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PERFIL DOS USUÁRIOS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDIOPULMONAR 1

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Academic year: 2021

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PERFIL DOS USUÁRIOS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDIOPULMONAR

1

STEIDL, Eduardo Matias dos Santos

2

; TONETTO, Nathiele Dias

2

; IENSEN, Graziela Vieira

2

; ANTUNES, Vívian da Pieve

3

; BEUTER, Cláudia Regina

3

; BIAZUS, Jaqueline de Fátima

3

; MAI, Carla Mirelle Giotto

3

; PASQUALOTO, Adriane Schmidt

3

1

Trabalho realizado pelo grupo de Pesquisa Promoção da saúde e tecnologias aplicadas a fisioterapia _UNIFRA

2

Acadêmicos do curso de Fisioterapia do Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil

3

Docentes do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil

E-mail: edumatias2005@gmail.com , aspasqualoto@gmail.com

RESUMO

A reabilitação cardiopulmonar é um padrão de cuidados recomendados para pacientes finalidade de controlar e aliviar os sintomas e otimizar a capacidade funcional. O objetivo deste trabalho é relatar o perfil dos pacientes atendidos no PRCP do curso de Fisioterapia (UNIFRA) no primeiro semestre de 2011. Trata-se de uma pesquisa descritiva, tranversal desenvolvida no laboratorio de ensino prático do Curso de Fisioterapia da UNIFRA. A amostra foi constituida por sete indivíduos. Foram coletados os dados relacionados ao genêro, idade, renda familiar, escolaridade e fatores de risco a saúde como o tabagismo e o índice de massa corpórea. Os resultados encontrados evidenciam que são idosos, prevalecendo o gênero feminino, portadoras de doença cardiaca, apresentando os fatores de risco para doença cardíaca a hipertensão, tabagismo e o aumento nos índices de massa corporal. Conclui-se que os particantes do programa reabilitação apresentam fatores de risco que repercutem no seu estado de saúde.

Palavras-chave: Cardiopatias; Reabilitação Cardiovascular; Fisioterapia.

1. INTRODUÇÃO

As doenças cardiovasculares no início do século XX correspondiam por menos de 10% dos casos de óbito em todo o mundo, mas no final desse mesmo século, esse grupo de doenças foi responsável por aproximadamente 50% dos óbitos nos países desenvolvidos e 25% nos países em desenvolvimento. Para 2020 são estimados 25 milhões de óbitos pór afecções cardiovasculares (ALMEIDA et al., 2003).

Existem diversos fatores de risco que contribuem para o surgimento de uma doença

cardiovascular, entre eles estão: a idade avançada, o gênero, as dislipidemias, o tabagismo

(2)

e a diabete mellito. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um dos fatores de risco fundamental para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, onde estudos brasileiros demonstram que há uma prevalência entre 12% a 35% de indivíduos hipertensos em diferentes regiões (ARMAGANIJAN; BATLOUNI, 2000; BRANDÃO et al., 2003).

Os Programas de Reabilitação Cardiovascular (RC) foram implantados no Brasil desde a década de 1960, onde, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), os mesmos são caracterizados como um conjunto de ações que visam a restauração física, mental e social de portadores de cardiopatias, favorecendo o retorno destes indivíduos para a comunidade com um estilo de vida ativo e produtivo (MILANI et al., 2007; ROSSI et al., 2007).

Os benefícios da RC nos últimos anos já estão bem descritos na literatura, tais como a melhora da capacidade funcional, redução de fatores de risco, redução dos sintomas, melhora na qualidade de vida e a detecção precoce de sinais e sintomas que antecedem uma série de complicações. Dentre as suas indicações encontram-se o pós-infarto agudo do miocárdio, após cirurgia de revascularização do miocárdio, pós-operatório de cirurgias cardíacas, insuficiência cardíaca crônica estável, pré e pós-transplante cardíaco, intervenções percutâneas do miocárdio, doenças valvares e doença arterial periférica (MAIR et al., 2011).

Desta maneira, observa-se que a RC possui um grande arsenal de atuação. Para tanto, suas sessões são realizadas em ambientes ambulatoriais, preconizando prescrições individualizadas e na atuação direta sobre os fatores de risco modificáveis que estão associados às doenças cardiovasculares, inaptidão física, recorrência de eventos cardíacos e na melhora da qualidade de vida destes indivíduos (RICARDO; ARAÚJO, 2006).

Nesta visão, o conhecimento do perfil da população atendida nestes serviços de reabilitação, torna-se de suma importância para um correto delineamento da RC e o prognóstico do grupo atendido. Baseando-se nessas premissas, o presente trabalho tem por objetivo mostrar o perfil de um grupo de participantes cardiopatas atendidos no Programa de Reabilitação Cardiopulmonar do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA).

2. METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa descritiva, transversal. Esta pesquisa foi desenvolvida no

primeiro semestre de 2011, no Laboratório de Ensino Prático do Curso de Fisioterapia

(UNIFRA), Santa Maria/RS.

(3)

A população do estudo compreendeu os indivíduos participantes do Projeto de Reabilitação Cardiopulmonar, onde a amostra foi constituída por sete indivíduos cardiopatas, com média de idade de 60,42± 16,0 anos de ambos os gêneros.

Foram coletados os dados relacionados ao diagnóstico, gênero, idade, renda familiar, escolaridade e fatores de risco a saúde como o tabagismo e o índice de massa corpórea. E os dados foram analisados pela estatística descritiva.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O Projeto de Reabilitação Cardiopulmonar (UNIFRA) consta com sete indivíduos cardiopatas, distribuídos na Tabela 1:

Tabela 1: Perfil dos indivíduos cardiopatas do PRCP n Gênero Idade

(anos)

Diagnóstico Escolaridade Renada Familiar (Salários Mínimos)

Período que foi fumante

(anos)

IMC Fatores de risco

1 F 33 Tetralogia de

Falot

2° grau 2 a 5 - 23,45 -

2 M 68 IAM Curso técnico 5 a 10 8 23,51 HAS

3 M 80 IAM 2° grau

incompleto

5 a 10 8 26,83 HAS

4 F 75 HAS 1° grau

completo

5 a 10 - 24,92 HAS

5 F 54 IAM 1° grau

incompleto

2 a 5 - 29,17 HAS

6 F 51 IAM 1° grau

incompleto

1 a 2 12 23.83 HAS

7 M 62 Ateriosclerose 1° grau completo

2 a 5 20 27,96 HAS

F=feminino, M=masculino, IAM=infarto agudo do miocárdio, HAS=hipertensão arterial sistêmica, IMC=índice de massa corpórea.

Em relação à caracterização da população estudada, observou-se que há um

predomínio do gênero feminino com cardiopatias. Esse perfil encontrado em nosso estudo

diverge da literatura, que demonstram que mesmo com a instalação da doença arterial

coronariana tenha associação positiva com a idade, sua incidência é mais tardia nas

mulheres em vigência de sua proteção estrogênica (ROSSI et al., 2011), além disso, a

National Heart, Lung and Blood Institute (2006), demonstra que a população feminina

reconhece a relevância das mudanças nos hábitos de vida, capaz de prevenir 80% dos

eventos coronarianos.

(4)

A população estudada caracteriza-se como idosa (média de 60,42 anos). Com o avanço dos anos, o sistema cardiovascular passa por uma série de alterações, tais como arterioesclerose, diminuição da distensibilidade da aorta e das grandes artérias, comprometimento da condução cardíaca e redução na função barorreceptora. Frente a isso, e com a associação de alguns fatores de risco como a hipertensão, diabetes mellitus, fumo, dislipidemias, sedentarismo e a obesidade, o idoso possui maior risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (ZASLAVSKY; GUS, 2002).

O envelhecimento produz progressivas mudanças cardíacas estruturais como, por exemplo, maior deposição de células adiposas nos tecidos e uma diminuição da elasticidade vascular, e associado com o sobrepeso, representa um fator de comorbidade para o desenvolvimento de cardiopatias (ALMEIDA; MANFROI, 2007; SALINAS; COCA, 2010).

Dentre os fatores de risco encontrados para a aquisição de doenças cardiovasculares, o tabagismo foi o mais expressivo na amostra estudada, onde metade dos indivíduos (57,15%) fumou em algum momento. A função cardiovascular é afetada pelos efeitos nocivos do cigarro, pois o seu uso acarreta o agravamento de diversas doenças, como a hipertensão arterial sistêmica, a formação de placas arterioscleróticas e a dislipidemia, onde estas adquirem maior significado com o avançar da idade, quando se somam às perdas funcionais próprias do envelhecimento (GOULART et al., 2010).

Além do tabagismo, o elevado índice de massa corpórea (IMC) representa um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. No presente estudo o IMC esteve aumentado em 42,85% dos indivíduos. Damascena et al. (2009) demonstraram que há uma associação positiva entre o IMC com o risco de doenças cardiovasculares, visto que a obesidade associada com o aumento da circunferência abdominal provoca uma sobrecarga cardíaca, favorecendo o desenvolvimento de cardiopatias.

4. CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo sugerem que os aspectos relacionados à idade, ao

gênero e os sociodemográficos são variáveis importantes para conhecer o perfil de um

grupo participante de um Programa de Reabilitação Cardiopulmonar e traçar. E o grupo dos

indivíduos participantes do programa reabilitação apresenta fatores de risco que repercutem

no seu estado de saúde. Além disso, sugere-se que sejam realizados novos estudos

avaliando outras características pertinentes para o delineamento do perfil não somente

demográfico, mas como também funcional destes indivíduos.

(5)

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, F.F.; BARRETO, S.M.; COUTO, B.R.G.M.; STARLING, C.E.F. Fatores Preditores da Mortalidade Hospitalar e de Complicações Per-Operatórias Graves em Cirurgia de Revascularização do Miocárdio. Arq Bras Cardiol., v. 80, n. 1, p. 41-50, 2003.

ALMEIDA, A.S.; MANFROI, W.C. Peculiaridades no tratamento da cardiopatia isquêmica no idoso.

Rev Brás Cir Cardiovasc, v. 22, n. 4, p. 476-83, 2007.

ARMAGANIJAN, D.; BATLOUNI, M. Impacto dos Fatores de Risco Tradicionais. Rev Soci Cardiol., v.

10, n. 6, p. 686-693, 2000.

BRANDÃO, A.P.; BRANDÃO, A.A.; MAGALHÃES, M.E.C.; POZZAN, R. Epidemiologia da Hipertensão Arterial. Rev Soci Cardiol., v. 13, n. 1, p. 7-19, 2003.

DAMASCENA, L.L.; NETO, N.P.; PEREIRA, V.A. Correlação entre obesidade abdominal, IMC e risco cardiovascular. In: XI Encontro de Iniciação à Docência, Paraíba, 2009.

GOULART, D.; ENGROFF, P.; ELY, L.S.; SGNAOLIN, V.; SANTOS, E.F.; TERRA, N.L.; CARLI, G.A.

Tabagismo em idosos. Rev Bras Geriat e Gerontol., v. 13, n. 2, p. 313-20, 2010.

MAIR, V.; YOSHIMORI, D.Y.; CIPRIANO, G.; CASTRO, S.S.; AVINO, R.; BUFFOLO, E.; BRANCO, J.N.R. Perfil da fisioterapia na reabilitação cardiovascular no Brasil. Fisiot & Pesq., v. 15, n. 4, p. 333- 8, 2008.

MILANI, M.; KOZUKI, R.T.; CRESCÊNIO, J.C.; PAPA, V.; SANTOS, M.D.B.; BERTINI, C.Q. et al.

Efeito do treinamento físico aeróbico em coronariopatas submetidos a um programa de reabilitação cardiovascular. Medicina, v. 40, n. 3, p. 403-11, 2007.

NATIONAL HEART, LUNG AND BLOOD INSTITUTE. AHA/ACC guidelines for secondary prevention for patients with coronary and other atherosclerotic vascular disease: 2006 update endorsed by the National Heart, Lung and Blood Institute. J Am Coll Cardiol., v. 47, p. 2130-9, 2006.

ROSSI, R.C.; VANDERLEI, F.M.; MEDINA, L.A.R.; PASTRE, C.M.; PADOVANI, C.R.; VANDERLEI,

L.C.M. Influência do perfil clínico e sociodemográfico na qualidade de vida de cardiopatas submetidos

à reabilitação cardíaca. ConScientiae Saúde, v. 10, n. 1, p. 59-68, 2011.

(6)

RICARDO, D.J.; ARAÚJO, C.G.S. Reabilitação cardiaca com ênfase no exercício: revisão sistemática. Rev Bras Med Esporte, v. 12, n. 5, p. 279-85, 2006.

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ZASLAVSKY, C.; GUS, I. Idoso. Doença cardíaca e comorbidades. Arq Bras Cardiol., v. 79, n. 6, p.

635-9, 2002.

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