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EFEITOS IMEDIATOS E LATENTES DA SECAGEM NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MILHO-DOCE

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EFEITOS IMEDIATOS E LATENTES DA TEMPERATURA E DA UMIDADE RELATIVA DO AR DE SECAGEM NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE

SEMENTES DE MILHO-DOCE, CULTIVAR BR 400

1

EDUARDO FONTES ARAÚJO2, ROBERTO FERREIRA DA SILVA3 E PAULO CESAR CORRÊA4

1Aceito para publicação em 24.08.2000.

2Prof. Adjunto, Depto. de Fitotecnia, UFV, 36571-000, Viçosa-MG.

3Prof. Titular, Laboratório de Fitotecnia, UENF, 28015-620, Campos dos Goytacazes-RJ.

4Prof. Adjunto, Depto. de Engenharia Agrícola.

RESUMO - O objetivo do trabalho foi estudar o efeito da temperatura e da umidade relativa do ar de secagem na germinação e no vigor de sementes de milho-doce, cultivar BR 400 (Superdoce), após 0, 4, 8 e 12 meses de armazenamento em câmara fria e em ambiente controlado. Após a colheita e debulha manuais, com aproximadamente 17,7% de umidade (bu), as sementes foram submetidas à secagem, utilizando-se quatro temperaturas combinadas com quatro umidades relativas, até, aproximadamente, 11,5% de umidade. Após a secagem e durante o armazenamento, foram avaliadas quanto à germinação, ao vigor e ao grau de umidade. Os resultados mostraram que as temperaturas de 50 e 60

o

C foram prejudiciais à qualidade das sementes, principalmente nas umidades relativas mais elevadas. A câmara fria foi eficiente para a conservação das sementes, durante os 12 meses.

Termos para indexação: Zea mays L., semente, milho-doce, secagem estacionária, armazenamento.

IMMEDIATY AND LATENT EFFECTS OF AIR DRYING TEMPERATURE AND RELATIVE HUMIDITY ON THE PHYSIOLOGICAL QUALITY OF SWEET CORN

SEEDS, BR 400 CULTIVAR

ABSTRACT - The objectve of this work was to study the effect of the temperature and relative humidity of the drying air on the germination and on the vigor of sweet corn seeds, BR 400 (Superdoce) cultivar, after 0, 4, 8 and 12 months of storage in cold chamber and in environmental condition approximately. After harvesting and threshing the seeds by hand, with approximately 17.7% of moisture content (wet basis), the seeds were submitted to the drying (four temperatures combined with four relative humidities) until, approximately, 11.5% of moisture content. After drying and during storage, they were evaluated by the germination, vigor and moisture content.

The results showed that the temperatures of 50 and 60

o

C were harmful to the seed quality, mainly in the higher relative humidities. The cold chamber was efficient to seeds conservation, during the 12 months.

Index terms: Zea mays L., seed, sweet corn, stationary drying, storage.

INTRODUÇÃO

O milho-doce utilizado principalmente como milho ver- de, tanto in natura como para processamento, difere do milho comum não por características taxonômicas, mas pelo alto teor de açúcares e baixo teor de amido, ambos resultantes da

ação de genes recessivos individuais ou associados em com- binações duplas e triplas. Aliado a essas combinações gênicas particulares, o milho-doce, em razão do intenso processo de seleção, apresenta ainda pericarpo delgado e características texturais particulares do endosperma que o fazem superior ao milho comum, quando no estado leitoso (Silva, 1994).

Entretanto, pelas suas características, as sementes de

milho-doce apresentam problema de qualidade. Segundo

Berger & Wolf (1974) e Halfon-Meiri & Solel (1990), a bai-

xa qualidade das sementes está relacionada à infecção das

mesmas por patógenos, enquanto Wann (1980) se refere ao

pequeno endosperma e Wilson-Junior & Trawatha (1991) à

maturidade incompleta.

(2)

Provavelmente, a fina espessura do pericarpo é outra ca- racterística das sementes de milho-doce que contribui para a sua qualidade inferior, por torná-las mais suscetíveis aos da- nos mecânicos e, possivelmente, aos danos térmicos durante a secagem. Wann (1986) e Wilson-Junior & Trawatha (1991) recomendam cuidados especiais nesta importante etapa da produção, que, se mal conduzida, pode comprometer a qua- lidade final do produto, o que acarretará grande prejuízo econô- mico para o produtor de sementes e também para o agricultor.

O efeito prejudicial da secagem, às vezes, pode ser veri- ficado logo após a operação (efeito imediato), ou somente após determinado período de armazenamento (efeito laten- te), sendo que essa informação nem sempre foi obtida na maioria dos trabalhos com sementes de milho.

Entre os fatores que afetam a secagem das sementes, as temperaturas inadequadas podem comprometer a qualidade das mesmas, tornando-se até letal. Outro fator importante, que não é levado em consideração, na grande maioria dos trabalhos realizados, é a umidade relativa do ar de secagem, que tem grande influência na taxa de secagem e pode ser determinante na perda de qualidade das sementes.

Não se encontraram, na literatura, informações mais de- talhadas sobre a secagem de sementes de milho-doce e acre- dita-se que os trabalhos realizados com sementes de milho podem dar uma orientação para as pesquisas nessa área.

O objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos da tempera- tura e da umidade relativa do ar de secagem na qualidade fisio- lógica de sementes de milho-doce, durante o armazenamento.

MATERIAL E MÉTODOS

Utilizaram-se sementes de milho-doce (Zea mays L.) da cultivar BR 400 (Superdoce), produzidas no município de Coimbra-MG, ano agrícola 96/97, e que possue na sua cons- tituição o gen brittle-2. Após secagem à sombra, até o grau de umidade médio de 17,7% (bu), as sementes foram acondi- cionadas em sacos de polietileno (espessura de 0,08mm cada), em câmara fria à temperatura de 5±2

o

C, até o momento da secagem. Antes de serem submetidas aos tratamentos de se- cagem, as amostras de sementes permaneceram em tempera- tura ambiente, por aproximadamente 12 horas, com a finali- dade de atingir o equilíbrio térmico.

O sistema de secagem era formado por uma unidade con- dicionadora de ar (Aminco-air), uma tubulação que conduzia o ar de secagem até o plenum, as peneiras onde as sementes recebiam o fluxo de ar de baixo para cima e outra tubulação que conduzia o ar umedecido de volta à unidade condi- cinadora.

As unidades experimentais de secagem, constituídas por, aproximadamente, 3,3 litros de sementes, quando colocadas no secador, formavam uma camada estacionária de sementes com três cm de espessura.

Os tratamentos de secagem utilizados, com três repeti- ções, foram obtidos pela combinação das temperaturas de 30, 40, 50 e 60

o

C com as umidades relativas de 30, 40, 50 e 60%

do ar de secagem. O fluxo de ar foi de aproximadamente 26m

3

.min

-1

.m

-2

. Utilizou-se como testemunha a temperatura de 30

o

C, dentro de cada umidade relativa.

As sementes, com grau de umidade inicial de 17,7% (bu), foram secadas até, aproximadamente, 11,5% (bu). O acom- panhamento da secagem foi feita pela pesagem periódica das sementes e o resultado da umidade final foi aferido em estu- fa.

Em seguida, as amostras de sementes foram expurgadas com fosfeto de alumínio (4,5g/m

3

de câmara, por 72 horas) e divididas para armazenamento em câmara fria (8±2

o

C e 70±5% UR) e em ambiente controlado (25±2

o

C e 70±5% UR).

As sementes foram acondicionadas em saco de papel.

A avaliação da qualidade fisiológica das sementes ocor- reu aos 0, 4, 8 e 12 meses de armazenamento, utilizando-se os seguintes testes: grau de umidade (% bu), antes e após a secagem e o armazenamento - foi determinado utilizando-se o método de estufa a 105±3

o

C, durante 24 horas, com duas subamostras de, aproximadamente, 10g (Brasil, 1992); ger- minação (TG) - foi realizada com substrato rolo de papel germitest, umedecido com água destilada na proporção de 2,5 vezes o peso do papel seco, na temperatura de 25

o

C, com três subamostras de 50 sementes por repetição. A avaliação, realizada no quarto e sétimo dias após a montagem, seguiu as recomendações das Regras para Análise de Sementes (Bra- sil, 1992); frio modificado (TFM) - foi conduzido de manei- ra semelhante ao TG, com três subamostras de 50 sementes por repetição. Os rolos de papel, foram colocados em sacos de polietileno e na temperatura de 10

o

C, durante sete dias;

em seguida, os rolos foram retirados dos sacos de polietileno e transferidos para o germinador, e a avaliação foi realizada no quarto dia após a semeadura. Os resultados do TG e TFM foram expressos em percentagem de plântulas normais; en- velhecimento acelerado - foi realizado com três subamostras de 50 sementes por repetição, que foram mantidos em caixas plásticas, sobre uma tela, com 40ml de água destilada no fun- do, a 42

o

C por 72 horas e após esse período foi conduzido o teste de germinação, por quatro dias (Araujo, 1999).

O efeito das condições de secagem na qualidade fisioló-

gica (germinação e vigor) das sementes, durante o armaze-

namento, foi avaliado nos dois ambientes de armazenamento.

(3)

Cada experimento foi conduzido segundo delineamento ex- perimental inteiramente casualizado, com três repetições, em esquema fatorial 4x4 (níveis de temperatura e umidade rela- tiva do ar de secagem), com parcelas subdivididas no tempo de armazenamento (quatro níveis). Os dados de % não foram transformados.

O estudo da regressão envolveu os períodos de arma- zenamento dentro de cada condição de secagem (combina- ção da temperatura e umidade relativa do ar), utilizando-se o efeito linear ou quadrático de acordo com a significância pelo teste F, a 1% ou 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados do tempo gasto na secagem e do grau de umidade final das sementes de milho-doce, para as diferentes condições de secagem, estão apresentados na Tabela 1. Con- forme esperado, o aumento da temperatura e/ou decréscimo da umidade relativa do ar de secagem causaram redução no tempo de secagem, fato confirmado por Cavariani et al. (1999) e Ahrens et al. (1998), entre outros. Também constatou-se que as reduções no grau de umidade das sementes foram mais drásticas em relação à elevação da temperatura de secagem, do que em relação à redução da umidade relativa do ar de

TABELA 1. Tempo de secagem e grau médio de umidade final de sementes de milho-doce, submetidas a diferentes temperaturas e umidades rela- tivas do ar de secagem.

Temperatura (

o

C)

Umidade relativa (%)

Tempo de secagem (min.)

Umidade final (%)

30 360 11,5

40 210 11,4

50 30

130 11,0

60 90 11,0

30 435 11,6

40 240 11,4

50 40

160 11,2

60 110 11,0

30 525 11,9

40 300 11,9

50 50

215 11,4

60 140 11,1

30 920 12,1

40 450 11,9

50 60

300 11,7

60 180 11,2

O grau médio de umidade inicial das sementes foi 17,7%.

TABELA 2. Variação do grau médio de umidade de sementes de milho-doce, durante o armazenamento em câmara fria e em ambiente controlado.

Umidade (%) Período de armazenamento

(meses) Câmara

fria

Ambiente controlado zero 11,0 - 12,1 11,0 - 12,1

4 11,6 - 13,0 11,7 - 12,0

8 11,0 - 12,0 10,1 - 10,5

12 12,0 - 12,7 9,6 - 10,4

secagem. A velocidade de secagem foi superior à obtida por Cavariani et al. (1999), provavelmente, devido ao elevado fluxo de ar contra uma camada delgada de sementes. A me- nor espessura do pericarpo e a composição química das se- mentes de milho-doce em relação ao milho-comum, também, podem ter contribuído para esta superioridade.

Na Tabela 2, encontram-se as variações do grau médio

de umidade das sementes, durante o armazenamento nas duas

condições. Os resultados, durante o armazenamento, mostram

que, em câmara fria, as sementes apresentaram valores ligei-

ramente superiores que em condição de ambiente. Isso pode

ser explicado pelo fato de que, em uma mesma umidade rela-

(4)

tiva do ambiente, o grau de umidade de equilíbrio das semen- tes é superior, quando em condição de temperatura mais bai- xa, corroborando com os resultados em ASAE (1980). Entre- tanto, a variação do grau de umidade das sementes, durante o armazenamento, pode ser considerada pequena.

Nas Figuras 1, 2, 3 e 4 encontram-se os efeitos das tem- peraturas e umidades relativas do ar de secagem sobre a ger- minação e o vigor das sementes, durante o armazenamento nas duas condições. Considerou-se a temperatura de 30

o

C como testemunha, dentro de cada umidade relativa.

Como o teste frio modificado foi o mais eficiente na detecção dos efeitos da secagem sobre o vigor, somente essas resultados foram discutidos. Na Tabela 3, são apresentados os resultados do teste de envelhecimento acelerado, o qual foi ligeiramente inferior à eficiência do teste frio. Maio- res detalhes dos resultados e a discussão desses testes de vigor com os de primeira contagem da germinação e de condutividade elétrica, que não foram eficientes para de- tectar os efeitos da secagem, são encontrados em Araujo (1999).

O efeito prejudicial da temperatura de 40

o

C somente foi observado em condição ambiente, apresentando efeito laten- te no vigor, após 12 meses de armazenamento, nas condições

de 50 e 60% UR (Figura 4). Para uma situação semelhante, sugere-se uma certa precaução na secagem a 40

o

C das se- mentes de milho-doce, cultivar BR 400.

O tratamento de secagem 50

o

C/60% UR causou decrés- cimo no vigor das sementes armazenadas em câmara fria (Fi- gura 2) e, principalmente, em condição ambiente, quando a temperatura de 50

o

C foi prejudicial ao vigor em todas as umi- dades relativas (Figura 4).

Nos dois ambientes, a temperatura de 60

o

C causou pre- juízo à germinação das sementes a 50 e 60% UR (Figuras 1 e 3). Quanto ao vigor, o efeito prejudicial foi verificado em todas as umidades relativas (Figuras 2 e 4).

O maior tempo de secagem (Tabela 1) foi, talvez, a prin- cipal razão do efeito prejudicial das temperaturas de 50 e 60

o

C ter sido mais acentuado nas umidades relativas elevadas;

consequentemente, apesar da secagem mais lenta poder ser mais favorável, prevaleceu o efeito prejudicial do maior tem- po de exposição a altas temperaturas.

Conforme já comentado, o tempo de secagem foi peque- no, principalmente nas menores umidades relativas. Os re- sultados obtidos sugerem que, mesmo em umidades relativas inferiores, a temperatura de 50

o

C possa ser prejudicial à qua- lidade das sementes, se expostas por tempo mais prolongado.

TABELA 3. Porcentagens médias do vigor (teste envelhecimento acelerado) de sementes de milho-doce, submetidas a diferentes temperaturas e umidades relativas do ar de secagem, durante diferentes períodos de armaze- namento em câmara fria e em ambiente controlado.

Envelhecimento acelerado (%)

Câmara fria Ambiente controlado

Período de armazenamento (meses) Período de armazenamento (meses) Temperatura

(

o

C)

Umidade relativa

(%)

0 4 8 12 0 4 8 12

30 58,00 49,11 52,45 52,66 58,00 53,78 39,11 34,44

40 58,44 56,89 53,56 52,44 58,44 50,44 39,78 32,89

50 30

62,00 52,00 52,22 55,78 62,00 47,33 40,00 25,11

60 60,67 48,89 47,33 50,89 60,67 41,11 30,22 22,89

30 58,44 48,89 50,66 60,00 58,44 54,89 42,22 35,33

40 60,89 52,00 50,22 58,00 60,89 53,34 40,89 39,11

50 40

61,33 47,33 53,33 54,67 61,33 52,89 38,44 28,67

60 61,55 44,22 46,67 48,22 61,55 45,78 39,11 25,33

30 59,78 48,67 53,33 53,55 59,78 56,89 43,11 39,11

40 57,33 49,56 52,67 58,00 57,33 49,11 37,11 32,22

50 50

60,67 52,45 49,33 53,11 60,67 50,22 42,44 30,45

60 54,89 47,11 48,67 46,44 54,89 40,67 34,22 20,67

30 59,56 52,44 53,33 58,67 59,56 53,11 41,33 42,44

40 60,00 50,67 49,11 56,00 60,00 52,22 34,89 37,78

50 60

61,56 50,44 48,89 50,89 61,56 43,11 40,22 26,89

60 57,56 46,00 43,11 50,89 57,56 35,56 25,56 16,89

(5)

0 20 40 60 80 100

0 2 4 6 8 10 12

Período de armazenamento (meses)

Germinação (%)

30% UR

0 20 40 60 80 100

0 2 4 6 8 10 12

Período de armazenamento (meses)

Germinação (%)

40% UR

0 20 40 60 80 100

0 2 4 6 8 10 12

Período de armazenamento (meses)

Germinação (%)

50% UR

0 20 40 60 80 100

0 2 4 6 8 10 12

Período de armazenamento (meses)

Germinação (%)

60% UR

50oC

x

x x x

60oC 40oC 30oC Y30°C=90,74+0,8802x-0,1284x2(R2=0,88)

Y40°C=91,93+0,9558x-0,1389x2(R2=0,97) Y50°C=94,55-0,7777x(R2=0,75)

Y60°C=92,67+0,5830x-0,1319x2(R2=0,92)

Y30°C=93,58-0,7443x(R2=0,67) Y40°C=90,68+1,2816x-0,1424x2(R2=0,90) Y50°C=94,20-0,8111x(R2=0,78) Y60°C=94,18-0,9833x(R2=0,95)

Y30°C=93,20-0,5332x(R2=0,76)

Y40°C= 90,24+0,9750x-0,1354x2(R2=0,77) Y50°C=90,26+1,3138x-0,1701x2(R2=0,83) Y60°C=93,33+0,4992x-0,1527x2(R2=0,95)

Y30°C=92,02-0,4946x(R2=0,57)

Y40°C= 91,87+0,6611x-0,1181x2 (R2=0,96) Y50°C=95,60-0,9057x(R2=0,75)

Y60°C=91,27+1,4545x-0,2360x2(R2=0,92)

FIG. 1. Porcentagens médias estimadas da germinação de sementes de milho-doce, cultivar BR 400,

submetidas a diferentes temperaturas e umidades relativas do ar de secagem, durante diferentes

períodos de armazenamento em câmara fria.

(6)

FIG. 2. Porcentagens médias estimadas do vigor (teste frio) de sementes de milho-doce, cultivar BR 400, submetidas a diferentes temperaturas e umidades relativas do ar de secagem, durante diferentes períodos de armazenamento em câmara fria.

0 20 40 60 80 100

0 2 4 6 8 10 12

Período de armazenamento (meses)

Vigor (%)

30% UR

0 20 40 60 80 100

0 2 4 6 8 10 12

Período de armazenamento (meses)

Vigor (%)

40% UR

0 20 40 60 80 100

0 2 4 6 8 10 12

Período de armazenamento (meses)

Vigor (%)

50% UR

0 20 40 60 80 100

0 2 4 6 8 10 12

Período de armazenamento (meses)

Vigor (%)

60% UR

50oC

x

x x x

60oC 40oC 30oC Y30°C=87,96-1,1222x(R2=0,88)

Y40°C=86,02-2,7172x+0,1736x2(R2=0,87) Y50°C=85,35-3,1046x+0,1874x2 (R2=0,79) Y60°C=78,98-1,1168x (R2=0,74)

Y30°C=88,40-3,7342x+0,2084x2 (R2=0,92) Y40°C=89,87-4,3676x+0,2779x2(R2=0,90) Y50°C=87,00-3,2772x+0,1805x2 (R2=0,76) Y60°C=82,18-3,5114x+0,1945x2(R2=0,91)

Y30°C=87,70-2,5480x+0,1424x2 (R2=0,97) Y40°C=82,05-0,4892x (R2= 0,52)

Y50°C=84,40-3,2621x+0,1876x2 (R2=0,84) Y60°C=65,78

Y30°C=85,53-0,7832x(R2=0,82) Y40°C=84,22-0,8057x(R2=0,84) Y50°C=77,56

Y60°C=78,07-2,4275x+0,1319x2 (R2=0,99)

(7)

0 20 40 60 80 100

0 2 4 6 8 10 12

Período de armazenamento (meses)

Germinação (%)

30% UR

0 20 40 60 80 100

0 2 4 6 8 10 12

Período de armazenamento (meses)

Germinação (%)

40% UR

0 20 40 60 80 100

0 2 4 6 8 10 12

Período de armazenamento (meses)

Germinação(%)

50% UR

0 20 40 60 80 100

0 2 4 6 8 10 12

Período de armazenamento (meses)

Germinação (%)

60% UR

50oC

x

x x x

60oC 40oC 30oC

Y30°C=94,58-2,5498x(R2=0,92) Y40°C=93,04-2,2667x(R2=0,97) Y50°C=94,56-2,1668x(R2=0,99) Y60°C=93,47-2,7720x(R2=0,99) Y30°C=92,49-2,4058x(R2=0,98)

Y40°C=93,64-2,0610x(R2=0,95) Y50°C=96,35-2,7442x(R2=0,98) Y60°C=92,80-2,6334x(R2=0,99)

Y30°C=93,93-1,9332x(R2=0,96) Y40°C=92,49-2,2945x(R2=0,96) Y50°C=92,84-2,3167x(R2=0,97) Y60°C=94,13-2,7722x(R2=0,99)

Y30°C=90,88+6,0792x0,5-3,6722x(R2=0,99) Y40°C=93,18-2,0114x(R2=0,99)

Y50°C=95,62-2,3446x(R2=0,99) Y60°C=91,71-2,5168x(R2=0,99)

FIG. 3. Porcentagens médias estimadas da germinação de sementes de milho-doce, cultivar BR 400,

submetidas a diferentes temperaturas e umidades relativas do ar de secagem, durante diferentes

períodos de armazenamento em condição ambiente.

(8)

0 20 40 60 80 100

0 2 4 6 8 10 12

Período de armazenamento (meses)

Vigor (%)

30% UR

0 20 40 60 80 100

0 2 4 6 8 10 12

Período de armazenamento (meses)

Vigor (%)

40% UR

0 20 40 60 80 100

0 2 4 6 8 10 12

Período de armazenamento (meses)

Vigor (%)

50% UR

0 20 40 60 80 100

0 2 4 6 8 10 12

Período de armazenamento (meses)

Vigor (%)

60% UR

50oC

x

x x x

60oC 40oC 30oC Y30°C=90,86-8,5920x+0,2813x2(R2=0,99)

Y40°C=85,54-5,9477x+0,1563x2(R2=0,99) Y50°C=84,53-7,0330x+0,1528x2(R2=0,99) Y60°C=79,34-12,3320x0,5-1,1851x(R2=0,99)

Y30°C=88,33-7,2506x+0,2153x2(R2=0,99) Y40°C=87,47-4,8001x(R2=0,99)

Y50°C=85,72-7,9304x+0,2465x2(R2=0,99) Y60°C=81,30-15,3653x0,5-0,3619x(R2=0,99)

Y30°C=85,78-3,9444x(R2=0,99) Y40°C=82,42-4,8392x(R2=0,98)

Y50°C=83,33-8,5322x0,5-2,3842x(R2=0,99) Y60°C=67,14-6,1860x+0,1771x2(R2=0,98) Y30°C=87,73-6,5942x+0,1875x2(R2=0,99)

Y40°C=84,22-4,8334x(R2=0,99) Y50°C=79,96-4,7056x(R2=0,99)

Y60°C=78,12-7,3308x+0,2327x2(R2=0,99)

FIG. 4. Porcentagens médias estimadas do vigor (teste frio) de sementes de milho-doce, cultivar BR 400,

submetidas a diferentes temperaturas e umidades relativas do ar de secagem, durante diferentes

períodos de armazenamento em condição ambiente.

(9)

Para a cultivar BR 400, a secagem a 40

o

C por longo tempo requer também maiores informações. Considerando o curto período de exposição das sementes e o efeito prejudicial das temperaturas, pode-se concluir que os resultados estão de acordo com as recomendações de Wann (1986) e Wilson- Júnior & Trawatha (1991) sobre o cuidado especial na seca- gem de sementes de milho-doce. Wann (1986) sugeriu que o pericarpo e a membrana das sementes do genótipo superdoce (sh

2

sh

2

) são mais suscetíveis à operação de secagem em rela- ção ao genótipo doce (su su).

Por outro lado, Borém et al. (1996) trabalharam em con- dições semelhantes às deste trabalho e, mesmo com maior tempo de exposição das sementes de milho à temperatura de 50

o

C, não observaram efeito prejudicial à qualidade fisioló- gica. Comparando-se com as informações obtidas no presen- te trabalho, pode-se presupor uma maior sensibilidade às tem- peraturas de secagem das sementes de milho-doce, em rela- ção ao milho comum.

Apesar de não terem avaliado o efeito latente, Baker et al. (1993) não observaram efeito imediato na qualidade fisio- lógica, quando utilizaram temperaturas de secagem de 40,5 e 46,0

o

C, respectivamente. Herter & Burris (1989b) observa- ram que uma secagem inicial a baixa temperatura provocou certa tolerância à secagem a 50

o

C. Entretanto, os mesmos au- tores (1989a) constataram, em outro trabalho, efeito prejudi- cial da temperatura de 50

o

C na germinação.

Considerando que, em geral, a temperatura de 30

o

C não é prejudicial à qualidade das sementes, o efeito da velocida- de de secagem foi analisado somente nessa temperatura, ve- rificando-se que a secagem mais rápida foi prejudicial em condição ambiente. Em temperatura mais elevada, o efei- to prejudicial da secagem rápida poderia ser mascarado pelo menor tempo de exposição das sementes à esta tem- peratura.

O efeito favorável da condição 30

o

C/60% UR reforça a sugestão de Brandenburg et al. (1961), segundo a qual a re- moção de 0,3% de água por hora deve ser utilizada como uma regra genérica para a secagem de sementes, pois, para a referida condição, a taxa de remoção de umidade foi seme- lhante (Tabela 1). No entanto, Borém et al. (1996) não obti- veram resultados conclusivos quanto ao efeito da umidade relativa do ar de secagem, para sementes de milho.

Comparando os resultados da Figura 1 com a Figura 3 e da Figura 2 com a Figura 4, fica evidente que a condição considerada ambiente (25

o

C/70% UR) foi prejudicial à con- servação das sementes, enquanto a câmara fria (8

o

C/70% UR) foi eficiente. Estes resultados comprovam a importância da

A análise dos resultados permitiu as seguintes conclusões:

! as temperaturas de 50 e 60

o

C foram prejudiciais à qualida- de fisiológica das sementes, principalmente nas umidades relativas mais elevadas;

! o decréscimo da qualidade das sementes, aos 12 meses de armazenamento em câmara fria, foi pequeno, quando com- parado à condição ambiente;

! para o armazenamento em condição ambiente, recomenda- se precaução na secagem das sementes da cultivar BR 400 a 40

o

C, levando-se em consideração o tempo de exposição das sementes ao ar de secagem, o que é afetado pela umi- dade relativa do ar.

CONCLUSÕES

baixa temperatura do ambiente de armazenamento, mesmo com as sementes apresentando grau de umidade ligeiramente superior àquelas armazenadas na condição de 25

o

C/70% UR, conforme se verifica na Tabela 2.

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REFERÊNCIAS AGRADECIMENTOS

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(FAPEMIG) pelo apoio financeiro ao desenvolvimento desta

pesquisa.

(10)

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