das empresas que já operam aqui, ficam sem capacidade de realizar novos investimentos porque suas matrizes preferem operar a partir de países que têm condições melhores de tributação”, afirmou, ao defender a redução no Brasil do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica. Na tabela

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abaixo temos a demonstração da ação direta dos impostos no custo final de produtos e serviços, alguns como a conta de luz têm impacto direto na produção empresarial.

Tabela 2 - Fardo Tributário / Proporção impostos no preço final produtos/serviços

PRODUT0S SERVIÇOS

TRIB.

PORC.

VALOR TRIBUTO

PREÇO MÉDIO

PRODUTOSERVIÇOS TRIB.

PORC.

VALOR TRIBUT

PREÇO MÉDIO

VODCA 81,50% R$16,30 R$ 20,00 BICICLETA 45,93% R$137,79 R$300,00

VÍDEOGAME 72,18% R$721,80 R$1000,00 TELEVISÃO 44,99% R$449,40 R$1000,00

PERFUMARIA 69,13% R$ 41,48 R$ 60,00 XAMPU 44,20% R$ 2,21 R$ 5,00

TENIS 58,59% R$ 87,89 R$150,00 ING. SHOW 41,00% R$143,50 R$350,00

CARRO 51,22% R$42 MIL R$ 82 MIL CELULAR 40,00% R$200,00 R$500,00

BATOM 51,00% R$ 7,65 R$ 15,00 BOMBOM 37,33% R$ 0,56 R$ 1,50

CONTA LUZ 48,27% R$ 14,48 R$ 30,00 T.COLETIVO 33,71% R$ 1,18 R$ 3,50

Fonte: Estadão 2018 / autores

3.3 Regimes Tributários

Segundo o site dicionário financeiro, Regime Tributário é o conjunto de leis que regulamenta a forma de tributação da pessoa jurídica no que diz respeito ao Imposto de Renda (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Cada uma das formas de tributação possui vantagens e desvantagens, que determinam diretamente o valor que será pago em impostos e exigências legais da empresa. A empresa deverá permanecer no regime escolhido por um período mínimo de 12 meses, migrando para outro dentro das condições exigidas por lei. As empresas brasileiras podem optar por 3 tipos de Regime Tributário:

3.3.1 Simples Nacional

Previsto na Lei Complementar 123 de 14de dezembro 2006; o Simples Nacional é um regime criado para descomplicar a forma de pagamento dos Tributos e beneficia Micro e Pequenas Empresas, cujas receitas anuais não sejam superiores a 4,8 milhões de reais.

Esse regime permite a empresa fazer o pagamento de todos os tributos em uma só guia, chamada DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional). Segundo site jornal contábil, neste documento estão incluídos a CSLL, COFINS, PIS/PASEP, CPP, IRPJ, IPI, ISS e ICMS.

Os valores variam de acordo com a atividade da empresa, mas, geralmente as alíquotas ficam

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entre 4,5% e 33%. Para fazer parte deste regime tributário, o faturamento anual não pode ultrapassar R$ 81 mil para o MEI; R$ 360 mil para as ME e R$ 4,8 milhões para as EPP.

Ainda segundo site jornal contábil, o percentual do Simples Nacional será decidido a partir da receita bruta anual e o anexo que a empresa estiver inserida. A alíquota, a partir de 2018 o novo SN, se tornou maior, mas com um desconto fixo específico para cada enquadramento. O cálculo do valor a ser pago é obtido através da fórmula:

RBT 12 x Alíq – PD RBT 12 E para substituir na fórmula:

a) RTB 12: Receita bruta acumulada dos últimos 12 meses;

b) Alíq: Alíquota que consta nos anexos I ao anexo V da lei;

c) PD: Parcela que será abatida e também consta nos anexos.

As novas tabelas do Simples Nacional foram resumidas em cinco anexos criados pela nova lei. São três deles para serviços, um para o comércio e o outro para a indústria. São eles:

Anexo I: Empresas voltadas ao comércio.

Anexo II: Composto por fábricas/indústrias e empresas industriais.

Anexo III: Empresas que prestam serviços de instalação; reparos e manutenção;

agências de viagens; e academias; escritórios de contabilidade; empresas de medicina e odontologia.

Anexo IV: Empresas que prestam serviços de limpeza; vigilância; obras; construção de imóveis; serviços advocatícios.

Anexo V: Empresas que prestam serviços de auditoria; jornalismo; tecnologia publicidade; engenharia e outras.

No anexo A, segue a tabela dos anexos e alíquotas.

3.3.2 Lucro Presumido

Esse regime se encontra entre o Simples Nacional e o Lucro Real, tem uma forma de tributação mais simplificada que este último. Neste regime a tributação acontece por uma tabela com um percentual legalmente estabelecido sobre o valor das vendas realizadas; independente da apuração do lucro e é variável de acordo com a atividade da empresa. Como também acontece no Lucro Real, os tributos devem ser pagos individualmente, os dois mais importantes tributos, o IRPJ e a CSLL, são cobrados com base em um percentual do lucro estimado, pré- estabelecido de acordo com a atividade da empresa. É utilizado, normalmente, por empresas de pequeno e médio porte por ter, em alguns casos, melhor custo benefício que os demais regimes.

Segundo o site jornal contábil, as empresas que adotam esse regime de tributação têm uma base de cálculo pré-estabelecida, assim como suas margens de lucro. Geralmente, essas são de 1,6% para o comércio e 32% para serviços; aplicados sobre a receita bruta. O regime é optado pela pessoa jurídica que não esteja obrigada a apurar o lucro real, que tenha receita anual inferior a 78 milhões de reais.

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3.3.3 Lucro Real

Conforme o site jornal contábil, o Lucro Real é uma das formas de tributação mais complexas. Ainda assim é o escolhido caso uma empresa não faça essa definição. Segundo a Receita Federal, por Lucro Real se entende o próprio lucro tributável, para fins de legislação do imposto de renda, distinto do lucro líquido apurado contabilmente, ou seja, a tributação das alíquotas se dará após a apuração do lucro, não do faturamento.

É regime obrigatório para aquelas que têm faturamento superior ao teto do Lucro Presumido e para determinadas atividades empresariais. São elas:

a) Empresas que atuam no mercado financeiro (bancos, financeiras e corretoras de valores);

b) Empresas que atuam no agronegócio;

c) Empresas que possuem algum tipo de benefício fiscal;

d) Empresas com capital oriundo do exterior.

Esse regime exige das empresas rigorosa documentação para a apuração precisa do lucro anual da empresa, tal como Demonstrativo do Resultado do Exercício(DRE) do negócio; e outros para declarar o lucro para a Receita.

Ainda de acordo com o site jornal contábil, a alíquota do IRPJ é de 15% sobre o lucro real; já na CSLL, fica entre 9% e 12%. Caso haja prejuízo, as empresas no Lucro Real podem usar o crédito para compensar em anos futuros. O limite seria de 30% para os dois tributos. E claro, quando não há lucro, nenhum desses dois tributos são cobrados. Outros impostos seriam o PIS e a COFINS, cujas alíquotas são de 1,65% e 7,6%. Os impostos são descontados mensalmente, sendo que no final do ano se calcula o lucro real. Caso os valores antecipados ultrapassem o valor total do ano, a empresa fica com crédito fiscal a seu favor. Outra opção de pagamento é pelo Lucro Real trimestral, mas neste caso, como valores definitivos, e não antecipado.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como vimos neste estudo, apesar da carga tributária brasileira não figurar entre as maiores do mundo percentualmente em relação ao PIB, o número excessivo de tributos (hoje cerca de 93 tipos) causam, em alguns casos, uma tributação em cascata produzindo um efeito de bitributação. A enorme dificuldade para as empresas entenderem os tributos e suas especificidades obrigam as mesmas a terem custos com departamentos internos ou escritórios contábeis/tributários externos. Além dessa burocracia, as empresas perdem competitividade num mercado globalizado onde vários países concorrentes têm custos e uma tributação sobre os lucros de suas empresas significativamente mais baixos.

É um fato afirmar que a informalidade traz prejuízos para todos, o Estado arrecada menos, isso passa a ser um dos motivos pelo qual os governos deixam de aplicar em ações que visam reduzir desigualdades sociais. Em busca de uma solução para tal situação o governo federal instituiu através da Lei Complementar 128/2009 uma nova proposta de pessoa empresária formalizada denominada MEI – Microempreendedor Individual. Uma forma inovadora e mais simples de legalização de pequenos negócios e serviços, e com pagamento em conjunto de impostos e contribuições. Hoje, 2019, contamos com cerca de 9,2 milhões de trabalhadores que puderam aderir ao MEI contribuindo para diminuição na taxa de desemprego e fazendo parte da retomada do crescimento do mercado interno.

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Temos no Brasil vários tipos de empresas, com limites de faturamento e tributações diferenciadas, desde a MEI até as S/A com faturamentos ilimitados, todos sofrem com essa situação tributária que tira investimentos e postos de trabalho na economia nacional. Fica clara a necessidade urgente de uma reforma tributária, contribuindo para uma aceleração dos negócios, o barateamento dos custos da produção. Existem em tramitação, no Congresso Nacional, alguns projetos de reforma previstos para serem votados e sancionados no próximo ano (2020), principalmente visando a aglutinação de vários tributos numa só cobrança, como já ocorre no Simples Nacional.

REFERÊNCIAS

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. DICIONÁRIO AURÉLIO DA

LÍNGUAPORTUGUESA .5ª edição. Curitiba PR: Ed. Positivo, 2010, p. 1132 e 2083.

MACEDO, Adolfo Benevenuto de. Manual prático do microempreendedor individual.

Belo Horizonte: O Lutador, 2009.

ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL, São Paulo SP: Ed. Enciclopédia Britânica do Brasil Publicações Ltda.-1987, Vol. 20, p. 11025

BRASIL. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.

FERREIRA, Rodrigo. JUS BRASIL, 2018. Disponível

em:<https://rfersantos.jusbrasil.com.br/artigos/222353175/tributos-origem-e-evolucao>.

Acesso em: 21/ago./2020.

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PORTALTRIBUTARIO – TRIBUTOS, 2019- Disponível em:

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SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – SEBRAE NACIONAL. Disponível em: <http://sebrae.com.br/sites/ Portal

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SENADO FEDERAL/ AGENCIA SENADO – IMPOSTOS, 2018- Disponível em:

<Https://www.senado.gov.br/noticias/jornal/cidadania/impostos/not03.htm)>

Acesso em; 21/ago./2020.

SOUZA, Alexandre- SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – MEI, 2017- Disponível em: <https://blog.sebrae-sc.com.br/voce-sabe-o-que- e-um-microempreendedor-individual-mei/>. Acesso em: 21/ago./2020.

"O CONTEÚDO EXPRESSO NO TRABALHO É DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DO(S) AUTOR(ES)."

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