UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS CAMPUS DE CURRAIS NOVOS
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
FRANCISCO EDILSON FERREIRA DE SOUSA
ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA: Um estudo do IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA (ISSQN) no município de Currais Novos - RN
CURRAIS NOVOS – RN 2017
Francisco Edilson Ferreira de Sousa
ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA: Um estudo do IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA (ISSQN) no município de Currais Novos - RN
Projeto de Intervenção apresentado ao Curso de Especialização em Administração Pública da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, campus Currais Novos, para obtenção do título de Especialista. Orientador: Prof. Dr. Valdemir Galvão de Carvalho.
CURRAIS NOVOS – RN
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ensino Superior do Seridó - CERES Currais Novos
Sousa, Francisco Edilson Ferreira de.
Arrecadação tributária: um estudo do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) no município de Currais Novos - RN / Francisco Edilson Ferreira de Sousa. - 2017.
24 f.: il. color.
Monografia (Especialização) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ensino Superior do Seridó, Curso de Especialização em Administração Pública. Currais Novos, RN, 2017. Orientador: Prof. Dr. Valdemir Galvão de Carvalho.
1. Administração pública - Monografia. 2. Tributação -
Monografia. 3. ISSQN - Monografia. 4. Currais Novos - Arrecadação tributária - Monografia. I. Carvalho, Valdemir Galvão de. II. Título.
RN/UF/BSCN CDU 35:336.22
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RN/UF/BSCN CDU 35:336.22
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TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Declaro, para todos os fins de Direito e que se fizerem necessários, que assumo total responsabilidade pelo material aqui apresentado, isentando a Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, a Coordenação do Curso, a Banca Examinadora e o Orientador de toda e qualquer responsabilidade acerca do aporte ideológico empregado ao mesmo.
Conforme estabelece o Código Penal Brasileiro, concernente aos crimes contra a
propriedade intelectual o artigo n.º 184 – afirma que: Violar direito autoral: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. E os seus parágrafos 1º e 2º,
consignam, respectivamente: §1º Se a violação consistir em reprodução, por qualquer meio, no todo ou em parte, sem autorização expressa do autor ou de quem o represente, (...): Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, (...). § 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à venda, aluga, introduz no país, adquire, oculta, empresta, troca ou tem em depósito, com intuito de lucro, original ou cópia de obra intelectual, (...), produzidos ou reproduzidos com violação de direito autoral.
Diante do que apresenta o artigo n.º 184 do Código Penal Brasileiro, estou ciente que poderei responder civil, criminalmente e/ou administrativamente, caso seja comprovado plágio integral ou parcial do trabalho.
Currais Novos-RN, ___ de ____________ de 2017.
____________________________________________________ FRANCISCO EDILSON FERREIRA DE SOUSA
RESUMO
Este projeto teve como objetivo averiguar como a atualização do Cadastro Mercantil das empresas prestadoras de Serviços e Comércio do município de Currais Novos - RN poderá contribuir para a elevação da arrecadação tributária municipal, com foco na Receita do ISSQN. Para a elaboração deste estudo, foi utilizado o método quanti-qualitativo e Estatística descritiva, com base no levantamento de dados de números de empresas cadastradas e números de prestadores de serviços e os valores recebidos do ISSQN no munícipio pesquisado. O resultado sugere que nos anos pesquisados de 2013 a 2016, o ISS, foi o tributo municipal que apresentou maior expressividade na arrecadação do município em comparação aos demais tributos municipais. O cadastro mercantil encontra-se muito defasado de informações, apresenta um número total de 1.092 empresas não cadastradas, sendo necessário uma forte fiscalização e um recadastramento para atualização dos dados das empresas e prestadores de serviços, assim pode-se ter nos próximos anos um aumento significativo na receita do ISSQN do município de Currais Novos - RN de aproximadamente 30% a mais em relação a receita obtida em 2016, gerando aproximadamente R$ 780.000,00 de acréscimo na receita arrecadada.
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 06 1.1 OBJETIVOS ... 08 1.2 OBJETIVOS GERAIS ... 08 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 08 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 09 2.1 CONCEITOS DO ISSQN ... 09 2.2 HISTÓRICO DO ISSQN... 10
2.3.LEGISLAÇÃO DO ISS NO BRASIL... 11
2.3.1 O BRASIL POLÍTICO E O ISS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL...11
2.3.2. CONSTITUIÇÃO ESTADUAL... .12
2.3.3 LEI ORGÂNICA MUNICIPAL ... 12
2.3.4 A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL...12
2.3.5 ORÇAMENTO PÚBLICO ... 13
2.3.6 RECEITAS PÚBLICAS ... 13
2.3.7 O ISS NO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL...14
3. METODOLOGIA ... 15
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 17
4.1 DADOS DAS EMPRESAS ATIVAS EM CURRAIS NOVOS ... 17
4.2 ARRECADAÇÃO DE ISS NO MUNICÍPIO DE CURRAIS NOVOS ... 17
4.3 COMPARATIVO DA ARRECADAÇÃO DO ISS EM RELAÇÃO AOS TRIBUTOS MUNICIPAIS ... 18
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ... 21
1. INTRODUÇÃO
A cidade de Currais Novos, localizada no Seridó Oriental do Rio Grande do Norte, com uma população de aproximadamente 45.000 habitantes segundo últimos dados do IBGE, e possui uma área de 864m2. Economicamente a cidade sobrevive praticamente de atividades comerciais e de serviços, por esse motivo o ISSQN - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza é o principal tributo e também o mais importante cobrado nos municípios brasileiros, baseado em estatísticas de arrecadação. O setor de serviços é o que mais cresce no país e o que apresenta maior potencial de cobrança e gera um impacto financeiro numa arrecadação tributária eficaz.
O cálculo do ISSQN tem como base o preço dos serviços prestados. A fiscalização é difícil, especialmente em pequenos estabelecimentos, pois normalmente boa parte não emite nota fiscal, e muitas empresas desse porte não são cadastradas no município, por falta de estrutura na fiscalização tributária municipal. Com relação aos estabelecimentos de maior porte que pagam com base no preço dos serviços prestados, o problema muitas vezes, é o atraso ou a falta do recolhimento do imposto, sendo de suma o controle sobre eles.
De acordo com Barreto (2005) o ISSQN, por se tratar de uma das principais fontes de arrecadação municipal, tem sido expandido por todo o território nacional após a CF/88 que definiu a necessidade de lei orgânica para cada município. Ainda mais expandido foi a partir da LC 116/2003 e a obrigação de se criar lei para cada município para o regimento do imposto a que eles competem.
As alíquotas mais comuns utilizadas pelos municípios são definidas em lei municipal baseadas na Lei Complementar 116/2003, e são as seguintes: 2% ou 3% para os serviços de construção civil, e 5% para os demais serviços.
Por outro lado, a modernização levou ao uso de ferramentas para uma melhor arrecadação, como exemplo implantou-se com a Nota Fiscal Eletrônica de Serviços (NFSe), e Currais Novos já dispõe dessa ferramenta para a melhoria na arrecadação do ISSQN. Porém, falta maior fiscalização nas empresas prestadoras de serviços, pois os recolhimentos dos impostos das mesmas, ainda, não são totalmente controlados pelo sistema tributário municipal e pelo sistema da Receita Federal, ou seja, ainda faltam ajustes para a fiscalização e gerenciamento dessa importante ferramenta.
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A Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e), enquadra-se na convergência dos objetivos do Projeto de Modernização da Administração Tributária e Aduaneira da Receita Federal do Brasil e dos correspondentes programas de Modernização da Administração Tributária dos Estados e Municípios (Brasil, 2017b). A finalidade é definir e implementar as regras de negócio, requisitos e funcionalidades de um processo informatizado para a emissão e controle de NFS-e em formato eletrônico (Brasil, 2017b). Atualmente existe um cadastro mercantil ainda muito defasado de informações, tendo com consequência uma deficiência nessa arrecadação aos cofres do município. O crescimento do número de empresas sejam elas de grande porte, pequeno porte, MEI (Micro Empreendedor Individual), Pessoas Físicas Autônomas (Moto taxistas, Taxistas, Médicos, Dentistas, Advogados e outros diversos profissionais) necessita ser averiguado, pois essas pessoas jurídicas e físicas tem a obrigação de pagar um alvará anual para localização e funcionamento e esse tributo faz parte do ISSQN, como também a emissão de notas fiscais pelas prestações de serviços dentro do território municipal. Sem falar ainda no ISSQN dos Bancos, Financeiras e Cartórios que atual na cidade e não recolhem esse tributo aos cofres públicos da forma devida. No decorrer dos anos, o cadastro do setor vem ficando cada vez mais defasado em virtude de falta de investimentos, planejamento e prioridades nesse tipo de arrecadação. Essa arrecadação seria muito importante para execução de políticas públicas voltadas ao Município.
Segundo dados do Portal da Transparência da cidade de Currais Novos, no link: http://177.107.97.79:8070/transparencia/receitas.aspx, nos meses de Abril a Julho de 2016, quando se refere ao ISSQN, esse tributo gera aos cofres do município entradas de aproximadamente R$ 230.000,00 por mês, com a execução de um plano de melhoria e fiscalização de empresas cadastradas juntos aos órgãos competentes (Receita Federal, SEBRAE, Junta Comercial do Estado), a estimativa seria de receber aproximadamente 30% a mais de arrecadação com a atualização desse cadastro. Com esses recursos a receita orçamentária cresceria e a cidade poderia obter melhor investimentos em áreas prioritárias, cumprindo assim as demandas de necessidades básicas da comunidade, gerando assim políticas públicas mais eficientes.
Neste sentido este estudo investigará o seguinte problema: como a atualização
município de Currais Novos pode contribuir para a elevação da arrecadação tributária municipal, com foco na Receita do ISSQN?
1.1 OBJETIVOS:
1.1.1- OBJETIVO GERAL
Averiguar se a atualização do Cadastro Mercantil na Cidade de Currais Novos contribui positivamente no aumento da arrecadação do ISSQN.
1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Coletar dados referentes as empresas cadastradas no Município de Currais Novos com os órgãos competentes (Receita Federal, SEBRAE, JUCERN) e verificar essa defasagem no cadastro mercantil;
Discutir os principais aspectos acerca da legislação do ISSQN;
Comparar os dados coletados da arrecadação do ISSQN e os possíveis impactos da atualização do Cadastro Mercantil após a adoção de medidas para a elevação na receita do ISSQN; e
Identificar as possibilidades de realização mais eficiente na fiscalização tributária para atualização do Cadastro Mercantil na arrecadação de ISSQN.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONCEITOS DO ISSQN
O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN ou ISS) é um imposto urbano, que compete aos municípios seu recolhimento, segundo o art. 156, III da Constituição Federal, definidos em lei complementar e alterados pela Lei Complementar 116/2003, exceto os serviços de competência estadual que são os serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicações. O artigo 156 da Constituição cita que compete aos Municípios instituir imposto sobre: III- serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em Lei Complementar. No § 3º desse mesmo artigo, apresenta que fixar as suas alíquotas máximas a mínimas; excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior; regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
Santi (2005, p. 500) afirma que juntamente com a competência tributária dos municípios na aplicação do ISS, o referente texto da Constituição, definiu a competência desse tributo, o qual ele não pode incidir sobre os serviços prestados de alçada estadual - transporte intermunicipal e interestadual e definiu também a competência do legislador municipal a certas diretrizes aplicadas por lei complementar.
Verifica-se que esse texto da Constituição Federal define a competência tributária, mostrando que não há qualquer possibilidade do legislador modificá-la. O objeto de estudo é: Imposto Sobre Serviços na forma que se apresenta, acima de tudo, como um imposto sobre a circulação, sobre prestação de serviços como atividade econômica, onde se presume um prestador do serviço, um preço para operação e um tomador do serviço. O referido imposto alcança a circulação econômica de determinado bem (serviço).
Para Pêgas (2003, p. 145), o ISS substituiu por meio da Emenda Constitucional nº 18, o antigo Imposto das Indústrias e Profissões, que constituía a principal fonte de receita tributária dos municípios. O ISS é cobrado sobre todo e qualquer serviço prestado, exceto as definidas por lei; mas, em razão do grande número de municípios existentes no Brasil, procurou-se padronizar, para evitar taxas muito altas fixadas por Lei Complementar. É um tributo de competência dos municípios que incide sobre os serviços prestados por empresas ou profissionais autônomos, e que o fato gerador do serviço já não seja de competência tributária do Estado ou União (OLIVEIRA et al., 2005).
2.2 HISTÓRICO DO ISSQN
No Egito e na Roma antiga tributos semelhantes com o atual ISS podia ser verificado. Por outro lado, Vetarischi (2005) acredita que no Brasil do período colonial e imperial já haviam tributos fiscais que eram pagos por algumas profissões, mas que não guardam semelhança com o atual ISS. Visto que, anteriormente o trabalho humano era secundário, pois, haviam muitos escravos, então o Estado não se importava com o recolhimento desse tributo.
Martins (2003, p. 17 - 18) conta que por volta da metade do século XX, os Estados se preocupavam em substituir o imposto sobre o volume de vendas, por um imposto sobre o valor acrescido, tendo como objetivo aumentar a circulação econômica de bens, que poderiam ser de mercadorias ou serviços. O primeiro país tinha imposto sobre o valor acrescido, e aplicação do mesmo era a todas as operações realizadas. Não tinha caráter acumulativo e permitia a redução do imposto já pago na operação anterior.
A partir de 1954, a França começa a tributar as vendas por meio de outros dois impostos, os quais, um incidia sobre a venda de produtos ou mercadorias pelos atacadistas, o outro sobre outras operações como: comércio de varejo, locação de serviços, entre outros.
A partir de 1962, toda a Comunidade Econômica Européia (hoje União Européia) adotaria o imposto sobre as vendas sobre valor acrescido, antes utilizado somente pela França. No Brasil, antes de 1965, a prestação de serviços era atividade tributada, segundo a Constituição de 1946, pelos impostos: Imposto sobre Transações (estadual); Imposto de licença (municipal); Imposto de Indústrias e Profissões (municipal) e o Imposto Sobre Diversões Públicas (municipal).
O ISS teve início na Emenda Constitucional nº 18, de 1 de dezembro de 1965, cujo art. 15 dizia: Art. 15. Compete aos municípios o imposto sobre serviço de qualquer natureza, não compreendidos na competência tributária da União e dos Estados. Parágrafo Único. Lei Complementar estabelecera critérios para distinguir as atividades a que se refere este das previstas do art. 12. Com a aplicação dessa Emenda, os antigos impostos foram extintos e substituídos pelo Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza.
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2.3 – LEGISLAÇÃO DO ISS NO BRASIL
2.3.1. O Brasil Político e o ISS na Constituição Federal
A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios onde todos são autônomos nos termos da Constituição (BRASIL, art. 18, 1988).
Diante disso, os municípios são considerados entes federativos da União e receberam oficialmente a delegação de competência tributária para instituir, fiscalizar, arrecadar e administrar os tributos de sua própria competência. Para disciplinar as contas públicas a Constituição Federal de 1988 formulou no art. 37 sobre administração pública gerencial, baseada no principio da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Nesse sentido, será abordado o conceito de ISSQN de acordo com a Constituição Federal, o Código Tributário Nacional, a Lei Complementar nº 116/03, Constituição Estadual, Lei Orgânica Municipal, Código Tributário Municipal, Lei de Responsabilidade Fiscal, Orçamento Público, Receitas Tributárias, impostos, Arrecadação Própria Municipal, e ISSQN (Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza), conforme a seguir.
A Constituição Federal (CF) brasileira nos seus artigos 145 a 156, apresenta as normas gerais da repartição das competências tributárias, dos princípios tributários, das limitações ao poder de tributar e das partilhas do produto das arrecadações dos impostos, ao redigir a proposta de lei tributária, o legislador municipal tem que estar de posse, dentre outros, a Constituição Federal.
A Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, é quem regula o sistema tributário nacional e estabelece as normais gerais de direito tributário. Em vista da dinâmica de permanentes mudanças no mundo econômico, o nosso Código Tributário Nacional já se enverga ao peso dos anos, apesar das inúmeras retificações, e ajustes a que se submeteu no decorrer de sua longa vida. Todavia, ainda é o instrumento básico em seu desenho de codificação, dando ao legislador municipal o “mapa” das sequências lógicas que deve seguir, ou servir de orientação.
É a nova lei federal do ISSQN, onde o legislador municipal deve acompanhá-la como norma geral, podendo inserir mudanças de características nitidamente locais, mas que não se oponham aos preceitos básicos lá instituídos, nela está incluída a lista de serviços a serem cobrados o ISSQN.
Sobre o tema, Amaro (2006, p. 106 e 107) considera que o exercício do poder de tributar supõe o respeito ás fronteiras do campo material de incidência definido pela Constituição e a obediência ás demais normas constitucionais que complementam a demarcação desse campo e balizam o exercício daquele poder.
2.3.2 - Constituição Estadual
Quanto a Constituição Estadual, a mesma segue, nos termos que lhe são pertinentes, as normas e princípios da Constituição Federal, mas nem por isso deve ser descartada, pois traz, às vezes, indicações tributárias de efeito estadual que não podem ser relegadas.
2.3.3- Lei Orgânica Municipal
Em relação a Lei Orgânica Municipal que se trata da lei básica do Município é de fundamental importância na elaboração da Lei Tributária local, o chamado Código Tributário Municipal, que estabelece, em geral, normas de consequências tributárias, principalmente na área de incentivos fiscais, isenções ou tratamentos especiais a certas categorias profissionais ou atividades exercidas em bairros, regiões ou sub-regiões.
Enquanto, que o Código Tributário Municipal é a lei municipal que legisla toda a parte tributária do município, no município pesquisado a lei em vigor é a de nº 1142 de 18 de Janeiro de 1990 e fixa a alíquota de 5% para todos os serviços prestados no município.
2.3.4 - A Lei de Responsabilidade Fiscal
Por outro lado, a Lei de Responsabilidade Fiscal n° 101/2000 não diz respeito somente ao Direito Financeiro, uma vez que seus efeitos se irradiam ao Direito Tributário e não devem ser esquecidos. Um deles se refere ao planejamento, conduzindo-nos à obrigatoriedade do cumprimento das normas orçamentárias, diretrizes orçamentárias e dos planos plurianuais. A previsão de receitas, entre elas, é claro, do próprio ISSQN, devem estar identificadas. Isso significa que o Município deverá ter uma visão do impacto
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que a nova receita do imposto terá nas finanças municipais. Outra questão está relacionada com a chamada renúncia da receita. Qualquer ideia de conceder isenção, anistia, remissão, ou seja, qualquer beneficio de ordem fiscal, tem que passar sob o jugo da lei. Deverá ser demonstrado que a renúncia foi previamente considerada na previsão de receitas da lei orçamentária anual e que ela não afetará as metas de resultados trienais, art. 14 da 101/00. Se isto não ficar comprovado, a perda de receita decorrente da concessão do incentivo ou beneficio precisará ser compensada, pela elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição, e só entrará em vigor quando as medidas de compensação também entrarem.
2.3.5 – Orçamento Público
O Orçamento Público é a peça chave que disciplina os gastos e organiza a previsão das receitas. De acordo com o art. 165 da CF 1988, compreendendo a elaboração e execução de três leis – o plano plurianual (PPA), as diretrizes orçamentárias (LDO) e o orçamento anual (LOA) – que, em conjunto, materializam o planejamento e a execução das políticas públicas.
Segundo Moreira Neto (2008, p.123), o Orçamento Público consiste na busca pelo planejamento e programação na atividade financeira do Estado, de modo a concretizar os princípios da economicidade e da eficiência na obtenção de receitas e na realização das despesas públicas.
2.3.6 – Receita Pública
A receita pública é todo e qualquer recolhimento feito aos cofres públicos quer seja efetivado através de numerários ou outros bens representativos de valores, que o Governo tem direito de arrecadar, quer seja oriundo de alguma finalidade específica, cuja arrecadação lhe pertença ou caso figure como depositário dos valores que não lhe pertencerem (KOHAMA, 2003).
As receitas podem ser de dois tipos, Receitas Correntes e de Capital. Receitas Correntes são classificadas em receita tributária, patrimonial, agropecuária, industrial, de
serviços, transferências correntes e outras. Enquanto que as Receitas de Capital são classificadas em operações de créditos, alienação de bens, amortização de empréstimos, transferências de capital e outras.
Receitas Tributárias segundo Andrade (2002) “são receitas provenientes de tributos em geral, pagas pelos contribuintes pelas atividades exercidas, sobre suas rendas, suas propriedades e dos benefícios diretos e imediatos recebidos do Estado, sendo uma das mais importantes nas receitas orçamentárias”.
2.3.7- O ISS no Código Tributário Nacional
Segundo o CTN no seu artigo 16º, imposto “é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa do contribuinte”
De acordo com o Art. 156 da Constituição Federal do Brasil – (BRASIL, 1988), para os municípios adquirirem recursos financeiros tributários próprios, existem impostos que são de sua competência. Os impostos instituídos pelos municípios são: IPTU – Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana, ITBI – Imposto Sobre a Transmissão "inter-vivos" de Bens Imóveis e de Direitos Reais Sobre Imóveis e ISSQN – Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza.
O ISSQN (Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza), respeitando o Código Tributário Nacional – CTN (1966) é utilizado pela gestão vigente com o intuito de arrecadar receitas, sobre os serviços prestados dentro do seu território, ou seja, cada município tem o dever de fixar uma alíquota referente ao ISSQN sendo que essa alíquota é definida, variando de acordo com o serviço prestado. As alíquotas não podem ser inferiores a 2% (Emenda Constitucional nº 37, de 12 de junho de 2.002) ou superiores a 5% (artigo 8º, II, LC nº 116/03).
Portanto cada município tem sua legislação tributaria municipal própria, destacando nela, as alíquotas da região que devem ser aplicadas na base de cálculo. A gestão do ISSQN nos municípios é a mola propulsora para a melhoria da arrecadação.
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3. METODOLOGIA
Para a elaboração deste estudo foi utilizado o método quantiqualitativo. O método qualitativo está relacionado a interpretação das leis, artigos, livros que fazem parte da pesquisa, e o método quantitativo está relacionado ao levantamento de dados de números de empresas cadastradas e números de prestadores de serviços como também os valores recebidos do ISSQN no munícipio pesquisado, aonde esses dados afetam diretamente o comportamento da receita municipal no tocante a esse tributo.
Esclarece Fonseca (2002, p. 20):
Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são grandes e consideradas representativas da população, os resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc. A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais informações do que se poderia conseguir isoladamente.
Assim sendo, este projeto de intervenção visa levantar dados para estudar a possibilidade da realização da atualização do Cadastro Mercantil na cidade de Currais Novos-RN, e se o mesmo pode contribuir positivamente no aumento da arrecadação do ISSQN, com base no uso de ferramentas eficazes para execução do mesmo, onde irá impactar na melhoria da qualidade de vida da população, considerando que segundo análise na arrecadação própria municipal, o ISSQN é o imposto municipal de maior expressão, em relação aos outros tributos municipais.
Esse estudo limitou-se a analisar as receitas referentes ao ISSQN do Município de Currais Novos - RN, pesquisado no período de 2014 a 2016, usando como amostragem a receita recebida de ISSQN nesse período. Bem como, fazer comparações de um possível cadastramento de empresas e dos autônomos que, ainda, não estão cadastrados no Município.
Os dados e as fontes para a pesquisa foram obtidos através de legislação, livros, artigos, internet, publicações acadêmicas para abordar os conceitos do ISSQN. Os recursos recebidos foi coletado no Site da Prefeitura de Currais Novos, no portal da Transparência e os dados das empresas cadastradas foram coletadas nos sites da Receita Federal, IBGE, JUCERN( Junta Comercial do Estado do RN) e Site da Empresômetro.
O método de procedimento utilizado para o desenvolvimento desse estudo foi a estatística descritiva para determinar a probabilidade de acerto de determinada observação por maio da elaboração de gráficos e tabelas.
Segundo Gil, (2010, p.27), as pesquisas descritivas com base nos objetivos mais gerais, “têm como objetivo a descrição das características de determinada população”. Podem identificar as características de um grupo, também se propõem a estudar o nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, entre outros.
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4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste capítulo são apresentados os resultados da pesquisa, tendo como fontes, os sites: https://www.empresometro.com.br/Home/Estatisticas, site do portal da transparência da prefeitura, através do link: http://177.107.97.79:8070/transparencia /receitas.aspx, e Relatório de Empresas Cadastradas no Setor Tributário, da Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura Municipal de Currais Novos.
4.1- DADOS DAS EMPRESAS ATIVAS EM CURRAIS NOVOS
Segundo dados da Tabela 1 a seguir, o total de 3.431(três mil, quatrocentos e trinta e uma) empresas ativas na Cidade de Currais Novos-RN, conforme dados extraídos do Site da Empresômetro, totalizando assim 100% (cem por cento). Temos um total de 2.339 (dois mil, trezentos e trinta e nove) empresas cadastradas no Cadastro Mercantil do Setor Tributário da Secretaria Municipal de Finanças, sendo assim um percentual de 68% (sessenta e oito por cento) em relação as empresas existentes no Município, chegamos a um resultado que temos uma defasagem no Cadastro no Setor Tributário num total de 1.092(Um mil e Noventa e duas) empresas, chegando a um percentual de 32%(trinta e dois por cento) em relação ao total de empresas que existem hoje no Município.
Tabela 1 - Empresas ativas em Currais Novos
Quantidades Percentual em relação ao número de empresas cadastradas Empresas Ativas 3.431 100% Empresas cadastradas no Setor
Tributário
2.339 68%
Defasagem 1.092 32%
Fonte: Site: https://www.empresometro.com.br/Home/Estatisticas, 2017.
SIAT- Sistema Integrado de Administração Tributária- Cadastro Mercantil - Setor Tributário SEMFIN-PMCN
4.2- ARRECAÇÃO DE ISS NO MUNÍCIPIO DE CURRAIS NOVOS-RN
Na Tabela 2 abaixo, temos a arrecadação de ISS no Município de Currais Novos, dados esses extraídos do Portal da Transparência do Município de Currais Novos, temos então no ano de 2014 uma arrecadação de R$ 1.500,566,80(Um milhão, quinhentos mil, quinhentos e sessenta e sessenta e seis reais e oitenta centavos), no ano de 2015 uma
arrecadação de R$ 2.601.490,43 (dois milhões, seiscentos e um mil, quatrocentos e noventa reais e quarenta e três centavos) tendo um percentual de crescimento de 43% (quarenta e três por cento) em relação ao ano de 2014 e no ano de 2016 temos uma arrecadação de 2.655.064,50 (dois milhões, seiscentos e cinquenta e cinco mil, sessenta e quatro reais e cinquenta centavos), alcançando assim um percentual de aumento de 2% (dois por cento) em relação ao ano de 2015.
Tabela 2 - Arrecadação do ISSQN em Currais Novos
Anos Valores ( R$) Crescimento em relação ao ano anterior
2014 1.500.566,80
2015 2.601.490,43 43%
2016 2.655.064,50 2%
Fonte: www.portaldatransparênciaprefeituramunicipalcurraisnovos, 2017
4.3- COMPARATIVO DA ARRECADAÇÃO DO ISS EM RELAÇÃO AOS TRIBUTOS MUNICIPAIS
Nas tabelas abaixo vamos fazer um comparativo da arrecadação do ISS (Imposto sobre Serviços), do IPTU (Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana) e do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis), são os tributos municipais que compõe a receita tributária do Município de Currais Novos. Esses comparativos serão feitos dos anos de 2013 a 2016.
Segundo dados da Tabela 3 abaixo, tivemos uma arrecadação total de tributos municipais no ano de 2014, no valor de R$ 3.100.787,52(três milhões, cem mil, setecentos e oitenta e sete reais e cinquenta e dois centavos). Temos o IPTU com uma arrecadação de R$ 1.291.239,03 (um milhão, duzentos e noventa e um mil, duzentos e trinta e nove reais e três centavos), obtendo um percentual de 41,64%(quarenta e um vírgula sessenta e quatro por cento) em relação ao total geral dos tributos municipais arrecadados nesse ano. Temos o ISS com uma arrecadação no valor de R$ 1.500.566,80(um milhão, quinhentos mil, quinhentos e sessenta e seis reais e oitenta centavos), obtendo um percentual de 48,39 (quarenta e oito vírgula trinta e nove por cento) do valor total e temos a arrecadação do ITBI no valor de R$ 308.981,69 (trezentos e oito mil, novecentos e oitenta e um reais e sessenta e nove centavos), perfazendo um percentual de 9,97%(nove vírgula noventa e sete por cento) em relação ao total.
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TABELA 3- ARRECADAÇÃO DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS NO ANO DE 2014
ANO DE 2014
IMPOSTO Valor Arrecadado R$ % em relação ao Total Geral dos Tributos Municipais
IPTU 1.291.239,03 41,64%
ISS 1.500.566,80 48,39%
ITBI 308.981,69 9,97%
TOTAL GERAL DOS
TRIBUTOS MUNICIPAIS
3.100.787,52 100,00%
Fonte: www.portaldatransparênciaprefeituramunicipalcurraisnovos, 2017
Segundo dados da Tabela 4 abaixo, tivemos uma arrecadação total de tributos municipais no ano de 2015, no valor de R$ 3.264.057,85(três milhões, duzentos e sessenta e quatro mil, cinquenta e sete reais e oitenta e cinco centavos). Temos o IPTU com uma arrecadação de R$ 358.860,28(trezentos e cinquenta e oito mil, oitocentos e sessenta reais e vinte e oito centavos), obtendo um percentual de 10,99% (dez vírgula noventa e nove por cento) em relação ao total geral dos tributos municipais arrecadados nesse ano. Temos o ISS com uma arrecadação no valor de R$ 2.601.490,43(dois milhões, seiscentos e um mil, quatrocentos e noventa reais e quarenta e três centavos), obtendo um percentual de 79,71(setenta e nove vírgula setenta e um por cento) do valor total e temos a arrecadação do ITBI no valor de R$ 303.707,14(trezentos e três mil, setecentos e sete reais e quatorze centavos), perfazendo um percentual de 9,30%(nove vírgula trinta por cento) em relação ao total.
TABELA 4- ARRECADAÇÃO DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS NO ANO DE 2015 ANO DE 2015
IMPOSTO Valor Arrecadado R$ % em relação ao Total Geral dos Tributos Municipais
IPTU 358.860,28 10,99%
ISS 2.601.490,43 79,71%
ITBI 303.707,14 9,3%
TOTAL GERAL DOS
TRIBUTOS MUNICIPAIS
3.264.057,85 100,00%
Fonte: www.portaldatransparênciaprefeituramunicipalcurraisnovos, 2017
Segundo dados da Tabela 5 a seguir, obteve-se uma arrecadação total de tributos municipais no ano de 2016, no valor de R$ 3.317.217,82(três milhões, trezentos e
dezessete mil, duzentos e dezessete reais e oitenta e dois centavos). Temos o IPTU com uma arrecadação de R$ 422.284,28 (quatrocentos e vinte e dois mil, duzentos e oitenta e quatro reais e vinte e oito centavos), obtendo um percentual de 12,73 (doze vírgula setenta e três cento) em relação ao total geral dos tributos municipais arrecadados nesse ano. Temos o ISS com uma arrecadação no valor de R$ 2.655.064,50 (dois milhões, seiscentos e cinquenta e cinco mil, sessenta e quatro reais e cinquenta centavos), obtendo um percentual de 80,04(oitenta vírgula quatro por cento) do valor total e temos a arrecadação do ITBI no valor de R$ 239.869,04 (duzentos e trinta e nove mil, oitocentos e sessenta e nove reais e quatro centavos), perfazendo um percentual de 7,23%(sete vírgula vinte e três por cento) em relação ao total.
TABELA 5- ARRECADAÇÃO DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS NO ANO DE 2016
ANO DE 2016
IMPOSTO Valor Arrecadado R$ % em relação ao Total Geral dos Tributos Municipais
IPTU 422.284,28 12,73%
ISS 2.655.064,50 80,04%
ITBI 239.869,04 7,23%
TOTAL GERAL DOS
TRIBUTOS MUNICIPAIS
3.317.217,82 100,00%
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os dados preliminares coletados, verifica-se que havendo uma forte fiscalização e um cadastramento das empresas que ainda não estão cadastradas no município de Currais Novos - RN existe a real possibilidade de se obter um aumento significativo na receita do ISSQN do município pesquisado, podendo elevar em aproximadamente 30% da receita observada em 2016, dando em torno de uns R$ 780.000,00 a mais.
Nos anos pesquisados de 2013 a 2016, o ISS foi o tributo municipal que apresentou maior expressividade na arrecadação do município em comparação aos demais tributos municipais, sendo assim, concluí-se que esses números ainda podem serem melhorados, só basta serem feitos todos os planejamentos necessários para atingir essas metas de uma melhor arrecadação tributária municipal.
O principal problema do cadastro mercantil, ainda muito defasado de informações, traz como consequência uma deficiência arrecadatória aos cofres municipais. O crescimento do número de empresas sejam elas de grande porte, médio ou pequeno porte, MEI (Microempreendedor Individual), Pessoas Físicas Autônomas (Moto taxistas, Taxistas, Médicos, Dentistas, Advogados e outros diversos profissionais) precisa ser averiguado. Pois, essas pessoas jurídicas e físicas tem a obrigação de pagar um alvará anual para localização e funcionamento e esse tributo faz parte do ISSQN, como também a emissão de notas fiscais pelas prestações de serviços dentro do território municipal. Some-se a isso, o ISSQN dos Bancos, Instituições Financeiras e Cartórios que atualmente o município, ainda, não recolhe esse tributo aos cofres públicos municipal de forma devida.
Neste sentido, no decorrer dos anos, o cadastro do setor vem se tornando cada vez mais defasado em virtude de falta de investimentos, planejamento e prioridades nesse tipo de arrecadação. Essa arrecadação seria muito importante para execução de políticas públicas voltadas ao Município.
Com a execução de um plano de melhoria e fiscalização de empresas cadastradas juntos aos órgãos competentes (Receita Federal, SEBRAE, Junta Comercial do Estado), a estimativa seria de arrecadar uma receita de ISSQN aproximadamente 30% maior por meio da atualização do cadastro. Recurso que o município de Currais Novos se
beneficiaria com mais investimentos em áreas prioritárias, cumprindo assim as demandas de necessidades básicas da comunidade e gerando políticas públicas mais eficientes.
Esta pesquisa alcançou todos seus objetivos, mostrando que o município de Currais Novos investindo num planejamento mais eficaz e havendo um grande recadastramento e fiscalização nesse setor tributário, pode ser feito um recadastramento dessas empresas e pessoas físicas autônomas que ainda não fazem parte do cadastro da mesma, refletindo positivamente na arrecadação do ISS para os próximos meses, basta somente colocar em práticas essas ações.
Os resultados sugerem que os municípios não podem depender tão somente das receitas advindas do governo Federal e/ou Estadual, mas buscar se esforçar para cumprir suas responsabilidades fiscais. Os municípios não podem ficar desestimulados, devem buscar suas próprias receitas, elaborando planos de arrecadação, com base nas leis para melhor eficiência da arrecadação tributária do município, explorando assim uma melhor arrecadação no ISS, IPTU, ITBI e outras receitas municipais.
Enfim, para trabalhos futuros sugiro que sejam realizados estudos focados no ISS de outros municípios, buscando compreender melhor as relações de arrecadação, abrindo portas para que se entenda a imensa complexidade da causa pública.
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REFERÊNCIAS
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