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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO Seção de Direito Privado 31ª CÂMARA ACÓRDÃO

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Registro: 2011.0000298761

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº 0004102- 24.2010.8.26.0161, da Comarca de Diadema, em que é apelante MARLENE PALMEIRA SANTOS (JUSTIÇA GRATUITA) sendo apelado DIADEMA ESCOLA SUPERIOR DE ENSINO.

ACORDAM, em 31ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São

Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmo. Desembargadores ARMANDO TOLEDO (Presidente) e ANTONIO RIGOLIN.

São Paulo, 29 de novembro de 2011.

PAULO AYROSA RELATOR

ASSINATURA ELETRÔNICA

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Apelação com Revisão Nº 0004102-24.2010.8.26.0161 Apelante : MARLENE PALMEIRA DOS SANTOS

Apelada : DIADEMA ESCOLA SUPERIOR DE ENSINO Comarca : Diadema 2ª Vara Cível

Juiz(a) : Antonio Luiz Tavares de Almeida

V O T O Nº 18.806

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ESCOLARES

DECLARATÓRIA C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAL

E MATERIAL IMPROCEDÊNCIA SENTENÇA

CONFIRMADA POR SEUS FUNDAMENTOS ART. 252 DO RITJSP RECURSO NÃO PROVIDO. Não trazendo a autora fundamentos suficientes a modificar a sentença de primeiro grau, que reconheceu não ter sido comprovada a prática de propaganda enganosa por parte da instituição de ensino em relação aos cursos por ela disponibilizados e ao que a autora optou em cursar (Pedagogia), de rigor a manutenção integral da sentença, cujos fundamentos se adotam como razão de decidir na forma do art.

252 do Regimento Interno deste Tribunal.

MARLENE PALMEIRA SANTOS propôs ação declaratória c.c.

indenização por danos moral e material em face de DIADEMA ESCOLA SUPERIOR DE ENSINO.

A r. sentença de fls. 108/109, cujo relatório se adota, julgou improcedente a ação, condenando a autora ao pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios, fixados em R$ 1.500,00, observando, por força da decisão que acolheu em parte os embargos declaratórios opostos às fls.

111/117, que é beneficiária da justiça gratuita (fls. 121).

(3)

Inconformada, recorre a autora almejando a reforma da decisão.

Alega que, ao contrário do que consta na r. sentença, houve violação dos direitos do consumidor por ter sido vítima de propaganda enganosa praticada pela ré, consubstanciada em erro da nomenclatura constante do diploma, vez que “bacharelado” tem fim limitado ao exercício de funções em área voltada a Recursos Humanos e pesquisas, e que por tal razão não pode auferir o cargo de

“coordenadora pedagógica” na escola municipal onde leciona. Aduz que equivocou-se o MM. juiz a quo ao mencionar ser necessário cursar, para os fins que almeja, “licenciatura plena”, sendo que tal curso sequer é oferecido pela ré, além do fato de que, conforme consta na grade curricular, trata-se de curso de

“pedagogia com habilitação em administração e supervisão escolar”, estando apta a pleitear o aludido cargo de coordenadoria, além de ser plenamente admitido pelo Ministério da Educação, motivo por que pugna pelo provimento recursal, para que a presente ação seja julgada procedente.

A apelada apresentou contrarrazões, batendo-se pela manutenção da sentença e improvimento do apelo (fls. 134/139).

É O RELATÓRIO.

Conheço do recurso, e lhe nego provimento.

Pelo que se depreende dos autos, as partes firmaram contrato de prestação de serviços educacionais conforme documentos juntados às fls. 20/25, tendo sido graduada a autora no curso de Pedagogia, com habilitação em Adminstração e Supervisão Escolar (fls. 23/24).

A autora ingressou em juízo com a presente ação “declaratória de

retificação de diploma” c.c. indenização por danos moral e material alegando

que, sendo professora do ensino fundamental da rede municipal de ensino e

tendo sido eleita por seus pares ao cargo de “coordenadora pedagógica”, não

pode exercê-lo porque a Secretaria de Educação da Prefeitura de São Paulo,

após análise, constatou que o exercício de tal cargo é incompatível com o curso

para o qual foi graduada “bacharelado” , fato que lhe causou diversos danos

materiais e morais.

(4)

A autora alega que, decorridos os três anos do curso, sentiu-se ludibriada tanto no ato da matrícula, ao tomar contato com as peças publicitárias da instituição de ensino que a fizeram inscrever-se no curso de “pedagogia plena”, como também quando recebeu o diploma, nele verificando apenas a titularidade de “bacharel” em pedagogia, sendo que o curso foi muito mais abrangente, considerado como sendo de licenciatura plena.

Afirma ser a ré totalmente responsável pela publicidade enganosa, devendo, portanto, arcar com as devidas conseqüências de seu ato ilícito. O douto juízo de primeiro grau julgou improcedente a ação, inconformando-se a autora quanto a tal decisão, mas sem razão, a meu ver.

A sentença deve ser mantida por seus próprios e bem deduzidos fundamentos, que aqui se adotam integralmente como razão de decidir pelo improvimento do recurso, na forma do art. 252 do Regimento Interno deste Tribunal.

Deste r. julgado, com a devida vênia, transcreve-se o seguinte trecho:

“A autora recebeu o certificado do curso de Pedagogia em Habilitação em Administração e Supervisão Escolar e respectivo diploma (fls.

22/23). Não se confunde com o curso de Licenciatura Plena para o qual não prestou vestibular e que lhe conferiria a possibilidade de exercer a coordenadoria pedagógica (fls. 74/103).

Não há prova de que houve propaganda enganosa da ré em induzir a autora a frequentar curso diverso do escolhido ou mesmo promessa de que poderia exercer atividade outra que não a circunscrita no respectivo curso.

Ademais, o freqüentou por três anos, período suficiente para que soubesse da inviabilidade para concorrer ao cargo de Coordenadora Pedagógica. Não houve incorreção da ré. Incabível as verbas que pleiteia” (fls.

109).

De fato, correta a d. autoridade sentenciante ao salientar a diferença entre o curso para o qual graduou-se a autora e o curso de licenciatura plena.

Como bem se vê do documento de fls. 74, à época em que efetuou a matrícula

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Pedagogia, optando a autora pelo curso com Habilitação em Administração e Supervisão Escolar, deixando em 2ª opção o curso denominado “Normal Superior”, tendo aquele curso sido reconhecido pelo Ministério da Educação por meio da Portaria MEC nº 2.643, de 19.09.2002, e não na modalidade licenciatura (fls. 96).

Não é verossímil, pois, que a autora, após três anos freqüentando as aulas ministradas pela ré, não tivesse pleno conhecimento das características e limitações da modalidade do curso de Pedagogia que optou em cursar. E não comprovando frise-se ter sido ludibriada por propaganda enganosa perpetrada pela ré, caso era mesmo de improcedência da ação.

Dispensáveis maiores fundamentos a se evitar a repetição, cumpre observar, por derradeiro, que o Colendo Superior Tribunal de Justiça vem firmando orientação no sentido de se permitir "a viabilidade de o órgão julgador adotar ou ratificar o juízo de valor firmado na sentença, inclusive transcrevendo-a no acórdão, sem que tal medida encerre omissão ou ausência de fundamentação no decisum" (REsp n° 662.272-RS, 2ª Turma, Rei.Min. João Otávio de Noronha, j . de 4.9.2007; REsp n° 641.963-ES, 2ª Turma, Rei. Min.

Castro Meira, j . de 21.11.2005; REsp n° 592.092-AL, 2ª Turma, Rei. Min.

Eliana Calmon, j . 17.12.2004 e REsp n° 265.534- DF, 4ª Turma, Rei. Min.

Fernando Gonçalves, j de 1.12.2003).

Posto isso, nega-se provimento ao recurso.

PAULO CELSO AYROSA M. ANDRADE

Relator

Referências

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