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Hist. cienc. saudeManguinhos vol.14 número3

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Academic year: 2018

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v.14, n.1, p.331-346, jan.-mar. 2007 671

C A RTA D O E D I TO R

A principal notícia que este editor tem a comunicar a leitores e colaboradores é a promoção de História, Ciências, Saúde — Manguinhos de A Nacional para A

Interna-cional na área de História, no âmbito do Qualis. Para quem não sabe, trata-se de uma relação de veículos que divulgam a produção intelectual dos programas de pós-graduação, veículos classificados a cada três anos pela Capes, em diferentes áreas, quanto à circulação (Local, Nacional, Internacional) e à qualidade (A, B, C). São A Internaci-onal “periódicos consolidados ... indexados em bases representativas ... e considera-dos essenciais à construção do conhecimento histórico, evidenciando alcance inter-nacional e elevado impacto na área, além de se mostrarem capazes de atrair textos inéditos de autores estrangeiros” (http://qualis.capes.gov.br/webqualis/).

No Portal SciELO, História, Ciências, Saúde – Manguinhos é enquadrado em duas

categorias: Ciências da Saúde e Ciências Humanas. Sua característica transdisciplinar reflete-se no número de comitês de área da Capes que o avaliam. Assim, o periódico hoje é classificado como A Nacional em Antropologia e Arqueologia, Ciências Sociais Aplicadas I, Educação, Educação Física, Medicina I, Sociologia e área Multidisciplinar. É B Nacional em Ciências Biológicas e Ensino de Ciências e Matemática; B Local em Serviço Social.; e ainda C Internacional em Enfermagem, Medicina II, Saúde Coletiva, Ciências Biológicas III e Engenharias II. Como a condição sine qua non para publicar

em História, Ciências, Saúde – Manguinhos é a abordagem histórica de fenômenos e

processos que têm relação com estas e outras áreas, ficamos muito felizes com a classificação máxima justamente onde a obtivemos.

Outra boa notícia é a inclusão do Arquivo Oswaldo Cruz, da Casa de Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Registro Nacional do Programa Memória do Mundo, juntamente com mais nove acervos brasileiros de irrefutável valor para a pesquisa e a memória.1

O programa foi criado pela Unesco, em 1992, em virtude do reconhecimento do estado lamentável de conservação do patrimônio documental em diferentes regiões do planeta. Segundo aquela agência internacional, a memória coletiva e documenta-da dos povos, encaradocumenta-da agora como legado do passado à comunidocumenta-dade mundial, pre-sente e futura, tem sofrido agravos alarmantes devido a deslocamentos acidentais ou deliberados, a guerras ou a obstáculos técnicos e políticos que põem em risco não apenas sua integridade como o acesso a essa memória. “Uma quantidade excessiva do patrimônio documental já está perdida para sempre. – lê-se em documento da Unesco – Para grande parte do remanescente, as ações de preservação chegarão no último momento, se é que chegarão.”2

1 A relação encontra-se em “Memória do Mundo. Comitê Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo

da Unesco”, http://www.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=91.

2 Memória do Mundo. Diretrizes para a salvaguarda do patrimônio documental, p.5. Edição revisada 2002.

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672 História, Ciências, Saúde — Manguinhos, Rio de Janeiro

Os três objetivos principais do Programa Memória do Mundosão, assim, facilitar a preservação do patrimônio documental mundial mediante técnicas adequadas; facilitar o acesso universal a esse patrimônio e criar maior consciência sobre sua existência e importância.

Em 1993, reuniu-se na Polônia, pela primeira vez, o Comitê Consultivo Interna-cional (CCI) do Programa. Com a ajuda da Federação InternaInterna-cional de Associações de Bibliotecários e Bibliotecas (IFLA) e do Conselho Internacional de Arquivos (CIA), preparou listas de coleções de bibliotecas e de fundos de arquivos que sofreram danos irreparáveis. Comissões nacionais identificaram bibliotecas e fundos de ar-quivo em perigo e organizaram lista mundial do patrimônio cinematográfico de diferentes países.

Enquanto isso, iniciavam-se projetos pilotos baseados em tecnologia moderna para reproduzir em outros suportes a documentação ameaçada, por exemplo a microfilmagem de jornais, projeto do qual participam sete países latino-americanos. Até o momento, foram criados comitês regionais para a Ásia e o Pacífico (1997) e para a América Latina e Caribe (2000), e cerca de 45 comitês nacionais. O do Brasil tem origem na portaria nº 259, de 2.9.2004, do Ministério da Cultura.

Não deixa de ser paradoxal o fato de esse Ministério subscrever o Programa Me-mória do Mundo quando trata a pão e água os funcionários que cuidam dos arqui-vos, museus e bibliotecas do país, e de ‘nominar’ acervos para o Registro Nacional do Programa justamente quando se exauria, sem ganhos, uma greve que manteve a memória documental coletiva desativada por longo tempo, sem que isso abalasse, por um minuto sequer, as autoridades do governo.

Ainda assim, a iniciativa é digna de aplauso, e a escolha do Arquivo Oswaldo Cruz demonstra o peso relativo que a história das ciências e da saúde vem adquirin-do no cenário da historiografia brasileira.

Jaime L. Benchimol

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