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Desenvolvimento de um modelo de construção e aplicação de um conjunto de indicadores...

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Academic year: 2017

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Faculdade de Saúde Pública

DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO DE

CONSTRUÇÃO E APLICAÇÃO DE UM

CONJUNTO DE INDICADORES DE DESEMPENHO

NA FARMÁCIA HOSPITALAR

COM FOCO NA COMPARABILIDADE

Sonia Lucena Cipriano

Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Saúde Pública.

Área de Concentração: Serviço de Saúde Pública Orientadora: Profa. Dra. Vitória Kedy Cornetta

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É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na sua forma impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução figure a identificação do autor, título, instituição e ano da tese.

Maiores informações e outras mídias podem ser obtidas com a pesquisadora: sonia.cipriano@terra.com.br

Assinatura:_____________________________

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“Não se aprende no imaginário, teorizando ou apenas estudando. Há que se labutar e aplicar os conceitos e teoria no ambiente das organizações para se chegar ao verdadeiro aprendizado”

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Aos meus queridos pais Salvador (in memorian) e Josepha, ele por ter sido o meu maior exemplo de vida, ela por estar me proporcionando a oportunidade de cuidá-la, pois intensamente me cuidou, sendo assim, os meus referenciais comparativos em servir.

Aos meus queridos filhos Alexandre e Adriano, razão de ser da continuidade e do amor, sendo meus referenciais comparativos na harmonia e entusiasmo.

Ao meu amor e companheiro Saulo, razão de ser das minhas conquistas e emoções, sendo meu referencial comparativo em planejamento, busca permanente do saber e atenção à família (gratidão e amor além do horizonte matizado...).

À minha irmã de alma Profª Dra. Vitória, pela amizade e orientação, sendo meu referencial comparativo em atenção ao aluno (foi uma benção te conhecer).

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Aprendi que mais importante que o ponto inicial e o ponto final é a trajetória. Nesta trajetória, agradeço imensamente aos Membros Titulares da banca pelas contribuições oportunas para melhoria do conteúdo desta tese, sendo meus referenciais comparativos em:

Prof. Dr. José Manoel de Camargo Teixeira: conhecimento da Gestão Pública, inovação e visão de futuro na saúde.

Prof. Dr. Carlos Adalberto de Camargo Sanazzaro: conhecimento da Gestão de Laboratório de Análises Clínicas e Farmácia Hospitalar, humor e paciência no cotidiano.

Profª Dra. Maria Inês de Toledo: conhecimento sobre Antimicrobianos e Farmácia Hospitalar, persistência e responsabilidade na melhor formação acadêmica.

Prof. Dr. Paulo Antonio de Carvalho Fortes: conhecimento sobre Bioética e Saúde Pública, saber ouvir e tranqüilidade na gestão de conflitos.

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Tudo que se concretiza na dimensão material teve sua origem em um sonho. Para que este trabalho se tornasse realidade, obtive o apoio, amor e dedicação de muitas pessoas, para as quais tenho imensa gratidão. Constituem o meu referencial comparativo no trabalho que executam:

Aos Membros Suplentes da banca pelo carinho e consideração, aceitando participar tão prontamente.

Profª Dra. Nicolina Silvana Romano-Lieber. Profª Dra. Silvia Regina Cavani Jorge Santos. Prof. Dr. José Artur da Silva Emim.

Prof. Dr. Paulo de Tarso Puccini.

Aos farmacêuticos sujeitos da pesquisa e colaboradores por compartilharem o grande desafio de construir uma realidade coletiva na Farmácia Hospitalar, sem os quais este trabalho não teria sido possível.

Dra. Alessandra P. do Amaral Gurgel Dra. Andrea Cássia P.Sforsin

Dra. Andreia Cordeiro

Dra. Cleide Harue Maluvayshi Dr. Cleuber E. Chaves Dra. Evelin Cristina Artiero

Dr. George Washington B. Cunha Dra. Janaina Costa Melo

Dra. Lais.Cristina Maffeis Dra. Lilian Calado

Dra. Marcia Lúcia M.Marin

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realização.

Aos Professores da Faculdade de Saúde Pública, Faculdade de Economia e Administração e Faculdade de Medicina da USP, por contribuírem com os conhecimentos no meu desenvolvimento acadêmico e profissional.

À Renilda, Ângela e Lívia representando toda equipe do Serviço de Aprimoramento e Pós-graduação pelas orientações e apóio na parte documental.

À Elaine, Aparecido, Eurídice e Dna. Ilda (in memorian) e Marcelo pelo carinho e apoio logístico no desenvolvimento da pesquisa.

À equipe de colaboradores da Divisão de Farmácia do Instituto Central HCFMUSP pelo incentivo para que este trabalho acontecesse.

Aos colegas do Hospital das Clínicas FMUSP pelo conhecimento compartilhando nesta trajetória de anos de convivência a promoção do cuidado ao paciente.

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um conjunto de indicadores de desempenho na Farmácia Hospitalar com foco na comparabilidade [tese de doutorado]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo; 2009.

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se o grau de dificuldade e vantagens obtidas da aplicação de indicadores. Apresentou-se a estrutura para o desenvolvimento do modelo de construção e aplicação de um conjunto de indicadores de desempenho na Farmácia Hospitalar com foco na comparabilidade. Conclusão: Os resultados obtidos na pesquisa evidenciam a hipótese formulada de que, o desenvolvimento de um modelo de construção e aplicação de um conjunto de indicadores de desempenho sistematizado e passível de comparação, é factível na Farmácia Hospitalar, assim como, busca contribuir com a disseminação da cultura de utilização de indicadores de desempenho, possibilitando a Farmácia Hospitalar se comparar com referenciais internos e externos, promovendo as melhores práticas embasadas em evidências objetivas.

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performance indicators in the Hospital Pharmacy with focus on the comparability. [Ph.D. Thesis]. Sao Paulo (BR): “Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo” [Public Health College of the University of Sao Paulo]; 2009.

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the construction model and the application of a set of performance indicators in the Hospital Pharmacy with focus on the comparability was presented. Conclusion: The results achieved in the research show clearly the formulated hypothesis, which the development of a construction model and the application of a systemized set of performance indicators and subject to comparison, is tangible in the Hospital Pharmacy, as well as, seeks to cooperate with the dissemination of the culture of the performance indicators use, enabling the Hospital Pharmacy to be compared with internal and external references, by fomenting the best practices based on objective evidences.

(12)

1 INTRODUÇÃO... 1

1.1 Estrutura do desenvolvimento da pesquisa... 4

2 REFERENCIAL TEÓRICO... 6

2.1 Assistência farmacêutica no Brasil... 6

2.2 Organização Hospitalar... 11

2.2.1 O Hospital e suas funções... 13

2.2.2 Características e Estrutura Organizacional... 15

2.3 Desenvolvimento da Farmácia Hospitalar no Brasil... 20

2.3.1 Histórico... 20

2.3.2 Conceitos e Objetivo... 25

2.3.3 Estrutura da Farmácia Hospitalar... 27

2.4 Atividades da Farmácia Hospitalar... 30

2.5 Indicadores aplicados na Farmácia Hospitalar... 34

2.5.1 Conceitos e Finalidades... 34

2.5.2 Classes de Indicadores... 38

2.5.3 Características dos Indicadores... 41

2.5.4 Especificações para elaboração de Indicadores... 42

2.5.5 Seleção e Implementação de Indicadores... 44

2.5.6 Gestão de Indicadores... 45

2.5.7 Relação de Indicadores para Farmácia Hospitalar... 47

2.5.8 Indicadores Comparativos – Benchmarking... 57

2.6 Instrumento de avaliação de serviços de saúde... 61

2.6.1 Acreditação Hospitalar... 64

2.6.2 Prêmio Nacional da Gestão em Saúde... 70

(13)

4.2 Objetivos específicos... 81

5 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO... 82

5.1 Estratégia da Pesquisa... 82

5.2 Método da Pesquisa-ação... 84

5.2.1 Definição e características da Pesquisa-ação... 84

5.2.2 A diferença entre a Pesquisa-ação e a Pesquisa convencional... 86

5.2.3 Aplicação da Pesquisa-ação... 87

5.2.4 Etapas da Pesquisa-ação... 87

5.2.5 Adaptação do método da Pesquisa-ação ao estudo... 90

5.3 Fase exploratória- Diagnóstico... 90

5.4 Formulação do problema... 91

5.5 Construção de hipóteses... 93

5.6 Seleção da amostra... 93

5.7 Sujeitos da pesquisa... 96

5.8 Realização de seminários – Estrutura... 96

5.8.1 Quanto à agenda dos seminários... 96

5.8.2 Quanto ao local dos seminários... 98

5.8.3 Quanto à condução dos seminários... 99

5.8.3.1 Padrão da prática... 99

5.8.3.2 Elaboração da pauta... 99

5.8.3.3 Distribuição do material a ser utilizado... 100

5.8.3.4 Controle de presença... 100

5.8.3.5 Entrega da declaração de participação... 101

(14)

5.8.4 Quanto ao conteúdo dos seminários... 104

5.9 Realização de seminários – Processos- 1ª parte... 105

5.9.1 Sensibilização dos sujeitos da pesquisa para o estudo - Seminário n°1... 105

5.9.2 Análise e seleção de indicadores de desempenho - Seminários n° 2 a 4... 106

5.9.2.1 Análise dos indicadores... 106

5.9.2.2 Critérios para seleção... 107

5.9.2.3 Seleção dos indicadores... 108

5.9.3 Construção dos indicadores de desempenho – Seminários n° 5 a 14... 109

5.9.3.1 Análise do modelo proposto de ficha técnica... 109

5.9.3.2 Validação da ficha técnica e construção de indicadores... 112

5.10 Realização de seminários – Processos- 2ª parte... 120

5.10.1 Aplicação em campo do conjunto de indicadores- Seminários n°15 a 18... 120

5.10.2 Análise e consenso final do conjunto de indicadores – Seminários n°19 a 22... 121

5.11 Coleta de dados... 123

5.12 Tratamento dos dados... 126

5.13 Aspectos éticos... 130

6 RESULTADO E DISCUSSÃO... 131

6.1 Fase exploratória- Diagnóstico... 132

6.1.1 Quanto à caracterização do Hospital... 132

6.1.2 Quanto à caracterização da Farmácia Hospitalar... 133

6.1.2.1 Indicadores utilizados pela amostra da pesquisa... 136

(15)

6.3 Realização de seminários – 2ª parte... 148

6.3.1 Aplicação em campo do conjunto de indicadores... 148

6.3.2 Análise e consenso final do conjunto de indicadores... 159

6.3.2.1 Análise da implantação do conjunto de indicadores... 175

6.4 Estrutura do desenvolvimento do modelo de construção e aplicação de um conjunto de indicadores de desempenho na Farmácia Hospitalar com foco na comparabilidade... 180

7 CONCLUSÃO... 184

8 REFERÊNCIAS... 185

9 ANEXOS... 196

Anexo 1: Proposta de ficha técnica para construção e uso de

indicadores com foco na acreditação... A1 Anexo 2: Especificação da ficha técnica para construção e uso de

indicadores com foco na acreditação... A2 Anexo 3: Proposta do conjunto de indicadores para Farmácia

Hospitalar com foco na acreditação (CIPRIANO 2004)... A3 Anexo 4: Exigências atuais para instalação de Farmácia Hospitalar,

Resolução do Ministério da Saúde, RDC 50; 21-02-02... A5 Anexo 5: Questionário de pesquisa n°1 – Fase exploratória... A6 Anexo 6: Formulário n°1 – Lista de freqüência da amostra

pesquisada... A9 Anexo 7: Declaração de participação dos sujeitos da pesquisa... A10 Anexo 8: Formulário n°2 – Ata dos seminários realizados... A11 Anexo 9: Indicadores utilizados pela Farmácia Hospitalar da amostra pesquisada por atividade... A12 Anexo 10: Agrupamento geral dos indicadores utilizados nas Farmácias

(16)

Anexo 12: Formulário n°3- Realização de análise crítica para a segunda seleção dos indicadores quanto à manutenção, exclusão ou inclusão de novos, e justificativas por atividade da Farmácia Hospitalar... A30 Anexo 13: Ficha técnica para construção de indicador – Layout n°2... A32 Anexo 14: Ficha técnica para construção de indicador – Layout n°3... A33 Anexo 15: Realização de análise crítica dos itens da ficha técnica

proposta por (CIPRIANO 2004)... A34 Anexo 16: Formulário n°5- Planilha eletrônica para coleta de dados em

campo dos indicadores de desempenho por hospital... A36 Anexo 17: Planilha eletrônica para consolidar a coleta de dados dos

indicadores de desempenhoem campo por elemento da

amostra... A37 Anexo 18: Formulário n°6 – Realização de análise crítica da ficha

técnica dos indicadores por hospital- 2ª parte da pesquisa... A38 Anexo 19: Questionário de pesquisa n°2 – Avaliação da implantação do

conjunto de indicadores de desempenho... A50 Anexo 20: Termo de Responsabilidade do Pesquisador – carta convite.. A52 Anexo 21: Declaração de ciência do Hospital ... A53 Anexo 22: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido... A54 Anexo 23: Termo de Responsabilidade do pesquisador... A57 Anexo 24: Consenso final da análise crítica dos campos das fichas

técnicas dos indicadores de desempenho e justificativas por hospital – 2ª etapa da pesquisa... A58 Anexo 25: Planilha eletrônica de resultados dos indicadores de

desempenho coletados em campo por hospital... A99 Anexo 26: Número de observações da análise crítica da aplicação em

campo das fichas técnicas por indicador, itens e amostra... A105 Anexo 27: Conjunto de indicadores, variáveis da fórmula de cálculo e

similaridade entre a proposta (CIPRIANO 2004) e indicadores validados na pesquisa por atividade da

(17)

Quadro 1: Definição da Pesquisa... 4

Quadro 2: Estrutura do desenvolvimento da pesquisa... 5

Quadro 3: Características dos Hospitais... 16

Quadro 4: Conceitos sobre Farmácia Hospitalar... 25

Quadro 5: Parâmetros mínimos para recursos humanos na Farmácia Hospitalar... 28

Quadro 6: Atividades da Farmácia Hospitalar com respectivos objetivos, processos e resultados... 31

Quadro 7: Fases e suas atividades do processo de gestão de indicadores... 45

Quadro 8: Método para gestão de indicadores... 47

Quadro 9: Agrupamento dos indicadores destacados na literatura por autores e atividade da Farmácia Hospitalar... 48

Quadro 10: Descrição sumária das etapas do método de benchmarking... 59

Quadro 11: Relação das Seções e Subseções do Manual Brasileiro de Acreditação das Organizações Prestadoras de Serviços Hospitalares. ... 66

Quadro 12: Padrões, princípios orientadores e requisitos para os três níveis do Manual Brasileiro de Acreditação das Organizações Prestadoras de Serviços Hospitalares e tipo de certificado ONA... 69

Quadro 13: Critérios, Itens e Aspectos de avaliação do Prêmio Nacional da Gestão em Saúde... 71

Quadro 14: Fundamentos da excelência e seus respectivos conceitos... 74

Quadro 15: Citação da necessidade de Sistema de Medição de desempenho nos instrumentos de avaliação dos serviços de saúde... 78

Quadro 16: Etapas e descrições do método Pesquisa-ação... 88

Quadro 17: Características da seleção da amostra... 95

Quadro 18: Agenda de realização dos Seminários e respectiva justificativa de alteração de data... 97

Quadro 19: Freqüência da presença da amostra pesquisada nos seminários realizados... 100

(18)

Hospitalar... 108 Quadro 23: Análise crítica dos itens dos campos da ficha técnica do modelo

proposto por (CIPRIANO 2004)... 111 Quadro 24: Distribuição dos indicadores por equipe para construção dos

indicadores de desempenho na Farmácia Hospitalar... 112 Quadro 25: Análise crítica e consenso das especificações dos itens dos campos

da ficha técnica frente a proposta de (CIPRIANO 2004)... 113 Quadro 26: Evolução das alterações dos Itens e campos da ficha técnica, no

respectivo layout frente ao modelo proposto por (CIPRIANO 2004)... 116 Quadro 27: Seqüência de apresentação dos indicadores de desempenho

construídos no novo modelo de ficha técnica – Layout n°4... 117 Quadro 28: Cronograma para envio dos resultados dos indicadores de

desempenho aplicados em campo... 119 Quadro 29: Enumeração dos indicadores de desempenho por atividade da

Farmácia Hospitalar... 121 Quadro 30: Procedimento para o preenchimento do formulário Análise Crítica

das fichas técnicas dos indicadores de desempenho, após aplicação em campo... 122 Quadro 31: Instrumentos de coleta de dados utilizados por etapa do método

Pesquisa-ação... 124 Quadro 32: Estrutura para apresentação dos resultados frente ao método

Pesquisa-Ação e objetivos da pesquisa... 131 Quadro 33: Caracterização do Hospital... 132 Quadro 34: Caracterização da Farmácia Hospitalar... 133 Quadro 35: Identificação e freqüência das atividades desenvolvidas pela

Farmácia Hospitalar na amostra pesquisada... 134 Quadro 36: Número de indicadores utilizados por atividade desenvolvida pela

Farmácia Hospitalar da amostra pesquisada... 137 Quadro 37: Númerode indicadores por tipo utilizados na amostra pesquisada... 138 Quadro 38: Número de indicadores iguais ou diferentes utilizados por atividade

desenvolvida na Farmácia Hospitalar da amostra pesquisada... 139 Quadro 39: Resultado da primeira análise e seleção dos indicadores de

(19)

Farmácia Hospitalar... 141 Quadro 41: Resultado da 2ª seleção de indicadores de desempenho pelos

sujeitos da pesquisa frente aos indicadores propostos por

(CIPRIANO 2004)... 143 Quadro 42: Ficha técnica para construção de indicador... 145 Quadro 43: Especificação dos itens da ficha técnica para construção de

indicador... 145 Quadro 44: Relação dos indicadores de desempenho validados para aplicação

em campo... 147 Quadro 45: Número de indicadores de desempenho implantados por elemento

da amostra... 148 Quadro 46: Resultado das médias aritméticas dos indicadores de desempenho implantados por elemento da amostra... 149 Quadro 47: Número de observações por indicador e itens da ficha técnica, após

aplicação em campo, pelos sujeitos da pesquisa... 159 Quadro 48: Conjunto de indicadores de desempenho validado pela amostra do

estudo por atividade da Farmácia Hospitalar... 160 Quadro 49: Ficha técnica do indicador Taxa de Satisfação do Cliente... 162 Quadro 50: Ficha técnica do indicador Horas de Auxiliar e/ou Técnico de

Farmácia na Assistência ao Paciente Internado... 163 Quadro 51: Ficha técnica do indicador Horas de Farmacêutico na Assistência

Farmacêutica ao Paciente Internado... 164 Quadro 52: Ficha técnica do indicador Taxa de Avaliação Farmacêutica... 165 Quadro 53: Ficha técnica do indicador Índice de Notificações de Reação Adversa

a Medicamento... 166 Quadro 54: Ficha técnica do indicador Giro de Estoque... 167 Quadro 55: Ficha técnica do indicador Taxa de Erro de Inventário... 168 Quadro 56: Ficha técnica do indicador Taxa de Produto Entregue Fora do Prazo

pelo Fornecedor... 169 Quadro 57: Ficha técnica do indicador Taxa de Falta de Medicamento ao

Paciente Internado... 170 Quadro 58: Ficha técnica do indicador Taxa de Erro de Separação de

Medicamentos... 171 Quadro 59: Ficha técnica do indicador Taxa de Erro em Operação

(20)

Quadro 61: Matriz de inter-relação dos indicadores de desempenho quanto à

influência nos seus resultados... 174 Quadro 62: Análise da implantação do conjunto de indicadores de desempenho

por grau de dificuldade pela amostra do estudo... 175 Quadro 63: Principais dificuldades observadas na implementação do conjunto de

indicadores de desempenho na Farmácia Hospitalar, agrupadas por categorias-chave e amostra da pesquisa... 176 Quadro 64: Principais vantagens obtidas com a implantação do conjunto de

indicadores de desempenho na Farmácia Hospitalar, agrupadas por categorias-chave e amostra da pesquisa... 179 Quadro 65: Relação entre as etapas do método da pesquisa com as fases da

(21)

Figura 1: Etapas para o desenvolvimento e aplicação dos instrumentos de

coleta de dados... 124 Figura 2: Representação gráfica do indicador “Taxa de Satisfação do Cliente”.. 151 Figura 3: Representação gráfica do indicador “Horas de Auxiliar e/ou Técnico

de Farmácia na Assistência ao Paciente”... 151 Figura 4: Representação gráfica do indicador “Horas de Farmacêutico na

Assistência ao Paciente Internado”... 152 Figura 5: Representação gráfica do indicador “Taxa de Avaliação

Farmacêutica”... 153 Figura 6: Representação gráfica do indicador “Índice de Notificações de

Reação Adversa a Medicamento”... 153 Figura 7: Representação gráfica do indicador “Giro de Estoque”... 154 Figura 8: Representação gráfica do indicador “Taxa de Erro de Inventário”... 155 Figura 9: Representação gráfica do indicador “Produtos Entregue Fora do

Prazo pelo Fornecedor”... 155 Figura 10: Representação gráfica do indicador “Taxa de Falta de Medicamento

ao Paciente Internado”... 156 Figura 11: Representação gráfica do indicador “Taxa de Erro de Separação de

Medicamento”... 157 Figura 12: Representação gráfica do indicador “Taxa de Erro em Operação

Farmacotécnica”... 158 Figura 13: Representação gráfica do indicador “Índice de Treinamento de

Profissionais da Farmácia”... 158 Figura 14: Estrutura para desenvolvimento do modelo de construção e

aplicação de indicadores de desempenho na Farmácia Hospitalar

com foco na comparabilidade... 183

Lista de Tabelas

Tabela 1: Número de indicadores por atividade da Farmácia Hospitalar

recomendado na literatura pesquisada... 56 Tabela 2: Freqüência das características do perfil dos hospitais pertencentes à

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ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária. BA Bahia

CAF Central de Abastecimento Farmacêutico. CBA Consórcio Brasileiro de Acreditação

CCIH Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. CFF Conselho Federal de Farmácia.

CFT Comissão de Farmácia e Terapêutica. CIM Centre de Informações de Medicamentos CNS Conselho Nacional de Saúde

CQH Compromisso com a Qualidade Hospitalar COEP Comitê de Ética em Pesquisa

ES Espírito Santo

FMUSP Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. FPNQ Fundação Prêmio Nacional da Qualidade.

GM Gestão de Medicamentos.

HCFMUSP Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. IV Intravenoso.

JCAHO Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations. JCI Joint Commission International

IAPB Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Bancários IAPC Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários

IAPI Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários IAPM Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Marítimos

IAPTEC Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Trabalhadores em Transporte de Cargas INAMPS Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social

(23)

NPT Nutrição Parenteral Total. OMS Organização Mundial da Saúde. ONA Organização Nacional de Acreditação. OPAS Organização Pan-Americana da Saúde.

PE Pernambuco

PIASS Programa de Interiorização à Assistência à Saúde e Saneamento para o nordeste PNAF Política Nacional de Assistência Farmacêutica

PNM Política Nacional de Medicamentos PNGS Prêmio Nacional da Gestão em Saúde

PNQ Prêmio Nacional da Qualidade.

PREV-SAUDE Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde

PROAHSA Programa de Estudos Avançados em Administração Hospitalar e de Sistemas de Saúde. PRM Problemas relacionados a medicamentos.

QT Quimioterápicos.

RAM Reações Adversas a Medicamentos. RDC Resolução de Diretoria Colegiada. RENAME Relação Nacional de Medicamentos.

RJ Rio de Janeiro

RME Relação de Medicamentos Essenciais.

SAMDU Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência SBRAFH Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar.

SIM Setor de Informações de Medicamento SUDS Sistema Único e Descentralizado de Saúde

SUS Sistema Único de Saúde.

(24)
(25)

1. INTRODUÇÃO

A assistência farmacêutica é parte integrante e essencial dos processos de atenção à saúde em todos os níveis de complexidade. Compreende um conjunto de atividades relacionadas ao acesso e ao uso racional de medicamentos, destinado a complementar e apoiar as ações de atenção à saúde.

O medicamento é um dos componentes fundamentais da atenção à saúde e sua utilização racional contribui para a qualidade dos serviços de saúde. No entanto, o uso inadequado ou indevido do medicamento pode causar mais prejuízos do que benefícios à saúde dos indivíduos.

Assim, a Assistência Farmacêutica deve propiciar as condições mínimas necessárias para o uso correto dos medicamentos e contribuir para a ampliação do acesso da população aos mesmos.

Por isso, os recursos existentes devem ser bem utilizados na compra de medicamentos realmente necessários e comprovadamente seguros e eficazes. Caso contrário, os prejuízos certamente serão maiores do que os benefícios, tanto para os pacientes quanto para a sociedade (MS 2001a).

No âmbito dos hospitais, dadas as características das ações desenvolvidas e dos perfis dos usuários atendidos, torna-se primordial que as atividades da Farmácia Hospitalar sejam executadas de forma que garantam efetividade e segurança no processo de utilização dos medicamentos, otimizando resultados clínicos, econômicos e aqueles relacionados à qualidade de vida dos usuários.

(26)

Hospitalar como unidade clínica se estende à assistência prestada ao paciente e não apenas com a provisão de produtos e serviços (SBRAFH 2007).

O diagnóstico da Farmácia Hospitalar no Brasil, concluído em 2004, evidenciou graves problemas técnico-administrativos relacionados ao ciclo de assistência farmacêutica, apontando para a urgente necessidade de ações que permitam solucioná-los ou minimizá-los (OSÓRIO de CASTRO e CASTILHO 2004).

A modernização da Farmácia Hospitalar quanto aos aspectos de gestão, passa pelas mudanças de paradigmas, decorrentes das novas necessidades dos clientes e da sociedade. A dinâmica dos processos de trabalho para obtenção de melhores resultados exige a incorporação do uso de ferramentas da qualidade, que se tornaram estratégicas para melhoria do desempenho da gestão da Farmácia Hospitalar.

Nos últimos anos, a busca da excelência no âmbito hospitalar faz com que os seus subsistemas, como a Farmácia, tenham que rapidamente absorver novos conceitos e práticas de gestão, para o enfrentamento das fortes pressões competitivas e manutenção da sustentabilidade das organizações de saúde. Assim, a Farmácia Hospitalar deve estar alinhada às diretrizes da alta administração, corroborando para um ambiente com flexibilidade, agilidade e criatividade.

Neste contexto, de um ambiente voltado para a gestão da qualidade os seguintes questionamentos se fazem necessários:

• Como saber se a Farmácia Hospitalar está realizando uma boa prestação de serviços?

• Com quais parâmetros tomam decisões para ações corretivas, preventivas e de replanejamento?

• Como estabelecem metas e monitoram os seus resultados?

(27)

A Sociedade Espanhola de Farmacêuticos Hospitalares, em 1995, ressalta a importância de instrumentos que informem o grau de qualidade que está sendo alcançado e a possibilidade de aplicar medidas para melhorar paulatinamente os níveis de desempenho das diferentes atividades. O monitoramento por meio de indicadores é uma ferramenta de gestão que permite instaurar a melhoria contínua, mediante a comprovação constante da situação de um processo e de como se está produzindo um bem ou serviço, como também, o conseqüente desencadeamento de ações de melhoria necessárias para assegurar a qualidade. Daí, verifica-se a importância no aprofundamento do estudo de indicadores de desempenho aplicados na área da Farmácia Hospitalar.

A finalidade do presente estudo foi dar continuidade ao tema abordado na dissertação da pesquisadora “Proposta de um conjunto de indicadores para utilização na Farmácia Hospitalar com foco na Acreditação” (CIPRIANO 2004).

O resultado obtido na dissertação foi submetido à especialistas da área de Farmácia Hospitalar, para efetuar análise crítica dos indicadores, nova seleção e aplicação prática do conjunto de indicadores, com o propósito de aperfeiçoar o desenvolvimento de um modelo de construção de indicadores de desempenho para Farmácia Hospitalar com foco na comparabilidade, tema desta pesquisa.

(28)

1.1 Estrutura do desenvolvimento da Pesquisa

Para melhor visualização e entendimento do leitor, a pesquisadora apresenta, de forma sintetizada, a estrutura do desenvolvimento da pesquisa.

Quadro 1: Definição da Pesquisa.

Componentes Descrição

Ponto de partida

Dissertação da autora “Proposta de um conjunto de indicadores para utilização na Farmácia Hospitalar com foco na

Acreditação” (CIPRIANO 2004).

Proposta (CIPRIANO 2004):

− Ficha técnica para construção e uso de

indicadores (Anexo 1, p. A1).

− Especificações dos itens dos campos

da ficha técnica (Anexo 2, p. A2).

− Conjunto de indicadores selecionados

(Anexo 3, p. A3).

Pergunta

É possível realizar análise, seleção, construção e aplicação de um conjunto de indicadores de desempenho na Farmácia Hospitalar passíveis de comparação? Objeto do estudo Indicadores de desempenho na Farmácia Hospitalar.

Delimitação do estudo Tamanho da amostra, em virtude da exeqüibilidade do estudo.

Hipótese

O desenvolvimento de um modelo de construção e aplicação de um conjunto de indicadores de desempenho sistematizado e passível de comparação é factível na Farmácia Hospitalar.

Tema

Desenvolvimento de um modelo de construção e aplicação de um conjunto de indicadores de desempenho na Farmácia Hospitalar com foco na comparabilidade.

Vale mencionar a citação do autor LORIGGIO (1996):

(29)

Quadro 2: Estrutura do desenvolvimento da pesquisa.

DEFINIÇÃO DA PESQUISA • Ponto de partida

• Pergunta

• Objeto de estudo • Delimitação do estudo • Hipótese

• Tema

Pesquisa bibliográfica Pesquisa de campo

Referencial teórico Procedimentos Metodológicos

• Assistência Farmacêutica no

Brasil.

• Organização hospitalar. • Desenvolvimento da Farmácia

Hospitalar no Brasil.

• Atividades da Farmácia

Hospitalar.

• Indicadores aplicados na

Farmácia Hospitalar.

• Instrumentos de avaliação de

serviços de saúde.

Método: Pesquisa-ação (qualitativo)

• Fase exploratória - Diagnóstico • Realização de seminários –

1ª parte (14 seminários).

− Sensibilização dos sujeitos da

pesquisa.

− Análise e seleção de indicadores. − Construção dos indicadores. • Realização de seminários-

2ª parte (8 seminários).

− Aplicação em campo do conjunto

de indicadores.

− Análise e consenso final. Amostra: 6 hospitais (3 públicos e 3 privados).

Local da pesquisa: Farmácias Hospitalares.

Instrumentos de coleta de dados:

Questionários e formulários.

Resultado e Discussão • Caracterização do Hospital, da Farmácia

Hospitalar e indicadores utilizados.

• Ficha técnica e especificações para

construção de indicadores.

• Conjunto de indicadores de desempenho

sistematizados e passíveis de comparação.

• Grau de dificuldade e vantagens obtidas da

aplicação de indicadores.

• Estrutura do desenvolvimento do modelo de

construção de indicadores de desempenho na Farmácia Hospitalar com foco na

comparabilidade.

Conclusão

Referências

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Assistência Farmacêutica no Brasil

A Assistência Farmacêutica no país tem passado por importantes mudanças nos últimos anos com a aprovação da Política Nacional de Medicamentos (PNM), a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a Lei de Genéricos, a realização da Conferência Nacional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica e a aprovação da Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF).

A Constituição da República do Brasil promulgada em 1988, no seu capítulo da Saúde, artigo 196, assegura que: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação” (BRASIL, Constituição 1988, p.37).

É importante lembrar, que foi por meio do movimento da Reforma Sanitária, tendo como expoente a 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, que se deu a definição do Sistema Único de Saúde (SUS). Esta Conferência possibilitou a participação de todos os segmentos da sociedade brasileira e estabeleceu princípios e diretrizes que posteriormente formaram a base do capítulo da Saúde na Constituição Federal.

O intuito da criação do SUS visava a integração das ações e serviços de saúde na perspectiva de um sistema único, ou seja, um sistema formado por várias instituições públicas federais, estaduais e municipais, complementado pelo setor privado contratado ou conveniado.

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mais corriqueiras, seguida pela secundária que tem como foco o atendimento das especialidades básicas e no pico a atenção terciária, que atende as situações de maior complexidade (AMARAL 2000).

Os princípios norteadores que compõem o SUS são:

• Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os

• Níveis de assistência;

• Equidade no acesso;

• Integralidade de assistência dos serviços de ações de saúde.

As diretrizes previstas no Artigo 198 da Constituição Federal, segundo as quais o SUS se organiza são:

• Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

• Atendimento integral, promoção, prevenção, cura e reabilitação;

• Participação da comunidade.

A Constituição Federal e as Leis Orgânicas da Saúde nº 8.080/90 e nº 8.142/90 são as principais bases legais para o SUS. Sendo que a lei nº 8.080/90 dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes; e a Lei nº 8.142/90 dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e define a participação nos conselhos de saúde.

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De acordo com a Constituição e o Art. 6º da Lei nº 8.080/90, que regulamenta o SUS, está assegurado a assistência terapêutica integral aos cidadãos brasileiros, inclusive assistência farmacêutica. Esta lei ainda estabelece a universalidade, a eqüidade e a integralidade como princípios éticos / doutrinários do SUS e a descentralização, a regionalização e a hierarquização, bem como a participação dos cidadãos, como seus princípios organizacionais / operativos (BRASIL 1988, 1990a).

Portanto, o acesso universal e gratuito aos serviços públicos e aos medicamentos padronizados pelo SUS tem garantia constitucional.

A implantação do SUS, baseada nos critérios de integralidade, igualdade de acesso e gestão democrática, foi o primeiro modelo a definir a Assistência Farmacêutica e a Política Nacional de Medicamentos como parte integrante das políticas da saúde, possibilitando ao farmacêutico não só participar de maneira mais efetiva da saúde pública, mas também desenvolver formas específicas de assistência envolvendo os medicamentos e seus desdobramentos na prestação de serviços de saúde (MARIN et al. 2003).

O Ministério da Saúde, em outubro de 1998, aprovou a Política Nacional de Medicamentos (Portaria GM nº 3.916/98), entendendo a Assistência Farmacêutica como parte importante de um Sistema de Saúde e componente fundamental para efetiva implementação das ações de promoção e melhoria das condições de assistência à saúde da população. Este instrumento passou a orientar todas as ações no campo da política de medicamentos do país.

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As diretrizes da Política Nacional de Medicamentos são:

• Adoção da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME);

• Regulamentação sanitária de medicamentos;

• Reorientação da Assistência Farmacêutica;

• Promoção do Uso Racional de Medicamentos (URM);

• Desenvolvimento científico e tecnológico;

• Promoção da produção de medicamentos;

• Garantia da segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos;

• Desenvolvimento e capacitação de recursos humanos.

Dentre as diretrizes estabelecidas, definiram-se como prioridades: a revisão permanente da Relação Nacional de Medicamentos (RENAME); a Reorientação da Assistência Farmacêutica; a Promoção do Uso Racional de Medicamentos; e a organização das atividades de Vigilância Sanitária de Medicamentos.

A reorientação do modelo de Assistência Farmacêutica, coordenada e disciplinada em âmbito nacional pelos três gestores do Sistema (Federal, Estadual e Municipal), deve ser considerada como uma das atividades prioritárias da assistência à saúde, em face de sua transversalidade com as demais ações e programas de saúde. Nesse sentido, o medicamento é de fundamental importância, sendo difícil outro fator, isoladamente, possuir no âmbito dos serviços de saúde maior impacto sobre a capacidade resolutiva dos mesmos. Portanto, pode-se considerar que o medicamento é um insumo estratégico para a melhoria das condições de saúde da população (MS 2001a).

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formação de recursos humanos, entre outras, garantindo a intersetorialidade inerente ao sistema de saúde do país (SUS) e cuja implantação envolve tanto o setor público quanto o privado de atenção à saúde”. Essa política traz definições de Assistência e Atenção Farmacêutica (BRASIL, CNS 2004).

“A Assistência Farmacêutica trata de um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao acesso e ao uso racional, conjunto este, que envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia de qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação da sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população” (BRASIL, CNS 2004).

“A Atenção Farmacêutica, considerada como um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica, compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e co-responsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe da saúde. É a interação direta do farmacêutico com o usuário, objetivando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Essa interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitada as suas especificidades bio-psicosociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde” (BRASIL, CNS 2004).

Apresentam-se assim as atividades da Assistência Farmacêutica, colocando em um mesmo nível de importância, ações antes relegadas a um segundo plano. Dentre estas, destaca-se pelo caráter recente, o conceito de Atenção Farmacêutica.

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2.2 Organização Hospitalar

Para um melhor entendimento da inserção da farmácia no complexo sistema hospitalar, deve-se salientar que diversos aspectos atuam administrativa e tecnicamente para justificar a importância do tema. As características das organizações hospitalares têm forte influência na estrutura e nas atividades desenvolvidas pela Farmácia Hospitalar.

A assistência hospitalar no Brasil teve início logo após o descobrimento, antes mesmo de receber seu primeiro governador-geral, a Terra Santa viu surgir uma obra de misericórdia erigida na cidade de Santos por Braz Cubas, no ano de 1543 – o primeiro hospital do Brasil, a Santa Casa de Misericórdia de Santos (MIRSHAWAKA 1994).

Ainda segundo o mesmo autor, mais adiante, foram fundadas as Santas Casas de Misericórdia de Vitória (ES), de Olinda (PE), de Ilhéus e de Salvador (BA) e a do Rio de Janeiro (RJ). Antes do final do século XVI, foi criada a Santa Casa de São Paulo. Essas instituições eram inspiradas pelo espírito caritativo, e poucas foram as medidas de inspiração governamental que ao menos estabelecessem normas para a criação de hospitais.

Na década de 30, foi o período em que ocorreram as maiores mudanças no setor saúde do país, sendo considerada a época de maiores investimentos, com a criação de vários hospitais públicos, centros de saúde e fortalecimento do sistema previdenciário. A revolução de 30 trouxe novos conceitos sociais, especialmente no tocante à assistência previdenciária e médica aos trabalhadores.

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qual se incorporou o hospital dos Funcionários, passando a denominar-se Hospital dos Servidores do Estado, e no mesmo ano, foi também criado o Instituto dos Trabalhadores em Transporte e Cargas (IAPTEC), em 1940 o Instituto dos Comerciários (IAPC). Estes Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP’s) se organizaram e tiveram uma atuação marcante na assistência médico-social às categorias laborativas a que pertenciam.

No que diz respeito à assistência à saúde, foram construídos hospitais de grande porte em alguns Estados da Federação. Em 1938, teve início a construção do maior centro hospitalar do Brasil, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, cuja inauguração foi em abril de 1944.

Em 1953 foi criado o Ministério da Saúde, que no mesmo ano implanta um órgão de assistência médica denominado Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência (SAMDU), com objetivo de atendimento ambulatorial, domiciliar e de apoio aos hospitais dos IAP’s.

As atividades de medicina curativa, inclusive assistência médica e hospitalar em geral, ficaram predominantemente a cargo dos Institutos de Aposentadoria e Pensões.

Na década de 70 ocorreu a fusão de todos estes IAP’s dando origem ao Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), mais tarde substituído pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS).

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“A organização sanitária brasileira, até a década de 80, caracterizou-se pela diversidade de instituições prestadoras de cuidado à saúde e pela profunda dicotomia observada entre as práticas de promoção e prevenção de saúde e a medicina chamada curativa” (CASTELAR 1995, p.38).

Como se pode observar até os dias de hoje, várias políticas de saúde foram implementadas, mas foi com a Constituição Federal de 1988, que se criou o Sistema Único de Saúde, que garantiu o direito à população brasileira do acesso universal às ações e aos serviços de saúde.

2.2.1 O hospital e suas funções

TEIXEIRA, em1989, afirma que os avanços tecnológicos e o aparecimento da medicina científica nos fins do século XIX e inicio do século XX, revolucionaram o papel e as funções do hospital. Ele deixa de ser um local, onde pobres e doentes eram levados para morrer, e transforma-se na mais importante instituição para tratamento das enfermidades, oferecendo ao médico, condições de infra-estrutura que não podiam ser deslocadas à residência do paciente.

Ainda segundo o mesmo autor, no século XX, os hospitais ampliam suas fronteiras, servindo à toda comunidade. O hospital passa a se constituir, na atualidade, no principal estabelecimento de prestação de atenção médica à sociedade moderna, enfocando não apenas a atenção aos pacientes individuais, mas também, através da abordagem de uma medicina integral, procurando soluções para os problemas de saúde da comunidade.

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está diminuindo a internação, com aumento dos serviços ambulatoriais e expandindo e formalizando o compromisso com a qualidade e com a satisfação do paciente.

Citada por vários autores, a Comissão de Peritos em Assistência Médica da Organização Mundial de Saúde, em reunião realizada em Genebra, de 18 a 23 de Junho de 1956, definiu o hospital como “uma parte integrante de uma organização médica e social, cuja função é prover completa assistência de saúde à população – curativa e preventiva – e cujos serviços atingem à família e seu meio ambiente. É também, um centro de formação para os que trabalham no campo da saúde, bem como para a pesquisa bio-social” (GONÇALVES 1983; BORBA 1991; MIRSHAWAKA 1994; MAIA NETO 1995; CAVALINI e BISSON 2002; FEDERIGHI e GALVÃO 2002)

Conforme a Resolução RDC nº50, de 21 de março de 2002, que dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde do Ministério da Saúde, hospital é “todo estabelecimento de saúde dotado de internação, meios diagnósticos e terapêuticos, com o objetivo de prestar assistência médica curativa e de reabilitação, podendo dispor de atividades de prevenção, assistência ambulatorial, atendimento de urgência/emergência e de ensino/pesquisa” (MS 2002b).

Complementando, o Ministério da Saúde no Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar, ressalta que os hospitais são componentes de uma rede de serviços de atenção à saúde, associada geograficamente, seja por uma organização planejada ou como conseqüência de uma organização espontânea dos elementos assistenciais existentes (MS 1999).

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• Oferecer assistência médica continuada;

• Oferecer assistência médica integrada;

• Concentrar grande quantidade de recursos, diagnósticos e tratamento para, no menor tempo possível, reintegrar o paciente ao seu meio;

• Constituir um nível intermediário dentro de uma rede de serviços de complexidade crescente;

• Promover a saúde e prevenir as doenças sempre que o estabelecimento pertencer a uma rede que garanta a disponibilidade de todos os recursos para resolver cada caso;

• Abranger determinada área;

• Avaliar os resultados de suas ações sobre a população da área de influência.

Para NOVAES e MOTTA, em 1996, as instituições hospitalares, como prestadoras de serviços de alta relevância social, devem estar atentas para o desenvolvimento tecnológico, não só para as adaptações temporárias, fruto de circunstâncias favoráveis, destino principalmente para ações gerenciais estratégicas de grande alcance. É necessária a atenção gerencial permanente para inovar e usar o máximo de conhecimentos existentes na melhora da eficiência e eficácia na prestação de serviços.

O hospital para atingir elevados níveis de eficiência, precisa ser concebido como uma empresa e assumir com a coletividade um importante papel na produção de serviços. Sendo considerado, como uma estrutura viva e de alto dinamismo operacional, o hospital tem peculiaridades próprias que o diferencia de outras organizações (GONÇALVES e ACHÉ 1999).

2.2.2 Características e Estrutura Organizacional

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Quadro 3: Características dos Hospitais.

CARACTERÍSTICAS TIPO DESCRIÇÃO

Público Integra o patrimônio Federal, Estadual, Municipal, autarquias, fundações instituídas pelo poder público.

Privado Filantrópico

Conforme legislação, reserva para a população carente, serviços gratuitos. Não remunera sua diretoria, e os lucros revertem para manutenção da instituição.

Privado com

Fins Lucrativos Prestam serviços para auferir resultados financeiros lucrativos. Natureza jurídica

Privado sem Fins Lucrativos (beneficente)

Fundado e mantido por contribuições e doações, prestam serviços principalmente para seus associados. A diretoria não é remunerada e os lucros auferidos são revertidos para manutenção e

desenvolvimento da instituição. Pequeno até 50 leitos.

Médio de 51 a 150 leitos. Grande de 151 a 500 leitos. Capacidade ou lotação

(Porte)

Extra ou

especial acima de 500 leitos.

Geral

Presta assistência aos pacientes portadores de doenças das especialidades médicas básicas (clínica médica, cirurgia geral, clínica ginecológica e obstétrica e clínica

pediátrica). Geral com

especialidades

Prestam assistência aos pacientes portadores de doenças de várias especialidades, além das básicas. Natureza da

assistência

Especializado Presta assistência aos pacientes portadores de doenças específicas ou predominantes.

Secundário

Prestam serviços com recursos básicos de diagnósticos (laboratório de análises clínicas, radiologia, eletrocardiografia, possuem leitos para áreas básicas da medicina, ou seja, clínica médica, cirurgia geral, clínica ginecológica e obstétrica e clínica pediátrica).

Nível de Atenção - prestação da assistência

Terciário

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CARACTERÍSTICAS TIPO DESCRIÇÃO

Fechado Presta assistência por meio de um corpo clínico próprio (efetivo).

Aberto Não dispõe de um corpo clínico efetivo e qualquer médico pode utilizar as instalações para prestar assistência a seus doentes. Corpo clínico

Misto Associação das duas formas descritas.

Pavilhonar Constituído de várias edificações de pequeno porte podendo ou não estar interligadas.

Monobloco A prestação de serviços está concentrada em um único edifício. Sistema de edificação

Multibloco A prestação de serviços está distribuída por edificações de médio ou grande porte que poderá ou não estar interligada.

Vertical Apresenta predominância de sua dimensão vertical sobre a horizontal. Tipos de edificação

Horizontal Apresenta predominância de sua dimensão horizontal sobre a vertical.

Fonte: Dados de Pesquisa, 2005.

Conforme ZOBOLI, em 2002, o hospital experimentou distintos processos de reorganização. De abrigo para pobres e viajantes transforma-se em centro de alta tecnologia para diagnóstico, tratamento e pesquisas. Isto lhe confere uma complexidade impar, pois mescla a nobre missão social de cuidar das pessoas com traços administrativos e econômicos comuns a outras organizações de negócios. Parece claro que o administrador deve trabalhar para a viabilidade econômico-financeira da instituição, no entanto o propósito primário do hospital é cuidar das pessoas e, esta especificidade, não pode ser perdida de vista. Urge uma atitude ética consonante com a vulnerabilidade das pessoas que acorrem ao hospital, pois elas conformam o fundamento, o sujeito e o fim de toda atividade sanitária.

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Para operar o hospital, de maneira eficiente e resolver os muitos problemas que surgem no dia-a-dia, apesar da grande divisão de trabalho que determina a existência de inúmeras unidades e departamentos, é necessário que o administrador olhe para o hospital como um todo, que coordene as informações de maneira a manter o equilíbrio da organização (TEIXEIRA 1989).

KAST e ROSENSWEIG (1980) relatam que, o hospital geral constitui um dos tipos mais complexos de organização existente. Os elementos da complexidade mais comumente identificados nas organizações são a diferenciação vertical ou hierárquica e a diferenciação horizontal. A diferenciação vertical, de maneira geral, usa como medida de estratificação de uma organização, a proliferação dos níveis de supervisão; e a diferenciação horizontal, se refere à subdivisão das tarefas desempenhadas entre os membros da organização.

Citado por (BITTAR 1996, p.49), na administração federal “admitem-se quatro níveis hierárquicos que correspondem às seguintes denominações usuais: 1º nível: departamento; 2º nível: divisão; 3º nível: serviço, 4º nível: seção; 5º nível: setor. Também podem ser adotadas outras denominações, tais como: secretaria, coordenadoria, núcleo e serviço. São encontradas, também, denominações tais como superintendência, grupo técnico e equipe”. Ainda, sugere que as estruturas sejam racionais, flexíveis e modernamente horizontalizadas, o que aumentaria a eficiência, a efetividade e a eficácia dos hospitais. Neste contexto, segundo (MAIA NETO 1995), uma Farmácia Hospitalar, tal como qualquer outra unidade, será enquadrada ou classificada como Departamento, Divisão, Serviço, Seção ou mesmo Setor, em função do volume, da complexidade e da diversidade do trabalho que ela se propuser a desenvolver.

Segundo (TEIXEIRA 1989), de uma maneira simplista, pode-se dizer que genericamente encontramos no hospital a seguinte departamentalização:

• Conselho Diretivo – é formada pelas autoridades superiores.

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foram delegadas as atividades executivas pelas autoridades superiores da instituição.

• Corpo Clínico - é o conjunto de profissionais de medicina que realiza a atenção médica no hospital.

• Serviços de Apoio Clínico - são serviços que servem para auxiliar o clinico no seu trabalho hospitalar. Estes serviços são os que dão a característica de atenção médica moderna à profissão e obrigam necessariamente à organização do trabalho em equipe.

• Serviços Técnicos - são serviços compostos de profissionais paramédicos e que desempenham diferentes atividades diretamente ao paciente como apoio para as atividades fins. Dentre esses serviços tem papel de destaque o Serviço de Enfermagem. Outros serviços enquadrados dentro dos técnicos são: Serviço Social, Serviço de Nutrição e Dietética, Serviço de Farmácia, Odontologia, Serviço de Psicologia, Serviço de Arquivo Médico e Estatística e Biblioteca.

• Serviços de Apoio Administrativos (Apoio Gerencial) - Esses serviços vão fornecer ao nível técnico o ingresso de material, energia e informações, para que as atividades finais da instituição possam ser realizadas. Eles devem desenvolver de maneira intensa as funções de planejamento e controle.

Sua estrutura organizacional dependerá das características institucionais, da área de atuação, da complexidade e da natureza da assistência prestada. Poderá ser dividida em áreas básicas de ação: Administrativa, Assistência, Cuidados Intensivos e Observação, Apoio, Diagnóstico e Terapêutica. Assim, o hospital começa, finalmente, a ser gerido como uma empresa, surgindo técnicas de gestão empresarial como o planejamento, a racionalização e a avaliação de resultados (MAIA NETO 1995; FEDERIGHI e GALVÃO 2002).

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de todos seus componentes de maneira a compor um todo e não um somatório de partes desagregadas (TEIXEIRA 1989).

Complementando, a organização hospitalar é considerada um sistema complexo, onde as estruturas e os processos são de tal forma interligados, que o funcionamento de um componente interfere em todo o conjunto e no resultado final (MS 2002 a).

2.3 Desenvolvimento da Farmácia Hospitalar no Brasil

2.3.1 Histórico

No Brasil as farmácias hospitalares mais antigas foram instaladas nas Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Militares, onde o farmacêutico manipulava os medicamentos dispensados aos pacientes internados, obtidos de um ervanário do próprio hospital (ROSA 1997).

Ainda no começo do século XX, apesar das extraordinárias descobertas nos campos da farmacologia, da química, da bacteriologia e da física, os hospitais de modo geral, quanto à organização, obedeciam a normas simples, com unidades praticamente estanques, sem entrosamento, hoje obsoletas, antieconômicas e ultrapassadas. Dentre os Serviços imprescindíveis ao funcionamento normal do hospital, o de farmácia talvez fosse a unidade mais evoluída, no seu antigo e verdadeiro conceito, sempre de presença obrigatória e jamais esquecida pelas administrações – por força de sua elevada função de fornecer todos os medicamentos que acomunidade necessitava (CIMINO 1973).

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formulações diferentes e novas. Naquela época, quase inexistiam especialidades farmacêuticas (medicamentos que sofriam processos de fabricação industrial), o que valorizava bastante o trabalho do farmacêutico e do médico, ressaltando as artes de manipular e formular (MAIA NETO 1990).

O farmacêutico era o profissional de referência para a sociedade nos aspectos do medicamento, atuando e exercendo influência sobre todas as etapas do ciclo do medicamento. Nesta fase artesanal, o farmacêutico hospitalar era responsável, também, pela manipulação de, praticamente todo o arsenal terapêutico disponível na época (GOMES e REIS 2001).

No decorrer do tempo, os médicos compraram a idéia da nova tecnologia e deixaram gradativamente de ensinar a arte de formular e o diálogo com o farmacêutico passou a inexistir. A farmácia abria lugar para os leigos, espaço para armazenar medicamentos industrializados. O farmacêutico praticamente deixava de manipular e a resultante de tudo isso foi um abalo na economia de um setor que foi tão viável em alguns anos atrás. Foi realmente uma época lamentável para a Farmácia Hospitalar (MAIA NETO 1990).

ROSA, em 1997, complementa que com a industrialização do medicamento, surgindo assim o fármaco pronto para o uso, houve uma crise na profissão farmacêutica, atingindo de forma parecida o farmacêutico de hospital. Por que ter um farmacêutico no hospital para produzir medicamento se este produto pode ser comprado pronto? E assim o farmacêutico praticamente desapareceu dos hospitais só permanecendo nas instituições de grande porte.

A expansão da indústria farmacêutica, o abandono da prática da formulação pela classe médica e a diversificação do campo de atuação do profissional farmacêutico, levaram-no a se distanciar da área de medicamentos descaracterizando a farmácia (GOMES e REIS 2001).

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funções do farmacêutico e as Farmácias Hospitalares converteram-se em um canal de distribuição de medicamentos produzidos pela indústria.

A partir de 1950, evidenciou-se uma fase de desenvolvimento da Farmácia Hospitalar, com grande enfoque na questão da fabricação de medicamentos. Esta importante fase exigiu modernização e desenvolvimento para atender a este novo desafio. Os serviços de farmácia de maior destaque nesse período foram os das Santas Casas de Misericórdia (Prof. Dr. Cláudio Daffree) e do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (Prof. Dr. José Sylvio Cimino). É relevante destacar a publicação dos livros “Farmacotécnica” e “Iniciação à Farmácia Hospitalar” de autoria dos referidos farmacêuticos, constituindo-se a principal referência bibliográfica na área, naquele período (MAIA NETO 1990; GOMES e REIS 2001).

ROSA, em 1997, ressalta que a história da Farmácia Hospitalar brasileira pode-se dizer que recomeçou com o Prof. Cimino no Hospital das Clínicas de São Paulo, na década de 50 e 60, realizando um trabalho destacado com ênfase na farmacotécnica hospitalar.

Cabe mencionar, que em 1967, o Dr. Myrcio de Paula Pereira implantou a Farmácia do Hospital do Servidor Público de São Paulo, destacando-se pela produção de soluções parenterais, preparo de quimioterápicos e o sistema de reposição constante de medicamentos diretamente nas unidades clínicas.

Em 1975, foi incluída a disciplina de Farmácia Hospitalar no currículo do curso de farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais, por iniciativa dos professores Zildete Pereira e Antônio Basílio Pereira.

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• A reorientação do perfil do farmacêutico como profissional que deve ter a seu cargo a elaboração, a informação, a distribuição e a vigilância no uso do medicamento, reposicionando o farmacêutico no seu verdadeiro e legítimo papel;

• A importância da correta estruturação da Farmácia Hospitalar e seu papel na redução dos custos operacionais dos hospitais, por meio da racionalização do uso do medicamento;

• A integração do farmacêutico na equipe de cuidados ao paciente, do qual se acha inexplicavelmente afastado.

Na década de 80, cresceu o interesse pela Farmácia Hospitalar, surgindo os cursos de especialização com foco no controle de infecção hospitalar no Rio Grande do Norte, Paraná, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul. Infelizmente, por problemas financeiros, esses cursos foram descontinuados pelo Ministério da Saúde (ROSA 1997).

Na mesma época, o Professor Levy Gomes Ferreira implanta na Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro o I Curso de Especialização em Farmácia Hospitalar, que poucos anos depois, veio a transformar-se no primeiro curso de mestrado do país nesta área.

Cabe destacar que no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) o Curso de Especialização em Farmácia Hospitalar e Introdução à Farmácia Clínica, coordenado pela Divisão de Farmácia do Instituto Central, foi implementado em 1988 pelo Dr. Victor Hugo Travassos da Rosa, e permanece até os dias de hoje. Considerado de referência na capacitação de profissionais farmacêuticos para a área hospitalar.

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Universidade de São Paulo (FMUSP), sendo o primeiro hospital no Brasil a adotar este sistema.

Em maio de 1995, foi criada a Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (SBRAFH), durante a realização do IX Congresso Paulista de Farmacêuticos, a qual, tem contribuído intensamente para a dinamização da profissão e para o desenvolvimento da produção técnico-científica nas áreas de assistência farmacêutica hospitalar. Em outubro de 1996, realizou-se o I Congresso de Farmácia Hospitalar em São Paulo, e no ano seguinte, publica os “Padrões Mínimos para a Farmácia Hospitalar”, como primeiro passo para o estabelecimento de uma uniformização da prática.

OSÓRIO de CASTRO e CASTILHO, em 2004, coordenaram a realização do diagnóstico da Farmácia Hospitalar no Brasil. Em pesquisa realizada de forma conjunta pela SBRAFH, OPAS, MS e FIOCRUZ, foram pesquisados 250 hospitais distribuídos nas cinco regiões do país.

Em 2005, a SBRAFH, realizou o primeiro concurso para a obtenção do título de especialista em Farmácia Hospitalar. Em junho de 2007, durante o VI Congresso Brasileiro de Farmácia Hospitalar, foi lançada a 2ª edição dos Padrões Mínimos para Farmácia Hospitalar.

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2.3.2 Conceitos e Objetivo

Para melhor compreensão do leitor, elaborou-se o Quadro 4, com os conceitos sobre Farmácia Hospitalar por autor e em ordem cronológica.

Quadro 4: Conceitos sobre Farmácia Hospitalar.

AUTOR/ANO CONCEITOS

CIMINO 1973.

É uma unidade tecnicamente aparelhada para prover às clínicas e demais serviços, de medicamentos e produtos afins, necessários para seu normal funcionamento.

OMS 1987

Pode atuar como um dos principais instrumentos contribuindo para o estabelecimento de sistemas de seleção, abastecimento, garantia de qualidade e distribuição de medicamentos e para impulsionar as investigações e desenvolvimento tanto no setor farmacêutico como do setor clínico, no campo do uso e evolução dos medicamentos.

PROAHSA 1987

É o órgão preparado para armazenar, distribuir, controlar e eventualmente produzir medicamentos e produtos afins, como também, responsável pela informação técnica, científica e controle de qualidade de medicamentos e agentes químicos utilizados pelo hospital.

Resolução 208, de 19 de Julho de 1990, citado pelo MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1994.

Uma unidade hospitalar de assistência técnica-administrativa, dirigida por profissional farmacêutico, integrada funcional e hierarquicamente as atividades hospitalares.

MAIA NETO 1990

Unidade de Assistência Técnica, Administrativa e Contábil, dirigida por profissional Farmacêutico tecnicamente habilitado, que visa assistir toda a comunidade hospitalar, no âmbito do medicamento e correlatos.

Rosa VHC e Lopes NMRB, – Manual de comunicações formais HCFMUSP, 1996.

A Farmácia Hospitalar é uma unidade de Assistência Técnica e administrativa, dirigida por profissional Farmacêutico, que objetiva prestar assistência farmacêutica aos pacientes no que se refere à informação, orientação, preparo, análise e controle dos medicamentos e dos produtos correlacionados a estes; em estreita colaboração com os profissionais que integram a área de saúde

Termo de referência para implantação ou reestruturação de farmácias de hospitais universitários, citado por (GOMES e REIS 2001)

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eficácia da terapêutica, além da redução dos custos, voltando-se, também, para o ensino e a pesquisa, propiciando um vasto campo de aprimoramento profissional.

Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar

MS (1999, 2001a, 2002a).

É a unidade de apoio de assistência técnico-administrativa, dirigida por profissional habilitado, integrada funcional e hierarquicamente às atividades da organização.

Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar

(ONA 2006)

Conjunto de ações sistemáticas e contínuas que visam os procedimentos de assistência farmacêutica e de farmacovigilância, sistematizadas de acordo com o grau de complexidade e especialização da Organização

SBRAFH 2007

Resolução n° 492, de 26 de novembro de 2008, do Conselho Federal de Farmácia

A Farmácia Hospitalar é uma unidade clínica, administrativa e econômica, dirigida por farmacêutico, ligada hierarquicamente à direção do hospital e integrada funcionalmente com as demais unidades de assistência ao paciente.

CIPRIANO et al. 2009

Promover o uso racional do medicamento, pesquisando, produzindo e gerenciando produtos com qualidade, desenvolvendo profissionais e prestando assistência integrada ao paciente e à equipe da saúde, com responsabilidade socioambiental.

Fonte: Dados de Pesquisa, 2009.

Observa-se que o conceito de Farmácia Hospitalar evoluiu no decorrer dos anos, agregando novas atribuições e responsabilidades; da produção de medicamentos à assistência farmacêutica integrada ao paciente e à equipe da saúde.

A Farmácia Hospitalar têm como principal objetivo contribuir no processo de cuidado à saúde visando à melhoria da qualidade da assistência prestada ao paciente, promovendo o uso racional de medicamentos – incluindo os radiofármacos e os gases medicinais – e outros produtos para a saúde, nos planos assistencial, administrativo, tecnológico e científico (SBRAFH 2007; CFF 2008).

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Tabela 1: Número de indicadores por atividade da Farmácia Hospitalar                              recomendado na literatura pesquisada
Figura 1: Etapas para o desenvolvimento e aplicação dos                     instrumentos de coleta de dados
Tabela 2: Freqüência das características do perfil dos hospitais pertencentes à                   amostra estudada
Figura 2: Representação gráfica do indicador “Taxa de Satisfação do Cliente”
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Referências

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