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Aula Demonstrativa. Direito Constitucional - ATRFB Aula Demonstrativa Teoria dos Direitos Fundamentais Prof. Frederico Dias

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Academic year: 2021

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Aula Demonstrativa

Direito Constitucional

Teoria dos Direitos Fundamentais Professor: Frederico Dias

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2 Olá!

Vamos estudar para o concurso da Receita Federal, cargo de ATRFB?

Meu nome é Frederico Dias e sou Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União. Passei em 9° lugar no concurso de 2008.

Antes, trabalhei por um curto período como Analista de Finanças e Controle da Controladoria Geral da União - AFC-CGU (tendo alcançado o 1° lugar nacional em 2008).

Já publiquei os seguintes livros:

1) Questões Discursivas de Direito Constitucional;

2) Questões de Direito constitucional do Cespe comentadas;

3) Questões de Direito constitucional da Esaf comentadas.

Por fim, após lançar esses três livros, lancei um livro de teoria e questões juntamente com o Vicente e o Marcelo: Aulas de Direito Constitucional para concursos.

Minha ideia com este curso é apresentar a teoria de Direito Constitucional. Mas não de qualquer forma, mas voltado para o concurso da ATRFB. Portanto, meu foco é a sua aprovação na prova e não as discussões e debates sobre direito constitucional (que adoro, mas não neste momento!). E, como não poderia deixar de ser, a teoria apresentada será complementada com questões de concursos comentadas.

Vejamos o nosso conteúdo:

Aula Conteúdo Programático 01 Princípios Fundamentais

02 Direitos e Garantias Fundamentais – Parte 1 03 Direitos e Garantias Fundamentais – Parte 2 04 Organização do Estado

05 Repartição de Competências. Administração Pública:

Princípios Constitucionais.

Aula Demonstrativa – Teoria dos Direitos Fundamentais

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3 Pois bem, minha ideia é oferecer este curso em cinco aulas (sem contar esta aula demo).

Minha metodologia consiste em apresentar a essência da teoria e comentar, logo em seguida, algumas questões sobre o tema, para que você possa testar, de imediato, o seu aprendizado.

Vamos iniciar nosso curso já hoje com um assunto muito interessante: a Teoria Geral dos Direitos Fundamentais. Observe como está sucinto o nosso conteúdo de hoje.

Tópicos da Aula

1 – Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais ... 3

2 – Direitos e Garantias Fundamentais na CF/88 ... 8

2.1 – Tratados e convenções internacionais ... 11

3 - Lista das Questões Comentadas ... 16

4 - Gabarito ... 19

Bem, vamos à aula, então!

1 – Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais

Imagine uma situação em que o Estado exerce seu poder sem limites. Quem estiver “de fora” desse Estado, estará sofrendo interferências não só na sua atividade econômica como também em sua vida particular. Então, foi necessário que, com o desenvolvimento das Constituições escritas, também evoluísse o estabelecimento de direitos para o indivíduo que o protegessem dessa atuação do Estado.

Observe como funciona o sistema democrático: os cidadãos delegam o poder a seus representantes, entretanto, esse poder não é absoluto. Ele conhece limitações (como é o caso da previsão de direitos e garantias fundamentais).

Por decorrência, junto à noção de democracia, o governo pelo povo deve estar associado à limitação do poder estatal.

Na época do surgimento dos primeiros direitos fundamentais, o que o cidadão queria era que o governo estivesse bem longe dele, que aquele Estado não o atrapalhasse. Podemos dizer: ele exigia uma abstenção, um não-fazer por parte do Estado.

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4 Assim, você deve ter em mente que os direitos fundamentais originaram-se a partir da necessidade de se garantir uma esfera irredutível de liberdades aos indivíduos em geral frente ao Poder estatal.

Ok. Mas, nesse momento, você já deve ter pensado que os direitos vão além da mera defesa do indivíduo contra o Estado, não é mesmo?

Afinal, os direitos sociais e econômicos refletem uma atuação do Estado para melhorar a vida da população. Se você abrir sua Constituição no art. 6°, isso ficará bem claro: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”

E é isso mesmo. Inicialmente, os direitos fundamentais funcionavam apenas como limites ao poder do Estado (a chamada natureza negativa). Mas, modernamente, é também exigida uma atuação comissiva do Estado, a fim de corrigir as desigualdades criadas pelo sistema econômico vigente. Daí se falar em diferentes gerações ou dimensões de direitos.

Nesse sentido, os direitos fundamentais surgem como direitos negativos (de abstenção), a exemplo do direito à vida, à liberdade, à propriedade, à liberdade de expressão dentre outros.

Somente no século XX, com o crescimento do Estado Social, passa-se a exigir uma atitude comissiva do Estado, uma atuação estatal em favor do bem-estar do indivíduo.

Com isso, podemos classificar os direitos fundamentais em três dimensões (ou gerações).

Na primeira geração, consolidada no final do séc. XVIII, temos os direitos ligados aos ideais do Estado liberal, de natureza negativa (exigindo um não fazer), com foco na liberdade individual frente ao Estado (direitos civis e políticos).

Na segunda dimensão, surgida no início do séc. XX, temos os direitos ligados aos ideais do Estado social, de natureza positiva, com foco na igualdade entre os homens (direitos sociais, culturais e econômicos).

Há ainda a terceira dimensão, também reconhecida no séc. XX, em que temos os direitos de índole coletiva e difusa (pertencentes a um grupo indeterminável de pessoas), com foco na fraternidade entre os povos (direito ao meio ambiente, à paz, ao progresso etc.).

Vamos treinar com três questões sobre esse assunto.

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5 1. (ESAF/ESPECIALISTA/ANAC/2016) Considerando a classificação dos

direitos fundamentais, consistem em direitos de segunda geração os a) direitos civis.

b) direitos políticos.

c) direitos culturais.

d) direitos difusos.

e) direitos a um meio ambiente equilibrado.

Na segunda dimensão (ou geração), surgida no início do séc. XX, temos os direitos ligados aos ideais do Estado social, de natureza positiva, com foco na igualdade entre os homens. Estão incluídos os direitos sociais, os direitos culturais e os direitos econômicos.

Gabarito: C

2. (ESAF/ANALISTA/DNIT/2013) Os direitos fundamentais de primeira geração são titularizados pelos indivíduos em oposição ao Estado, sendo eles, entre outros, o direito à vida, à liberdade e à propriedade.

Isso mesmo. Os direitos de primeira dimensão surgem como forma de proteção do indivíduo em face do Estado, podendo ser considerados como exemplos os direitos à vida, à liberdade e à propriedade.

Item certo.

3. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRIBUNAL DE JUSTIÇA – SE/2014) Os direitos fundamentais têm o condão de restringir a atuação estatal e impõem um dever de abstenção, mas não de prestação.

Os direitos e garantias fundamentais surgem como uma restrição ao Poder estatal (restrição à atuação do Estado, impondo-lhe o dever de se abster).

Todavia, com a segunda dimensão, os direitos fundamentais passaram a impor, ao contrário, uma prestação positiva por parte do Estado, passaram a exigir uma atuação estatal.

Item errado.

Outros aspectos importantes a serem mencionados:

1 – As expressões direitos e garantias não se confundem. Enquanto os direitos são os bens em si mesmo considerados (principal), as garantias são instrumentos de preservação desses bens (acessório). Por exemplo, para

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6 proteger o direito de locomoção, a Constituição prevê a garantia do habeas corpus.

2 – Se inicialmente os direitos fundamentais surgiram tendo como titulares as pessoas naturais, hoje já se reconhece direitos fundamentais em favor das pessoas jurídicas ou mesmo em favor do estado. Por exemplo, o direito de requisição administrativa previsto do art. 5°, XXV da CF/88, é um direito fundamental que tem como destinatário o Estado.

3 – Embora originalmente visassem regular a relação indivíduo-estado (relações verticais), atualmente os direitos fundamentais devem ser respeitados mesmo nas relações privadas, entre os próprios indivíduos (relações horizontais). Por exemplo, o direito de resposta proporcional ao agravo, no caso de dano material, moral ou à imagem (CF, art. 5°, V).

4 – Os direitos fundamentais não dispõem de caráter absoluto, já que encontram limite nos demais direitos previstos na Constituição (Princípio da relatividade ou da convivência das liberdades públicas). Assim, esses direitos não podem ser utilizados como escudo protetivo da prática de atividades ilícitas.

A título de exemplo: (i) a garantia da inviolabilidade das correspondências não será oponível ante a prática de atividades ilícitas; (ii) a liberdade de pensamento não pode conduzir ao racismo – e assim por diante.

5 – No caso concreto poderá haver colisão entre diversos direitos (por exemplo, liberdade de comunicações x inviolabilidade da intimidade). O intérprete deverá então realizar uma harmonização entre esses direitos em conflito, tendo em vista a inexistência de hierarquia e subordinação entre eles, evitando o sacrifício total de um perante o outro. Assim, conforme as peculiaridades da ocasião, prevalecerá um direito, prevalecendo o outro numa nova situação.

6 – Não se admite a renúncia total por parte do indivíduo de um direito fundamental. Ou seja, é característica deles serem irrenunciáveis. Todavia, modernamente, admite-se que deixem de ser exercidos pelos seus titulares temporariamente em determinadas situações.

4. (ESAF/ANALISTA/DNIT/2013) A eficácia horizontal dos direitos fundamentais pressupõe plena incidência desses direitos nas relações entre particulares.

Embora surjam com o fim de regular a relação indivíduo-estado, atualmente os direitos fundamentais devem ser respeitados mesmo nas relações privadas, entre os próprios indivíduos (relações horizontais).

Item certo.

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7 5. (CESPE/TÉCNICO LEGISLATIVO – AGENTE DE POLÍCIA

LEGISLATIVA/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) Os direitos e garantias individuais previstos na CF têm caráter absoluto.

Ao contrário, os direitos fundamentais não são absolutos, pois encontram limites em outros direitos. É o caso, por exemplo, de uma revista que queira divulgar para o público uma notícia que esbarra no direito à intimidade de uma pessoa pública. Nessa hipótese, temos um conflito entre a liberdade de expressão e inviolabilidade da intimidade e da imagem do indivíduo, dois direitos fundamentais expressamente previstos no art. 5° da CF/88.

Diante disso, o caso concreto dirá qual direito prevalecerá naquela situação em particular.

Item errado.

6. (FMP/PROCURADOR/PGE/AC/2014) Somente quando expressamente autorizado pela Constituição, o legislador pode restringir ou regular algum direito fundamental.

Trata-se da natureza relativa dos direitos fundamentais. Ou seja, eles não são absolutos. Isso possibilita que a própria Constituição ou mesmo o legislador ordinário possa impor restrições ao exercício desses direitos.

Imagine que o excesso na fruição de determinado direito fundamental esteja afetando outro direito fundamental. Nada mais razoável do que o legislador vir a editar uma lei regulando o exercício do primeiro, protegendo a efetividade do segundo.

Item errado.

7. (FMP/PROCURADOR/PGE/AC/2014) De acordo com a jurisprudência do STF, a liberdade de expressão ocupa uma posição superior no sistema constitucional brasileiro, prevalecendo sempre em caso de colisão com outros direitos fundamentais, individuais ou sociais.

Não há hierarquia entre os direitos fundamentais e nem há direito que sempre, em qualquer situação, irá prevalecer em detrimento de outros.

A liberdade de expressão, mencionada no enunciado, pode ser restringida para a proteção da dignidade da pessoa humana, por exemplo. É o caso de o Poder Judiciário vir a proibir a edição de um livro que incite e propague o ódio ou o racismo.

Item errado.

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8 8. (ESAF/ATRFB/2009) Pessoas jurídicas de direito público não podem ser

titulares de direitos fundamentais.

Se, inicialmente, os direitos fundamentais surgiram tendo como titulares as pessoas naturais, hoje já se reconhecem direitos fundamentais em favor das pessoas jurídicas ou mesmo em favor do Estado.

Um exemplo é o direito de requisição administrativa, cujo destinatário é o Estado. Segundo o art. 5°, XXV da CF/88, no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.

Item errado.

9. (ESAF/ATRFB/2009) As violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os direitos fundamentais assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas os poderes públicos, estando direcionados também à proteção dos particulares em face dos poderes privados.

Originalmente, os direitos fundamentais visavam regular a relação indivíduo- estado (relações verticais), a partir do estabelecimento de limites ao poder estatal. Todavia, atualmente, os direitos fundamentais devem ser respeitados mesmo nas relações privadas, entre os próprios indivíduos (relações horizontais).

Alguns exemplos de direitos que regem as relações horizontais são o direito de resposta, proporcional ao agravo, e a proteção contra o racismo (CF, art. 5°, XLII).

Item certo.

2 – Direitos e Garantias Fundamentais na CF/88

Vale a pena revisarmos como a Constituição Federal de 1988 disciplinou os direitos e garantias fundamentais. Veremos aqui apenas os aspectos mais gerais, pois os direitos em si (em espécie, como são exemplos aqueles listados no art. 5°) serão apresentados na aula sobre os direitos e garantias fundamentais em si.

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9 Os direitos e garantias fundamentais estão disciplinados no Título II (arts. 5º a 17), por isso denominado “catálogo dos direitos fundamentais”. Nesse Título II, os direitos e garantias fundamentais foram divididos em cinco grupos, a saber:

a) direitos e deveres individuais e coletivos (art. 5º);

b) direitos sociais (arts. 6º a 11);

c) direitos de nacionalidade (arts. 12 e 13);

d) direitos políticos (arts. 14 a 16);

e) direitos de existência dos partidos políticos (art. 17).

Mas, nem todos os direitos e garantias fundamentais presentes na nossa Constituição estão enumerados nesse catálogo próprio. Há, também, diversos direitos fundamentais presentes em outros dispositivos da nossa Constituição, que são, por esse motivo, denominados “direitos fundamentais não- catalogados” (fora do catálogo próprio). O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, por exemplo, é um direito fundamental de terceira geração não-catalogado, pois está previsto no art. 225 da Constituição Federal.

Nesse sentido, o constituinte foi expresso (CF, art. 5º, § 2º):

“Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.”

Assim, é bom lembrar que a enumeração constitucional dos direitos e garantias fundamentais não é limitativa, taxativa, haja vista que outros poderão ser reconhecidos ulteriormente, seja por meio de futuras emendas constitucionais (EC) ou mesmo mediante normas infraconstitucionais, como os tratados e convenções internacionais celebrados pelo Brasil (CF, art. 5º, § 2º).

Bem, vejamos outros detalhes...

I) Nem todos os direitos e garantias fundamentais foram expressamente gravados como cláusula pétrea. Nos termos da CF/88, só são cláusulas pétreas

“os direitos e garantais individuais” (CF, art. 60, § 4º, I), constantes do art. 5º e outros dispersos na Constituição, como, por exemplo, a garantia da anterioridade tributária (uma das limitações ao poder de tributar do art.

150).

II) As normas que consagram os direitos e garantias fundamentais têm, em regra, aplicação imediata (CF, art. 5º, § 1º). Entretanto, há exceções:

direitos fundamentais consagrados em normas de eficácia limitada (dependentes de regulamentação).

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10 III) Em situações excepcionais (estado de defesa e estado de sítio), são admitidas restrições e até mesmo suspensões de diversos direitos e garantias fundamentais.

IV) Nos termos do § 4º do art. 5°, o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

10. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Os direitos fundamentais, na ordem constitucional brasileira, não podem ter por sujeitos passivos pessoas físicas.

Como vimos, inicialmente, os direitos e garantias fundamentais destinavam-se proteger o indivíduo frente ao Estado. Assim, tinham este último como sujeito passivo.

Modernamente, observa-se que vários direitos têm o indivíduo como sujeito passivo, por exemplo, o art. 5°, XXV. Esse inciso trata da requisição administrativa no caso de iminente perigo público e tem o Estado como destinatário.

Além disso, como comentado, os direitos fundamentais aplicam-se também às relações privadas.

Item errado.

11. (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) A Constituição Federal de 1988 estabeleceu cinco espécies de direitos e garantias fundamentais: direitos e garantias individuais e coletivos; direitos sociais;

direitos de nacionalidade; direitos políticos; e direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos políticos.

Os direitos e garantias fundamentais estão disciplinados no Título II (arts. 5º a 17), por isso denominado “catálogo dos direitos fundamentais”. Nesse Título II, os direitos e garantias fundamentais foram divididos em cinco grupos, a saber:

a) direitos e deveres individuais e coletivos (art. 5º);

b) direitos sociais (arts. 6º a 11);

c) direitos de nacionalidade (arts. 12 e 13);

d) direitos políticos (arts. 14 a 16);

e) direitos de existência dos partidos políticos (art. 17).

Item certo.

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2.1 – Tratados e convenções internacionais

Inicialmente, você deve se lembrar do teor do art. 5°, § 3° da CF/88, segundo o qual os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

Esse parágrafo é importante, tendo em vista a evolução jurisprudencial recente sobre esse assunto.

Até o ano de 2008, os tratados internacionais poderiam alcançar status de emenda constitucional (como visto acima) ou status de lei ordinária caso não se enquadrassem nessa regra do art. 5°, § 3° da CF/88.

Mas, em dezembro de 2008, o STF alterou o seu entendimento quanto à situação hierárquica dos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos celebrados pelo Brasil.

Desde então, passou a entender que esses tratados sobre direitos humanos têm status de supralegalidade, quando incorporados pelo rito ordinário, isto é, mediante aprovação de decreto legislativo por maioria relativa das Casas do Congresso Nacional.

Ou seja, esses tratados situam-se abaixo da Constituição, mas acima das demais leis do ordenamento jurídico.

Diante disso, podemos considerar que os tratados e convenções internacionais celebrados pelo Brasil poderão assumir três diferentes posições hierárquicas ao serem incorporados ao nosso ordenamento pátrio, a saber:

Status que podem assumir os tratados internacionais:

a) emenda constitucional→ tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos incorporados pelo rito especial do § 3º do art. 5º da Constituição Federal (CF, art. 5°, §3°);

b) lei ordinária federal→ demais tratados e convenções internacionais que não tratam de direitos humanos;

c) supralegalidade→ tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos incorporados pelo rito ordinário.

É importante você guardar agora a informação mais avançada sobre isso:

independentemente do status de sua incorporação, os tratados e convenções internacionais submetem-se a controle de constitucionalidade, tanto na via abstrata quanto na via incidental.

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12 Para memorizar essas informações só tem um jeito: exercícios, exercícios e mais exercícios...

12. (ESAF/ESPECIALISTA/ANAC/2016) O tratado de direitos humanos aprovado nas duas Casas do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos, é equivalente a emendas constitucionais.

Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais (CF, art. 5°, § 3°).

Item certo.

13. (ESAF/ESPECIALISTA/ANAC/2016) Na hipótese de conflito entre lei ordinária e tratado de direitos humanos incorporado em conformidade com a atual disposição constitucional, deve prevalecer a norma mais recente.

Como os tratados aprovados em consonância com o rito do art. 5º, § 3º, da CF/88 dispõem de status de emenda constitucional, eles prevalecem sobre as leis ordinárias, ainda que tenham sido aprovados anteriormente. Vale dizer, leis ordinárias que venham a ser editadas depois desse tipo de tratado devem respeitar suas disposições.

Item errado.

14. (ESAF/ESPECIALISTA/ANAC/2016) O tratado de direitos humanos, aprovado em dois turnos e por três quintos dos votos de cada Casa do Congresso Nacional, equivale à lei ordinária.

Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais (CF, art. 5°, § 3°).

Item errado.

15. (ESAF/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2013) Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, ingressarão no ordenamento jurídico brasileiro em nível hierárquico imediatamente inferior às normas constitucionais.

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13 Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais (CF, art. 5°, § 3°). Portanto, terão status de norma constitucional.

Item errado.

16. (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO – CONSULTOR LEGISLATIVO-ÁREA XVIII/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) A Constituição estipula que equivalem às emendas constitucionais todos os tratados internacionais que forem aprovados em cada casa do Congresso Nacional em dois turnos e por três quintos dos votos dos respectivos membros.

Atenção! Para ingressar no nosso ordenamento jurídico como emenda constitucional, é necessário o preenchimento de dois requisitos especiais, um de conteúdo e um de forma (processo):

a) o tratado deve versar sobre direitos humanos (conteúdo);

b) o tratado deve ser aprovado internamente pelo rito de emenda constitucional (forma). Ou seja, deve ser aprovado, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros.

Observe que a questão não mencionou o tema abordado pelo tratado. Ela fala em “todos os tratados”, o que não é correto.

Item errado.

17. (ESAF/ESPECIALISTA/ANA/2009) Assinale a opção correta relativa ao tratamento dado pela jurisprudência que atualmente prevalece no Supremo Tribunal Federal, ao interpretar a Constituição Federal, relativa aos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos ratificados pelo Brasil.

a) Incorporam-se à Constituição Federal, porque os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

b) Incorporam-se ao ordenamento jurídico como lei ordinária federal porque a Constituição confere ao Supremo Tribunal Federal, competência para julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última

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14 instância, quando a decisão recorrida declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal.

c) Os que tiveram ato de ratificação antes da vigência da Emenda Constitucional nº 45, de 2004, são equivalentes às emendas constitucionais em razão dos princípios da recepção e da continuidade do ordenamento jurídico.

d) A legislação infraconstitucional anterior ou posterior ao ato de ratificação que com eles seja conflitante é inaplicável, tendo em vista o status normativo supralegal dos tratados internacionais sobre direitos humanos subscritos pelo Brasil.

e) Os que tiveram ato de ratificação depois da vigência da Emenda Constitucional nº 45, de 2004, independentemente do quorum, são equivalentes às emendas constitucionais em razão do princípio da prevalência dos direitos humanos.

Caso o tratado internacional sobre direitos humanos não seja integrado ao ordenamento jurídico com o rito de emenda, ele se enquadrará no status de supralegalidade, revogando a legislação anterior acaso conflitante. Com isso, correta a alternativa “d”.

Gabarito: “d”

18. (ESAF/ANALISTA/ANAC/2016) As convenções internacionais que versarem sobre direitos humanos em que a República Federativa do Brasil seja parte, ao serem aprovadas em cada Casa do Congresso Nacional, serão equivalentes às emendas constitucionais se

a) a aprovação ocorrer em dois turnos por maioria absoluta dos votos dos respectivos membros.

b) a aprovação ocorrer em um único turno por maioria absoluta dos votos dos respectivos membros.

c) a aprovação ocorrer em um único turno por três quintos dos votos dos respectivos membros.

d) a aprovação ocorrer em dois turnos por três quintos dos votos dos respectivos membros.

e) a aprovação ocorrer em um único turno por aprovação da metade dos votos dos respectivos membros.

Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três

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15 quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais (CF, art. 5°, § 3°).

Gabarito: D

Bem, são vários aspectos, eu sei. A fim de auxiliá-lo na memorização dos principais deles, peço licença para apresentar um esquema que formulei para os cursos online ministrados aqui no Ponto.

Sintetizando:

Segue, agora, a lista das questões comentadas. Evidentemente, por ser apenas uma aula demonstrativa, tivemos muito menos páginas e muito menos questões.

Um grande abraço e bons estudos!

Frederico Dias

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3 - Lista das Questões Comentadas

1. (ESAF/ESPECIALISTA/ANAC/2016) Considerando a classificação dos direitos fundamentais, consistem em direitos de segunda geração os

a) direitos civis.

b) direitos políticos.

c) direitos culturais.

d) direitos difusos.

e) direitos a um meio ambiente equilibrado.

2. (ESAF/ANALISTA/DNIT/2013) Os direitos fundamentais de primeira geração são titularizados pelos indivíduos em oposição ao Estado, sendo eles, entre outros, o direito à vida, à liberdade e à propriedade.

3. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRIBUNAL DE JUSTIÇA – SE/2014) Os direitos fundamentais têm o condão de restringir a atuação estatal e impõem um dever de abstenção, mas não de prestação.

4. (ESAF/ANALISTA/DNIT/2013) A eficácia horizontal dos direitos fundamentais pressupõe plena incidência desses direitos nas relações entre particulares.

5. (CESPE/TÉCNICO LEGISLATIVO – AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVA/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) Os direitos e garantias individuais previstos na CF têm caráter absoluto.

6. (FMP/PROCURADOR/PGE/AC/2014) Somente quando expressamente autorizado pela Constituição, o legislador pode restringir ou regular algum direito fundamental.

7. (FMP/PROCURADOR/PGE/AC/2014) De acordo com a jurisprudência do STF, a liberdade de expressão ocupa uma posição superior no sistema constitucional brasileiro, prevalecendo sempre em caso de colisão com outros direitos fundamentais, individuais ou sociais.

8. (ESAF/ATRFB/2009) Pessoas jurídicas de direito público não podem ser titulares de direitos fundamentais.

9. (ESAF/ATRFB/2009) As violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os direitos fundamentais assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas os poderes públicos,

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17 estando direcionados também à proteção dos particulares em face dos poderes privados.

10. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Os direitos fundamentais, na ordem constitucional brasileira, não podem ter por sujeitos passivos pessoas físicas.

11. (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) A Constituição Federal de 1988 estabeleceu cinco espécies de direitos e garantias fundamentais: direitos e garantias individuais e coletivos; direitos sociais;

direitos de nacionalidade; direitos políticos; e direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos políticos.

12. (ESAF/ESPECIALISTA/ANAC/2016) O tratado de direitos humanos aprovado nas duas Casas do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos, é equivalente a emendas constitucionais.

13. (ESAF/ESPECIALISTA/ANAC/2016) Na hipótese de conflito entre lei ordinária e tratado de direitos humanos incorporado em conformidade com a atual disposição constitucional, deve prevalecer a norma mais recente.

14. (ESAF/ESPECIALISTA/ANAC/2016) O tratado de direitos humanos, aprovado em dois turnos e por três quintos dos votos de cada Casa do Congresso Nacional, equivale à lei ordinária.

15. (ESAF/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2013) Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, ingressarão no ordenamento jurídico brasileiro em nível hierárquico imediatamente inferior às normas constitucionais.

16. (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO – CONSULTOR LEGISLATIVO-ÁREA XVIII/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) A Constituição estipula que equivalem às emendas constitucionais todos os tratados internacionais que forem aprovados em cada casa do Congresso Nacional em dois turnos e por três quintos dos votos dos respectivos membros.

17. (ESAF/ESPECIALISTA/ANA/2009) Assinale a opção correta relativa ao tratamento dado pela jurisprudência que atualmente prevalece no Supremo Tribunal Federal, ao interpretar a Constituição Federal, relativa aos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos ratificados pelo Brasil.

a) Incorporam-se à Constituição Federal, porque os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos

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18 princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

b) Incorporam-se ao ordenamento jurídico como lei ordinária federal porque a Constituição confere ao Supremo Tribunal Federal, competência para julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal.

c) Os que tiveram ato de ratificação antes da vigência da Emenda Constitucional nº 45, de 2004, são equivalentes às emendas constitucionais em razão dos princípios da recepção e da continuidade do ordenamento jurídico.

d) A legislação infraconstitucional anterior ou posterior ao ato de ratificação que com eles seja conflitante é inaplicável, tendo em vista o status normativo supralegal dos tratados internacionais sobre direitos humanos subscritos pelo Brasil.

e) Os que tiveram ato de ratificação depois da vigência da Emenda Constitucional nº 45, de 2004, independentemente do quorum, são equivalentes às emendas constitucionais em razão do princípio da prevalência dos direitos humanos.

18. (ESAF/ANALISTA/ANAC/2016) As convenções internacionais que versarem sobre direitos humanos em que a República Federativa do Brasil seja parte, ao serem aprovadas em cada Casa do Congresso Nacional, serão equivalentes às emendas constitucionais se

a) a aprovação ocorrer em dois turnos por maioria absoluta dos votos dos respectivos membros.

b) a aprovação ocorrer em um único turno por maioria absoluta dos votos dos respectivos membros.

c) a aprovação ocorrer em um único turno por três quintos dos votos dos respectivos membros.

d) a aprovação ocorrer em dois turnos por três quintos dos votos dos respectivos membros.

e) a aprovação ocorrer em um único turno por aprovação da metade dos votos dos respectivos membros.

(19)

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19

4 - Gabarito

1. C 2. C 3. E 4. C

5. E 6. E 7. E 8. E

9. C 10. E 11. C 12. C

13. E 14. E 15. E 16. E

17. D 18. D

Referências

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