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USO RACIONAL DA ÁGUA NA SUINOCULTURA

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USO RACIONAL DA ÁGUA NA SUINOCULTURA

Paulo Armando V. de Oliveira

Engº. Agrícola, M.Sc,Ph.D,

Pesquisador Embrapa Suínos e Aves, CP 21, 89.700–000, Concórdia – SC Email: paolive@cnpsa.embrapa.br

1. INTRODUÇÃO

No planejamento de sistemas de produção de suínos, provavelmente, o fator mais desconsiderado pelos projetistas e, nem por isso menos importante, é aquele relacionado com a água. A suinocultura é, sem dúvida, uma atividade importante do ponto de vista social, econômica e, especialmente, como instrumento de fixação do homem ao campo. No entanto, sua exploração é considerada pelos órgãos de con-trole ambiental, como “atividade potencialmente causadora de degradação ambien-tal”, sendo enquadrada como de grande potencial poluidor.

O avanço tecnológico alcançado nos últimos anos, especialmente nos estados do Sul, SP e em expansão para o CENTROESTE, caracterizou-se pela implantação de sistemas cada vez mais confinados e produção de grandes volumes de dejetos por unidade de área. Infelizmente, os desperdícios e a ausência de qualquer critério de planejamento para os sistemas de armazenamento, tratamento, distribuição e utilização gera grandes quantidades de dejetos líquidos que muitas vezes são carre-ados para rios, lagos, solo e outros recursos naturais, refletindo na degradação do meio ambiente.

Dejetos não tratados, lançados na natureza, causam desequilíbrios ambientais, a exemplo, da proliferação de moscas e borrachudos (servem como substrato nutri-cional para as larvas e, em doses elevadas, matam os peixes que constituem os principais predadores naturais dessa espécie), causam desconforto ao homem do campo e urbano. Do ponto de vista agronômico, a incorporação de resíduos orgâni-cos ao solo é fundamental para melhorar suas qualidades físicas, químicas e bioló-gicas, além evidentemente, da possibilidade de economia pela substituição dos ferti-lizantes químicos por fertiferti-lizantes orgânicos. Infelizmente, poucos são os estudos no Brasil a respeito do impacto das dejeções suínas sobre o solo, as culturas e o meio ambiente, que poderiam subsidiar os produtores para o uso racional dos mesmos.

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2. O MODELO DE PRODUÇÃO

Os sistemas confinados constituem a base da expansão e da maior produtivi-dade (Tabela 1), sendo responsáveis não só pelo aumento da escala de produção, mas também pela diminuição do número de produtores, face a exigência de maiores investimentos e especialização. De uma forma geral, estes sistemas induzem a ado-ção do manejo de dejetos na forma líquida, aumentando os riscos de poluiado-ção ambi-ental, favorecendo o seu armazenamento e ao seu lançamento no solo e nos cursos de água.

Tabela 1 - Projeções da distribuição (%) dos sistemas de produção no Brasil (média).

Sistema / Ano 1990* 1995** 2001**

Confinado 40,0 48,0 61,0

Semi confinado 27,0 26,0 21,0

Extensivo 32,8 25,5 17,0

Ar Livre 0,2 0,5 0,5

Fonte: *GOMES et al. (1992); **Estimativa da distribuição espacial.

Dentro das circunstâncias e do nível tecnológico em que operam os suinoculto-res, as ações para a melhoria da qualidade da água, do ar e a redução do poder poluente dos dejetos suínos a níveis aceitáveis pela legislação vigente, requerem investimentos significativos, normalmente acima da capacidade dos pequenos cria-dores e, muitas vezes, sem a garantia de atendimento das exigências de Saúde Pú-blica e da preservação do meio ambiente.

Em Santa Catarina, estado com alta concentração de suínos e com sistema de captação de água baseado em mananciais superficiais (82%) e 15% para lençóis subterrâneos, o nível de contaminação destes recursos hídricos foi considerada alarmante (90% das fontes de abastecimento do meio rural estavam contaminadas por coliformes fecais) , pois, apenas 10% dos produtores detinham alguma forma de tratamento dos efluentes da suinocultura. No entanto, com a articulação da socieda-de, do poder público, dos órgãos de pesquisa, assistência técnica e financiadores, agroindústria e criadores, produziu-se progressos acentuados nesta situação, pois cerca de 50 % dos produtores integrados ao sistema agro-industrial, desenvolvem algum tipo de tratamento para dejetos

O grande desafio resulta ser nestas condições, na definição de um sistema que seja capaz de harmonizar a utilização do uso racional da água, dos dejetos como fertilizante, geração de energia e a redução do seu potencial de poluição. Também é fundamental que se ajuste o teor de matéria seca das dejeções, para a obtenção de uma relação mais adequada do teor de NPK/custo de armazenagem, transporte e distribuição para viabilizar sua utilização como fertilizante orgânico.

3. CARACTERÍSTICAS DOS DEJETOS

A quantidade total de dejetos líquidos produzidos varia de acordo com o des-envolvimento ponderal dos animais. De uma forma geral, estima-se que um suíno (na faixa de 16 a 100 kg de peso vivo) produz de 8,5 a 4,9% de seu peso corporal em urina + fezes diariamente (Oliveira, 1993).

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Estima-se a produção de efluentes das unidades de Ciclo completo, em condi-ções normais, em 70 L/matriz/dia, 30 L/matriz/dia para as unidades de produção de leitões e 7,0 L/terminado/dia. Portanto, uma granja em Ciclo completo com 80 matri-zes e dejetos "pouco diluído", gera 8.000 L/dia, cerca de 12.000 L/dia com "diluição média" e 16.000 L/dia no caso de "muito diluído".

Tabela 2 - Produção média diária de dejetos nas diferentes fases produtivas dos suínos. Fases de Produção dos Suínos Esterco

kg/dia Esterco + urina kg/dia Dejetos líquidos L/dia 25-100 kg 2,30 4,90 7,00 Porcas 3,60 11,00 16,00 Porca Lactação 6,40 18,00 27,00 Macho 3,00 6,00 9,00 Leitões creche 0,35 0,95 1,40 Média 2,35 0,95 1,40 Fonte: Oliveira (1993).

A composição química dos dejetos está associada ao sistema de manejo ado-tado e apresenta grandes variações na concentração dos elementos componentes, dependendo da diluição a qual foram submetidos e do sistema de armazenamento (Tabela 3).

Tabela 3 - Características químicas dos dejetos (mg/L) em unidade de crescimento de suínos da

EMBRAPA, em Concórdia (SC).

Parâmetro Mínimo Máximo Média

DQO 11530 38448 25543 Sólidos Totais 12697 49432 22399 Sólidos Voláteis 8429 39024 16389 Sólidos Fixos 4268 10408 6010 Sólidos Sedimentares 220 850 429 Nitrogênio Total 1660 3710 2374 Fósforo Total 320 1180 578 Potássio Total 260 1140 536 Fonte: Manhães (1996). 4. PERDAS DE ÁGUA

Usualmente os suínos bebem mais água do que necessitam, podendo chegar ao exagero quando o alimento é escasso. Em situações livres de estresse, a inges-tão diária corresponde a 5 ou 6% do peso corporal, ou seja, 2 a 5 kg de água por kg de matéria seca ingerida. Animais mais jovens possuem uma maior necessidade quando comparada aos adultos, face a sua maior perda pelos pulmões, superfície corporal e da menor capacidade em concentrar a urina.

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goteira num bebedouro (com pressão de 2,8 kg/cm2), pode significar uma perda de 26,5 Litros/hora (0,636 m3/dia) e 150 Litros/hora (3,6 m3/dia) num vazamento maior.

Uma estimativa de 5% de bebedouros vazando (do tipo pequena goteira) em uma granja de suínos com 24 matrizes (bebedouros nipple), considerado em relação a uma produção de 2,7 m3 dejetos/matriz/mês, isto representa um adicional de 79 % nos custos de armazenamento dos dejetos (considerando uma esterqueira simples coberta com lona de PVC e 45 dias de retenção), mas, se a goteira for rápida, as perdas sobem para 162 %.

Uma pequena goteira num bebedouro (com pressão de 2,8 kg/cm2), pode si-gnificar uma perda de 26,5 litros/hora (0,636 m3/dia) e 150 litros/hora (3,6 m3/dia) num vazamento maior. O modelo, a quantidade e o posicionamento dos bebedouros (altura e ângulo) devem estar ajustados a pressão da água do sistema.

As quantidades de efluente produzidas nas edificações podem ser reduzidas, primeiro por uma diminuição das perdas de água (desperdícios) e, segundo pela re-dução do consumo de água, cujo aumento é acompanhado de uma maior perda de água pela urina, mecanismo efetivo para a perda de calor corporal. Suínos mantidos em ambientes de 22ºC beberam 3 L/dia e 4,0 L/dia quando aumentou para 30ºC. Em contraste, suínos mantidos em sala quente (35ºC a 25ºC, em cada 12 horas) beberam 10,5 L/dia quando a temperatura da água foi de 11ºC e 6,6 a L/dia a 30ºC.

O desenho dos bebedouros e a operacionalidade dos bebedouros são fatores que influenciam as perdas. A taxa de derivação da água é função da pressão, da perda de velocidade (atrito) e do diâmetro da tubulação de saída. O diâmetro da tu-bulação é um dos fatores de maior influência no fluxo de água.

O bebedouro ideal é aquele que fornece um adequado volume de água na uni-dade de tempo, com baixa velociuni-dade de escoamento. Em porcas em lactação, o consumo aumenta e o tempo de permanência no bebedouro diminui na medida em que o fluxo se eleva, porém, maiores perdas são associadas a maiores fluxos (1.100 ml/minuto).

Um bom bebedouro (em termos de concepção e instalação) representa eco-nomia de água por animal produzido (Tabela 4 e 5).

Tabela 4 - Comparação de consumo (L) de acordo com o tipo de bebedouro e peso corporal. Tipo Bebedouro

Peso Corporal (kg) Bom Ruim Desperdício

DIÁRIO (L) 5 –10 0,91 1,59 0,69 11 –100 4,98 8,32 3,34 TOTAL (L) 5 -10 (21 dias) 11,11 25,39 14,28 11 –100 (109 dias) 542,82 906,88 364,06 Fonte: Penz e Viola (1995).

A altura e o ângulo de posicionamento dos bebedouros deve ser determinada em função do modelo e do tamanho dos animais. O problema é que a altura média dos suínos é muito variável.

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Tabela 5 - Água necessária para a produção de suínos, em função do estado fisiológico, nas

dife-rentes fases produtivas.

Categoria de suíno Aporte médio de água (L/d)

Leitões (15 kg) 1,5 – 2 Suíno (50 kg) 5 – 8 Suíno (90 kg) 6 – 9 Suíno (150 kg) 7 – 10 Porca em gestação 15 – 20 Porca em lactação 30 – 40

Fonte: Bonazzi et al. (2001).

A vazão mínima de água recomendada para os bebedouros, em sistema de produção de suínos, em função do estado fisiológico dos animais encontra-se na Tabela 6. A variabilidade da vazão indicada depende principalmente do tipo de be-bedouro utilizado e das condições climáticas da região em que se encontra o siste-ma de produção.

Tabela 6 - Vazão mínima recomendada nos bebedouros em função da fase produtiva dos suínos.

Categoria de suíno Vazão de água (L/min)

Leitões maternidade 0,25 – 0,40 Suíno (até 30 kg) 0,50 – 0,60 Suíno (30 - 50 kg) 0,60 – 0,75 Suíno (50 -150 kg) 0,75 – 1,00 Porca em Lactação 1,50 – 2,00 Porca em Gestação 1,00 – 1,50 Cachaço 1,50 – 2,00

Fonte: Bonazzi et al. (2001).

Tabela 7- Exigências de água (L/animal/dia) de acordo com a fase do ciclo de produção e vazão

mí-nima do bebedouro.

Exigências* Fluxo Mínimo**

Fase Mínima Máxima (l/min.)

Leitão lactente 0,1 0,5 0,2 Creche 1,0 5,0 0,2 - 0,5 Suínos 25 - 50 kg 4,0 7,0 0,7 50 – 100 kg 5,0 10,0 1,0 Porcas em Lactação 20,0 35,0 2,0 Porcas em Gestação 15,0 23,0 1,0 - 2,0 Cachaços 10,0 15,0 1,0 - 2,0 * Adaptado da EMBRAPA/CNPSA (1994) e Bodman (1994).

** Limite de pressão de 1,4 kg/cm2 até a creche e 2,1 kg/cm2 para as demais fases, segundo Bodman (1994).

Bebedouros tipo nipple, quando muito altos, restringem o acesso e o consumo animal, mas muito baixos, o ângulo de inclinação da ponta não favorece a ingestão (os animais acessam de lado e desperdiçam tanta água quanto a consumida). De uma forma geral, os bebedouros devem apresentar um ângulo de 50º e estar cerca de 15 cm mais elevado que a altura do lombo do animal, para que ele tenha de es-pichar-se ligeiramente e a água possa fluir na escala de tempo adequada.

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bebedouros sejam ajustáveis, ou colocados a altura diferentes. Suínos jovens prefe-rem beber juntos (reflexo da lactação), portanto, bebedouros muito afastados entre si, não apresentam um bom rendimento, pois um ou outro será mais ou menos utili-zado (Tabela 8).

Tabela 8 - Modelo, número, altura e espaço entre bebedouros recomendados1.

Modelo Bebedouros Altura (Cm)

Fase TA NP NV N. Beb. (max) N./Baia (min) Espaço (m) TA NIP NV L. Lactente x Leiteg. 1 5 Creche x x 10 2 0,30 15 15-30 SUÍNOS 25 - 50 kg x X 12 2 0,46 46-61 12 50-100 kg x x X 15 2 0,91 61-76 25 P. Lactação x x 1 1 15-45 76-91 P. Gestante x x 15 2 0,91 15 76-91 Cachaço 15 2 0,91 76-91 1

Fonte: MWPS (1988), EMBRAPA/CNPSA (1994), Bodman (1994). TA - Taça; NP - nipple, NV - nível.

A altura em bebedouros tipo taça deve facilitar a limpeza e evitar a contamina-ção pelas dejeções. A água contaminada com fezes e/ou urina, faz com que os suí-nos a bebam apenas para sobrevivência, deixando de consumir as quantidades ne-cessárias a maximização da produtividade. Uma altura mais elevada para a porca em lactação (a exemplo, na altura do comedouro) é mais confortável, mas implica em manter um sistema a parte para o leitão. A altura para o leitão deve ser baixa, para que ele possa submergir o focinho (reflexo do ato de mamar), pois quando muito alto, ocorrem derramamento pela tentativa dos animais em aumentar a pro-fundidade da lâmina de água (pressionando a válvula).

Bebedouros em níveis devem ser conectados a linha principal num ângulo de 30 a 60º. Usando a pressão do ar e válvulas de flotação simples, pode-se variar a sua altura e comprimento (15 a 30 cm) de acordo com o tamanho dos animais.

5. ESTIMATIVA DA DEMANDA

O consumo de água é difícil de ser estabelecido, uma vez que, além da quan-tidade diária necessária a sobrevivência dos animais, outros usos também devem ser considerados, a exemplo, da higiene de instalações e equipamentos, W.C., ves-tiários e aspersores. Ela também varia com a dieta (alimentos com alta concentração de aminoácidos, necessitam mais água), regime de alimentação (o pico máximo em suínos de crescimento-terminação ocorre em torno do arraçoamento), tipo de piso (maior consumo para pisos sem cama) e com a temperatura ambiente (no verão a demanda é maior que no inverno), entre outros.

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Tabela 9 - Exigências de água (L/animal/dia) de acordo com a fase do ciclo de produção e vazão

mínima do bebedouro.

Fase Exigências * Fluxo Mínimo**

Mínima Máxima (L/Min)

Leitão Lactente 0,1 0,5 0,2 Creche 1,0 5,0 0,2 - 0,5 Suínos 25 - 50 Kg 4,0 7,0 0,7 50 - 100 Kg 5,0 10,0 1,0 Porcas Lactação 20,0 35,0 2,0 Porcas Gestação 15,0 23,0 1,0 - 2,0 Cachaços 10,0 15,0 1,0 - 2,0

* Adaptado da EMBRAPA/CNPSA (1994) e BODMAN (1994).

** limite de pressão de 1,4 kg/cm2 até a creche e 2,1 kg/cm2 para as demais fases, segundo BODMAN (1994).

A demanda de água para limpeza, varia de 2 a 6 L/d para animais em termina-ção e porcas no rebanho, respectivamente, mas as mangueiras de lavagem, geral-mente gastam 160 L/min. O consumo médio das pessoas é estimado em 200 L/d.

6. O RESERVATÓRIO

A capacidade do reservatório deve, no mínimo, ser igual a demanda diária, mas sugere-se um volume suficiente para 3 dias de abastecimento.

Um método para estimar a demanda animal, consiste em multiplicar as exi-gências máxima dos animais (bebida e higiene) pela quantidade de animais projeta-dos ou existentes em cada fase. Uma alternativa, pode ser através do tamanho mé-dio do rebanho (TMR), determinado pelo número de porcas (NPR), machos (NMR), número de leitões produzidos porca/ano (NLP) dividido pela índice de permanência no sistema (IPS= 365 dias /idade de abate, em dias), ou seja:

TMR = (NPR * NLP)/IPS + NPR + NMR + REP

e multiplicar o valor TMR pelo consumo médio diário do rebanho (6,0 a 7,0 L/d para o consumo e mais 2,5 a 3 L/dia para limpeza). A esses valores, devem ser acrescidos as demandas das outras utilizações de água e uma reserva técnica (10%).

7. O SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO

O sistema de distribuição de água mais utilizado é o linear, que quando bem dimensionado, garante uma pressão uniforme, ainda que momentânea. Sua princi-pal vantagem é a economia, pois o diâmetro das tubulações vai se reduzindo a me-dida que alcança as últimas edificações.

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A velocidade do líquido nos encanamentos não deve ultrapassar 4,0 m/s (tur-bulência), deve evitar-se grandes perdas de carga (máximo de 8 %) e obter pres-sões adequadas ao bom funcionamento dos bebedouros.

As derivações com origem no reservatório superior, consistem em linhas hori-zontais (com velocidade baixa para reduzir as perdas de carga) para abastecimento das colunas e destas, ramificações para alimentar as ligações dos equipamentos (isolados ou em grupos). As ligações são trechos de canalizações que abastecem diretamente o equipamento. A obtenção do diâmetro adequado da tubulação, pode ser facilmente estimado com o uso da Tabela de correspondência de vazão (Tabela 10).

Para utilizar o método, esquematize inicialmente, toda a rede (saídas do reser-vatório, linhas principais, colunas e ligações) com tubos de 1/2 polegada, posterior-mente, conte o número de trechos com 1/2 polegada (comece pelo final da rede) e procure o diâmetro correspondente na Tabela 10.

Tabela 10 - Tabela de correspondência de vazão (em polegada) em função do número de tubos de

1/2 polegada.

Número de tubos de ½ polegada existente diâmetro equivalente (em polegada) 1 ½ 2,9 ¾ 6,2 1 10,9 1 ¼ 17,4 1 ½ 37,8 2 65,5 2 ½ 110,5 3 189 4 527 6 1 200 8 2090 10 Fonte: Abreu, 1995.

8. A ALTURA DA COLUNA DE ÁGUA

A vazão mínima de bebedouros e a pressão necessária já foram pré determi-nadas para as diferentes fases do ciclo de produção. É preciso estimar, no entanto, a quantidade, o tipo e a altura recomendada para cada fase, visando quantificar a vazão máxima e subsidiar a determinação da altura necessária de coluna de água para a manutenção da pressão desejada.

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9. CONCLUSÕES

Qualquer sistema a ser implantado deve levar em conta a realidade cultural e econômica dos criadores e as características da suinocultura e da agricultura prati-cada, torna-se imprescindível a sensibilização dos criadores e das sociedades sobre os aspectos poluentes e de saúde, bem como da implantação de um sistema que combine o uso agronômico dos dejetos (economia de insumos) como fertilizante e sistemas que minimizem os desperdícios d’água, o volume de dejetos produzido e os riscos de poluição.

Isso implica num redirecionamento dos modelos de produção hoje praticados, iniciando-se pela diminuição de toda diluição desnecessária (desperdícios de bebe-douros exagero de lavagens, evitando água da chuva e outros) e, preconizam o ma-nejo e dimensionamento da infra-estrutura de armazenagem mais adequada a cada produtor. Não existem soluções que possam ser generalizadas sem um estudo pré-vio de cada situação.

Por outro lado, é imprescindível a agilização de trabalhos de pesquisas volta-das ao manejo racional da água nos sistemas de produção de suínos a fim de sub-sidiar técnicos e produtores no seu uso correto, assim como, maior facilidade para aquisição de equipamentos adequados.

10. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ABREU, P.G. 1995. Projeto hidráulico de um sistema de produção de suínos. Trabalho apre-sentado como parte das exigências do período probatório. EMBRAPA/CNPSA, Concórdia, 1995, 14 p.

BODMAN, G.R. 1994. Evaluation of housing and environmental adequacy: Principles and concepts. Cooperative Extension at the University of Nebrasca, Lincoln, 28p.

BONAZZI, G. Liquami Zootecnici. Manuale per l’utilizzazione agronomica. CRPA-Centro Ricerche Produzioni Animali, Reggio Emilia, Italia. Edizioni L’Informatore Agrario, 2001, 320 p.

EMBRAPA. 1995. Relatório de andamento do Projeto Tratamento e aproveitamento de dejetos suí-nos. CENTRO NACIONAL DE PESQUISA DE SUÍNOS E AVES, Concórdia.

EMBRAPA/CNPSA. 1994. Dia de Campo sobre manejo e utilização de dejetos suínos, 1994. 47p.

GOMES, M.F.M.; GIROTTO, A.F.; TALAMINI, D.J.D.; LIMA, G.J.M.M.DE; MORES, N.; TRAMONTINI, P. 1992. Análise prospectiva do complexo agro-industrial de suínos no Brasil. Concórdia: EMBRAPA-CNPSA, 108p.

MANHÃES, F. C. 1996. Resultados de análises laboratoriais do Centro Nacional de pesquisa de Suí-nos e Aves. Concórdia. (consulta).

MWPS. 1988. Swine housing and equipament handbook. 4 e. MIDWEST PLAN SERVICE. Ames, 111p.

OLIVEIRA, P.A.V. Manual de manejo e utilização dos dejetos de suínos. EMBRAPA-CNPSA. Docu-mentos, 27, 1993. 188p.

PENZ, A.M.; VIOLA, E.S. 1995. Potabilidade e exigências de água nas diferentes faixas etárias. In: VII CONGRESSO BRASILEIRO DE VETERINÁRIOS ESPECIALISTAS EM SUÍNOS. Blumenau (SC). Anais...

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