D R . T H I A G O D A R O C H A R O D R I G U E S
O HOLTER NA
FIBRILAÇÃO ATRIAL
V CURSO DE HOLTER DA SOBRAC
APRENDENDO ARRITMIAS COM O HOLTER
Nome do Palestrante:
DR. THIAGO DA ROCHA RODRIGUES Título da Apresentação:
O HOLTER NA FIBRILAÇÃO ATRIAL
Não possuo nenhum conflito de interesse
relacionado a esta apresentação
DEFINIÇÃO DE FIBRILAÇÃO ATRIAL
PELO HOLTER
• “Arritmia supraventricular caracterizada pela
ausência de ondas “P” discerníveis no ECG, ciclos RR irregulares, ciclos PP < 200 ms e com duração de
pelo menos 30 segundos”
Calkins H. Heart Rhythm 2012;9(4):632-96
“Este ponto de corte, no entanto, não é utilizado para justificara anticoagulação de pacientes”
INTRODUÇÃO
• Aumenta em 5x o risco de AVC isquêmico • Responsável por 25 a 30% de todos os AVCi • Aumenta mortalidade CV e global
• Aumenta o risco de IC e distúrbio cognitivo • Cerca de 30% das FAs são silenciosas
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS PARA A FA
• Palpação do pulso em pacientes ≥ 65 anos
• Diretrizes FA ESC 2014: classe I recomendação
• ECG – 12 derivações • Holter – 24 horas
• Monitor de eventos Loop
• Gravadores Loop implantáveis • Novas tecnologias digitais
OBJETIVOS DO HOLTER NA FA
• Detecção de FA silenciosa intermitente • Correlação de sintomas com a FA
• Detecção de outras arritmias
• FTA, TA, ectopias atriais
• TPSVs que degeneram para FA em jóvens
• Comportamento da resposta ventricular nas 24 H.
• FC mínima, máxima e média
OBJETIVOS DO HOLTER NA FA
• Avaliação de pausas e correlação com sintomas • Padrão do ínício e término dos episódios de FA
• Detecção de FA em pacientes com doença do NSA • Avaliação da síndrome bradi-taqui
• Avaliação de FA focal e correlação com palpitações • Avaliação terapêutica pós ablação de FA e FTA
PORTADORA DE FA PERSISTENTE
ASSINTOMÁTICA
OBJETIVOS DO HOLTER NA FA
• Duração mínima e máxima dos espisódios e a
carga de FA (duração total)
• FC durante os episódios paroxísticos
• Quantificação de ectopias atriais isoladas e
repetitivas em pacientes em ritmo sinusal mas com risco de desenvolver FA
CORRELAÇÃO DA DURAÇÃO DA FA
COM O RISCO DE AVC ISQUÊMICO
• ASSERT trial
• 2580 pacientes hipertensos, com DCIE, sem FA, ≥ 65 anos • Monitorados por 3 meses
• Seguidos por 2,5 anos • Desfecho:
• Taquiarritmia atrial (Freq. atrial > 190 bpm, > 6 min.)
PTs com DCEI, ≥ 65 anos, sem FA clínica, CHADS2 > 2, taquiarritmias atriais subclínicas (freq. atrial > 190 bpm > 6 min.) têm risco de AVC aumentado
RISCO DE AVCI SE TAQUI-SV SUBCLÍNICA
PRESENTE: ASSERT TRIAL
AVALIAÇÃO DE AHRE PELO
MARCAPASSO
ESC atrial fibrillation guidelines – Eur Heart J 2016;37:2893-2962
É recomendado interrrogar o marcapasso ou CDI regularmente, para a detecção de episódios de alta freqüência atrial (AHRE). Pacientes com AHRE devem realizar
monitorizações ambulatoriais freqüentes de ECG antes de iniciar anticoagulação oral.
QUANTIFICAÇÃO DA FIBRILAÇÃO ATRIAL
DURAÇÃO DA FA
4 horas e 20 min.
PACIENTE 80 ANOS
Síndrome bradi-taquiSintoma: Tonturas repentinas 4,04 s.
SÍNDROME BRADI-TAQUI
FLUTTER ATRIAL SEGUIDO POR PARADA SINUSALSÍNDROME BRADI-TAQUI
• É uma arritmia atrial caracterizada por uma
alternância entre vários ritmos atriais taquicárdicos (FA, FTA, taquicardias atriais) e bradicardia sinusal, paradas sinusais e bloqueios sino-atriais.
• É uma das manifestações da doença do nó sinusal • Está presente em cerca de 50% dos pacientes com
O HOLTER NA FA PERMANENTE
D.P.M., fem., 87 anos Dormindo AcordandoO HOLTER NA FA PERMANENTE
D.P.M., fem., 87 anosO HOLTER NA FA PERMANENTE
R.G.F., 50 anos, masc., 130 Kg, HASO HOLTER NA FA PERSISTENTE
O HOLTER NA FA INTERMITENTE
29m. 52m. 57m. 28m.
AVC CRIPTOGÊNICO
• AVCi com causa não determinada após avaliação
neurológica e cardiológica completa no período hospitalar
• 25% dos casos de AVCi
• FA pode ser intermitente e silenciosa
• FA é a maior causa de AVC cardioembólico
• A detecção de FA pode determinar o tratamento
DETECÇÃO DE FA NO AVC CRIPTOGÊNICO:
ESTUDO EMBRACE
• 572 PTs com AVC/AIT criptogênico ≥ 55 anos • FA desconhecida
• Métodos de detecção
• Holter 24 horas versus Loop recorder 30 dias
• Desfechos
• FA ≥ 30 segs. • FA ≥ 2,5 minutos
AVC CRIPTOGÊNICO: HOLTER X LOOP
RECORDER
Gladstone DJ. NEJM 2014;370(26):2466-77c
Loop recorder com detecção automática de FA
AVC CRIPTOGÊNICO: HOLTER X LOOP
RECORDER 30 DIAS
0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% 14,00% 16,00% 18,00% FA > 30 s. FA > 2,5 min. Holter 24 H. Loop 30 dias P < 0,001 P < 0,001 Gladstone DJ. NEJM 2014;370(26):2466-77cBLOQUEIO DO FEIXE DE BACHMAN
Paciente com AVCi criptogênico
D3 aVF D2 Bayes de Luna 93,7% de FA ou FTA EHJ 1988 M.T.H.F, fem., 84 a.
M.T.H.F, FEM., 86 ANOS
DETECÇÃO DE FA APÓS AVC
CRIPTOGÊNICO
ESTUDO NO PTS DEFINIÇÃO
FA (MIN.) MONITORAÇÃO DIAS DETECÇÃO(%)
COTTER ET AL 51 2 229 25,5 RITTER ET AL 60 2 365 16,7 ETGEB ET AL 22 6 365 27,3 ROJO-MARTINEZ 101 2 281 33,7 JORFIDA ET AL 54 5 180 A 840 46% SURPRISE STUDY 85 2 569 16,1 POLL ET AL 74 2 180 28 POLL ET AL 74 2 365 33,3
DETECÇÃO DE FA SILENCIOSA NO LOOP IMPLANTÁVEL
AVC CRIIPTOGÊNICO: ESTUDO CRYSTAL AF
Sanna T. NEJM 2014;370:2478-86 8,9% 6 meses 12 meses 12,4% 36 meses 30%450 pacientes com AVC criptogênico e Holter sem FA: Looper implantável versus monitoração convencional
DETECÇÃO DA FA PELO LOOP
IMPLANTÁVEL
RECOMENDAÇÕES DE DIRETRIZES
Em pacientes com AIT ou AVCi, a investigação de FA é recomendada através de ECG e monitorizações de Holter por até 72 horas
Pacientes com AVCi sem detecção de FA, monitorizações longas com gravadores de Loop implantáveis ou externos devem ser considerados para a detecção de FA silenciosa
FA FOCAL
• Curtos episódios de salvas de ectopias atriais
rápidas, frequentes, não sustentadas e, usualmente, altamente sintomáticas;
• Episódios curtos e rápidos de FA paroxística; • Episódios de taquicardias atriais rápidas que
degeneram para fibrilação atrial
• Ocorrem devido a focos deflagradores em veias
pulmonares e mantidos por 1 ou poucos circuitos reentrantes.
FA FOCAL
JOVEM SEM CARDIOPATIA ESTRUTURAL COM QUEIXA DE PALPITAÇÕES RÁPIDAS DE CURTA DURAÇÃO
HOLTER PRÉ-ABLAÇÃO DE FA
• Correlação dos sintomas com a FA
• Determinar se a FA é paroxística ou persistente
• Avaliar se o paciente tem TPSV que degenera para
FA
• Avaliar padrão de descargas focais repetitivas (FA
focal)
• Adequação da resposta ventricular em PTs com
disfunção ventricular
HOLTER PÓS-ABLAÇÃO DE FA
• Deve ser feito de 6 / 6 meses até 2 anos
• Recorrência de FA no 1o mês é preditor de recorrência tardia
• FA, FTA ou taquicardia atrial > 30 segs.
• Determinar se o paciente vai necessitar de DAA • Avaliar sintomas de palpitação pós ablação:
• Recorrência de FA x outra TSV x ansiedade
• FA assintomática pré e pós ablação
IMPORTÂNCIA DAS ECTOPIAS ATRIAIS
NO HOLTER PÓS ABLAÇÃO DE FA
• 142 pacientes com Holter-7 dias 6 meses pós IVP
• Excluídos pacientes com recorrência de FA < 6 meses • Excluídos pacientes que fizeram novo IVP < 6 meses • Seguimento de 4,2 anos
• Desfecho: detecção de FA > 30 s. por qualquer
método de análise após o Holter de 6 meses
RESULTADOS: RECORRÊNCIA DE FA
Gang UJ. Circ Arrhythm Electrophysiol 2015;8(3):569-74
< 142 ESAs / dia
≥ 142 ESAs / dia
RISCO RELATIVO PARA RECORRÊNCIA DE FA TARDIA ANÁLISE MULTIVARIADA
EFEITO RR (IC 95%) P
ESA´s ≥ 142 / DIA 3,64 (1,68-7,88) 0,001
Isolamento antral versus individual dos óstios 2,57 (1,18-5,61) 0,018
MONITORIZAÇÃO PÓS ABLAÇÃO DE
FA
• ECG em cada visita de 3 / 3 meses • Holter – 24 horas 6 / 6 meses
• Gravadores de Loop para avaliação de
O FENÔMENO DE ASHMAN
• É um batimento SV conduzido com aberrância de
condução devido a um aumento do PREA do
tecido de condução que ocorre após ciclos longos
• Critérios diagnósticos: Critérios de Fish
• Ciclo longo precedendo o ciclo curto que termina com
aberrância
• Padrão de BRD com orientação normal do vetor inicial • Acoplamento variável do batimento aberrante
O FENÔMENO DE ASHMAN
• Fisiopatologia
• PREA depende da FC (ciclo RR precedente) • PREA do ramo direito > do ramo esquerdo
• Geralmente o complexo tem morfologia de BRD
• Mas pode ter padrão de BRE
• Ocorre em qualquer taquiarritmia supraventricular • Fenômeno benigno
• Importante diferenciar de arritmia ventricular
O FENÔMENO DE ASHMAN
O FENÔMENO DE ASHMAN
Vi = 2 mm Vt = 5 mm EV: Vi < Vt Vi = 10 mm Vt = 3 mm Ashman: Vi > VtRECOMENDAÇÕES DE DIRETRIZES
PARA O HOLTER-24 HORAS NA FA
• Avaliação de FC na FA persistente ou permanente
• FC repouso ≤ 80 bpm (classe IIa)
• FC média < 100 a 110 bpm (classe IIb)
• Avaliação de eficácia de antiarrítmicos • Avaliação de possível pro-arritmia com
antiarrítmicos
• Correlação de sintomas com FC elevadas ou
reduzidas (pausas)