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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE E SECRETARIADO EXECUTIVO – FEAAC CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE E SECRETARIADO EXECUTIVO FEAAC

CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

VANESSA ALVES PINTO

EMPREGO FEMININO NO CEARÁ: ANÁLISE COMPARATIVA DOS ANOS 2002 e 2012

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VANESSA ALVES PINTO

EMPREGO FEMININO NO CEARÁ: ANÁLISE COMPARATIVA DOS ANOS 2002 e 2012

Monografia apresentada à Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Econômicas.

Orientador: Profª. Drª. Sandra Maria dos Santos

FORTALEZA 2013

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade

P732e Pinto, Vanessa Alves.

Emprego feminino no Ceará: análise comparativa dos anos 2002 e 2012 /Vanessa Alves Pinto - 2013.

56 f.: il.

Monografia (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade, Curso de Ciências Econômicas, Fortaleza, 2013.

Orientação: Profa. Dra. Sandra Maria dos Santos.

1.Mercado de trabalho – Ceará 2. Mulheres – emprego 3.Trabalho feminino I. Título

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VANESSA ALVES PINTO

EMPREGO FEMININO NO CEARÁ: ANÁLISE COMPARATIVA DOS ANOS 2002 e 2012

Esta monografia foi submetida à Coordenação do Curso de Ciências Econômicas, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Bacharel em Economia, outorgado pela Universidade Federal do Ceará – UFC e encontra-se à disposição dos interessados na Biblioteca da referida Universidade.

A citação de qualquer trecho desta monografia é permitida, desde que feita de acordo com as normas de ética científica.

Data de aprovação ___/___/___

____________________________________________ __________ Prof.ª Dra. Sandra Maria dos Santos NOTA

Orientadora

____________________________________________ __________

Prof. Dr. Rui de Almeida Rocha NOTA Membro da Banca Examinadora

____________________________________________ __________

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AGRADECIMENTOS

À Deus, por ter iluminado meu caminho até aqui, por me permitir mais essa conquista e por ter me dado forças pra concluir mais essa etapa da minha vida.

Aos meus pais, Isabel Cristina e José Emetério, que não mediram esforços para que eu chegasse até mais essa fase da minha vida. Agradeço pelo amor, confiança, dedicação e apoio.

Aos meus irmãos, Renato Alves e Roberto Alves, por serem presentes e por todo carinho. Agradeço por toda ajuda e estímulo para que tudo desse certo.

Ao meu namorado, Felipe Máximo, por sempre estar comigo ao longo desta caminhada em luta da realização da monografia, por me apoiar, por me cobrar e acreditar em mim. Agradeço pelo amor e paciência nos momentos em que precisei estar ausente devido a realização da monografia.

Ao meu amigo, Alexandre Ribeiro, que deu importante contribuição para a realização deste trabalho, que andou sempre comigo ao longo da faculdade e sempre esteve disposto a ajudar; Agradeço pelo incentivo, companheirismo e a amizade de sempre.

Às minhas amigas de toda uma vida, Monyse Rodrigues, Sabrina Timbó, e Pryscilla Gomes, entre outras que não estão com os nomes citados, que estiveram pacientes e compreenderam minha ausência em muitos momentos.

À Professora Sandra, pela disposição em me orientar, pelo incentivo, sugestões dadas e, principalmente, por toda paciência ao longo desse tempo de realização da monografia.

Aos membros da banca examinadora, Rui Rocha e Júnior Macambira.

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“Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso sim, acredito

até o fim.”

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RESUMO

O objetivo geral desse trabalho é analisar o emprego no Ceará, nos anos de 2002 e 2012, com relação ao segmento feminino. A pesquisa é de natureza descritiva e bibliográfica e se faz uso de dados secundários de diversas fontes e de dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE). Os resultados indicam que houve um crescimento do número de mulheres empregadas no mercado formal do Ceará, embora ainda apresente menor proporção com relação ao segmento masculino. Verificou-se uma maior participação das mulheres que possuem nível médio e superior completo e que a faixa salarial predominante é de um a dois salários mínimos. Constatou-se que a participação das mulheres empregadas nos setores de serviços e indústria, responsáveis pelo maior número dos empregos femininos, diminuiu no período estudado, em contrapartida, houve uma maior participação das mulheres no setor de construção civil, que em 2002 era o setor com a menor participação feminina.

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ABSTRACT

The objective of this study is to analyse the employment in Ceara during the period from 2002 to 2012, it is focused on women segment. The research has a descriptive and bibliographical nature and it is composed by secondary data from various sources and also data from Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) of Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE). The results indicate an increase on quantity of employed women on formal labor market in Ceara, despite that it still represents lower participation when compared to employed men segment. It was verified an increased participation of women who have high scholl and graduation degrees and the salary average is between one to two minimum wages. It found that the share of women employed in the services and industry, responsible for the highest number of female job sectors declined during the study period in contrast, there was greater participation of women in the construction industry, which in 2002 was the sector with the lowest female participation.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Emprego feminino, segundo gênero - Estado do Ceará – 2002/2012 ... 31

Tabela 2 – Emprego feminino, segundo natureza de vínculo empregatício - Estado do Ceará – 2002/2012 ... 33

Tabela 3 – Emprego feminino, segundo natureza de vínculo empregatício - Estado do Ceará – 2002/2012 ... 34

Tabela 4 – Emprego feminino, segundo tamanho de estabelecimento - Estado do Ceará– 2002/2012 ... 35

Tabela 5 – Emprego feminino, segundo tamanho de estabelecimento - Estado do Ceará – 2002/2012 ... 35

Tabela 6– Emprego feminino, segundo faixa etária, nos anos 2002 e 2012 – Estado do Ceará... 37

Tabela 7 – Emprego feminino, segundo grau de instrução – Estado do Ceará – 2002 ... 38

Tabela 8 – Emprego feminino, segundo grau de instrução – Estado do Ceará – 2012 ... 39

Tabela 9 – Emprego feminino, segundo faixa de remuneração - Estado do Ceará – anos de 2002 e 2012 ... 41

Tabela 10 – Emprego feminino, segundo tempo de serviço - Estado do Ceará – anos de 2002 e 2012 ... 42

Tabela 11 – Emprego feminino por Grandes Setores de Atividade Econômica no Ceará – anos de 2002 e 2012 ... 43

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LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS E QUADRO

Gráfico 1– Taxas médias de crescimento do PIB (%) e razão Ceará Brasil – 2000- 2010 ... 29

Gráfico 2 – Empregos formais em 31/12, segundo os anos selecionados no Estado do Ceará... 29

Gráfico 3 – Proporção da População Feminina na PEA, Ceará 2001 a 2009 e 201130

Gráfico 4 – Emprego feminino por Setores de Atividade – anos de 2002 e 2012 – Estado do Ceará ... 45

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 13

2. REFERENCIAL TEÓRICO ... 19

2.1Trabalho ... 19

2.2 Mercado de Trabalho ... 20

2.3 Indicadores do Mercado de Trabalho ... 22

3. METODOLOGIA ... 25

3.1 Tipologia da pesquisa ... 25

3.2 Coleta de dados ... 25

4. A PRESENÇA DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO NO CEARÁ28 4.1 Mercado de Trabalho no Ceará: Contextualização Histórica ... 28

4.2 Comparativo da Participação Feminina no Mercado de Trabalho Formal Cearense em relação à Masculina ... 31

4.2.1Natureza de vínculo empregatício ... 32

4.2.2 Tamanho do estabelecimento ... 34

4.3 Perfil Emprego Feminino ... 36

4.3.1Perfil etário das mulheres ... 36

4.3.2 A situação educacional das mulheres ... 38

4.3.3 Remuneração Média das mulheres ... 40

4.3.3Tempo de Serviço ... 41

4.4Absorção da Mão de Obra feminina no Setor de Atividade ... 43

4.4.1 Distribuição feminina nos setores de atividade econômica ... 44

4.4.1.1Indústria de Transformação ... 46

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 48

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1. INTRODUÇÃO

Apesar de ser aceita a tradição do homem como provedor da família, sendo responsável por trabalhar e garantir o sustento; e a mulher incumbir à tarefa de cuidar dos serviços domésticos e da criação dos filhos, pode-se afirmar, ao contrário do que tradicionalmente é aceito, que a mulher esteve presente nas diversas formas de produção de mercadorias e acumulação capitalista. Segundo Saffioti (1976 apud CUNHA 2009, p. 18) “a mulher, em todos os estágios da humanidade, teve papel relevante na produção e riqueza social e na subsistência de sua família.”

Percebe-se, dessa forma, que o trabalho feminino sempre existiu, segundo Cunha (2009), porém não se tratava exatamente de um trabalho profissional e a mulher aproveitava de suas habilidades domiciliares.

Ainda segundo Cunha (2009) quando surge a necessidade da mulher em assumir os negócios da família, nas I e II Guerras Mundial, enquanto seus maridos partiam para a Guerra, a mulher se confronta com uma nova situação: seguir com os trabalhos que eram realizados pelo marido. Mas somente na década de 70, a mulher começa a conquistar um espaço maior no que diz respeito a mercado de trabalho. Dessa forma, a mulher vai adotando um novo padrão e quebrando os paradigmas adotados pela sociedade.

Fazendo um retrospecto da mulher no mercado de trabalho nas últimas décadas, pode-se verificar que a inserção da mulher no mercado de trabalho começa efetivamente na década de 70, segundo Brushini (1996) marcando o começo de uma evolução nas décadas posteriores no que diz respeito ao mercado feminino, dada pela presença cada vez maior da mulher no mercado de trabalho.

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Dessa forma, a expansão da economia, o ritmo acelerado da industrialização e a crescente urbanização caracterizam um momento de grande crescimento econômico, o que foi favorável à incorporação da mulher no mercado de trabalho (BRUSCHINI, 1994).

Desde a década de 1970, observei um forte crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho, em especial, no setor de serviços. Inúmeros estudos e dados estatísticos têm mostrado que essa tendência não estava a retroceder, mas a consolidar e se ampliar, apesar das constantes crises econômicas que abateram o país desde o início da década de 80. (OLIVEIRA, 2007, p.72)

Na década de 80, apesar da estagnação econômica, intensifica-se a participação das mulheres no mercado de trabalho (HOFFMANN; LEONE, 2004). Nessa década o país se encontra em uma aguda crise econômica, dado o segundo choque do petróleo em 1979, o que afeta diretamente o Brasil e provoca elevadas taxas inflacionárias. A economia fica em recessão, dado que a taxa do PIB cai de 9,1% para -3,1%, entre 1980 e 1981.

A recessão, por sua vez, acaba provocando alterações na distribuição da população economicamente ativa (PEA), o que desloca setores primários e secundários da economia para o setor terciário (BRUSCHINI, 1994). Mesmo com a crise, a expansão do setor terciário na década de 80 ajudou na permanência da mulher no mercado de trabalho, visto que provocou a expansão de atividades econômicas nas quais as mulheres sempre encontraram maior espaço de inserção (BRUSCHINI; LOMBARDI, 1996).

De acordo com Hoffmann e Leone (2004), continua na década de 90 a tendência da crescente incorporação da mulher ao mercado de trabalho, visto que se trata de uma década caracterizada por uma intensa abertura econômica, ainda que, nessa mesma década, apareça a elevação do desemprego feminino, dado que o aumento de postos de trabalho para as mulheres não foi suficiente para absorver a totalidade do crescimento da PEA feminina.

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A participação da mulher no mercado de trabalho na década de 90 cresceu em termos absolutos e relativos (SANTOS; MORETTO, 2001), assim como houve o aumento da responsabilidade das mulheres pela chefia dos lares, o aumento do poder aquisitivo e do nível de escolaridade e a diferença salarial existente entre homens e mulheres é amenizada (DIAS; REZENDE, 2009).

É notória a crescente presença das mulheres no mercado de trabalho, nas últimas décadas, devido tanto a fatores de ordem econômica quando a aspectos associados às transformações do papel da mulher na sociedade contemporânea, incluindo-se aí a independência financeira, mais autonomia, o papel de chefe de família, realização profissional, a manutenção da família pelo desemprego do cônjuge, a complementação da renda familiar, etc. (COSTA, 2008, p. 7)

De fato, a mulher evoluiu no mercado de trabalho, o que implica em mudanças no mercado de trabalho, tanto no aspecto econômico como no social.

Porém, apesar da participação da mulher ter aumentado nos últimos anos, ainda é menor com relação ao segmento masculino, devido a toda história de inserção da mulher no mercado de trabalho, tardia com relação ao homem.

A desigualdade no mercado de trabalho é uma questão estrutural, que não se resolve de uma hora para outra. Tange, por exemplo, a divisão social do trabalho doméstico, que ainda fica muito na mão das mulheres e não as libera para investirem na carreira (JUSBRASIL, 2013).

As desigualdades da mulher com relação ao homem, segundo o Portal Fundação Carlos Chagas (2013), não dependem somente da demanda do mercado e de suas qualificações, mas depende também de características pessoais e familiares. No caso da presença de filhos, vinculado ao ciclo de vida das trabalhadoras e também à sua posição no grupo familiar, como cônjuge, chefe de família, existindo a necessidade de prover ou complementar o sustento do lar. Esses são fatores que estão sempre nas decisões das mulheres. Afinal, a responsabilidade de trabalhar o dia todo e ainda ter uma terceira jornada de trabalho em casa é geralmente atribuída às mulheres.

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concretamente essa sobrecarga, confronte-se a grande diferença existente entre a dedicação masculina e a feminina aos afazeres domésticos: os homens gastam nessas atividades, em média, 10,3 horas por semana e as mulheres, 26 horas. (PORTAL FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS, 2013)

Dada a importância atribuída à mulher, no sentido de estrutura familiar, no valor que as mulheres ocupam na reprodução, vale ressaltar a responsabilidade na estrutura da família que se sobrepõe a mesma. O papel de ser mãe e ainda conciliar com os estudos e a vida profissional. E mesmo com essas limitações, a mulher tem avançado cada vez mais no mercado de trabalho, vem superando suas dificuldades e administrando seu tempo em favor das diversificadas atividades, para que as questões sociais e profissionais não entrem em conflito com as questões familiares.

As mulheres avançam cada vez mais no mercado de trabalho. Segundo dados do IBGE (2009), ao contrário de épocas passadas, elas estão mais inseridas em setores de atividade da economia que antes eram dominadas por homens. Atuando em cargos de chefias e mostrando quão a mulher pode estar diante de grandes trabalhos, mesmo com algumas limitações, no caso, por exemplo, de possuir outra jornada de trabalho em casa.

Vale destacar não só a importância do tema no âmbito econômico, como também no ponto de vista social. Nas últimas décadas a família ficou menor, segundo dados do IBGE (2000), visto que as mulheres foram ficando mais instruídas e a taxa de fecundidade diminuiu. As famílias tradicionais, compostas pelo casal e filhos, diminuíram ao mesmo tempo em que aumentou o número de famílias de mulheres sem cônjuge, o que colabora para o aumento da mulher no mercado de trabalho.

Vê-se que os padrões mudaram e que as mulheres se assumiram de outra forma no século atual. Sem dúvida a perspectiva da mulher hoje não se compara com a mulher na década de 70. Os tempos mudaram, os paradigmas foram quebrados, as mulheres buscaram sua independência e igualdade com os homens e vem conseguindo uma parcela maior no mercado de trabalho atual, assim como vem alcançando postos jamais alcançados por mulheres antes.

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dias atuais. Diante desse contexto, o objetivo geral desse trabalho é analisar o emprego no Ceará, nos anos de 2002 e 2012, com relação ao segmento feminino. Para se chegar ao objetivo proposto, têm-se alguns objetivos específicos: comparar a participação feminina no mercado de trabalho cearense em relação à masculina; caracterizar o perfil do emprego feminino; verificar a mão de obra feminina por setor de atividade.

A escolha do tema desse trabalho decorre do fato do crescimento que vem sendo observado na economia do Ceará, na última década, superando a média nacional, segundo o IPECE (2011).

Na última década, a economia cearense vem apresentando, na maioria dos anos, taxas de crescimento acima da média nacional. Analisando o comportamento da economia com base no PIB a preços de mercado (que corresponde ao valor adicionado gerado pela Agropecuária, Indústria e Serviços, incorporando-se os impostos líquidos de subsídios) verificou-se que seu valor, em termos nominais, passou de R$ 22,4 bilhões, em 2000, para R$ 74,9 bilhões, em 2010, um acréscimo de R$ 52,57 bilhões. Esses números permitiram a economia cearense ampliar sua participação no PIB nacional, passando de 1,90%, em 2000, para 2,04% em 2010. (IPECE, 2011, p.1)

Devido a todo esse crescimento observado na economia do Ceará, segundo o IPECE (2011), é que se tem a motivação de compreender como toda essa performance se refletiu no mercado de trabalho, considerando a inserção da mulher.

A pesquisa é de natureza descritiva e bibliográfica e quanto ao aspecto metodológico se faz uso de dados secundários de diversas fontes, como livros, artigos científicos, revistas, jornais, internet, dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE), dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Na segunda seção, apresenta-se a revisão de literatura sobre o assunto estudado, abordando conceitos sobre trabalho, mercado de trabalho e seus indicadores.

A terceira seção trará a metodologia aplicada nesse trabalho.

A quarta seção trará os resultados desse trabalho, de forma a averiguar os objetivos propostos. Nesse caso, será feita uma comparação da participação feminina no mercado de trabalho cearense em relação ao masculino, assim como uma caracterização do perfil feminino do mercado de trabalho e uma verificação da absorção da mão de obra feminina por setor de atividade.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Nessa seção será abordado o conceito de trabalho, assim como mercado de trabalho e seus indicadores como ponto de partida para a análise do mercado de trabalho feminino no Ceará.

2.1. Trabalho

O trabalho teve um papel fundamental no desenvolvimento do homem desde os primórdios da civilização, uma vez que possui uma dimensão social, além da dimensão econômica, que o acompanha desde as antiguidades até o mundo atual, segundo Távora (2012). Através do trabalho, o ser humano modifica a natureza para os seus benefícios necessários, assim como adquire conhecimento, desenvolve-se, relaciona-se e busca um meio de vida para seu sustento.

Os indivíduos possuem várias necessidades, sejam individuais ou coletivas, que precisam ser satisfeitas para garantir sua sobrevivência. Para satisfazer tais necessidades, como, por exemplo, alimentar-se, vestir-se, ter um lar, o individuo precisar trabalhar para ter um meio de vida. Segundo Silva e Luiz (2010) o trabalho é definido como sendo “a contribuição do ser humano, na produção, em forma de atividade física ou mental”. Dessa forma o homem “vende” o seu trabalho, sua capacidade de produzir, em troca de dinheiro, para ter como suprir suas necessidades de sobrevivência.

Analisando o conceito de trabalho segundo Smith, no livro Riqueza das Nações, versão traduzida (LIMA, 2007, p.17):

O Trabalho anual de toda nação é o fundo que originalmente lhe fornece todas as necessidades e utilidades da vida que consome, consistindo sempre ou no produto imediato desse trabalho, ou naquilo que é comprado com esse produto das nações.

Dessa forma, o valor da mercadoria corresponde ao montante de trabalho utilizado na sua elaboração. Portanto, quanto mais tempo se leva para produzir, maior será o valor dessa mercadoria.

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Assim sendo, para entender melhor sobre oferta e demanda, será visto o conceito de mercado de trabalho no próximo tópico.

2.2. Mercado de Trabalho

Conforme Ramos (2007) a importância do mercado reside do fato de ser o local onde os indivíduos transacionam o seu ativo, que é a capacidade laboral, aos preços assim determinados. Dessa forma, o mercado de trabalho é antes de tudo um espaço de socialização do indivíduo, além de ter sua importância econômica.

O conceito de mercado de trabalho, em sua acepção clássica, se fundamenta na existência de oferta e procura num mercado teoricamente livre. Todavia, tal qual o mercado de produtos de uma forma geral, o mercado de trabalho é regulado por numerosas regras que respondem a demandas empresariais e de trabalhadores através de sindicatos, associações e movimentos que refletem e, até certo ponto administram, os conflitos inerentes às relações capital-trabalho. Dessa forma, estabelecem-se “mercados” específicos por setores econômicos e da produção, com exigências características. (LIMA;CONSERVA, 2006, p.77)

Os aspectos demográficos da população, as mudanças na composição de pessoas ocupadas e desocupadas, o nível de escolaridade, o perfil etário e o diferencial de rendimentos enfatizam a oferta de trabalho. Já a demanda por mão-de-obra mais qualificada, a redução de empregos em alguns setores da economia em detrimento de outros setores classificam a demanda por trabalho. (SILVA;CUNHA, 2008).

Entendendo o mercado de trabalho sob o ponto de vista de demanda e oferta de trabalho na visão de Silva e Cunha (2008, p.17):

Destacam-se, pelo lado da oferta de trabalho: o aumento da população economicamente ativa (PEA), o aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho, o aumento do nível de escolaridade, o aumento do desemprego para os trabalhadores menos qualificados e o elevado índice de desemprego da população jovem. Pelo lado da demanda, observou-se o aumento da demanda por trabalhadores mais qualificados, a diminuição do emprego na indústria e na agricultura, em detrimento dos setores de serviços e comércio.

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demanda, mas também porque a demanda por trabalhadores mais qualificados está cada vez maior.

Com o surgimento do sistema capitalista de produção e conseqüente utilização do trabalho assalariado em larga escala, emerge o mercado de trabalho como uma instituição fundamental ao funcionamento da economia. De uma forma bastante ampla, ele pode ser entendido como a compra e venda de serviços de mão-de-obra, representando o locus onde trabalhadores e empresários se confrontam e, dentro de um processo de negociações coletivas que ocorre algumas vezes com a interferência do Estado, determinam conjuntamente os níveis de salários, o nível de emprego, as condições de trabalho e os demais aspectos relativos às relações entre capital e trabalho. (CHAHAD, 1999; p. 403)

Assim, entende-se que o mercado de trabalho funciona numa troca de relações, tantos sociais, como econômicas e que o trabalho tem o seu valor por sua oferta e por sua demanda.

Por sua vez, o mercado de trabalho ainda se classifica em formal e informal. O mercado formal de trabalho é aquele que contempla as regulações contratuais de trabalho, já o mercado informal de trabalho é aquele em que prevalecem regras de funcionamento com um mínimo de interferência governamental, segundo Chahad (1999). É importante salientar que embora o mercado informal possa ter uma grande dimensão, a dinâmica da economia é fornecida pelo mercado formal, o qual será estudado nesse trabalho.

De acordo com Ramos (2007) existem três determinantes de desempenho do mercado de trabalho: as instituições que o regem, as condições macroeconômicas e a capacidade do mercado de prover o valor. As condições macroeconômicas ajudam a definir ou a delimitar a demanda por trabalho. Já as instituições que regem o mercado, como suas regulamentações e intervenções, definem a estrutura de funcionamento do mercado de trabalho de acordo com cada país ou sociedade.

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ligada a produtividade do trabalho, uma vez que resulta do nível educacional da população.

O mercado de trabalho, segundo Chahad (1999), do contexto da economia, não pode ser analisado isoladamente, uma vez que suas principais variáveis (salários, emprego, desemprego, rotatividade e produtividade) são condicionadas pelo nível e pela flutuação da atividade econômica. Dessa forma, um crescimento econômico para períodos longos, conduz a um crescimento dos principais indicadores do mercado de trabalho.

Para melhor se entender os indicadores do mercado de trabalho, serão vistos no próximo tópico os indicadores mais relevantes.

2.3. Indicadores do Mercado de Trabalho

O mercado de trabalho possui alguns indicadores para avaliar seu desempenho e analisar o comportamento da economia. Adiante seguem alguns indicadores e seus conceitos para melhor entendimento, segundo definições e conceitos do IBGE:

a) População em Idade Ativa (PIA): Compreende o conjunto de pessoas teoricamente aptas a exercer uma atividade econômica de acordo com a faixa etária. É composta daquelas pessoas com mais de 10 anos e menos de 65 e abrange a população economicamente ativa e a população não economicamente ativa.

b) População em Idade Não Ativa (PINA): Compreende o conjunto de pessoas que pela faixa etária não estão aptas para exercer uma atividade econômica. É composta por pessoas com menos de 10 anos e mais de 65.

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Quadro 1 – Conceitos de População Ocupada e Desocupada População Ocupada

Aquelas pessoas que trabalham, incluindo:

Empregados - pessoas que trabalham para

um empregador ou mais, cumprindo uma jornada de trabalho, recebendo em contrapartida uma remuneração em dinheiro ou outra forma de pagamento (moradia, alimentação, vestuário, etc.). Incluem-se entre as pessoas empregadas aquelas que prestam serviço

militar obrigatório e os clérigos. Os empregados são classificados segundo a existência ou não de carteira de trabalho assinada.

Conta Própria - aqueles que exploram uma atividade econômica ou exercem uma profissão ou ofício e não têm empregados.

Empregadores - aqueles que exploram uma atividade econômica ou exercem uma profissão ou ofício, com um ou mais empregados.

Não Remunerados - pessoas que exercem uma ocupação econômica, sem remuneração, pelo menos 15 horas na semana, ajudando a um membro da unidade domiciliar em sua atividade econômica, ou ajudando a instituições religiosas, beneficentes ou cooperativas, ou, ainda, como aprendiz ou estagiário.

População Desocupada

Pessoas que não têm trabalho, mas estão dispostas a trabalhar, e que, para isso, tomam alguma providência efetiva de forma a voltar para o mercado de trabalho.

Fonte: IBGE (2013)

d) População Não Economicamente Ativa (PNEA): são as pessoas não classificadas como ocupadas ou desocupadas, ou seja, pessoas incapacitadas para o trabalho ou que desistiram de buscar trabalho ou não querem mesmo trabalhar. Inclui os incapacitados, os estudantes e as pessoas que cuidam de afazeres domésticos. Inclui também os "desalentados" - pessoas em idade ativa que já não buscam trabalho, uma vez que já o fizeram e não obtiveram sucesso. O IBGE considera desalentado aquele que está desempregado e há mais de um mês não busca emprego.

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f) Taxa de Desemprego: Trata-se de um indicador que permite contabilizar aqueles indivíduos que são aptos para trabalhar, ou seja, estão inseridos nas pessoas em idade ativa, porém se encontram nas pessoas não economicamente ativas, por estarem buscando trabalho, mas não encontram ocupação.

g) Índice de Emprego: Indica os trabalhadores disponíveis e empregados. Inclusive, esse índice propaga-se como uma relação entre o total da força de trabalho e o volume de pessoas empregadas.

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3. METODOLOGIA

Nessa seção serão apresentados os métodos e técnicas utilizados para realização desse trabalho. Serão abordadas a tipologia da pesquisa e a coleta de dados.

3.1. Tipologia da pesquisa

A pesquisa desse trabalho é de natureza descritiva e bibliográfica. Foi feito uma análise de dados, com várias referências sobre o tema abordado, para fundamentação do referencial teórico.

De acordo com Gil (2002) a pesquisa descritiva tem como principal objetivo a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relação entre variáveis. Outra característica marcante da pesquisa descritiva está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados.

Entre as pesquisas descritivas, salientam-se aquelas que têm por objetivo estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, estado de saúde física e mental etc. (GIL, 2002,p.42)

Essa pesquisa se classifica como descritiva por se tratar de um trabalho que mostra as características de um grupo, no caso, as mulheres, conforme objetivos já propostos.

Diante disso, quanto ao delineamento da pesquisa, conforme Gil (2002), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em materiais já elaborados, ou seja, a pesquisa pode ser feita sem ser preciso fazer um estudo de caso ou estudo de campo ou uma pesquisa participante. No caso de uma pesquisa bibliográfica você já tem uma base estatística pronta para elaboração e análises.

3.2. Coleta de dados

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Os dados utilizados nos objetivos, para a elaboração das tabelas, tiveram como referência os anos de 2002 e 2012 e foram baseados nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho do Emprego (MTE).

A base de dados da RAIS é um registro administrativo do Ministério do Trabalho, representando, praticamente, um censo anual do mercado formal brasileiro, na medida em que todas as empresas formais são obrigadas a declará-la, segundo Negri et al. (2001). Resumidamente, todas as informações da RAIS

referem-se aos trabalhadores do mercado formal.

Conforme Manual de Treinamento da Caged e da Rais (2010) sua base estatística é aplicada aos dados de estabelecimentos e vínculos empregatícios. A RAIS estabelecimento é composta por todos os estabelecimentos com vínculo e sem vínculo declarado (RAIS Negativa). Já a RAIS empregados é composta por todos os vínculos declarados, ativos e não ativos em 31/12. A unidade de armazenamento das bases em nível de estabelecimento é o próprio estabelecimento, já a unidade de armazenamento das bases em nível de trabalhador é o vínculo. De acordo com Negri et al. (2001), tais informações são disponibilizadas segundo estoque (número

de empregos) e movimentação de mão-de-obra empregada (admissões e desligamentos).

A coleta de dados desse trabalho foi realizada através da base de dados de empregados. Foram considerados os dados dos empregados com vínculo empregatício ativo. A base de empregados é composta por dados geográfico, ocupacional, setorial, município por UF, individual, vínculo e estabelecimento.

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4. A PRESENÇA DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO NO CEARÁ

“O nível de atividade econômica do Estado do Ceará vem revelando uma tendência crescente, apresentando patamares do Produto Interno Bruto (PIB) estadual cada vez mais elevados”, segundo Costa (2009, p. 13). Dessa forma, intensificou-se, como resultado desse crescimento da economia do Ceará, a geração de empregos, inclusive com carteira assinada, elevando substancialmente a massa salarial e contribuindo para reduzir o desemprego, conforme Costa (2009).

Diante desse contexto de crescimento da economia do Ceará e geração de empregos, essa seção abordará o emprego feminino no Estado do Ceará, nos anos de 2002 e 2012, com relação à participação, o perfil e a absorção da mão de obra por setores de atividade, com a finalidade de averiguar os objetivos propostos nesse trabalho.

4.1. Mercado de Trabalho no Ceará: Contextualização Histórica

No Ceará, nas décadas de 1950 a 1980, houve um crescimento desordenado, devido à migração de campo para cidade, período em que o mercado de trabalho começaria a ficar mais urbano, devido ao setor de indústrias está crescendo na capital e o setor de agropecuária está diminuindo comparado ao crescimento das indústrias e as novas oportunidades de emprego. De uma forma geral, a industrialização trouxe uma ampliação das áreas urbanas e o desenvolvimento econômico, dando início a uma nova realidade do mercado de trabalho cearense, segundo Oliveira (2007).

Nos anos 2000, segundo Costa (2008), o contexto da última década, foi marcado por crescimento econômico e pela recuperação de emprego, notadamente do emprego com carteira assinada, refletindo em uma redução no desemprego, conjuntura bastante diferente da constatada nos anos 90, com ajuste da empresa nacional e um forte impacto no mercado de trabalho.

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Gráfico 1 – Taxas médias de crescimento do PIB (%) e razão Ceará Brasil – 2000- 2010

Fonte: Informe, IPECE (2011).

Diante desse cenário, observa-se que isto se refletiu no mercado de trabalho, uma vez que se evidencia a evolução com relação ao número total de empregados, com vínculo empregatício ativo, no mercado formal do Ceará no período de 2002 a 2012. Percebe-se, pelo Gráfico 2, que a cada ano cresce o número de empregos formais no Ceará.

Gráfico 2 - Empregos formais em 31/12, segundo os anos selecionados no Estado do Ceará

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da RAIS/MTE

Diante desse contexto,em estudo sobre o mercado de trabalho no Ceará, Costa (2008, p. 54) mostra que

(30)

trabalho, consolidando sua presença no mundo laboral do estado, apesar de o trabalho feminino ainda estar muito ligado às ocupações tradicionalmente consideradas femininas. Sua taxa de participação estadual é similar à taxa nacional, mundial e da América Latina e, além do mais, o aumento da participação parece não ter sido acompanhado de melhorias qualitativas mais substanciais no trabalho feminino, sinalizando que esse processo aconteceu de forma lenta.

Embora esse processo tenha ocorrido de forma lenta, deve-se lembrar que as mulheres compõem um segmento populacional significativo para as economias nacionais, até mesmo para o Ceará, uma vez que elas compõem 52% da população cearense, integram 42% da sua população economicamente e ainda são responsáveis por aproximadamente 1/3 os domicílios particulares cearenses, em 2006 (COSTA, 2008).

Conforme mostrado no Gráfico 3, analisando os anos de 2001 a 2011, observa-se que em média de 43% de toda a força de trabalho existente no Ceará é composta por mulheres.

Gráfico 3 - Proporção da População Feminina na PEA, Ceará 2001 a 2009 e 2011

Fonte: Enfoque Econômico, IPECE (2013).

(31)

4.2. Comparativo da Participação Feminina no Mercado de Trabalho Formal Cearense em relação à Masculina

Para melhor entendimento, a fim de facilitar a compreensão e análise dos dados e dar maior fluidez ao texto, segundo Costa (2009, p. 21)

Deve-se conceituar estoque de emprego como a quantidade de postos de trabalho existentes nas empresas e nos órgãos públicos, ou seja, o número de vínculos empregatícios existentes no mercado de trabalho formal, constituído por celetistas e estatutários. Embora sabido que um trabalhador pode ocupar mais de um posto de trabalho, considerar-se-á estoque de emprego o total de empregados ou de empregos existentes.

Diante disso, nesse tópico serão apresentados dados que analise a participação da mulher com vínculo empregatício ativo em relação a do homem no mercado formal nos anos de 2002 e 2012.

A Tabela 1 expõe a participação dos empregados, por gênero, no mercado formal no Ceará. Com relação ao número de empregados, segundo o gênero, percebe-se que, no período em estudo, há predominância do gênero masculino empregado no mercado formal. O número de empregos masculinos, em termos percentuais, permaneceu praticamente constante em uma década, dado que contava com 55,35% dos empregados em 2002 e eleva-se para 55,82% em 2012, implicando consequentemente em ligeira redução na participação das mulheres empregadas, que em 2002 representavam 44,65% das vagas do mercado formal e caíram para 44,18% em 2006.

Tabela 1 – Número de empregos formais, segundo gênero - Estado do Ceará – 2002/2012

Gênero 2002 2012 Taxa de

Crescimento (%)

Empregos % Empregos %

Masculino 439.131 55,35 794.665 55,82 80,96

Feminino 354.181 44,65 628.983 44,18 77,59

Total 793.312 100,00 1.423.648 100,00 79,46

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da RAIS/MTE

(32)

crescimento econômico observado na economia do Ceará que vem apresentado taxas de crescimento acima da média nacional, segundo dados do IPECE (2011).

Com relação ao total de mulheres empregadas, houve um crescimento de 77,59%, o que representa uma maior participação da mulher no mercado formal no Ceará. E no que diz respeito segmento masculino, houve um crescimento de 80,96% de homens empregados.

Diante disso, observa-se que a diferença da taxa de crescimento do homem com relação à mulher foi maior cerca de 3,37%. Isso mostra, reforçando o que foi dito anteriormente, que os homens além de ter uma participação maior que a das mulheres no mercado de trabalho, também apresentou maior taxa de crescimento, para o período estudado, ocupando o maior número de empregos gerados e maior parcela no mercado de trabalho.

Apesar da participação da mulher ter aumentando no estado do Ceará, em termos absolutos, com relação aos anos analisados, a parcela do mercado de trabalho com relação ao homem, apesar do constante aumento de empregos femininos, ainda é menor devido a toda história de inserção da mulher no mercado de trabalho, tardia com relação ao homem.

4.2.1. Natureza de vínculo empregatício

(33)

Tabela 2 – Emprego feminino, segundo natureza de vínculo empregatício - Estado do Ceará 2002/2012

Tipo de Vínculo

2002 2012 Taxa de

Crescimento (%)

Empregos % Empregos %

CLT 225.452 63,65 423.311 67,30 87,76 Estatutário 126.810 35,80 186.245 29,61 46,87 Outros 1 1.919 0,54 19.427 3,09 912,35 Total 354.181 100,00 628.983 100,00 77,59 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da RAIS/MTE

Analisando a taxa de crescimento do tipo de vinculo das mulheres empregadas, ainda pela Tabela 2, observa-se que o crescimento maior ocorreu em outros tipos de regimes contratuais (912,35%), ainda que a participação de mulheres empregadas seja pouca, seguido das contratações pela CLT (87,76%) e por último do regime de estatutário (46,87%).

Com relação ao vínculo contratual dos homens no mercado formal, percebe-se através da Tabela 3 que 76,93% dos empregos ocupados por homens no ano de 2002 eram regidos pela CLT. Com relação ao ano de 2012, a participação dos homens empregados pela CLT passa para 83,95%, um aumento de cerca de 7,02% comparado ao ano de 2002. Com relação à contratação pelo regime estatutário, observa-se que a participação dos homens empregados através desse regime teve uma queda de 7,98% do ano de 2002 para o ano de 2012. Já no que diz respeito a outros tipos de regimes contratuais de trabalho, houve um aumento de 0,97%.

Analisando a taxa de crescimento do tipo de vinculo dos homens empregados, ainda pela Tabela 3, observa-se que o crescimento maior ocorreu em outros tipos de regimes contratuais (226,29%), cuja participação é bem pequena, se comparada aos outros dois regimes, seguido das contratações pela CLT (97,46%) e por último do regime de estatutário (14,91%).

1São considerados outros tipos de vínculo empregatício: aprendiz, avulso, temporário, diretor,

(34)

Tabela 3 – Emprego masculino, segundo natureza de vínculo empregatício - Estado do Ceará – 2002/2012

Tipo de Vínculo

2002 2012 Taxa de

Crescimento (%)

Empregos % Empregos %

CLT 337.835 76,93 667.095 83,95 97,46 Estatutário 96.013 21,86 110.332

13,88 14,91

Outros 5.283 1,20 17.238 2,17 226,29 Total 439.131 100,00 794.665 100,00 80,96 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da RAIS/MTE

Diante da análise das tabelas 2 e 3, percebe-se que apesar da maior parcela de homens no mercado de trabalho formal no Ceará, houve maior crescimento das mulheres contratadas por regime estatutário e outros tipos de regime. A participação das mulheres que foram contratadas por regime estatutário reduziu do ano de 2002 para 2012, mas no ano de 2012 ainda é superior a taxa masculina registrada em 2002.

Observa-se, pelas tabelas 2 e 3 que aumentou o número de homens e mulheres celetistas. Isso decorre do crescimento econômico observado na economia do Ceará e da recuperação do emprego que ocorreu na última década, que contribuíram para geração de vários novos empregos, refletindo em um crescimento da oferta de empregos, aumentando o número de trabalhadores regidos pela CLT.

4.2.2. Tamanho de estabelecimento

Com relação ao tamanho do estabelecimento, as mulheres apresentam participação mais elevada em grandes estabelecimentos do que os homens. Com os dados da Tabela 4, em 2002, as mulheres eram 48,65% das empregadas em grandes estabelecimentos. Em 2012 esse número sobe para 51,85%. Já os homens, segundo dados da Tabela 5, em 2002, eram 35,99% dos empregados em grandes estabelecimentos, em 2012 esse valor é de 35,02%, o que representa uma queda de cerca de 0,97% dos empregos do segmento masculino nos estabelecimentos com 500 ou mais empregados.

(35)

empregados, em 2002 e 2012. O que reforça o fato da mulher está crescendo cada vez mais no mercado de trabalho. Como o estabelecimento é classificado conforme o número de empregados, isso implica na suposição de que quanto maior o estabelecimento, maior a representatividade dele no mercado, e maiores são as oportunidades dos empregados inseridos nesses estabelecimentos.

A maior taxa de crescimento dos vínculos empregatícios das mulheres ocorreu nos pequenos estabelecimentos (89,28%), em sequencia sobressaíram os grandes estabelecimentos (89,27%), micro estabelecimentos com (85,38%) e médio estabelecimento (29,26%). Já com relação ao segmento masculino, a maior taxa de crescimento dos vínculos também ocorreu nos pequenos estabelecimentos (93,38%), seguida do médio estabelecimento (81,63%), do micro estabelecimento (76,96%) e grande estabelecimento (76,07%)

Tabela 4 – Emprego feminino, segundo tamanho de estabelecimento - Estado do Ceará– 2002/2012 Tamanho do

Estabelecimento

2002 2012 Taxa de

Crescimento (%)

Empregos % Empregos %

Micro (1 a 19) 66.724 18,84 123.691 19,67 85,38

Pequena (20 a 99) 50.509 14,26 95.601 15,20 89,28

Média (100 a 499) 64.623 18,25 83.532 13,28 29,26

Grande (500 ou mais) 172.325 48,65 326.159 51,85 89,27

Total 354.181 100,00 628.983 100,00 77,59

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da RAIS/MTE

Tabela 5 Emprego masculino, segundo tamanho de estabelecimento - Estado do Ceará– 2002/2012 Tamanho do

Estabelecimento

2002 2012 Taxa de

Crescimento (%)

Empregos % Empregos %

Micro (1 a 19) 98.527 22,44 174.355 21,94 76,96

Pequena (20 a 99) 88.967 20,26 172.048 21,65 93,38

Média (100 a 499) 93.572 21,31 169.952 21,39 81,63

Grande (500 ou mais) 158.065 35,99 278.310 35,02 76,07

Total 439.131 100,00 794.665 100,00 80,96

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da RAIS/MTE

(36)

29% e 90%. O que representa que em todos os portes de estabelecimentos houve aumento dos empregos masculinos. Já com relação à mulher, foi marcante o crescimento dos empregos no micro, pequeno e grande estabelecimento, porém o crescimento do número de emprego para as mulheres nos médios estabelecimentos não foi tão representativo com relação aos demais, isso porque do ano de 2002 para o ano de 2012 houve redução da participação das mulheres.

No tocante a participação, em valores percentuais, o destaque fica para os grandes estabelecimentos, para ambos os gêneros. Apesar de que a participação das mulheres nesses estabelecimentos seja maior que a dos homens. Já nos demais estabelecimentos, a participação do homem com relação aos dois anos estudados nesse trabalho é superior a da mulher.

Concluí-se então que os grandes estabelecimentos são os que mais absorvem a mão de obra feminina em ambos os anos e que aumentou a participação no período estudado. Apesar dos grandes estabelecimentos também serem responsáveis por grande parte da mão de obra masculina percebeu-se que a participação dos homens nesse porte de estabelecimento caiu e que se distribuiu pelos outros tamanhos de estabelecimento uniformemente, o que não ocorre no segmento feminino.

4.3. Perfil do Emprego Feminino

Nesse tópico serão apresentados dados que identifique o perfil da mulher, com vínculo empregatício ativo, no mercado de trabalho formal no Ceará.

4.3.1. Perfil etário das mulheres

(37)

A proporção de mulheres com idade entre 25 a 29 anos também aumentou, cerca de 15,64% no ano de 2002 e 16,58% no ano de 2012, um aumento de 0,94%, o que significa maior participação das mulheres com essa faixa de idade.

Dessa forma, percebe-se uma maior participação de mulheres idosas e mais jovens no mercado formal de 2012 do que no de 2002, visto que a participação da mulher de 30 a 49 anos de idade reduziu. Pelos dados da tabela 6, vê-se que não houve, em 2002 e 2012, praticamente nenhuma alteração na participação as mulheres de até 24 anos.

Tabela 6 – Total de Mulheres com vínculo empregatício, segundo faixa etária, nos anos de 2002 e 2012 – Estado do Ceará

Faixa etária 2002 2012 Taxa de

Crescimento (%)

Empregos % Empregos %

Até 17 anos 996 0,28 1.854 0,29 86,14 18 a 24 anos 55.527 15,68 98.087 15,59 76,65 25 a 29 anos 55.397 15,64 104.293 16,58 88,26 30 a 39 anos 108.317 30,58 185.683 29,52 71,43 40 a 49 anos 83.264 23,51 136.947 21,77 64,47 50 a 64 anos 46.783 13,21 93.403 14,85 99,65 65 ou mais 3.722 1,05 8.715 1,39 134,15 Ignorado 175 0,05 1 0,00 (99,43) Total 354.181 100,00 628.983 100,00 77,59 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da RAIS/MTE

A maior representatividade das mulheres com vínculo empregatício está na faixa de 30 a 49 anos de idade para os dois anos e a menor está na faixa até 17 anos de idade. As mulheres empregadas com 18 a 29 anos de idade representam maior taxa de participação do que as de 50 a 64 anos de idade. As mulheres de 65 ou mais anos de idade representam uma taxa maior do que aquelas de até 17 anos.

Agora analisando com base na taxa de crescimento, ainda pela Tabela 6, o aumento das mulheres de 65 ou mais idade foi de 134,15%, já as de 50 a 64 anos de idade foi de 99,65%, representando as maiores taxas com base nos anos analisados. Fato que pode ser justificado pela carência de experiência e qualificação dos mais jovens, conforme matéria exibida no Jornal Bom Dia Brasil (2012):

(38)

Dessa forma, percebe-se que para determinados trabalhos, a experiência dos idosos acaba sendo mais valorizada, refletindo em um aumento do número de idosos no mercado de trabalho, conforme visto na Tabela 6.

A terceira maior taxa foi a do grupo etário de 25 a 29 anos, representando um crescimento de 88,26%. A quarta maior taxa foi a da faixa etária até 17 anos, com uma taxa de crescimento de 86,14%, o que indica que as mulheres estão presentes no mercado formal do Ceará cada vez mais cedo. Com relação às mulheres de 18 a 24 anos, a taxa de crescimento foi de 76,65%. O menor crescimento se deu entre as mulheres de 40 a 49 anos.

De uma forma geral, concluí-se que o peso maior do emprego da mulher está entre os jovens e adultos, ou seja, entre as faixas de 18 a 49 anos, representando 85,41% dos empregos femininos em 2002 e 83,47% em 2012.

4.3.2. A situação educacional das mulheres

A educação é um ponto fundamental para a vida das pessoas. O mercado de trabalho está muito disputado e é preciso ser instruído para ter boas oportunidades de emprego. Com base nisso, será analisado nesse tópico o perfil educacional das mulheres com vínculo empregatício no mercado formal no Ceará.

Tabela 7 - Emprego feminino, segundo grau de instrução – Estado do Ceará – 2002

Grau Instrução Empregos %

Analfabeto 4.696 1,33

4ª Série Incompleto 19.648 5,55

4ª Série Completo 18.286 5,16

8ª Série Incompleto 34.613 9,77

8ª Série Completo 50.635 14,30

2º Grau Incompleto 22.425 6,33

2º Grau Completo 140.866 39,77

Superior Incompleto 13.753 3,88

Superior Completo 49.259 13,91

Total 354.181 100,00

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da RAIS/MTE

(39)

2002, com um total de 140.866 mil empregadas com esse grau de instrução. As mulheres que completaram a 8ª série somam um valor de 50.635 mil das mulheres empregadas. Já as mulheres com superior completo representam 49.259 mil das mulheres empregadas no estado do Ceará. O menor número de mulheres empregadas corresponde às analfabetas.

Com relação ao ano de 2012, analisando os dados da Tabela 8, as mulheres com ensino médio completo, que era considerado 2° grau completo até 2005, conforme análise de 2002, representam 310.190 mil das mulheres empregadas. Já as mulheres com ensino superior completo representam 156.173 mil das mulheres empregadas. Enquanto que as mulheres com ensino fundamental completo, considerado 8ª série completo até 2005, conforme foi feito na análise de 2002, representam 49.389 das mulheres com vínculo empregatício.

Pelos dados das tabelas 7 e 8, percebe-se que houve uma queda no número das mulheres empregadas que tenham somente o ensino fundamental completo, assim como também reduziu o número das mulheres contratadas que sejam analfabetas. Vê-se também que houve um aumento considerável das mulheres empregadas que possui o ensino superior completo, o que significa que o mercado de trabalho está cada vez mais exigente com relação ao nível de escolaridade.

Tabela 8 – Emprego feminino, segundo grau de instrução – Estado do Ceará – 2012

Grau de Instrução Empregos %

Analfabeto 585 0,09

Até 5ª Incompleto 12.049 1,92

5ª Completo Fundamental 9.513 1,51

6ª a 9ª Fundamental 27.393 4,36

Fundamental Completo 49.389 7,85

Médio Incompleto 32.594 5,18

Médio Completo 310.190 49,32

Superior Incompleto 31.097 4,94

Superior Completo 156.173 24,83

Total 628.983 100,00

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Com relação à porcentagem do nível de escolaridade das mulheres com vínculo empregatício nos anos de 2002 e 2012, vê-se que a participação das mulheres analfabetas e com ensino fundamental completo diminuiu e que aumentou cerca de 9,55 % a participação das mulheres com ensino médio completo. Aumentou também a participação das mulheres com ensino superior incompleto e houve um aumento considerável de 10,92% na participação das mulheres com nível superior completo, o que representa um maior aumento de participação das mulheres no mercado de trabalho, reforçando o que já foi dito anteriormente, quanto ao fato do mercado de trabalho está cada vez mais exigente com o perfil de escolaridade dos empregados, exigindo formação cada vez mais completa.

4.3.3. Remuneração Média das mulheres

De acordo com os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e conforme exposto na Tabela 9, entende-se que pelos dados, as mulheres, no geral, passaram a ter uma faixa salarial melhor, mas será melhor visto pela análise da participação da mulher.

Comparando os anos de 2002 e 2012, conforme observado no Tabela 9, a participação das mulheres que ganham mais de 1 a 2 salários mínimo aumentou cerca de 7,61% e as mulheres que ganham entre 3 a 5 salários mínimo aumentou 0,70%. Para as demais faixas de remuneração, as taxas são negativas, o que indica que a percentagem de mulheres que ganhavam as faixas saláriais mais altas e mais baixas em 2002 diminuiu comparado ao ano de 2012.

(41)

Tabela 9 – Emprego feminino, segundo faixa de remuneração – Estado do Ceará – 2002/2012 Faixa Remun Média

(SM) Empregos 2002 % Empregos 2012 % Crescimento (%) Taxa de

Até 1 salário 65.533 18,50

84.470 13,43 28,90

Mais de 1 a 2 sm 185.707 52,43 377.649 60,04 103,36 Mais de 2 a 3 sm 33.601 9,49 58.525 9,30 74,18 Mais de 3 a 5 sm 28.394 8,02 54.827 8,72 93,09 Mais de 5 a 10 sm 26.431 7,46

34.063 5,42 28,88

Mais de 10 a 20 sm 8.658 2,44 11.508 1,83 32,92 Mais de 20 sm 3.601 1,02

3.211 0,51 -10,83

Sem declaração 2.256 0,64 4.730 0,75 109,66 Total 354.181 100,00 628.983 100,00 77,59 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da RAIS/MTE

A faixa salarial de 5 a 10 salários mínimos se mostrou com uma taxa de crescimento de 28,88%, as mulheres que ganham mais de 20 salários mínimos apresentou uma taxa negativa de crescimento (-10,83%) e aquelas que ganham entre 10 a 20 salários minimo apresentou uma taxa de 32,92%, maior que aquelas que ganham até 1 salário mínimo.

Dessa forma, conclui-se que a faixa salarial da mulher é de mais de 1 a 2 salários mínimos, tanto no ano de 2002 como no ano de 2012 e que do ano de 2002 para o ano de 2012 as mulheres empregadas ganhando essa faixa salarial aumentou no mercado de trabalho. Viu-se também que a participação das mulheres que ganham até 1 salário mínino também diminui, implicando num maior aumento das mulheres que ganham entre 1 a 2 salários mínimos. E com relação a taxa de crescimento, o crescimento das mulheres empregadas foi maior na faixa que ganha mais de 10 a 20 salários mínimos que na faixa que até 1 salário mínimo. Diante de tudo isso, entende-se que as mulheres estão sendo melhor remuneradas em 2012.

4.3.4. Tempo de Serviço

(42)

24,86% das trabalhadoras permanceram por menos de um ano empregada. Para o ano de 2012, 28,38% das trabalhadoras apresentavam esse tempo de emprego.

O percentual dos empregados de 1 a menos de 3 anos em 2002 é de 21,41% aumentando em 2012 para 23,84%. A parcela dos empregados com permanência no emprego 3 a menos de 5 anos foi reduzida, apresentando em 2002 um percentual de 26,37 e em 2012 um percentual de 25,58. Os empregados que trabalham 5 ou mais anos também reduziu cerca de 5,15%.

Tabela 10- Emprego feminino, segundo tempo de serviço - Estado do Ceará - anos de 2002 e 2012 Faixa Tempo

Emprego

2002 2012 Taxa de

Crescimento (%) Valor

Absoluto % Valor Absoluto %

Menos de 1 ano 88.057 24,86 178.484 28,38 102,69 1 a menos de 3 anos 75.846 21,41 149.970 23,84 97,73 3 a menos de 5 anos 93.411 26,37 160.890 25,58 72,24 5 ou mais anos 96.801 27,33 139.512 22,18 44,12 Ignorado 66 0,02 127 0,02 92,42 Total 354.181 100,00 628.983 100,00 77,59 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da RAIS/MTE

Dessa forma, percebe-se que houve aumento na participação dos empregados que trabalham menos de 1 ano até 3 anos e uma redução daqueles que trabalham de 3 anos ou mais.

Com relação as taxas de crescimento, percebe-se que houve maior crescimento das mulheres empregadas que duram menos de 1 ano no emprego, representando uma taxa de 102,69%, seguido das mulheres que duram de 1 ano a menos de 3 anos, com uma taxa de 97,73%. Mulheres que duram mais de 5 anos no emprego, representou a menor taxa (44,12%).

(43)

temporários ou estagiários, gerando uma rotação maior dos trabalhadores por emprego no mercado formal de trabalho.

4.4. Absorção da Mão de Obra Feminina por Setor de Atividade

Nesse tópico será analisado a distribuição do emprego formal feminino nos anos de 2002 e 2012, no Ceará, no intuito de verificar como as mulheres estão alocadas por setores de atividade econômica e quais as mudanças que ocorreram do ano de 2002 para o ano de 2012.

No ano de 2002, como mostra a Tabela 11, o número de empregos femininos no Ceará, foi de 354.181 mil mulheres. A composição setorial do emprego formal para o ano de 2002 era a seguinte: Indústria (18,07%), Construção Civil (0,46%), Comércio (11,30%), Serviços (69,33%) e Agropecuária (0,84%). Esses dados revelam que o setor de Serviços é o mais representativo para as mulheres no mercado formal em 2002, ou seja, o que mais empregou mulheres. E que o setor menos representativo é o Setor de Construção Civil, ou seja, o que menos empregou mulheres no ano de 2002. O segundo setor responsável pelo maior número de empregos formais para as mulheres foi o Setor da Indústria.

Tabela 11 – Emprego feminino por Grandes Setores de Atividade Econômica no Ceará – 2002/2012

Setor de Atividade 2002 2012 Taxa de

Crescimento (%) Valor

Absoluto % Absoluto Valor %

Indústria

64.000 18,07

100.930 16,05 57,70 Construção Civil 1.617 0,46 5.774 0,92 257,08 Comércio 40.024 11,30 99.053 15,75 147,48 Serviços 245.566 69,33 420.275 66,82 71,15 Agropecuária

2.974 0,84

2.951 0,47 - 0,77 Total 354.181 100,00 628.983 100,00 77,59 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da RAIS/MTE

(44)

(66,82%) e Agropecuária (0,47%). O setor em 2012 que mais empregou as mulheres foi o Setor de Serviços, conforme em 2002. E assim como em 2002 o segundo setor responsável pelo maior número de empregos formais para as mulheres foi o setor de Indústria. Diferente do ano de 2002, o setor que menos empregou mulheres em 2012 foi o setor de Agropecuária.

Percebe-se também pela Tabela 11, que a participação das mulheres no Setor de Serviços, em 2012, sofreu uma pequena queda, cerca de 2,51%, comparado ao ano de 2002, assim como Setor de Indústria também, que reduziu cerca de 2,02% da participação das mulheres. O setor de Construção Civil apresentou um aumento de 0,46% e o Setor da Agropecuária apresentou uma queda de 0,37% da participação das mulheres. O Setor de Comércio apresentou um aumento de 4,45%.

Com relação a taxa de crescimento, ainda com base na Tabela 11, referente aos anos de 2002 e 2012, a taxa de crescimento das mulheres foi maior na área de construção (257,08%), o que indica uma maior contratação de mulheres nesse setor de atividade. Isso relefete não só a forte presença da mulher no mercado de trabalho, mas também o fato de estarem crescendo em áreas que antes eram “denominadas” masculinas. Apesar do elevado crescimento na construção ainda é muito reduzida a presença da mulher nesse setor de atividade.

No tocante a agropecuária, observa-se que esse setor de atividade apresentou uma taxa de crescimento negativo, indicando que as mulheres empregadas nesse setor diminuíram em 2012 com relação às empregadas em 2002, mostrando uma realidade da redução do emprego rural.

Os Setores de Comércio e Serviço também apresentaram taxas altas de crescimento, sendo 147% e 71%, respectivamente. Já a indústria apresentou um crescimento de 58%. O que mostra que as mulheres realmente estão crescendo em praticamente todos os Setores de Atividade Econômica, com exceção da agricultura.

4.4.1. Distribuição feminina nos setores de atividade econômica

(45)

praticamente para todos os Setores de Atividade Econômica, com exceção de administração pública, agropecuária, indústria de transformação e serviços industriais que apresentaram uma pequena queda do ano de 2002 para 2012.

Gráfico 4 – Emprego feminino por Setores de Atividade – anos de 2002 e 2012 – Estado do Ceará

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da RAIS/MTE

Destaca-se forte concentração de mulheres no setor de Administração pública, onde consta o maior número de mulheres empregadas, em ambos os anos estudados neste trabalho. Para o ano de 2002 a participação das mulheres era cerca de 41,43% e para o ano de 2012 cerca de 37,45%. Apesar da redução da participação da mulher, esse setor é o responsável por grande parte do emprego das mulheres e tendo a maior representatividade para o emprego feminino.

O setor de serviços aparece como segundo setor que mais emprega mulheres, seguido do setor de comércio e da indústria de transformação. No tocante à indústria extrativa mineral ele aparece como setor com menos número de mulheres empregadas, em 2002 e 2012.

(46)

A contratação de mulheres, que começou como uma alternativa para a falta de mão de obra, se tornou uma vantagem para o setor. De acordo com o

presidente da Comissão de Políticas e Relações Trabalhistas da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CPRT/CBIC), Antonio Carlos Mendes Gomes, as mulheres são mais cuidadosas e detalhistas e se revelam superiores em atividades como as de acabamento. (CBIC,2013)

4.4.1.1. Indústria de Transformação

Embora o setor de serviços seja o maior responsável pelo número de empregos femininos, neste tópico será abordada a participação da mulher na indústria de transformação, uma vez que é o setor de atividade da indústria que mais emprega mulheres.

Dentro da Indústria de Transformação ainda se classificam outras áreas de atuação, conforme apresentadas na Tabela 12.

Os dados da Tabela 12 revelam que a indústria têxtil é a que mais emprega trabalhadoras no ano de 2002 e 2012, seguida da indústria de calçados. Com um percentual de 43,16% e 42,8%, para os anos de 2002 e 2012, respectivamente.

Com relação à indústria de calçados, a mesma era responsável por 17.767 mil empregos (28,14%) em 2002 e passou a empregar 28.716 (28,84%) mil trabalhadoras em 2012.

Evidencia-se que a indústria de alimentos e bebidas apresenta significativo número de trabalhadoras empregadas, representando o terceiro tipo de indústria de transformação responsável pelo número de emprego das mulheres, apesar da redução observada em todo o Estado, no período em análise.

(47)

Com relação aos demais setores (produção mineral não metálico, indústria metalúrgica, indústria mecânica, madeira e mobiliário, papael e gráfica e indústria quimíca) vê-se que a participação das mulheres aumentou com relação aos anos analisados.

Tabela 12 – Emprego feminino, segundo os subsetores da Indústria de Transformação – Estado do Ceará – anos de 2002 e 2012

Setor de Atividade Economica 2002 2012

Valor Absoluto % Valor Absoluto %

Prod. Mineral Não Metálico

406 0,64

1.285 1,29 Indústria Metalúrgica

569 0,90

2.225 2,23 Indústria Mecânica

362 0,57

1.013 1,02 Elétrico e Comunicação

348 0,55

266 0,27 Material de Transporte

131 0,21

520 0,52 Madeira e Mobiliário

565 0,89

1.045 1,05 Papel e Gráfica 1.150 1,82

2.585 2,60 Borracha, Fumo, Couros 1.238 1,96

1.851 1,86 Indústria Química 1.664 2,64

3.202 3,22 Indústria Têxtil

27.257 43,16 42.663 42,84 Indústria Calçados

17.767 28,14 28.716 28,84 Alimentos e Bebidas

11.690 18,51 14.215 14,27 Total

63.147 100,00 99.586 100,00

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da RAIS/MTE

Imagem

Gráfico 2 - Empregos formais em 31/12, segundo os anos selecionados no Estado do Ceará
Tabela 1  –   Número de empregos formais, segundo gênero -  Estado do Ceará  –  2002/2012
Tabela 2  –  Emprego feminino, segundo natureza de vínculo empregatício - Estado do Ceará                    2002/2012  Tipo de  Vínculo  2002  2012  Taxa de  Crescimento (%) Empregos %  Empregos  %   CLT            225.452        63,65            423.311
Tabela 3  –  Emprego masculino, segundo natureza de vínculo empregatício - Estado do Ceará   –                     2002/2012  Tipo de  Vínculo  2002  2012  Taxa de  Crescimento (%) Empregos  %  Empregos  %   CLT            337.835            76,93
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Referências

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