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Liderar a transição [CONSULTA PÚBLICA - RELATÓRIO]

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Liderar a transição

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RELATÓRIO DE CONSULTA PÚBLICA LIDERAR A TRANSIÇÃO: Plano de Ação para a Economia Circular em Portugal 2017-2020 2

Nota técnica

O presente documento constitui-se como o relatório da consulta pública à versão do Plano de Ação para a Economia Circular (PAEC) colocada a consulta pública no portal PARTICIPA, entre 9 de junho e 2 de outubro de 2017. • Imagem de capa: Carla Gama, Calçada Portuguesa, obtida em http://www.globosapiens.net/carlagama

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Conteúdo

INTRODUÇÃO 04

PERÍODO DE CONSULTA PÚBLICA 04 DOCUMENTO PUBLICITADO E LOCAIS DE CONSULTA 05 MODALIDADES DE PUBLICITAÇÃO 05 PROVENIÊNCIA DAS EXPOSIÇÕES RECEBIDAS 06

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RELATÓRIO DE CONSULTA PÚBLICA LIDERAR A TRANSIÇÃO: Plano de Ação para a Economia Circular em Portugal 2017-2020 4

Introdução

O Plano de Ação para a Economia Circular (PAEC), “LIDERAR A TRANSIÇÃO”, foi apresentado em Conselho de Ministros no dia 8 de junho.

A economia circular assume-se como um novo modelo de funcionamento da economia, que visa desacoplar desenvolvimento económico do consumo de recursos finitos, garantindo equidade social e as necessidades da sociedade. É um modelo que desenha a regeneração dos recursos e mantém produtos, componentes e materiais no seu valor e utilidade mais elevados, por mais tempo, e onde os recursos humanos têm um papel ativo nessa circulação.

Inspirando-se nos mecanismos cíclicos e organização dos ecossistemas naturais, uma economia circular promove a coordenação de sistemas de produção e consumo de modo a que estes possam:

• Conceber produtos, serviços e modelos de negócio que previnam a produção de resíduos e poluição do sistema natural;

• Manter produtos e materiais em utilização, no seu valor económico e utilidade mais elevados, pelo máximo tempo possível;

• Fomentar a regeneração dos recursos materiais utilizados e dos sistemas naturais subjacentes. A aceleração destes princípios assenta em ferramentas como o design, a digitalização, a economia colaborativa e de partilha, modelos de negócio inovadores e sistemas de logística inversa. Mas também na sua promoção em setores como a bioeconomia, a construção e os transportes, suportados por uma rede de investigação, colaboração e instrumentos políticos adjuvantes. Esta coordenação exige compatibilidade técnica e económica (capacidades e atividades produtivas), mas também requer um enquadramento social e institucional (incentivos e valores) que sinalize positivamente essa compatibilidade.

O PAEC foi desenhado não só para dar resposta aos compromissos Europeus nesta matéria, mas também para:

• Desencadear a interação entre as instituições governativas, consolidando as políticas e desenvolvendo novas;

• Interagir com grupos de interesse para avançar a concretização das orientações (setor privado, instituições do sistema nacional de investigação e inovação, ONG entre outros); • Promover a comunicação entre os vários agentes – governativos, empresariais, comunidade –

sobre os progressos e iniciativas em curso;

Este plano apresenta três níveis de ações: (i) ações de cariz transversal, nacionais; (ii) agendas setoriais – dirigidas a setores mais intensivos no uso de recursos e com cariz exportador, e (iii) agendas regionais, que devem ser adaptadas às especificidades socioeconómicas da região.

Para o período 2017-2020 são lançadas as ações e a plataforma de interação entre os vários agentes. Este processo irá progredir até 2020, altura em que será feito um ponto de situação para revisão e ajustes necessários, em consonância com a rápida evolução desta área estratégica e de outras tais como a neutralidade carbónica, estratégia europeia da indústria ou o ciclo de financiamento 2030.

Período de consulta pública

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Documento publicitado e locais de consulta

O documento “Liderar a Transição: Plano de Ação para a Economia Circular em Portugal

2017-2020” foi disponibilizado para consulta nos seguintes locais:

• Portal Participa (participa.pt);

• Portal ECO.NOMIA (eco.nomia.pt);

Modalidades de publicitação

A publicitação da Consulta Pública foi feita por meio de:

• Envio de nota de imprensa para órgãos de comunicação social;

• Divulgação na Internet no portal ECO.NOMIA;

• Envio de comunicação a diversas entidades (mailing list ECO.NOMIA, CCDR, ONG,

Associações; etc.)

No âmbito da participação pública, tendo por objetivo promover um maior envolvimento de

todos os públicos interessados e prestar esclarecimentos relativamente ao processo de

elaboração do PAEC, foram realizadas três sessões de esclarecimento, nomeadamente:

Local Data

Aveiro Universidade de Aveiro 8/9/2017

Arcos de Valdevez Auditório da IN.CUBO 15/9/2017

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Proveniência das exposições recebidas

Durante o período de Consulta Pública foram recebidas 38* exposições de acordo com as seguintes proveniências:

Setor público, incluindo administração central e local

Ministro Adjunto

Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social Ministério da Saúde Ministério da Educação ANI APA DGAE DGT EDIA IAPMEI IMT IPAC LNEG

Câmara Municipal do Seixal Câmara Municipal de Lisboa

Associações AGEFE AIVE AEP APED CAP CIP CELPA DECO AEPSA APESB ALL - APBEC BSCD ESGRA SMARTWASTE ONGA Zero Quercus

Organizações representativas de classes

profissionais Ordem dos Engenheiros

Academia e Empresas

Instituto politécnico de Leiria Lipor Valorsul Particulares A. Campos A. Ferreira M. Simão

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Síntese

Procedeu-se à abertura de um período de participação pública, com início a 9 de junho e término a 2 de outubro de 2017. O documento “Liderar a Transição: plano de ação para a economia circular em Portugal 2017-2020” foi disponibilizado para consulta no Portal Participa (participa.pt), tendo sido amplamente divulgado através do Portal ECO.NOMIA e iniciativas relacionadas, como sejam os workshops ECO.NOMIA, e também através dos canais de comunicação do Ministério do Ambiente. No âmbito da participação pública, tendo por objetivo promover um maior envolvimento de todos os públicos interessados e prestar esclarecimentos relativamente ao processo de elaboração do PAEC, foram realizadas três sessões de esclarecimento.

Neste contexto, foram ainda promovidos debates específicos enquadrados em diferentes iniciativas, como o debate no quadro do workshop “ECO.BIO”, organizado pela área governativa do Ambiente, a 21 de junho, ou o “Ponto de Encontro” dedicado ao PAEC, organizado pela agência Lisboa E-Nova, a 26 de setembro. Este tema foi, ainda, objeto de inúmeras tomadas de posição pública, quer através dos órgãos de comunicação social, quer das redes sociais.

No período de participação pública, foram recebidas diversas exposições com origem em entidades e particulares. Após análise das entradas recebidas e expurgados os falsos-positivos (p.e. particulares que, por lapso, utilizaram o portal Participa para outros fins que não o contributo para consulta pública, envio de contributos em duplicado), foram registadas as participações das proveniências descritas anteriormente.

As sessões públicas de esclarecimento contaram com uma média de 100 participantes por sessão, sendo que todas as sessões contaram com um painel de debate com 2 a 3 especialistas de diversas tipologias de entidades. As sessões tiveram também espaço para perguntas dos participantes, em regime de comentário e contributos abertos.

Nos diferentes espaços de participação sobre o PAEC, evidenciou-se o reconhecimento da pertinência do documento e da sua discussão pública e participada. Salientou-se a estrutura e abordagem adequada e a abrangência da sua aplicação, nomeadamente o alinhamento com os objetivos do Plano de Ação para a Economia Circular da Comissão Europeia, a abordagem multinível (à qual foi dada particular relevância), a visão desafiante mas na direção certa e a procura do envolvimento continuado, alargado e diverso de entidades na sua construção.

Foi também visto como positivo a abordagem do PAEC enquanto documento informativo para os agentes, quer do ponto de vista dos conceitos, mas também pelos casos de estudo apresentados, sugestões direcionadas para arranque dos trabalhos e compilação das soluções de financiamento existentes neste momento.

Dos vastos contributos providenciados pelas entidades participantes, foi possível distinguir três grandes preocupações:

i) a necessidade de definir metas associadas;

ii) a necessidade de esclarecer alguns conceitos e denominações utilizadas e;

iii) necessidade de um modelo de governação robusto que garanta a continuidade do trabalho necessário.

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Resumo de algumas das exposições recebidas

Principais exposições

Definição de metas Foi incluído um subcapítulo específico sobre metas no PAEC

Conceitos e denominações Sempre que necessário, foi feito um esforço adicional para esclarecer algumas das definições e conceitos denominados, tais como “economia circular” , “princípios de economia circular”, “acordo circular”, “sector”, entre outros.

Modelo de governação O modelo de governação passou a ser composto por dois níveis – político e operacional. Foi alinhada a temática da Economia Circular com a de Alterações Climáticas, dado que os processos de transição podem contribuir positivamente para o objetivo de redução de GEE.

Outras exposições

Maior definição sobre “Acordos circulares”, propostas para reutilização de águas tratadas, composto, utilização de lamas para materiais de construção, entre outros.

Foi incluída uma explicação sobre o objetivo pretendido: “Um acordo circular é um acordo voluntário entre Governo e grupos de interesse [p.e. empresas, organizações não governamentais (ONG), municípios] para identificar e atuar sobre barreiras não financeiras, como por exemplo regulamentos, que limitam ou dificultam a expansão no mercado de produtos e/ou serviços que geram impactes ambientais e económicos positivos. O acordo é: (i) promovido pelo Governo, através de avisos para manifestações de interesse de empresas, associações empresariais/industriais, ou ONG; (ii) limitado no tempo; e (iii) não envolve financiamento. No âmbito do acordo, os intervenientes colaboram entre si na atuação sobre as barreiras identificadas, no apoio à inovação, na facilitação de acesso a redes de contacto e de conhecimento, e na criação de incentivos ao mercado.

Os termos de aplicação e modelo de aplicação dos acordos circulares serão definidos pelo Grupo de Coordenação do PAEC; Solicitações para revisão de legislação

associada à gestão de recursos hídricos (p.e. taxa de recursos hídricos), gestão de resíduos (p.e. estatuto de fim de resíduo, valorização energética, fração resto), simplificação administrativa, entre outros.

Apesar de serem preocupações e sugestões válidas, as propostas apresentadas dizem respeito a questões que configuram opções estratégicas em matéria de planeamento e gestão, os quais devem ser endereçados para os instrumentos de politica próprios. O PAEC constitui-se como um elemento facilitador, inovador e agregador de instrumentos de politicas setoriais, não os substituindo ou alterando.

Introdução de um “Sê-lo Verde” e competição com outro tipo de rótulos, confuso para consumidor final

A referência a um “Sê-lo Verde” não pretendia substituir certificações como o EMAS ou a ISO, ou rótulos ecológicos. O objetivo seria de possibilitar uma identificação de produtos/serviços que se destaquem pela integração de princípios de economia circular. Assim, e de modo a não entrar em conflito com certificações, foi reformulada a sua introdução de modo a destacar a natureza da sua aplicação (distinção ou prémio).

Maior atuação sobre a gestão de resíduos de construção e demolição (p.e. fiscalização), uso flexível do ambiente construído, reabilitação.

O setor da construção está definido como um dos setores prioritários no âmbito dos esforços a serem desenvolvidos. O PAEC propõe aos agentes do setor o desenvolvimento de uma agenda de transição específica (ver ações meso), sobretudo centrada em estratégias de valorização e de produtividade ao longo da cadeia de valor. Sem dúvida que a servitização e uso modular são componentes importantes e que devem ser abordados numa agenda estratégica do setor.

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Outras exposições

Setor dos transportes e a mobilidade são componentes importantes a serem considerados no âmbito de uma economia circular e devem ser mencionados ou tidos em consideração

Concorda-se com a referência à relação entre mobilidade e economia circular. A eficiência da mobilidade tem vindo a ser trabalhada dentro de um planeamento estratégico próprio, e o PAEC não pretende sobrepor-se a esse planeamento mas antes destacar a sua importância neste contexto (no âmbito da consolidação das políticas a serem promovidas), fazer esse reconhecimento e contribuir para a sua aceleração.

Neste contexto, considera-se, por exemplo, pertinente o desenvolvimento de uma agenda de transição para o setor dos transportes, que seja promovida pelos grupos de interesse associados – referência que é feita no contexto do PAEC, de que cada setor pode conduzir a sua própria avaliação e identificar estratégias de posicionamento num contexto de uma economia circular.

Comunicação: necessários mais exemplos, acompanhamento do progresso via portal ECO.NOMIA, ponto de contacto para cada ação, calendário de atividades e de eventos de discussão

Foram recebidas várias referências a outros exemplos de economia circular que serão adicionados à base de dados ECO.NOMIA, assim que possível. O PAEC prevê a consolidação da comunicação em torno do portal ECO.NOMIA mas também através de iniciativas de comunicação ao nível internacional.

Necessidade da política de economia circular ter uma expressão coerente no reforço do financiamento, nomeadamente no âmbito da revisão intercalar do PT 2020

Foi reforçada a necessidade de no âmbito do grupo de Coordenação ser trabalhada a vertente do financiamento, não só através da consolidação dos apoios em EC que são disponibilizados por fundos dos ministérios, mas também no contexto da reprogramação do PT2020.

De igual modo, destaca-se os trabalhos em curso para a concretização da Rede Ambiental do Portugal 2020, que irá definir critérios que incluem preocupações de uso eficiente de recursos, entre outras medidas, a repercutir pelos programas operacionais.

O financiamento à economia circular é um dos eixos programáticos do Fundo Ambiental já em 2018, com um reforço de verba e maior diversidade de apoios a serem concedidos.

Necessidade de alargar o impulso ao desenvolvimento de agendas regionais em outros setores industriais (p.e. industria transformadora e extrativa)

Foi tomada a opção de centralizar esforços, num primeiro momento, em setores particularmente intensivos no uso de recursos. O setor da construção, no âmbito do PAEC, envolve a totalidade da cadeia de valor associada – desde a extração e transformação de materiais e componentes, passando pela conceção e engenharia até ao consumidor, logo englobando também o setor da industria transformadora. O mesmo se aplica para o têxtil e o calçado, ou o setor agroalimentar. No entanto, o PAEC refere também que é desejável que a industria nacional tenha também a iniciativa de desenvolver a sua própria agenda de transição.

Evitar medidas que se possam repercutir em acréscimo de custos para as empresas

A visão de "acréscimo de custos para as empresas" é um argumento muitas vezes utilizado quando está em causa a preservação ambiental. Na verdade, tratam-se de instrumentos de modelação de mercado, que internalizam externalidades ou visam favorecer um melhor desempenho no uso de um recurso (material ou serviço ambiental), diminuindo riscos e custos para a sociedade. A competição por via de preços baixos não será sustentável no caminho atual de extração-produção e consumo que, a continuar, irá continuar a causar efeitos ambientais dramáticos, cujo custo acaba por ser transferido para a sociedade.

Necessário consolidar a investigação em economia circular que está dispersa por diversas áreas e com pouca investigação interdisciplinar. Melhorar a transição da inovação para as soluções comerciais.

As recomendações na área da investigação e inovação foram no sentido de ser necessário consolidar o que existe em termos de competências e conhecimento, mas também o que pode estar a impedir as soluções de chegarem ao mercado. Essa preocupação foi vertida na Ação 7 do PAEC, sendo que existem orientações em outros planos (p.e. ENEA) que visam trabalhar a abordagem aos currículos escolares.

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Referências

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