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NOTÍCIAS. Seca que castiga a vegetação preocupa funcionários do Parque da Cidade

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NOTÍCIAS 05

Devastador. É o que podemos dizer da ação do fogo na mata. A Zona de Proteção Ambiental - ZPA 01, onde está instalado o Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte e abriga centenas de espécies da fauna e flora potiguar, não está imune a esse tipo de problema, como aconteceu no domingo, 13 de dezembro, quando o fogo consumiu parte da vegetação do Parque da Cidade e as chamas só foram debeladas graças ao destemor dos funcionários do setor de manejo, que se embrenharam com abafadores e conseguiram salvar a mata já sofrida com a seca.

A falta de chuvas regulares que atinge a região Nordeste e, em especial o Rio Grande do Norte, tem contribuído para agravar o problema. Mas, é a ação criminosa do homem que descarta o lixo e queima o mato para limpar terrenos, que tem afetado rigorosamente as nossas matas e os animais. Atinge também pessoas que moram nas proximidades e são alérgicas à fumaça e sofrem com problemas respiratórios. “É triste ter que respirar tanta fumaça

sem necessidade. Toda vez que isso acontece eu tenho que ir correndo para o hospital fazer nebulização”, diz a moradora Solange Medeiros. E ela não esconde a tristeza de ver os animais correndo do fogo e tentando se abrigar nas casas próximas. “Dá uma pena ver os bichinhos correndo com medo do fogo em busca de abrigo nas nossas casas.

O fogo expulsa eles do lugar onde nasceram e vivem e isso não está certo” diz, lacônica.

O Parque da Cidade possui uma área de, aproximadamente, 136 Hectares de mata preservada dos biomas Caatinga e Mata Atlântica, com terrenos pertencentes a particulares no seu entorno, onde é possível a ação do homem. São terrenos que integram a ZPA 01 e que não podem ser utilizados para constr uções. “Vejo muitos carroceiros despejando lixo nos terrenos próximos ao Parque da Cidade. Isso é um crime!”, diz um morador do bairro Pitimbu, que não quer ser identificado por temer represálias. “Alguns deles são violentos quando reclamamos por estarem despejando o lixo que eles trazem de outras áreas da

Seca que castiga a vegetação preocupa funcionários do Parque da Cidade

Falta de chuvas regulares descarte de lixo e ações criminosas causam incêndios que prejudicam o meio ambiente e a saude dos moradores da região

Vilma Lúcia da Silva Assessora de Comunicação do Parque da Cidade V.5 - N.5 - Out/Dez de 2015

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Haroldo Mota Haroldo Mota

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cidade para cá”, complementa o morador, indignado. O presidente da Ong Baobá, Haroldo Mota esteve no local fazendo uma vistoria do que foi atingido pelo fogo, a pedido da direção do Parque da Cidade. Segundo ele, foram destruídos mais de dois hectares de mata e, por sorte, nenhum animal foi encontrado morto na região. “Mas, a vegetação foi toda destruída pela ação criminosa do homem”, afirma o ambientalista.

Para o chefe do setor de manejo do Parque da Cidade, Uilton Magno Campos, a população deveria colaborar e não jogar lixo em nenhuma área ou terreno baldio, principalmente próximo a uma área de Proteção Ambiental.

Segundo ele, o morador de Natal deve solicitar a coleta regular de lixo e restos de construção civil ou poda à Urbana, por meio do telefone 3232-9999 e solicitar os serviços que ela dispõe sem custos adicionais ao contribuinte.

Os funcionários do setor de manejo do Parque da Cidade têm muitas dificuldades nessa época do ano por causa do lixo acumulado indevidamente. “O setor de manejo fez uma vistoria na área para levantar os danos causados pelo incêndio e tomar as medidas cabíveis para evitar novo incêndio, bem como fazer a recuperação da área”, explica Campos.

Os principais danos causados pelas queimadas são a destruição da vegetação e de habitats. Com a morte de animais e extinção local de espécies da fauna há perda de matéria orgânica no solo e, consequentemente, a sua exposição à erosão.

Além disso, contribuem também para o efeito estufa com a liberação de grandes quantidades de gás carbônico para a atmosfera que causam também a poluição do ar. É um impacto ambiental sem precedentes, sem contar os problemas de saúde que causam.

O desmatamento no Brasil é um dos grandes problemas ecológicos que o país enfrenta na atualidade. O problema é grave no Brasil, tem raízes culturais antigas e profundas e muitas ramificações. Produz sérios prejuízos ecológicos, sociais, econômicos e culturais e não parece estar perto de uma solução definitiva. Os técnicos florestais estimam que o desmatamento, em todo o território brasileiro é superior a 300 milhões de hectares de matas.

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Haroldo Mota Haroldo Mota

Figura - Derrubada de uma Floresta (J. M. Rgendas, 1820)

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O Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte recebe inúmeros visitantes todos os dias. São jovens, crianças, idosos, pessoas de meia idade que buscam uma vida saudável em contato com a natureza. Mas, um, em especial, chama a atenção de quem frequenta ou trabalha no Parque e é visto diariamente caminhando sozinho nas trilhas ou visitando as instalações.

É Juarez Francisco da Silva, 53 anos, que é cego e aproveita a segurança e tranquilidade do Parque da Cidade para sua caminhada diária.

Eletrotécnico por profissão, Juarez perdeu a visão total em 2011 devido ao descolamento de retina, glaucoma e catarata. “Em 2006 começou num olho, fui operado, mas depois veio no outro e cegou de vez. Os médicos não chegaram a um consenso do que pode ter acontecido comigo, mas eu acho que a vida estressante que eu levava, a rotina de subir e descer em torres, olhando rápido para cima e para baixo, pode ter contribuído muito”, conta.

Casado e pai de três filhos adultos, Juarez faz questão de manter independência na sua rotina diária e não depender muito das pessoas. Ele confessa que não tem paciência para esperar carona das pessoas e anda a pé ou de ônibus para todo lugar em Natal. Morador do bairro Pitimbu, no entorno, ele vai caminhando pela ciclovia da avenida Omar O´Grady e segue pelas trilhas do Parque da Cidade.

“Vou até a portaria de Cidade Nova pelas trilhas e volto”, comemora. Perguntado como se orienta para não ficar perdido entre as trilhas, ele diz que pelo barulho do vento sabe que direção seguir. “De vez em quando pergunto ao guarda ou aos caminhantes”, revela.

Alegre, de bem com a vida e decidido, Juarez conta que no início da cegueira ficou pensando nas duas opções que tinha: Ficar em casa lamentando até morrer ou se enfrentar mais esse desafio e viver. Ele preferiu a segunda opção e está se saindo muito bem. Hoje, além das caminhadas no Parque, resolve os problemas de casa, vai ao supermercado quando precisa, frequenta o Instituto dos

Cegos, participa de um grupo que aprende musicografia (estuda a música em braile) na Escola de Música e é aluno regular do curso de Gestão Hospitalar na UFRN.

“Fiz o cursinho do DCE/UFRN e ENEM em 2013 e consegui uma vaga na UFRN. É um sonho antigo e que eu achava não ter tempo, porque trabalhar era a minha única prioridade. Vou e volto de ônibus à noite”, ensina. Aposentado, agora Juarez consegue administrar e aproveitar bem o seu tempo com qualidade de vida.

Vizinho, frequentador e admirador do Parque da Cidade, ele elogia a iniciativa do prefeito Carlos Eduardo em preservar essa área que estava sendo degradada por mal uso. Para ele, ouvir os pássaros cantando e o cheiro das

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Lição de vida

A rotina e o exemplo de quem passou a enxergar por meio de bengala

Vilma Lúcia da Silva Assessora de Comunicação do Parque da Cidade

Eliezer Dantas

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plantas acalma. “Se as pessoas levassem em conta o benefício da caminhada para a saúde, usavam mais o Parque para a prática de exercício e aprendiam sobre como preservar o meio ambiente”, ensina.

Conversar com essa pessoa que enxergou até os 49 anos de idade e que se reinventou numa condição desfavorável como a cegueira, é aprender muito como devemos encarar a vida.

Juarez diz que o Instituto dos Cegos foi fundamental para ele aprender e aceitar a nova condição e hoje repassa para os que estão chegando. Também encontrou apoio em projetos da UFRN para deficientes, como a CAENE – Comissão de Apoio a Estudantes com Necessidades Especiais e o Laboratório de Acessibilidade, que traduz os textos em braile para quem é cego.

Simpático, ele conversa sobre alguns percalços que tem enfrentado quando sai às ruas. “Às vezes a pessoa quer ajudar o cego e acaba atrapalhando.

Outro dia eu entrei num ônibus e fui passar o cartão magnético, um senhor levantou da cadeira e tentou puxar o cartão da minha mão e passar para mim. E ficamos os dois puxando o cartão, até eu dizer que não precisava”, conta sorrindo. “Se alguém quer ajudar um cego, não pegue na mão e puxe-o. Ofereça o braço ou o ombro para que ele se apoie em você e o conduza normalmente, orientando sobre direita, esquerda ou algum obstáculo. Também não tire a bengala das mãos do cego, que é o mesmo que tirar seus olhos. Deixe o cego

descer o ônibus e só precisa orientá-lo”, completa.

Para Juarez, o deficiente não é inválido e deve ser tratado como uma pessoa normal, dentro das suas limitações, claro. “O cego, cadeirante, deficiente auditivo é útil à sociedade, sim!”, finaliza.

Acervo Parque da Cidade

Acervo Parque da Cidade

Acervo Parque da Cidade

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W. Júnior

Ordem Odonata 09

Libélula

Referências

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