A Ilustre Casa de Ramires
Eça de Queirós
Português Adelaide Barreira
“Na polidez da tarde, entre a folhagem Que o Outono amadurece…”
Introdução
Eça de Queirós
A Ilustre Casa de Ramires Referências
Passado ao presente
Conclusão Bibliografias
“Junto à fonte mourisca, entre os
ulmeiros,
Introdução
A Ilustre Casa de Ramires
Romance baseado em duas narrativas Gonçalo Ramires (presente) Tructesindo Ramires (passado)
Eça de Queirós
Nome: José Maria Eça de Queirós Ano de Nascimento: 1845
Local de Nascimento: Póvoa de Varzim
Características: maior romancista da
literatura portuguesa; grande adepto da
literatura francesa; grupo dos “Vencidos da Vida”.
1861/1866 – estudou direito na tradicional
Universidade de Coimbra;
Presenciou a “Questão do Bom Senso e do
Bom Gosto”;
1867/1872 – carreira jurídica, jornalista e
escritor;
1870 – Conferências do Casino reafirmaram
“Ai! Que dos teus negros olhos,
Me vem hoje a perdição…”
1886 – casa-se com Emília, a filha do Conde
de Resende e a partir dessa data ingressa no grupo “Os Vencidos da Vida”.
Os Vencidos da Vida
"Os Vencidos da Vida".
Da esquerda para a
direita, Ramalho
Ortigão, Eça de Queirós,
conde de Ficalho,
António Cândido
(sentados); conde de Sabugosa, Carlos de
Lima Mayer, Carlos
Lobo d'Ávila, Oliveira Martins, marquês de
Soveral, Guerra
Junqueiro e conde de Arnoso.
Os Vencidos da Vida
Grupo caracterizado por apresentar uma
complexidade ideológica bastante comume em pleno século XIX;
Fruto e mistura do ‘Decantismo’, ‘Niilismo’
e ‘Aristrocacismo’ que marcaria a fase da produção queirosiana;
Quanto às obras de Eça, encontram-se
divididas em 3 partes:
1ª Prosas Bárbaras;
2ª Realista Naturalista;
Prosas Bárbaras
Prosas próximas do espírito romântico;
Marca o início do “principio romancista” de
Eça; a sua maneira de interpretar o ser feminino;
Eça igualava as mulheres como deusas de
“Baldadas são as tuas queixas
Escusados são os teus ais,
Que é como eu morto fora,
E não me verás nunca mais!”
Realista - Naturalista
Crítica à sociedade portuguesa e burguesia
portuguesa;
Destacam-se:
‘O Crime do Padre Amaro’, ‘O Primo Basílio’;
“Ai estás, forte e soberba,
Com uma história em cada ameia,
Torre mais velha do reino,
Torre de Santa Ireneia!”
Quadra a Múncio Ramires «Dente de
Abrandamento da Crítica
Reconciliação com Portugal, Romances:
‘A Ilustre Casa de Ramires’; ‘A Cidade e as Serras’
Idealização do passado português –
GONÇALO RAMIRES
Personagem principal: Fidalgo da Corte; Autor da novela: A Torre de Ramires,
Anais da Literatura e da História: onde a sua
novela é publicada;
Política: é eleito deputado quando se muda
para Lisboa;
Inércia psíquica: a incapacidade de optar por
Gonçalo representa Portugal… … Eça: o Homem Português… Gonçalo: é a imagem de Portugal!
VIDEIRINHA
Derradeiro Trovador Português;
Companheiro e grande amigo de Gonçalo; Caracterizado pelas suas quadras e
cantigas;
Versos com uma intenção satírica,
Quando Gonçalo é eleito deputado, ocupa
“À moça, que na fonte enchia a
bilha
O frade rouba um beijo e diz
Amém!”
JOSÉ LÚCIO CASTANHEIRO
Algarvio, muito magro de óculos azuis; Alcunha de ‘Castanheiro Patriotinheiro’; Fanático pela ressurreição do sentimento
português…
Empregado no Ministério de Fazenda; Trabalhava na revista: “Os Anais da
Literatura e da História;
“Que líquido fulgor dos negros
olhos!
Que fartas tranças de lustroso
ébano!”
GRACINDA RAMIRES
Irmã de Gonçalo, pequena e frágil personagem; Anda numa “guerra” amorosa com André
Cavaleiro, e chega a casar-se com Barrolo;
Chega a cometer adultério, quando entrega-se
TITÓ
(Tructesindo Ramires) Personagem baseada num parente da
esposa de Eça;
Segundo a narrativa, era parente afastado
de Gonçalo;
Bonacheirão e indolente; come e bebe
muito;
Casamento com Ana Lucena? Acha-a
manhosa e diz ter dois amantes (dizendo que ele é um deles)
ANDRÉ CAVALEIRO
Personagem de cabelos ondulados,
bigodes negros, bem formado e educado;
Filho de uma general, oriundo de uma
família rica;
Governador Civil do distrito de Coimbra; Grandes conhecimentos literários: é
confiado para representar as Cortes de Bragança;
“Lágrimas irrepresas lhe rebentam,
Anfa o arnês c’o o soluçar ardente!”
IRMÃS LOUSADAS
“e na desditosa cidade não existia nódoa,
pecha, bule, rochedo, coração dorido,
algibeira arrasada, janela entreaberta, poeira a um canto, vulto a uma esquina, chapéu
estreado na missa, bolo encomendado nas Matildes, que os seus quatros olhinhos
furantes de azeviche logo não
descortinassem e que a sua solta língua, entre os dentes ralos não comentasse com
Narra a história de Gonçalo Mendes Ramires
(personagem central de Eça);
Analogia perante a História de Portugal:
mudanças políticas e tradições,
Escrita e publicada sob humilhação do Ultimato
“Ora quem te vê solitária
Torre de Santa Ireneia…”
A Ilustre Casa de Ramires – Eça de Queirós
Retorno ao Colonialismo e Aristocracia,
A vida de Eça, é vivida através do Fidalgo de Vila
Clara;
Protagonista de Eça torna-se autor de uma
novela;
Ancestral de Gonçalo: Tructesindo Ramires –
personagem referente ao passado;
A Ilustre Casa de Ramires – Eça de Queirós
Duas histórias fazem um romance de formação –
romance da arte de escrever;
“a escrita é um trabalho árduo, duro e requer
muito esforço!”;
É esta concepção, tão oposta aos românticos,
“Quem te verá que estremeça,
Torre de Santa Ireneia,
Assim tão negra e calada,
Por noites de lua cheia!”
do Passado … ao Presente
Romance trabalhado com o Paralelismo; 2 personagens = tempos diferentes, mas
representam a mesma família;
Presente: é Gonçalo que vive a história, com a
concorrência na política, na sua novela, nos seus “amores”, marcando assim a imagem de
Portugal;
Passado: é representado por Titó: membro da
A Ilustre Casa de Ramires – Eça de Queirós
Episódio da batalha de Aljubarrota – Titó era
Alferes Mor de Sancho I;
Torre de Ramires: “cada membro Ramires é uma
“Ai, que junte os seus cavaleiros
E que salve o rei de França!”
«O estilo d’ A Ilustre Casa de Ramires apresenta uma
verdadeira síntese do melhor estilo queirosiano em todas as suas oscilações, e é o fruto de um desejo sincero de
compreensão profunda do destino português e das
possibilidades de superação do sentimento de decadência da pátria tão característico da geração do grande EÇA DE QUERÓS!»
“Nem trilho d’ave em balançado
ramo!
Nem fresca flor junto de fresco
arroio!
Só rocha, matagal, ribas soturnas,
E em meio o pego, tenebroso e
No âmbito da disciplina: Português