• Nenhum resultado encontrado

Centro Universitário de Brasília - UniCEUB Faculdade de Ciências de Educação - FACE Curso: Pedagogia – Formação de Professores para Séries Iniciais do Ensino Fundamental Projeto Professor Nota 10

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Centro Universitário de Brasília - UniCEUB Faculdade de Ciências de Educação - FACE Curso: Pedagogia – Formação de Professores para Séries Iniciais do Ensino Fundamental Projeto Professor Nota 10"

Copied!
45
0
0

Texto

(1)

Centro Universitário de Brasília - UniCEUB Faculdade de Ciências de Educação - FACE

Curso: Pedagogia – Formação de Professores para Séries Iniciais do Ensino Fundamental Projeto Professor Nota 10

JOSÉ CONCEIÇÃO LOPES ALVES JULIANA DE PAULA RABELO

LÊDA BARBOSA RAMOS LUZIA RODRIGUES

MARIA DE FÁTIMA DE OLIVEIRA COELHO VALÉRIA DE MORAES SILVA

A AVALIAÇÃO COMO FATOR DETERMINANTE NO PROCESSO ENSINO – APRENDIZAGEM

BRASÍLIA 2005

1º SEMESTRE

(2)

JOSÉ CONCEIÇÃO LOPES ALVES JULIANA DE PAULA RABELO

LÊDA BARBOSA RAMOS LUZIA RODRIGUES

MARIA DE FÁTIMA DE OLIVEIRA COELHO VALÉRIA DE MORAES SILVA

A AVALIAÇÃO COMO FATOR DETERMINANTE NO PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM

Trabalho apresentado ao Centro Universitário de Brasília- UniCEUB, como parte das exigências para conclusão do curso de pedagogia- Formação de professores para Séries Iniciais do Ensino Fundamental- Professor Nota 10.

Orientadora: Professora Nanci Martins de Paula

Brasília, 2005

(3)

Dedicatória

A Deus, por tudo.

Aos nossos familiares, que nos

incentivaram a enfrentar os

desafios e obstáculos e manter

acesa a curiosidade do saber. A

nós mesmos, pela luta, carinho,

compreensão permanente.

(4)

Agradecimentos

Agradecemos primeiramente a Deus que nos deu força e capacidade para a conclusão deste curso.

Aos mestres os meus sinceros agradecimentos. Hoje estamos nascendo para um novo mundo, não mais precisamos de mãos protetoras, mas de mãos que colham os brotos das sementes por vocês plantadas. Aos colegas de curso pela amizade e companheirismo e enfim a todos que direta ou indiretamente contribuíram para

o êxito deste trabalho. .

(5)

Quando um homem reflexivo – dizia meu professor - olha-se por dentro, compreende a absoluta impossibilidade de ser julgado com médio acerto por quem o olha por fora, que são os demais, e a impossibilidade em que ele se encontra se dizer algo proveitoso quando pretende julgar seu vizinho. E o terrível é que as palavras foram feitas para julgarmos uns aos outros .

(Machado, 2000, p.127)

(6)

Resumo

O estudo traz uma abordagem sobre o tema AVALIAÇO, analisando- a enquanto instrumento de aprendizagem, observando-a dentro do cotidiano escolar, abrangendo todo o fator circunstancial que a envolve. O todo que falamos está relacionado aos desejos, anseios e soluções. Em nosso trabalho, partimos do pressuposto de que mais importante que avaliar é proporcionar aos alunos um ensino de qualidade; esperado é que a partir deste, o professor possa refletir sobre sua prática avaliativa no fazer pedagógico, podendo instrumentalizá-lo em sua atividade docente. As fontes bibliográficas que nos auxiliaram foram as mais diversas; dentre elas. Podemos citar Luckesi, Vasconselos, Piaget, Hoffmam. Por meio do referencial teórico citado, chegando a uma compreensão maior acerca da avaliação escolar, que pode substituir a busca por resposta a nossas indagações. A metodologia foi de análise de dados de forma comparativa, utilizando questionário. Após a analise das respostas obtidas nos questionários, tanto dos alunos quanto dos professores, o grupo de pesquisadores constatou que a avaliação vem sendo utilizada com intuito de “aprovar” ou “reprovar” os alunos, assumindo, dessa forma, seu caráter excludente. Os professores mostram-se tão preocupados teoricamente em promover a aprendizagem, mas na realidade, em suas salas de aula, ainda utilizam praticas tradicionais que na maioria das vezes, só provocam sensações de medo e opressão. Sendo assim, pretendemos construir para uma mudança de postura por parte de todos os envolvidos, que a partir deste trabalho possam rever sua prática pedagógicas.

Palavras-chave: avaliação; ensino-aprendizagem; práticas

pedagógicas.

(7)

SUMÁRIO

CAPITULO 1 - INTRODUÇÃO...7

CAPITULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO ...9

CAPITULO 3- ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS...14

CAPITULO 4- ORGANIZAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS...16

4.1 - ORGANIZAÇÃO DOS DADOS...16

4.1.1 - QUESTIONÁRIO/ ALUNO...17

4.1.2 - QUETIONÁRIO/ PROFESSOR...25

4.1.3 - ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO SOBRE A AVALIAÇÃO...29

4..2 – ANÁLISE DOS DADOS...31

4.3- DISCUSSÃO DOS DADOS ...32

CAPITULO V CONSIDERAÇÕES FINAIS/ PROPOSIÇÕES E SUGESTÕES....34

(8)

.

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

A preocupação do educador é desenvolver um trabalho que atinja aos objetivos propostos pela sociedade, além de satisfazer seus próprios anseios; pois não só avalia seus alunos, mas também é constantemente avaliado. Dentro dessa perspectiva, devemos estar em constante reflexão acerca do trabalho que desenvolvemos em sala de aula, a fim de sermos mais que meros transmissores de conhecimento aos alunos; a fim de que sejamos aliados no caminho do saber.

O objetivo é refletir sobre a prática avaliativa no fazer pedagógico e instrumentalizar o professor em sua atividade docente, reapresentando as ferramentas já de seu conhecimento, levando-o a uma visão ampla e ao mesmo tempo resumida.

Pretendemos defender, e especificamente, identificar as formas de avaliação utilizadas, estudar o processo de transformação e práticas pedagógicas em relação a avaliação no processo ensino- aprendizagem, reconhecer a importância da avaliação contínua, pesquisar, refletir sobre diferentes concepções ao ato avaliativo e contribuir para mudança da prática pedagógica.

A importância da avaliação como fator determinante no processo ensino- aprendizagem é um fato que sempre esteve presente na história da Humanidade.

Realizada a princípio de forma assistemática, torna-se cada vez mais organizada, consciente e internacional, à medida que a sociedade se desenvolve, passando a ser utilizada nos mais diversos setores de atividades a que o homem se dedica.

No Brasil, foi semelhante à trajetória do desenvolvimento na avaliação educacional. A partir das duas últimas décadas, tem - se verificado a intensificação desses estudos. Lembrando que: “A continuidade da ação pedagógica tem como ponto de referência o processo vivido pelos alunos:

interesses, avanços e necessidades.” (Hoffmann-2004).

Como, dentro dessa problemática refletir as formas de avaliação,

transformação, importância da avaliação contínua, suas concepções e mudanças

nas práticas pedagógicas, quando necessária e permanente do docente, incluindo

os instrumentos diversificados que devem ser aplicados para cumprir seu papel de

aperfeiçoamento institucional e atender as características indicadas como fator

determinante no processo ensino – aprendizagem?Na avaliação, um dos motivos

do problema é que o sistema de ensino passou por profundas modificações. Ele

evoluiu para se adaptar às necessidades de cada época. E, assim surgiu a

necessidade de refletir o ensino - aprendizagem relacionada ao contexto pessoal e

social do aluno na Escola Classe 08 da Ceilândia.

(9)

Além dos problemas inerentes às atividades específicas da escola, novos desafios terão de ser vencidos na instituição, ocasionados pelo acelerado processo do ensino – aprendizagem.

Na justificativa precisa de trabalho em defesa da educação como meta de todo mestre, surgiu da vivência e experiência a sugestão de caminhos para a melhoria da avaliação na Escola Classe 08, do ensino fundamental, pois a preocupação com avaliação não é recente. O objeto de estudo foram duas turmas da 1ª série (C e D) e seus professores que tiveram suas práticas pedagógicas observadas e analisadas Refletir sobre a importância da avaliação da aprendizagem na escola, com dois objetivos: auxiliar o educando no seu desenvolvimento pessoal e responder à sociedade pela qualidade do trabalho educativo realizado, a partir do processo de ensino (professor) e aprendizagem (aluno)( Luckesi 1997, p.49).

Muito tem - se escrito e comentado sobre a avaliação da aprendizagem.As duvidas continuam, os pontos de vista se multiplicam, em torno desse processo.

Ao discutir o que se pretende no trabalho de avaliação como fator determinante no ensino aprendizagem é uma reestruturação interna na escola visando à qualidade das práticas pedagógicas. Isso significa que nada se transforma de um dia para o outro no mundo escolar; lentamente as mudanças acontecem.

O estudo será apresentado nesta perspectiva, iniciando com Introdução das idéias principais. A seguir, um Referencial Teórico onde alguns autores apresentam suas reflexões, nas transformações e contribuições nas práticas pedagógicas, além da importância da avaliação contínua e concepções do ato avaliativo no contexto do ensino-aprendizagem. Em terceiro, a Metodologia utilizada com exposição dos instrumentos aplicados. Em quarto, Análise e Discussão dos Dados e resultados através do controle estatístico e questionário.

Em seguida as Considerações Finais/ Proposições e Sugestões, Bibliografia e

Apêndices.

(10)

CAPÍTULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO

O capítulo abaixo descrito fundamenta o trabalho de pesquisa desenvolvido pelo grupo. Fazem parte dessa fundamentação autores renomados que muito colaboraram com suas proposições.

O processo avaliativo é complexo, nos amedrontando como mestre e como aprendizes. Avaliamos e somos avaliados em todos os momentos e lugares de nossas vidas. Por isso, quando avaliados nos vêm o desespero, o medo, ainda mais porque somos frutos da escola tradicional. E passamos para os nossos alunos, muitas vezes sem perceber essas sensações, pois, a ideologia de que avaliar é aplicar provas, é medir e até punir o aluno.

Processo de avaliação deve abranger todas as facetas do ato de educar, entendendo-se por avaliação um processo mais extenso do que simples verificação de conhecimentos constituída pelos alunos, em um determinado momento de sua trajetória escolar. Deve ser considerado tanto o processo que o aluno desenvolve como o produto alcançado. Avaliar a aprendizagem, portanto, implica avaliar o ensino oferecido.

Segundo o Currículo da Educação Básica das Escolas Públicas do Distrito Federal reza que a ação educativa pressupõe objetivos a serem atingidos. Como ensinar e aprender são processos intimamente relacionados, à medida que o professor propõe os objetivos de seu ensino, está também prevendo as competências e habilidades a serem alcançadas pelos alunos como resultado da aprendizagem. Considera também a avaliação como processo de ajuda à afetividade do ensino e da aprendizagem, opta-se pela valorização das aprendizagens significativas que assegurem o domínio de competências e habilidades, de estratégias mentais do ato de aprender, da formação geral do aluno e dos processos criativos, e rejeita-se a avaliação como mecanismo meramente burocrático de classificação do aluno em termos de sucesso ou fracasso.

“A avaliação é essencial à educação.

Inerente e indissociável enquanto concebida como problematizadora, questionamento, reflexão sobre a ação. Educar, fazer ato de sujeito, é problematizar o mundo em que vivemos para superar as contradições, comprometendo-se com esse mundo para recriá-lo constantemente”.

(GADOTTI, 1984, p.52)

A polêmica em torno do que realmente seja avaliar, no campo educacional e bastante grande. Embora muito já se tenha sido discutido.

Luckesi (1997, p.36) define a avaliação da aprendizagem como um ato

amoroso, no sentido de que a avaliação, por si, é um ato acolhedor, integrativo,

(11)

inclusivo. Para compreender isso, importa distinguir a avaliação de julgamento, sendo este um ato de distinguir o certo do errado, incluindo o primeiro e excluindo o segundo.

Reconstruir a cultura escolar sobre o processo de avaliação a fim de inverter seu sentido, de modo que de produtor de produtor de fracasso se torne articulador do sucesso escolar das crianças tem sido um desafio para todos os professores, pois os mesmos não possuem conhecimento necessário para avaliar de fato e trabalhar os resultados dessa avaliação buscando a construção do conhecimento por parte do aluno e de si mesmo.

[...] o professor deve assumir a responsabilidade de refletir sobre toda a produção de conhecimento do aluno, promovendo o movimento, favorecendo a iniciativa e a curiosidade no perguntar e no e construindo novos saberes junto com os alunos.” (HOFFMANN, 1991, p. 75)

Para Vasconcellos (1998, p.19), a avaliação deve ser um processo abrangente da existência humana, que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisões sobre as atividades didáticas seguinte. De acordo com ele, a avaliação deveria acontecer acompanhando a pessoa em seu processo de crescimento e ser encarada com um instrumento inibidor, marcando as pessoas de forma negativa por muitos anos de sua vida.

Hoffmann (1991, p.69) afirma que da pré-escola à universidade, crianças e jovens são constantemente sentenciados por seus comportamentos e tarefas...

“Formal ou informalmente, cada vez que a criança brinca, fala, responde ou faz tarefas, está sendo observada e julgada por seus professores. A isto se denomina avaliação. Esta concepção abrange as ações de observação e julgamento, limitando-se a elas”

(p.69).

Acreditando que a avaliação sempre foi uma atividade de controle, que visava apenas selecionar. Neste sentido o prazer de aprender vai desaparecendo, pois a aprendizagem se resume em notas e provas.

“[...] constatamos que a pratica da avaliação é atravessada

por questões disciplinares, de controle dos alunos, de castigo de

condutas sociais que os alunos apresentam dentro e fora da

escola” (LUCKESI, 1997, p.73).

(12)

A avaliação não pode ser usada como tortura, mas como um processo de inter-relação entre professor e aluno, que está a serviço de uma pedagogia preocupada com a transformação social. A partir do momento que o professor se propõe avaliar, deverá ter em mente o objetivo desta avaliação, o que ajuda a decidir a que tipo de informação se deve recorrer e como analisá-la. A avaliação terá por objetivo garantir a qualidade da aprendizagem do aluno, sendo que ela deverá fazer parte do processo de construção e aquisição do conhecimento do mesmo. Mas para que isto não ocorra é preciso mudanças.

O principal agente desta mudança e desta reconstrução é o educador, suas concepções e sua pratica educativa; temos claro que nenhuma prática é neutra e que esta sempre serve a um modelo político de desenvolvimento econômico. O alicerce escolar encontra-se numa teia de relações entre os educadores, educandos e suas famílias, e em se falar sobre avaliação, esta é uma relação tensa. Portanto, a reconstrução da prática avaliativa supõe professores com a formação crítica, capazes de ampliar seu horizonte, de compreensão e o reconhecimento da necessidade de uma formação constante, bem como disposição para ser sujeito da mudança e construir algo diferente.

Luckesi (1997, 51) afirma que para esta mudança acontecer é preciso que o educador assuma um posicionamento pedagógico claro e explícito, tendo em vista que enquanto avaliamos exercemos um ato político, mesmo quando não o pretendemos. Também é preciso buscar novos rumos da prática educacional, pois

“teoria e prática formam uma unidade na ação para a transformação”, bem como é necessário resgatar a avaliação em sua essência constitutiva, concebendo-o como um “instrumento dialético do avanço”, sendo o identificador de novos rumos.

“A construção do ressignificado da avaliação pressupõe dos educadores um enfoque crítico da educação e do seu papel social” (HOFFMANN, 1991, p.112).

A identificação de novos rumos se dará também, a partir dos interesses de cada educador, não conformando - se com tudo que já temos pronto, e que a sociedade lhe impõe.

Sabemos que a nós educadores é confiada a tarefa de fazer com que o alunos aprendam, que sejam estimulados em suas mais diversas manifestações, que saibam sonhar e cultivar valores que lhes possam dar suporte em toda vida, que saibam argumentar e não sejam meros telespectadores. Nesta perspectiva, vemos o quanto a sociedade nos cobra, devendo reavaliar nossa postura com relação a nossa prática, Perrrenoud (1999) enfatiza ao afirmar que a avaliação não é um fim em si, mas uma engrenagem do funcionamento didático:

“A avaliação tradicional, não satisfeita em criar fracassos,

empobrece as aprendizagens e induz, nos professores, didáticas

(13)

conservadoras e, nos alunos, estratégias utilitaristas” (PERRENOUD, 1999, p. 18 ).

Infelizmente estamos "viciados" em sermos tradicionalistas, porque o novo nos assusta e nos deixa confusos, mas vêm a pergunta fatídica: Será que estamos sendo justos ao avaliarmos nossos alunos com estes instrumentos?

É desconfortável para qualquer educador o rótulo de que a avaliação serve como instrumento de coação, de controle, ainda mais quando se tem em mente uma conotação negativa desta ação de controlar.

“Os processo escolares de avaliação constituem instrumento de controle no âmbito do exercício da autoridade do educador. Uma autoridade enraizada tanto no conhecimento quanto na natureza da função desempenhada” (MACHADO, 2000, p.89) .

Talvez não nos damos conta o quanto utilizamos mal a avaliação. Nesta direção Luckesi (1997, p.47), afirma que os professores se utilizam dos procedimentos de avaliação como elementos motivadores dos estudantes e por meio da ameaça os mesmos estão sempre na expectativa de virem ou não a ser aprovados.

Conforme Machado (2000, p.89), para avaliar é preciso ir além da medida, recorrendo a indicadores mais complexos e a indícios de competência, tendo em vista que não se avalia por avaliar, mas para fundamentar uma decisão. Decisão esta, que deverá relevar se realmente houve uma aprendizagem significativa, citada por Lück, (1995, p.23/24, apud Salviano). Sob esta perspectiva, avaliar deixa de significar fazer um julgamento sobre a aprendizagem do aluno, para servir como um momento capaz de revelar o que o mesmo já sabe, os caminhos que percorreu para alcançar o conhecimento demonstrado, seu processo de construção do conhecimento, podendo potencializar, revelar suas possibilidades de avanço e suas necessidades para que a supere.

A avaliação propicia um momento de mudança, avanço, progresso, enfim, aprendizagem. Ela é processual, contínua, participativa, diagnóstica e investigativa. A avaliação faz parte do ato educativo, do processo de aprendizagem, avalia-se para diagnosticar avanços e entraves, para interferir, agir, problematizar e redefinir os rumos e caminhos a serem percorridos.

Continuando, nos diz a LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394/96, que a avaliação deve ser contínua e priorizar a qualidade e o processo de aprendizagem, sendo que os aspectos qualitativos devem prevalecer sobre os quantitativos. Porém, para que a avaliação sirva à aprendizagem é essencial que os professores conheçam cada um de seus alunos e suas necessidades, pois somente assim, poderá pensar em diferentes alternativas para que todos os alunos alcancem os objetivos.

Para Vasconcellos (1998, p 26), avaliação deve ser um processo

abrangente da existência humana, que implica uma reflexão sobre a prática, no

(14)

sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisões sobre as atividades didáticas seguinte. De acordo com ele, a avaliação deveria acontecer acompanhando a pessoa em seu processo de crescimento a ser encarada com um instrumento facilitador de tal processo, e não como inibidor do mesmo, marcando as pessoas de forma negativa pelo resto de suas vidas. Ela deveria possibilitar nosso conhecimento, por que aponta limites da ação e provoca descoberta de novos posicionamentos.

Almejamos uma avaliação participativa, libertadora, humanizante, diagnóstica, transformadora e qualitativa, não podendo ser classificatória e sim dinâmica, contínua, integrada, progressiva, voltada para os sujeitos, abrangente e cooperativa.

Devemos que ter consciência de que o ato avaliativo no fazer pedagógico

apresenta a função de promover a auto-estima no educando, levando-o a ser um

cidadão reflexivo e critico.

(15)

CAPÍTULO 3 - ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Visando o aproveitamento dos resultados obtidos com esse trabalho, elaboramos o presente capítulo, relatando os seguintes aspectos:

A metodologia adotada foi de natureza qualitativa, assumindo características de pesquisa participante.

Encontram-se definidos neste segmento os sujeitos da avaliação, os procedimentos para a coleta e análise de dados.

Os sujeitos da pesquisa foram os estudantes matriculados em duas turmas de 1ª série(C e D) do Ensino Fundamental e seus professores.

Em cada turma ficaram dois pesquisadores, que puderam observar as práticas de avaliação dos professores, a reação dos alunos ao serem avaliados, além de diagnosticar os fatores que interferem no processo ensino – aprendizagem, estabelecendo aí, as categorias da pesquisa.

Considerando que a avaliação deve ser contínua e constante, há necessidade de alunos e professores perceberem a importância e objetivos de uma avaliação voltada para a melhoria do processo ensino-aprendizagem, onde propusemos os seguintes instrumentos:

-Questionário – Aluno (Apêndice A) - entrevistas direcionadas aos alunos, que deveriam ser respondidos com auxílio dos seus responsáveis, propiciando verificar as reações das pessoas, esclarecimento de dúvidas e aceitação através do diálogo.

-Questionário dos professores (Apêndice B) acerca dos seus conhecimentos, suas concepções sobre avaliação como fator determinante no processo ensino – aprendizagem, sua consciência sobre o trabalho avaliativo desenvolvido.

-Roteiro para observação (Apêndice C), obtendo informações sobre professores e alunos, promovendo sempre uma avaliação contínua.

Durante a elaboração do projeto de pesquisa, a escolha do tema foi proposta pelo grupo, que sentiu a necessidade de explorar a problemática do assunto que seria abordado.

O grupo manteve-se unido na medida do possível durante a elaboração e

execução do trabalho.

(16)

Os encontros com a orientadora foram de grande importância para o desenvolvimento de todas as etapas do projeto, gerando momentos de reflexão e críticas.

Na etapa do desenvolvimento da pesquisa nos deparamos com alguns obstáculos e dificuldades mas, conseguimos superá-los e alcançar os objetivos esperados.

Alunos e professores observados pela pesquisa contribuíram bastante para

a realização do trabalho.

(17)

CAPÍTULO 4 –Organização, Análise e Discussão dos Dados

Este capítulo destina-se a esclarecer, de forma sistematizada, os dados coletados através dos instrumentos utilizados.

A pesquisa foi analisada de forma comparativa com estudo de caso das turmas e análise das práticas pedagógicas dos professores.

Foram formuladas proposições com novas alternativas pedagógicas para agregar ao processo avaliativo estabelecido visando à qualidade de acordo com os princípios em lei.

Todos os envolvidos na pesquisa ficaram informados sobre as proposições em relação às modificações a serem implantadas, tendo como objetivo principal melhorar as aprendizagens em curso e contribuir para o acompanhamento e orientação dos alunos.

Nas práticas docentes de avaliação da aprendizagem dos alunos, a

avaliação formativa tem sido proposta freqüente nos últimos anos como uma das alternativas à avaliação tradicional pautada em medidas e considerada autoritária.

O reforço de práticas pedagógicas inovadoras, contribuídas pelos professores a partir de uma reflexão sobre a experiência, parece ser a única saída possível.

4.1- Organização dos dados

Para melhor reflexão sobre as práticas pedagógicas, analisamos os

resultados obtidos através de instrumentos: questionário para responder junto com

seu responsável e questionário/ professor, além do roteiro de observação que

juntamente um relatório sobre a situação geral da turma, conforme a organização

abaixo relacionada:

(18)

4.1.1 – QUESTIONÁRIO /ALUNO

Este questionário foi respondido pelos alunos juntamente com seus pais e/ou responsáveis.

As questões que os alunos responderam foram as seguintes:

1) Idade?

2) Anos de vida escolar?

3) Já reprovou?

4) Você já fez prova escrita?

5) Você gostou? Por quê?

6) Você acha que deve receber nota até quando está brincando?

7) O que irá acontecer se você não “tirar” nota boa na prova escrita?

8) Você gosta do jeito que sua dá aula? Por quê?

Os dados apontados nas turmas C e D foram comentados e visualizados com gráficos. Dos 53 questionários distribuídos, somente 40 foram devolvidos aos pesquisadores, sendo 13 da turma C e 27 da turma D.

Diante dos resultados esperados podemos afirmar que:

(19)

Questão nº 1 os alunos responderam:

F P

Idades

1ª C 1ª D 1ª C 1ª D

06 2 1 15,384% 3,89%

07 9 23 69,232% 85%

08 2 3 15,384% 11,11%

Idade dos alunos da 1ª C e D

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

6 7 8

1ª C 1ª D

Os resultados da questão foram bastante coerentes com o esperado, a

maioria dos alunos tem sete anos, idade recomendada pela Secretaria de

Educação para iniciar a 1ª série.

(20)

Questão nº 2 os alunos responderam:

F P Anos de vida

escolar

1ª C 1ª D 1ª C 1ª D

01 1 3 7,69% 11,11%

02 10 19 76,93% 70,37%

03 - 3 0,00% 11,11%

04 2 0 15,38% 0,00%

05 - 2 0,00% 7,41%

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

1 2 3 4 5

1ª C 1ª D Anos de vida escolar dos alunos da 1ª C e D

Este gráfico nos mostra claramente que os alunos em idade escolar de 2, 3

e 4 anos foram as mesmas crianças que responderam ter idades entre 6 e 7

anos.

(21)

Questão nº 3 os alunos responderam:

F P Reprovou

1ª C 1ª D 1ª C 1ª D Sim 1 5 7,69% 18,51%

Não 12 22 92,31% 81.49%

Reprovou sim ou não entre os alunos da 1ª C e D

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

sim não

1ª C 1ª D

Se observarmos o gráfico anterior, podemos afirmar, o número de alunos

que tem a idade de vida escolar de 5 anos da 1ª série D, são os mesmos que

declararam já ter reprovado, índice de reprovação um pouco alto com relação a 1ª

C.

(22)

Questão nº 4, os alunos responderam:

F P Já fez prova

escrita

1ª C 1ª D 1ª C 1ª D Sim 0 1 0,00% 3,71%

Não 12 26 100.00% 96,29%

Alunos da 1ª C e D que já fizeram prova escrita sim ou não

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

sim não

1ª C 1ª D

Segundo relato dos professores todos os alunos que responderam o

questionário já fizeram prova escrita, os alunos que responderam que ainda não

fizeram, provalvemente não entenderam a pergunta.

(23)

Questão nº 5 os alunos responderam:

F P Gostou de

fazer prova

1ª C 1ª D 1ª C 1ª D Sim 6 16 46,17% 59,25%

Não 3 6 23,07% 22,22%

Não respondeu 4 5 30,76% 18,53%

Os alunos da 1ª C e D responderam se gostaram de fazer prova escrita.

10 0 20 30 40 50 60 70 80 90 100

si m

o

o res pon

der am

1ª C 1ª D

Apesar dos números apresentarem que os alunos gostam de fazer prova

escrita, nos surpreendeu a quantidade de alunos que não responderam a esta

questão. O gostar da prova escrita é um pouco complicado se o aluno tem a visão

que esta ira classificá-lo, não qualificá-lo.

(24)

Questão 6, foi preciso que explicássemos mais de uma vez para uma compreensão melhor.

F P Acha que deve

receber nota...

1ª C 1ª D 1ª C 1ª D Sim 3 8 23,07% 29,62%

Não 9 16 69,24% 59,25%

Não

responderam

1 3 7,69% 11,11%

Alunos da 1ª C e D que acham ou não que devem receber nota quando estão brincando

10 0 20 30 40 50 60 70 80 90 100

si m

na o

na o res pon

der am

1ª C 1ª D

A concepção de brincar para as crianças que responderam a este

questionário, não esta ligada a uma atividade pedagógica, assim para eles de

ambas turmas, a maioria acha que não devem ser avaliados pois o momento é

simplesmente brincar.

(25)

Questão nº 7 vale comentar, pois as respostas foram as mais diversas assim não havendo possibilidade para a formulação de gráficos. Na questão 07 o que iria acontecer se os alunos tirassem uma nota ruim na prova escrita, muitos falaram que iriam apanhar de seus responsáveis, outros falaram em reprovação, outros já afirmaram que nada ia acontecer, e ou frases como “vou estudar para melhorar”.

Questão 8 os alunos responderam:

F P Gosta da

professora

1ª C 1ª D 1ª C 1ª D Sim 2 7 84,62% 74,07%

Não 11 20 15,38% 25,93%

Alunos da 1ª C e D que responderam se gostam ou não da professora

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

nao sim

1ª C 1ª D

Entre os alunos que responderam que não gostam do professor da turma

C não expuseram motivos já os alunos da turma D, explicaram que não gostam

por que o professor grita muito, deixa sempre de castigo. Mas num geral os alunos

disseram sentir afeto pelos professores.

(26)

4.1.2 - QUESTIONÁRIO / PROFESSOR

Os professores da Escola Classe 08 da Ceilândia responderam a um questionário, que o grupo de pesquisadores analisaram da seguinte forma, classificamos os sujeitos como Professor C e Professor D.

As questões respondidas e analisadas foram as seguintes:

1) Quais suas concepções sobre a avaliação como fator determinante no processo ensino-aprendizagem?

2) O que é avaliar para você?

3) Você se avalia? De que forma e qual a finalidade?

4) Em sua prática pedagógica faz uso de alguma linha ou método referido por algum autor?

5) Para punir o seu aluno você utiliza a avaliação como um meio? Por que?

As questões respondidas e analisadas foram as seguintes:

Questão 1

Professor C- Se pararmos pra pensar tem tudo a ver, pois quando sou avaliada, estou buscando uma melhoria na minha prática pedagógica, visando o melhor em todo esse processo, para proporcionar uma aprendizagem significativa e um ensino de qualidade.

* A resposta do professor foi bastante coerente e inteligente, mostrando que a mesma preocupa-se com sua postura avaliativa e quer mudanças.

Professor D- A avaliação vai classificando as diferenças, nós professores vamos tentando tornar esse “diferente” em ser “normalizado”

seguindo um padrão de referência se ele sobe na classificação avança, se não

(27)

vira um problema. A escola para mim precisa mudar os processos avaliativos dessa forma que está a exclusão só aumentará.

* A resposta da professora foi um pouco confusa, mostrando uma indecisão do assunto, porém ao fim da resposta ele fala de uma mudança que segundo ela deverá acontecer na escola.

Questão 2

Professor C - É muito além de notas, ser 10 em tudo. Mas, é algo muito além, a importância da participação, do interesse. O que muitos dos nossos alunos Às vezes não vão bem numa prova escrita, trabalho, mais outros que tem requisitos que precisam ser levados em conta pelo professor.

* O professor valoriza fatores que vão além de meras notas, como a participação e o interesse do aluno e que devem ser levados em conta pelo professor.

Professor D- Nós professores estamos preocupados tanto no aprendizado que será avaliado externamente (currículo) que esquecemos o que queríamos que os alunos aprendessem. A avaliação precisa incorporar as perspectivas pedagógicas, que apreendam o ser humano na totalidade. A avaliação só como instrumento de poder faz comparações, assim esquecemos das diferenças.

*De acordo com o entendimento do grupo, o professor demonstra uma grande preocupação com o cumprimento do currículo.

Questão 3

(28)

Professor C- Desde que fiz o PROFA ( Curso de Formação de Professores Alfabetizadores) e agora o Nota 10, sempre tenho me preocupado com a minha prática, sei que tenho muito o que melhorar e propor algo significativo e que seja atraente para o aluno.

• Vemos que este busca o aprimoramento profissional, participando de cursos, o que demonstra, mais uma vez sua preocupação com a qualidade do ensino e real aprendizagem de seus alunos.

Professor D - Sempre procuro estar me avaliando, se estou agindo certo com um aluno e outro, o que devo fazer para atingir a maioria, em uma turma lotada às vezes a teoria não funciona e tenho que dar meus pulinhos, falta muita coisa para fazer, perfeita sei que não sou, acredito que precisamos de um sistema de avaliações em vários níveis e com enfoques diferentes e assim mesmo ainda seremos injustos.

• Nesta resposta o professor D, percebe que ao fazer a auto- avaliação está contribuindo para sua melhoria, fazendo uma reflexão sobre o que é considerado bom para seus alunos e o que é considerado ruim.

Questão 4

Professor C- Bem. Tenho feito alguns trabalhos, reflexões sobre o assunto,mas não seguindo ao pé da letra, mas tenho contemplado as idéias de Pedro Demo e Paulo Freire.

• O professor C citou autores consagrados e conhecidos por seus trabalhos e por sua luta no campo educacional, o que podemos considerar louvável:

sua busca de conhecimentos.

Professor D- Em minha prática, não sigo uma linha ou método

particular, a verdade que acontece hoje em minha sala é o ajuste, para uns o

tradicional vai bem, para outros o construtivismos é perfeito, na maioria das

(29)

vezes a busca de conceito dados pelos alunos é uma maravilha, ficou claro que uso do bom senso para trabalhar.

• Novamente o Professor D mostrou-se confuso, suas concepções ainda não se interagem, mostrando realmente que ele não tem uma linha ou um fio condutor para seu trabalho agindo apenas pelo senso comum.

Questão 5

Professor C- Sim. Sempre que não vamos ao recreio ou quadra, ou deixamos de fazer alguma atividade, sempre questiono o porque dessa situação. No intuito de que os alunos reflitam e eles mesmos dizerem o

“porque”. Considero muito importante. É igual a mãe disciplinar o filho e antes não conversar, não dizendo porque ele vai ser disciplinado.

• O professor C utiliza-se da avaliação de comportamento como forma de punir seus alunos, essa atitude, considerada empiricamente pelo grupo de pesquisadores, antiquada e tradicionalista, não desabona as condutas previamente analisadas, uma vez que estamos lidando com um ser humano, passível de erros e acertos.

• O professor D não manifestou seu parecer sobre essa questão.

Comentários Gerais

De um modo geral, o grupo de pesquisadores conclui que os

professores pesquisados / observados estão preocupados com o bom

rendimento escolar de seus alunos;estão em constante avaliação de sua

prática pedagógica;entretanto,em menor intensidade por parte do Professor D,

que mostrou-se ainda confuso em relação à sua práxis, que envolve medidas

tradicionais, que em nada contribuem para o desenvolvimento de seus alunos,

(30)

4.1.3 - ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO / COMENTÁRIOS

Observações realizadas nos dias 23 e 24 de maio de 2004, realizada na Escola Classe, 08 de CEILÂNDIA, nas turmas de 1ª série C e D, de acordo com os procedimentos abaixo relacionados:

a- as práticas de avaliação utilizadas em sala de aula:

b- a reação dos alunos diante da situação de avaliação:

c- a postura dos professores diante das reações dos alunos:

d- o desfecho das situações

O grupo de pesquisadores contou com um instrumento a mais, que enriqueceu o trabalho. Em tal instrumento constam as seguintes informações:

A Escola Classe 08 localizada na EQNN 5/7 da Ceilândia Norte; possui um grupo composto por 20 professores, 1 diretor, 1 vice- diretor, 1 assistente, 1 secretario e 8 auxiliares de limpeza. A escola, em seu projeto político pedagógico, diz trabalhar de acordo com os pressupostos construtivistas.

Sua estrutura física procura atender a comunidade escolar num todo, tendo uma quadra esportiva, 13 salas de aula, 1 pátio interno e 1 externo, 1 biblioteca desativada, 1 sala de vídeo e 1 cozinha.

A turma C é composta por 18 alunos, em sua maioria moradora das proximidades. A turma em geral, segundo Diagnóstico Inicial da Turma contido no Diário de Classe, sociabiliza bem com o professor e demais servidores. Destes 18 alunos, 3 são diagnosticados alunos portadores de necessidades especiais, 2 são repetentes, 12 vieram da Educação Infantil e 1 do lar.

A turma D é composta por 35 alunos, sendo 16 meninas e 19 meninos.

Também de acordo com o Diagnóstico Inicial da Turma contido no Diário de

Classe, 9 alunos são repetentes, 20 vieram da Educação Infantil, 3 do lar e 3 de

(31)

outras Unidades. Quanto à aprendizagem da turma apresenta baixo rendimento em leitura interpretação oral e produção escrita.

As turmas estão organizadas de acordo com os níveis da sociopsicogênese, sendo que a turma C encontra-se no nível silábico ( escreve uma letra para cada sílaba. Se não conhece o alfabeto, um sinal gráfico qualquer para cada sílaba. Na frase pode usar uma letra para cad palavra). Já a turma D encontra-se no nível alfabético (já compreende que a escrita possui uma função social: a comunicação)

Todas as informações foram retiradas da secretaria da Escola

Diante dos itens observados, chegamos aos seguintes resultados:

1- As práticas de avaliação utilizadas nas salas de aula foram:

1.1 avaliação de atividade artística individual, onde as crianças deveriam confeccionar uma flor de papel crepon, com finalidade de montar um mural.

1.2 avaliação de atividade escrita individual, onde as crianças deveriam copiar da lousa os cuidados que se deve ter com os bebês e responder questionários.

Observou-se que as professoras fazem o planejamento semanal juntas a execução das competências e o desenvolvimento das habilidades ocorre em dias diferentes, fato que facilitou a observação, pois o grupo de pesquisadores pôde observar situações distintas num mesmo dia.

2. A reação dos alunos nas classes observadas converge da seguinte maneira:

2.1 na turma C os alunos tiveram uma reação positiva e construtiva

(32)

Uma reação que já estávamos esperando pois esta turma mostrou-se muito empenhada em realizar as tarefas e ouvir os comandos da professora, logo quando iam sendo avaliado agiam naturalmente, refaziam quando a professora pedia, agradeciam quando recebiam elogios referentes a tarefa.

2.2 na turma D- os alunos mostraram-se intimidados pelas ações da professora.

As crianças desta turma eram muito inquietas para realizarem as tarefas e quando pediam auxilio para a professora, a professora fazia as tarefas ou respondia que já havia sido explicado, assim percebemos que havia certo receio por parte dos alunos em pedirem a correção de suas tarefas.

3 – A postura do professor diante das reações dos alunos também se converge, assim;

3.1 na turma C – a professora passava em todas as carteiras incentivando os alunos.

Percebemos que a professora utiliza o incentivo como parte de sua avaliação, ao mesmo tempo em que esta elogia dá dicas para que seus alunos melhorem ou reforcem a atividade.

3.2 na turma D- a professora ameaçava os alunos, dizendo que iria chamar os responsáveis dos mesmos e perdia a paciência, dando as respostas, além de riscar a atividade dos alunos.

Neste item, o grupo observou que nesta ocasião a professora demonstrou uma postura enérgica em demasia com os alunos, utilizando a avaliação como forma de obter o silêncio e a atenção dos alunos, fato que não ocorreu, pois à medida que o tempo passa, a turma torna-se mais inquieta e dispersa.

4- O desfecho das situações foi bem diferente;

4.1 na turma C- todos os alunos concluíram a atividade satisfatoriamente.

(33)

Esta reação já era esperada, pois as crianças foram bem instruídas para realização das atividades.

4.2 na turma D- alguns alunos não concluíram a atividade.

Reação também já esperada, visto que a professora não direcionava o trabalho, chegando fazê-lo para os alunos, este não receberam estímulos para realizá-los já que a professora o faria.

4.2 Análise dos dados.

A partir da organização dos dados, verificou-se que Classe C enfrenta alguns obstáculos, como a presença de alunos D. M. (Deficientes Mentais) e ausência de capacitação pela professora para lidar com tais alunos. Mesmo assim, a professora age calmamente, tentando promover a igualdade entre os alunos.

A Classe D, por sua vez, não apresenta alunos PNEE (Portadores de Necessidades Especiais), mas as atitudes da professora não condizem com a série em questão, pois a mesma utiliza-se de palavras e expressões de difícil compreensão às crianças e na maioria das vezes, não esclarece as dúvidas das mesmas, comportando-se, dessa forma, de maneira autoritária e excludente.

Observamos também, que esta utiliza a avaliação com intuito de medir conhecimentos, não como forma de verificação para uma possível intervenção na aprendizagem.

4.3 Discussão dos dados.

Os pesquisadores, considerando os objetivos da pesquisa, os dados

coletados e analisados estabeleceram as seguintes categorias a saber:

(34)

4.3.1 - Categoria I - As práticas avaliativas no processo pedagógico.

4.3.2 – Categoria II – Fatores que interferem no processo ensino-aprendizagem.

Cada uma será analisada, tendo por base o Referencial Teórico apresentado.

F oram analisadas as seguintes práticas avaliativas:

Avaliação de atividade artística individual e avaliação de atividade escrita individual.

O primeiro aspecto dessa discussão é “como considerar o fato de avaliar uma produção artística”?

GADOTTI responde a essa questão quando afirma que “a avaliação é essencial à educação”.

HOFFMANN também colabora com suas proposições ao afirmar que”o professor deve assumir a responsabilidade de refletir sobre toda produção de conhecimento do aluno, promovendo o movimento”.

MACHADO (2000, p.89) colabora quando afirma que “para avaliar é preciso ir além da medida”, pois o professor C avaliou o processo de elaboração de atividades de seus alunos.

Analisando a situação observada na turma C LUCKESI (1997, p.36) será citado pois diz que “avaliar é um ato amoroso” onde o professor C trata os alunos com respeito demonstrando carinho por eles.

O professor C demonstra pleno compromisso com a função política do ato

avaliativo,, citada por LUCKESI (1997, p.51), que também afirma que “ teoria e prática

formam uma unidade de ação”, podemos observar tal unidade pois o próprio cita

autores que embasam sua prática. Durante a avaliação de atividade escrita individual,

nota-se a postura tradicional do professor D e suas conseqüências, onde

PERRENOUD (1999, p.18) descreve de forma brilhante tal postura, afirmando que “A

avaliação tradicional, não satisfeita em criar fracassos, empobrece as aprendizagens

e induz, nos professores, didáticas conservadoras e, nos alunos, estratégias

utilitaristas”, pois o mesmo utiliza a avaliação como medida; as didáticas

conservadoras podem ser observadas quando o mesmo grita, risca as atividades e

responde as mesma para os alunos; já as práticas utilitaristas podem ser observadas

no fato de alguns alunos não se interessarem em realizar as tarefas (buscar

respostas), pois já sabem a maneira como o professor regira ao final das mesmas.

(35)

Após realizar a discussão sobre as práticas avaliativas (Categoria I) o grupo expõe as idéias dos mesmos autores a respeito dos fatores que interferem no processo avaliativo (Categoria II), abaixo relacionados.

• a falta de capacitação do professor C, para lidar com alunos portadores de necessidades especiais, uma vez que os mesmos interferem no andamento da aula, visto um trecho da Declaração de Salamanca (apud SERIQUE,2003, p.124) afirma que “os sistemas educativos devem ser projetados e os programas aplicados de modo que tenham em vista toda gama dessas diferentes características e necessidades”

• a falta do que LUCKESI (1997, p.51) define como “ um posicionamento pedagógico claro e explicito” por parte do Professor D, que mostra-se confuso em suas concepções e se contradiz entre a teoria e a prática. Já o professor C apresenta um pensamento também defendido por LUCKESI (1997, 51):

“Teoria e prática formam uma unidade na ação para a transformação”, quando age de maneira ética e cita autores como Paulo Freire que fundamenta suas ações;

• a má utilização da avaliação, que como LUCKESI (1997, 47) enfatiza é utilizada “ como elemento motivador dos estudantes e por meio da ameaça os mesmos estão sempre na expectativa de virem ou não a ser aprovados”.

A análise das categorias estabelecidas atendeu à proposta inicial, que era

identificar como ocorre o processo de avaliação nas turmas de 1ª série da Escola

Classe 08 de Ceilândia e os fatores que interferem nesse processo.

(36)
(37)

CAPÍTULO 5 –Considerações Finais/ Proposições e Sugestões

Este trabalho buscou apresentar a avaliação como um fator determinante no processo ensino-aprendizagem. Considerando os dados obtidos na pesquisa realizada, modalidade qualitativa, tipo híbrida-empirica e prática, faz-se necessário as seguintes conclusões:

Os professores pesquisados apresentaram maneiras diferentes de avaliar, pois ao passo que o professor C mostra-se preocupado com a mudança de sua postura avaliativa, o professor D ainda utiliza-se de práticas tradicionais ao avaliar seus alunos.

Para os pesquisadores a concepção de avaliação implica em rever sobretudo as concepções de conhecimento, de ensino, de educação e de escola que cada educador traz consigo. Impõe pensar em um novo projeto político- pedagógico apoiado em princípios e valores, comprometidos com a criação do cidadão crítico, pensante, emancipado.

Está na hora de substituir a pedagogia do fracasso e da repetência por uma pedagogia da permanência na escola, do sucesso e da promoção emancipação humana, com oportunidades para todos freqüentarem a escola privilegiando o redimensionamento das ações dos envolvidos na busca de aperfeiçoar o processo de ensino-aprendizagem, utilizando-se da avaliação como um recurso que informa sobre o a aprendizagem significativa.

Nesta avaliação, há que se considerar o desenvolvimento do aluno em seu cotidiano. Mesmo quando se aplicam testes e provas deve haver um espaço para que o aluno explique o porquê de suas respostas. Nesta perspectiva “as provas estão viciadas desde o princípio, já que se estabelecem determinadas relações entre os professores e alunos que estão tingidas de hipocrisia, quando não de inimizade. A filosofia da prova é a do engano, a do caçador e da caça e, portanto, não promove a cumplicidade necessária entre professor e aluno” (ZABALA,2000 ).

A escola precisa criar um ambiente estimulante, onde os alunos possam

construir sua aprendizagem aprendendo a aprender, pesquisando e reconstruindo,

(38)

sem medo da ação avaliativa que será realizada pelos educadores e até pelos próprios educandos. Aceitar a avaliação como sendo um processo natural é fundamental para reconhecer o erro, refazer e reconstruir, incorporando a avaliação como um desafio, superando-se a cada dia. Os educadores precisam descobrir que mais do que nunca, este é o momento de refletir sobre como o aluno aprende, de questionar, duvidar, investigar e conviver com a incerteza e divergência.

Podemos afirmar que existe uma preocupação cada vez maior, por parte dos educadores, em transformar sua práxis, entretanto, não podemos afirmar em que medida isso vem ocorrendo, uma vez que tal ato é pessoal e intransferível.

Nesse contexto surge a questão: é possível este redimensionamento da prática avaliativa? Os dados levantados mostram que sim, porém, primeiramente é preciso que os educadores estejam dispostos a mudar suas práticas cristalizadas e aos poucos ir se livrando dos velhos hábitos para poder avançar, pois o educador passa a ser problematizador e mediador, desafiando os educandos que agora são investigadores críticos, permeados por constantes diálogos, pois a educação como prática de liberdade deve negar o conceito de isolamento e abstração do ser humano, assim como tornar o mundo uma presença constante em seu diálogo.

A avaliação como fator determinante no processo ensino- aprendizagem é um ato político-pedagógico que proporciona a mudança, o avanço, a transformação, a aprendizagem, a autonomia e a iniciativa, não apenas a atribuição de notas ou conceitos para reprovar ou aprovar o educando, sem possibilidades de crescimento.

Segundo Freire (1996, p.31 ), ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo, ou seja, a educação problematizadora e como prática da liberdade exige de seus personagens uma nova concepção de comportamento. Ambos são educadores e educandos, aprendendo e ensinando em conjunto, mediatizados pelo mundo.

Após concluir o trabalho de pesquisa, surgiu uma indagação que poderá ser

abordada futuramente.

(39)

Em que medida os professores das séries iniciais do Ensino Fundamental das Escolas Públicas do Distrito Federal estão envolvidos no processo de redimensionamento da prática avaliativa?

Espera-se que brevemente tal indagação possa ser analisada e sirva como

um instrumento de mudanças significativas no âmbito educacional

(40)

BIBLIOGRAFIA

BRASIL, Parâmetros curriculares Nacionais, Temas Transversais 5ª a 8ª séries.

Currículo da Educação Básica das Escolas Públicas do Distrito federal, Ensino fundamenta Secretária de Estado de Educação, 1ªa 4ª série, janeiro 2000.

BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases do Ensino Fundamental 9394/96.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.

GADOTTI, Moacir. Pedagogia: diálogo e conflito. São Paulo: Ática, 1993.

HOFFAMANN, Jussara. Avaliar para promover: as retas do caminho. Porto Alegre:

Mediação: 2001.

LUCKESI, Cipriano. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e preposições.

São Paulo: Cortez, 1997.

PERRENOUD, Phillippe. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre:

Artes Médicas Sul, 1999.

SERIQUE, Jorge Augusto Borges. Aprendendo a Aprender. Guia de Formação para Professores das Séries Iniciais. Brasília, 2003.

VASCONCELLOS, Celso dos S. Superação da lógica Classificatória e excludente da avaliação. Do “é proibido reprovar” ao é preciso garantir a aprendizagem. São Paulo. Libertad: 1998..

ZABALA, Antoni. Educação Infantil inspira a avaliação formativa. In: Nova Escola.

Edição 138, 2000. Acesso em 13 de maio de 2005. Disponível em <http://

www.revistanovaescola.abril.uol.com.br/ed/138/dez00/htmal/zabala.doc>

(41)

APÊNDICE

(42)

APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO PARA RESPONDER JUNTO COM SEU RESPONSÁVEL

Senhores pais e/ou responsáveis;

Gostaríamos de pedir a Vossa colaboração em estar respondendo junto ao seu filho este pequeno questionário, que faz parte de uma pesquisadores que estudam no Centro Universitário de Brasília – UniCEUB.

Questionário a ser respondido pelo aluno com auxílio de seu responsável.

1) Idade?

_______________________________________________________________

2) Anos de vida escolar?

_______________________________________________________________

3) Já reprovou?

_______________________________________________________________

4) Você já fez prova escrita?

_______________________________________________________________

5) Você gostou? Por que?

__________________________________________________________________

____________________________________________________________

6) Você acha que deve receber nota quando está brincando?

_______________________________________________________________

7) O que irá acontecer se você não “tirar” uma nota boa na prova escrita?

_______________________________________________________________

8) Você gosta do jeito que sua professora dá aula? Por que?

(43)

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

APÊNDICE B

QUESTIONÁRIO/ PROFESSOR

Prezado Professor,

Este questionário é parte integrante de uma pesquisa e tem como finalidade levantar dados a respeito de suas concepções sobre a avaliação da aprendizagem. Antecipamos nossos agradecimentos por sua colaboração e participação neste trabalho.

1)-Quais suas concepções sobre a avaliação como fator determinante no processo ensino-aprendizagem?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

______________________________________________________________

2)-O que é avaliar para você?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

______________________________________________________________

3)-Você se avalia? De que forma e qual a finalidade?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4)-Em sua prática pedagógica faz uso de alguma linha ou método referido por algum autor?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5)-Para punir o seu aluno você utiliza a avaliação como um meio? Por que?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

(44)

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

APÊNDICE C

ROTEIRO PARA A OBSERVAÇÃO

Turma:

Nº de alunos:

Itens a serem observados:

1- As práticas de avaliação utilizadas na sala de aula;

2- Reação dos alunos no ato avaliativo;

3- Postura do professor diante as reações dos alunos;

4- Desfecho da situação;

5- Comentários gerais.

1_________________________________________________________________

__________________________________________________________________

_________________________________________________________________

2_________________________________________________________________

__________________________________________________________________

________________________________________________________________

3_________________________________________________________________

__________________________________________________________________

_________________________________________________________________

4_________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

5_________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

(45)

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Referências

Documentos relacionados

(2008), o cuidado está intimamente ligado ao conforto e este não está apenas ligado ao ambiente externo, mas também ao interior das pessoas envolvidas, seus

No desejo de poder contribuir de forma significativa para a prática pedagógica e, ao mesmo tempo, ampliar os conhecimentos, optou-se, neste trabalho pelo tema: Competências

Partindo de teorias que colocam a curiosidade da criança como algo que pode ser despertado por meio de jogos e brincadeiras, ampliando assim seus conhecimentos e desenvolvendo

Diante da apresentação desses problemas, que podem ser utilizados como ferramenta de contribuição para os casos de aprendizagem da escrita, o autor relata (Ibidem, p. 8) que

Professor 1: “Não. Já vi adestramento corporal.” “Recreativos”. Professor 2: “Observei mais em jogos e brincadeiras esportivas nos horários de recreio. De 1 a 4 séries,

(2009) sobre motivação e reconhecimento do trabalho docente. A fim de tratarmos de todas as questões que surgiram ao longo do trabalho, sintetizamos, a seguir, os objetivos de cada

O Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica (Proeb), criado em 2000, em Minas Gerais, foi o primeiro programa a fornecer os subsídios necessários para que

Esta autora se baseia nos estudos de Apple realizados em 1998, a respeito do neoliberalismo e educação na perspectiva político e pedagógica de Paulo Freire, para compreender o que