VentilaçãoporAçãodoVentonoEdifício:
ProcedimentosparaQuantiicação
DanielCóstola
VentilaçãoporAçãodoVentonoEdifício:
ProcedimentosparaQuantiicação
DanielCóstola
Orientador:Profa.Dra.MarciaPeinadoAlucci
DissertaçãoapresentadaàFaculdadedeArquitetura
eUrbanismodaUniversidadedeSãoPaulo.
Áreadeconcentração:TecnologiadaConstrução
Cóstola,Daniel
VentilaçãoporAçãodoVentonoEdifício:ProcedimentosparaQuantiicação/Daniel Cóstola.--SãoPaulo,2006.
xxv,214f.
Dissertação (Mestrado) - Universidade de São Paulo. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.
WInd-drivenventilationinbuilding:predictionmethods
1.Ventilação.2.TúneldeVento.3.CoeicientedePressão4.Ceoicientededescarga5. CFD
Agradecimentos
Algumaspessoastiverampapelfundamentalnoprocessodeexecuçãodestapesquisa,eregistro aquiagratidãoquenutroporelas:
Prof. Dra. Márcia Peinado Alucci, pela orientação, incentivo, companheirismo e exemplo de atitudeperanteavida.
Prof.Dr.DavidEtheridge,nãoexistempalavrasemportuguêsouinglêsparaagradecê-lo. Profas. Dras. Anésia Barros Frota, Joana Gonçalves e Denise Duarte pelo apoio constante e incondicionalaestapesquisa.
Prof.AmauriOliveiraeProfa.JacyraSoarespelaacolhidanocursodemicrometeorologia. AlanHarris,pelosuporteabnegadonassimulaçõescomoCFX.
Dra.AlessandraPrata,pelasdiscussõesepordisponibilizarosdadosesoftwaresdesuapesquisa, queforamfundamentaisparaestadissertação.
ColegasdoLABAUTpeloapoioepelasricasdiscussões.
FuncionáriosdaFAUUSPnocampusdaCidadeUniversitáriaedaRuaMaranhão. MariaTeresaPereiraPimenta,peloapoio,coniançaecarinhodelongadata.
Carina Pimentel, por assumir como de sua responsabilidade, tarefas que eram nossas responsabilidades.
Carolina, pela coniança, companheirismo, e pelo amor que compartilhamos e sem o qual trabalhoalgumfazsentido.
Eaalgumaspessoascujaimportâncianãopodesermensurada:Neusa,Dolar,Ermelinda,Zil,Kiko, Vânia,Renato,Antônio,Elvira,Alice,Dolar,Dimas,Diego,Danilo,Renata,Gabriel,ReinaldoeAna.
Sumário
ListadeFiguras ix ListadeTabelas xv
ListadeAbreviaturas xvii
ListadeSímbolos xix
Resumo xxi
1 Introdução 1
2 Objetivos 5
3 Metodologia 7
4 Estadodaartedapesquisaemventilaçãonatural 9 4.1 PesquisaemventilaçãonaturalnoBrasil 9 4.2 Estadodaartenapesquisaemventilaçãonaturalnomundo 21
4.3 Arquiteturaeventilaçãonatural 24
5 Introduçãoaoprocedimentoparaprediçãodaventilaçãonaturalporaçãodosventos 27 6 Obtençãoetratamentodosdadosdevento 29
6.1 Fundamentaçãoteórica 30
6.2 OpapeldodadodeventonaPVN 51
6.3 Medidasdevento 51
6.4 Fontesdedados 56
7 Transposiçãodosdadosdeventoparaolocaldoprojeto 59
7.2 Correçãoderugosidade 60
7.2.1 Fórmulasparacorreçãoderugosidade 62
7.3 Topograia 63
8 Deiniçãodoscoeicientesdepressãonoedifício 73
8.1 Fundamentaçãoteórica 75
8.2 Coeicientesdepressãomedidosemtúneldevento 83 8.3 CoeicientesdepressãoporsimulaçãodeCFD 115 8.4 Coeicientesdepressãopormodelosanalíticos 137 8.5 UtilizaçãodedadosdeCpexistentesnabibliograia 139
9 Coeicientesdedescargadasaberturas 141
9.1 Fundamentaçãoteórica 142
9.2 DeterminaçãoexperimentaldeCz 146
9.3 DeterminaçãoporsimulaçãodeCFDdeCz 148 9.4 UtilizaçãodedadosdeCzexistentesnabibliograia 149 9.5 ConsideraçõessobreocomportamentodeCz 153
10 Vazõesinternaspelomodeloderede 157
10.1 Fundamentaçãoteórica 157
10.2 CálculodavazãointernautilizandoosoftwareTAS 159 10.3 Soluçãodasequaçõesdomodeloderede 164
11 Consideraçõesinais 175
Anexo1:Vazãointernaporsimulaçãodireta 177 Anexo2:ModelodeRelatóriodeSimulaçãodeCFD 191
acordocomadireçãodovento,emsetoresde30°. 49 Figura32.DadosdaFigura31etotalizações. 50 Figura33.Anemógrafo 53 Figura34.Anemômetrodecopo 53 Figura35.Anemômetroultra-sônico 54 Figura36.ReduçãonavelocidadedoventodevidaapresençadeobstáculoTROENePETERSEN(1989) 55 Figura37.RedePCDeModelodaestação.Acessadoem10.07.06emhttp://tempo.cptec.inpe.br:9080/PCD/ 57 Figura38.Exemploderadiosondagem. 57 Figura39.Efeitostopográicosederugosidadenosdadosdevento. 59 Figura40.Padrõesderugosidade:0,002;0,03;0,1;0;4(TROENePETERSEN,1989) 60 Figura41.PerisdevelocidadedoventoparaCLPNeutra 61 Figura42.Transiçãoentreáreascomdiferentesrugosidades(ABNT,1988) 61 Figura43.Alturadacamadalimiteinternaemfunçãodadistância(TROENePETERSEN,1989) 62 Figura44.Mudançasderugosidadesucessivas(TROENePETERSEN,1989) 62 Figura45.Perisexponenciaisdevelocidadeparadiferentesterrenos 63 Figura46.Modiicaçãodoperildeventopelatopograia(STANGROOM,2004) 64 Figura47.Modelodemorrotestado(STANGROOM,2004)eluxoaoredordeummorro3De2D(ISHIHARA apudSTANGROOM,2004) 64 Figura48.Linhasdecorrentenoescoamentoaoredordeummorro(esq)eáreaderecirculação(direita) (STANGROOM,2004) 65 Figura49.Topograia,direçõesdosventoseposiçãodosmastros,elocalizaçãodoexperimentodeAskervein Hill(TROENePETERSEN,1989)(STANGROOM,2004) 66 Figura50.Velocidadedoventoemrelaçãoaoescoamentonãoperturbado(pontos)eprediçãopelomodelo doWASP(quadrados)(TROENePETERSEN,1989) 67 Figura51.ExemplodevalidaçãodoWASP(TROENePETERSEN,1989) 67 Figura52.MalhacriadanoCFXparasimulaçãoemummorro(STANGROOM,2004) 68 Figura53.PerildeventomedidoinloconotopodomorroesimuladoemCFD(STANGROOM,2004) 69 Figura54.Perildeintensidademédia(esq)eturbulência(dir)medidosinlocoesimuladosemCFDparao cumedeAskerveinHill(STANGROOM,2004) 69 Figura55.SimulaçãodeCFDemrelaçãoaosdadosdalinhademastrosdeAskerveinHill.Bonsresultados(esq) eresultadosruins(dir)(STANGROOM,2004) 70 Figura56.TopograiadeSãoPauloeresultadosdesimulaçãodeKARAMet.al.(2003) 70 Figura57.TopograiadeSãoPauloeresultadosdesimulaçãodeKARAMet.al.(2003) 71 Figura58.Edifícioemcorte.Sobrepressão(+)esubpressão(-) 73 Figura59.Esquemadeventilaçãocruzadaemambientecomduasaberturasemfacesopostas 74 Figura60.Esquemadeventilaçãocruzadacomaberturasnacoberturaenafaceasotavento 74 Figura61.DistribuiçãodeCpnafachadaabarlaventoemfunçãodadireçãodeincidênciadovento 79 Figura 62 . Distribuição de Cp na fachada, com vento ortogonal a mesma, para diferentes proporções de
edifícios(largura:comprimento:altura) 80
Figura63.FormasdeapresentaçãodoCp 81
Figura64.DistribuiçãodeCpmédio,máximoemínimoparaumamesmafachada 82 Figura65.DistribuiçãodeCpnafaceabarlaventopararugosidaderespectivamentede(0,001)(0,01)(0,1)
Figura66.FotosdotúneldeventodecamadalimiteatmosféricadoIPT.(Divulgação) 84 Figura67.SeçãoeplantadotúneldeventodecamadalimiteatmosféricadoIPT.(Divulgação) 84 Figura68.PlantadotúneldeventodaSBE.(CAREY,2005) 85 Figura69.FotosdotúneldeventodaSBE:Aletasparageraçãodeperildecamadalimite,áreadeacessoao túnelecolméia. 86 Figura70.Esquema(esquerda)efotos(direita)doescoamentoaoredordecilindros 87 Figura71.Cortemostrandoasáreasaseremcuidadosamentedetalhadasnomodeloaserensaiadoemtúnel devento 88 Figura72.ParâmetrosdaCA14paramodelagemdeobstruçõesnavizinhança(COST,2004) 88 Figura73.Seçãodeummodelocúbicocomadistribuiçãodoscoeicientesdepressãoparaanteparosólido comamesmaalturadomodelo,adiferentesdistânciasdomodelo.(FROTAeSCHIFFER,2000) 89 Figura74.Vizinhançadeummodeloparaumasituaçãocrítica. 89 Figura75.Exemplodecálculodeáreadeobstrução. 91 Figura76.Escoamentoaoredordeumcilindro.Rebaixo(esquerda)ealto(direita).(AYNSLEY,1977) 99 Figura77.Separaçãodacamadalimite(AYNSLEY,1977) 99 Figura78.Modelosdaasadeumavião.Linhabrancaemrelevonomodeloparacondicionaracamadalimite. (RAE,1984) 100 Figura79.Tomadasdepressãoexternaemummodeloemescala(BACCHI,2005) 101 Figura80.Modelocommangueirasinternasdatomadadepressão(esq)esensoresdepressãocommangueiras identiicadas(dir) 102 Figura81.Princípiodefuncionamentodomanômetrodecolunad’água. 102 Figura82.TransdutoresdepressãopiezoelétricosdasmarcasFurness,ONSETeScanivalve.Fonte:websites dosfabricantes 103 Figura83.Placasdeaquisiçãodedadosanalógico-digitais.Àesquerdaplacacomalgunscanaisemuso,no tuneldeventodaSBE.Àdireita,sistemadebaixocustocomconexãoUSBdaNationalIns. 104 Figura84.TubodePitot.Acessadoem10.08.06http://www.efunda.com/designstandards/sensors/pitot_tubes/ pitot_tubes_theory.cfm 105 Figura85.TermômetroeBarômetroparaocálculodadensidadedoar 105 Figura86.Sondadeioquente.Àdireitasondas1D,2De3Drespectivamente.Acessadoem10.08.06http: //www.dantec.dk 106 Figura87.Sistemasdecontroleparasondasdeioquente,defabricaçãoDantec.ÀesquerdasistemaMiniCTA, paracontroledeumasonda1D,usadonotúneldaSBENottingham.Àdireita,sistemaparatrês sondas,comsistemadecalibragemautomático(adire 107 Figura88.SistemadecalibraçãousadonaSBE-Nottingham. 108 Figura 89 . Sonda com múltiplos furos e esquema mostrando o ângulo sólido no qual as leituras são
daPOLI-USP,emfuncionamentoemumtúneld’água.(GIORIA,2005) 112 Figura95.ModeloparaadeterminaçãodeCputilizadonotúneldaSBE 113 Figura96.RelaçãoentreoCpdachaminéeavelocidadedoventonotúnel 114 Figura97.RelaçãoentreoCpdaaberturaeavelocidadedoventonotúnel 114 Figura98.Volumedecontrolededimensõesdx,dyedz 117 Figura99.Vazãomássicaqueentranovolumedecontrole 118 Figura100.Vazãomássicaquesaidovolumedecontrole. 119 Figura101.IlustraçãodocomportamentodosprimeirostrêstermosdaSériedeTaylor 121 Figura102.Exemplodemalhaestruturadaenãoestruturada 123 Figura103.Malhaapósreinamento 124 Figura104.SimulaçãocomDNSrcomresultadospara3valoresdeRe 125 Figura105.HierarquiadastécnicasparaotratamentodaturbulênciaemCFD 125 Figura106.Parâmetrosparaadeiniçãodasdimensõesdodomínio 127 Figura107.Condiçõesdecontornoparaduasformasdedomíniopossíveis. 128 Figura108.Domínioscomcondiçõesdecontorno 129 Figura109.Utilizaçãodeumsub-domíniocilíndricodentrodeumdomínioretangular(STANGROOM,2004) 130
Figura 110 . Distribuição de Cp na face a barlavento para diferentes peris de vento, correspondentes a rugosidadesrespectivamentede(0,001)(0,01)(0,1)(0,3) 134 Figura111.HistogramacomafreqüênciaabsolutadeocorrênciaparacadadiferençaentreosCpdeum mesmoponto,calculadosemsimulaçõescomesemrugosidadenopisodomodelo 135 Figura112.EvoluçãodoresíduopeloRMSnasimulaçãoPetro4r0001smoothcomventoa0° 135 Figura113.Pavimentotérreo:comparaçãoentreassimulaçõescomdiferentesmalhas.Ocomprimentodas barraséproporcionalaoCpemcadajanela. 136 Figura114.DiferençanoCpparacadajanela.Comparaçãodassimulaçõesduasaduas,damalhamaisgrossa paraamaisina. 137 Figura115.Exemplodemodelo(esquerda)usadonavalidaçãodomodelodeELDIN(2006).Adireitasão apresentadososvaloresbasedeCpparaoedifíciodesobstruído,osmedidosemtúneldeventoeos previstospelomodelo. 138 Figura116.ComparaçãoentreaprediçãodeCpfeitapeloCpGeneratoredadosmedidosemumedifícioreal (HEIJMANS,s.l.) 139 Figura117.ClassiicaçãodasformasdobancodedadosdeCpcoletadosnabibliograia 140 Figura118.TiposdeAberturas(IDEL’CIK,1960) 141 Figura119.“Venacontracta”(MUNSONet.al.,1997) 141 Figura120.ValoresdeCzparaalgumasgeometriasdeaberturas(MUNSONet.al.,1997) 146 Figura121.EsquemadoexperimentoparaadeterminaçãodeCz(CHIU,2004) 146 Figura122.CondiçõesdecontornodesimulaçãodeCFDparaadeterminaçãodeCz(CHIU,2004) 148 Figura123.EscoamentoemumaaberturasimuladocomCFDparaadeterminaçãodeCz(CHIU,2004) 149 Figura124.Coeicientesdeperdadecarga-aberturapivotante(IDEL’CIK,1960) 149 Figura125.Coeicientesdeperdadecarga-aberturamaxi-ar(IDEL’CIK,1960) 150 Figura126.Coeicientesdeperdadecarga-tela(IDEL’CIK,1960) 151 Figura127.Coeicientesdeperdadecarga-aberturapivotante(IDEL’CIK,1960) 152 Figura128.“Streamtubes”paraângulosdeincidênciadoventode0°,22,5°e45°respectivamente,obtidos
center/ventilation/CFD_Result.html#Stream_tube 153 Figura129.Czext-intdeumorifíciocircularcomcantosvivos,paradiferentescondiçõesdeescoamento externo,obtidoemensaionotúneldeventodaSBE 154 Figura130.Czint-extdeumorifíciocircularcomcantosvivos,paradiferentescondiçõesdeescoamento, obtidoemensaionotúneldeventodaSBE 155 Figura131.“Streamtubes”comesemobstrução,paraângulodeincidênciadoventode65°,obtidospor simulaçãodeCFDacessadoem10.08.2006emhttp://www.wind.arch.t-kougei.ac.jp/info_center/ ventilation/CFD_Result.html#Stream_tube 155 Figura132.Edifíciocomduasaberturas 158 Figura133.Planta(térreoe4°pavimento)emodelo3DdoedifíciosimuladonoTAS 161 Figura134.Plantadacoberturaedosandaresnãosimulados. 161 Figura135.ComparaçãoentresimulaçõescomdiferentesCpnoTAS 163 Figura136.VariaçãodatemperaturainternacomdiferentesCpnoTAS 163 Figura137.Ventilaçãoemumúnicazona,portrêsaberturas 167 Figura138.Ventilaçãomulti-zona 170 Figura139.Cálculopelomodelodeenvelopeemcomparaçãocomasimulaçãodireta 177 Figura140.DependênciaentreCzeReparaachaminéutilizadanoensaio. 179 Figura141.Esquemadomodeloensaiado 182 Figura142.Exemplodesituaçãocomluxoreversonachaminé 183 Figura143.Velocidadesregistradaspelosanemômetrosdeioquentesoboefeitodoescoamentoprovocado porumpistão(àesquerda).Fotodopistão(àdireita) 183 Figura144.Coniguraçõesdeobstruçõesutilizadasduranteosensaios. 184 Figura145.Velocidaderegistradanachaminéposicionadaemzonadealtaturbulência 185 Figura146.Porcentagemdeluxoreverso.OspontosvazadossãoresultadosdeCHIU(2004) 185 Figura147.ProtótipoeModelodeCFDcomparadosporYANG(2004) 186 Figura148.ComparaçãoentreavazãomedidaemumprotótipoeasimuladaemCFD(YANG,2004)paraduas direçõesdovento:0°e90° 187 Figura149.ModelodeUHobjetodasimulaçãoexploratóriadeCFD:Elevaçõeseplantahumanizada 187 Figura150.Campodevelocidadeemumplanohorizontalemumasimulaçãodiretaparadeterminaçãoda vazãocomoCFX.Àesquerda,todoodomínio;àdireitaeaocentro,aUHampliada. 188 Figura151.ExemplosdesimulaçãodiretaproduzidosporTORRESet.al.(2005)epelaTokyoPolytechnic
University, acessado em 10.08.2006 em http://www.wind.arch.t-kougei.ac.jp/info_center/
ListadeTabelas
Tabela1.Porcentagemdashorasdoanoquerequeremventilaçãoparaobtençãodoconfortotérmico,esua posiçãoemrelaçãoaoutrasestratégias(LAMBERTSet.al.,1997) 2 Tabela2.AberturasparaventilaçãoTabelaC.1daNBR15220-3(ABNT,2005) 13 Tabela3.ComparaçãoentredadosmedidoseprevisãoEdifício1.ALLARD(1998) 23 Tabela4.ComparaçãoentredadosmedidoseprevisãoEdifício2.ALLARD(1998) 23 Tabela5.Variáveisqueinluenciamumescoamentoexterno,comsuasdimensõeseunidadesnoSI 93 Tabela6.Característicastermofísicasdoaràpressãode1atm.Fonte:BLEVINSapudMUNSONet.al.(1997)
96
Tabela7.ValoresdeCpobtidoemensaiodetúneldeventodaSBE 115
Tabela8.Sumáriodassimulações 133
Tabela 9 . Dados das aberturas 1 e 2 para o exemplo de cálculo de vazão unicompartimental com duas
aberturas 164
Tabela10.Dadosdasaberturas1,2e3paraoexemplodecálculodevazãounicompartimentalcomtrês
aberturas 167
ListadeAbreviaturas
ABNT-AssociaçãoBrasileiradeNormasTécnicas ABRAVA-AssociaçãoBrasileiradeRefrigeração,arCondicionado,VentilaçãoeAquecimento AIVC-AirIniltrationandVentilationCenter ANTAC-AssociaçãoNacionaldeTecnologiadoAmbienteConstruído ASHRAE-AmericanSocietyforHeating,RefrigeratingandAirConditioningEngineers BRE-BuildingResearchEstablishment,ReinoUnido. BSI-BritishStandardInstitution CAPES-CoordenaçãodeAperfeiçoamentodePessoaldeNívelSuperior CE-ZonadeEntranhamento. CETESB-CompanhiadeTecnologiadeSaneamentoAmbiental CFD-ComputationalFluidDynamics CIBSE-CharteredInstitutionofBuildingServicesEngineers CLA-CamadaLimiteAtmosférica CLP-CamadaLimitePlanetária CLS-CamadaLimiteSupericial, CM-CamadadeMistura COST-EuropeanCooperationintheFieldofScientiicandTechnicalResearch CPTEC-CentrodePrevisãodeTempoeEstudosClimáticos DNS-DirectNumericalSimulation EERE-EnergyEficiencyandRenewableEnergy EESC-USP-EscoladeEngenhariadeSãoCarlos ENCAC-EncontroNacionaldeConfortonoAmbienteConstruído ESALQ-USP-EscolaSuperiordeAgronomia“LuizdeQueiroz”daUniversidadedeSãoPaulo EUA-EstadosUnidosdaAmérica FAPESP-FundaçãodeAmparoàPesquisadoEstadodeSãoPaulo FAU-USP-FaculdadedeArquiteturaeUrbanismodaUniversidadedeSãoPaulo FDS-FireDynamicsSimulator HIS-HabitaçãodeInteresseSocial IAG-USP-InstitutoAstronômicoeGeofísicodaUniversidadedeSãoPaulo IEA-InternationalEnergyAgency IJNV-InternationalJournalofNaturalVentilation INMET-InstitutoNacionaldeMeteorologia INMETRO-InstitutoNacionaldeMetrologia,NormalizaçãoeQualidadeIndustrial INPE-InstitutoNacionaldePesquisasEspaciais IPT-InstitutodePesquisasTecnológicas IPT-CMF-DivisãodeMecânicadosFluidosdoInstitutodePesquisasTecnológicas LABAUTFAU-USP-LaboratóriodeConfortoAmbientaleEiciênciaEnergéticadaFaculdadedeArquiteturae UrbanismodaUniversidadedeSãoPauloLABEEE-UFSC - Laboratório de Eiciência Energética em Ediicações da Universidade Federal de Santa Catarina
LES-LargeEddySimulation
NIST-NationalInstituteofStandardsandTechnologyofUnitedStatesofAmerica PCDs-PlataformasdeColetasdeDados,
PIV-ParticleImageVelocimetry
PLEA-PassiveandLowEnergyArchitectureInternationalConference POLI-USP-EscolaPolitécnicadaUniversidadedeSãoPaulo
PVN-PrediçãodeVentilaçãoNatural RMS-RootMeanSquare
RSM-ReynoldsStressModel
SBE-SchooloftheBuiltEnvironment,TheUniversityofNottingham SI-SistemaInternacional
ListadeSímbolos
a inclinaçãodafolhadajanela(°) a aceleração(m/s2)
A áreadaabertura(m2)
Co concentraçãoinicialdogás(ppm) C concentraçãodogásnoinstantet(ppm) Ce CPdaaberturadeentradadoar Cp coeicientedepressão Cs CPdaaberturadesaídadoar Cz coeicientededescargadaabertura D termodamatrizinversa D profundidadedajanela=espessuradaparede(m)
DCp diferençaentreoCpdeduasaberturas
Dp diferençadepressãoentredoispontos(Pa)
dh diâmetrohidráulico(m),conformedeinidonaseção9.4 dx dimensãodeumvolumedecontrole
dy dimensãodeumvolumedecontrole dz dimensãodeumvolumedecontrole F força(N)
fo área(m2) Fo áreaaberta(m2) F1 áreatotal(m2)
g aceleraçãodagravidade(m/s2) h espessuradaCLP(m)
H alturadoedifício(m)
k constantedevonKarman K fatordeescala L comprimentodeMonin-Obukov(m) L dimensãocaracterísticadocomprimento L dimensãocomprimento M dimensãomassa M vetorvelocidade(m/s) m massa(kg)
m viscosidadedinâmica(N.s/m) p pressão(Pa)
P termoadimensional Pd pressãodinâmica(Pa) Po perímetro(m)
Px pressãoemumpontoxdafachada(Pa) Pi pressãointernaemumazonadoedifício(Pa) q vazão(m3/s)
R constantedogás
r massaespecíica(kg/m3) Re númerodeReynolds Se ÁreaeCzdeumaaberturaequivalenteàsaberturas1e2 S1 Sinaldaabertura1 T dimensãotempo k númerodevariáveisdeumproblema r númerodedimensõesdeumproblema
Q temperaturapotencial(K) t tempo(s)
T temperatura(K) s desviopadrãodeDCp t tensãodeReynolds U vetorvelocidade(m/s) u componentedovetorvelocidadenadireçãox u* velocidadedeatrito(m/s) u’v’w’ variaçãodascomponentesuvwemtornodamédia(m/s) v componentedovetorvelocidadenadireçãoy V vetorvelocidade(m/s) V volumedazona(m3/s)
w componentedovetorvelocidadenadireçãoz x,y,z componentesdosistemacartesiano
y+ escaladedistânciadoprimeiroelementodamalha(m) z alturaacimadosolo(m)
Resumo
Este trabalho tem por objetivo formular um procedimento para a quantiicação da vazão da ar promovida pela ação do vento no interior do edifício, em climas quentes. O procedimento é dividido em cinco partes: obtenção dos dados de vento, transposição dos dados de vento da estação meteorológica para a área de interesse, determinação dos coeicientes de pressão no edifício,determinaçãodoscoeicientesdedescargadasaberturas,eocálculodavazãonointerior do edifício. Diversas ferramentas são apresentadas para a execução de cada etapa, e seu uso e parâmetrosdeentradasãodiscutidos.Ousodetúneldeventoeasimulaçãocomferramentasde dinâmicadosluidoscomputacionalsãoapresentadosemdetalhes.Otrabalhoconcluiqueestão disponíveisaosprojetistasumamploconjuntodeferramentasparaaprediçãodaventilaçãonatural nointeriordoedifício,equesomentepeloseuusocriterioso,asconclusõessãopassiveisdeusono projetoarquitetônico.
Abstract
1 Introdução
Dasprivaçõesmateriaisquepodemserimpostasaoserhumano,poucastêmefeitomaisimediato doqueaprivaçãodear.
Oaréoluidonoqualsedáavidahumanaeépartefundamentaldareaçãoquímicadaqual extraímosenergiaparaviver.Éatravésdoarquedoisdoscincosentidoshumanosoperam:audição eolfato.
A manutenção da temperatura interna do corpo humano se dá por meio de trocas térmicas comoambiente:condução,radiação,convecção,perspiração,transpiraçãoetrocasnarespiração (FANGER,1976).Destastrocas,apenasasporconduçãoeradiaçãonãosedãoporintermédiodoar, ouseja,oaréumelementofundamentalparaosmecanismostermo-reguladoresdocorpohumano, econseqüentementeparaoconfortotérmico.
Umadeiniçãocomumparaventilaçãoé,segundoodicionárioMichaelis,(DST,1998):“1.Atoou efeitodeventilar.2.Operaçãoquetemporinalidadeconservaroarpuroemumrecinto”.Ventilar: “Fazeroventoentrarem;arejar,refrescar”.
Oconceitodeventilaçãoestádiretamenteligadoàsqualidades“arpuro”e“refrescar”emum dado“recinto”.Éinteressantenotarqueoverbetefazmençãoaovento,masnãoaochamadoefeito chaminé-ventilaçãopromovidapeladiferençadedensidadedoarnosambientesexternoeinterno dorecinto.Outroaspectointeressanteéaclaranoçãodequesóépossívelfalaremventilação quandoexisteumrecinto,noqualoardeveentraresermantidopuro.Aconcepçãodestesrecintos, com intenção plástica e adaptada ao meio em que se insere, é, em uma interpretação livre, a deiniçãodeLúcioCostaparaarquitetura(COSTA,1995).Assim,estabelece-searelaçãoinequívoca entrefazerarquiteturaeprojetarventilação,nãoimportandosenaturaloumecânica.
“refrescar”éomitido.FROTAeSCHIFFER(2000)relataaimportânciadaventilação“paraahigiene eparaoconfortotérmico”.Comparadasestasduasfontes,aprimeirainglesaeasegundabrasileira, veriica-sequeventilaçãotemsigniicadosdiferentesemclimasquentesefrios.Assim,textoscomo AWBI(1998),LIDDAMENT(1996)eETHERIDGE&SANDBERG(1996)apresentampoucasrespostas paraproblemastípicosdeclimasquentesdispensando,porexemplo,poucaimportânciaàsgrandes aberturasvoltadasparaoexterior.Alémdisto,considera-seemgeralqueasaberturassãopequenas osuicienteparaqueoluxodearsedêapenasemumadireção,ouseja,queoarnãoentraporuma partedajanelaesaiporoutrapartedamesmajanela.Outrapreocupaçãocomumnestespaísesque nãoseaplicaaoBrasiléochamado“draught”quedescreveumindesejadoresfriamentolocalno corpohumanocausadopelomovimentodoar(AWBI,1998).Emclimasquentes,talsituaçãonunca seriaclassiicadacomoindesejável. Emresumo,nosclimasfriosouemambientesclimatizados,asalubridadeéoaspectodominante naventilação.Nosclimasquenteseambientesnãocondicionados,ofocorecaisobreoconforto térmico(salvoemambientescomgrandegeraçãointernadepoluentes). Natabela1nota-seaimportânciadaventilaçãocomoestratégiadeprojetonaobtençãodo conforto térmico para algumas cidades brasileiras segundo estudos de LAMBERTS et. al. (1997), apartirdaCartaBioclimáticadeGIVONI(1992).Nagrandemaioriadascidadesaventilaçãoéa estratégiamaisimportanteaserobservadanoprojetoenautilizaçãodoedifício.
Cidade UsodaEstratégiaVentilaçãoPorcentagemdeHoraspara PosiçãodaEstratégiaVentilaçãodentreasdemaisEstratégias
Belém 85,6% 1°
SãoLuís 82% 1°
Fortaleza 68,5% 1°
Natal 68,4% 1°
Recife 60,8% 1°
Maceió 60,4% 1°
RiodeJaneiro 57% 1°
Vitória 56,9% 1°
Salvador 45,5% 1°
Florianópolis 35,5% 1°
PortoAlegre 19,5% 2°
Brasília 12,6% 2°
SãoPaulo 10,8% 2°
Curitiba 5,1% 4°
Tabela1.Porcentagemdashorasdoanoquerequeremventilaçãoparaobtençãodoconfortotérmico, esuaposiçãoemrelaçãoaoutrasestratégias(LAMBERTSet.al.,1997)
OextensivotrabalhodeDEAR(1997)quebaseouanovaversãodanormaASHRAE-55(ASHRAE, 2004)mostraqueaclassiicaçãodeGIVONI(1992)ébastantecoerente.
de21.000tomadasdedadosdevariáveisdeconfortoerespostasdeusuários,em160diferentes edifíciosdeescritóriospelomundo.Otrabalhofoibaseadonoconceitodeíndicedeconfortotérmico adaptativonoqualacondiçãodeconfortodoindivíduoéafetadaporsuaaclimataçãoaolocalepela possibilidadedealterarvariáveiscomovestimenta,aberturadejanelas,usodeproteçõessolarese ains.Nestescasos,azonadeconfortomudaemfunçãodasvariáveisclimáticasexternas.
Aigura1apresentaazonadeconfortoparaambientesnãoclimatizados,paraumaporcentagem desatisfeitosde80%.Azonadeconfortoseestendeacimade30°C,indicandoqueindivíduosque residememlocaisdeclimaquentetoleramaltastemperaturasquandopodemcontrolarasvariáveis comovestimenta,aberturadejanelas,usodepersianaseains.
Figura1.Zonadeconfortoadaptativoemambientesnaturalmenteventilados.Alinhapontilhada representaatemperaturaidealeoespaçoentreaslinhascontínuasrepresentaazonadeconfortopara 80%depessoassatisfeitas(DEAR,1997)
2 Objetivos
Oobjetodestapesquisaéavazãodearnointeriordoedifíciopromovidapelaaçãodovento. Entende-seporvazãoovolumedear(Q)que,naunidadedetempo(t),érenovadapelasubstituição deardointeriordorecintoporarexternooudeoutraáreadopróprioedifício.
Existem diferentes formas de predizer a vazão em um ambiente, com diferentes graus de incerteza,ecadaumadelestrazimplícitasumasériedesimpliicaçõeseamodelagemteóricana qualsebaseiam.
Oobjetivodestetrabalhoéaformulaçãodeumprocedimentoparaaprediçãodavazãodearpor açãodosventosquesejaexeqüívelcomainfra-estruturacomputacionaleexperimentaldisponível nopaísecomamenorincertezapossível.
Noscasosemqueainfra-estruturanecessáriaparaautilizaçãodoprocedimentonãoesteja disponível, é objetivo secundário deste trabalho apontar outras alternativas para a predição da ventilação por ação dos ventos, salientando os acréscimos na incerteza decorrentes das simpliicaçõesadotadas.
Ressalta-sequenãosãoabordadososseguintesaspectosainsaotemadestapesquisa: - iniltraçãodear,
- qualidadedoar,
- velocidadedoarnointeriordoedifício, - diretrizesdeprojeto,
3 Metodologia
A metodologia de trabalho é baseada em uma abordagem sistêmica, ou seja, de otimização doprocessodeprediçãodavazãodearporaçãodosventosnointeriordoedifício.Otrabalhofoi baseadofundamentalmentenacoletadedadossecundários,nãoproduzidosporestapesquisa,e naformulação-baseadanométodoindutivo-dealternativasaoprocessodeprediçãoatualmente utilizado.
Tratando-sedeumapesquisabaseadapredominantementeemdadossecundários,abibliograia assume papel central. Grande parte da bibliograia foi consultada nas bibliotecas pessoais do pesquisador, do orientador, e dos outros docentes da FAU-USP - Faculdade de Arquitetura e UrbanismodaUniversidadedeSãoPaulo.AbibliotecadaTheUniversityofNottinghamtambém foiimportantefontedematerialdapesquisa.Diversaspublicaçõesforamconsultadaspormeioda internet,sejapeloPortalPeriódicosdaCAPES-CoordenaçãodeAperfeiçoamentodePessoalde NívelSuperior,sejanossitesdeoutrasinstituiçõesdeensino,empresaseórgãospúblicos.
Pararealizaçãodosexemplosdeaplicação,foramutilizadasdiversasferramentascomputacionais disponíveisnoLABAUTFAU-USP-LaboratóriodeConfortoAmbientaleEiciênciaEnergéticada FaculdadedeArquiteturaeUrbanismodaUniversidadedeSãoPaulo,vinculadoaoDepartamentode Tecnologia-dentreosquaiscabecitaroCFX,softwarededinâmicadosluidoscomputacional,eo TAS,softwaredesimulaçãododesempenhotérmicodoedifício.
Noscasosemquenãohaviadisponibilidadedeferramentascomputacionaisparaauxiliarna execuçãodoscálculosforamdesenvolvidasplanilhascomoauxiliodosoftwareMS-Excel.
AparteexperimentaldosexemplosdeaplicaçãofoidesenvolvidanotúneldeventodaSchoolof theBuiltEnvironment,TheUniversityofNottingham.
4 Estadodaartedapesquisaemventilaçãonatural
Este capítulo apresenta o estado da arte da pesquisa de ventilação natural, como foco na produçãobrasileirasobreotema.Aescolhadestefocoéumatentativadeexporodescompasso entreaproduçãonacional,apresentadanaseção4.1,eainternacional,cujosavançossãodiscutidos aolongodotextodadissertação.Diversosartigosemeventostêmtratadodaventilaçãonatural,mas aausênciaderigorteóricoeexperimentallevaestestrabalhosàconclusõessemcorrespondência comarealidadeecomateoriaconhecidasobreoassunto.
Naseção4.2sãorelatadososesforçosdealgunspaísesnapesquisaemventilaçãonatural.A seção4.3trazumabrevediscussãosobreosdesaiosnaimplementaçãodetécnicasdeprediçãoda ventilaçãonaturalnadinâmicadefuncionamentodosescritóriosdearquitetura.
4.1PesquisaemventilaçãonaturalnoBrasil
VIANNA(2001)realizouumlevantamentodoestadodaarteehistóricodapesquisaemconforto ambientalnasúltimasdécadasnoBrasil.Comoresultadodestetrabalho,foramgeradasestatísticas com a representatividade de cada ramo da pesquisa de conforto ambiental. Os estudos sobre ventilaçãonointeriordoedifícioocupavamapenas2,5%datotalidadedaspesquisas.Acomparação entreosdadosdatabela1docapítulo1eapequenarepresentatividadedapesquisaemventilação mostraumasituaçãocontraditória:atribui-seàventilaçãoumagrandeimportância,maspoucose pesquisasobreoassunto.
- nastesesedissertaçõesdasescolasdearquitetura,engenharia,agronomiaemeteorologia disponíveisnasbibliotecasdaUSP-UniversidadedeSãoPaulo;
- naABNT-AssociaçãoBrasileiradeNormasTécnicas;
- nosanaisdoENCAC-EncontroNacionaldeConfortonoAmbienteConstruídode2005; - nosanaisdoPLEA-PassiveandLowEnergyArchitectureInternationalConferencedoano
de2005;
AlgumasreferênciasanterioresaVIANNA(2001)quenãoforamcitadasnoseutrabalhosão tambémelencadas.
4.1.1
FAU-USP
NAFAU-USPforamlocalizadosdoistrabalhosdepós-graduação.
PRATA (2005) realizou pesquisa na utilização de diversas ferramentas experimentais e computacionais para a determinação do campo de ventos no nível do pedestre em ambientes urbanos. O trabalho abre diversas frentes de pesquisa em ventilação, e teve forte inluência no desenvolvimentodestapesquisademestrado.
VIANNA(2005)realizouestudodevisualizaçãoemmodeloreduzidodeventilaçãonaturalem edifíciocomátrio.Otrabalhonãotrazqualquernovareferênciabibliográica,sejasobreastécnicas devisualização,sejasobreaanálisedimensional.
4.1.2
EESC-USP
Na EESC-USP - Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo - foram encontradosdoistrabalhosexperimentaisnaáreadeventilaçãoadestacar,ambosanterioresao levantamentodeVIANNA(2001).
FRAZAO(1990)realizoupesquisacomexperimentosemmodeloreduzidoeabordagemteórica do problema de ventilação em túneis rodoviários. A ventilação em túneis e em edifícios possui váriassemelhanças,sendoestetrabalhoumareferênciaimportante,poisconcluiqueamodelagem matemáticautilizadaévalida.
4.1.3
ESALQ-USP
AESALQ-USP-EscolaSuperiordeAgronomia“LuizdeQueiroz”daUniversidadedeSãoPaulo -éumaEscoladeAgronomiaqueatribuigrandeimportânciaàchamada“ambiência”:oestudo deconfortoambientaleminstalaçõesdestinadasaatividadesrurais.Emparticular,aventilaçãoé fundamentalemcriaçõesconinadasdeanimaisenocultivodeplantasemestufa. AEscolarealizourecentementetrêspesquisasnaáreadeventilação. ApesquisadeATARASSI(2000)propôsumamodelagemparaodesempenhotérmicodeuma estufa.Otrabalho,adespeitodainalidade,lidacomosmesmosproblemasqueoutrostrabalhosde simulaçãoenfrentam,taiscomoCOSTOLAeALUCCI(2003)eMENDESat.al.(2003).Aquitambém, otratamentodadoàventilaçãoébastanteprimário,umavezqueaventilaçãoéapenasumdos problemasaseremresolvidosnestetipodepesquisa. AspesquisasdeCAMPONEZDOBRASIL(2004)eadeMENDES(2000)tratamdomanejoda ventilação natural em instalações rurais, abordando o uso de cortinas, exaustores eólicos, telas deproteçãodasaberturaseseusefeitosnascondiçõesambientaisinternas.Emambososcasos,a ausênciadeumaanáliseteóricadaventilaçãolevaaumgrandetrabalhoexperimentalcompequenas chances de transposição dos resultados para outras instalações com características diferentes daquelaestudada.Todavia,épossívelencontrardiversasconclusõesdecaráterqualitativo.As questões de conforto ambiental em instalações rurais e em edifícios urbanos apresentam grandessemelhanças,porémsãoestudasporgruposdepesquisadistintosecompoucacomunicação entresi.EvidênciadestefatoéaausênciadasEscolasdeAgronomianolevantamentofeitopor VIANNA(2001).
4.1.4
POLI-USP
armazenamento,daordemde100vezesmaisqueomodelok-e.(JIANG,2002)
4.1.5
IAG-USP
QuantoaoIAG-USP-InstitutoAstronômicoeGeofísicodaUniversidadedeSãoPaulo,aúnica pesquisa encontrada foi a de CCOYLLO (1998), sobre a dispersão de poluentes atmosféricos na cidadedeSãoPaulo.Adispersãodepoluenteséumassuntorecorrentenostrabalhosdaescolade meteorologia,contudooenfoqueutilizadodizrespeitoatodaaCLP-CamadaLimitePlanetária, ouseja,dasuperfícieatéumaaltitudeentre100e1.000m,enãoaosprimeiros60metrosapartir dosoloondeestãoosedifícios,econseqüentementeosproblemasdePVN-PrediçãodeVentilação Natural.
4.1.6
ABNT
No ano de 2005, a ANBT publicou a norma técnica NBR 15220-3 Desempenho Térmico de Ediicações–PARTE3:Zoneamentobioclimáticobrasileiroediretrizesconstrutivasparahabitações unifamiliaresdeinteressesocial.ANormadivideopaísemzonas,ilustradasnomapadaigura2, paraasquaisestabelecediretrizesconstrutivas.
Figura2.ZoneamentoBioclimáticoBrasileiropelaNBR15220-3(ABNT,2005)
emqueignoraelementosimportantesnodesempenhodaediicaçãoquantoàventilação.Abaixo sãorelacionadosalgunsaspectosquemodiicamodesempenhodeumaabertura,equenãosão consideradosdentrodaclassiicaçãopropostapelaNorma: a. Umaaberturamédiapodeterbomdesempenhoquandooedifícioestáexpostoaovento, edesempenhoruimquandooedifícioforobstruído; b. Umaaberturapequenaebemlocalizadanaenvoltóriadoedifíciopodeterumdesempenho muito superior ao de uma abertura grande mal localizada, independente do que seja grandeoupequeno;
c. Umaaberturagrande,compostaporvenezianas,eumapequenatotalmentedesobstruída terãodesempenhosimilar,mesmosendodetamanhosdiferentes;
d. Dois edifícios de mesma forma, mesmas janelas e exposto ao mesmo vento, mas com cargastérmicasdiferentes,sejapelaocupaçãointerna,pelascaracterísticasdaenvoltória oupelosombreamentopelosvizinhosterãocadaumumaventilaçãodiferente;
e. Duaspequenasaberturascolocadasladoaladoemumafachadaoudispostasumajunto aopisoeaoutrajuntoaotetoterãodesempenhostotalmentediferentes;
TOLEDO (2001) discute a prática adotada em diversas legislações edilícias de determinar as áreas das aberturas como frações da área de piso do cômodo, e conclui que tal prática não é aconselhável.
Supõe-sequeaintençãodanormafoiponderaraimportânciadaestratégiaventilaçãonatural no projeto em função das zonas climáticas. Este sim, um conceito abstrato e não passível de mensuração, mas correto: a importância da ventilação natural é grande, média ou pequena em funçãodascaracterísticasclimáticasdazona.
Comoseráapresentadoadiante,aadoçãodaNormapelomenoscomoinstrumentodepesquisa acadêmicajáéintensa,oquetornaurgentesuarevisão.
Por im, normas que se destinem a avaliar a ventilação natural mesmo que de maneira simpliicada, como é o caso da norma britânica BS 5925 (BSI, 1991), devem ser adotadas para ampararnormasmaisgeraiscomoéocasodaNBR15220-3(ABNT,2005).Damesmaformaque normascomoaNBR6123“Forçasdevidasaoventoemediicações”(ABNT,1988),podemvirasuprir informações fundamentais sobre coeiciente de pressão caso os seus anexos informativos sejam revistoseampliados.
relaçãoaosresultados,jáquefaltaminformaçõessobreaorigemdosvaloresutilizadosparaos coeicientes de pressão e coeicientes de descarga das aberturas, por exemplo. O mesmo ocorre emMARCONDESet.al.(2005).Emambosostrabalhos,outrosdadosrelevantesparaasimulação térmicadoedifíciosãoomitidos,demonstrandoqueaabordagemadotadanosartigosnãoprioriza ametodologiadasimulação,esimseusresultadosnaarquitetura.Todavia,agrandeimportância atribuídaàventilaçãoemambososestudospoderiasereletirnasinformaçõesarespeitodaPVN utilizada.
Emcontrapartida,otrabalhodeOLIVEIRAet.al.(2005)queutilizaestudosemmodeloreduzido parainferirodesempenhodeediicaçõesjáconstruídaséextremamentedetalhado.Foramutilizados osresultadosemGIVONI(1962),queobteveemtúneldeventoavelocidademédiainternadoar emmodelosdeplantaquadrada.UmexemplodosresultadosdeGIVONI(1962)éapresentadona igura3(esquerdasuperior).Nota-sequeavelocidadeinternaé36%davelocidadedoventona áreaexterna.Devidoàpresençademurosexternos,OLIVEIRAet.al.(2005)adotouumacorreção paraavelocidadedoventonaáreaexternautilizandoosresultadosexperimentaisdeBOULETapud OLIVEIRAet.al.(2005),conformeexempliicadonaigura3(esquerdainferior)naqualéapresentada afraçãodavelocidadedoventoemrelaçãoàdistânciaasotaventodomuro.
Figura3.ImagensdotrabalhodeOLIVEIRAet.al.(2005)
Partindodestesestudosexperimentais,edepossedosdadosdevelocidadedacidadeemquestão, OLIVEIRAet.al.(2005)calculouavelocidadenointeriordasUH-unidadeshabitacionais-reais, comoamostradanaigura3(direita).
precisasercompleta.Paraisto,arugosidadesupericial,oupequenasprotuberânciasnaestrutura, também precisa estar em escala porque ela pode inluenciar signiicativamente o escoamento”. Entende-sequeasdiferençasentreosmodelosutilizadosnosestudosdeGIVONI(1962)eBOULET apud OLIVEIRA et. al. (2005) em relação às casas estudadas por OLIVEIRA et. al. (2005) podem invalidaroaspectoquantitativodoestudo.
4.1.8
ENCAC
Osanaisdaúltimaedição(ANTAC,2005)desteimportanteeventoparaapesquisaemventilação naturalnopaíspromovidopelaANTAC-AssociaçãoNacionaldeTecnologiadoAmbienteConstruído, revelamumquadrosemelhanteaoencontradonoPLEA.Deumtotalde298artigos,132artigos, fazemusodapalavra“ventilação”eemumsétimodeles(43)apalavra“ventilação”apareceno resumodotrabalho.Aexpressão“coeicientedepressão”,contudo,apareceemapenasdoisartigos, enquantoasexpressões“coeicientededescarga”e“perdadecarga”nãosãocitadasumaúnica vez.
Daanálisedostrabalhosnosquaisaventilaçãoétemadapesquisapode-seidentiicaralguns pontoscomuns,queserãotratadosnositens4.1.8.1a4.1.8.8.
4.1.8.1 Mediçãodovento
LOURAet.al.(2005)realizaumacomparaçãoentreavazãomedidaeaprevistapelométodo empírico de Van Straaten e pelos softwares AIOLOS e COMIS/Energy Plus. O vento que incide no edifício foi medido utilizando uma estação meteorológica, que foi posicionada dentro da áreadeinluênciadopróprioedifício,e,porisso,podeinluirnasmedições.Aigura4mostrao posicionamentodaestação,emumterraçonoúltimopavimentodoedifício.
Em CÂNDIDO et. al. (2005) o anemômetro é posicionado conforme demonstrado na igura 5(acima)easmediçõesdeintensidadedoventosãofeitasapenasquandoesteincideemuma direção de interesse que está, em tese, desobstruída. O gráico da igura 5 (abaixo) mostra a ausência de correlação entre velocidade interna do ar e intensidade do vento encontrada por CÂNDIDOet.al.(2005):umresultadodedifícilinterpretaçãopoisoesperadoseriaqueventoscom amesmaintensidadeedireçãoproduziriamamesmavelocidadedoarinternoemumdadoponto. Amediçãodoventodentrodaáreadeinluênciadoedifícioconduzaresultadosimprováveiscomo osapresentadosnográicodaigura5.
Figura 5 . Posicionamento dos sensores (acima). Gráico de velocidade no interior do edifício em funçãodaintensidadedoventoemumadadadireção(abaixo)(CÂNDIDOet.al.,2005)
De forma geral, em contextos complexos como os caracterizados pela presença de múltiplos obstáculos,seriadesejávelmedirapressãointernaeaspressõesexternasnasaberturas,emonitorar oventoemáreaseminterferência,mesmoquemaisdistantedoedifícioemanálise.
4.1.8.2 Mediçãodavazão
A vazão é a grandeza que caracteriza a ventilação, uma vez que esta é entendida como a passagemdearnointeriordoedifício.
YANG(2004)utilizousensoresdemenorincertezaqueLOURAet.al.(2005)(anemômetroultra-sônico)posicionadosnocentrodaaberturaecomparouasvazõesindicadaspelosanemômetroscom mediçõesobtidasapartirdacurvadeconcentraçãodeumgástraçador,concluindoqueoserrosna vazãomedidapelosanemômetrosnãosãoaceitáveisparaestudosdeventilação. Contudo,LOURAet.al.(2005)éoúnicotrabalhoamediravazão.
4.1.8.3 Caracterizaçãodaabertura
AindaemLOURAet.al.(2005),nota-seadiiculdadeemcaracterizaraabertura.Oscoeicientes dedescarga(Cz)dasmesmasnãoforamestudados,comoéocasodeCAVALCANTIet.al.(2005), LIMAet.al.(2005),LEALet.al.(2005)eCARDOSOet.al.(2005).OestudodosCzenvolveriamedidas depressãonasaberturasenointeriordorecintoedemedidasdevazãoconiáveisoqueestáalém doescopodetodosostrabalhosapresentados. OCzéoparâmetroquepermitedescreverocomportamentodaaberturaedasobstruçõesjunto dela,comoosbrises.MATOSet.al.(2005)utilizaosoftwareCOMISeairmaqueomesmo“não consideraaexistênciadesteselementossombreadoresnosseuscálculos”.AdespeitodoCzserum parâmetrodeentradadoCOMIS,MATOSet.al.(2005)nãomencionasuaexistência.4.1.8.4 Coeicientesdepressão(Cp)
Adistribuiçãodepressãonasfacesdoedifícioéumdadofundamentalnoestudodaventilação natural, mas, como diz TOLEDO et. al. (2005-2), “a teoria da distribuição de pressão é de difícil aplicaçãoemedifíciosdeformaoudistribuiçãointeriorcomplexas,pois,nessescasos,adistribuição da pressão nas faces do edifício e o escoamento interno são difíceis de serem observados ou estimados”.Paraosquesepropõemaestudaraventilaçãonaturalnãohácomoseomitirdesta análise. ApenasMOTEZUKIet.al.(2005)eLOURAet.al.(2005)abordamoassunto. MOTEZUKIet.al.(2005)utilizasimulaçõesbidimensionaiscomCFDparadeterminarosCpem umcubo. LOURAet.al.(2005)utilizaomodeloparamétricoparadeterminaçãodoCpquefazpartedo códigodoCOMIS.EstemodelonãoéadequadoaedifícioscomplexoscomoéocasodeLOURAet. al.(2005),masapreocupaçãocomaexistênciadoparâmetrodiferenciaotrabalhodeoutrosque tambémutilizamoCOMIS,comoMATOSet.al.(2005).Todavia, em LOURA et. al. (2005) os valores calculados de Cp pelo COMIS poderiam ter sido utilizadosnassimulaçõescomparativasrealizadascomosoftwareAIOLOS.Aigura6apresentaos resultadosobtidosnassimulaçõescomoCOMISeoAIOLOS.
deformaaressaltarasdiferençasencontradas.
Figura6.SimulaçõescomossoftwaresCOMISeAIOLOS.(LOURAet.al.,2005)
Ateorianosdoissoftwaresémuitosemelhante,eadiferençanosresultadoséfrutoapenasda ausênciadeCpnasimulaçãocomoAIOLOS.
LOURAet.al.(2005)concluiqueoCOMISémaisielarealidadequeoAIOLOS,baseadona vazãomédiaduranteoexperimento.Contudo,vê-senaigura6queoCOMISapresentagrandes diferençascomosdadosmedidos,eseavazãomédiasimuladaépróximadavazãomedida,istose deveaumacoincidênciaenãoacapacidadedomodelodesimularaventilaçãocomosdadosde entradafornecidos.
O trabalho de LOURA et. al. (2005) permite avaliar as diversas implicações do uso incorreto de softwares de cálculo de vazão por ventilação natural, assim como uso de dados de entrada inadequados,comoocorrenestecasocomoscoeicientesdepressão.
4.1.8.5 Campodevelocidade
Avelocidadeéumagrandezavetorialquevarianoespaçoenotempo,ouseja,umescoamento nãoédadoporumaúnicavelocidade,esimportrêscomponentes“u,v,w”(asvelocidadesnoseixos x,y,z).Estesvaloresdevemserdeinidosparacadapontox,y,zdaregiãodeinteresse,oqueconstitui ocampodevelocidade,emcadainstantet.Ocampodevelocidadeséfortementeinluenciadopelas coniguraçõesdasfronteirassólidas.
Assim,mediravelocidadeemapenasumpontodeumasalaeextrapolarasconclusõesparao restantedasala,ouestudarocomportamentodeumedifíciosemlevaremcontaseuentornopode levaraconclusõesequivocadassobreaventilação.
Diversostrabalhosutilizamextrapolaçõesdemedidaspontuaisouanálisesquedesconsideram oentornodoproblema,eseusresultadoseconclusõestêmpoucautilidadeparafuturosestudos. Pode-secitar,entreoutros,VIEIRAet.al.(2005),MATOSet.al.(2005)CÂNDIDOet.al.(2005).
situaoedifício,eassimdocampodevelocidadesedepressõesexterno.
4.1.8.6 UsodanormaNBR15220-3(ABNT,2005)
DiversostrabalhosutilizamcomoreferênciaaNBR15220-3(ABNT,2005):VIEIRAet.al.(2005), SPANNENBERGet.al.(2005),MATOSet.al.(2005),ALVESeSANTOS(2005)entreoutros.
AscríticasàNormajárealizadasnestadissertaçãoseestendemaestestrabalhos.
4.1.8.7 ParâmetrosparasimulaçãoemCFD
AspotencialidadesnousodeCFDparaapesquisaeprojetoemventilaçãonaturalsãoimensas, eforamexploradaspordiversostrabalhos.
ApesquisadeMOTEZUKIet.al.(2005)desenvolveuumcódigodeCFDutilizadonapesquisa,e podediscutirquestõesfundamentaisàtodosostrabalhosnaárea.
Acapacidadedegerarresultadosvisualmenteimpactantescomrelativamente“poucoesforço“ tornaoCFDumaferramentaperigosa,poisosresultadospodemnãoterqualquerconexãocoma realidade.
Assim,decisõesfundamentaisaosucessodeumasimulaçãodeCFDdeveriamserexplicitadas nostrabalhos.Estasdecisõeseparâmetrosenvolvemotamanhododomínio,obstruçãomáxima, independênciadamalha,convergência,modelodeturbulênciausado,deiniçãodascondiçõesde contorno,representaçãodacamadalimite-y+,entreoutrosqueserãodiscutidosnocapítulo8.3.
4.1.8.8 Modelagemteórica
Nenhum dos trabalhos, salvo MOTEZUKI et. al. (2005), expõe as equações de modelagem do escoamentoutilizadas.Nota-sequeemgeralnãoháumapreocupaçãocomamodelagem.ASSIS (2005)aoanalisarapesquisaemconfortourbanodiz“Emfunçãodaslimitaçõesdaabordagem descritiva (...), deve haver um esforço para avançar em direção aos estudos de modelização.”. O mesmopode-sedizerdoestudodeventilação,poismuitasdascríticasapresentadasaostrabalhos sãooriundasdapoucaimportânciadadaàsmodelagensteóricasparaosfenômenosestudados.
4.1.9
Conclusõesquantoaoestadodaartenapesquisaemventilação
naturalnoBrasil
OsaldodaatualizaçãodolevantamentodeVIANNA(2001)permiteconcluirqueaventilaçãoé hojeconsideradaumtópicoimportantedentrodaproblemáticadoconfortotérmicoequalidadedo arnoedifícioenacidade.Contudo,onúmerodetrabalhosdecaráterpreditivoouexperimentalde caráternãoexploratóriocontinuareduzido.
pormeiodelapode-seestimarodesempenhodasaberturas,econseqüentementedimensioná-las combasenopartidoadotadopeloarquiteto.Estes,quecomoseráapresentadoaseguir,passama apresentarumanovademandanaPVNemseusprojetos.Aexperimentaçãoéetapafundamentalna validaçãodosmodelospreditivos.
4.2Estado da arte na pesquisa em ventilação natural no
mundo
Apesquisaemventilaçãonaturalnomundo,quedeformageralfoiintensanoúltimoséculo, tevemomentosimportantesduranteaúltimadécada.
Como destaca ETHERIDGE e SANDBERG (1996) na introdução de seu livro, a profusão de materialaqueésubmetidooneóitoemventilaçãotornaoaprendizadodestadisciplinacomplexo edemorado.Nestesentido,diversasobrasforamlançadascomaintençãodeguiaroestudantee novopesquisadornaárea,comoETHERIDGEeSANDBERG(1996),AWBI(1998),LIDDAMENT(1996), ALLARD(1998),SANTAMOURIS(1997),CIBSE-CharteredInstitutionofBuildingServicesEngineers (2005).Estasobras,diferentedosclássicosOLGYAY(1998)eGIVONI(1962)têmfortebaseteórica, enãoapenasimagensedadosgeraisdesimulaçõesemmodelosreduzidos,comooapresentadona igura7.
Figura7.VisualizaçãodeescoamentoOLGYAY(1998)
Noanode2002,foicriadopelaempresaVeetech,depropriedadedoex-diretordoAIVC-Air Iniltration and Ventilation Center - Martin Liddament, um periódico especiico para ventilação natural,oIJNV-InternationalJournalofNaturalVentilation.
Apublicaçãotemumexcelentecorpoeditorial,masaindanãoapresentavaloresdosíndicesde impactoparaquesepossaavaliarsuainluênciasobreacomunidadecientíica.Nãoháassinatura disponívelnaUSP,ounoportal“PeriódicosdaCAPES”.
voluntariamentepelaexecuçãoeinanciamentodapesquisa.OAIVC,porexemplo,éumprojetoda IEAqueoperacontinuamentedesdeadécadade1970difundindoinformaçõeserealizandopesquisa naáreadeventilaçãonatural.Todavia,nenhummaterialproduzidopeloAIVCfoiencontradonas bibliotecaspesquisadas.
Diversos programas com paises da Comunidade Européia se propuseram a estudar questões especíicasdaventilação.Dentreelesdestacam-se:JOULE,PASCOOL,NATVENT,ALTENER.Cadaum destesprogramassistematizouconhecimentosteóricos,desenvolveuferramentascomputacionaise procedeuavalidaçõesquesãoutilizadasnestapesquisademestrado. OCOMISesuaposteriorintegraçãoaosoftwaredesimulaçãotérmicadoedifícioENERGYPLUS, juntamentecomotrabalhodeDEAR(1997)edaASHRAE,foramasprincipaiscontribuiçõesdosEUA -EstadosUnidosdaAmérica.OCOMISapresentouumgrandeavanço,principalmenteaoagregar ummodelodeprevisãodecoeicientesdepressãoparaedifíciosdeplantaretangulareentorno desobstruído. OReinoUnido,representadopelaBSI-BritishStandardInstitution,centralizouodesenvolvimento denormaseuropéiasnaáreadeventilação.OCIBSEpublicouomaisdidáticomanualdeventilação naturaldentreosconsultadosparaestapesquisa,oAM10(CIBSE,2005).AempresaprivadaEDSL lançouanovaversãodeseusoftwaredeanálisededesempenhotérmico,oTASNG,quepermite soisticadassimulaçõesdecontroledeventilaçãonatural,eéusadonestapesquisa.