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CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPINAS Estado de São Paulo

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Academic year: 2021

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PROJETO DE LEI ORDINÁRIA Nº ________/________

DISPÕE SOBRE A INSTITUIÇÃO E CRIAÇÃO DO OBSERVATÓRIO DA CIDADE DE CAMPINAS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

Art. 1º Institui no Município de Campinas a criação do Observatório da Cidade de Campinas, visando o direito à cidade, a Democracia Participativa e a Inclusão Social.

Parágrafo único. O direito à cidade é um direito difuso e coletivo, de natureza indivisível, de que são titulares todos os habitantes da cidade, das gerações presentes e futuras.

Art. 2º Poderão integrar tanto o Conselho Gestor, instância consultiva, o Comitê Gestor, o Comitê Técnico do Observatório da Cidade de Campinas os seguintes representantes:

I - Secretaria Municipal de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos;

II - Secretaria Municipal de Chefia de Gabinete;

III - Secretaria Municipal de Comunicação;

IV - Secretaria Municipal de Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública;

V - Secretaria Municipal de Cultura e de Turismo;

VI - Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Social;

VII - Secretaria Municipal de Educação;

VIII - Secretaria Municipal de Esportes e Lazer;

IX - Secretaria Municipal de Finanças;

X - Secretaria Municipal de Governo;

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XI - Secretaria Municipal de Habitação e Presidência da Cia de Habitação Popular de Campinas (Cohab Campinas);

XII - Secretaria Municipal de Justiça;

XIII - Secretaria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas;

XIV - Secretaria Municipal de Saúde;

XV - Secretaria Municipal de Serviços Públicos;

XVI - Secretaria Municipal de Trabalho e Renda;

XVII - Secretaria Municipal de Transportes;

XVIII - Secretaria Municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável;

XIX - Ceasa (Centrais de Abastecimento de Campinas S/A);

XX - Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec);

XXI - Fundação José Pedro de Oliveira (Mata de Santa Genebra);

XXII - IMA (Informática dos Municípios Associados);

XXIII - Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento);

XXIV - Setec (Serviços Técnicos Gerais);

XXV - Câmara Municipal de Campinas;

XXVI - Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP;

XXVII - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas – IFCH da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP;

XXVIII - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - Puc Campinas;

XXIX - OSC - Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos;

XXX – Organizações dos movimentos sociais, profissionais, sindicais e populares.

§ 1º - Os membros do Observatório da Cidade de Campinas deverão elaborar relatórios e pareceres anuais sobre as políticas públicas implementadas pelo

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município de Campinas.

§ 2º - Os integrantes do Conselho Gestor, instância consultiva, o Comitê Gestor, o Comitê Técnico do Observatório da Cidade de Campinas não serão remunerados por essa tarefa.

Art. 3º Objetivos gerais do Observatório da Cidade de Campinas:

I - definir diretrizes e políticas públicas de acesso à cultura, a mobilidade urbana, ao direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, a infraestrutura urbana, ao transporte, aos serviços públicos, a cultura e ao trabalho e lazer;

II - incentivar a participação da comunidade na administração do Município, cooperando para a eficiência do serviço público, que será estabelecido na regulamentação desta Lei;

III - desenvolver experiências e metodologias de participação, a exemplo dos Orçamentos Participativos, das Consultas e Audiências Públicas, dos Conselhos Municipais, dos Plebiscitos e Referendos e de outros fóruns e mecanismos digitais que possibilitam o envolvimento da sociedade civil na gestão das políticas públicas e na discussão sobre os rumos do desenvolvimento local e regional;

IV - gerar informações/indicadores para monitoramento dos temas relacionadas ao direito a cidade;

V - gerar instrumentos de disseminação de informações, espaços de interação, gestão compartilhada da informação, análise, e promoção de experiências que propiciem o aprofundamento da democracia participativa;

VI - promover o georreferenciamento das informações por bairro, região e, quando for possível, por unidades geográficas menores. Este instrumento deverá permitir a geração de mapas temáticos, assumindo assim um papel pedagógico para a participação ativa do cidadão.

Art. 4º Objetivos específicos do Observatório Municipal:

I - ampliar o nível de conhecimento dos diferentes agentes sociais - poder público, sociedade civil organizada e não organizada, ong´s, empresas, instituições de pesquisa, startups e universidade;

II - aprofundar o conhecimento sobre os fatores condicionantes das desigualdades socioeconômicas e das demais formas de desigualdade socioculturais;

III - colaborar para a elaboração de políticas públicas adequadas às realidades do município e efetivas na obtenção de resultados sociais;

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IV - acompanhar a evolução da situação social da população de Campinas frente aos objetivos de Desenvolvimento do Milênio definidos pela ONU para o período até 2015;

V - avaliar a gestão participativa em termos de capital social e de empoderamento do capital humano local;

VI - identificar as modificações produzidas pela participação cidadã no tecido urbano e social da cidade, em termos de redução da pobreza e das desigualdades sociais e de melhoria da convivência social;

VII - construir indicadores que propiciem a avaliação do impacto da gestão participativa na estrutura e no funcionamento da administrativa municipal, em termos de transparência, transversalidade, métodos de gestão, descentralização e eficácia das políticas públicas;

VIII - capacitar agentes públicos e lideranças comunitárias quanto às informações da cidade, ampliando o nível de conhecimento acerca da realidade local;

IX - construir indicadores mínimos capazes de propiciar estudos comparativos entre as diferentes experiências.

Art. 5º Caberá ao Observatório a geração dos seguintes mapas:

I - Mapa Social:

a. Diagnóstico periódico (anual) das condições de vida da população campineira tomando-se como parâmetro territorial as 6 regiões (Centro, Norte, Sul, Leste, Noroeste e Sudoeste);

b. Diagnóstico dos indicadores de qualidade de vida e das desigualdades existentes entre e intra as diferentes regiões e bairros da cidade;

c. Focalização territorial dos setores excluídos do acesso aos bens e serviços públicos e à renda mínima, e localização dos segmentos situados abaixo da linha de pobreza;

d. Perfil da habitação de interesse social;

e. Mobilidade espacial da população;

f. Perfil do empreendedorismo social;

g. Diagnóstico das condições de vida da população negra, de suas entidades representativas, do racismo estrutural no município;

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h. Diagnóstico das condições de vida das mulheres, em particular dos casos de violência de gênero, de feminicídio.

i. Diagnóstico das condições de vida da população idosa, e de suas entidades representativas;

j. Diagnóstico especializado da violência contra a mulher e a comunidade LGBTQI+.

II - Mapa Econômico:

a. Nível de emprego;

b. Renda;

c. Contexto socioeconômico;

d. Tipologia socioespacial de Campinas: diferenciações sócio-ocupacionais e desigualdades sociais entre os espaços da cidade.

III - Mapa da Democracia Participativa:Mapeamento da ação coletiva por meio da análise de Redes Sociais;

1) Levantamento etnográfico do associativismo e análise com utilização de software para identificação de redes de interação na ação coletiva;

2) Identificação dos principais problemas estruturais objetivando subsidiar a discussão dos agentes sociais e políticos sobre possíveis aperfeiçoamentos sistêmicos do processo de participação;

3) Mapeamento quantitativo e qualitativo das redes sociais.

4) Mapa Ambiental e de Infraestrutura:

a. Condições do ar, área verde p/habitante, destino dos resíduos e formas de reciclagem;

b. Redes de água, de esgoto cloacal e pluvial;

c. Telefonia, energia elétrica, fibra ótica e gás natural;

d. Malha viária, transporte e circulação;

e. Limpeza urbana;

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f. Assentamentos habitacionais irregulares, áreas de risco, déficit habitacional;

g. Mapa dos empreendimentos imobiliária;

h. Mapa dos resíduos florestais;

i. Mapa dos condomínios horizontais;

j. Mapa das hortas comunitárias e particulares;

k. Mapa de ciclovias e ciclofaixas;

l. Mapa das redes Wi-Fi grátis;

m. Mapa das residências que adotaram como alternativa a energia solar.

V - Mapas dos Equipamentos Sociais:

a. Creches;

b. Escolas Municipais, Estaduais e Particulares;

c. Postos de saúde e Unidades de saúde;

d. Centros e módulos de assistência social;

e. Equipamentos Culturais;

f. Parques e Praças.

VI - Mapa do Monitoramento do Cumprimento das Metas de Desenvolvimento do Milênio (MDMs):

a. Definição de metodologias de monitoramento das MDMs;

b. Produção de indicadores municipais e intermunicipais relacionadas aos principais objetivos das MDMs;

c. Analisar a viabilidade do cumprimento das metas em nível municipal e intermunicipal;

d. Promover a difusão das MDMs em nível municipal e intermunicipal através do Observatório.

VII - Mapa da Pobreza:

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a. Construção de indicadores que visam captar o caráter multidimensional da pobreza;

b. Levantamento dos locais e das condições sociais da população de rua.

VIII - Mapa do Acompanhamento Fiscal/Financeiro do Governo Municipal:

a. Evolução da Receita por tipo (corrente e capital);

b. Evolução da Despesa por natureza de despesa, função e programa;

c. Acompanhamento físico e financeiro dos investimentos;

d. Cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal;

e. Cumprimento da Lei Orgânica do Município (em especial, nas áreas de saúde e educação);

f. Mapa de monitoramento dos Protocolos de Intenções, Contratos, Convênios, Acordos de Cooperação celebrados pelo município com a União, Estado e Organizações de Controle Social (OCS)

IX - Mapa do Acompanhamento de legislações que sejam promulgadas durante o ano corrente das verificações:

a. Ambiental no município, Estado e União federal;

b. Legislação em telecomunicações e redes de internet;

c. Legislação em gás natural, energia elétrica e redes de fibra ótica;

d. Legislação em sistemas de transporte;

e. Legislação quanto a habitação e o déficit habitacional;

f. Legislação em agroecologia e agricultura familiar;

g. Legislação em educação pública;

h. Legislação em Tributos, taxas e financiamento público;

Art. 6º Formas de divulgação dos produtos do Observatório:

I - Portal da Prefeitura Municipal de Campinas;

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II - Aplicativos;

III - Boletins Periódicos;

IV - Seminários gerais e regionais;

V - Publicações;

VI - Convênio com meios de comunicação.

Art. 7º As despesas decorrentes desta Lei correrão por dotações orçamentárias próprias, suplementadas, se necessário.

Art. 8º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as disposições em contrário.

Sala de Reuniões, 19 de novembro de 2021.

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Guida Calixto Partido dos Trabalhadores

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JUSTIFICATIVA

A ideia de criação do Observatório da Cidade de Campinas foi inspirada no Estatuto da Cidade que foi instituído pela Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Ela regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal e estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.

O Estatuto da Cidade, estabeleceu normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.

A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais: garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações; gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano; cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social;

planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das atividades econômicas do Município e do território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente; oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais; ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:

a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;

b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;

c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à infraestrutura urbana;

d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como polos geradores de tráfego, sem a previsão da infraestrutura correspondente;

e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização;

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f) a deterioração das áreas urbanizadas;

g) a poluição e a degradação ambiental;

h) a exposição da população a riscos de desastres naturais;

i) a exposição da população a riscos de desastres.

Campinas, 19 de novembro 2021

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Guida Calixto Partido dos Trabalhadores

Referências

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