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ESTRATEGIAS DE ENFRETAMENTO EM PAIS DE CRIANCAS E ADOLESCENTES COM CÂNCER: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA NACIONAL

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Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Luciano Feijão. mbro de 2017. ISSN 2318.4329.

E STRATEGIAS DE E NFRETAMENTO EM P AIS DE C RIANCAS E

A DOLESCENTES COM C ÂNCER: UMA R EVISÃO S ISTEMÁTICA DA

L ITERATURA N ACIONAL

CARLIANE VIERA PARENTE1 GARLANA LEMOS DE SOUSA2 MÔNICA XIMENES MELO3 GEÓRGIA MARIA MELO FEIJÃO4

Resumo: Este trabalho tem como principal objetivo conhecer as estratégias de enfrentamento adotadas por cuidadores de crianças e adolescentes frente ao diagnóstico e ao tratamento de câncer. Optou-se por fazer uma revisão sistemática de literatura na área hospitalar, em periódicos de âmbito nacional publicados no período entre 2007 a 2017. Os resultados dos estudos evidenciam que o diagnóstico e o tratamento de um câncer infanto- juvenil estão associados à diversas mudanças na dinâmica familiar, rotina pessoal e modificação de repertórios de comportamentos. Sendo que estes buscam diversas formas de enfretamento frente a esse evento estressor.

Destaca-se que dentre as estratégias utilizadas a religiosidade é a que se sobressai em maior escala, pois a partir dela o indivíduo consegui enfrentar os momentos difíceis, acreditando sempre na capacidade de cura da doença.

Constata-se, ainda, a necessidade de investigação, na literatura nacional, a respeito desta temática e a título de sugestão para outros estudos, destaca-se a questão do envolvimento da equipe de saúde nesse processo de enfretamento, pois é a partir dele que essa equipe pode contribuir para a ampliação do repertorio comportamental de enfrentamento desses indivíduos com relação a esses eventos estressores.

Palavras-Chave: Câncer infantil. Oncologia pediátrica. Enfrentamento e cuidador.

INTRODUÇÃO

O Ministério da Saúde ([MS], 2017), caracteriza o câncer infanto-juvenil em sua faixa etária de 1 a 19 anos, como um conjunto de doenças que possuem características próprias de acordo com o processo de diagnóstico e comportamento clínico. Os tumores mais frequentes que são acometidos nesta faixa etária são as leucemias que afetam diretamente os glóbulos brancos, os do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático).

1 Graduanda em Psicologia pela Faculdade Luciano Feijão (FLF). Cursando 10° semestre. E-mail:

carlianeparente@gmail.com.

2 Graduanda em Psicologia pela Faculdade Luciano Feijçao (FLF). Cursando 10° semestre. E-mail:

garlanalemos@gmail.com.

3 Graduanda em Psicologia pela Faculdade Luciano Feijão (FLF), cursando 10° semestre. E-mail:

ximenesmonica@yahoo.com.br.

4 Doutoranda em Psicologia pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Docente do curso de Psicologia da Faculdade Luciano Feijão (FLF). Supervisora de Estágio em Psicologia Hospitalar da Faculdade Luciano Feijão (FLF). E-mail:

georgiafeijao@hotmail.com.

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Segundo estimativas, no Brasil atualmente, surgem cerca de 12.600 novos casos de câncer em crianças e adolescentes, e que hoje assim como nos países desenvolvidos o câncer infanto-juvenil, já representa a primeira causa de morte sendo 8% de seu total. Com relação ao progresso clínico deste público podemos dizer que 80% das crianças e adolescentes acometidos de câncer, poderão ser curados, de acordo com seu diagnóstico precoce e a maioria poderá ter uma boa qualidade de vida se tiver um tratamento adequado. ([MS], 2017)

Quando a criança e/ou adolescente é diagnosticada com câncer, gera uma intensa transformação em todo o contexto familiar e requer uma reorganização da estrutura familiar.

De um momento para outro, a família e a criança e/ou adolescente passa a se inserir em um local completamente desconhecido afastada de seus membros da família, cercada de pessoas estranhas e submetida a uma série de exames invasivos e dolorosos (MENESES, PASSARELI, DRUDE, SANTOS & VALLE, 2007).

Tanto os pais quanto as crianças quando vivenciam esse cotidiano de hospitalização, ficam expostos a uma imensa carga de estresse, tanto pelo processo de diagnóstico como também ao longo do processo de tratamento e isso acaba despertando nesses pais inúmeros e diferentes sentimentos, como por exemplo, medo da morte que é algo bastante presente neste meio de hospitalização, surgindo também diversas incertezas e angustias. (DUARTE, ZANINI, NEDEL, 2012, NEGREIROS et al 2017)

Quando nos referimos ao cuidador principal, devemos entender que os mesmos estão o tempo todo acompanhando o sofrimento e as dificuldades de suas crianças. Os mesmos ao compartilharem desse sofrimento, experimentam diversos sentimentos de dúvidas, desamparo, angustias e medos. E apesar de todo esse sofrimento é exigido desses pais que participem como colaboradores em todas as etapas do tratamento. (NUNES, PEDROSA, BARBOSA, JÚNIOR & FERRAZ, 2017)

Apesar da quebra de rotina familiar, dos sentimentos de estresse, do envolvimento destes pais nesse processo, mesmo passando por uma intensa carga de sofrimento e diversos outros fatores que desorganizam os pais e/ou responsáveis por essas crianças ou adolescentes, os mesmos tentam de alguma forma uma reorganização desse processo, e é esse modo de se reorganização que podemos caracterizar como estratégias de enfrentamento. Segundo Antoniazzi, Dell Aglio e Bandeira (1998), o enfretamento é caracterizado como um conjunto

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de estratégias cognitivas e comportamentais que são utilizadas pelos indivíduos com o objetivo de se adaptarem a determinadas demandas que surgem em circunstâncias adversas ou estressantes, podendo as mesmas serem temporárias ou permanentes de vida.

A partir dos pontos apresentados acima podemos dizer que esta pesquisa traz como objetivo conhecer as estratégias de enfrentamento adotadas por cuidadores de crianças e adolescentes frente ao diagnóstico e ao tratamento de câncer.

Ao longo desta pesquisa poderemos conhecer como os familiares de tais pacientes enfrentam as situações adversas associado ao tratamento de câncer e de alguma forma poderemos estar contribuindo para o aumento de pesquisas sobre esta temática em âmbito nacional, já que a partir dos estudos prévio pode-se perceber a escassez de artigos científicos a respeito desta tal temática.

METODOLOGIA

PROCESSO DE SELEÇÃO DOS ARTIGOS: CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Esta pesquisa tem como método uma revisão sistemática de literatura, a mesma é considerada a evidência científica de maior grandeza e têm como objetivo levantar, reunir, avaliar criticamente a metodologia da pesquisa e sintetizar os resultados de diversos estudos primários. (SEGURA-MUÑOZ et al., 2002)

O processo de seleção da literatura realizou-se no mês de agosto e setembro de 2017, através da Biblioteca Virtual em Saúde - BVS. Inicialmente a primeira busca se deu livre de filtros, ao qual foram encontrados 9 artigos por meio da combinação dos descritores “câncer infantil”, “enfrentamento” e “cuidador” e 6 artigos com a combinação dos descritores

“oncologia pediátrica”, “enfretamento” e “cuidador, somando – se ao total de 15 artigos científicos encontrados.

A partir desta seleção pode-se definir os seguintes critérios de inclusão: artigos completos, disponíveis na língua portuguesa, publicados nos anos de 2007 a 2017. Após a utilização desses critérios, os textos reduziram para 8 artigos científicos: 4 foram encontrados através da combinação dos descritores “câncer infantil”, “enfrentamento” e “cuidador” e 4 textos através da segunda combinação “oncologia pediátrica”, “enfretamento” e “cuidador.

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Com relação aos critérios de inclusão acima citados pode-se traçar os critérios de exclusão que irão ser aplicados nos 8 artigos científicos encontrados. Os critérios estabelecidos foram: estudos repetidos, estudos que não estejam diretamente relacionados a temática referente as estratégias de enfrentamento de país de crianças e adolescentes com câncer e textos que apareceram no levantamento, mas que não eram do período e idioma delimitado.

Ao final do processo de seleção permaneceram em analise 3 artigos publicados sendo os mesmos dos anos de 2008, 2009 e 2016.

O processo de análise de dados se deu através da seleção das produções cientificas a partir das combinações dos descritores acima citados, após isso foram feitas leituras dos títulos e resumos dos artigos, junto a isso fizemos a identificação dos descritores nos títulos e/ou resumos e para finalizar foram feitos fichamentos dos artigos mediante os conteúdos que serão utilizados ao longo da pesquisa em estudo.

RESULTADOS E DISCURSÕES

De acordo com a análise dos artigos segundo os critérios de inclusão e exclusão, pode- se destacar 3 (três) artigos que respondem as expectativas da pesquisa, esses foram publicados nos anos de 2008, 2009 e 2016, a partir disto pudemos perceber a escassez de publicações no período entre 2010 a 2015. Conforme mencionados acima, os três artigos analisados estarão contemplados abaixo (Ver Figura 1) com seus respectivos títulos, autores e ano de publicação.

Figura 1 − Estudos analisados sobre estratégias de enfretamento em pais de crianças e/ou adolescentes com câncer.

TEXTO TÍTULOS AUTORES ANO

1 Estratégias de enfrentamento de pais de crianças em tratamento de câncer

Marina Kohlsdorf

Áderson Luiz da Costa Junior

2008

2 Cuidadores de crianças e adolescentes com leucemia: análise de estratégias de enfrentamento

Marinna Simões Mensorio Marina Kohlsdorf

Áderson L. Costa Junior

2009

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3 Cuidador de Criança com câncer:

religiosidade e Espiritualidade

como mecanismo de

enfrentamento;

Dailon de Araújo Alves Luanna Gomes da Silva

Gyllyandeson de Araújo Delmondes Izabel Cristina Santiago Lemos

Marta Regina Kerntopf Grayce Alencar Albuquerque

2016

A partir da seleção dos três artigos acima citados pudemos elaborar duas categorias que trazem como objetivo a visualização de forma clara a respeito da temática. Essas categorias foram selecionadas de acordo com a proximidade dos temas abordados para que os mesmos fossem apresentados e discutidos de diferentes formas, a partir da temática em estudo. Ao final da divisão elegemos as seguintes categorias: 1) Conceituação do termo enfrentamento e 2) principais estratégias de enfrentamento utilizadas pelos pais de crianças e ou adolescentes portadores de câncer. (Ver Figura 2)

Figura 2 − Categorias que emergiram a partir da análise de dados dos artigos.

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CATEGORIA 1: CONCEITUAÇÃO DO TERMO “ENFRENTAMENTO”.

Abordaremos esta categoria a partir de um estudo selecionado, onde o mesmo é uma revisão de literatura que aborda várias pesquisas e estudos relativos ao tema enfrentamento.

Este estudo traz a conceituação do termo a partir da visão de alguns autores como:

Antoniazzi, Dell Aglio & Bandeira (1998) , Seidl, Tróccoli, & Zannon (2001).

O conceito de enfrentamento (tradução do original, em inglês, coping), é compreendido como um conjunto de estratégias adotadas pelos indivíduos com o intuito de adaptar-se em situações estressoras; esse processo de adaptação inclui diversos fatores que visam administrar a crise, sendo elas: respostas emocionais, comportamentais e cognitivas que de alguma forma poderão reduzir ou tolerar as demandas criadas pela situação. (ANTONIAZZI, DELL AGLIO & BANDEIRA, 1998)

Segundo Seidl, Tróccoli, & Zannon. (2001), as respostas de enfretamento são classificadas a partir de duas categorias: a) Enfrentamento focalizado no problema, esta categoria tem a função de alterar a situação de estresse existente na relação entre pessoa e ambiente, visando controlar ou lidar com a ameaça. Esta pode incluir estratégias tais como, negociar para resolver conflitos interpessoais ou solicitar a ajuda de outras pessoas; b) Enfretamento focalizado na emoção, é definido como o esforço que o indivíduo utiliza para regular seu estado emocional que é resultante de eventos estressores. Podemos citar como exemplos de estratégias dirigidas a regulação emocional como: fumar um cigarro, tomar um tranquilizante, assistir a uma comédia na TV, sair para correr, etc. (SEIDL, TRÓCCOLI &

ZANNON, 2001)

A partir desses estudos pode-se perceber que o indivíduo pode se reorganizar de diversas maneiras frente a situação estressora, e que esta forma de reorganização não é algo inerente, pois dependerá muito do sujeito que enfrenta a situação e do contexto ao qual o mesmo encontra-se inserido.

CATEGORIA 2: PRINCIPAIS ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO UTILIZADAS PELOS PAIS DE CRIANÇAS E OU ADOLESCENTES PORTADORES DE CÂNCER.

A partir do estudo realizado com 47 cuidadores (as) de crianças e adolescentes diagnosticados com leucemia, Messorio, Kohlsdorf & Costa Junior (2009) , após entrevista e a

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aplicação de alguns instrumentos psicológicos como: Escala de Modos de Enfretamento de Problemas (EMEP) e Inventario Beck de Ansiedade (BAI), identificaram que as principais estratégias de enfrentamento utilizadas por esses cuidadores foram selecionadas a partir daquelas que apareceram no estudo com maior frequência. Escala de Modos de Enfretamento de Problemas, o processo ocorreu de acordo com quatro categorias: a) foco no problema, b) foco na emoção, c) foco na espiritualidade e d) busca por suporte social. De acordo com os resultados da pesquisa os autores destacaram que os cuidadores conseguiam de alguma forma enfrentar a situação quando a equipe de saúde lhe ensinava a seguir algumas instruções, no que diz respeito aos cuidados com a higiene, limpeza, ausência de contato com os indivíduos doentes, dieta e outros. Nesse momento o cuidador começa a perceber que de alguma forma detém o controle sob a situação, ou seja, se torna mais sob controle do evento estressor. A partir dos resultados do Inventario Beck de Ansiedade, aplicados antes e ao longo do tratamento pode-se perceber um aumento no que diz respeito ao controle das emoções.

Podemos destacar como emoções a ansiedade que os familiares adquirem a partir do diagnóstico de câncer. Estas emoções por sua vez se reduzem ao longo do tratamento, pois os familiares acabam se familiarizando com os procedimentos invasivos, os efeitos colaterais da quimioterapia, principalmente se esses efeitos vierem acompanhados de uma melhora significativa do paciente. Lembrando que essas emoções costumam aparecer constantemente variando apenas de intensidade conforme o tratamento e de acordo com os eventos que acabam se relacionando com o sofrimento. Outro fator bastante relevante e que apareceu no estudo como sendo a estratégia mais utilizada, é com relação a religiosidade e espiritualidade, está constitui uma estratégia psicológica legitima de enfrentamento. Levantaremos esta questão logo, mas nos parágrafos subsequentes. (MESSORIO, KOHLSDORF & COSTA JUNIOR, 2009)

De acordo com as estratégias de enfrentamentos levantadas logo acima com relação aos resultados de nossa pesquisa, podemos destacar também a visão de outros autores que trazem a partir de seus estudos perspectivas diferentes a respeito desta temática, ou seja, trazem outras formas de enfrentamentos realizadas por esses pais aos quais em nossa pesquisa não identificamos. Com isso destacamos aqui os estudos de Faro & Almico (2014), ao qual fizeram uma pesquisa de campo com 11 cuidadoras de crianças em tratamento quimioterápico

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atendidas em casas de apoio a crianças com câncer em Aracaju, o método utilizado foi através de entrevistas com roteiro aberto trazendo como principal temática a questão do enfretamento tanto dos cuidadores como das crianças. A partir dos resultados desta pesquisa, podemos perceber que aparecem outros tipos de estratégias de enfrentamento, como o esforço e dedicação no ato de cuidado, nesta categoria os autores destacam a resignação e abnegação como conceitos principais neste processo. Na resignação os cuidadores se veem obrigados a abandonar tudo o que lhe é prazeroso e que de alguma forma fazia parte de sua rotina, transpondo para o filho uma dedicação exclusiva. Já na abnegação, o sentimento de perda do filho se torna evidente quando é vivenciado a partir de relatos como: doariam sua própria vida pela do filho. Tudo isso vivenciados por esses cuidadores é a fim de promover o bem-estar físico, emocional e psicológico destes. Outro fator que a pesquisa destaca é a necessidade que esses cuidadores sentem de tentar reagir e serem fortes, pois quando percebem que pouco podem ser feito para contorna a situação de crise, no sentido de adaptação de uma nova realidade, estes apesar de não aceitar a dada situação demostram conformismo diante dela, com isso passam a dedicar mais cuidado e esforço a seus filhos, tentando sempre da o seu melhor para que a situação seja enfrentada da maneira menos dolorosa possível.

Voltando para os resultados de nossa pesquisa iremos agora nos debruçar sobre a questão da religiosidade que foi citada como uma das principais estratégias em todos os resultados de nossa pesquisa, onde traz como principal objetivo, investigar o papel da religiosidade e da espiritualidade como mecanismo de enfrentamento utilizado pelos cuidadores familiares diante do câncer infantil. Segundo, Alves, Araújo et al (2016), pode-se perceber nos resultados da pesquisa que, a religiosidade é o recurso mais utilizado pelas pessoas envolvidas no tratamento, pois é a partir dela que o indivíduo consegue enfrentar os momentos difíceis, acreditando sempre na capacidade de cura da doença. É também através dela que o sujeito deposita esperanças com relação ao diagnóstico e consegui dar sentido à vida, já que o mesmo reconhece suas limitações frente a doença. Diante disto pode se perceber que a busca pela religião é algo bastante evidente por parte destes cuidadores diante do enfrentamento do câncer infanto-juvenil, portanto, é cabível que esses elementos recebam a devida atenção por parte da equipe de saúde, pois os mesmos devem trabalhar visando

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sempre oferecer suporte emocional para a livre expressão da religiosidade e da espiritualidade durante o tratamento da criança com câncer.

CONCLUSÃO

Percebemos através dos resultados do estudo que o câncer infanto-juvenil traz grandes e significativas transformações na vida familiar, no que diz respeito à organização da rotina e na forma como emergem seus sentimentos. Com isso, esses sujeitos buscam a partir do diagnóstico, formas de reorganização, para que consigam de alguma forma lhe dar com os eventos estressantes.

Com o estudo concluímos que existem diversas estratégias que esses sujeitos utilizam, sendo que as mais citadas foram a questão da religiosidade que é considerada uma das estratégias mais utilizadas, pois é a partir dela que o sujeito consegue amenizar os conflitos decorrentes da situação que surge de forma inesperada. A questão da ansiedade é algo que acompanha esses cuidadores ao longo do tratamento e com relação focalização do problema, está só é possível com ajuda da equipe de saúde, pois é a partir dela que esses cuidadores tem a oportunidade de entender e se familiarizar com a situação, passando não apenas a observar o processo, como também a participar do mesmo de forma ativa.

Para proporcionar uma melhor qualidade de vida para esses sujeitos com relação ao enfretamento de situações difíceis como o câncer infanto-juvenil no processo de hospitalização, destaca-se, ainda, a necessidade de mais estudos em âmbito nacional, a respeito desta temática e como sugestão poderemos também focalizar a questão da equipe de saúde, onde a mesma pode contribuir para a ampliação do repertorio comportamental de enfrentamento desses indivíduos com relação a esses eventos estressores.

REFERÊNCIAS

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