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MELHORIA DO PROJETO DE UM APLICADOR DE COLA COM O APOIO DOS MÉTODOS AV, DFMA E FMEA

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MELHORIA DO PROJETO DE UM

APLICADOR DE COLA COM O APOIO

DOS MÉTODOS AV, DFMA E FMEA

Carla Cristina Amodio Estorilio (UTfPR) amodio@utfpr.edu.br Vitor Miranda de Souza (UTfPR) souza450@yahoo.com.br Sara Zuluaga Mazo (UTfPR) szuluagm@gmail.com Adriano Pereira Balau (UTfPR) adriano.balau@ig.com.br

Esse artigo apresenta uma revisão do projeto de uma pistola aplicadora de silicone através da aplicação de três métodos: AV (Analise de Valor), DFMA (Design for Manufacturing and Assembly/Projeto para Fabricação e Montagem) e FMEA (Failure Mode and Effect Analysis/Analise dos Modos de Falha e seus Efeitos), visando melhorar os custos e a qualidade do produto. Primeiramente, a pistola foi testada para a compreensão do seu funcionamento e, em seguida, foi desmontada para a identificação de seus componentes e funções no conjunto. Os primeiros métodos aplicados foram a Análise de Valor e o DFMA. Após as alterações de projeto definidas, o novo projeto foi submetido ao FMEA de projeto. Entre os resultados, o projeto apresentou a eliminação de vários componentes e modificações na carcaça, gerando uma estimativa de redução de custo de 9%, além de tornar mais confiável a função de cobrir os mecanismos internos. Palavras-chaves: AV, DFMA, FMEA, projeto de produto

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1. Introdução

O desenvolvimento de produto é considerado um processo cada vez mais crítico para a competitividade das empresas. O lançamento eficaz de novos produtos e a melhoria daqueles já existentes fazem parte do processo de desenvolvimento de produtos (ROZENFELD et al., 2006).

Existem muitos métodos de apoio para auxiliar na revisão de projetos de produtos industriais, entre eles pode-se citar a AV, que segundo Basso (1991), contribui para agregar mais valor ao produto, através do incremento de funções e reduções de custos. O DFMA é outro método muito utilizado, que segundo Huang (1996), apóia revisões de projeto visando simplificar a manufatura e a montagem do produto, reduzindo, conseqüentemente, os seus custos. O FMEA é um método amplamente divulgado, principalmente junto às indústrias do ramo automotivo, em função da norma ISO/TS 16949, o qual visa identificar e minimizar as falhas potenciais do produto durante o uso, ainda na etapa de projeto. Além destes métodos, existem muitos outros citados na literatura, porém, esse estudo aborda a combinação destes três, visando melhorar o projeto de um produto em comercialização.

Para isso, este trabalho apresenta a revisão de projeto de uma pistola aplicadora de cola com o apoio dos três métodos supracitados: AV, DFMA e FMEA. Primeiramente, a pistola foi testada para a compreensão do seu funcionamento e, em seguida, foi desmontada para a identificação de seus componentes e funções no conjunto. Os primeiros métodos aplicados foram, portanto, a Análise de Valor e o DFMA. Após as alterações de projeto, resultantes destes dois métodos, o FMEA de projeto foi aplicado, visando obter um produto mais confiável.

2. Métodos de apoio ao projeto de produto

Os métodos utilizados neste trabalho são descritos brevemente, visando apresentar a finalidade de cada um e a sua forma de aplicação.

2.1 Análise de valor (AV)

Segundo Csillag (1995), a Análise de Valor constitui em uma abordagem original para reduzir custos de produção de bens e serviços e aumentar o valor para o usuário. Ela consiste em identificar as funções de um produto, avaliá-las e finalmente propor uma forma alternativa de desempenhá-las de maneira mais conveniente e eficaz do que a conhecida.

A Análise de Valor foi sistematizada no final da década de 1940 pelo norte-americano Lawrence D. Miles, que publicou um trabalho no qual examinava o valor global de um produto na busca de alternativas de menor custo para as suas funções, mantendo as características de desempenho requeridas pelo usuário e identificando desperdícios (PANDOLFO, 2007).

Para Selig (1993), uma função pode ser realizada de diversas maneiras, mas a Análise de Valor visa à obtenção da função da melhor maneira e com o menor custo possível. O importante é o valor adicionado ao produto através de suas funções, associado ao custo dessa adição.

A Análise de Valor é um método que visa obter um custo mínimo para a realização de uma determinada função. Isso pode ser obtido pela identificação das funções de cada componente, as quais são explicitadas através de um verbo e um substantivo. Por exemplo: a função da porta de um carro seria “permitir acesso” ao seu interior.

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Segundo Csillag (1995), as primeiras aplicações de Análise de Valor foram feitas com produtos simples, respondendo as seguintes perguntas:

a) Qual é o item;

b) O que desempenha o item; c) Quanto custa o item;

d) De que outra maneira pode ser desempenhada a função; e) A que custo.

Para a aplicação prática deste método, Csillag (1995) descreve o plano de trabalho criado por Miles. No entanto, sua aplicação pode ser flexível, de acordo com as circunstâncias. As etapas sugeridas pelo autor são as seguintes:

 Fase de orientação, através de uma análise do produto em questão, o mesmo é avaliado e deve ser decidido / verificado a) o que deve ser desempenhado, b) quais são os desejos, c) quais as reais necessidades do consumidor e d) quais são as características e propriedades desejadas quanto ao peso, dimensões, aparência, vida desejada;

 Fase de informação, onde deverão ser coletados todos os fatos e informações disponíveis sobre: custos, quantidade, fornecedores, investimentos, métodos de manufatura, informações sobre o mercado fornecedor, controle de qualidade, embalagem, etc. As funções devem ser estabelecidas, definidas e avaliadas;

 Fase Criativa, na qual são geradas alternativas que permitam a eliminação de funções desnecessárias ou maneiras mais simples de satisfazer a função requerida, com a consulta a especialistas. No final, chega-se a uma lista de alternativas;

 Fase da Análise, onde, para cada idéia, uma cuidadosa análise irá indicar a resposta adequada do que falta para funcionar. No fim desta fase, são decididas quais alternativas deverão ser estudadas e incorporadas ao projeto.

O método de Miles ainda apresenta mais três etapas (Planejamento do Programa, Execução do Programa e Conclusões), que são pertinentes a casos onde a Análise de Valor se estende até a linha de fabricação, o que vai além do escopo deste trabalho. Neste caso, a Análise de Valor foi dada como completa quando as idéias resultantes da aplicação do método foram atingidas e documentadas.

2.2 Projeto para Manufatura e Montagem (DFMA)

Através da aplicação da técnica do DFMA, pode-se identificar como os recursos disponíveis na produção podem interferir no sucesso do projeto. Todas as características do produto devem ser analisadas com o objetivo de aproveitar melhor os recursos industriais da empresa. O projeto deve ser revisto, visando simplificar a fabricação e a montagem do produto, com conseqüente redução dos custos de fabricação. Essas alterações não devem interferir no atendimento das necessidades dos clientes.

Este método foi aplicado à pistola aplicadora de cola baseando-se nas diretrizes sugeridas por Boothroyd, Dewhurst e Knight, (2002). São elas:

 Projetar para um número mínimo de partes;  Desenvolver projetos modulares;

 Enfatizar a padronização;

 Projetar componentes multifuncionais;  Projetar componentes de fácil fabricação;

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 Eliminar ajustes desnecessários;

 Reduzir o número de partes de um produto;

 Facilitar a manipulação e montagem das partes restantes;

 Simplificar a estrutura do produto para reduzir custos de montagem.

O método consiste em revisar o projeto do produto, considerando essas e outras diretrizes que contribuam para a simplificação da fabricação e da montagem.

2.3 Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos (FMEA)

Segundo Palady (1997), a Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos é uma técnica que oferece três funções distintas:

a) Efetuar prognóstico de problemas;

b) Procedimento para desenvolvimento e execução de projetos, processos ou serviços, novos ou revisitados;

c) Diário do projeto, processo ou serviço.

O FMEA é uma das técnicas mais eficientes para prevenção de problemas e identificação das soluções mais eficazes em termos de custos, a fim de prevenir esses problemas. Também oferece uma abordagem estruturada para avaliação, condução e atualização do desenvolvimento de projetos e processos, considerando diversas áreas da organização.

Segundo Toledo e Amaral (2006), as análises com FMEA são classificadas em dois tipos:  FMEA de produto ou FMEA de projeto é um método que considera as falhas que poderão

ocorrer com o produto dentro das especificações de projeto. O objetivo desta análise é evitar falhas no produto, decorrentes do projeto;

 FMEA de processo é um método que considera as falhas no planejamento e execução do processo, ou seja, o objetivo desta análise é evitar falhas no processo de fabricação e montagem do produto, tendo como base as não conformidades do produto com as especificações de projeto;

 FMEA de sistema é um método que considera as falhas nos procedimentos administrativos. Nele analisam-se as falhas potenciais de cada etapa do processo com o objetivo de diminuir os riscos de falha.

Considerando que esse trabalho aborda apenas o FMEA de projeto, os demais serão desconsiderados nesse trabalho. Sendo assim, a aplicação do método consiste, inicialmente, na formação de um grupo multidisciplinar que esteja apto a identificar, no produto em questão:

 As funções dos sistemas/subsistemas/componentes;

 Os tipos de falhas que podem ocorrer para cada sistema/subsistema/componente;  Os efeitos e a possíveis causas destas falhas.

Em seguida, para cada falha são atribuídos índices para os quesitos de severidade, ocorrência e detecção, conforme a Tabela 1. Estes índices são, posteriormente, multiplicados entre si, gerando um número de prioridade de risco (NPR ou RPN, em inglês), estabelecendo uma classificação dos riscos associados. A partir desta classificação, ações corretivas são definidas para os maiores riscos de falha, com o objetivo de diminuir o NPR.

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Nível Descrição Nível Descrição Nível Descrição 1 Problema de aspecto 1 1 a cada

1000 10 Não detectável 2 Mal funcionamento da

pistola 2

1 a cada

100 7

Métodos atuais têm dificuldades de detectar o problema

3 Perda de funcionamento da

pistola 3 1 a cada 10 4

Métodos atuais podem detectar o problema

4 Risco de danos para o

cliente 5 1 a cada 1 1

Métodos atuais detectam o problema

Fonte: Adaptado de Arabian-Hoseynabadi; Oraee; Tavner (2010)

Tabela 1 - Índices de avaliação para montagem de tabela de FMEA

O próximo item apresenta a estrutura metodológica da pesquisa, a qual orientou o direcionamento deste trabalho.

3. Metodologia da pesquisa

Considerando o objetivo deste trabalho, que era o de testar três métodos de apoio no projeto de um produto, visando melhorar seu custo, qualidade e confiabilidade, primeiramente definiu-se o produto a ser submetido aos métodos escolhidos: AV, DFMA e FMEA de projeto.

O grupo definiu como regra que o produto deveria ter mais de 20 componentes, para que se pudesse trabalhar com os métodos, com várias opções de modificações e ajustes. Baseado nisso, definiu-se que a pistola de cola (ver Figura 01) foi escolhida, pois continha vinte e nove componentes, além de grande potencial para melhorias em termos de custo e qualidade. Após escolhido o produto, o mesmo foi testado em uso e, após, foi realizada a desmontagem completa do produto, a catalogação de seus componentes e a compreensão da estrutura do produto, incluindo seus componentes e subsistemas. Com essas informações, foi elaborada uma estrutura do tipo árvore e sua respectiva BOM (Bill of materials - Lista de materiais).

Figura 1 - Aplicador automático de cola

A partir da estrutura do produto, partiu-se para a Análise de Valor. A estruturação da atividade foi baseada em um modelo de aplicação conforme Csillag (1995). Para cada componente foi determinada a sua função (através de um verbo e um substantivo) e se esta seria básica ou secundária. Também foi obtido o custo de cada componente que exercia uma função, visando compreender o custo das funções no produto. Posteriormente, foi verificado se a função seria ou não necessária no produto. O ideal é manter as funções prioritárias para

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os clientes, ainda que tenham um peso alto no custo do produto, e reduzir as funções consideradas menos relevantes ou desnecessárias pelos clientes e que, as vezes, tem um peso alto no custo do produto final.

A seguir, várias perguntas foram feitas para cada componente que exercia uma função diferente, conforme Back et al. (2008), visando reduzir o custo geral do produto, considerando todas as funções. Também pode ser focada com mais ênfase as funções menos prioritárias para os clientes, porém, nesse trabalho visou-se questionar o custo geral, considerando todas as funções. Ou seja, foram feitas questões do tipo: Este elemento pode ser eliminado?; Pode ser combinado com outros elementos?; Pode ser decomposto em partes mais simples?; Pode ser utilizada uma parte normalizada?; Pode ser utilizado um componente normalizado?; Pode ser utilizado um material mais barato?; Pode ser utilizado menos material?; Pode ser desperdiçada menos matéria?; Pode ser comprado mais barato?; Pode ser reduzido o nível de refugo?; Podem ser afrouxados os limites?; Pode ser economizado no acabamento?; Podem ser simplificados os métodos?; O risco de erro pode ser reduzido? e outras. Posteriormente, todas as perguntas foram organizadas em uma planilha. Finalmente, estes questionamentos levaram a equipe a assumir algumas premissas de trabalho, principalmente de processo de fabricação, fluxo produtivo e fornecimento de componentes. Foram identificadas algumas oportunidades de redução de custo e de melhoria na qualidade do produto. Estas oportunidades foram consolidadas separadamente para análise dos potenciais ganhos e impactos com as modificações.

Terminada a fase de Análise de Valor, o produto foi analisado sob a ótica do DFMA, a partir de algumas diretrizes previamente citadas – Boothroyd, Dewhurst e Knight (2002). Porém, antes de iniciar a aplicação do DFMA, foi realizado um comparativo entre as diretrizes utilizadas na AV e com as diretrizes sugeridas para o DFMA, visando verificar a existência de questionamentos similares entre os dois métodos. Após este cruzamento, apenas os itens que não haviam sido questionados através da análise com a AV foram levados em consideração. Após a aplicação dos dois métodos descritos acima, o produto foi objeto de uma análise com o FMEA de projeto, que buscou identificar os possíveis modos de falhas do produto em uso, para que os mesmos fossem evitados.

4. Aplicação dos métodos AV, DFMA e FMEA de projeto

Antes de iniciar a aplicação dos métodos, foi realizada a compreensão do produto em uso e a desmontagem do mesmo. Quanto à utilização da pistola, a seqüência de fotos mostradas na Figura 2 mostra as funcionalidades da mesma durante o uso. A Tabela 2 mostra a estrutura dos sistemas, subsistemas e componentes da pistola, após a desmontagem.

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Figura 2 – Pistola durante utilização e suas funcionalidades Nível/Cód. Nome do componente

1 Pistola de aplicação de silicone completa

10 Refil de silicone 11 Arame de apoio 12 Adesivo de identificação 13 Pistola 131 Cobertura direita 132 Cobertura esquerda

133 Anel laranja emborrachado

134 Mecanismo de gatilho

1341 Gatilho

1342 Alavanca

1343 Mola

1344 Guia refil de cola

1345 Engate refil

1346 Pino de encaixe

1347 Receptáculo do refil

135 Subconj. Resistencia elétrica

1351 Condutor metálico fundido

1352 Guia redutor borracha

1353 Mola circular

1354 Película isolante

1355 Placa metálica suporte

1356 Cerâmica 5002 Parafuso phillips 136 Fio eletricidade 1361 Capa de borracha 1362 Tomada elétrica 1363 Encaixe de borracha

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1364 Fio elétrico vermelho

1365 Fio elétrico preto

1366 Encapado para solda

1367 Arame elétrico capa transparente

1368 Contato metálico

5001 Parafuso phillips

Tabela 2 – Organização da estrutura do produto 4.1. Aplicação da Análise de Valor (AV)

A síntese da análise realizada conforme AV está descrita parcialmente na Tabela 3. As colunas “n/d” e “b/s” significam respectivamente uma avaliação se o componente é “necessário ou desnecessário” e se é “básico (se sua retirada prejudicaria a função principal do produto) ou secundário”. Os “S e N” da Tabela 3 significam “Sim e Não”. Cada componente analisado conforme a sua função está explicitado através de um “verbo e um substantivo” que represente a sua função.

No. Denominação n/d b/s Função Este ele men to pode ser el im inad o? Pod e ser c om binado com outro s el ementos? Pod e ser decom po st o em pa rtes m ais si mple s? Verbo Substantivo 1 Pistola de aplicação de silicone completa n b

10 Refil de Silicone n b Abastecer Silicone N S N

11 Arame de Apoio d s Uniformizar Aplicação S S N

12 Adesivo de Identificação n s Mostrar Informações S S S 13 Pistola n b

131 Cobertura Direita n s Cobrir Mecanismos N S N

132 Cobertura Esquerda n s Cobrir Mecanismos N S N

133 Anel laranja emborrachado d s Conferir Atrito S S N 134 Mecanismo de gatilho d b 134 1 Gatilho n b Acionar Mecanismo N N N 134 2 Alavanca d b Transmitir Movimento S S N 134 3 Mola d b Gerar Força S S N 134

4 Guia refil de cola

d b Transmitir Força S S N 134 5 Engate refil d b Travar Refil de cola S S N 134 6 Pino de encaixe d b Fixar Engate S S N

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9 Tabela 2 – Análise de valor para os componentes

Os itens identificados como oportunidades após a compilação da Tabela 2 foram separados e estão resumidos na Tabela 3.

Solução descritiva por parte Layout – antes e depois (croqui) Análise impactos (prós e contras)

Coberturas (substituição dos parafusos por

grampos de fixação)

- Menos 6 parafusos por produto

- Menos tempo de parafusamento

- Mais material na injeção - Mudança no molde de injeção

Arame de apoio – substituir por aletas

externas - Eliminação do processo de montagem - Eliminação de componente arame de apoio

- Mais material na injeção - Mudança no molde de injeção Anel de borracha – eliminar - Eliminação do processo de montagem - Eliminação de componente anel de borracha

- Mais material na injeção - Mudança no molde de injeção

Guia redutor de borracha

- eliminar

- Eliminação do processo de montagem

- Eliminação de

componente guia red. de borracha

- Mais material na injeção - Mudança no molde de injeção

Mola circular - eliminar

- Eliminação do processo de montagem

- Eliminação de

componente guia red. de borracha

- Mais material na injeção - Mudança no molde de injeção

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Película isolante – substituir por outro

conceito

- Diminuir o tempo de montagem

- Troca de material por outro normalizado, diminuição de material - diminuir chance de erro, melhoria qualidade processo

Placa metálica: agrupar com outros componentes

elétricos ou usar contato mais rígido

- Menos tempo montagem - possibilidade eliminar um componente

- possivel diminuir material

Incluir na cobertura um protetor de quebra de fio

– eliminar protetor de

borracha atual

- Menos tempo montagem - Eliminação de

componente

Ajuste por interferência

- Menos tempo de montagem - Componente - Peso conjunto - Ajuste de molde de fundição para permitir interferência.

Tabela 3 – Matriz para análise e recomendações

4.2. Aplicação do DFMA

O resultado do cruzamento das diretrizes do DFMA com a AV encontra-se na Tabela 4. O único item que não havia sido verificado pela AV foi o item 2 – “Desenvolver projetos modulares”, que significa desenvolver componentes que se encaixam em outros produtos da empresa, compondo outros produtos. Neste caso, porém, a equipe deste trabalho não teve acesso às informações sobre outros produtos produzidos pelo fabricante da pistola, portanto, este item não foi considerado. Os demais, como mostrado na Tabela 4, já haviam sido considerados no projeto através da AV e, portanto, não foram novamente revistos.

Premissa DFMA Verificado em AV (S/N)?

1. Projetar para um número mínimo de partes S

2. Desenvolver projetos modulares N

3. Enfatizar a padronização S

4. Projetar componentes multifuncionais S 5. Projetar componentes de fácil fabricação S 6. Evitar componentes de fixação (parafusos e

outros) S

7. Eliminar ajustes desnecessários S

8. Reduzir o número de partes de um produto S

9. Facilitar a manipulação e montagem das

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10. Simplificar a estrutura do produto para

reduzir custos de montagem S

Tabela 4 – Itens do DFMA já considerados com o método Análise de Valor

4.3. Aplicação do FMEA

O FMEA foi aplicado integralmente na pistola estudada, visando torná-la mais confiável durante o uso, seguindo os procedimentos expostos no item 2.3. A tabela resultante da análise FMEA encontra-se no Anexo 1.

Considerando a análise com o FMEA, podem-se observar alguns pontos de destaque, os quais visaram tornar a pistola mais confiável durante o uso. São elas:

 A fragilidade da modificação proposta previamente, relacionada à substituição dos parafusos por clipes plásticos. Esta nova avaliação resultou em uma ação de colocar reforços metálicos nos clipes para aumentar a elasticidade e evitar a quebra dos clipes;  A troca dos filamentos pelo fio de eletricidade tornou-se inviável funcionalmente, uma vez

que os filamentos têm a função de, através do aumento da resistência elétrica do conjunto, produzir calor. Portanto, os filamentos não podem ser suprimidos já que exercem uma função vital para o funcionamento da pistola; sem esta resistência, o aquecimento não acontece e, conseqüentemente, a cola não derrete e não tem fluidez, inutilizando a pistola. Sendo assim, esta ação foi cancelada e ficou devidamente registrada no FMEA para que, posteriormente, este conhecimento possa ser compartilhado com os profissionais que futuramente possam ser questionados a respeito de idéias de economia nesse sentido. 5. Conclusões

O presente artigo demonstrou, através do uso de três métodos de apoio ao projeto do produto, formas estruturadas de aperfeiçoar o projeto de um produto, sendo testados em uma pistola aplicadora de cola a quente. Os métodos aplicados foram a Análise de Valor (AV), o Projeto para Manufatura e Montagem (DFMA) e a Análise dos Efeitos e Modos de Falha (FMEA). Com a AV pode-se perceber o que é relevante em termos de funções do produto, do ponto de vista do consumidor. Com este método foram identificadas oportunidades de redução de custo e de melhoria da qualidade do produto como, por exemplo, a eliminação do uso de parafusos durante a montagem final das coberturas, com as quais se estima reduções de custos na ordem de 9%. Posteriormente, o produto foi analisado sob a ótica do DFMA, onde foi verificado que muitas das alterações propostas por este método já haviam sido contempladas com a Análise de Valor. Em seguida, com o FMEA de projeto foram identificados os riscos de falha, associados à utilização do produto pelo usuário, os quais, em geral, foram de baixo impacto. Porém, a sua aplicação foi fundamental para impedir duas modificações resultantes da AV, as quais inviabilizariam a funcionalidade do produto: uma relacionada aos clipes plásticos e a outra estava relacionada à troca dos filamentos. Esse trabalho confirmou a hipótese de que vários métodos aplicados conjuntamente são mais eficazes do que um método isolado, pois cada método aborda uma questão relacionada ao projeto, tornando, portanto, a análise mais completa e eficaz.

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Referências

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TOLEDO, J.C. & AMARAL, D.C. FMEA - Análise do Tipo e Efeito de Falha. 1 ed., GEPEQ – Grupo de Estudos e Pesquisa em Qualidade. São Carlos, UFSCar, p.4, 2005

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13 ANEXO 1 – TABELA FMEA DE PROJETO M od o( s) E fe it o( s) C a us a (s ) O G D R O G D R M a l fu n c io n a m e n to d a p is to la V a z a m e n to d e c o la P e rd a d e p ro te ç ã o à s i n te m p é ri e s M a te ri a -p ri m a n ã o r e s is te à c lip a g e m E n s a io s d e d e g ra d a ç ã o 1 4 4 16 M a l re to rn o d o m e c a n is m o Fa d ig a E s ti ra m e n to d a m o la E n s a io s d e d e g ra d a ç ã o 1 2 4 8 0 M a l re to rn o d o m e c a n is m o O x id a ç ã o d a m o la E n s a io s d e d e g ra d a ç ã o 2 2 4 16 0 1 3 4 2 A la va n c a T ra va m e n to d o G a ti lh o M e c a n is m o n ã o r e to rn a Q u e b ra d o c o m p o n e n te E n s a io s d e d e g ra d a ç ã o 2 3 4 24 0 1 3 4 4 G u ia r e fil d e c o la T ra va m e n to d o G a ti lh o M e c a n is m o n ã o r e to rn a Q u e b ra d o c o m p o n e n te E n s a io s d e d e g ra d a ç ã o 2 3 4 24 0 1 3 4 M e c a n is m o d o g a ti lh o T ra va m e n to d o G a ti lh o M e c a n is m o n ã o r e to rn a E n c a va la m e n to d o e ix o E n s a io s d e d e g ra d a ç ã o 2 3 4 24 0 1 3 4 5 E n g a te r e fil T ra va m e n to d o G a ti lh o M e c a n is m o n ã o r e to rn a D e s e c a ix e d a s p e ç a s E n s a io s d e d e g ra d a ç ã o 2 3 4 24 0 1 3 4 M e c a n is m o d o g a ti lh o M a l fu n c io n a m e n to d a p is to la D e s g a s te d o m e c a n is m o E n s a io s d e d e g ra d a ç ã o 1 2 4 8 0 1 3 4 M e c a n is m o d o g a ti lh o M a l fu n c io n a m e n to d a p is to la E n g a te d e s g a s ta d o E n s a io s d e d e g ra d a ç ã o 1 2 4 8 0 1 3 5 R e s is tê n c ia E lé tr ic a 1 3 6 7 A ra m e e lé tr ic o c a p a tr a n s p a re n te R e s is tê n c ia n ã o a q u e c e P is to la n ã o f u n c io n a A ç ã o d e e c o n o m ia i n vá lid a -Fi la m e n to p o s s u i fu n ç ã o d e a q u e c im e n to E s p e c ia lis ta P ro d u to 5 3 10 150 C a n c e la m e n to d a p ro p o s ta d e e c o n o m ia r e to rn o d a c o n c e p ç ã o o ri g in a l d o s is te m a 1 2 1 2 E N G . P R O D U T O 1 3 6 Fi o d e e le tr ic id a d e 1 3 6 Fi o d e e le tr ic id a d e C u rt o -c ir c u it o N ã o f u n c io n a m e n to d a p is to la -E le tr ifi c a ç ã o d o b ic o R s ic o d e c h o q u e e lé tr ic o ! C o n ta to e n tr e f io s p o s it iv o e n e g a ti vo M o n ta g e m 2 4 4 32 In s e rç ã o d e li g u e ta s r o b u s ta s p a ra s e p a ra r p a rt e s e x p o s ta s d o s f io s 1 3 2 6 E N G . P R O D U T O E N G . P R O D U T O R e fo rç o d o s c lip e s d e p lá s tic o c o m c lip e s m e tá lic o s d e a ç o -m o la 1 3 1 3 Fa lh a n a m o la 1 3 4 M e c a n is m o d o g a ti lh o 1 3 1 C o b e rt u ra D ir e it a 1 3 2 C o b e rt u ra E s q u e rd a P e rd a d e r e s is tê n c ia d e c lip a g e m a p ó s d e s m o n ta g e n s P ro d u to m a l c lip a d o P e rd a d e c a lo r FM E A D E P R O D U TO Ind íc e s a nt e s da a ç ã o Ind íc e s de po is da a ç ã o A ç ã o tom a da R e spo ns á v e l C on tr ol e da f a lha Fa lha s po ss ív e is S ub si st e m a C om po ne nt e 1 3 4 3 M o la 4 2 1 3 P is to la C o la n ã o d e rr e te n a va z ã o c o rr e ta 4 V is u a l 32

Referências

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