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CARACTERIZAÇÃO DA PESCA E PERFIL DOS PESCADORES ARTESANAIS DE UMA COMUNIDADE ÀS MARGENS DO RIO TAPAJÓS, ESTADO DO PARÁ RESUMO

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CARACTERIZAÇÃO DA PESCA E PERFIL DOS PESCADORES ARTESANAIS DE UMA COMUNIDADE ÀS MARGENS DO RIO TAPAJÓS, ESTADO DO PARÁ

Diego Maia Zacardi* Silvana Cristina Silva da Ponte**

Ádria Juliana Sousa da Silva***

RESUMO

Caracteriza a dinâmica da pesca artesanal na comunidade de Miritituba, município de Itaituba, estado do Pará. Os dados levantados a partir da aplicação de 50 questionários semiestruturados junto às lideranças, pescadores e demais atores sociais envolvidos com a pesca na região. Os apetrechos de pesca mais utilizados são a rede de espera, linha de mão, zagaia, espinhel, tarrafa e arpão. Os principais recursos explorados os aracus (Schizodon spp.; Leporinus fasciatus), sendo as espécies mais frequentes no desembarque e dominantes em volume de captura, seguida pelo tucunaré (Cichla spp.), jaraqui (Semaprochilodus spp.) e pescada branca (Plagioscion squamossissimus). Outros peixes como o surubim, acará, pacu, mapará, fura-calça, branquinha e sarda foram considerados pouco frequentes. Na comercialização predomina a participação do atravessador, agente intermediário que compra 80% da produção do município. Essa dependência pescador/intermediário decorre da falta de infraestrutura de desembarque, armazenagem e distribuição de gelo. Por conta disso os intermediários possuem certo poder de determinar preços, além de estimularem relações de comercialização primitivas como a troca de peixes por remédios, roupas, equipamentos de pesca ou, ainda, adiantamento de dinheiro nas entressafras, causando prejuízos aos pescadores e elevando o custo do pescado para o consumidor final.

Palavras-chave: Atividade Pesqueira. Análise Socioeconômica-Estado do Pará-Amazônia

* Engenheiro de Pesca; Doutor em Ciência Animal; Professor do Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas, Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Santarém (PA). E-mail: dmzacardi@hotmail.com.

** Graduanda do Curso de Engenharia de Pesca da UFOPA, Santarém (PA). E-mail: silvanacristinasp@hotmail.com.

*** Graduanda do Curso de Biologia da UFOPA. Santarém (PA). E-mail: adria_julian@hotmail.com.

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FISHING CHARACTERIZATION AND SOCIOECONOMIC PROFILE OF THE ARTISANAL FISHERMEN COMMUNITY THE RIVER MARGINS TAPAJOS, PARA STATE

ABSTRACT

This paper describes the dynamics of the fishing community of Miritituba in the city of Itaituba, Para state. The data were collected from the application of 50 semi-structured questionnaires to the leaderships, fishermen and other social actors involved with the regional fishing. The most commonly used fishing gears are gillnets, hand line, spear, longline, casting net and harpoon. The main exploited fish stocks are aracus (Schizodon spp.; Leporinus fasciatus), the most common species in the landing and dominant in catch volume, followed by the peacock bass (Cichla spp.), jaraqui (Semaprochilodus spp.) and hake (Plagioscion squamossissimus). Other fish such as catfish, cichlid, pacu, mapará, bored pants, whitey and freckle were considered offbeat. The participation of the middleman is prevalent on the marketing fish, which is intermediary responsible for buying 80% of the local production. This dependence fisherman/intermediate stems from absence of landing infrastructure, storage and distribution of ice. On that account intermediaries have a certain ability to determine prices, and stimulate primitive commercialization relationships as exchanging fish for medicine, clothes, fishing equipment or cash advance in the between harvests, causing losses to fishermen and raising the cost of fish to the final consumer.

Keywords: Fishing Activity. Socioeconomic Profile - Pará State – Amazon.

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1 INTRODUÇÃO

Pescarias artesanais na Região Norte do país fornecem alimento e empregos diretos para muitas populações ribeirinhas que apresentam um dos maiores consumos per capta de peixe do mundo (BATISTA et al., 2004), evidenciando a dependência direta das comunidades tradicionais aos recursos pesqueiros. A pesca contribui ainda no incremento de renda e ocupação de mão de obra nas economias locais, no fornecimento de proteína animal, na identidade e fortalecimento social do sistema de crenças e valores agregados na atividade pesqueira (RAMOS, 2008).

A compreensão dessa atividade na Amazônia brasileira, ainda, representa um desafio, sobretudo quanto aos aspectos da gestão dos recursos pesqueiros e definição de políticas de manejo (BATISTA et al., 2012; RUFINO, 2004).

As pesquisas nestas áreas são relevantes em função do destaque da produção amazônica frente às demais regiões do País, pelo volume e riqueza de espécies capturadas que se agregam a uma diversidade cultural e tecnológica tornando a atividade complexa e de difícil compreensão.

A pesca artesanal desempenha um papel fundamental na produção de pescado do país, sendo responsável por mais de 60% dos desembarques continentais. A Região Norte responde por 55,7% da produção pesqueira de água doce brasileira totalizando 248.911 toneladas em 2010, fortemente impulsionada pelos estados do Amazonas (70.896 t) e do Pará (50.949 t). Esta região concentra cerca de 38%

dos pescadores artesanais do país e o estado do Pará contribui com 223.501 pescadores entre homens e mulheres (BRASIL, 2012).

O rio Tapajós apresenta baixo volume de desembarque e produção de pescado quando comparado a outros rios amazônicos, como o Solimões/Amazonas. As baixas concentrações de nutrientes associadas às águas claras limitam a produtividade pesqueira. Além disto, a superfície inundável da bacia do Tapajós é relativamente pequena e restringe a disponibilidade de fontes de alimento para as teias tróficas (CAMARGO et al., 2005; CAMARGO et al., 2012). Embora a produção pesqueira do Tapajós seja inferior a de outros rios amazônicos, fornece expressiva quantidade de pescado seja para fins de consumo ou para aquariofilia.

Assim, é prioritária a consolidação de bases científicas para o manejo das pescarias e, consequentemente, a conservação da diversidade íctica, pois várias comunidades que dependem da produção e comercialização dos produtos da pesca artesanal, como meio fundamental de renda e alimentação, estão submetidas muitas vezes a situações de pobreza, riscos sociais e ambientais que tendem, em longo prazo, comprometer o desempenho da cadeia produtiva (SANTOS, 2005).

Neste contexto, o objetivo do trabalho foi analisar os aspectos socioeconômicos da atividade pesqueira e o processo de comercialização do pescado capturado pelos pescadores artesanais de Miritituba, às margens do rio Tapajós, município de Itaituba, estado do Pará, visando obter subsídios para a gestão dos recursos pesqueiros da região.

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Fonte: Trabalho de campo/GPS.

As coletas de dados realizadas em ações junto à comunidade, no segundo semestre de 2012, obtendo-se informações a partir de observações diretas e entrevistas aos pescadores artesanais que residem às margens do rio Tapajós. Também levantados dados

primários em visitas a mercados e feiras de intenso fluxo de comercialização de peixes, em locais de desembarque de pescado, e junto aos revendedores, comerciantes locais e demais atores sociais envolvidos com a prática da pesca.

2 MATERIAL E MÉTODOS

Os dados utilizados neste trabalho foram levantados em visitas de campo à comunidade de Miritituba (41° 16' 00" S e 55° 54' 00" W),

localizada à margem direita do rio Tapajós (Mapa 1), no município de Itaituba, oeste do estado do Pará.

Mapa 1 - Localização da comunidade de Miritituba, Itaituba, estado do Pará

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Durante as entrevistas foram aplicados questionários semi-estruturados através de abordagens diretas, de forma fragmentada e aleatória ao longo do período de amostragem, onde se obteve dados gerais dos informantes como importância da pesca artesanal no orçamento familiar, relação com outras atividades econômicas, tempo de pesca, frequência das pescarias, locais utilizados para a pesca, métodos e aparelhos utilizados, espécies frequentemente capturadas e as mais comercializadas, época de maior intensidade da pesca, forma de comércio e conservação do pescado, locais de venda, melhores épocas do ano para a prática da pesca e destino da produção.

Na definição do tamanho da amostra foram considerados todos os pescadores que atuam ao longo do rio Tapajós como área de pesca, bem como a receptividade dos pescadores, feirantes e autoridades/entidades reguladoras da atividade pesqueira na região, abordados no período de amostragem, obtendo ao término da aplicação dos

questionários um total de 50 entrevistados. Além das informações declaradas pelos pescadores em suas entrevistas, levaram-se em conta os relatos informais e a percepção e interpretação dos próprios pesquisadores (BRUYNE et al., 1977).

Os dados obtidos foram tabulados no software Microsoft® Excel 2007 e apresentados na forma de gráficos e tabelas. As análises das informações relativas às temáticas abordadas nos questionários foram agrupadas e examinadas de forma qualitativa e quantitativa, submetidas à estatística descritiva, para cálculo de frequência como descreve Triola (2005).

A escala empregada como critério para determinação das principais espécies capturadas na região foi a seguinte: > 70 % muito frequente;

70 – 40 % frequente; 40 – 10 % pouco frequente e < 10 % esporádica. As espécies dominantes foram aquelas com abundância relativa total superior a 2%, além de frequência de ocorrência acima de 70%.

3 RESULTADOS

Na dimensão social, foi observado que a organização da categoria se dá por meio da Colônia de Pescadores (CP) e neste estudo, mais de 90% dos pescadores artesanais entrevistados declararam ser cadastrados na CP Z-56, no município de Itaituba, que tem 889 pescadores cadastrados (homens e mulheres), sendo a maioria da pesca artesanal.

Quanto à idade dos pescadores artesanais, variou entre 16 e 74 anos, com mais de 45% na faixa etária de 45 a 60 anos. A maioria é do sexo masculino, possui escolaridade referente ao ensino fundamental incompleto e exercem a atividade a mais de 15 anos.

A composição da maior parcela das famílias (63%) variou de dois a cinco

integrantes e 36% possuíam mais de cinco pessoas. A renda declarada obtida com a atividade pesqueira predominou com menos de um salário mínimo mensal, podendo variar até quatro salários mínimos. Destes pescadores, 90% afirmaram possuir casa própria e residem na comunidade.

A pesca artesanal antes desenvolvida como forma de subsistência, hoje já não é mais a única atividade econômica. Apesar de 60% declararem que atuam em tempo integral no setor, outros, também, desenvolvem atividades para complementar a renda familiar.

Entre as principais estão àquelas relacionadas à agricultura, carpintaria, madeireiras, serviços mecânicos, entre outras (Tabela 1).

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Tabela 1 - Perfil socioeconômico dos pescadores artesanais entrevistados na comunidade de Miritituba, Itaituba, estado do Pará

Fonte: dados da pesquisa.

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A maioria dos pescadores (65%) relatou que o verão (período mais seco), como a melhor época para exercer a atividade pesqueira, devido às águas apresentarem seus níveis mais baixos proporcionando maior concentração dos peixes ao longo do rio, diminuindo o tempo e esforço de pesca. Contudo, os pescadores que destacaram o período mais chuvoso como sendo melhor para realizar a atividade pesqueira, justificam que nesta época o peixe se torna mais escasso e somente o pescador de “verdade” sabe onde o peixe está localizado, alcançando desta forma os melhores valores de venda.

Foi constatado que todos os entrevistados têm o conhecimento correto sobre o período de proibição da atividade pesqueira na região e alguns pescadores afirmam não obedecer ao defeso. A época de defeso dos peixes de piracema ocorre entre os dias 15 de novembro a 15 de março, sendo estabelecida com base no ciclo reprodutivo das espécies reofílicas. Entretanto, mesmo com o Seguro Defeso disponibilizado pelo Governo Federal, estes pescadores cadastrados ainda registram manifestações de inconformidade, motivados pela pesca predatória e pela prática ilegal da pescaria por pessoas não cadastradas e que não respeitam os regulamentos de proteção das espécies durante a desova. Os pescadores afirmam que o desaparecimento do pescado se deve principalmente à falta de fiscalização pelos órgãos competentes na região.

Uma característica da atividade pesqueira é o tipo de ambiente que os pescadores

exploram e diversos locais da pesca são utilizados pelos entrevistados, sendo o rio Tapajós o ambiente mais explorado. O tempo médio gasto para chegar a esses locais varia substancialmente, sendo determinado pela distância da área explorada com o local de saída do pescador, além da potência do motor das embarcações. Estes pescadores em geral executam a atividade com 2 a 5 tripulantes, sendo frequente a participação de outros membros da família.

As principais embarcações usadas pela comunidade local constituem-se de canoas confeccionadas de madeira movidas a remo (Fotografia 1A), variando entre 3 a 4m e capacidade de 200 e 300 kg, utilizadas com motores de propulsão de baixa potência do tipo

“rabeta” (5,5 e 6,5 HP de potência) ou movidos a gasolina (Fotografia 1B). Elas possuem cauda longa, permitindo que a hélice fique próxima à superfície da água favorecendo a navegação em locais rasos com rochas, como é o caso do rio na região; este tipo de transporte é empregado quando a pesca é praticada distante das moradias. Canoas variando em comprimento de 3 a 6 m, com capacidade de 700 kg a 1 t, movidas por motores de 10 HP e o barco de pequeno porte (BPP) que varia entre 7,5 a 13 m de comprimento (Fotografia 1C), com capacidades de 2,5 e 10 t, utilizados com motores de centro a diesel de 12 a 18 HP. O tipo de embarcação dominante é a canoa movida a propulsão de baixa potência, representando um percentual médio de 68% de acordo com o relato dos entrevistados.

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Fonte: acervo dos pesquisadores.

O tamanho pequeno das embarcações locais é importante para a garantia de uma boa pescaria ao longo da área de estudo, uma vez que a região é constituída de diversos bancos de areia e pedras totalmente expostos no período de seca, restando apenas faixas estreitas disponíveis para a navegabilidade nestas condições de amplitude no nível da água.

As embarcações de forma geral são rústicas, sem estrutura para armazenamento e conservação do produto, mas a maioria dos pescadores utiliza caixas isotérmicas com gelo para manter o pescado resfriado. Mas, alguns ainda acondicionam diretamente sobre a superfície do barco in natura até o momento de desembarque para comercialização.

Neste estudo, os métodos de captura registrados ao longo do rio Tapajós pelos pescadores artesanais de Miritituba foram;

- malhadeira: redes retangulares que operam de forma vertical na coluna d’água as quais se estendem ao longo do canal do rio, nos pontos de passagem dos cardumes, normalmente confeccionadas com fios de nylon (monofilamento ou multifilamento). Utilizada para capturar peixes de superfície, meia-água

e de fundo considerada uma arte seletiva quando projetada para um determinado tamanho de peixe. Costumam ser usadas presas a “poitas” (pesos ou âncoras) com tempo de imersão de até 24 h, ou ainda, por meio do

“lanço” quando distribuída a favor da corrente mantendo-se uma das extremidades das tralhas presas à embarcação, e recolhida em seguida, sendo utilizadas por todos os tipos de embarcações e suas dimensões são proporcionais ao tamanho da embarcação; as malhas mais utilizadas são de 40 cm e 50 cm;

- linha de mão: utilizadas na captura de peixes de fundo e meia-água, normalmente composta de uma linha principal onde se prende um ou mais anzóis e na extremidade é fixada uma chumbada. A embarcação permanece ancorada ou à deriva e, logo após o peixe ser fisgado, a linha é recolhida de forma manual, também denominada vulgarmente de “anzol”;

- zagaia: instrumento semelhante ao arpão, com duas, três ou mais pontas com farpas, utilizada na captura de peixes de médio e pequeno porte.

É fixado na extremidade de uma vara (2 a 3 m), sendo empregado na pesca noturna com lanterna, farol ou outro tipo de atração luminosa;

Fotografia 1 - (A) canoas de madeira, (B) motor do tipo “rabeta” utilizado como propulsor, (C) barco de pequeno porte (BPP), utilizado na pesca artesanal pelos pescadores de Miritituba, Itaituba, estado do Pará

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- espinhel: consiste de uma linha principal ou mestra com anzóis fixados em linhas secundárias. Os números e tamanhos de anzóis utilizados dependem da espécie alvo a ser capturada e o comprimento varia com o tamanho e capacidade da embarcação;

- tarrafa: consiste numa rede circular de diâmetro variável orlada de chumbos redondos, ou “balas”, colocados entre cada duas malhas, na extremidade inferior da manga (a “bolsa”

ou “arrufo”), esta manga possui uma malha mais apertada que a do pano e está disposta de modo a formar uma bolsa que servirá para reter o peixe durante a captura. É utilizada por um só pescador, podendo ser lançada de dentro de uma embarcação ou da margem de rios e lagos. O processo de pesca consiste em recolhê- la, minutos depois de lançada, e repetir seguidamente o trabalho;

- arpão: constituído de uma pequena peça de ferro pontiaguda, com uma ou duas farpas laterais, sendo normalmente utilizado para arpoar espécies que se encontram na superfície da coluna d’água, o arpão costuma ser preso com cabo para evitar a perda por erro de alvo.

De maneira geral, todos os métodos são estratégias utilizadas pelos pescadores para capturar espécies com diferentes comportamentos e hábitos, além de aproveitar aquelas cuja captura aumenta em diferentes períodos do ciclo hidrológico (seca, enchente, cheia e vazante). Porém, as artes de pesca passivas foram as mais empregadas em toda a comunidade, sendo a rede de espera (rede de

emalhar, malhadeira) citada como principal apetrecho utilizado (79,55%), entretanto existem pescadores que preferem apetrechos mais tradicionais, tais como: linha de mão (38,64%), espinhel (18,18%), zagaia (9,09%), tarrafa (6,82%) e arpão (6,82%).

A maior parte dessa variedade de apetrechos, apesar de simples, é apropriada e bem adaptada às condições locais de pesca e às características locais fortemente influenciados pela variação anual de precipitação e inundação.

Todos citam que os peixes capturados são utilizados para consumo e o excedente é comercializado, sendo o gelo a principal forma de conservação do pescado e mantidos em caixas isotérmicas até o seu desembarque.

Dentre os entrevistados 84% citaram que os peixes capturados são usados para comercialização e consumo, o restante declarou ser o pescado usado apenas para consumo próprio.

Na comunidade de Miritituba, as mulheres exercem papel importante na pesca, pois, junto com maridos e filhos dividem as funções da atividade pesqueira, como: pilotagem das embarcações, retirada dos peixes emalhados, eviscerar e “ticar” os peixes (Fotografia 2A) e são as principais responsáveis pelos consertos das redes de pesca (Fotografia 2B), caracterizando a identidade da família enquanto pescadores artesanais. Percebe-se, portanto, que a unidade de produção da pesca corresponde, na maioria das vezes, à unidade familiar.

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Fonte: acervo dos pesquisadores.

Observou-se que quando a unidade de produção é formada por relações de vizinhança e parentesco distante, a pesca neste caso, constitui-se uma sociedade de co-participação, as relações de trabalho não são formais e não existe assalariamento. A divisão da produção ocorre no sistema de partes, por meio de acordos entre os participantes. A produção mensal de pescado varia em média entre 50 a 800 kg de pescado.

A diversidade de espécies potencialmente exploráveis pela pesca artesanal foi considerada

pequena, sendo citadas apenas 11 espécies de peixes. Os aracus/piaus (Schizodon spp.;

Leporinus fasciatus) foram as mais frequentes e dominante nas capturas, seguida pelos tucunarés (Cichla spp.). Peixes como o jaraqui (Semaprochilodus spp.) e a pescada branca (Plagioscion squamossissimus) foram frequentes, e as demais como o surubim (Pseudoplatystoma sp.), acará (Ciclidae), pacu (Myleinae) e mapará (Hyphophtalmus spp.), pouco frequentes (Gráfico 1). Espécimes como o fura-calça (Pimelodus spp.), branquinha (Curimata spp.) e sarda (Pellona spp.) consideradas esporádicas.

Fotografia 2 - (A) Pescador artesanal, esposa e filha eviscerando, ticando e lavando o pescado. (B) Pescador e esposa entralhando a malhadeira, na comunidade de Miritituba, Itaituba, estado do Pará

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Fonte: dados da pesquisa.

Em relação aos organismos descartados no momento da captura, foi comum entre os pescadores o comportamento de rejeito de peixes considerados juvenis (pequenos) ou de baixo valor comercial. Declaram que os principais motivos para a preferência, na captura de algumas espécies, seria a maior disponibilidade destas no ambiente, além do alto valor de mercado. O surubim e o tucunaré são os peixes que alcançam os maiores valores de venda.

A comercialização ocorre de forma direta, normalmente vendida para moradores e visitantes, todavia, o atravessador (intermediário) ainda é o maior comprador absorvendo 80% da produção pesqueira da comunidade. A dependência do pescador em relação ao intermediário é decorrente da falta de uma

melhor estrutura de desembarque, armazenagem e distribuição de gelo, fazendo com que este intermediário dite preços, troque peixes por remédios, roupas, equipamentos de pesca ou ainda adiante dinheiro nas entressafras.

Essa prática resulta da falta de organização dos pescadores como um segmento social, sendo prejudicial a eles, pois diminui o seu ganho e eleva o custo do pescado para o consumidor. O pagamento pelo pescado é realizado em dinheiro e, geralmente, feito no momento da entrega, quando é pesado e vendido.

Quando questionados sobre o declínio dos estoques pesqueiros foram unânimes em responder que a pesca vem diminuindo e relacionaram este fato à pesca ilegal no período Gráfico 1 - Frequência de ocorrência dos peixes mais capturados pelos pescadores artesanais entrevistados

em Miritituba, Itaituba, estado do Pará

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de defeso e ao grande número de pescadores ilegais o que vem provocando a competição por espaço. Ao perguntar sobre quais sugestões dariam para melhorar a atividade pesqueira, citaram uma maior fiscalização por parte dos órgãos responsáveis, a retirada dos pescadores ilegais e o incentivo ao cultivo (piscicultura).

Segundo relato dos entrevistados a prática da pesca artesanal acontece ao longo de toda a

margem do canal do rio Tapajós e suas áreas de inundação (Mapa 2). A marcação dos pontos foi definida segundo a constatação in loco de pescadores praticando a atividade ou vestígios de “fateixas” (varas de fixação das malhadeiras) nas margens do rio, lagos e igarapés marginais.

Outros exemplos de ambientes aproveitados para a captura de pescado são as praias e os poços, formados na calha do rio durante o período de seca.

Mapa 2 - Localização dos pontos de pesca georreferenciados sobre o rio Tapajós, próximos a comunidade de Miritituba, Itaituba, estado do Pará

Fonte: dos autores.

O município de Itaituba possui grande potencialidade para a pesca esportiva e essa modalidade atrai por ano grande número de turistas do Brasil e do exterior. Os próprios moradores da região já exploram essa atividade de pesca como lazer. Portanto, em conjunto, esses

fatores predispõem à comunidade e ao município como um todo condições extremamente favoráveis de desenvolvimento econômico.

Durante a pesquisa de campo, não foi observada à comercialização do pescado em feira

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livre, estando esta prática concentrada, apenas, dentro do Mercado Municipal Beira Rio de Itaituba (sede do município), situado em frente à comunidade. Assim, a caracterização foi limitada aos feirantes presentes no momento da abordagem. Todos eles relataram que o pescado comprado em sua maioria diretamente do pescador é transportado e conservado em gelo do porto de desembarque até o local de comercialização nos boxes do mercado.

De uma maneira geral, foi exposto pelos feirantes que a melhor época para comercialização do produto é no verão.

Nos boxes de venda de pescado observou- se a comercialização de peixe seco, peixe salgado, peixe fresco e filé de pescado. Todos os

vendedores afirmaram manter o peixe resfriado ou congelado até o momento da venda ao consumidor final, e citaram o aracu/piau como o pescado de maior procura e de maior saída, sendo o pirarucu aquele que alcança os maiores valores de venda. Apenas um vendedor comercializava peixes com origem de outro município, no caso, vindo de Santarém.

Quando questionados sobre quais sugestões dariam para melhorar a atividade pesqueira, a maioria citou o respeito do período de defeso, a instalação de uma fábrica de gelo, pra atender a demanda dos pescadores da região e maior infraestrutura no mercado, para comercializar os peixes tratados (eviscerados e filetados), agregando valor e garantindo a qualidade do produto.

4 DISCUSSÃO

A utilização do conhecimento científico juntamente com o conhecimento tradicional dos entrevistados permitiu mapear os principais pesqueiros utilizados pelos pescadores artesanais da comunidade de Miritituba, além de obter uma descrição dos apetrechos de pesca, identificar os principais recursos capturados e formas de comercialização do pescado.

Foi observada na área de estudo que a prática da pesca, é intensa, realizada de maneira tradicional e constituída de um conjunto de unidades produtivas com alguns traços comuns a prevalência de parceria como relação básica de trabalho.

A produção visando principalmente a subsistência familiar e o uso de embarcações de madeira de reduzido tamanho, combinado com o emprego de apetrechos de pesca de confecção e/ou manutenção com predominância da forma artesanal, ainda é de grande importância social,

econômica e cultural para a comunidade.

Corroborando as características estabelecidas por Loureiro (1985) e Isaac e Barthem (1995) como atividade pesqueira de caráter essencialmente artesanal e de pequena escala, em geral com a produção destinada, à comercialização nos mercados regionais, e com padrões de sazonalidade.

Os pescadores apresentaram baixa remuneração, provavelmente devido às características específicas da região amazônica, em que os valores da renda podem variar de acordo com o ciclo hidrológico, que interfere de forma positiva ou negativa nas capturas. Assim como observado em outros municípios em que a pesca artesanal foi analisada e muitos pescadores sobrevivem com renda inferior a um salário mínimo (BORCEM et al., 2011; CARDOSO; FREITAS, 2006; LOURENÇO et al., 2003). Esta realidade induz muitos integrantes a alternar ou migrar do setor, devido a renda pela pesca ser inferior ao

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básico para sobreviver, levando-os a abandonar a atuação, primeiramente, com os filhos, que passam a operar em outras atividades econômicas.

A pequena parcela dos pescadores com menos de 30 anos de idade, demonstra que a pesca é proporcionalmente pouco explorada pelos mais jovens que, em geral, vêm buscando a inserção em outras atividades nos centros urbanos. Apesar disso, a amplitude na faixa etária evidencia a participação por diferentes gerações dentro da atividade, sugerindo que a transferência de aprendizado seja passada de pai para filho. No entanto, grande número de pescadores não deseja que os seus filhos se dediquem ao ofício de pescador. Fato preocupante podendo ser ligado à desvalorização da atividade.

O baixo nível de escolaridade encontrado entre os pescadores não difere de outras localidades (BORCEM et al., 2011; LIMA et al., 2012; SANTOS-FILHO et al., 2011; SEIXAS;

BEGOSSI, 2010). Essa realidade compromete às ações de capacitação e de conscientização organizativa da classe, condição indispensável para promoção do setor, culminando na fraca atuação política dos pescadores, assim como observado por Isaac (2006), onde afirma que este fato, aliado à utilização das Colônias de Pescadores como instrumentos de poder político ou benefício econômico, por parte de seus dirigentes, criaram descrédito na entidade.

Neste contexto, a condição do estado do Pará é semelhante ao descrito no Amapá por Silva e Dias (2010), em que a gerência deficiente da maioria das entidades não possui preparo para o cargo, permanecendo vulneráveis aos vícios, propensos ao despotismo e corrupção, quando compactuam com aumento dos seus quadros sociais com falsos pescadores profissionais que passam a ser a maioria. Logo, a organização de classe destes necessita de uma depuração pelo poder público, além de capacitação gerencial e associativa, para

progresso de forma autônoma em seu funcionamento satisfatório e compartilhamento de responsabilidade com o poder público e na gestão e execução das políticas de desenvolvimento deste importante setor econômico do estado.

Por ser uma das principais atividades do setor primário em geração de emprego e renda e de não haver a necessidade de mão de obra formalmente especializada, a pesca artesanal acaba por absorver um grande número de pessoas trabalhando de forma direta e indireta (ALMEIDA et al., 2001; FISHER et al., 1992), além do pagamento de benefícios como o seguro desemprego da classe de pescadores profissionais, gerando a extensa busca pela filiação junto as Colônias (LIMA et al., 2012;

SILVA; DIAS, 2010).

Independente da arte de pesca empregada, este estudo apresenta um forte componente territorial relacionado a localização geográfica da comunidade às margens do rio, onde residem estes pescadores e por estar situada em frente à sede do município, Itaituba. Desta forma, concentram suas pescarias, preferencialmente, nas margens do rio Tapajós, lagos e igarapés do entorno, por serem áreas de pesca menos onerosas, sem necessidade de utilização de gelo e baixo consumo de combustível. Assim, estes ambientes mostram-se como um importante meio de subsistência para a comunidade.

A dependência econômica pela atividade pesqueira declarada pela maioria dos pescadores entrevistados, em Miritituba, também foi verificada entre pescadores de outras regiões (ALMEIDA et al., 2008; CARDOSO et al., 2004; FURTADO et al., 2006; LIMA et al., 2012; SANTOS-FILHO et al., 2011; SOUZA; MENDOÇA, 2009), sendo a prática da agricultura citada como a principal ocupação parcial complementar de renda. Essa necessidade pode estar relacionada ao número de dependentes desses trabalhadores, pois geralmente há nessas

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comunidades, uma média de cinco filhos por família. Essa combinação de atividades revela uma estratégia para a manutenção de fontes diversificadas de rendimento, variáveis de acordo com os distintos ciclos produtivos, sendo comum entre pescadores de pequena escala de outras regiões do país (CARDOSO et al., 2006).

A profunda interação dos ribeirinhos com o ecossistema aquático amazônico é refletida no processo de exploração dos recursos pesqueiros, sendo possível identificar padrões sazonais em seu uso, na exploração de ambientes, na distribuição e abundância das espécies capturadas, e na escolha dos apetrechos de pesca (DORIA et al., 2008; 2014; FREITAS et al., 2002).

A utilização predominante de canoa motorizada com deslocamentos menores, em pescarias de no máximo um dia de duração (permanecendo nas proximidades da sede do município), demonstra a importância destas embarcações como geradora de renda e de alimento nesta localidade, além de abastecer o mercado pesqueiro municipal. Dados semelhantes, do tipo de embarcação e duração das pescarias, também, foram registrados por Cardoso e Freitas (2007) e Doria et al. (2012), na bacia do rio Madeira, e em outros locais da bacia amazônica, como no Baixo Amazonas (ISAAC et al., 2004) e no Médio Solimões (GONÇALVES; BATISTA, 2008;

VIANA, 2004).

A realidade observada em Miritituba é semelhante a outras comunidades pesqueiras ao longo do rio Tapajós, onde não existe nenhum avanço na tecnologia dos métodos de captura sendo bastante rudimentares e seletivos, utilizando a malhadeira e outros apetrechos tradicionais. Essa escolha do uso de redes (malhadeira) como principal método de pesca empregado, está possivelmente associado a diversos fatores como:

a facilidade de uso por uma pessoa, pela possibilidade de desenvolver outras atividades

como a agricultura, enquanto a rede permanece armada, pela possibilidade de manutenção e por explorar uma grande diversidade de espécies. Para os pescadores, seu emprego permite maior retorno econômico, com maior volume de captura (em quilograma). Tendo como fator negativo a pesca de espécimes com tamanho inferior ao permitido, além daquelas que se encontra em período de desova. Esta informação demonstra a preocupação que os pescadores têm com a diminuição do estoque e com a conservação dos recursos.

Na concepção de Béné e Tewfik (2001), a escolha do pescador pela alternativa de pesca se fundamenta na maximização do lucro e sofre influência de uma variedade de fatores como a expectativa de captura, custo, tecnologia disponível, padrões passados de pesca, tradição, disponibilidade dos estoques e regulamentações de gestão.

A atividade pesqueira artesanal na Amazônia tem atributos peculiares que devem ser levados em consideração para efetivação do gerenciamento da pesca de pequena escala. Para Doria et al. (2012), o sucesso na gestão deste tipo de pesca, deve ser refletida na mudança de táticas e estratégias, buscando uma abordagem integrada das informações científicas.

Apesar de a diversidade biológica local ser bastante exuberante, a captura de peixes se concentra em uma pequena parcela dos recursos disponíveis. Deste modo, a escolha do pescador acerca de algumas espécies-alvo se baseia na sazonalidade de captura do recurso explotado ao longo do ano e ao seu retorno econômico.

Dentre os pescadores entrevistados, foi ressaltada a importância do respeito ao defeso, a qual representa o período que permite a procriação dos peixes e a perpetuação das espécies no ambiente fluvial (Piracema). É durante esse período que os peixes tornam-se

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presas fáceis à captura dos pescadores os quais desrespeitam a natureza e também a legislação vigente. Alguns comentaram: existem aqueles que não respeitam a lei, e continuam pescando durante a proibição e destacaram a preocupação com o recurso, argumentando, desta forma os peixes irão desaparecer e consequentemente, muitos perderão sua fonte de renda.

Aliar o conhecimento científico ao conhecimento tradicional dos pescadores artesanais na identificação e delimitação das áreas de pesca pode ser o passo inicial para que medidas de gestão e manejo em parceria com os próprios pescadores possam ser elaboradas e aplicadas.

Segundo Isaac (2006) a falta de oportunidades e incentivos para a educação formal e profissional apropriada às condições dos pescadores, bem como a ausência, na maior parte dos casos, de conhecimentos sobre as regras básicas de gerenciamento de negócios em uma sociedade estritamente capitalista, faz do pescador, em especial o de pequena escala, um trabalhador sem instrumentos sociais e econômicos para melhorar a sua condição de vida.

Assim como observado no presente trabalho, em algumas comunidades de outras

regiões do estado, a pesca artesanal, ainda, é desenvolvida como principal fonte de renda (RIBEIRO et al., 2010; SANTOS, 2005; SILVA et al., 2007). Porém, a atividade requer dos pescadores um conhecimento etnoecológico que possibilite a utilização dos recursos pesqueiros e que garanta a “sustentabilidade”

da atividade (MACHADO-GUIMARÃES, 1995).

De acordo com Borghetti (2000), a sustentabilidade dos recursos pesqueiros nas bacias hidrográficas depende da adoção de alternativas que considerem os aspectos sociais, econômicos, tecnológicos e ambientais de forma integrada.

A abordagem convencional do manejo pesqueiro baseada exclusivamente em métodos científicos, ignorando o conhecimento tradicional dos pescadores, é encarada por Schafer e Reis (2008), de difícil implementação, inoperante e caro, pois os pescadores não fazem parte do processo de tomada de decisão, e consequentemente, não cumprem as regras estabelecidas. Deste modo, parece clara a necessidade de que para alcançar o uso sustentável dos recursos naturais deve haver um compromisso coletivo e explícito entre usuários, gestores e outros grupos de interesse, tendo como resultado uma forte identidade social.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A atividade pesqueira realizada na comunidade de Miritituba apresenta-se como artesanal e de pequena escala, de acordo com a maioria das comunidades que vivem as margens do rio Tapajós, sendo comum o uso de pequenas embarcações de madeira e apetrechos de pesca rudimentares, com maior utilização da malhadeira na captura do pescado local.

Os ambientes explorados diariamente pela maioria dos pescadores entrevistados

mostram-se como um importante meio de subsistência para esta comunidade que se desenvolve no seu entorno, sendo uma das principais fontes de ocupação de mão de obra, de alimentos e de renda. O surubim e o tucunaré representam as espécies de peixes mais rentáveis. Entretanto, a deficiente estrutura de produção e comercialização dos produtos da pesca condiciona a frágil perspectiva de desenvolvimento para o setor pesqueiro local.

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Os dados prospectados mostram que a falta de uma política adequada, de fiscalização dos órgãos responsáveis, de investimento socioeconômico e a péssima gestão dos recursos pesqueiros, representam impedimentos ao desenvolvimento do setor. Contudo, o

conhecimento sobre as atividades da pesca é essencial para o desenvolvimento e implementação de planos de manejo e conservação dos estoques pesqueiros na região, para que a pesca se torne sustentável e que promova a valorização do pescador tradicional.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem aos pescadores locais de Miritituba, aos comerciantes de pescado do Mercado Municipal Beira Rio e à

Colônia de Pescadores Z-56 de Itaituba, que apoiaram a execução deste estudo.

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