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A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE A PRÁTICA DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NO ÂMBITO ESCOLAR

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A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE A PRÁTICA DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NO ÂMBITO ESCOLAR

Wilson Marques Navarro Júnior wilson.navarro09@gmail.com Colégio Universal

Moacir Juliani julianimoacir@gmail.com Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT A PERCEPÇÃO DOS DOCENTES SOBRE AS COMPETÊNCIAS DO COODENADOR PEDAGÓGICO (CP) E SEUS PRECEDENTES

Sobre o profissional pedagogo, Saviani (2000), faz uma reflexão, acerca da educação no regime militar e interpreta a LDBEN 4024/61, em seu artigo 52: - “O Ensino Normal tem por fim a formação de professores, orientadores, supervisores e administradores escolares destinados ao ensino primário e o desenvolvimento dos conhecimentos técnicos relativos à educação da infância”, ao afirmar que a atuação desse profissional, é a descrição do profissional oriundo do curso de pedagogia.

Segundo Ferreira (2011) e Venas (2012), no que se refere aos aspectos que precederam a função de coordenador pedagógico, o Conselho Federal de Educação (CFE), aprovou o Parecer nº 25217, de 1969, que reformulou o curso de Pedagogia e de forma mais técnica especializou em funções o profissional formado, outorgando- lhes e introduzindo a “habilitação”, dessa forma, abri-se o campo de trabalho em diferentes campos na escola e nos sistemas educacionais: administração, inspeção, supervisão e orientação e magistério das disciplinas profissionalizantes dos cursos normais.

Essa função possuía um perfil definido pelo autoritarismo militar da década 1970.

No entanto, nos anos 80 o termo Coordenador Pedagógico (CP) foi cada vez mais

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partir de 1990, com o advento da lei Nº 9394/96, o termo supervisor pedagógico foi legalmente eliminado (VENAS, 2012).

Na segunda metade da década de 80, no pós regime militar, a formação do profissional pedagogo tornou-se alvo de severas críticas, e nesse período são travadas discussões e debates acerca da identidade desse profissional, reivindicando- lhes a formação de um generalista, no qual eles são vocacionados a integrar suas práticas pedagógicas de forma completa (FURLAN, 2008; FERREIRA, 2011).

No ano de 2005, foi aprovada as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Licenciatura em Pedagogia têm como finalidade: “A formação oferecida abrangerá, integradamente à docência, a participação da gestão e avaliação de sistemas e instituições de ensino em geral, a elaboração, a execução, o acompanhamento de programas e as atividades educativas... “ Tais práticas compreendem tanto o exercício da docência como o de diferentes funções do trabalho pedagógico em escolas (PARECER CNE/CP nº 3/2006; SCHEIBE, 2007).

Venas (2012) afirma que a função “Coordenador Pedagógico” nasce com uma identidade profissional comprometida. Lima (2007) utiliza metáforas para referir-se ao trabalho desempenhado pelo CP na educação fundamental, como o “de mil utilidades”

dentro da escola onde trabalha; e “bombeiro”, isto é, aquele que apaga o fogo das emergências, os focos de conflitos.

A escola é palco central das práticas pedagógicas. Enfrenta muitos desafios que surgem no cotidiano, esses desafios credenciam ou não essa instituição na sociedade pós-moderna, para isso ela precisa de profissionais que estejam capacitados para agir como maestro das ações pedagógicas, esses profissionais são os CP.

Através de pesquisa in locu, em conversas, ouvindo reclamações de professores à respeito das reais competências do CP, percebeu-se que no âmbito escolar, sua função é questionada por grande parte dos docentes, essa situação acaba sendo causa de discussão e desentendimento na escola, provocando, assim, animosidade na relação entre esses profissionais.

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São muitas as discussões em torno da identidade do coordenador pedagógico.

Dessa forma, nasce o nó crítico deste trabalho quando se questiona “qual é a percepção dos professores sobre as competências desses profissionais no contexto escolar?” É, portanto, relevante desvelar a percepção docente sobre a prática do coordenador pedagógico na escola, visto que estes profissionais vivem no mesmo habitat, no entanto, com nicho distinto daqueles.

Esse trabalho tem como objetivo desvelar e refletir qual a percepção dos professores sobre as competências do profissional coordenador pedagógico no âmbito escolar. A pesquisa é de natureza qualitativa, pois ela analisa e descreve o fenômeno em sua forma complexa e descritiva.

Foram entrevistados professores de ensino médio de três das quatro escolas estaduais do município de Juruti – Pará.Cada sujeito envolvido teve garantido seu anonimato, e foi apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Os resultados encontrados revelam a percepção dos professores sobre a prática dos pedagogos, no qual todos os quinze professores reconheceram o valor profissional, quando foram perguntados sobre a importância do coordenador pedagógico no contexto escolar, no sentido de ajudar no planejamento e execução do Projeto Político Pedagógico (PPP).

Cem por cento dos entrevistados não perceberam segurança, domínio das práticas dos C P para se planejar e executar o PPP. Um professor de codinome A afirmou: “a impressão que se tem é que eles não usam o PPP pra guiar seus trabalhos na escola”.No entanto, Veiga (2004) ratifica que o PPP é um valioso instrumento, cujo objetivo é de enfrentar os desafios encontrados na escola.

Questionados sobre o desempenho das funções do CP na escola, um grupo de professores deu a resposta no mesmo eixo: “eles possuem muitas dificuldades em desempenhar suas funções”; outros professores que tiveram o mesmo sentido de resposta responderam “eles não sabem suas reais funções”; ainda outro grupo de resposta semelhantes “ eles apenas informam o calendário escolar e fazem os

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professores executarem o que está agendado, sem nenhum projeto escrito... só pra não passar em branco”.

No que se refere ao dever do CP de ajudar o professor, mediando essa prática, estabelecendo obrigatoriamente uma dinâmica de interação, os professores mostraram-se entristecidos e decepcionados. Um professor de codinome ”tenho 9 anos trabalhando nessa escola e, nunca recebi uma ajuda de meu CP, nem um tipo de orientação sobre minha prática em sala de aula; um grupo de professores falou

“eles demonstram não entenderem de nenhuma disciplina específica, por isso não sabem ajudar”. O professor C afirmou os CP de não saberem associar o discurso teórico e prático, “pois eles não realizam a práxis pedagógica e ficam trancados nas suas salas, se distanciando do seu campo de ação. Se limitam a fazer o cronograma de horários dos professores”.

A grande maioria dos professores entrevistados afirmou que os CP não sabem identificar sua reais funções no cotidiano da escola.

A pesquisa concluiu que os docentes entrevistados reconhecem que a função do coordenador pedagógico é sublime e essencial à escola, pois onde o profissional pedagogo não age como o “maestro da orquestra”, como o coordenador das atividades pedagógicas, há a perda do norte no caminho da execução do PPP de cada educandário. Dessa forma, nascia os conflitos que foram observados nas reuniões mensais realizadas com o grupo de coordenadores pedagógicos, uma vez que os professores cobravam a prática pedagógica respaldada por seus discursos teóricos.

Assim sendo, percebeu-se a necessidade dos CP revisitarem suas reflexões e acervos à respeito de suas funções na escola, a fim de que sejam revalorizados e reconhecidos pelo corpo docente como os mediadores, articuladores e facilitadores do processo ensino-aprendizagem e dos trabalhos pedagógicos no âmbito escolar.

Por isso, foi executado um projeto de intervenção nas práticas dos coordenadores pedagógicos da escolas pesquisadas, no qual foram realizados encontros de partilha e reflexão das suas práticas pedagógicas, a fim de se detectar

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os pontos positivos e soluções aos pontos reconhecidos como negativos, ou que precisam melhorar.

Acredita-se que esse trabalho sirva de subsídios aos profissionais da educação, pois aponta reflexões de problemas enfrentados no cotidiano escolar

Palavras-chave: Coordenador pedagógico; Docentes; Escola.

REFERÊNCIAS:

ANDRADE, M. R. S de. As interfaces da atuação do coordenador pedagógico:

contribuições aos docentes. 2010

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN 4024/61

______. Ministério da Educação. CFE. Parecer 252 de 1969 que estabelece o currículo mínimo do curso de pedagogia.

______. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBN 9394/96.

______. Ministério da Educação. CFE. Parecer CNE/CP Nº: 3/2006.

FERREIRA. V. L. Curso de pedagogia no Brasil: história e formação com pedagogos primordiais. Rio de Janeiro: WAK EDITORA, 2011, 218 p.

FURLAN, Cacilda Mendes Andrade – UEL. História Do Curso De Pedagogia No Brasil:

1939-2005. 2008.

LIMA, Paulo Gomes; SANTOS Sandra Mendes dos. O coordenador pedagógico na educação básica: desafios e perspectivas.Educar e et educare: Revista de Educação,V.2n.4,p.77-90,jul./dez.2007.

SAVIANI. Dermeval. Supervisão Educacional Para Uma Escola De Qualidade -2000.

SCHEIBE. L. Diretrizes Curriculares Para O Curso De Pedagogia: Trajetória Longa E Inconclusa. Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 130, jan./abr. 2007

VENAS. R. F. A Transformação Da Coordenação Pedagógica Ao Longo Das Décadas de 1980 e 1990. VI Colóquio Internacional “Educação e Contemporaneidade”. 2012.

Referências

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