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Aula 04. Termos da Oração: Essenciais, Integrantes e Acessórios. Gramática Prof. Letícia Bastos. 1 de 89

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Aula 04

Termos da Oração: Essenciais, Integrantes

e Acessórios

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Sumário

APRESENTAÇÃO ... 3

INTRODUÇÃO ... 5

OBJETOS DE ESTUDO DA SINTAXE ... 7

Relação sintática entre os termos da oração ... 7

Organização (ordem) dos termos da oração ... 7

O QUE É FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO? ... 9

OS TERMOS DA ORAÇÃO (NÍVEIS DE ANÁLISE) ... 10

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO ... 13

Dificuldades para se encontrar o sujeito ... 13

TIPOS DE SUJEITOS ... 15

Sujeito simples: ... 15

Sujeito composto: ... 15

Sujeito Elíptico / oculto / desinencial ... 15

Sujeito indeterminado ... 16

Sujeito oracional ... 16

Orações sem sujeito ... 16

PREDICADO ... 22

Predicado verbal – apresenta verbo de ação ... 22

Predicado nominal – apresenta verbo que não expressa ação + estado, qualidade, condição ... 22

Predicado verbo-nominal – apresenta verbo de ação + estado, qualidade, condição. ... 23

UM ESTUDO – RÁPIDO – SOBRE O VERBO ... 24

Transitivos diretos ... 25

Transitivos indiretos ... 25

Transitivos diretos e indiretos ... 25

Intransitivos ... 25

Verbos de ligação ... 26

TERMOS LIGADOS AO VERBO ... 28

QUESTÕES DE PROVA COMENTADAS ... 45

LISTA DE QUESTÕES ... 70

GABARITO ... 89

RESUMO DIRECIONADO ... 89

MODELOS... 89

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Apresentação

Olá, tudo bem? Sou a professora Letícia Bastos. Seja muito bem-vindo a esse meu curso! Aqui no DIREÇÃO CONCURSOS sou responsável pelas disciplinas de Redação Discursiva, Gramática e Literatura Nacional.

Caso não me conheça, sou formada em Letras pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), pós-graduada em Linguística Aplicada e em Literatura Brasileira. Atuo há alguns anos como professora de Gramática, Texto e Redação Discursiva em alguns preparatórios para concursos públicos. Além de ter vasta experiência como Revisora Textual.

Durante todo esse tempo, percebi que muitos alunos possuem dificuldade em nossa língua materna por não entenderem a “lógica” por detrás de tantas regras.

Além disso, também é perceptível que essa dificuldade nas regras da nossa língua também prejudica outras áreas, como, por exemplo, a escrita. Muitos alunos têm dificuldade em escrever justamente por não saberem utilizar as regras gramaticais ou, ainda, por não saberem como iniciar ou organizar as ideias para a construção de um texto.

Logo percebi a importância de levar para a sala de aula toda essa explicação, ou seja, o aluno precisa, necessariamente, compreender o motivo pelo qual tantas regras existem, bem como emprega-las em um texto.

Além, obviamente, de conseguir organizar os seus argumentos para conseguir colocar no papel.

Dessa forma, compreendi que tal ideia era muito importante, pois aqueles alunos que diziam não saber nada sobre o conteúdo, conseguiam excelentes resultados em provas de concurso público. Sendo assim, trago para o meu curso sobre Redação Discursiva toda essa lógica. Contudo não apenas isso, mas também toda a magnitude dessa matéria que agrega tanto à nossa realidade.

É com MUITA ALEGRIA que inicio este curso de Gramática. A programação de aulas, que você verá mais adiante, foi concebida especialmente para a sua preparação focada no edital do seu concurso, por base o último edital, e cobriremos TODOS os tópicos exigidos naquela ocasião, ok? Nada vai ficar de fora, este curso deve ser o seu ÚNICO material de estudo! E você também não perderá tempo estudando assuntos que não serão cobrados na sua prova. Deste modo, você aproveita o tempo da melhor forma possível, estuda de modo totalmente focado, e aumenta as suas chances de aprovação.

Neste material você terá:

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Você nunca estudou Gramática para concursos? Não tem problema, este curso também te atende. Nós veremos toda a teoria de que você precisa para que você possa praticar bastante cada aspecto estudado. Minha recomendação, nestes casos, é que você comece assistindo às videoaulas e coloque na prática tudo que você aprendeu.

Caso você queira tirar alguma dúvida antes de adquirir o curso, basta me enviar um e-mail ou um direct pelo Instagram:

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Introdução

Oi, queridos. Tudo bem com vocês? Chegamos a um dos conteúdos mais importantes e que eu, particularmente, adoro: termos da oração. Aqui, de fato, iniciamos o conteúdo de sintaxe, certo?

Contudo, é importante que você saiba todas as classes gramaticais para compreender muitas funções.

Na verdade, faz-se necessário que você saiba identificar. Alguns professores, gostam de fazer a análise sintática se valendo de termos sintáticos, porém nós faremos a análise sintática indo lá na morfologia, pois eu acredito fielmente que isso facilitará a sua vida, ok? Logo você perceberá que nas nossas aulas nós não faremos apenas uma análise sintática, mas sim o que chamamos de análise morfossintaxe.

Talvez você esteja se perguntando: Letícia, não compreendi muito bem, pois a minha apostila fala de sintaxe e você acabou de abordar um nome “morfossintaxe”. CALMA! Vou te explicar, ok?

Certamente, o nome Morfossintaxe já surgiu diante de todos os alunos – você com certeza já viu - e eles até conseguem perceber que o acontece na formação desse vocábulo: uma fusão entre

‘morfologia’ e ‘sintaxe’.

O que não fica muito claro, às vezes, é o objeto de estudo desse conceito; a origem desse nome estranho; o porquê de se propor o estudo da morfossintaxe. Por que ‘juntaram’ esses conceitos em um nome só? Tudo isso nós temos que saber, pois esse tema está presente nos principais editais e nos principais manuais de Língua Portuguesa.

Eu sou um ferrenho crítico da divisão (ou segregação) do estudo desses conceitos (ensinar Morfologia sem passear pela sintaxe e vice-versa). De fato, morfologia é uma coisa. Sintaxe é outra.

Porém, aquela é a base para o entendimento pleno desta.

A explicação aprofundada do objeto de estudo das duas disciplinas mostra que cada uma possui um foco; contudo, ela também mostra que entender morfologia pela sintaxe torna as coisas mais fáceis.

E recorrer à morfologia em questões de sintaxe ajuda bastante a ganhar aquele valioso ponto.

Observe na tabela abaixo o que a morfologia e a sintaxe têm como foco:

Disciplina Objeto de estudo

Morfologia (estudo das formas linguísticas)

Estrutura das palavras / Formação das palavras / Classificação das palavras.

Sintaxe (estudo da estrutura de orações) Funções dos termos em uma oração e em um período / Relação sintática entre os termos da oração / Organização (ordem) dos termos da oração.

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Como se viu acima, Morfologia e Sintaxe têm objetos de estudo diferentes, mas elas têm algo importante em comum: a necessidade de se perceber uma relação entre os vocábulos. Ter aprendido classes gramaticais sem decorar, com a correta percepção dessa relação entre termos, certamente nos fará ter mais condições de fazer excelentes análises sintáticas em provas.

O professor Cláudio Cezar Henriques, em seu manual sobre Sintaxe, coerentemente afirma que ter um bom conhecimento acerca das classes de palavras é fundamental para se entender a estrutura de uma oração e de um período. É justamente esse princípio que nos permite, em sala de aula, trabalhar classes gramaticais – não analisando palavras ‘soltas’ - mas palavras contextualizadas.

Lembra que, para a achar um advérbio, precisávamos ver com quem ele se relacionava?

Sintaticamente, ocorre a mesma coisa. A análise sintática também se dá por meio do reconhecimento da relação entre vocábulos. Não haverá análise de ‘adjunto adverbial’ sem que se perceba quem é o termo ao qual ele é subordinado, ou seja, quem é o seu parceiro sintático em uma frase.

Acredito que agora você tenha compreendido melhor como faremos uma análise morfossintática, não é mesmo? E também creio que você compreendeu o por quê o estudo das classes gramaticais será tão importante. Posso te dar um conselho do fundo do meu coração? Não comece a estudar análise sintática se você não sabe identificar as classes gramaticais e se não sabe o motivo de cada uma delas existirem, pois eu te garanto que além de não entender nada de sintaxe, você desistirá no meio do caminho e xingará a linda gramática forever. Estamos combinados? Confia!! Meu irmão já tentou fazer isso e não deu certo (risos). Eu juro que eu o avisei, mas sabe né? Dizem que santo de casa não faz milagre. Depois de sofrer, ele me ouviu e agora ele aprendeu a estudar. Então, confie em titia, porque ela sabe o que está falando. Agora sem delongas, vamos à teoria? Abra o coração, pois AGORA SIMMMMMM a brincadeira começará e eu prometo que ficará MUITO divertido, legal, sensacional, intrigante e que você se apaixonará pela nossa princesinha gramática (zero defeitos). Só vamos!

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Objetos de estudo da sintaxe

A sintaxe estuda a função que os vocábulos exercem em um período. Para o reconhecimento correto dessa função, é necessário conhecer os termos da oração e, também, ter a percepção contextual do parceiro sintático do termo a ser analisado. Certamente, todos sofremos, no período escolar, quando eram feitas análises sintáticas. É preciso suar a camisa, mas é completamente possível desfazer os traumas daquela época e realizar análises sintáticas apoiados em uma lógica.

Tenho confiança no seu trabalho. (Para saber a função sintática do termo sublinhado, é essencial saber ‘a quem ele se liga’, ou seja, quem é o seu parceiro sintático na oração. Ele está diretamente ligado ao termo ‘confiança’. Isso nos garante que a função que ele exerce só pode ser uma função de um elemento que é associado a um nome. Estamos de acordo sobre ‘confiança’ não ser verbo? Beleza!

Confiança é um substantivo (abstrato). Se uma banca chamar o elemento destacado na referida frase de objeto indireto, o item estará prontamente incorreto, visto que você aprenderá neste capítulo que objeto indireto é um termo associado ao verbo. O termo ‘no seu trabalho’ está associado a um nome.

Essa lógica nos vai garantir um valioso ponto.)

Percebeu que, para se analisar a função sintática de um termo, é fundamental saber a quem ele se liga?

Relação sintática entre os termos da oração

A relação entre vocábulos envolve quatro conceitos fundamentais da língua. Observe abaixo:

Subordinação → Se um vocábulo exerce a função de ‘complemento’ é porque ele ‘completa’

outro elemento, ou seja, o complemento é um termo subordinado a outro, porque depende de outro para existir.

Coordenação → Se você reconhece dois núcleos do sujeito, você que eles exercem a mesma função. Em Sintaxe, diz-se que eles são coordenados entre si.

Regência → Relação de exigência entre termos da oração. Se estudamos que existem verbos e nomes que exigem complementos, percebe-se que há entre eles a relação termo regente / termo regido.

Concordância → Estudo da relação harmônica entre termos, os quais precisam se acomodar à flexão do outro. Por exemplo, se um sujeito tem um núcleo flexionado no plural, é preciso que o verbo se harmonize com essa flexão, apresentando-se no plural (flexão de número). A frase ‘Os alunos veio’

apresenta um desrespeito ao que diz a regra. O verbo ‘veio’ precisa apresentar harmonia com o plural apresentado no núcleo do sujeito. O correto seria ‘Os alunos vieram’ (todos no plural).

Organização (ordem) dos termos da oração

Uma frase textualmente aceitável precisa se apresentar em consonância com o bom senso das escolhas sintáticas. Não se pode conceber frases com termos ‘jogados’ em uma oração, sem que exista uma lógica estrutural, sem que a produção de sentido seja o foco.

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As proposições oracionais obedecem a uma ordem, podendo ocorrer inversões sintáticas; porém, essas inversões e mudanças na posição dos termos não podem prejudicar a textualidade.

Além da relação e das funções dos vocábulos, A sintaxe estuda a organização das palavras dentro das sentenças. Observe os exemplos a seguir:

Comprou de hoje bolo um Daniel chocolate. (Essa frase apresenta uma construção sintática inaceitável quando à textualidade).

Daniel comprou um bolo de chocolate hoje.

Existe, na língua portuguesa, o conceito de ordem direta, em que se observam SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO + ADJUNTO ADVERBIAL. Na frase acima, é justamente isso que ocorre.

Hoje Daniel comprou um bolo de chocolate.

Daniel comprou hoje um bolo de chocolate.

Um bolo de chocolate Daniel comprou hoje.

Observe que, nas frases acima, ocorre uma alteração da ordem direta; porém, mantém-se a textualidade. A inversão da ordem nas frases acima não prejudica o texto. Não somos proibidos de fazer inversões, desde que a textualidade se mantenha.

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O que é frase, oração e período?

Frase é todo enunciado dotado de sentido completo, com ou sem presença de verbo (frases nominais e frases verbais).

Socorro! (frase nominal, sem a presença de verbo)

E esse menino com a bola? (frase nominal, sem a presença de verbo) O que esse menino faz com a bola? (frase verbal, há presença de verbo)

Oração é simplesmente uma frase verbal. É um enunciado que gira em torno de um verbo ou de uma locução verbal.

O advogado garantiu a inocência do seu cliente.

Deve chover neste fim de semana.

Período é uma frase que contém um ou mais verbos. Em muitas questões, o enunciado cita ‘No terceiro período, o verbo x...’. Calma, não se desespere! Achar um período é fácil! Ele começa com letra maiúscula, apresenta verbo e termina em ponto, ponto de interrogação, ponto de exclamação ou reticências.

Botafogo e São Paulo se enfrentam no Rio.

Hoje entendo, com mais facilidade, as dificuldades da língua.

(Nas frases acima, os períodos apresentam apenas um verbo. Há, por isso, o Período Simples.

Essas orações são chamadas de Orações Absolutas.)

Advogado aponta inconstitucionalidade em PL do Rio que garante opção de ensino remoto até vacina da COVID.

(O período acima apresenta mais de um verbo. Quando um período é constituído de mais de um verbo, tem-se o famoso Período Composto, que merecerá um capítulo só para ele neste material.)

Na aula de período composto, trabalharemos, com muita calma, os conceitos de coordenação e subordinação, que são os pontos mais importantes para que o entendimento do período composto seja pleno. Agora, vamos à análise sintática do período simples.

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Os termos da oração (níveis de análise)

A análise sintática busca compreender as funções sintáticas que os termos exercem em uma oração, em virtude sempre do seu comportamento. Os termos da oração são divididos, segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira em:

➢ Termos Essenciais

➢ Termos Integrantes

➢ Termos Acessórios

Didaticamente, este material irá propor a seguinte divisão:

Termos Essenciais (1º nível)

Termos Associados ao Verbo (2º nível) Termos Associados ao Nome (3º nível)

Não é meu objetivo contrariar os preceitos gramaticais que norteiam todo o nosso trabalho. A minha divisão, proposta acima, visa a facilitar a identificação de uma função sintática por meio da percepção e identificação dos parceiros sintáticos. Se existe a percepção de que um elemento é associado a um nome, e não a um verbo, fica muito mais fácil saber qual é a sua função sintática.

Observe abaixo uma proposta de análise, levando em conta os níveis.

Meu aluno gabaritou aquela prova de Português.

1º nível de análise – Termos Essenciais

Neste nível de análise, a frase será decomposta, tendo em vista os termos essenciais. Nela, acha- se o verbo, busca-se o sujeito, e tudo o que se fala sobre o sujeito será chamado de predicado.

Sujeito: Meu aluno.

Predicado: gabaritou a prova de Português.

Essa é a divisão básica de uma oração. Ela é o caminho para se acertar qualquer questão que envolva:

- Reconhecimento do sujeito

- Reconhecimento do tipo de sujeito

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- Reconhecimento do predicado

- Reconhecimento do tipo de predicado

2º nível de análise – Termos Associados ao Verbo

Já se sabe quem é o sujeito (e o tipo de sujeito) presente na oração. Neste nível, reconheceremos os elementos associados ao verbo.

Gabaritou / aquela prova de Português

Quem gabarita, gabarita algo. Após análise da transitividade verbal, o candidato chegará à conclusão de que o verbo gabaritar exige um complemento sem preposição, chamado de complemento direto (ou objeto direto).

Verbo transitivo direto: gabaritou

Complemento direto: aquela prova de Português.

O parceiro sintático de ‘aquela prova de Português’ é o verbo, pois é ao verbo que esse elemento se refere.

3º nível de análise – Termos Associados ao Nome

A análise ainda não acabou. Olhando para ‘dentro do sujeito’ e para ‘dentro do complemento’, ainda se notam elementos mínimos que se relacionam. Esses elementos apresentam uma relação que não ‘passa pelo verbo’, pois são elementos que se ligam a nomes Observe:

Meu aluno gabaritou aquela prova de Português.

Já sabemos quem é o sujeito, quem é o predicado, quem completa o verbo. Contudo, observe que há elementos dentro do sujeito que se relacionam; logo, exercem função. Há também elementos nominais dentro do complemento que apresentam relação.

‘Meu’ se refere ao núcleo ‘aluno’. Se o núcleo é o substantivo ‘aluno’, fica claro que a função do termo ‘meu’ é uma função de um termo associado a um nome, não a um verbo.

Observe o complemento: aquela prova de Português.

O núcleo do complemento é ‘prova’ e, em torno do termo ‘prova’, há o pronome ‘aquela’ e a locução adjetiva ‘de Português’.

Se a banca destacar ‘de Português’ e questionar o candidato acerca da função sintática exercida, ele precisará saber que é uma função de um elemento que se liga a um nome, não a um verbo.

Nessa oração em questão, os termos associados aos núcleos (tanto do sujeito quanto do complemento) exercem a função de adjunto adnominal.

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Núcleo do sujeito: aluno Adjunto adnominal: Meu

Núcleo do complemento: prova

Adjuntos adnominais: aquela; de Português

O elemento que a banca destacou é termo essencial?

O elemento que a banca destacou é termo associado ao verbo?

O elemento que a banca destacou é termo associado ao nome?

Esses questionamentos nos farão resolver questões de análise sintática por meio da lógica.

O vocativo é uma função sintática diferente, pois não se associa a um termo, não apresenta parceiro sintático. É apenas um recurso discursivo.

Vamos estudar, a partir de agora, cada termo da oração e as suas particularidades cobradas em provas.

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Termos Essenciais da Oração

Pessoa ou coisa sobre a qual o verbo faz uma declaração. Elemento com que o verbo, em tese, concordará (quem determina a conjugação verbal). Observe os exemplos abaixo:

Os parlamentares empossados andam agitadíssimos.

O senhor tem plano de saúde?

Eles resolveram o problema em minutos.

Nada me abalava àquela altura.

Os dois se entenderam após a briga.

Fazer questões foi fundamental para a minha aprovação.

Problemas fazem parte da vida.

O azul do mar encantou o turista.

Quem me chamou?

Observe que os elementos que exercem a função de sujeito são elementos de natureza substantiva: substantivo, pronome substantivo, numeral substantivo, oração substantiva. Isso também se aplica a qualquer palavra que sofra o processo da substantivação. Como se estudou em classes gramaticais, todo sujeito apresentará um núcleo. E é justamente com esse núcleo que o verbo concordará em número e pessoa.

Atenção !!

Como descobrir quem é o sujeito?

Fazendo-se a pergunta ao verbo, reconhece-se quem é o sujeito. Incluindo-se “quem verbo?” ou “o que verbo?”, a resposta será o sujeito. Mas fique calmo! Apenas a prática o levará a ter muita facilidade com isso.

Os professores ajudavam os seus alunos. (Quem ajudava? Os professores).

Os livros foram danificados pela chuva. (O que foi danificado?

Os livros).

Dificuldades para se encontrar o sujeito

Nas aulas, eu costumo destacar dois processos sintáticos que podem dificultar o reconhecimento do sujeito. Isso não significa que você não irá encontrá-lo, mas é preciso ter cuidado para não errar.

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1. Ordem indireta – nem sempre as frases se apresentarão na ordem direta. Por isso, é preciso ter muito cuidado para não confundir sujeito com complemento.

Não interessa a você este assunto.

O que não interessa? Este assunto → sujeito posposto ao verbo.

Aconteceu aqui um terrível acidente.

O que aconteceu aqui? Um terrível acidente → sujeito posposto ao verbo.

2. Distância núcleo – verbo – Muitas vezes, o núcleo do sujeito pode aparecer longe do verbo.

Isso certamente criará uma pequena dificuldade para muitas análises.

Os problemas de atraso frequente na transposição de água do Rio São Francisco, principalmente na região do Ceará, acabaram.

O que acabou? Os problemas de atraso frequente... → O núcleo do sujeito se encontra distante do verbo.

3. Sujeito acusativo

A Gramática Normativa, por regra, atribui aos pronomes retos a possibilidade de ser sujeito;

contudo, há casos em que pronomes oblíquos átonos podem exercer essa função. Isso acontece em orações com os verbos deixar, mandar, fazer, ouvir, ver e sentir acompanhados de um complemento com verbo no infinitivo.

O médico mandou-o entrar. (O sentido da frase é: o médico mandou que ele entrasse. A oração inteira exerce a função de complemento do verbo ‘mandou’. O pronome ‘o’ exerce a função de sujeito do verbo ‘entrar’, embora esteja na forma átona pronominal).

Vi um homem cair. (Nesse caso, também há sujeito acusativo na expressão ‘um homem’, visto que a intenção de quem produziu a frase não foi dizer que ‘viu um homem’, e sim de ‘viu cair um homem’. Observe que o termo ‘um homem’ é sujeito do verbo ‘cair’. O complemento do verbo ‘Vi’ é a oração inteira que a ele se segue.)

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Tipos de Sujeitos

Sujeito simples:

Apresenta apenas um núcleo.

Esses livros são excelentes.

Nós percebemos o seu medo.

Existem novos alunos aqui.

Alguém me avisou o perigo.

Sujeito composto:

Apresenta mais de um núcleo. Na ordem direta, o verbo concordará com a soma dos núcleos, ou seja, irá para o plural. Na ordem indireta, trabalharemos, no capítulo de concordância, um caso especial.

O professor e o aluno concordaram com essa visão.

Esses livros e esses filmes mudaram a minha vida.

Ficaram perdidos o turista e o guia.

Sujeito Elíptico / oculto / desinencial

Facilmente subentendido na análise da oração.

(Nós) Compramos esses livros.

Os alunos gabaritaram essa prova. Não é a primeira vez que (os alunos) conseguem esse feito.

Fale (você) comigo assim que eu chegar. (Cuidado com os verbos no imperativo, eles normalmente apresentam sujeito implícito)

Segundo lição de Fernando Pestana, o sujeito oculto pode ser hipotético (representado pelo pronome demonstrativo ‘isso’, que aparece subentendido). Observe os exemplos ilustrados pelo professor:

Saia daqui, menino, porque é conversa de adulto. (porque ‘isso’ é conversa de adulto).

Seria trágico se não fosse cômico. (‘isso’ seria trágico se ‘isso’ não fosse cômico)

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Sujeito indeterminado

Quando não se sabe ou não se pretende dizer quem é o sujeito. A indeterminação do sujeito pode ocorrer, tradicionalmente, de três maneiras:

- Com verbo na terceira pessoa do plural, sem referente textual:

Quebraram a vidraça do prédio. (Quem quebrou? Não se sabe!)

- Com partícula ‘se’, como índice de indeterminação do sujeito:

Necessita-se da sua ajuda. (Haverá um capítulo inteiro para tratar de tudo o que envolve a famosa partícula ‘se’)

- Com o verbo no infinitivo, dito ‘impessoal’.

É muito importante vender aquela casa. (Observe que não se sabe quem vai vender a casa).

Sujeito oracional

Ocorre quando uma oração inteira exerce a função de sujeito. Como o sujeito é um termo de natureza substantiva, a oração que exerce a função de sujeito é uma oração substantiva. Nesses casos, os verbos dos quais as orações são o sujeito ficarão no singular.

É importante que todos compareçam. (O que é importante? ‘Que todos compareçam’. Nesse caso, a oração inteira destacada é o sujeito do verbo ‘ser’, que está iniciando a frase.)

Quem faz questões incessantemente passa na prova. (Quem passa na prova? ‘Quem faz questões incessantemente’)

Seria bom rever o assunto anterior. (O que seria bom? ‘Rever o assunto anterior’)

Orações sem sujeito

Embora seja considerado um termo essencial das orações, há, no Português, as orações sem sujeito. Elas ocorrerão com os verbos impessoais. Vamos a eles?

A – Haver, no sentido de existir, ocorrer, acontecer e suceder.

Havia novos alunos presentes na sala. (haver = existir)

Houve terríveis acidentes nesta rodovia. (haver = acontecer, ocorrer) Nunca haverá no Brasil um evento desse porte. (haver = acontecer)

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Atenção¹ !!

Embora o haver, em alguns contextos, seja impessoal. Os verbos

‘existir, ocorrer, acontecer e suceder’ possuem sujeitos. Se alguma banca propuser a trocar por um desses verbos, as orações passarão a ter sujeito e, por consequência, poderão ser flexionados no plural.

Existiam novos alunos presentes na sala. (sujeito: novos alunos) Ocorreram terríveis acidentes nesta rodovia. (sujeito: terríveis acidentes)

Nunca acontecerá no Brasil um evento desse porte. (sujeito: um evento desse porte)

Atenção² !!

Existem casos em que o verbo haver poderá ir para o plural, por apresentar sujeito. Observe as frases a seguir:

Eles haviam entendido o conteúdo. (Nessa frase, o ‘haver’ é um mero auxiliar de uma locução verbal, que apresenta sujeito e, por isso, o auxiliar com ele concorda.)

Os corruptos se houveram com o povo. (O verbo haver, pronominal, nessa frase foi empregado com sentido de ‘prestar contas’)

Atenção³ !!

É muito comum, no registro coloquial, o emprego do verbo ‘ter’ no sentido existencial. Tal uso, embora muito encontrado no cotidiano e até em algumas construções literárias consagradas, em provas será considerado uma inadequação.

Tinha uma lata de lixo aqui. (inadequado) Existia uma lata de lixo aqui. (adequado)

Atenção

4

!!

Cuidado com as locuções verbais. O que deverá ser observado é o verbo principal. Se este for impessoal, a locução inteira não apresentará o sujeito e deverá ficar no singular.

Deverão haver interessados no carro. (Frase inadequada. O verbo principal da locução é o ‘haver’, com sentido de ‘existir’. Nesse caso, temos uma oração sem sujeito. O verbo não tem motivo para estar no plural.)

Deverá haver interessados no carro. (Agora, a frase apresenta correção gramatical, em virtude do bom emprego do singular no verbo auxiliar.)

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Deverão existir interessados no carro. (Com o verbo ‘existir’, a locução inteira apresentará sujeito e o auxiliar deverá com ele concordar.)

B – Haver e Fazer, no sentido temporal.

Faz meses que eu não te vejo. (Não se usa ‘fazem meses’, justamente por se tratar de uma oração sem sujeito).

Deve haver semanas que não estudo isso. (O auxiliar da locução fica no singular, pelo fato de o principal constituir oração sem sujeito).

C – Fazer, ficar e estar, indicando aspectos naturais.

Faz frio nesta semana.

Estava muito escuro ontem.

D – Verbos que indicam fenômenos da natureza, no sentido real.

Choveu ontem fortemente.

Com certeza nevou na montanha.

Atenção !!

No sentido figurado, as orações apresentarão sujeito.

Choveu dúvida durante a aula.

Choveram dúvidas durante a aula.

E – Ser, indicando hora, data, distância e aspectos naturais São onze hora da noite.

Daqui até a cidade, são mil quilômetros.

Hoje são vinte e seis de março.

O verbo ‘ser’ é o único impessoal que vai para o plural.

(CGE-CE / CONHEC. BÁSICOS / 2019)

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Candeia era quase nada. Não tinha mais que vinte casas mortas, uma igrejinha velha, um resto de praça.

Algumas construções nem sequer tinham telhado; outras, invadidas pelo mato, incompletas, sem paredes. Nem o ar tinha esperança de ser vento. Era custoso acreditar que morasse alguém naquele cemitério de gigantes.

1. No texto CB1A1-I, o sujeito da oração “Era custoso” (L.3) é

a) o segmento “acreditar que morasse alguém naquele cemitério de gigantes” (L. 3 e 4).

b) o trecho “alguém naquele cemitério de gigantes” (L. 3 e 4).

c) o termo “custoso” (L.3).

d) classificado como indeterminado.

e) oculto e se refere ao período “Nem o ar tinha esperança de ser vento” (L. 3).

Comentário:

Gab. A. Temos caso típico de sujeito oracional: [Acreditar que morasse alguém naquele cemitério] era custoso.

[ISTO] era custoso.

(STM / ANALISTA / 2018)

2. Trata-se de uma visão revolucionária, já que o convencional era fazer o elogio da harmonia e da unidade. Se a expressão “uma visão revolucionária” fosse substituída por ideias revolucionárias, seria necessário alterar a forma verbal “Trata-se” para Tratam-se, para se manter a correção gramatical do texto.

Comentário:

Gab. E. “Tratar-se DE” é expressão invariável, que configura sujeito indeterminado “Verbo Transitivo Indireto+SE”. Logo, o verbo não vai ao plural.

(SEDF / 2017)

3. Quando indaguei a alguns escritores de sucesso que manuais de estilo tinham consultado durante seu aprendizado, a resposta mais comum foi “nenhum”. Disseram que escrever, para eles, aconteceu naturalmente.

No que se refere ao texto precedente, julgue o item a seguir. O sujeito da oração iniciada pela forma verbal

“Disseram” é indeterminado.

Comentário:

(20)

Gab. E. Quem disse isso? Ora, foram os escritores. Então, o sujeito está determinado sim! Nessa oração

“Disseram que escrever, para eles, aconteceu naturalmente” o sujeito é oculto, já que, embora não conste expresso, isto é, escrito, na oração, podemos recuperá-lo do contexto.

(SEDF / 2017)

4. Um estudo da FGV aponta que 80% dos professores de educação infantil têm nível superior completo. Os dados correspondem ao ano de 2014 e mostram que a formação dos professores das instituições públicas continua melhor. Acerca dos sentidos e de aspectos linguísticos do texto anteriormente apresentado, julgue o item que se segue:

O sujeito da forma verbal “mostram”, que está elíptico, tem como referente “Os dados”.

Comentário:

Gab. C. Vamos observar que há dois verbos na linha 6. [Os dados correspondem ao ano de 2014] e [mostram que a formação dos professores das instituições públicas continua melhor...].

[Os dados correspondem ao ano de 2014] e [(os dados) mostram que a formação dos professores das instituições públicas continua melhor...].

O primeiro verbo, “correspondem”, tem como sujeito “os dados”. Já o segundo verbo, “mostram”, não tem um sujeito expresso. O sujeito está elíptico, omitido. No entanto, sabemos que são “os dados que mostram”, então podemos recuperar o referente desse verbo no contexto. Esse é o caso clássico de “sujeito oculto, elíptico, desinencial”.

(TRT-MT / 2016)

5. “Não há dúvida de que o voto é a melhor arma de que dispõe o eleitor...” O termo “dúvida” exerce a função de sujeito na oração em que ocorre.

Comentário:

Gab. E. O verbo “haver” é impessoal, não tem sujeito. “Dúvida” exerce função de objeto direto do verbo “haver”.

(TRT-MT / 2016)

6. ...verifica-se a existência de matas e de estradas rurais em condições ruins ou onde é necessário o uso de barcos para chegar à seção eleitoral. É importante lembrar, ainda, que, quando não havia a urna eletrônica facilitadora do voto —, o analfabetismo e os problemas de saúde dos idosos poderiam comprometer a obtenção de um voto corretamente lançado (escrito a caneta) na cédula de papel. Quando, na CF, estabeleceu-se o voto obrigatório para maiores de dezoito anos e facultativo para analfabetos...

(21)

Os termos “o uso de barcos” e “o voto obrigatório” desempenham a mesma função sintática nas orações em que ocorrem.

Comentário:

Gab. C. É necessário o uso de barcos > O uso de barcos é necessário (Sujeito) Estabeleceu-se o voto obrigatório > O voto obrigatório foi estabelecido. (Sujeito)

Ambos os termos em destaque exercem função sintática de sujeito, com a distinção de que o segundo integra uma oração que está na voz passiva.

(22)

Predicado

Quando existe a figura do sujeito, o predicado compreende tudo o que se declara a respeito do sujeito. O predicado encerra a declaração básica da oração. E, em orações sem sujeito, haverá apenas predicado, que é marcado pela presença do verbo.

Naquela mesa, está faltando ele.

Lá fora está chovendo absurdamente.

A turma inteira alcançou bons resultados.

Acima, estão marcados os predicados. A segunda oração é formada por verbo impessoal, ou seja, ela é uma oração sem sujeito, havendo apenas o predicado.

Vejamos os tipos de predicados existentes, são apenas três: verbal, verbo-nominal e nominal.

Predicado verbal – apresenta verbo de ação

Os alunos estudaram aquele conteúdo. (‘Estudar’ é um verbo que expressa ação. Alguém pratica a ação de estudar.)

Atenção !!

Os verbos impessoais haver (temporal e existencial), fazer (temporal) e fenômenos da natureza constituem predicado verbal.

Havia três pessoas interessadas no carro.

Atenção !!

Também há predicado verbal quando há um verbo que não expressa ação acompanhado de uma expressão com valor de lugar.

Pedro está em casa.

Predicado nominal – apresenta verbo que não expressa ação + estado, qualidade, condição Todos estavam preocupados. (‘estavam’ não expressa ação. É um verbo de estado. ‘Preocupados’ é qualidade ou estado relativo ao sujeito. No próximo capítulo, estudaremos predicação verbal e veremos o conceito de predicativo.)

Eles eram inocentes. (‘eram não expressa ação. É um verbo de estado. ‘inocentes’ é qualidade ou condição relativa ao sujeito.)

(23)

Atenção !!

Os verbos impessoais ficar e estar (indicando aspectos naturais) e o verbo impessoal ser (indicando hora) constituem predicados nominais. Verbos impessoais foram orações sem sujeito.

Está frio aqui.

São dez da noite.

Predicado verbo-nominal – apresenta verbo de ação + estado, qualidade, condição.

Todos estudaram preocupados. (Note que há tanto a presença do verbo de ação (‘estudar’ quanto o estado relativo ao sujeito ‘preocupados’.)

Vale a pena observar que todo predicado verbo-nominal apresenta a mistura de duas declarações:

uma de natureza verbal, outra de natureza nominal. Contudo, o verbo que não expressa a ação fica implícito na oração.

I. Todos estudaram (e estavam) preocupados.

II. Eu acordei (e estava) feliz.

III. O juiz considerou o réu culpado (considerou que o réu era culpado).

Nas frases I e II, há a presença de predicativo do sujeito. Na frase III, há o predicativo do objeto.

Relaxa o coração, estudaremos esses amiguinhos em breve.

(24)

Um estudo – rápido – sobre o verbo

Vamos falar sobre predicação? Na verdade, já estudamos o sujeito e o predicado. O próximo passo para uma análise sintática em provas é olhar para dentro do predicado e analisar com que tipo de termos o verbo se relaciona. A depender dos elementos que são empregados numa frase, o verbo apresentará determinada classificação quanto à sua transitividade. Segundo esse critério, os verbos podem ser: transitivos diretos, transitivos indiretos, transitivos diretos e indiretos e verbos de ligação. Para começar esse estudo, é preciso frisar em letras garrafais uma lição muito importante: NÃO EXISTE ANÁLISE SEM CONTEXTO!

No universo escolar, aprendemos que o verbo ‘comer’ é transitivo direto, porque ‘quem come, come algo’. Em concursos, essa análise não funciona dessa forma. Para o verbo ‘comer’ ser devidamente analisado, é FUNDAMENTAL que se compreenda a oração em que ele está inserido, visto que tudo pode mudar, a depender do contexto. Observe:

A. Nós comemos a pizza inteira. (Nessa frase, quem come, come algo. Observe que há ‘quem come’ e também há o ‘algo que é comido’).

B. Nós comemos sempre nesse restaurante. (Nessa frase, por sua vez, não há fisicamente a noção de ‘quem come, come algo’. Aqui, há ‘quem come’, mas não há o ‘algo que é comido’. Nesse contexto, a ação do verbo se esgota nele. Não atinge algum elemento oracional. Não há um alvo. Os termos

‘sempre’ e ‘nesse restaurante’, respectivamente, apresentam valor semântico de tempo e lugar, próprios de advérbios).

Nas frases A e B, o mesmo verbo apresenta relação diferente com os termos dentro do predicado.

Na frase A, o verbo, apresentando o ‘algo que é comido’, é considerado um verbo que possui complemento, isto é, é um verbo transitivo. Já na frase B, o verbo comer não apresenta complemento.

Os elementos adverbiais que se relacionam com ele são adjuntos adverbiais. O verbo, agora, passa a ser intransitivo. Observe mais exemplos:

O professor escreveu o livro. (Quem escreve, escreve algo. Verbo transitivo)

O professor escreveu com carinho. (Há apenas quem escreve. ‘Com carinho’ é o modo como se escreve; logo, o verbo é intransitivo)

Eu estudei esse assunto complexo. (Quem estuda, estuda algo. Verbo transitivo)

Eu estudei sem medo. (Há apenas quem estuda. ‘Sem medo é o modo como se estuda; logo, o verbo é intransitivo)

Fez sentido? É fundamental, quando se pretende estudar análise sintática, que o aluno tenha a noção contextual. Não se pode tentar ‘decorar os verbos transitivos ou os intransitivos’. Esse caminho os levará ao erro!

(25)

Agora, vamos a cada tipo de verbo, classificado quanto à sua predicação.

Transitivos diretos

O verbo transitivo direto (VTD) exige complemento sem preposição obrigatória. Seu complemento será o objeto direto (ou complemento direto).

O bom astral vai dominar o mundo.

Ele adivinhou a questão cobrada na prova.

O professor lembrou o nome desse aluno.

Não custa alertar: cuidado com a ordem da frase! Na oração Existem alunos motivados aqui. O termo ‘alunos motivados’ é o sujeito posposto ao verbo. Colocando a frase na ordem direta, tem-se, claramente, essa noção: Alunos motivados existem aqui. Como o sujeito não apresenta preposição, a banca vai criar a maldosa sensação de que esse elemento é o complemento direto. Não caia nessa!

Pergunte sempre ao verbo quem é o sujeito!

Transitivos indiretos

O VTI exige complemento regido por preposição: o objeto indireto (ou complemento indireto).

Cariocas não gostam de dias nublados. (quem gosta, gosta DE algo)

Essa empresa investe em tecnologias de ponta. (quem investe, investe EM algo) O professor se lembrou do nome desse aluno. (quem SE lembra, lembra-SE de algo)

Transitivos diretos e indiretos

O VTDI (ou verbo bitransitivo) exige duas espécies de complementos: um sem preposição e um com). Ele trabalha com os dois objetos: diretos e indiretos.

Ele pediu uma ajuda aos pais. (quem pede, pede ALGO A ALGUÉM)

Devolveram os documentos a esta senhora. (quem devolve, devolve algo a alguém) Eu escrevi uma linda carta para a minha mãe. (quem escreve, escreve algo para alguém) Observe que esse verbo apresenta os dois complementos.

Intransitivos

O verbo intransitivo não apresenta complemento (objeto). Ele, muitas vezes, apresenta sentido completo, não exigindo qualquer termo e, em outros casos, ele apresentará um elemento de valor adverbial (o adjunto adverbial), que pode ser exigido por ele ou empregado para indicar circunstância.

(26)

O verbo intransitivo será reconhecido pela FALTA do complemento.

A aula maravilhosa de Química começou.

Morreu a minha vontade de brigar.

Nessas duas frases, a ação do verbo se encerra no próprio verbo. Eles não exigem qualquer elemento por terem seu sentido completo.

Ela falou pausadamente.

Nessa frase, há o verbo falar. Normalmente, ‘quem fala, fala algo’. Contudo, nessa frase específica, o verbo não apresenta o ‘algo’, o complemente. O que há, na frase, é um adjunto adverbial indicando o modo como a ação se deu. Por não haver complemento, esse verbo é chamado de intransitivo.

Minha professora mora em Brasília.

Muito cuidado com esse tipo de frase. O verbo ‘morar’ não tem seu sentido completo. Ele ‘exige’

um elemento; contudo, ele exige o ‘em algum lugar’, ou seja, ele exige um adjunto adverbial, não um objeto. Tal verbo é intransitivo.

Uma cidade amanheceu na América.

Aqui, há um verbo que de fato tem sentido completo e ele ainda apresenta adjunto adverbial de lugar. Nessa frase, amanhecer é um verbo intransitivo.

Verbos de ligação

São considerados, no Português, verbos relacionais. O que significa dizer que esses verbos não expressam ação, e sim funcionam como elemento que estabelece relação entre termos numa frase. Ele relaciona o sujeito ao seu predicativo, trazendo ideia de estado, atributo, qualidade, aparência, condição ou mudança de estado do sujeito.

Os alunos são esforçados. (‘Esforçado’: característica dos alunos) Meu livro permanece desatualizado (‘Desatualizado’: estado do livro).

Você parece preocupado. (‘Preocupado’: atributo do sujeito).

O verbo de ligação conecta um PREDICATIVO a um sujeito. Os elementos sublinhados acima são os predicativos dos sujeitos.

(27)

Atenção !!

Lembre-se sempre de que toda análise depende do contexto.

Normalmente os verbos de ligação são: ser, estar, permanecer, ficar, virar, andar, continuar, parecer, permanecer, tornar-se...). No entanto, a análise não pode ficar exclusivamente no verbo.

Em contextos diferentes, um verbo que – tradicionalmente – é de ligação pode mudar de classificação, por simplesmente não apresentar predicativo.

Os alunos ficaram confiantes. (‘Ficaram’ é um verbo de ligação, visto que ‘confiantes’ é o termo que se liga ao sujeito, indicando característica ou estado. Há nessa frase o predicativo do sujeito).

Os alunos ficaram em sala. (‘Em sala’ não é atributo do sujeito ‘Os alunos’. Isso é suficiente para se afirmar que não há, nesse contexto, um verbo de ligação. O ‘ficaram’ apresenta um adjunto adverbial de lugar.

Por isso, passa a ser classificado como verbo intransitivo.)

Agora, vamos estudar especificamente os termos associados ao verbo, fazendo jus ao nome do capítulo. Contudo, tudo o que foi transmitido até aqui será fundamental para que se acerte qualquer questão que envolva os termos associados ao verbo. Por questões lógicas de subordinadas, para reconhecer a função de um termo ligado ao verbo, é para o verbo que se deve olhar.

(28)

Termos ligados ao verbo

Agora falaremos sobre os termos ligados ao verbo. Eu posso te adiantar que falaremos sobre objeto direto, objeto indireto, agente da passiva, predicativo e o adjunto adverbial. Vamos falar sobre cada um deles?

Objeto Direto

É o complemento do verbo transitivo direto e um dos complementos do verbo transitivo direto e indireto. Ele é o alvo da ação do verbo e não apresenta preposição exigida pelas formas verbais.

Recebemos muitos familiares em março.

O professor debateu esse tema durante aula.

Para os especialistas, há três elementos fundamentais.

Pesquisadores testaram o código genético do vírus.

Ele afirmou que a prova seria cancelada. (nesse caso, há uma oração inteira funcionando como objeto direto).

Outros tipos especiais de objetos diretos, que pouco caem em provas:

- Objeto direto preposicionado: objeto que recebe preposição por um motivo alheio ao verbo.

Como assim? Não é o verbo que exige a preposição que ocorre nesse complemento. Ela acontece por motivos que nada têm a ver com a transitividade.

Ao Flamengo venceu o Botafogo. (Ocorre preposição ‘a’ para se deixar claro quem é o sujeito e que houve, na frase, uma inversão da ordem)

A pessoa a quem você ama é fantástica. (O pronome relativo ‘quem’, quando retoma elemento anterior é sempre preposicionado)

Eles agrediram uns aos outros. (Noção de reciprocidade) Todos comeram da pizza. (Ideia partitiva)

Nós sempre devemos amar a Deus. (Nos casos em que se emprega o substantivo próprio ‘Deus’) Amava-o como a um filho. (Com núcleo antecedido de partícula comparativa)

Ela encanta a todos. (Antes dos pronomes referentes a pessoas: todos, alguém, ninguém, etc) Eles amam apenas a mim. (Antes de pronomes oblíquos tônicos).

Acabar com o jogo. (Algumas expressões idiomáticas)

(29)

Cumprir com a obrigação.

Pegar pelo braço.

- Objeto direto pleonástico: nesse caso, ocorre uma repetição do objeto direto. Normalmente, acontece quando se antecipa um nome e se emprega um pronome oblíquo átono.

Este livro, decidi devorá-lo.

A mim, tu não me convences.

(IHBDF / 2018)

7. Exatos 35 anos antes de o presidente Fernando Henrique Cardoso sancionar a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996, João Goulart, então recém-alçado à presidência do país sob o arranjo do parlamentarismo, promulgou a primeira LDB brasileira.

No texto CG2A1DDD, o termo “a primeira LDB brasileira” exerce a função sintática de a) sujeito.

b) predicado.

c) objeto direto.

d) objeto indireto.

e) adjunto adverbial.

Comentário:

Gab. C. “Promulgar” é verbo transitivo direto e pede um objeto direto, sem preposição: promulgou algo >

promulgou a primeira LDB brasileira.

(Instituto Rio Branco / 2012)

8. No período “Que Demócrito não risse, eu o provo”, o verbo provar complementa-se com uma estrutura em forma de objeto direto pleonástico, com uma oração servindo de referente para um pronome.

Comentário:

Gab. C. Organizando, temos: Eu provo [que Demócrito risse (ria)]

Eu provo [isto] > eu o provo. Então, percebemos que o objeto de “provo” está na forma de uma oração, e o pronome “o” retoma essa oração, de forma que temos a repetição do objeto. Portanto, temos um objeto pleonástico.

(30)

Objeto Indireto

É o complemento regido por verbo transitivo indireto (ou direto e indireto), a cuja regência se deve o emprego de preposição. A preposição que faz parte desse complemento é desprovida de valor semântico, tendo apenas papel relacional de conectivo.

Nós precisamos de um novo escritório.

Enviei para você o arquivo em pdf.

Esse governo depende de aprovação popular.

Necessito de dormir profundamente. (observe que esse complemento indireto é uma oração)

Opa! Objeto indireto pleonástico

A mim, você deveria me oferecer carinho.

(STM / ANALISTA / 2018)

9. ... a sageza e prudência de não acreditar cegamente naquilo que supõe saber, que daí é que vêm os enganos piores, não da ignorância.

O vocábulo “daí” e a expressão “da ignorância” exercem a mesma função sintática no período em que ocorrem.

Comentário:

Gab. C. Temos "vir DE+Aí" (vir daí) e "vir DE+A ignorância" (vir da ignorância). Em ambos os casos temos objetos indiretos do verbo “vir”.

Pronomes oblíquos átonos, na função de complemento verbal

Os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, o, a, lhe, os, as, lhes são empregados tradicionalmente na função de complemento verbal.

A - O, a, os, as tradicionalmente objetos diretos.

Comprei esse livro.

Comprei-o. (O termo ‘o’ é objeto direto)

Atenção !!

Fique atento às mudanças de forma por que passam esses pronomes diante da terminação de verbos.

(31)

Encontramos as crianças na rua -> Encontramo-las na rua. (Quando o verbo termina em r, s ou z, essas consoantes serão suprimidas, e o pronome assumirá as formas: lo, la, los, las, exercendo a função de objeto direto).

Vou gabaritar essa prova. -> Vou gabaritá-la. (Aqui, ocorre o mesmo fenômeno da frase acima)

Fiz o exercício com toda a paciência -> Fi-lo com toda paciência.

(Aqui, ocorre o mesmo fenômeno da frase acima)

Deixaram o livro sobre a mesa. -> Deixaram-no sobre a mesa.

(Quando o verbo termina em som nasal, ocorre apenas uma mudança: o pronome assume as formas nasalizadas no, na, nos, nas.)

B - Lhe e lhes tradicionalmente objetos indiretos.

Este assunto não lhe interessa. (O verbo ‘interessar’ é transitivo indireto, exigindo a preposição ‘a’) Eu jamais lhe perdoarei. (Quem perdoa, perdoa a alguém).

Peço-lhe desculpas. (quem pede, pede algo A ALGUÉM. O pronome ‘lhe’ representa justamente o

‘a alguém’, ou seja, o complemento indireto do verbo pedir, que, na frase, é VTDI)

Atenção¹ !!

Observe a seguinte frase, muito empregada no nosso cotidiano:

Deus lhe abençoe [frase inadequada]. (O verbo ‘abençoar’ é transitivo direto, ou seja, não se deve empregar o pronome ‘lhe’

como complemento desse tipo de verbo. Isso CHOVE em provas!)

Atenção² !!

O ‘lhe’ com valor possessivo não é complemento verbal. É adjunto adnominal.

Roubaram-lhe a carteira.

Em sinal de respeito, beijei-lhe as mãos. (Esses dois verbos destacados são VTD. Não exigem preposição ‘a’. O ‘lhe’ foi empregado exclusivamente para expressar posse. Roubaram sua

(32)

carteira. Beijei suas mãos.)

C - Me, te, se, nos, vos podem ser diretos ou indiretos, a depender do verbo com que se relacionam.

Esse livro nos pertence. (‘pertencer’ é transitivo indireto e pede preposição ‘a’. Por esse motivo, o pronome ‘nos’ é objeto indireto.)

Esse livro nos salvou. (‘salvar’ é transitivo direto. Por esse motivo, o pronome ‘nos’ é objeto direto.)

Apenas te peço que estudes. (‘pedir’ é transitivo direto e indireto. ‘Pede-se algo a alguém’. O termo

‘te’ é justamente o ‘a alguém’, objeto indireto)

Predicativo

Expressa estado, qualidade, característica ou atributo do ser a que refere. Seu reconhecimento mais frequente é se referindo ao sujeito por meio do verbo de ligação (motivo pelo qual ele integra ESTE capítulo). Contudo, há casos de predicativos que aparecem sem a presença do verbo de ligação.

Conforme oriente o Mestre Evanildo Bechara, em sua Gramática Escolar, o predicativo, como todo complemento verbal, aparece normalmente à direita do verbo; mas ele difere dos complementos anteriores pelo tipo de palavra que o representa. Como assim? É simples. Observe:

Classes gramaticais que exercem função de predicativo: adjetivo (mais comum), substantivo, pronome, numeral, locução adjetiva.

Esse computador está muito lento. (‘lento’ é adjetivo e exerce a função de predicativo do sujeito).

Nós éramos inocentes. (‘inocentes’ é adjetivo e exerce a função de predicativo do sujeito)

Meu aluno foi o recordista de notas altas. (‘recordista’ é substantivo e exerce a função de predicativo do sujeito)

Ele saiu de cabeça erguida. (‘de cabeça erguida’ é locução adjetiva e exerce a função de predicativo)

Eu não sou você. (‘você’ é pronome de tratamento e exerce a função de predicativo).

É importante que você se dedique mais. (‘Importante’ é um adjetivo e exerce a função de predicativo do sujeito oracional)

(33)

Caso de predicativo sem verbo de ligação expresso.

→ Com verbo intransitivo ou transitivo

Ela viu o acidente desesperada. (Ela viu o acidente (e estava) desesperada) Nós acordamos animados. (Nós acordamos (e estávamos) animados)

→ Adjetivo isolado, que não faz parte do sujeito

O aluno, chateado, fez a prova.

O aluno fez a prova chateado. (Nessas duas frases, o termo ‘chateado’ não é um termo interno do sujeito. Ele compõe um predicado verbo-nominal e exerce a função de predicativo do sujeito: o aluno fez a prova (e estava) chateado)

Predicativo do objeto.

É um atributo relativo ao objeto que expressa um atributo dado, percebido ou causado pelo sujeito. Ele ocorre essencialmente quando o objeto é complemento dos verbos chamados

‘transobjetivos’: crer, julgar, considerar =, etc.– quando denotam opinião; chamar, apelidar, denominar e outros de sentido igual ou parecido; fazer, tornar, eleger, proclamar, etc.

Todos consideraram o pai culpado.

A imprensa chamou-o de louco.

Elegeram esse aluno representante de turma.

(PGE-PE / Analista Judiciário de Procuradoria / 2019)

10. ... é difícil dizer se a maior turbulência depende de uma crise moral ... Todo o trecho subsequente ao termo

“difícil” funciona como complemento desse termo.

Comentário:

Gab. E. Na verdade, temos um caso de predicativo ligado a sujeito oracional: dizer se a maior turbulência depende de uma crise moral é difícil ISTO é difícil. O “ser” é verbo de ligação.

(CGM-JOÃO PESSOA – 2018)

11. Agora, se eu dou um jeito nos meus impostos porque o delegado da receita federal é meu amigo ou parente e faz a tal “vista grossa”, aí temos o “jeitinho” virando corrupção. Em “temos o ‘jeitinho’ virando corrupção”, os termos ‘jeitinho’ e “corrupção” funcionam como complementos diretos da forma verbal “temos”.

(34)

Comentário:

Gab. E. “Corrupção” é um predicativo do sujeito “jeitinho”, ligado a ele por um verbo de ligação (virando

“jeitinho” tornando-se “corrupção”: mudança de estado). Questão incorreta.

(IHBDF / 2018)

12. Quase sempre, condutores, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos saem em disparada, ambulância cortando o trânsito, sirenes ligadas, para atender a alguém que nunca viram. Mas podem chegar à cena e encontrar um amigo. Estão preparados. O espaço para a emoção é pequeno em um serviço que só funciona se apoiado em seu princípio maior: a técnica.

Os termos “um amigo” e “preparados” exercem a mesma função sintática nos períodos em que se inserem.

Comentário:

Gab. E. “um amigo” é objeto direto de “encontrar”. Preparados é predicativo do sujeito oculto do verbo de ligação. “Estão”: condutores, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos estão preparados.

Adjunto Adverbial

É a função exercida pelos advérbios e pelas locuções adverbiais. O adjunto adverbial se associa, em tese, a verbos de qualquer transitividade, indicando-lhes circunstância.

O pronome relativo ‘onde’ também exerce tal função, quando retoma nomes com ideia de lugar.

Senado vota nesta terça-feira projeto que torna Fundeb permanente.

Depois da tempestade, nós evoluímos como seres humanos.

Ele sempre assiste a esse tipo de filme.

Ele sempre foi uma pessoa muito dedicada.

Um advogado da cidade onde nasci ganhou o prêmio.

O valor semântico dos adjuntos adverbiais costuma cair em prova. Tome cuidado, pois eles podem ter várias possibilidades semânticas. Os aspectos semânticos foram listados por ondem de importância.

Modo: Encarei esse desafio sem medo.

Tempo: Após as dez horas, o som deve ser desligado.

Lugar: Ficamos fora de casa.

Causa: Ele correu de tanto medo.

(35)

Negação: Não vou me adaptar.

Conformidade: Segundo a regra, isso não pode.

Concessão: Apesar de toda a hipocrisia, acredito no Brasil.

Assunto: Não discuto mais sobre política.

Intensidade: Hoje você dormiu demais.

Companhia: Hoje resolvi estudar com os meus irmãos.

Finalidade: Eu batalhei muito para essa conquista.

Instrumento: Fiz o testamento a lápis.

Condição: Sem Deus, não há explicação para a vida.

Meio: Vou de táxi...

Afirmação: Certamente ele mereceu passar.

Preço: Vendemos a casa por um preço surreal.

Matéria: A receita foi feita com comida de verdade.

Dúvida: Provavelmente a dieta dê certo agora.

Opa! Algumas locuções adverbiais de tempo, que exercem a função de adjunto adverbial, podem vir sem preposição.

Acordo cedo todos os dias.

Eu sou muito mais feliz sexta-feira.

Agente da passiva

É o elemento associado ao verbo que expressa quem pratica a ação do verbo sobre o sujeito paciente. Essas nomenclaturas e o conceito de voz passiva serão estudados no capítulo sobre vozes verbais e, certamente, facilitarão o aprendizado.

Os filhos foram influenciados pelos pais. (Essa oração está na voz passiva, devido à presença de uma estrutura verbal passiva: ser + particípio. A expressão ‘pelos pais’ representa justamente quem pratica a ação de influenciar. Observe. ‘Os filhos’ sofrem a ação. ‘Os pais’ praticam a ação.)

Normalmente, o agente da passiva é introduzido pela preposição ‘por’.

Fui ajudado por familiares.

A casa será comprada por essa família.

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Contudo, há possibilidade de essa função sintática ser introduzida pela preposição ‘de’.

O pai foi cercado de filhos. (‘Os filhos’ praticaram a ação de cercar ‘os pais’).

(TRT-MT / 2016)

13. “A par disso, quando se pensa no processo eleitoral — embora logo venha à cabeça a figura dos candidatos, partidos e coligações como sujeitos de uma trama que é ordinariamente vigiada por eles próprios e por órgãos estatais...”. “Ademais, em segundo plano, tal atribuição fiscalizatória advém dos preceitos morais que impõem a necessidade de contenção dos vícios eleitorais”

Os termos “por órgãos estatais” e “dos preceitos morais” exercem a função de complemento verbal nos períodos em que ocorrem.

Comentário:

Gab. E. Uma trama que é vigiada por eles próprios e por órgãos estatais. “por órgãos estatais” exerce função sintática de agente da passiva. “dos preceitos morais” é complemento verbal preposicionado (OI) do verbo

“advir” (VTI; de).

(EMAP–Cargos de Nível Superior – 2018)

14. Uma estrutura de VTS (Serviço de tráfego de embarcações) é composta minimamente de um radar com capacidade de acompanhar o tráfego nas imediações do porto, um sistema de identificação de embarcações denominado automatic identification system, um sistema de comunicação em VHF, um circuito fechado de TV, sensores ambientais (meteorológicos e hidrológicos) e um sistema de gerenciamento e apresentação de dados.

Seria preservada a correção gramatical do texto se, no trecho “composta minimamente de um radar” (L.1-2), fosse empregada a preposição por, em vez da preposição “de”.

Comentário:

Gab. C. O agente da passiva pode ser introduzido pela preposição “de” no lugar do “por”: Uma estrutura de VTS é composta minimamente de (ou por) um radar.

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