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MILHO NA LINHA DE CAFEEIROS JOVENS, NA PROTEÇÃO CONTRA VENTOS J.B. Matiello

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Academic year: 2022

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MILHO NA LINHA DE CAFEEIROS JOVENS, NA PROTEÇÃO CONTRA VENTOS

J.B. Matiello – Eng Agr Fundação Procafé e Vanderley C. Silva- Tec. Fda Vista Bela

As áreas de cafezais de planalto e chapada, especialmente nas regiões de altitude elevada, sofrem com o efeito de ventos frios, os quais provocam entortamento de plantas, roletamento do tronco, ferimentos e queimas de folhas novas, abrindo portas, no tecido, para a entrada de doenças. Nessas condições, de problemas com ventos em cafeeiros, os danos mais severos ocorrem em plantas jovens, nos primeiros anos, principalmente no pós-plantio, quando a lavoura, ainda com cafeeiros baixos, fica sem a auto-proteção, que passa a acontecer nas plantas adultas.

A medida de proteção indicada, para cafeeiros jovens, se constitui na instalação de quebra-ventos, com o plantio de renques vegetais temporários. Para isso, o milho é uma planta indicada, pelas suas vantagens de porte alto, crescimento rápido e pelo seu uso alimentar.

Relata-se, na presente nota, uma experiência nova, com o uso de plantas de milho na proteção de cafeeiros no pós-plantio.

O trabalho foi realizado em Bonito, na Chapa Diamantina-BA, a cerca de 980 m de altitude. Normalmente o milho é plantado em renque no meio das ruas do cafezal. A nova modalidade utilizou as plantas de milho dentro da linha/sulco de plantio do café. Foram testados 2 lotes. O primeiro nessa nova forma de dispor o milho e outro na usual, esta com o milho plantado nas ruas. Cada lote foi instalado, um ao lado do outro, em terreno de chapada plana, com cerca de 5 ha cada. O cafezal foi plantado em maio de 2014, no espaçamento de 3,7 x0,5 m. O milho na linha foi plantado, em seguida, utilizando um stand baixo, usando apenas 2 plantas a cada 1m, portanto deixando 2 plantas de café entre 2 covas de milho.

Aos 3 meses após o plantio do milho, em agosto de 2014, avaliou-se o efeito das 2 modalidades de renque.

Verificou-se o bom desenvolvimento das plantas de milho na linha de cafeeiros, com altura média de 1,7 m, contra apenas 0,5 m daquelas na rua. Este maior desenvolvimento do milho na linha esteve relacionado com a melhor condição de fertilidade ali, apesar de ter sido usada adubação do milho na rua.

Observou-se que as plantas de milho, crescendo na linha de cafeeiros no pós-plantio, resultaram em boa proteção contra ventos, ficando os cafeeiros jovens, nesse lote, sem entortamentos e formação de pequenos buracos, ocos, no solo, junto à muda, sintomas presentes na área de milho na rua.

As plantas de milho na linha ofereceram, também, proteção contra a deposição do frio sobre o topo das plantas jovens de café, que, assim, não ficaram com folhas amarela-esbranquiçadas, como as do lote desprotegido.

Este tipo de proteção ocorreu pelo efeito guarda chuva das folhas do milho. Alem disso, crescendo próximas às mudas de café, as plantas de milho propiciaram sombra, reduzindo a transpiração e evitando escaldaduras e perdas de mudas, comuns em plantios ao sol.

Outra vantagem do plantio do milho na linha foi a de não criar dificuldades no trânsito do trator, nas ruas do cafezal, para fazer os tratos. Alem disso, em casos de uso de irrigação localizada na linha, as duas culturas ficarão atendidas pelo sistema.

O problema verificado, em algumas poucas plantas de café, foi o efeito mecânico de folhas baixas do milho, roçando sobre a folhagem nova do cafeeiro, o que pode ser contornado pela eliminação dessas folhas, naqueles poucos pontos onde for observado o problema inicial.

Não foi verificada concorrência significativa das plantas de milho, sobre as plantas novas de café, função do baixo stand, propositadamente usado para o milho.

Conclui-se que - pelas observações de bons resultados, no desenvolvimento, proteção e ausência de concorrência, a

combinação de milho na linha de cafeeiros, no pós-plantio, pode oferecer vantagens em relação ao sistema usual, de

plantio nas ruas.

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