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Informática na educação : percepção de gestores, professores e alunos do ensino médio em Santarém - PA

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Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa

Programa de Pós-Graduação

Stricto Sensu

em Psicologia

Informática Educativa:

Estudo dos laboratórios de Informática em escolas da rede

estadual no Município de Santarém (Pá)

Brasília - DF

2012

Autor: Francisco Edson Gomes de Almeida

Orientador: Prof.ª Dr.ª Cláudia Cristina Fukuda

Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa

Programa de Pós-Graduação

Stricto Sensu

em Psicologia

Informática Educativa:

Estudo dos laboratórios de Informática em escolas da rede

estadual no Município de Santarém (Pá)

Autor: Francisco Edson Gomes de Almeida

Orientador: Prof.ª Dr.ª Cláudia Cristina Fukuda

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

STRICTO SENSU

EM PSICOLOGIA

Projeto de Dissertação de Mestrado

INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO: PERCEPÇÃO DE GESTORES,

PROFESSORES E ALUNOS DO ENSINO MÉDIO EM SANTARÉM

PA

Brasília - DF

2014

Autor: Francisco Edson Gomes de Almeida

(2)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da

Universidade Católica de Brasília-UCB como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Psicologia.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Erenice Natália Soares de Carvalho

Brasília – DF 2014

INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO: PERCEPÇÃO DE GESTORES, PROFESSORES E

(3)

A447i Almeida, Francisco Edson Gomes de.

Informática na educação: percepção de gestores, professores e alunos do ensino médio em Santarém – PA. / Francisco Edson Gomes de Almeida – 2014.

110 f.; il : 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2014.

Orientação: Profa. Dra. Erenice Natália Soares de Carvalho

(4)

l((

Universidade

セ@

Católica de Brasília

Dissertação de a utoria de Francisco Edson Gomes de Almeida, intitulada "Informática na Educação: percepção de gestores, professores e alunos do ensino médio em Santarém-PA",

apresentada como requisito parcial para obte nção do grau de Mestre em Ps icologia pela

Univers idade Católi ca de Bras íli a, defend ida e aprovada e m 26 de fevereiro de 2014, pela Banca Examinadora aba ixo ass inada:

Prof!l. Drª. Erenice Natália Soares de Carvalho Orientadora

Examinador Extcmo

Prof1

• Drª. Lêd Gonçalves de Freitas

Exa 'nadora Interna

Brasí lia

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Não poderia iniciar, nem concluir este trabalho se não fosse a força de uma mulher que me acompanha e compreende minhas inquietações, minha impaciência e meu desejo de alçar voos cada vez mais altos, que se dedica e se alegra e se sente feliz em cada passo que eu dou na direção de um projeto de vida que não é só meu mas de nós dois desde que nos casamos em 1990.

Elsimar Rocha Almeida não é só uma mulher, mais a mulher da minha vida é uma guerreira que sabe bem o que quer e aonde quer chegar. Já superamos muitas crises e cada vez que retornamos ao nosso caminho nos tornamos mais Forte. Agradecer é pouco quero reconhecer quem me possibilitou enfrentar os desafios por mais difíceis que naquele momento parecesse. A ela o resultado desta árdua caminhada.

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A experiência não é nem formadora nem produtora. É a reflexão sobre a experiência que pode provocar a produção do saber.

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ALMEIDA, Francisco Edson Gomes de. Informática na Educação: Percepção de gestores, professores e alunos do Ensino médio em Santarém PA. 2014. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2014.

A informática está na pauta de todas as organizações da sociedade civil organizada. Na escola as mudanças ocorrem de maneira gradual e muito lenta, porém as mudanças do ponto de vista tecnológico têm avançado em todos os níveis. A criação dos laboratórios é uma novidade que tem trazido consigo reformulação das estruturas bem como mudanças nas metodologias dos professores e alunos. Esta dissertação de mestrado tem como objetivo principal analisar a percepção de gestores, professores e alunos acerca das práticas pedagógicas presentes nos laboratórios escolares de ensino médio do turno noturno na cidade de Santarém, Estado do Pará. Tem como marcos teóricos, o Instrucionismo, Interacionismo e o Construcionismo. Descrever quais as estratégias de ensino utilizadas, verificar as ações educativas realizadas pelos professores, gestores e estudantes no laboratório de informática, e identificar as diferenças e semelhanças no uso destes laboratórios na educação de escolas do centro e da periferia da cidade de Santarém. Adotou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica e de campo, com a aplicação de questionários, registro em diário de campo e entrevistas semi-estruturadas com professores, gestores e alunos. Os principais resultados desta pesquisa revelaram que há uma ausência de metodologias apropriadas ao espaço escolar. Há um descompasso entre a percepção dos gestores, professores e alunos sobre a utilização desse espaço. Dentre os vários aspectos detectados é possível observar: falta de pessoal especializado para coordenar os laboratórios escolares nos três turnos, ausência de uma programação pedagógica de uso do computador e do laboratório. Na percepção dos professores, apesar de enfatizarem que o uso dos laboratórios é importante, o tempo e a excessiva carga horária assumida por eles não oportuniza para que seja realizado um bom trabalho. Na percepção dos alunos do turno matutino, o laboratório serve apenas para a exibição de vídeos temáticos ligados a disciplina ou utilizado eventualmente para acesso as redes sociais e muito raramente para pesquisas ligadas as disciplinas. Conclui-se, portanto, que ainda falta muito investimento por parte do governo e maior discernimento por parte dos professores em participar mais dessa nova realidade e se envolver de maneira efetiva transformando esse espaço em local de vivências, descobertas e aprendizagens baseadas em curiosidades científicas.

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ALMEIDA, Francisco Edson Gomes de. Computers in Education: Perceptions of managers, teachers and students of high school in Santarém PA. 2014. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em Psicologia. Universidade Católica de Brasília.

The data processing is on the ruling of all organizations in civil society. In school the changes occur gradually and slowly from a technological standpoint has advanced at all levels. The creation of laboratories is a novelty that has brought with itself reshaping of the structures as well as changes in the methodologies of teachers and students. This dissertation aims to analyze the perception of managers, teachers and students about the pedagogical practices present in school labs of night high school in the city of Santarém – Pará. Having as theoretical guide the instructionism, Interactionism and the constructionism. Beyond to describing what teaching strategies are used, check the educational activities undertaken by teachers, administrators and students in the computer lab and identify the differences and similarities in the use of these computer labs in schools and education center on the outskirts of the city of Santarém. Has adopted as methodology the field research with questionnaires, field journaling and informal interviews. With the main results of this research has revealed that there is an absence of appropriate methodologies to school space. There is a mismatch between the perception of managers, teachers and students about the use of that space. Among the various aspects detected is possible: lack of specialized staff to coordinate school laboratories in three periods, lack of educational programming for computer use and lab. In the perception of teachers despite emphasizing that the use of the laboratories is important to say that time and excessive workload assumed by them make no room for a good job done. In the perception of students of morning period emphasize that the lab is only for the display of thematic videos related discipline or possibly used to access social networks and barely for research in related disciplines. Conclusion is therefore that there is still a lot of investment by government and greater understanding by teachers participate more in this new reality and engage effectively turning this space into a place of discovery and scientific curiosity -based learning experiences.

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Tabela 1: Percepção dos gestores acerca das dificuldades encontradas por

professores e alunos e alunas nas escolas A e B. Santarém – 2013 ... 65 Tabela 2: Percepção dos gestores acerca das contribuições da informática

na educação nas escolas A e B. Santarém – 2013 ... 66 Tabela 3: Percepção dos Gestores sobre a Instalação do laboratório:

mudanças nas escolas A e B Santarém – 2013 ... 67 Tabela 4: Contribuições do computador no aprendizado. Nas escolas A e B

Santarém – 2013 ... 68 Tabela 5: Percepção dos professores sobre a frequência do uso de

computadores nas escolas A e B. Santarém – 2013 ... 70 Tabela 6: Percepção dos professores sobre outras mídias utilizadas nas

escolas A e B. Santarém – 2013 ... 71 Tabela 7: Percepção dos professores sobre o uso do computador na escola

A. Santarém 2013 ... 72 Tabela 8: Percepção dos professores sobre o uso do computador na escola

B. Santarém – 2013 ... 73 Tabela 9: Percepção dos professores sobre o local de utilização dos

computadores. Santarém 2013 ... 73 Tabela 10: Percepção dos professores quanto o tempo médio de utilização

do computador nas escolas A e B. Santarém 2013 ... 74 Tabela 11: Percepção professores quanto a frequência na utilização dos

recursos instrucionais nas aulas da escola A. Santarém – 2013 ... 74 Tabela 12: Percepção professores quanto à frequência na utilização dos

recursos instrucionais nas aulas da escola B. Santarém – 2013 ... 75 Tabela 13: Percepção dos professores e alunas quanto à finalidade da

utilização do computador nas escolas A e B. Santarém – 2013... 76 Tabela 14: Percepção professores quanto à avaliação do conhecimento

adquirido em informática nas escolas A e B. Santarém – 2013 ... 76 Tabela 15: Percepção dos professores acerca da nota atribuída à

importância do uso de computadores na educação nas escolas A e B.

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satisfação no uso dos computadores nas escolas A e B. Santarém 2013 ... 78 Tabela 17: Disponibilização dos computadores nas escolas A e B ... 79 Tabela 18: Percepção dos alunos sobre o local de utilização do computador

na escola - Santarém – 2013 ... 79 Tabela 19: Percepção dos alunos sobre o local de utilização do computador

nas escolas A e B. Santarém – 2013 ... 80 Tabela 20: Percepção dos alunos sobre o local de acesso a internet das

escolas A e B. Santarém – 2013 ... 80 Tabela 21: Percepção dos alunos sobre o desenvolvimento das aulas nas

escolas A e B. Santarém – 2013 ... 81 Tabela 22: Percepção dos alunos sobre o uso dos computadores nas

escolas A e B. Santarém – 2013 ... 81 Tabela 23: Percepção dos alunos sobre os cursos de informática realizados

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ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas CAI - Instrução Programada

CAIE - Comitê Assessor de Informática na Educação CEINFOR - Centro de Informática Educativa CEINFOR EDUCOM - Projeto Brasileiro de Informática na Educação EDVAC - Eletronic Dicrete Viriabile Automatic Computer

EJA - Educação de Jovens e Adultos ENEM Exame Nacional do Ensino Médio

ENIAC - Eletronic Numeric Integrator and Calculator

FUNTEVE - Fundação de Televisão Educativa FUNTEVE IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística LDB - Lei de Diretriz e Bases de Educação

MEC – Ministério de Educação e Cultura NTE - Núcleo de Tecnologia Educacional

NTIC - Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação NTs – Novas Tecnologias

PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais PI - Política de Informática Educativa

PROINFO - O Programa Nacional de Informática Educativa ProInfo - Programa Nacional de Informática na Educação SEDUC Secretaria de Estado de Educação e Cultura SEED - Secretaria de Educação a Distância

SEI – Secretaria Especial de Informática SEINFOR - Secretaria de Informática

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INTRODUÇÃO ... 12

CAPÍTULO 1 INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ... 19

1.1 HISTÓRIA DA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ... 19

1.2 O COMPUTADOR EM ESCOLAS BRASILEIRAS... ... 30

1.3 FORMAÇÃO DOCENTE ... 34

CAPITULO 2 ABORDAGENS TEÓRICAS PRESENTES NA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ... 42

2.1 ABORDAGEM INSTRUCIONISTA ... 42

2.2 ABORDAGEM CONSTRUCIONISTA ... 46

2.3 ABORDAGEM INTERACIONISTA ... 52

CAPITULO 3 INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO EM ESCOLAS DE ENSINO MÉDIO DE SANTARÉM PARÁ ... 54

3.1 OBJETIVOS ... 54

3.2 CENÁRIO E ESCOLAS INVESTIGADAS CONTEXTUALIZANDO AS ESCOLAS ... 54

3.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA ... 57

3.4 PROCEDIMENTOS PARA CONSTRUÇÃO DOS DADOS ... 57

3.5 INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA PESQUISA ... 58

3.5.1 Entrevistas semiestruturadas ... 58

3.5.2 Questionário ... 59

3.5.3 Conversação ... 61

3.5.4. Diário de campo ... 62

3.6 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS ... 62

3.7 RESULTADO E DISCUSSÃO ... 63

3.7.1 Percepção dos gestores ... 65

3.7.2 Percepção dos professores ... 70

3.7.3 Percepção de alunos e alunas ... 79

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 85

REFERÊNCIAS ... 89

APÊNDICES ... 97

APÊNDICE A - LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA DA ESCOLA A ... 98

APÊNDICE B - LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA DA ESCOLA B ... 99

APÊNDICE C - QUESTIONÁRIO PARA GESTORAS E GESTORES ... 100

APÊNDICE D - QUESTIONÁRIO PARA PROFESSORES E PROFESSORAS ... 102

APÊNDICE E - QUESTIONÁRIO PARA ALUNOS E ALUNAS ... 106

ANEXOS ... 108

ANEXO A - FOLHA DE ROSTO ... 109

ANEXO B - CARTA DE ENCAMINHAMENTO ... 110

ANEXO C - TERMO DE COMPROMISSO DAS INSTITUIÇÕES COPARTICIPANTES ... 111

(14)

INTRODUÇÃO

A ciência que se desenvolve na contemporaneidade não separa o sujeito e o objeto do conhecimento, mas investe-se de novas tecnologias para fundar uma nova forma de percepção do real, integrado de todos os seus aspectos. O mundo contemporâneo vem criando desafios a serem enfrentados e, nesse contexto, o processo educacional, especialmente, desempenhará novo papel na era da sociedade da informação. A informação, o conhecimento, o saber e a aprendizagem constituem elementos indissociáveis do processo educativo. E, nesse sentido, a tecnologia da informação poderá potencializar este processo.

A informação torna-se tão importante que passa a ter importância econômica. Para McGee e Pruzak (1994), mais do que a terra ou o capital, será a força-motriz na criação de riquezas e prosperidade. As mudanças que o mundo tem passado refletem-se nas culturas, nos costumes, nas relações interpessoais, na educação e no trabalho, fazendo com que o papel da educação ganhe destaque. Nesse contexto, a revolução tecnológica, principalmente a informática, constitui um dos fatores fundamentais dessas transformações em curso.

Ganha relevância um processo que se realimenta continuamente, o conjunto das novas tecnologias da informação, chamadas novas tecnologias (Nts), que são usadas para o tratamento das informações. Na visão de Castells (1999), trata-se de um novo paradigma tecnológico que se caracteriza, principalmente, pela ação das Novas Tecnologias - NTs sobre a informação.

Nesse sentido, as relações com o conhecimento adquirem nova dimensão. Este adquire novas representações, sejam através dos hipertextos que deságuam nas redes telemáticas e, ao mesmo tempo, as constituem, seja através de simulações, que permitem vivenciar de modo virtual, situações cuja forma real muitas vezes não se percebe.

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contemporânea, que considera o sujeito cognitivo integrado aos processos sociais e culturais.

O acesso a fontes de informação, infinitamente aumentadas, ocasionará mutações fundamentais e pesará sobre a estrutura social, modificando as modalidades de apropriação do saber. A rede de informática aprimora a interconexão entre as pessoas, criando ambientes de produção e troca de conhecimentos, o que leva á construção de novas relações com o objeto do conhecimento. O saber humano é visto como construção coletiva.

A disponibilização da informação em um meio eletrônico ou não, por si só, não assegura o processo de aprendizagem. A construção do conhecimento depende da ação do sujeito sobre a informação disponível, de modo a atribuir-lhe significado. Para este, o mundo da informação ao qual ele está exposto pode não significar conhecimento e o papel da educação é favorecer o desenvolvimento de novas habilidades cognitivas, através de ambientes significativos. Contudo, a ação mediadora de indivíduos é que potencializará a formação dos significados necessários á aquisição do conhecimento.

É importante considerar que cada indivíduo apresenta diferentes habilidades de aprendizagem, diferentes estratégias de tratamento sociais e culturais. O ambiente de aprendizagem adequado e, naturalmente, a ação mediadora do professor, nessa perspectiva, são elementos que poderão favorecer o processo de construção do conhecimento.

A utilização de sofisticadas tecnologias na escola requer o desenvolvimento de projetos educacionais bem definidos, que tenham em vista estratégias que ampliem as chances de aprendizado e conhecimento por parte dos alunos e dos professores. E dependendo do projeto pedagógico, a escola poderá permitir o desenvolvimento de novas habilidades nos alunos.

É necessário o desenvolvimento de estratégias de ensino e aprendizagem aliadas à temática da informação do aprendizado e do conhecimento, refletindo uma concepção de ciência que integra o homem nos contextos social e cultural, como sujeito cognitivo que aprende, a partir de relações dialógicas, na qual informação e conhecimento são, ao mesmo tempo, fonte e produto do saber.

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e a concepção de aprendizagem subjacente ao processo de construção de conhecimento. A informação é concebida como algo construído pelos sentidos humanos, que ganha atributos de conhecimento.

Nesse sentido, Barreto (1996, p. 405-414) afirma que informação é qualificada como um instrumento modificador da consciência do homem e de seu grupo social, deixando de ser unicamente uma medida de organização por redução de incerteza. Enquanto que conhecimento é toda alteração provocada no estado cognitivo do indivíduo, isto é, no seu estoque mental de saber acumulado, proveniente de uma interação positiva com a estrutura de informação. Dessa forma, pode-se dizer que, informação só existe para alguém se esse alguém pode atribui-lhe significado, que é o objetivo central do processo educativo.

Toda vez que o sujeito estabelece uma relação com a informação estará desenvolvendo um processo cognitivo que envolve aprendizagem e construção do saber. A construção desse conhecimento deve levar em conta a relação do sujeito com as ferramentas tecnológicas, que de certa forma, ampliam e alteram, efetivamente, as capacidades cognitivas humanas. É como se essas ferramentas nunca estivessem dissociadas da informação, o que permite a construção da coletividade do ciberespaço, representadas por modelos de cultura que caracterizam a sociedade do final do século XX e início do século XXI, desse modo surgem novas representações do conhecimento. Essas formas de representações do conhecimento que estão sendo referenciadas são: as simulações, os hipertextos, os bancos de dados distribuídos e os sistemas inteligentes. Cada uma representa o conhecimento a sua maneira.

Com o desenvolvimento da tecnologia, surgem as coletividades de informação: e-mails, chats, listas de discussão, teleconferência, videoconferência enfim, uma cultura em tempo real que contribui para a formação dessas coletividades, construindo possibilidades de trocas de informações de que podemos fazer uso. Portanto, nessas coletividades a matéria-prima é a informação.

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mundo que está em constante transformação, onde a juventude é ávida por inovação tecnológica.

Os jovens na atualidade estão cada vez mais “envolvidos” com as diversas máquinas desenvolvidas na era digital como, celulares e computadores cada vez mais potentes, bem como internet, redes sociais e jogos interativos. É tanta inovação que é difícil até mesmo para os especialistas alcançarem e aproveitarem a evolução. Os avanços são rápidos e a superação desses avanços também.

As escolas, no entanto, com raras exceções, principalmente na região Oeste do Pará em especial no Município de Santarém, têm enfrentado muitos problemas para avançar nos aspectos didáticos, metodológicos e tecnológicos. Quanto ao uso da informática nas escolas, recentemente foram feitos concursos para compor o quadro de técnicos das escolas, pois a educação formal ainda permanece conteúdista e por vezes fora da realidade dos alunos.

A meta central na visão de técnicos, professores e alunos é passar no vestibular e cursar uma faculdade. Há certa concorrência entre as escolas sobre quem aprova mais. Nas escolas aqui denominadas de escola A que se localiza no centro da cidade e escola B que se localiza na periferia foi possível perceber que a chamada era da informação ainda se restringe ao espaço com máquinas obsoletas e pouco utilizadas pelos professores como espaço real de aprendizagem.

Sodré (2012, p.1) argumenta que três são os agentes de educação do sujeito humano: a natureza, os homens e as coisas. O primeiro responde pelo desenvolvimento interno dos órgãos e de nossas faculdades; o segundo, pelo uso que se ensina a fazer desse desenvolvimento; o terceiro, pela aquisição de experiências sobre os objetos. Na atualidade os objetos presentes nos lares e no meio educacional são tecnológicos. Desde muito cedo as crianças e pré-adolescentes são estimuladas através da mídia ao contato com jogos eletrônicos e internet que de maneira direta estão em seu entorno.

Segundo a descoberta e em processo de evolução, Valente (2006), afirma que os recursos tecnológicos são utilizados, com a intenção de aprimorar a capacitação profissional de mão de obra produtiva na sociedade.

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pesquisar, contextualizar, construir e ter acesso a novos conhecimentos, além de exercitar e relacionar os conteúdos vistos em sala de aula com o seu cotidiano.

Segundo Rossini (2007), o computador não é uma solução, mas uma tecnologia. Percebe-se que o autor reforça a ideia de que o uso desta ferramenta pode trazer muitos benefícios para a educação, mas que não deve ser utilizada como única solução para os problemas enfrentados no processo ensino-aprendizagem.

O uso de tais recursos não se limita a centros de excelência, como nas regiões brasileiras economicamente mais desenvolvidas. Em cidades do interior da Amazônia, a inserção dessa ferramenta tecnológica já se faz presente, embora de maneira tímida e incipiente. Estudar a realidade da inserção do computador como recurso pedagógico em instituições de ensino formal localizados na Amazônia, é necessário e urgente, pois possibilita a construção de futuras políticas educacionais, nas esferas (federal, estadual e municipal).

Além do diagnóstico dessa situação, o presente estudo pode contribuir no sentido de fomentar novas incursões teóricas e contribuir para diminuir a escassez de pesquisas na Região Norte, que encontra muitas dificuldades para aprofundar os estudos na área tecnológica. No caso de Santarém, essas dificuldades são ainda maiores, visto que não existem bibliotecas com grande número de obras, faltam livrarias especializadas em livros científicos e o acesso à internet é comprometido por inúmeros fatores na região. A região Oeste do Pará se manteve durante muito tempo sob o jugo da região metropolitana. Nesse aspecto Demo (2003 p. 30 - 31) assevera:

Matizando com o devido cuidado nossa discussão, é mister acentuar primeiro, que nunca a informação apenas informa, porque sendo um construto social, tem a marca da validade social historicamente concretizada [...] na prática, porém a sociedade é um espaço sempre estratégico, onde atores se movimentam de acordo com interesses pessoais e coletivos [...] segundo quando dizemos que a informática apenas informa, apontamos para seu estereótipo social dominante ligado a tendência de montar informação de tal maneira que o informado se coloque na posição de simples espectador [...] o terceiro decorre disso que, ao

tendermos a rejeitar o conceito de “informática educativa”, apontamos para

o seu efeito predominantemente deseducativo que é permanecer no contexto do treinamento instrucional.

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capital do Estado (Belém), onde professores da rede Estadual foram escolhidos e treinados para serem multiplicadores. Esses professores foram posteriormente alocados no Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) da Secretaria de Estado de Educação do Pará. O NTE tinha como objetivo promover a informática educativa e assessorar as escolas na criação e utilização de laboratórios de informática para serem utilizados por professores e alunos como apoio interdisciplinar.

É importante utilizar os recursos tecnológicos da era da informação, o que poderá contribuir para a criação de novos ambientes de aprendizagem que integrem novos espaços do saber, que são os chamados laboratórios de informática. É necessário pensar na possibilidade da aprendizagem que ocorre no sujeito, garantindo uma estrutura de apoio, que mantenha ativo o processo de construção do conhecimento.

É nesse ambiente considerado pelo governo como um espaço de inclusão digital, observado pelos professores e professoras com desconfiança e aproveitado pelos alunos e alunas apenas como um local para digitação de trabalhos e para acesso as redes sociais, que se lança o olhar sobre as práticas pedagógicas presentes ou não nos laboratórios de informática na educação.

Observando esse contexto, foram levantadas as seguintes questões que irão nortear esta pesquisa: qual o conhecimento de alunos e professores de Santarém sobre informática? Quais resultados práticos o processo de informatização nas escolas tem trazido para os atores educativos envolvidos? E como o processo de informatização das escolas tem sido percebido pelos atores educativos?

Essa análise tem como objetivo descrever a percepção e a atuação de gestores, professores e estudantes de escolas públicas nas turmas de Ensino Médio do centro e da periferia da cidade de Santarém-Pará sobre desenvolvimento de ações educativas nos laboratórios de informática.

Esse estudo está estruturado da seguinte forma: Capítulo 1 aborda a Informática na Educação enfatizando trajetória histórica dos processos, o computador nas escolas brasileiras, e a formação docente para essa atuação. Capítulo 2 traz como foco as abordagens teóricas do Instrucionismo, Construcionismo e Interacionismo voltados à informática na educação.

(20)
(21)

CAPÍTULO 1 INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

Informática pode ser considerada com o significado “informação automática”,

ou seja, a utilização de métodos e técnicas no tratamento automático da informação. Para tal, é preciso uma ferramenta adequada: o computador eletrônico (BARRETO

2002), e o estudo sobre a história do uso das ferramentas.

1.1 - HISTÓRIA DA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

Segundo Chaves (1998), o computador foi criado na década de 40 por John W. Mauchly e J. Presper Ekert (Escola de Engenharia Moure Filadélfia) com a finalidade de resolver cálculos matemáticos. O ENIAC (Eletronic Numeric Integrator and Calculator), que foi o primeiro computador inventado, era uma espécie de

calculadora gigante, pesando cerca de 30 toneladas, voltado para os fins da guerra. Menezes e Gitahy (2010), anos mais tarde, John Von Neuwam veio a aperfeiçoar o ENIAC, por meio de software e hardware, criando o EDVAC (Eletronic Dicrete Viriabile Automatic Computer), o qual envolvia programas e atividades mais

complexos, uma espécie de calculadora sofisticada. Suas vantagens em relação ao ENIAC era a resolução de cálculos precisos.

Por volta de 1963, a Universidade de Stanford, na Califórnia, utilizou com sucesso o computador como recurso no processo de ensino-aprendizagem em cursos de matemática e leitura, para alunos do Ensino Fundamental.

Na década de 60, a grande evolução tecnológica que afetou a sociedade do mundo inteiro, seja no setor produtivo ou cultural , fez com que as empresas necessitassem de pessoal com capacidade de usar as novas tecnologias que surgiam no mercado de trabalho, levando para a escola a incumbência de formar esses novos profissionais. (MENEZES; GITAHY, 2010, p. 114)

(22)

A inserção do computador no processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos curriculares de todos os níveis e modalidades da educação. Os assuntos de uma determinada disciplina da grade curricular são desenvolvidos por intermédio do computador. (ANDRADE, 1993, pag. 32)

Nesse sentido, o estudo do uso do computador no contexto educacional e social, tem como propósito descrever processos de mudanças ocorridos na sociedade, focalizando as transformações na formação dos diversos profissionais, inclusive do professor. Mas, nem sempre foi desta forma, a sociedade para ser o que é atualmente passou por fases históricas, nas quais não se falava em projetos pedagógicos, informática e muito menos em computador.

Figura 1: Escola A Fonte: Acadêmico, 2013.

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Figura 2: Escola B Fonte: Academico, 2013.

Nesse sentido o computador é apenas meio para transmitir a informação ao aluno mantendo a prática pedagógica vigente. Portanto, o computador é usado somente para informatizar os processos de ensino que já existem. Isso tem facilitado a implantação do computador na escola, pois não quebra a dinâmica por ela adotada. Além disso, não exige muito investimento na formação do professor, pois para ser capaz de usar o computador nessa abordagem basta ser treinado nas técnicas de uso de cada software. Nas figuras 01 e 02 é possível perceber que muitas máquinas estão sucateadas pelo desuso. Nesse caso o ensino tradicional quanto sua informatização prepara um profissional obsoleto.

A criação dos chamados “Laboratórios de Informática Educativa”, onde em teoria deveria ser o local de construção do conhecimento, trouxe muitas barreiras a serem enfrentadas pela gestão, professores e toda a comunidade escolar. É necessário compreender este espaço e os computadores como uma nova fase na construção do conhecimento propiciando a compreensão de novas ideias e valores. Usar o computador com essa finalidade requer um planejamento cuidadoso para que os professores e alunos envolvidos saibam exatamente seu papel no que significa ensinar e aprender

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permitindo-lhe criar, ter convicção de que os processos de ensino e aprendizagem podem ser ampliados, coordenados e condicionados por ele próprio. Nesse sentido a informática é o mais poderoso instrumento da interatividade e da inventividade humana por estabelecer uma relação entre o simbólico e o concreto.

Segundo Silva (2008), a inserção da Informática na Educação chegou como uma sugestão de mudança no contexto educacional e nas práticas pedagógicas. Ao fazermos a analogia da educação com outros setores da sociedade, constatamos que a escola é a única em que as inovações, por vezes, demoram a acontecer.

Foi exatamente pensando nestas inovações que o Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo) em parceria com o Ministério de Educação e Cultura (MEC) e a Secretaria de Educação a Distância (SEED) idealizaram a proposta de introdução da Informática na Educação, com o objetivo de que os computadores sejam utilizados como ferramentas educativas de suporte ao trabalho docente, visando à construção de novos ambientes de aprendizagem e, simultaneamente, a melhoria da qualidade da educação. (SILVA, 2008, p. 68)

Quanto à educação, dependendo da maneira como a informática é utilizada, pode ser concebida como modo sistemático ou como abordagens sistêmicas. O primeiro consistindo em modos de aplicação, instrução provocando estímulos de inovação de modo convencional (apenas repetindo aquilo que de algum modo já é desenvolvido sem ao auxilio da mesma), um meio de reprodução de conhecimento, de resolução de práticas do cotidiano dispondo de menos espaço e menos tempo, sendo deste modo uma utilização Instrucionista.

A segunda opção seria a utilização da informática nas escolas voltadas para a abordagem Construcionista, a qual faz uma relação entre razão e emoção, no pensar, criar conflito e na descoberta.

Conforme Vygotsky, em 1889, o construtivismo é uma das correntes científicas da Psicologia, mais especificamente aplicada à Educação, apresentada por Lev Semenovich Vygotsky, onde as ações integradas entre o indivíduo e o meio ambiente físico e social em que vive são fatores determinantes para a concepção da inteligência humana. Essa teoria defende que, durante o processo de ensino-aprendizagem, o indivíduo em contato com uma pessoa mais experiente e com o quadro histórico-cultural em que se relaciona, ativa esquemas processuais cognitivos ou comportamentais, desenvolvendo novas potencialidades, num processo contínuo de aquisição de conhecimento. (BOCCATO, 2012, p. 73).

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informática, especialmente o computador, como meio de facilitar a aprendizagem é fundamental. Essa ferramenta provoca, desafia, contagia o aluno a aprender e a querer saber mais, criando ambientes e possibilidades de aprendizagem.

Dentro dessa nova visão, o professor não trabalha o conhecimento de forma estática, ensinando conceitos, ideias, teorias e valores de forma arbitrária e sim como um estruturador, apresentando aos alunos novas possibilidades de desenvolvimento de sua estrutura cognitiva, sua inteligência. É uma tarefa mais difícil, do que simplesmente ensinar. Isso significa que, ao proporcionar ao aluno possibilidades de entrar em contato com informações novas, o professor está

contribuindo para que o aluno possa “aprender a aprender”, desenvolver suas

habilidades e competências diante do ambiente ou da sociedade da informação. Enfim, o aluno terá a oportunidade de construir seu próprio conhecimento através de novas informações obtidas.

Toffler (1993) é especialista em apontar tendências para o futuro, tema de seus onze livros, muitos dos quais podem ser considerados clássicos. Dois deles são best-sellers, com enorme influência ao redor do mundo: O Choque do Futuro, de

1970, e A Terceira Onda, continuação escrita dez anos depois. O título do primeiro refere-se à previsão de mudanças sociais e tecnológicas tão drásticas que deixariam as pessoas confusas. No segundo, ele mergulhou na análise dessas mudanças. Com duas décadas de antecedência, Toffler previu que as pessoas teriam computadores em casa.

De acordo com Serafim (2011), as ideias de Toffler continuam presente na atualidade, visto que em 2009, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama apropriou-se de um dos termos utilizados por Toffler, Era da Informação, para declarar outubro o mês de conscientização nacional para as competências da informação. Assim, percebe-se que apesar destes termos terem sido empregados há mais de quatro décadas, ainda são muito atuais.

O computador é um exemplo desses recursos tecnológicos, é um meio que dissemina não somente informações, mas também progresso, além de trazer prazer ao homem, contribuindo para soluções de problemas nos diversos ramos da sociedade (econômico, social, científico).

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uma “questão de segurança nacional e desenvolvimento” (ANDRADE; LIMA, 1993,

p.32). Para isso, foi assegurada uma reserva de mercado para a indústria de computadores, cuja política era controlada pela SEI – Secretaria Especial de Informática.

A partir da década de 80, foram realizadas ações que visavam levar os computadores para as escolas públicas de Educação Básica. O marco inicial para a introdução dessa tecnologia na escola foi o “I Seminário de Informática na Educação”, realizado em Brasília no ano de 1981, caracterizado por atividades de

pesquisas relacionadas ao uso do computador no processo educativo. Como resultados desse seminário foram feitas recomendações para a introdução da informática na Educação:

a) as atividades da informática educativa devem ser balizadas por valores culturais, sociopolíticos e pedagógicos da realidade brasileira;

b) os aspectos técnico-econômicos devem ser equacionados não em função das pressões de mercado, mas dos benefícios socioeducacionais;

c) não se deve considerar o uso dos recursos computacionais como nova panacéia para enfrentar os problemas da educação;

d) deve haver a criação de projetos-piloto de caráter experimental com implantação limitada, objetivando a realização de pesquisa sobre a utilização da informática no processo educacional. (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2008, p. 71)

Em dezembro de 1981, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) assim denominado à época, divulgou um documento intitulado “Subsídios para implantação da informática na Educação”, gerando instrumentos legais para a criação de uma

Comissão Nacional de Informática na Educação. O documento foi aprovado pela Presidência da República, no entanto, a comissão só veio a ser criada em dezembro de 1983.

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a) os núcleos de estudos devem ser vinculados às universidades, com caráter interdisciplinar, priorizando o ensino de 2º grau, não deixando de envolver outros grupos de ensino;

b) os computadores devem funcionar como meio auxiliar do processo educacional, devendo se submeter aos fins da educação e não determiná-los;

c) o seu uso não deverá ser restrito a nenhuma área de ensino;

d) deve-se priorizar a formação do professor quanto aos aspectos teóricos, participação em pesquisa de experimentação, além do envolvimento com a tecnologia do computador;

e) a tecnologia a ser utilizada deve ser de origem nacional. (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2008, p. 71)

De acordo com Brito e Purificação (2008), a partir da realização dos seminários surgiram várias discussões sobre a informática na educação envolvendo profissionais de várias áreas, inclusive da educação. Durante essas discussões, definiu-se a criação de um comitê que viabilizasse a inserção da informática na escola.

Segundo Azevedo (2009), em março de 1983, o Ministério da Educação (MEC) criou o Centro de Informática Educativa (CEINFOR) sob responsabilidade da Fundação de Televisão Educativa (FUNTEVE), um órgão que, como o Secretaria de Informática (SEINFOR) criada em 1981, possuía funções semelhantes, tais como: fornecer subsídios para implantação e fiscalização de programas de informática na educação. Mas, em julho de 1983 o Comitê Executivo da Comissão Especial –

Informática Educativa nº 11/1983 aprovou o Projeto Brasileiro de Informática na Educação (EDUCOM) com objetivo de “[...] realizar estudos e experiências de Informática na Educação, formar recursos humanos para o ensino e pesquisa e criar

programas de informática por meio de equipes multidisciplinares”. (p.63).

Segundo Gonçalves (2011) em 1986 o Comitê Assessor de Informática na Educação CAIE/MEC avaliou o projeto Educomunicação EDUCOM1 e opinou

pela manutenção dos centros-pilotos. Os cinco centros-pilotos haviam sido criados em 1983. Eles eram “responsáveis pelo desenvolvimento de pesquisa e pela disseminação do uso dos computadores no processo de ensino-aprendizagem” Gonçalves (2011, p. 72).

Azevedo (2009) ressalta que a literatura de maneira geral analisa que, o entendimento do governo em relação à inclusão digital é simplesmente em dar os

1 Projeto EDUCOM consistia na implantação de centros-piloto em universidades públicas, voltados à

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equipamentos, que se traduziu na construção de laboratórios, para isso criou-se inúmeros órgãos onde se pretendia consolidar a intencionalidade do governo. Porém os esforços não lograram êxitos, pois os órgãos foram sendo extintos no período de 1986 a 1987, devido ao desperdício de dinheiro público, pela falta de uma política pública e aos desentendimentos funcionais.

De acordo com Azevedo (2009), no EDUCOM, o computador foi considerado um meio auxiliar alternativo, que contribuiria para diminuição da carência dos alunos de acesso à informática, principalmente no ensino de 1º Grau, e qualquer forma de utilização da Informática na Educação poderia trazer resultados pedagógicos positivos. Mas, recebeu criticas e segundo Moraes (2000 apud AZEVEDO, 2009, p. 64) as elas podem ser dividas em três grupos:

1. Os que não acreditam que o computador terá um efeito muito grande sobre a educação e, conseqüentemente, não se deve superdimensionar a questão.

2. Os que acreditam que o computador terá efeito muito grande sobre a educação e temem que este venha ser desastroso.

3. Os que acreditam na importância dos efeitos do computador na educação, mas acham que sua introdução não é prioritária.

A informatização da educação foi e continua sendo irreversível, isso possibilita o acesso, sem sair de casa ou da escola às mais diversas culturas, possibilitando uma autonomia educacional mediada pela tecnologia e os diversos benefícios que a informática tem oferecido para o ensino no mundo todo, como por exemplo, o auxílio nas etapas iniciais da vida escolar e acesso a pesquisas realizadas no mundo inteiro.

Desde a criação da máquina de imprimir não houve tão grande impulso no potencial para encorajar a aprendizagem tecnicizada. Há, porém, outro lado: paradoxalmente, a mesma tecnologia possui o potencial de destecnicizar a aprendizagem. Se isto ocorresse, eu contaria como uma mudança muito maior do que o surgimento, em cada carteira, de um computador programado para conduzir o estudante através dos passos do mesmo velho currículo. Contudo, não é necessário sofismar sobre que mudança tem o maior alcance. O que é necessário é reconhecer que a grande questão no futuro da Educação é se a tecnologia fortalecerá ou subverterá a tecnicidade do que se tornou o modelo teórico e, numa grande extensão, a realidade da Escola. (PAPERT, 2008, p. 55)

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ambiente de aprendizagem que respeita suas diferenças individuais, na medida em que utiliza diferentes meios e formatos no tratamento e apresentação da informação. Papert (2008, p. 87) afirma que “Pedagogia significa a arte de ensinar”. O que está faltando é uma palavra paralela para aprender. Nas faculdades de educação,

as disciplinas sobre a arte de ensinar são em geral listadas apenas como “métodos”.

Todos sabem que os métodos importantes na educação são os de ensino – essas disciplinas suprem o que se acredita ser necessário para formar um professor competente. E quanto aos métodos para aprender? Que disciplinas são oferecidas, aos que desejam tornar-se aprendizes competentes?

O mesmo desequilíbrio pode ser observado em palavras para as teorias que

se encontram por trás dessas duas artes. “Teoria da Instrução” e “Design Instrucional”. São algumas das muitas formas de designar áreas acadêmicas de estudo e pesquisa em apoio à arte de ensinar. Não há quaisquer designações semelhantes para áreas acadêmicas que apoiem a arte de aprender. Isto é compreensível: a necessidade de tais nomes não foi ainda sentida porque há muito pouco ao que ela poderia aplicar-se. Sob diversos nomes a Pedagogia como arte de ensinar, foi adotada pelo mundo acadêmico como uma área respeitável e importante. Arte de aprender é uma órfã acadêmica.

Segundo Azevedo (2009), cria-se, assim, um clima favorável para o desenvolvimento de novas competências e talentos.

Chaves e Papert citados por Gonçalves (2009) relatam que foram criados vários programas para utilização da informática na educação: o primeiro é a Instrução Programada (CAI); o segundo Simulação e Jogos; o terceiro Pacotes e Aplicativos e o quarto o LOGO. Tornou-se um consenso entre todos os pesquisadores e acabou gerando conflitos. A partir deste programa, surgiram outros, conforme informa a autora.

Em meados dos anos de 1990 surge uma nova forma de trabalho, o kidlink,

como se fosse a internet trata-se de uma rede mundial de crianças e adolescentes até 15 anos, feita por voluntários que no Brasil era coordenado pela Professora da PUC – Rio Maria Lucena da Rede Nacional de Pesquisas (RNP), do CNPq. (GONÇALVES, 2009, p. 365-66)

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No século XXI, a internet e o computador deixaram de ser somente uma máquina de realizar as etapas de processamento de informações ou somente dispositivos que executam tarefas. A informação, a tecnologia e o conhecimento passaram a caminhar juntos em função da manipulação das informações voltadas para o bem-estar social.

No ensino, a informática passa a ser vista como uma nova expressão humana, permitindo ao aluno a possibilidade de conhecer diferentes obras, em diversas partes do mundo, através das redes e de conexões. Essa visão abriu espaço para vários estudos, como de Valente (2003), e outros estudiosos, referentes aos diferentes processos de ensino e aprendizagem, podendo ser desenvolvidas nos sistemas de ensino. O resultado é caracterizado pelo surgimento de tendências de ensino, tais como: o Instrucionismo e o Construcionismo.

De acordo com Ordoñez (2005), atualmente há uma preocupação em melhorar a qualidade dos sistemas de ensino existentes. Mas o século XXI, sem dúvida, irá além da intenção de aperfeiçoamento, e irá questionar se a estrutura, o conteúdo e as modalidades do esforço educacional são pertinentes.

Para este autor os países que já começaram a modificar radicalmente os fundamentos de seus sistemas de ensino parecem ter estruturado a reforma no engajamento das comunidades em nível local. O caráter alienante e inadequado dos sistemas centralizados decorre justamente do fato de que as comunidades e os aprendizes são destinatários passivos de uma ação educacional cujo conteúdo e cuja pedagogia é definida, a priori, sem nenhuma participação, cooperação ou engajamento de sua parte. Restituir-lhe a posse e o controle conduz naturalmente a reexaminar o conteúdo e as modalidades daquela em função de sua utilidade, seja para o emprego e a produtividade, para a saúde, o meio ambiente, e as habilidades úteis para a vida cotidiana, ou para o florescimento do indivíduo.

Tjara (2007) ressalta ainda que a partir da década de 1970, a Tecnologia Educacional passou a ter duas versões: restrita (limitando-se à utilização dos aparelhos, dos instrumentos) e ampla (conjunto de procedimentos, princípios e lógicas para atender aos problemas da educação).

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possibilitaria a formação de mão de obra qualificada socialmente e com melhor distribuição de renda.

Com a Política de Informática Educativa -(PIE) iniciada na década de 80, buscou-se a inserção do computador no processo de ensino-aprendizagem. O Programa Nacional de Informática Educativa (PROINFO) por volta de 1989 foi desenvolvido pelo Governo Federal em centros pilotos como as universidades federais de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Unicamp, Pernambuco e Rio Grande do Sul iniciaram pesquisas e investiram na formação de Recursos Humanos para trabalhos com a informática (OLIVEIRA, 1997, p12).

Valente e Almeida (1997) apontaram para a singularidade do programa brasileiro de introdução da informática na educação, buscando trilhar um caminho próprio, que tivesse como eixo o processo de mudança exigido pela educação. O principal aspecto por eles criticado é o fato de que a formação de professores tem sido feita através de cursos presenciais, desde as primeiras experiências no início da década de 1980. Este fator é destacado como uma estratégia que teve que ser utilizada nos primórdios da formação de professores pelo fato de não haverem computadores em número necessário para o atendimento dos mesmos, sendo somente possível fazê-lo em Campinas, com a ajuda de empresas fabricantes de computadores. Como esta não mais é a realidade predominante nos Estados e Centros de Educação das Universidades, tal aspecto não pode mais justificar a realização da formação através de cursos presenciais.

A aprendizagem é um processo de organização de informações e integração do material pela estrutura cognitiva (BOCK, 2002). A autora reforça que a cognição é um processo no qual há um mundo de significados e na medida em que o sujeito se situa no mundo é estabelecida relações com significações. Nesse sentido o cognitivismo está preocupado com a compreensão, transformação e utilização das informações.

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Partindo deste princípio, a informática será um meio, uma ferramenta utilizada pelo professor para incentivar os alunos a buscarem o novo e a produzirem seu próprio conhecimento. O computador seria uma opção para que o próprio aluno estruture o conteúdo de ensino a partir dos conceitos e dos conhecimentos por ele já adquiridos. Nesse sentido, inovar significa tornar novo, corrigir algo ou atividades que se acredita serem necessários. No que se refere ao ensino, o termo inovar significa introduzir novas metodologias de ensino no processo educativo, abrir espaço para a utilização de novas ferramentas, como o computador. No que diz respeito ao setor educacional, a introdução dos computadores na educação é definida na visão de Papert (1986 apud MORELATO et al. 2010), como um novo modelo de escola que pode garantir a transformação de todo o processo de ensino-aprendizagem hoje existente. Desse modo enfatiza que:

A presença do computador nos permitirá mudar o ambiente de aprendizagem fora das salas de aula de tal forma que todo o programa que todas as escolas tentam atualmente ensinar com grandes dificuldades, despesas e limitado sucesso, será aprendido com a criança aprende a falar, menos dolorosamente, com êxito e sem instrução organizada. Isso implica, obviamente, que escolas com as que conhecemos hoje não terão lugar no futuro. (PAPERT, 1986 apud MORELATO et al. 2010, p.132).

O computador inserido no processo educativo permite que a educação vá além dos portões da escola sem sair dela, inovando os métodos de ensino e aceitando que o novo pode contribuir para a qualidade de ensino. Uma vez que o processo de aprendizagem requer para informações novas, que haja uma estrutura anterior que permita que estas sejam bem assimiladas.

1.2 O COMPUTADOR EM ESCOLAS BRASILEIRAS

A informática invade todos os espaços, no entanto no meio escolar gera desencontros e resistências. Para Demo (2003) a educação no mundo de hoje, vem sempre associada ao desafio do conhecimento, pois a matriz do desenvolvimento

humano é “educação & conhecimento”. A hipótese fundamental é para intervir e

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estar muito mais a serviço da exclusão do que da cidadania. O governo coloca as máquinas a disposição das escolas e entende que a inclusão ocorre de maneira automática sem a necessidade da formação continuada e do envolvimento humano. Falta entendimento e comprometimento com os projetos que muitas vezes ficam somente no papel ou sua implementação fica apenas na boa intenção de maus políticos.

Os avanços políticos e sociais ocorridos nas décadas de 70 e 80 foram de grande valia para a evolução tanto econômica como educacional. As eleições diretas são um exemplo de democracia brasileira, que pode ser citado, e no que se refere ao setor educacional houve ampliação das escolas públicas, principalmente um aumento considerável nas matrículas das séries iniciais do Ensino Fundamental. Houve ainda, a ampliação do número de escolas, no entanto, algumas características negativas prevalecem no sistema educacional. Para Oliveira (1997 p. 8).

Embora estas características negativas do sistema educacional tenham uma forte influência da estrutura socioeconômica vigente na sociedade, outros fatores, não, menos importantes, mas de outra ordem, como a formação dos professores, os currículos escolares, a qualidade dos livros didáticos, etc. são também responsáveis pela existência de uma função primária de socialização do saber construído.

Da escola a partir de então, passa a ser exigida a formação primária obrigatória sem a verdadeira reformulação das políticas educacionais, pois as estas se voltavam, para a melhoria das habilidades apresentadas nas escolas públicas. Essas políticas objetivam a permanência dos alunos na sala de aula visando possibilitar que eles “conquistem” os instrumentos teóricos e práticos para o

desenvolvimento de uma ação consciente sobre a realidade social, conquista que se caracterizava realmente pela absorção de conteúdos programáticos que aumentava o número de índices educacionais, tais como, reprovação e evasão escolar.

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Infraestrutura Tecnológica DITEC, em articulação com as Secretarias de Educação do Distrito Federal, dos Estados e de alguns Municípios.

A partir de 12 de dezembro de 2007, mediante a criação do decreto n° 6.300

o ProInfo passou a ser Programa Nacional de Tecnologia Educacional, tendo como principal objetivo promover o uso pedagógico das tecnologias de informação e comunicação nas redes públicas de educação básica.

Tendo cumprido alguns desafios em relação aos aspectos quantitativos, em matéria de qualidade ainda há muito por fazer. A comparação com os indicadores educacionais de outros países deixa claro que não estamos logrando êxito em equacionar questões que há muito deveríamos ter superado “[...] adentramos o século XXI, assim como uma agenda que acumula problemas do passado e do presente anunciando outros, dos tempos que começamos a enfrentar. Mais grave ainda, não estamos promovendo uma gestão para o sucesso de nossas crianças e jovens” (VIEIRA, 2009, p.47).

De acordo com Tjara (2007), informática na escola não é uma ciência, mas uma disciplina orientada para a prática controlável e pelo método científico, a qual recebe contribuições das teorias de psicologias da aprendizagem, das teorias da comunicação e da teoria de sistemas. A utilização desses recursos baseia-se nas formas de aprendizagens, nas fases de desenvolvimento infantil, nos diversos tipos de meios de comunicação e na integração de todos esses componentes de forma conjunta e interdependente por meio de atividades educacionais e sociais.

Oliveira (1997) complementa que o projeto EDUCON desenvolveu os principais trabalhos que discutiam a política de informática na educação e a Política Nacional de Informática. Para ele educação seria a base de produção industrial brasileira de microcomputadores, que no início da década estava em amplo processo de crescimento.

Durante o ano de 1991 perdurou nos os cincos primeiros anos iniciais de implementação dos centros pilotos da Política de informática educativa, no entanto, não englobou o momento em que esta política passa a ser descentralizada, saindo do âmbito do MEC em 1987, passando a ser influenciada pelas secretarias estaduais e municipais de ensino.

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ferramenta para a solução de problemas e manipulação de dados, o que incentivou a criação de novos ambientes de aprendizagem. No caso específico do Brasil, os

documentos e discursos oficiais vêm legitimando o mencionado dispositivo: “a

crescente e irresistível presença do computador, dos recursos da informática em geral, nos mais corriqueiros atos da vida das pessoas, tornou indispensável, como

ação do governo, a informatização da escola pública” – MEC, 1997. (CAMPOS JÚNIOR, 2011, p. 177)

A Informática na Educação significa a inserção do computador no processo de aprendizagem dos conteúdos no currículo escolares de todos os níveis e modalidades de ensino. Para Valente (2008), o uso do computador pode ser feito de duas maneiras, a primeira para continuar transmitindo a informação para o aluno reforçando o Instrucionismo e a segundas criando condições de construção de conhecimento auxiliadas por ambientes adequados de aprendizagem e o uso dos computadores, eu acrescentaria profissionais qualificados pelo menos com conhecimento básicos de informática, o Construcionismo.

No entanto, Delizoicov (2002) acredita que as ciências naturais devem integrar os conhecimentos específicos da área do ensino de Ciências Naturais com o fazer pedagógico e didático, como algo cultural relevante para viver e compreender o mundo contemporâneo. Considerando também, que o docente deva privilegiar os conteúdos, os métodos e atividades que favoreçam o trabalho coletivo tanto dos alunos quanto de seus colegas docentes, com o conhecimento, com a escola e sociedade.

Trata-se da relação entre teoria e prática, duas dimensões não dicotômicas no que se refere à forma de desenvolver os conteúdos específicos e as atividades de organização, planejamento a avaliação do docente em sala de aula, sem deixar de lado a pesquisa no ensino de ciências e a formação de professores nesta área.

O computador como criação de ambientes de aprendizagem implica em uma nova maneira de construção de conhecimento que requer a análise do que significa ensinar e aprender, além de se rever o papel do professor diante das novas tecnologias e da superação das insuficiências do livro didático.

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A informática na formação dos professores é um instrumento que contribui para o aprimoramento das habilidades e competências dos profissionais da educação. Os computadores, por exemplo, possibilitam representar e testar ideias ou hipóteses que levam a criação de um mundo abstrato e simbólico, ao mesmo tempo, que introduzem o aluno ou usuário a diferentes formas de atuação e de interação entre as pessoas. Pais (2008, p. 22-23), argumentam que: “[...] se em um passado recente o professor exercia um papel de centralizador como a principal fonte de informações para o aluno, hoje, com a ampliação das redes digitais, sua

prática sofre uma ampliação considerável [...]”. Assim, segundo Rodrigues (2009), o

processo de ensino não possui mais um caráter instrucionista, no qual o professor detinha todo o conhecimento, mas começa a ser construcionista, ou seja, o professor passará a ser um mediador na construção do conhecimento.

A postura do professor no processo educacional é um exemplo no ensino de uma escola, representa o homem na sociedade e os professores treinados apenas para o uso de certo recursos computacionais são rapidamente ultrapassados por seus alunos. O educador preparado utiliza o computador para a produção de conhecimento, compreende e investiga temas no seu contexto.

Não é preciso detalhar que o sistema educacional montado sobre o modelo do professor como centro do saber e reprodutor de conhecimento, infelizmente ainda presente de maneira forte em nossa sociedade, está ultrapassada não é por acaso que quem defende este tipo de postura apresenta as maiores resistências ao meio de comunicação (AMORA, 2008, p. 22).

Segundo Mercado (1998, p. 42), a formação do professor deve proporcionar uma vivência que contextualize o conhecimento que o professor produz. Para ele, é "o contexto da escola, a prática dos professores e a presença dos seus alunos que

determinam o que deve ser abordado nos cursos de formação”. A formação dos

professores para trabalharem com informática a partir desta concepção implica em outra perspectiva da própria prática docente. Segundo Andrade (2000, p.76), tal formação "deve se basear na prática reflexiva visando a um uso crítico e autônomo da tecnologia numa prática educativa transformadora".

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escola, a prática dos professores e a presença dos seus alunos que determinam o que deve ser abordado.

Para isso, o essencial é que todo o corpo escolar se direcione para ter as mídias não mais como adversárias e sim como parceiras no processo de aprendizado. Esta direção precisa estar clara a todo o corpo escolar passando por alunos, mentes e pais – para quebrar as resistências que eternamente haverão. Esta postura significa uma profunda mudança do processo de aprendizado. É não é a maioria que gosta e incentiva a mudança como se pode depreender das teorias de administração. A mudança de cultura, que se pode traduzir aqui como modos de fazer, acontece por pequenos grupos que contaminam outros e assim sucessivamente. Isto, é claro, se houver estimulo e incentivo de quem comanda as instituições em que se quer fazer transformação. A transformação não se dará sem antes haver professores qualificados para este trabalho. (AMORA, 2008, p. 28).

Diante disso, os professores da educação além da qualificação assumem a postura de avaliadores de todos os meios e recursos que contribuem para que o processo de ensino aprendizagem ocorra no espaço escolar. No entanto, a necessidade de um profissional de informática foi evidenciada na medida em que o computador passou a ser acessível à população, no mercado de trabalho e até mesmo em instituições de ensino, isso por volta dos anos 90.

O profissional da educação é aquele que tem um campo de atuação definido que é a própria educação. Para um exercício profissional com qualidade é necessário que o professor busque o domínio dos saberes que caracterizam esse campo.

O que se pretende não é abandonar o horizonte as competências fundadas em conhecimento inovador, mas agregar-lhe a questão da subjetividade, tendo como razão principal superar a dês-razão racionalista que comete o vício de partilhar o ser humano, destacando nele o aspecto racional apenas (DEMO, 2003 p, 168).

Nas séries iniciais do Ensino Fundamental para atuação docente se exigia o

“curso normal” que entre as metodologias e aspecto teóricos das características

pessoais e da importância da chamada vocação do futuro profissional e juntamente com as características pessoais exigia do futuro docente conhecimento das diversificadas metodologias de ensino existente.

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equiparou-se a outros cursos de nível médio. Com a implantação da lei nº 5692/71 (BRASIL, 1971), o curso normal passou a ser chamado de habilitação magistério, uma profissionalização obrigatória de 2º grau que poderia na época ser ofertada por qualquer tipo de escola.

A formação inicial correspondia aos estudos que habilitavam quem queria atuar em determinado campo e esse complementando pela formação continuada. A inicial pode ser exemplificada pelo ensino ou curso normal e a continuada pelos cursos de capacitação profissional (ensino profissionalizante), graduações, pós-graduações, entre outros.

O currículo na formação pressupõe uma concepção determinada de construção do conhecimento no contexto escolar, feita através do encontro de diferentes saberes, como saber cotidiano de professores e alunos (vivências familiares e sociais) e científico (filosóficos e conhecimento obtidos através de pesquisas). Deste modo o currículo contribui para a prática pedagógica e formação profissional educativa sendo indispensável na universalização da educação básica garantindo qualidade no ensino.

No que se refere aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (1997, p. 9. 56) as relações com os recursos tecnológicos e a saúde humana são entendidas como bem-estar físico, psíquico e social. As mesmas estabelecem conexões importantes quanto à identificação dos espaços urbanos e rurais, conservação de alimentos, lazer e trabalho, isso no primeiro ciclo. Os PCNs sugerem aos docentes que através da utilização dos recursos de informação os alunos estejam em contato como o novo.

Desde modo, a partir do primeiro ciclo os alunos poderão investigar sobre os produtos que consomem, sobre técnicas diversas para obtenção e transformação de alguns componentes dos ambientes que conhecem tais como: vegetação, animais e o próprio espaço urbano, elementos esses que são considerados como recursos naturais essenciais para sua própria existência.

Mas para que estas propostas sejam desenvolvidas com sucesso é necessário que se planeje e selecione as atividades, e que leve em conta as possibilidades reais para a realização e experimentação, bem como a utilização de diversas fontes de informação.

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para os mais diversos fins, bem como conhecer seus nomes, para que servem e como servem ao homem, quais as fontes de energia que utilizam e quais transformações realizam quais os animais e plantas existentes em sua região e sua importância para a mesma. (BRASIL, 1971). Abaixo estão listadas três sugestões de conteúdos, conceitos, valores, procedimentos e atitudes dos PCNs. (BRASIL, 1971, p.110 - 111)

Busca e coleta de informações por meio de observação direta e indireta, experimentação, interpretação de imagens e textos selecionados; [...] Utilização de informações obtidas para justificar suas idéias; [...] Comparação e classificação de equipamento, utensílios ferramentas para estabelecer relações entre as características dos objetivos (sua forma, material de que é feito). [...]

Essas propostas demonstram que as escolas não estão preparadas para as mudanças que estão acontecendo e buscam se adequar às modificações ocorridas na sociedade. Para tanto a formação continuada de professores não pode passar despercebida, ao contrário deve fazer parte da agenda dos novos tempos onde a inovação já invadiu os diversos ambientes no entorno das escolas.

Dependendo da visão educacional que se emprega e de como o computador é utilizado nas escolas o termo "Informática na Educação" tem assumido diferentes significados em diferentes épocas. Informática na Educação significa a inserção do computador no processo de aprendizagem das matrizes curriculares, do ensino fundamental ao ensino superior.

Diante disso, as escolas normais passaram a oferecer também outras modalidades de ensino de 2º grau, ou mesmo entrando em decadência e desaparecendo. A necessidade de formação evoluiu na década de 80 com o curso de pedagogia e a formação de especialistas em educação com a nova LDB (lei

Nº9394/96), e de acordo com Salgado (2000) em “um olhar inicial sobre a formação

Imagem

Figura 1: Escola A  Fonte: Acadêmico, 2013.
Figura 2: Escola B  Fonte: Academico, 2013.
Tabela 1 -  Percepção dos gestores acerca das dificuldades encontradas  por professores e alunos e  alunas nas escolas A e B
Tabela 2-Percepção dos gestores acerca das contribuições da informática na educação nas escolas  A e B
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