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Metodologia para seleção de vestimentas de trabalho

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Academic year: 2021

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

METODOL OGI A PARA SELEÇÃO DE V E S T I M E N T A S DE TRABALHO

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA Â UNIVERS IDA DE FEDERAL DE SANTA C ATA R I N A PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ME STR E EM ENGENHARIA

NANCI DOS SANTOS LAURO

(2)

-2 5 5 .9 0 9 -4

NANCI DOS SANTOS LAURO

ESTA DISSERTAÇÃO FOI JULGADA ADEQUADA PARA O BTENÇÃO DO T ÍTULO DE

ME STRE EM ENGENHARIA

ESPECIALIDADE EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E APR OVADA EM SUA FORMA FINAL PELO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

BANCA EXAMINADORA

PROF. JÒTAVIO FERRARI FILHO, Msc Presidente

(3)

Auxiliar de Ensino no D e p a r ta men to de Economia Domestica da U n i v e r s i ­ dade Federal de Viçosa.

Especialista em Economia Domest ica nas areas de Educaçao do C o n s u m i ­ dor e V e s t u a r i o Como C a p a c i taç ao de Mao-de-Obra.

(4)

À CAPES - Comissão de Aperfe iço ame nto de Pessoal de Ensino Superior - peias condições proporcionadas para realizaçao do C u r ­ so de P o s - G r a d u a ç ã o .

À UFV - Universidade Federal de Vi ços a - na pessoa de seus adminis tra dor es e colegas de t rabalho que me f a c i lit ara m e a p o i a ­ ram antes e durante todas as etapas do curso.

à UFSC - Universidade Federal de Santa Cat arina - na pes ­ soa de seus administradores, professores e fu nci oná rio s que me t o r n a r a m possível a obtenção do t itulo de mestre em engenharia.

À banca examinadora, que, com suas crític as e sugestões, muito contribuiu para melhor qualidade do relato.

Aos dirigentes do HU - Hospital U n i v e rsit ari o - da UFSC por facilitar a realiz.ação do tra balho em suas d e p e n dên cia s e utj_

lização de seus f uncionários para a coleta de dados.

Aos f uncionários do HU/UFSC por dem o n s t r a r e m boa v ont ade e co o p e r a r e m na tomada de dados, mesmo nos momentos mais difíceis.

Às bibI iotecarias do HU/UFSC e bi blio tec a u n i v e r s i t a r i a . Aos fu ncionários do serviço de m ete orol ogi a de Florianopo- lis e de sua rede em Porto Alegre-RS, pela atenção e a ten dim ent o qu ant o ao f ornecimento de dados.

\ FIESC, na pessoa de seus fun c i o n á r i o s que d e m o n s t r a r a m

(5)

Ao Wag ner e Sepetiba pelos tr aba l h o s de ilustração e c u i ­ dadosa correção, e ã Ana Cani por sua particip açã o não so como procuradora, mas t ambem como colabora dor a e amiga.

Aos colegas de curso e de trabalho, amigos e familiares, e to das as outras pessoas que direta ou indiretamente contribuí - ram para o êxito deste estudo, meus efu sivos agradecimentos.

(6)

ÍNDICE DE Q UADROS ... ... ... ÍNDICE DE FjGURAS ... ... ... RESUMO ... ... AB STR ACT ... ... ... CAPÍTULO I INTRODUÇÃO ... ... 1.1. Or i g e m do Trabalho ... . 1.2. Ob j et i vo ... ... 1.3. Limitação ... ... 1.4. Importância ... . 1.5* Estrutura do Trabalho ... CAPÍTULO II

REVISÃO B IBL IOGRÁFICA ... 2.1. Conce.ituaçoes ... ... 2.2. A Utilização das Vestime nta s de Tra bal ho (VT)

2.2.1. Evolução das VT ... 2.2.2. Homem x T rabalho x Ves tim e n t a ... . 2.2.3. A Legislação ... ... 2.3. Aspectos a Serem Observados no Planejamento de

V T ... 2 . 3 « I ■ Aspectos Sociais e Psicologicos das VT

(7)

2.3-2. Aspectos Econômicos das V T .. .. ... ^

2.3.3- Aspectos de Proteção das VT ... *4

2. 3-3-I* Os Agentes Quí micos ... 2.3-3.2. Os Agentes FÍsicos ... ... ... 17

2.3«3*3« Os Agentes Me cânicos e Mecano--FÍsicos ... 34

2.3-3*4. Os Agentes Biologicos ... 35

2.3.4* Seleção de Materiais para Produção de VT ... ... ... 36

2.3-4-1. T eci dos ... ... 37

2.3-4-2. Linhas ... ... 41

2.3-4-3- Outros Aviamentos ... 42

2.3-5- As Costuras Adequadas ... 42

2.4". Custos da Uni formização de Pessoal ... ...43

CAPÍTULO I I I M E TODOLOG IA ... ...45

3-1. M ode lo Teórico ... ... 45

3.1.1. Anal ise da Função do Grupo ...47

3. I .2. Analise das Características FÍsicas do Amb i ente ... ... ... 47

3 • I*3■ Ana I i se dos Moviment os Mu scu l a r e s D e s e n ­ volvidos pelos Indivíduos, Durante as Atividades de Tra balho ... ...47

3.1.4. A n a l i s e d o s Aspectos Sociais e/ou Psico-logicos Envolvidos ... 48

3.1.5. A n a l i s e d o s Materiais e Mé tod os de C o n ­ fecção ... 48

3.1.6. A n a l i s e d o s Custos de U n iformização ... 48

3*2. Material e Metodo ... ... ... ... 49

3

.

2

.1. Determinação da Amostra da população de Interesse ... ... 49 3-2.2. Análi se da Função do(s) Grupo(s) de Tr<a

(8)

3.2.3• Análise das Características FÍsicas Am­

bientais ... ...51

3«2.3.I. Temperatura, Umidade, Velocidade do Ar e Pressão Atmosférica ... 51

t 3.2.3-2. Vibração, Radiação, Ruídos e Po-I uentes ...56

3-2.3«3- Agentes Químicos e Agentes Bacte-riologicos ... 57

3.2.4* Analise dos Movimentos Muscular es e C o­ leta de Dados A n t r op ome tri cos ... 58

3*2.5* Analise do Aspecto Social e/ou Psicolo-g i co ... 61

3*2.6. Pesquisa de Materiais ... 65

3.2.7* Teste de Materiais ... ... 66

3.2.8. Indicaçao de Modelos, Materiais, C a r a c ­ terísticas de Confecção e Determi naç ao de Custos ... ... ...66

CAPÍTULO IV TESTE ... ... ...70

APLICAÇÃO DA METODOLOGIA NA ÁREA MÉDICA ...70

4*1* I ntrodução ... 70

4.2. Se leção da Amostra ... ...71

4*3* A Função dos Profissionais ... ...72

4>3*l* A Função dos Enfermeiros ... 73

4*3*2. A Função dos Auxiliares de Enfermagem 74 4.3*3. A Função dos Auxiliares de Servi ços Di ­ versos ... 74

4*3*4* Funções x V T ... ...75

4.4* Características FÍsicas Ambientais do HU . . . 77

4>4>l* A Temperatura Ambiente ... ... 77

4

.

4.4.1*1. 0 Clima de FIorianopoI is

....

78

4*4*1.2. Regulagem da Temper atu ra Co rporea 82 4*4>2. Os Agentes Biologicos Infecciosos ... 83

(9)

4*5« Mo vim ent os Musculares e Dados Ant r o p o m e t r i cos 86

4-6. As pecto Social e Psicologico ... 87

4-7« Pesquisa de Materiais ... . 89

4.8. Teste dos Materiais ... . 90

4-9» Indicação de Modelos, M ate riais e Caracteris-t i cas de Confecção mais Convenie nCaracteris-te s ... . . 96

4.9- I • Modelos ... ... ... 96

4-9-2. Materiais ... ... ... 99

4-9-3 . Caracteristicas de Confecção mais C o n ­ venientes ... ... . 99

4 - 1 0 . Custo Unitário das Vestimentas Sugeridas x Cujs to da Nao Utilizaçao de Vestime nta s Adequadas 101 CAPÍTULO V C O NCL U S Õ E S E R E C O M E N D A Ç Õ E S ... ... ... 102

5 - I - Cone Iusões ... ... 102

5-2..R eco men daç ões ... ... I03 BI BLI OGR AFI A ... ... ... 105

ANEXO I ... ... 113

ANEXO II ... ... ... ... 115

ANEXO III ... 116

(10)

Fatores et iop atogêncios das d ermatoses ocupacio- nais ... .

índices de isolamento e pe rmeabilidade de v e s t i ­ mentas, para movimento normal de ar lOm/min ....

Isolamento térmico de t ecid os selecionados ... Eficiência da evaporação de agua, por resfriameji to, de superfície cilíndrica revestida ... Co mpa r a ç a o de carga de calor na superfície da pele (K), medida com 4 discos de fluxo de calor, para trê s níveis de radiação pura (Rn ) referente %

a camisa negra ... ... .

Fator de proteção, de diversos tecidos, contra ou ação de radiação solar ... .

Car ac te r í s t i c a s e aplicações usuais de alguns têx te i s natura is ...

Ca r a c t e r í s t i c a s e aplicações de fi bra s têx tei s s i ntet i cas ... ... .

(11)

t êx t e i s artificiais ... ... Re spo sta s aceitaveis sobre os efeitos causados pelas v estimentas das enfermeiras, na qualidade de aproxi maç ao social ... Re sul t a d o s do levantamento sobre o efeito das vestes das enfermeiras, na qualida de de apr o x i ­ mação soc ial ... .

Compara ção dos custos de unif orm iza ção de pes- soai, relativa aos itens do vestuário ... Custos ponderados mensais decorr ent es da não utj_

lização de vestimentas adequadas ... . Nu mero total de pessoas que praticam enfermagem, operand o nas diversas unidades do Hll/UFSC, por t u rno e sexo ... ... N umero d e pessoas sorteadas, por runçao e per ío­ do, para serem entrev i stadas ... T e m p e r a t u r a e umidade da Cidade de Florianopo-

Iis-SC, por est ações do ano, por um período de 10 anos ... .

R e sul ta dos da t est a g e m dos t ecidos ... . Custo de unifor miz açã o dos profissi ona is de en­ f e r m a g e m para o Hll/UFSC, utiliza ndo o tecido re­ c o m e n d a d o ...

(12)

Faixa de variaçao das tempe rat ura s retal e oral, e n c o nt rad as em pessoas normais ... .

Efeito do trabalho, em difere nte s intensidades, sobre a tem per atu ra corporea em indivíduos j o ­ vens e sadios, observado nas tem p e r a t u r a s ambi­ entais a 10 , 20 e 30 C ... Re pr e s e n t a ç ã o d iagramatica da relação entre pr o­ dução de calor e perda de calor pela evaporação e peI a não evaporação . ...

Fluxograma indicativo das variaveis que afetam a produtividade, e das que d eve m ser consider ada s na seleção de VT ...

BootsbaII ... ... Manequ i m ter m ico ... C a p s u la h igrometr i ca ... . O r g a n i z a ç ã o experimental de capsulas de medida de p ressão de vapor nas roupas e pele ...

(13)

rio da co nst ruç ão civil, no manejo da pa ... S eqüê n c i a de movimentos executados por um o p e r á ­ rio da c ons tr u ç ã o civil, na utilização do ponte_i_ ro e marte Iete ... .

Se qüê nci a de m ovimentos quando na u tilização da pic areta (frente) ... ... Seqüênc ia de movime nto s quando na utiliz açã o da picareta (costas) ... ... ... . Alguns mov ime nto s executados pelos pro fissionais da enfermagem, quando na execu ção de suas at ivi ­ dades ... . Gr a f i c o do c omportamento da tem per atu ra floria- nopolita na no per iodo de 1973 a 1982 ... Se qüência de movimentos executados no tra nsp ort e do paciente, da cadeira para o leito (frente) .. Se qüê n c i a de movimen tos executados no t ransporte do paciente, da cadeira para o leito (costas) .. G ráf i c o s de solidez de cor à luz (lOOh.exp.) (a), fe rro q uente (umido (b), seco (c), suor (acido (d), a I ca li no (e)), lavagem d ome stica (f), f r i c ­ çã o úmido (g), seco (h) e lavagem com cloro (i), e da resistência à formação de pilling (j) ... Gr afi co de est abi lid ade dimensional ... Graf i co de res i stênc i a à tração ... Gr a f i c o da capaci dad e de alongamento ... . G r a f i c o da resistê nci a ao rasgao ...

(14)

22. 2 3

.

2 4

.

2 5

.

2 6

.

Pag i nas

Gr afi co de resistência à abrasão ... . 95 Mo delos de calças compridas adotadas como parte

do u ni forme dos fu ncionários do HU/UFSC ... . 97 Modelo de saia adotada como parte do uniforme

dos fun cio nár io s do HU/UFSC ... . 97 Mo del os de blusas sugeridas, neste trabaIho, para

o verão ... ... . 97 Mod elo s de blusas adotadas atualmente como parte

(15)

RESUMO

O pre sente t raba lho se originou de deficiên cia s de planeja^ mento de ve sti men tas de t rab alh o conhecidas, e t a m b e m da d i f i c u l ­

dade en con t r a d a por em presários para uniformizar seu pessoal pela primeira vez.

Seu obj etivo e a indicação de uma metodol ogi a ci ent ífi ca basica para seleção das vestimentas, a partir das c ara cte r í s t i c a s que regem o conforto, segurança, durabi lid ade e aparência das mes mas.

Foram con sid era dos básicos: (l) estudos da função do(s) grupo(s) de interesse, das caracteristicas, das c a r a c t e r í s t i c a s fí sic as do ambiente e d os movimentos m usc ula res des en v o l v i d o s d u ­ rante as a tiv ida des de trabalho, (2) aval iação e/ou anal ise das sensações dos indivíduos, (3) pesquisa e t est e de mat eriais e x i s ­ tentes, (4) indicação de modelos, materiais e car act e r í s t i c a s de co nfecção e (5) d e t e r min açã o do custo unitário de cada modelo.

A t e s t a g e m da metodolo gia se realizou no Hospital Univers_i_ ta rio da UFSC, e revelou que o modelo e t ecidos atuais não são co nv e n i e n t e s para o verão, donde f ora m sugeridas altera çõe s de mo delo e su bst itu içã o do tecido.

(16)

A v a n t a g e m da adoção de uma metodologia como esta se e v i ­ dencia na satisfação dos usuários, aumento da produtividade e eco nomia da empresa ou instituição, uma vez que poderá haver melhor proteção dos f u n c i o nár ios contra riscos ambientais e maior durabj_

(17)

The present study arose fr om d efi cie nci es in the planni ng of adequate work clothing and also from the initial d i f i c u lti es encount ere d by the d ire c t o r s of a firm in providing suitable

uniforms for its personnel Our aim is to provide a s cie nti fic ' methodol og y for clothing selection, based on c h a r ac ter ist ics that co ntr ibu te to comfort, safety, durability and a pleasant

appearance.

The folI owing c ons ide rat ion s were held to be basic:

(I) functional studies on the part of interest groups in order to de termine the physical cha rac ter ist ics of the environment and of the muscular mo vements developed during work activities, (2) an evaluation or analysis of individual testes and sensitivities, (3) reserach into and tes t i n g of existing material, (4)

recommen dat io n of models, materials, and man ufacturing

ch a r a c ter ist ics and (5) the determin ati on of the unitary cost of each m o d e l .

T h i s methodology, t ested in the Uni ver sit y Hospital of the Federal Uni ver s i t y of Santa Catarina, revealed that the models and m ate ria ls used at present are not suitable for summer^ wear. As a result, suggest ion s were made for alteration in t he models and subst itu tio n of the material.

(18)

The advant age s offered by this type of me thodology are evident in the satisfaction of the wearers and the economy for the fir m or institution, which will then be in a position to offer its emp loyees better protection f rom environmental risks well as greater durability, without incurring unnecessary

e x p e n s e s .

(19)

Qu e s t i o n á r i o para entrevista dos f u n c i o nár ios do HU/UFSC ... ... R e s u lt ado s da aplicaçao da entrevista para c onh e­ ci mento de sensaçao de calor, riscos p rof i s s i o ­ nais e lavagem do uniforme ... .

Re sul t a d o s da aplicação da entrevis ta para c o n h e ­ cimento de alguns dados psicologicos dos indiví­ duos, r ela cio nad os a roupas e preferências ... Tabela de ensaio.s I aborator i a i s (SENAI/SP) ...

(20)

I. INTRODUÇÃO

I « I . O r i g e m da D i ssertaçao

At ual men te o ramo do mercado reI a c ionado ao comercio de vestimentas de tra balho tem-se mo strado promissor, tendo em vista as exigências legais de medicina e segurança do trabalho. Entre­ tanto, muito dos encontra dos nao sao adequados ao que se p r e t e n ­ de, ou não estao de acordo com as aspirações da maioria de seus

A

usuar i o s .

Estudando-se o material escrito a respeito, observou-se que no Brasil a b ib lio gra fia ref erente ao p rocedimento para p l a n e j a ­ mento de u nif ormes e carente, para não dizer inexistente. Outro ponto a c onsiderar sao as tec n o l o g i a s avançadas existentes em países altamen te desenvolvidos, das quais não se pode lançar mao no Brasil, por motivos nao apenas técnicos, mas, principalmente, econômicos. A maior parte das empresas de produção de bens e ser­ viços são de medio ou pequeno porte, e não têm co ndições de arcar com des pesas "su pérfluas" em te s t e s de t ecid os e outros materiais. Pode-se afirmar que essas premissas, ali adas ao interesse de p r o ­ teção do tra bal had or e aos conhecim ent os adquiridos na area de vestuário, de ram origem ao presente trabalho.

(21)

Este t rab a l h o tem por obj etivo a d e t e r m ina ção de uma m e t o ­ dologia científ ica basica a ser utilizada, tanto por dirige nte s que ja adotam uniformes para seus funcionários, como para aqueles que dec idi ram adota-los pela primeira vez, para proceder à sel e­ ção de ve sti men tas de trabalho, a partir de uma serie de c a r a c t e ­ rísticas que regem seu con forto e segurança, aliadas a durabilidja de e a es tampa que eles esp era m mostrar para o mundo exterior a

• • , /v

empresa ou instituição.

1.3» L i m i tação

Embora o presente tr aba lho se atenha a aspectos ergonomi- cos, isto e, de adaptaçao do homem ao trabalho, e isto se reverta em benefício para os d irig ent es através do aumento de p r o d u t i v i d ^ de, este ultimo nao foi abarcado, por ser um aspecto difícil de ser aferido.

I.4* Importãnc i a

O b s e rv a-s e atualmente uma grande preocupaçao, tanto em e m ­ presas quanto em instituições, com respeito à uniformi zaç ão de seus funcionários, princi pal men te devido a legislação de s e g u r a n ­ ça, higiene e medicina do trabalho, que prevê a proteção do traba^

Ih a d o r .

A uniformi zaç ao em si e um ponto bastante positivo, nao so do ponto de vista empresarial, mas t a m b é m do humano.

/ D o lado humano, pode-se destacar a economia do f u n c i o n á ­ rio. Ele vai economizar aquela parcela dos gastos em roupas para tr aba lho e p rovavelmente aplicaria na melhoria de sua própria ali

(22)

mentação e/ou escolaridade, ou, ainda, na solução de problemas pessoais. Isto é bom ta m b e m para a empresa, porque podera contar com um indivíduo mais eficiente, t ant o no aspecto fí sico quanto no emoc i ona I .

Do ponto de vista es pec ífi co da empresa, poder-se-ia ver o aumento de produt ivi dad e d eco rr e n t e deste aumento da eficiênc ia individual, aliado à melhoria de sua imagem perante os c o n s u m i d o ­ res e t am b e m à redução de acidentes de trabalho de curto e longo prazo, como, por exemplo, qu eim adu ras e lesões cau sadas por produ^ tos q uímicos e/ou atrito. Estes acidentes, tão negl igenciados airi da hoje, quando se fala t a n t o em melhoria das condiçoes de t r a b a ­

lho para segurança dos t r a b a I hadores, sao muitas vezes fontes p a­ ra dispêndios por parte d as empresas, de v i d o à necessid ade c o n s ­ tante de me dicaçao e períodos de d ispensa para recuperação, m u i ­ tas vezes prolongados, afetando a produtividade.

0 pro blema da un ifo rmi zaç ao te m sido observado apenas p a r ­ cialmente. Não e raro encontra r-s e e mpresas que adquirem as vestji_ mentas de tra ba l h o através de catalogos, sem o parecer de pessoas entendidas no assunto, o mesmo se apl icando aos que os pla nejam e/ou os produzem. Pior ainda e e nco ntrar pessoas vestidas inade - quadamen te para as atividades que desempenham, gerando problemas de segurança para si ou para os demais, como e o caso das roupas que exigem assepsia adequada e não f o r a m planejadas para tal, ou das roupas para pessoas que lidam com cr ianças e que ar riscam a feri-las, ou se d est i n a m ao t r a b a l h o que exige e lasticidade e nao se prestam a ele, e assim por diante.

Vê-se, portanto, quão g rande e a importância da u til iza çao de uma me tod olo gia para seleção adequada das vestimentas, onde sje jam levadas em conta as ativida des do individuo como um todo d e n ­ tro da empresa, tr aze ndo ao tr aba lha dor maior segurança e c o n f o r ­ to para o des em p e n h o de suas tarefas, e t endo como retorno m e n o ­ res custos de "re cup èra ção "de pe sso al" e, conseqüentemente, maior produtividade. E como não e de c on h e c i m e n t o a existên cia de uma

(23)

metodologia básica para tal, o prese nte t rabalho pretende p r e e n ­ cher esta lacuna.

1.5. Estrutura do Traba lho

0 pr esente tr aba l h o consta de seis capítulos, sendo que o Ca pítulo I mo str a sua origem, ob jet ivo e importância do assunto.

0 Ca pítulo |I tra ta da revisão bibl iografica, abarcando a c o n c e itu aça o de vestimenta de trabalho, sua utilizaçao em termos historicos, de adaptaçao e car ater legal, e os aspectos sociais, econômicos e de proteção a serem consi der ado s no seu p l a n e j a m e n ­ to .

0 Capitul o III mostra a metodolo gia basica sugerida para seleção de uniformes, que e o objetivo maximo do trabalho, c o n s ­ ta ndo dos seguintes sub itens: mo del o teorico, material e metodo, montados a partir da revisão de literatura.

0 C api tul o IV refere-se a apl icaçao da metodolo gia na area medica.

0 C api tul o V mostra as concl usõ es sobre o teste e a deq ua­ ção da m e t o d o log ia e sugere t rab alh os que podem ser feitos para seu aprimora me nto e/ou f a c i l i d a d e de seleção de vestim ent as a partir de arquivos de dados a respeito.

(24)

2. REVISSO BI BLI OGR ÁFI CA

2 . I. Conce ituações

* U nif orm e de Tra balh o

Diz-se uniforme um grupo de seres animados ou inanimados, que têm as mesmas caracter í st i cas es téticas que es tej am sendo cori sideradas, tais como: peso, altura, idade, cor, etc. Uni fo r m e s de trabalho podem ser conceituados como tra jes de modelos p r e s c r i ­ tos, comuns a toda uma cor por açã o ou classe, que s erv em para dis- t ing üi~Ia q u a l i ta tiv ame nte (tanto no sentido da função desempenhai da, como no grau em que se posi ci o n a m seus usuários), e que devem ser usados pri nci pal me nte como meio de proteção contra fat ore s no civos do ambiente de trabalho. Por isto, as peças que com poe m um uniforme c ompleto são com umente c hamadas de eq uipamentos de prot^e

* çao.

* Baseado nas e n c ic I o p e d ias It a I i ana (1949), Portuguesa e Brasi-Ie i ra (s.d.), Br i tann i ca (1965), Delta Larousse (1972) e Di cti ona ire Encyclopédique Q u iII et (1934) e Hugles e Prolx (1979).

(25)

. V est im e n t a de T rab a l h o (VT)

Ch ama -se de vestime nta àquilo que se usa para cobr i r o cor, po, isto e, a roupa ou i nd u m e n t a r i a . Ass im sendo, vestime nta s de t rab alh o são parcelas do unifo rme de trabalho, são os artigos te xte is que o compoem.

2.2. A Utiliza ção das V e s t i m e n t a s de T rab a l h o (VT)

2.2.1. Evolução das VT

* * * | »V

.0 homem, nos seus pr imeiros es tágios de evolução, buscou nas vestimentas um meio de proteção, preferindo, na falta de co­ nhecimentos t é c n i c o s mais avançados, sacrificar a sua liberdade de m ovimentos em f unção da proteção contra intemperies (Meshke,

1961). Com a e volução tecnologica, política e social, o objetivo das vestimentas se ampliou, p assando de proteção a pudor, e logo em seguida, a o r n a m e n t a ç a o . Sendo que atualmente estes três aspec: tos são do sados pelos dif ere nte s grupos, de acordo com os seus yalores (FICígel, 1966).

Os u nif ormes f o r a m des en v o l v i d o s para destacar os indiví­ duos, de acordo com a sua funçao, e como os primeiros de que se

< **

te m noticia f o r a m d e s e n vo lvi dos para atividad es militares, seu

* Baseada nas e n c ic Iop edi as Delta L a r o u s s e (I972).

** Afi rmação baseada nas e n c i c Iopedias Portuguesa e_____Bras ileira (1949) e Br i tann i ca (1965) «

(26)

aspecto primordial era a proteção, t e n d o muitas vezes como r e s u l ­ tado o sacrifício dos movimentos, como era o caso das armaduras,

f*é \

por exemplo. Atualmente, com a e vol uçã o da tecnologia, aliada a engenharia antropometrica, vem-se c o n s e g uin do minimizar as restrj_ çõ es de movimentos e e spaço ocupado pelas roupas (Roebuck et ai i i, 1975* P* 9), e levar em conta os três objetivos p rin cip ais do vestuário (ornamentação, pudor e proteção) nas v est imen ta s de trabalho, o que significa que ao serem planejadas e/ou s e l e ci ona ­ das podem ser consid era dos os outros a spectos alem da proteção, os quais estão relacio nad os à personaI idade dos indivíduos.

2.2.2. Homem x Tr abalho x Ve sti m e n t a

0 homem, quando na seleção para exercer sua profissão, e escolhido de ntr e outros, não so pelas suas habilidades, mas t a m ­ b ém pela sua saude f isi ca e m e n t a l . C o n s i der and o serem estas c a ­ racter i st i cas importantes na sua admissão, deve haver t a m b e m cer ­ ta preocu paç ão em preserva-1 as, através de um ambiente sadio e/ou eq uipamentos que o p rot e j a m da insalubridade re lacionada a a t i v i ­ dade d e s e n vo lvi da (Mota e Toglio, 1977- p> 45)»

"0 t rab alh o e, certamente, o unico meio pelo qual o homem pode se afirmar no tr i p l o campo social, cultural e espiritual. Nele encontra p oss i b i l i d a d e s de vida e torna- -se ut i I aos outros: através dele desen vol ve os seus talerv tos e pa te nteia sua personaIidade",

mas, contin uan do este raciocínio, para que se verifique este d e ­ se nvo lvi men to e n ece ssá rio que ele t e n h a suas faculd ade s físicas, ps íquicas e morais em harmonia, e t a m b e m t alento para d e s e n v o l v ê ­ -las, bem como d omi na - l a s (Fonseca, 1977* P* 63)- Por isto vem, então, sendo dada ta nta ênfase nos amb ie n t e s de tra bal ho e equipa mentos de pro teção individual, rel a c i o n a d o s ao con for to humano,

(27)

sendo de interesse particular dos p r o f i ssi ona is da área de vestua rio as vestimentas de trabalho, isto e, os uniformes, uma vez que, de acordo com Solomon (1980, p. 56), r oupas apropriadas isolam e pr ote gem o trabalhador, e pr op o r c i o n a m oportun ida de para iniciar um programa de higiene pessoal.

Mota e Toglio (1977- P* 45) af irm am ser necess ári o es t a b e ­ lecer medidas corretivas para combater efeitos adversos do amb i eji te de trabalho. Sabe-se, porem, que não raras vezes e impossível ou impraticavei a correção ou m elh o r i a das c ond içõ es de trabalho, de vido a q ue stões te cno log ica s e/ou econômicas, daí a necess ida de da adoção de e qui pam ent os de prote ção individual, incluindo o uso de roupas apropriadas.

Faggiano et a 1 i i (1980. p. 50) I istam os fatores que devem ser consid era dos na seleção de al ter nat iva s de proteção como s e n ­ do:

. c a r a c ter iza ção do risco

. dados relativos ao ambiente f isi co

. dados relativos a atividade de sen vol vid a

. a situação de uso de p roteção (se uso contínuo, intermi­ tente, eventual ou em emergência).

Roebuck (1975* P« 329~53) d esc r e v e que "roupas e equipamen

• / , , , (V .

tos que obj et i v a m servir a propos ito s es pec iai s e serao usados em pequenos grupos selecionados da população", são geralm ent e d e s e n ­ volvidos com cuidadosa c o n s i de raça o a a n t r op ome tri a e bi o m e c a n i c a dos usuários, alem do aspecto ambiental. Nestes casos de vem ser tomadas todas as medidas necessarias, bem como feitos tes tes com prototipos, para averigüar se o t raj e e realmente ad equado aquele indivíduo e situação, e spe cia lme nte se a roupa tem partes rígidas. Para roupas a serem usadas sob p ressões d ife ren tes as da s u p e r f í ­ cie terrestre, as me didas são tantas, e a acuracia dos resul tad os deve ser tal que se t o r n a necessário o uso do computador para tra^ tar os dados.

(28)

2.2.3. A Legislação

A. leg isl açã o brasil eir a de segurança, higiene e med ici na do trabalho, no artigo 166, da lei 6.514/ de 22/12/77 (Brasil,

I

98

O. p. 3), reza que:

"... A emp resa e o bri gad a a fo rnecer aos e m p r e g a ­ dos, gratuitamente, eq uip ame nto de proteção individual ad£ quado ao risco e em perfeito est ado de conservaçao e f u n ­ cionamento, sempre que as m edidas de ordem geral nao oferte ç a m completa pr oteção contra os ri scos de acidentes e d a ­ nos a saude dos empregados".

Suas normas t r a z e m de tal h a d a m e n t e os d iversos níveis de sa_ lubridade em que os ambientes podem se en quadrar e os I imites de tolerância. Mas a lei e bas tante abrangente, e por este fato as normas, ao t rat a r e m da p roteção de braços, pernas e tronco, c o ­ brem mais abertamente os casos de perigo mais evidente.

A legislação não toca no t e r m o "uniforme", talvez daí se deva o fato de nao ser cu ida dos ame nte ob ser vad a quando no p l a n e ­ jamento de un iformes em geral, sendo muitas vezes, do ponto de vista empresarial, conside rad os apenas como trajes que f o r n e c e m uma boa imagem da empresa ou instituição, sendo então, n e g l i g e n ­ ciados alguns aspectos de pr oteção nas vestimentas.

2.3. Asp ectos a Serem O b s e r v a d o s no Plan eja men to de VT

Apesar de ser ja ba sta nte d i f u n d i d o a respeito da u t i l i d a ­ de dos equipame nto s de pr oteção e m geral, na prevenção de Iesoes e doenças, estes são n e g l i g enc iad os e, se gundo um t rab alh o a p r e ­ sentado em Con gre sso Nacional de Prevenção de Acidentes de T r a b a ­ lho, isto se deve a fr aca s s o s nos planejamentos. Os probl ema s de segurança sao vistos parcialmente, nao sao c o n s i d erad os fa tores

(29)

como "conforto, influência do uso do e q u i p amen to na produt i v idadey. 0 con tex to cultural e profissional do us uár io e os obstácu los e bl oqueios de natureza psicol ogi ca e x i s t e nte s" (Faggiano et aI i i,

1980. p. 48).

No caso es pec íf ico das VT, apesar de não t ere m sido e n c o n ­ trados tr ab a l h o s a respeito, pode-se admitir a hipótese que as causas de sua rejeição seriam de ordem psicologica, ec onômica e social, sendo dificil predizer qual d esses exerce maior influên­ cia, porque cada caso e um caso, e as c a r a c t e r i s t i c a s individuais estão sujeitas a pressões ambientais. De certa forma, as V T sao, alem de um meio de proteção, por definição, um meio de identifi­ car indivíduos ou grupos em uma empresa, e eles so se s entem morai 1 izados o bastante ao usa-las se, como relata Reynaud (1973. p* 84-5), ele sente satisfação do posto que ocupa, orgulho de t r a b a ­

lho, e identificação com a empresa.

Bi gel ow (1979* 1-5) no seu levantamento dos fa tor es que

influenciam as formas do vestuário, listou como dominantes: (l) as influências sociologicas e po líticas exteriores, (2) os avanços te c n o l o g i c o s e capacida de de p rodução e (3), os conceitos esteti- cos e culturais; como subfa tor es listou: (l) os con ceitos fiI oso- ficos, e con ômi cos e p s i c o I o g i cos, (2) a utilidade, invenção e in­ d u s t r i ali zaç ão e (3) a I inha, cor, tex t u r a e massa. Esses fat ore s podem se manifestar como result ado de um g ran de numero de combina^ ções. A c l a s s i fic açã o de fatores e su b f a t o r e s não significa que estes t e n h a m maior influência que aaqueles e sim que os pri mei ros d e t e r m i n a m o perfil e.os outros p r o m o v e m a sua adaptaç ão no c o n ­ texto. As mud anças tecnoIogicas, por exemplo, mo tivam a d e s c o b e r ­ ta de novas formas de atrair os consumidores, e estas formas deve rao ser ada ptadas ao aspecto fisico, de acordo com o seu go sto e o preço que e s t a r i a m dispo sto s a pagar. O u t r o exemplo, que e s t a ­ ria v inc ul ado às influências s o c i o l o g i c a s e políticas e xte rio res seria o dos u nif orm es mi I itares em epoca de guerra, quando a so­ b r e v iv ênc ia vem em pr i me i ro lugar que a aparência, embora esta uj_

(30)

ti ma seja importante para o moral das tropas, e grandes c o s t u r e i ­ ros sejam re quisitados para contribuir com sua cr iatividade no uso dos recursos dis po níve is para sua fabricaçao.

2.3*1* Aspectos S oci ais e P sicologicos das VT

De acordo com Delavan et a I i i (1960. p. 1-5), muitos comeri tarios, tais como "as roupas são a s upe rfi cie social do homem", sao feitos a respeito do significado ps ico log ico e social das rotj pas, embora haja pouca investigaçao ci ent í f i c a a esse respeito. De maneira geral, através das roupas de um individuo pode-se f a ­ zer julgam ent o a respeito de sua idade, sexo, ocupaçao e status social e econômico. Na linguagem da p s i c o l o g i a social estes aspejc tos sao chamados estímulos sociais.

Co nsi der and o-s e as VT, em que a situaçao do uso ja esta ex

pressa no termo, torna- se dificil p lan eja -la s levando em c o n s i d e ­ ração a person ali dad e dos usuários e normas sociais que ele se­ gue, a menos que ele participe direta ou indiretamente na d e c i ­ são, para minimizar os problemas de aceitação, uma vez que se e s ­ ta lidando com grupo(s) de pessoas e não um individuo em p a r t i c u ­ lar, e essas pessoas são, via de regra, de origem e f ormação dife; rentes, portanto têm sua b aga gem de va lores geralmente d i v e r s i f i ­ cada. A utiliz açã o de uni formes t en d e r a a anular as diferenç as iri d i viduais e, para alguns pode e qui valer a uma agressão a sua per- sonal idade, o que pode levar a rejeição ou uti liz açã o indevida do mesmo.

A rejeição de e q u i p ame nto s que c o m p õ e m um uniforme em g e ­ ral esta calcada em fundamen tos ps i co I ogi.cos, quais sejam: (l) eri quadram ent o do e qui pam ent o como empecilho; (2) e n q u a dra men to do equipamento como uma agressao (ataque as ca p a c i d a d e s pessoais); e (3) visão do e qui pam ent o como um co r p o estranho, que faz com que o usuário se sinta inadaptado, inseguro e limitado (Faggiano et

(31)

aI i i, I

98

O. p. 53“4 ) ■ Daí a importância dos indivíduos p a r t i c i p a ­ rem no planejamento e/ou jul gam e n t o dos mesmos. A nao p a r t i c i p a ­ ção pode dar origem a tensões.

Barboun (1980. p. 423)/ por exemplo, através de seus re la­ tos, critica os modelos e cores de u n i f or mes utiliza dos pelas e n­ fermeiras nas salas de cirurgia, dando a entender que eles sug e­ rem co nfinamento aos seus usuários, e afirma que sao n ecessários nestes mesmos uniformes: (I) leveza; (2) conforto; (3) a p r e s e n t a ­ ção; (4) facil assepsia; (5) facil ada ptaçao a muitas formas e t_a manhos; e (6) cores e estampas mais agradaveis.

De acordo com Schneider (1980. p. 25~32), e importante sa­ ber que existe uma difer enç a muito grande entre a personal idade e o papel que o indivíduo desempenha, porque todo papel, provaveJ[ mente, so representa um aspecto I imitado da conduta humana, e n­ quanto que a personalidade e c o n s t it uíd a de atitudes, crenças, va I ores e co nhecimentos do meio ambiente em que atua, embora o pa ­ pel desem pen had o possa modificar a personalidade, modelando-a. 0 que se verifica entao e menos que uma transformaçao, e uma adapta^ çao que podera ser tanto menor quanto mais passageira for a situai ção, mas que podera ser tanto mais intensa quanto mais sa tis fa­ ção esta mesma situação trouxer ao indivíduo. Esta satisfaçao po­ de ser tanto em termos de aspiração pessoal, como em termos de sa I ar i o e possibil idades de promoção. Pode-se inferir que, no tocari te à utiliza ção de VT, o indivíduo podera se sentir bem ao usa-la

fW * / , /

se esta adaptaçao for satisfatória, caso c ont rar io se sentira mo- ralmente abatido pelo fato da mesma lhe lembrar a sua condição , contribuindo inclusive para queda de pro du ç ã o ou problemas de re­

lacionamento .

As sensações dos indivíduos, em te r m o s de conforto, são im portantes e d e v e m ser avaliadas. Elas d e p e n d e m das pro pri eda des das peças individuais do vestuário, que, por sua vez são determi- nadas pelo tipo de fibra, fio, metodo de c o n s tru ção e eventual pos- tr ata men to qu ímico do tecido, cor, es tilo e design da vestimenta

(32)

(Knudesen, 1982). Sua avaliaçao pode ser em te r m o s do calor sent_i_ do, gostar ou nao gostar de cores, modelo e estilo, f aci lid ade s de vestir ou tirar, o que sente o u suár io da roupa em relação às pessoas que o cercam, ou o que t ran smi te a elas.

2.3-2. Aspectos Econômicos das VT

A cada dia, nos países mais desenvolvidos, a pre ocu paç ao com a saude dos t r a b a I hadores vem aumentando mais e mais, porque os empresários estao despertando suas c o n s ci ênc ias para os custos que lhes representam os pagamentos de dias inativos, as quedas no rendimento do trabalho, alem das des pes as legais e com medidas curativas. Por outro lado, a sociedade t a m b e m sente seus efeitos com as reduções de salário dos indivíduos de v i d o a gastos com me ­ dicamentos (Fonseca e Fonseca, 1979* P* 46 e Fonseca, 1977-

64

).

0 problema social causado por esta sobreca rga econômica se torna ainda mais grave nos paises em fase de desenvolvimento, ondé se tenta usar tecnol ogi as mais sofisticadas e nao se d i spoe de meios de proteção eficiente.

A proteção do funcioná rio contra ad ver sid ade s do ambiente e um problema a ser enfrentado pelo governo, patrao e empregado.

0 governo, através de leis bem ela bor a d a s e executadas po~ de proporcionar uma base para o patrao prover meios de proteção

ao empregado, ao mesmo tem po que vai servir de suporte para o em­ pregado resguardar seus direit os de p rot e ç ã o e segurança no traba_

lho.

Para o empregador, a u n i f o r miza çao do pessoal, utiliza ndo materiais adequados resulta em maior tra nq ü i l i d a d e quanto a g r a n ­ de parte dos custos de "medidas cu rat i v a s " do f u n c i on ári o em toda a extensão da palavra. Quanto aos funcionários, alem de economi- zar suas próprias roupas, uma vez que a lei preve que e o patrao q u e m deve lhes fornecer os meios de proteção, vao correr menos

(33)

riscos de lesão durante ou devido ao trabalho, resultan do em trari qüilidade, tanto no aspecto pessoal qua nto no econômico, de si e de seus dependentes.

2.3*3. Aspectos de Proteção das VT

De acordo com Fonseca (1977. P* 63-4) os e feitos p e r n i c i o ­ sos de algumas profissões são co nhec ido s desde a antigüidade e "se a maioria e suportável e passageira, muitos são penosos e per^ sistentes, p erturbando o individuo com mais ou menos dominância, consoante a intensidade e t emp o de du r a ç ã o do s fa tor es deleteri- cos". A manutenção das c o n d i çõe s de trabalho, associada a t r a t a ­ mentos inadequados e/ou regimes ali men tar es d e f i c i ent es vao provo car alterações no moral do individuo, que, por sua vez vai contr_i_ buir um pouco mais para sua deg rad a ç a o fisica, pr oss egu ind o num c i r c u lo v i c i o s o .

Os resultados visíveis de sse s efe ito s pernicio sos

apare-*

cem, geralmente, sob a forma de dermatoses, que são "processos cu taneos morbidos, de início impreciso, pela ação prolong ada (as ve zes durante meses ou anos) de causas ou c irc u n s t a n c i a s que p a r t i ­ cipam das co nd ições normais de t r a b a l h o " (Gay Prieto), ou ainda "múltiplas e var i ave i s exp res sõe s morfocIínicas, subordi nad as a diferentes c ond ições de t r a b a lho " (Fonseca) e que "surgindo duraji te o per iodo de trabalho, ou apos um pe río do apropr iad o de sensi- bilização, deve recidivar a cada re e x p o s i ç ã o dos m esmos agentes" (Adams)" (apud U t h i d a-T ana ka et aI i i, 1977« P* 58).

A pele funciona como e lemento p rotetor as d erm at o s e s mas mesmo quando íntegra sua resist enc ia e relativa, porque podem p e­ netrar substancias o IeossoIuveis pelos ca nai s sebaceos e sub s t a n ­ cias hidros soI uve is pelos sudoríparos, sem contar as radiaçõ es e outros agentes f isicos de facil penetraçao. Tem -se entao as d o e n ­ ças de pele provocadas pelo trabalho, ocupando o primeiro lugar

(34)

entre t odas as doenças profissionais, e que, de acordo com d i v e r ­ sos autores, se situam entre 65 e 75% dé todas as do enças p r o f i s ­ sionais nos Estados Unidos, 74% na Alemanha, entre 70 e 73% na França, 65% no Canada, 80% na Ital ia e en tre 60 e 80% na Tchecos-f lovaquia. Idênticos resultados são obs erv ado s em t oda parte, .in­ clusive no Brasil, e t e n d e m a aumentar, ati ngi ndo os indivíduos das mais div ersas a tividades profissionais, em to dos os níveis (Fonseca, 1979* P* 56, 1977* P* 64)* Na Californ i a as dermat ose s

oc upacionais r epresentam 3 9% do total das doe n ç a s de trabalho, e dessas, 70% são dermatites de contato, e "em São Paulo, o serviço de medicina industrial do SESI atende 960 casos de dermato ses o c j j pacionais por ano, sendo 60% de ste s casos r e p r e se nta dos por derma tites de contato". (Sic Proença, 1979* p - I8).

Sampaio (1979* P* 14) d escreve como sendo fat ore s predis-

ponentes para d ermatoses ocupacionais: . idade

. sexo . raça

r

. h i g i ene pessoa I

. distúrb ios de sudorese . dermatites pre existentes . ambiente

Dentre estes fatores ta lve z d e v a m ser q u e s t i ona dos o sexo e a raça, porque os t rab a l h o s rel ativos ao assunto em q uestão nao costumam mostrar sua pa rticipação desigual em t e r m o s q u a n t i t a t i ­ vos nos div ersos campos profissionais.

0s fa tor es e t i o p a t o g ê n i cos das d e r m a t o s e s e suas causas sao agrupados de difere nte s maneiras por div e r s o s autores, mas os mes mos podem ser resumidos como no Q uad ro I.

(35)

QUADRO I - Fatores e t i o p a t o g ê n i cos das d e r m a t o s e s o c u p a ci ona is

TIPOS CAU SAS

Fatores Qu ím icos Su bsta nci as org âni cas ou inorgânicas, is­ to e, agentes químicos, cl as s i f i c a d o s c o­ mo irritantes p rim ári o abs olu to ou p r i m á ­ rio relativo, e cuja ação pode ser sistê-m i ca ou 1ocal, po den do ser na forsistê-ma de drc> cja«

Fatores Mecânicos, Pressão, fricção, temperatura, umidade,ra t-{ •

F

1

s

1

cos e Mecano- d i ações, es pec tro vi b r a t o r i o mecânico, e-r- ' •

Fi s

1

c o s . letricidade, traumas.

Fatores B i o I o g/ 4

1

cos Bacterias , fungos, virus, plantas e ani-r a ma i s .

Adaptado de Furtado e Armond (1979* P* 3 7 - 8), Mota e TogI io(1977),

Proença (1979) e Uthid a-T ana ka et al i i (1977- P* 58-9)*

2.3*3*1* Os Agentes Químicos

Bell iboni (1979a), em seu es t u d o sobre as causas mais c o­ muns de dermat ose s ocupacionais, agrupou 698 casos de natureza comprovadamente operacional segundo os ramos de atividade, e ver_i_ ficou que o cimento foi o responsável peI a totaI idade de casos na indústria do cimento (140) e na c o n s t r u ç ã o civil (pedre iro s 165 casos), nas atividades co m pet roleo e d e r i v a d o s (95 casos) e os agentes principais f ora m os h i d r o c a r b o n e t o s d e s t i n a d o s a

lubrifi-• • • M , . Aí

car e diminuir o atrito em operaçoes por c ort e ou por ma nip ula çao de máquinas. Com referência as a t i v i d a d e s m e d i c o - h o s p i ta I ares (49

(36)

casos: 15 médicos e 34 exercendo fu nçõ es de enfermagem), as c au­ sas foram, por ordem decrescente do numero de casos, as I uvas de borracha, sulfamidas, furadantina, formol, i nstrume nta I, penicil_i_ na, estreptomicina, mertiolate, mer cúr io cromo, ne omi cin a e oxido amarelo de mercúrio (não foram incluídas as d e r m a t o s e s de origem biologica). Em todos os ramos fo r a m c o n s t a t a d a s lesões cujo a gen ­ te era produto químico.

A presença dos agentes dessa nat ureza e tão co mum que não pode ser ignorada no pl anejamento de medidas protetoras. " Existem mais de 25 mil produtos capazes de produzir queimaduras, e que são utilizados tanto na industria e agricultura, q uant o nos labo- ratorios e dentro dos I ares", da d o s est a t í s t i c o s indicam que eles constitu em causa importante de mor bi d a d e nos países desenvolvidos, e que nos países em des env olv ime nto t e c n o l o g i c o e industrial o rm mero de acidentes deste tipo deve ser c r e s cen te e pr ova ve I mente aj_ to (Mendes, 1973- p. 27).

A NR I5 da Legislação Brasile ira de Med ici na e Seg urança do Trabalho (Brasil, 1980. p. 65~20l) relaciona um grande numero

f

de substâncias químicas to xicas e/ou al e r g e n i c a s e os r esp ect ivo s limites de salubridade, que devem ser co n s u l t a d o s ao se planejar medidas efetivas de proteção.

2.3.3-2. Os Agentes FÍsicos

t A - Atuaçao e Sensações de Calor e de Frio, Me did as de

I-/

solamento e R egu lage m de T e m p e r a t u r a C orp o r e a

"Os limites do tra bal ho podem ser fi x a d o s e x p e r i m e n t a l m e n ­ te, a partir da taxa metabólica, vestuário, velocid ade do ar e campos de radiação" (Vogt, 1982. p. 285), alem da t e m p e r a t u r a e umidade do ar (Wyon et al i i, 1975- P • 359) MacPherson, 1973, p. 61 I e Dedenko, 1979)« Pode-se afirmar que o v e s t u á r i o deve ser

(37)

planejado a partir desses mesmos parâmetros, uma vez q ue se leva em conta a função do corpo, o m icro c l i m á do v est uár io e o clima amb i e n t a l .

De acordo com Gregory e Hofmann (1977), o cl ima de v e s t u á ­ rio, ou seja, as condiçoes climat ica s f orm a d a s nas ca madas de ves tuário mais próximas da pele são det e r m i n a d a s pela carga física e psíquica do homem e pelo clima ambiental, porem são f o r t e m e n t e m £ difiçadas pelas reações de aj ustamento do organismo, bem como pe­

las propriedades têxteis. Então, qua ndo o ves tuá rio e inadequado, a interação ves tua rio -ho mem se p rocessa da seg uinte maneira:

"A partir do vestuário:

. 0 ar preso nos poros e ent rem eio s do t e c i d o atua como e- feito tampão, por sua capacida de de retençã o de calor, im pedindo o ataque do m e io-ambiente ao organismo.

. Sob condições de repouso se est abe l e c e um cI ima de v e s ­ tuário, em funçao do cl ima ambiente e das p r o p r ie dad es fi sicas texteis.

. Sob cargas de trabalho, tendo a umentada a pr odu ção de ca I or pelo organismo, o clima de ve stu ári o se m odi fic a coji t i n u a m e n t e .

. As propriedades f isicas t êx t e i s var iam em c o n s eqü ênc ia do armazenamento de agua do t r a n s p o r t e capilar e da t e m ­ peratura.

A partir do individuo:

. Com a elevação da temperatura, inicialmente se registra um aumento na eficiencia da museu I atura que esta traba-

I h a n d o .

. Sob condição de calor elevado, em con s e q ü ê n c i a do baixo gradiente de tempera tur a entre o co rpo e o ambiente, a

/

te mpe rat ura do ar no v est uár io sobe.

• D urante o trabalho, o corpo produz mais calor por u n i d a ­ de de tempo.

(38)

tuario vai-se encharcando, p erdendo sua e fic iê n c i a no transpo rte de agua e vapor.

. 0 ar fica saturado entre o corpo e o vestuário, não po­ dendo tirar mais calor por eva por a ç ã o (para evaporar 1 kg

de HoO precisa de 580 Kcal a uma t e m p e r a t u r a c o n s t a n ­ te).

. 0 organismo reage, r edi str ibu ind o o sangue, de modo a transfer ir mais calor a pele, através da c i r c u l a ç ã o mais f o r t e .

. Ocorre, entre outros, a menor c i r c u l a ç ã o da m u s c u lat ura

«N» ' <V»

em trabalho. Para continu aça o do mesmo, agora ja nao po ­ de ser oferecido oxigênio em q ua n t i d a d e s suficientes, o que provoca a mudança em ritmo aceler ado para o m e t a b o ­

lismo a n a e r o b i c o " . (trad. interpretada do autor).

Portanto, torna-se importante o estudo nao so da temperatju ra de equilibrio do corpo, mas t a m b é m das m edidas de isolamento das roupas, porque supondo-se que a final idade das v es t i m e n t a s e a defesa das agressões ambientais, e entre elas estao as c l i m a t i- cas, a sua regu I agem vai depender f u nda men ta I mente destes dois pí3 r â m e t r o s .

a) A Te mperatura de Equilibrio do Corpo

De acordo com os estudos de Hardy e Bard (1978. p. 1307),

"para a maioria dos organismos h o m e o t e r m i cos, t e m p e r a t u r a s baixas, mesmo acima do congelamento, interferem com os pro cessos de metabol ismo, resulta ndo em lesões ou morte ... Em vista da vulnerabi lid ade dos t ec i d o s e t e m p e r a t u r a s que d iferem muito de 37 C nao e s urp reen den te que o homem t e ­ nha desenvol vid o um elaborado me can ism o de reg ulaçao com- portamental (consciente e v o l untar ia) e r egu l a ç a o f i s i o l ó ­ gica.

A temperat ura corporea pode variar de 35 C a 41 C, d e p e n ­ dendo das cir cun stancias" (Figuras I e 2) sem que, no e n­ tanto seja considerada anormaI idade, "mas p r e v a l e c e n d o con di çõe s normais, a t e m p e r atu ra r eto rnara ao seu nivel de re pouso proximo de 37 C, por ação do t e r m o r e g u I a d o r ".

(39)

F C 104- - 40 102 -- 39 100--3S 98-- 37 96--36 20 E x e r c í c i o intenso E m o ç ã o ou e x e r c í c i o mode rado, p ar o a l g u n s a d u l t o s n o r m a i s « m u i t a s c r i a n ç a s ativ as# f a i x a d c v a r i a ç a o usual do in d i v í ­ d u o n o rm a i .

Dc m a n ha cedo, t e m p o frio, etc.

T r a b a l h o intenso, e m o çã o: p a r a a l g u n s a d u l t o s n o r m a i s e m u i t a s c r i a n ç a s ati V â S .

F a i x a de v u r i a ç a o usual d o i n d iv í du o n o r m a I .

D e m a n h a cedo, t e m p o m u i t o frio, etc.

FIGURA I - Faixa de variação das t e m p e r a t u r a s retal e oral, encontradas em pe ssoas normais (Du Bois apud Hardy e Bard, 1978. p. 1308).

300 M e t a b o l i s m o (W/cm )

FIGURA 2 - Efeitos do trabalho, em d i f e ­ rentes intensidades, sobre a t e m p e rat ura corpo rea em indi­ víduos j ove ns e sadios, ob­ servado nas t e m p e r a t u r a s am­ bientais a 10 C, 20 C e 30 C. (Stolwik et al i i apud Hardy e Bard, 1978. p. 1308).

(40)

As t emperaturas cutâneas, q uando co mpa rad as às t emp er a t u

-• /v * # ^

ras internas, sao altamente varlaveis ao longo da s upe rfí cie

cor-r A /

porea, mas tanto a temperatura cutanea media como a sua distribuj^

iv /v ( w ^

çao sao importantes para a saude. Por exemplo, maos qu en t e s e pes frios (ou o inverso) não combinam seus efe ito s para pro duzir uma condição confortável (Hardy e Bard, 1978, p. 1308-9)* A exp os i ç ã o ocupacional ao frio pode constituir pr oblemas que afe tar ão não so o conforto mas t amb em a saude e a efi ciê nci a do indivíduo, e são muitos os indivíduos que estao expostos a t e m p e r a t u r a s m o d e r a d a ­ mente baixas (Soto et aI i i, 1977* P* 66-7 e Enander, 1982. p. 351), sujeitos, portanto, ao re sfr iam ent o localizado de partes do corpo (Enander, 1982. p.

351)-b) Medidas de Isolamento das V e s t i me nta s

Estudos a respeito de isolamento consegu ido pelas roupas so começaram a receber maior atençao a partir dos p rob lemas nas roupas militares, na segunda guerra mundial, devido à v ari edade de climas severos a serem enfrentados pelo pessoal, dos tro p i c o s ao artico, e dos submarinos aos ambientes dos novos avioes que al cançavam grandes alturas. Subseqüentemente, pes quisas sobre requ_i_ si tos..do vestuário para ambientes severos e d ive rso s c o n t i n u a m re

levantes, seja para os árticos, grandes alturas ou pr of u n d i d a d e s (Cena e Clarck, 1978. p. 566), ou para altas temperaturas, como no caso dos bombeiros, que tra ba l h a m t i p i c a men te em t e m p e r a t u r a s que vão de 38 C a 66 C, sendo que alguns mom ent os a t e m p e r a t u r a do ar atinge 232 C (Duncan et a I i i, 1979* p. 521), e que no entajn to devem manter boas condições de mo bil ida de e flexibi lid ade .

Soto et aI i i (1977* p. 71-2) d e s c r e v e m que q uando a exposj_ ção ao frio nao pode ser evitada, d evem ser p r o v i d e n c i a d a s v e s t i ­ mentas isolantes, e, para evitar o acumulo de suor d eve -se apl i-car a equação (2.1) do equilíbr io h o m e o t erm ico no p la n e j a m e n t o da

(41)

roupa adequada:

M = R + C + E (2.1)

Sendo M — calor produzido pelo metabo lis mo R = calor emitido por radiação

C = calor perdido por convexão E = calor perdido na evaporação

0 isolamento té rmico se deve ao ar que fica entre a pele e a roupa e entre as fibras, e a camada de ar ex ist ent e na s u p e r ­ fície externa da roupa, ele pode ser reduzido pela absorção de a- gua e/ou pela ventilação (Knudesen, 1982). Sua medida pode ser calculada de diversas formas, como, por e xemplo através da condu- tância (equação 2.2) (Hardy e Bard, 1978. p. 1316):

I = ' l/k (2.2)

r

. . ' f * . . / ^ ,

Sendo k = resultado da divisão da condut i v i dade t érm ica especif_i_ ca pelo comprimento do segmento condutor, multipl icada pela area de contato.

1 = espessura da roupa.

Através de qualquer das f ormulas existentes, pode-se c h e ­ gar a conclusoes bastante interessantes sobre a a deq uaçao das ves timentas. 0 Quadro 2, mostra por exemplo, os índices de isolamen- to e permeabil idade de diversos trajes, e o Quadro 3 mostra v a l o ­ res tipicos de isolamento de tecidos.

Para termos de comparaçao seria bom que se t ive sse d u a s tci belas relacionadas entre si, isto e, que o ca IcuI o do índice de isolamento de cada item das vestimentas fosse feito s e p a r a d a m e n ­ te, bem como os dos materiais usados em cada um deles. Assim se poderia ver ta m b é m a possibilidade de ca lcu lo de um fator de

(42)

iso-QUADRO 2 - índ ices de isolamento e p erme abi lid ade de v e s t i m e n t a s para movimento normal do ar 10 m/min (Hardy e Bard,

1978. p. 1317) I so Iamento (cl o'") Permeab iI i dade * ao vapor d ' a g u a (%) Nu Shorts

Conjunto de roupa tropical típica: shorts, camisa de gola aberta e mangas curtas, meias e sandalias.

Roupa leve de verão: calças compridas leves, camisas de mangas curtas e gola a b e r t a .

Conjunto leve de trabalho: ; shorts atléticos, meias de la, camisa de trabalho de algodao (gola aberta) e calça de trabalho.

Terno ti pico de homem de negocios ame­ ricano, sem colete.

Terno tipico de homem de negocios com c o 1e t e .

Terno de homem de negocios,pesado, t i ­ po europeu, incluindo roupa de baixo de algodao de pernas e mangas longas, c a­ misa, meias de la.

Conjunto de lã pesado (terno de clima polar).

Pele de raccoon Pele de cao husky PeIe de li nce

Pele de lobo prateado Pele de raposa vermelha

0 0, I 0, 3 a 0,4 0,5 0,6 0,6 1,0 1.5 3,4 3,9 4, I 5,2 6.6 7,8 0,97 0,90 0,85 0, 82 0,82 0,75 0,65 0,84

(43)

- QUADRO 3 - Isolamento té rmico de tec ido s s e l e c i ona dos (Cena e CIarck, 1978. p. 572) Tecido Espessura (mm) 1 so 1 (m 2KW“') 1amento (cio*) Popeline de algodão 0,5 8 0,05 Sarja de lã 1,0 17 0, 1 1 Lãnz i nha 2,2 46 0,30

Lã pesada para agasalho 4,3 93 0,60

Cobertor de la 6,6 147 0,95

Forro de anorak . 8,3 201 1,30

Pelo de mohair 12,7 310 2,00

* I cio = 0,155 m2K W ~ 1

lamento de um material quando, como compon ent e de um traje, o que facilitaria um planejamento para dadas con di ç õ e s ambientais.

As medidas de isolamento de peças do vestuário, f eit as em manequins de cobre, podem ser usadas satisfatoriamente, para p r e ­ dizer o isolamento total do traje, embora e feitos de c o m p r e s s ã o e assentamento tor nem o isolamento total menor que a soma dos isola^ mentos de todas as peças (Cena e Clarck, 1978. p. 573)- O u t r o pro blema em utilizar ta belas prontas sao os d i f e r e n t e s t r a t a m e n t o s para beneficiamento que um mesmo tipo de tec ido pode receber a q u e pode alterar, entre outras características, a de isolamento. Adis. crepancia entre os isolamentos necess ári os para per iodos de trabji lho e descanso, e/ou períodos de exp osição a t e m p e r a t u r a s diferejn tes alternadamente ta mbe m e um caso a ser pensado. 0 mesmo ocorre com as caracteristicas do tecido, que podem se alterar qu a n d o im­ pregnadas de suor (Kosanteseva, 1978).

(44)

c ) Regulagem da Temperatura Corporea

Os ambientes que o homem acha confortável podem ser identj_ ficados como aqueles que exigem o mínimo de esforço t erm o - r e g u I a - dor (Fig. 3* Zona (D)) que, logo, são de pen den tes do nível de atj_ vidade e isolamento. 0 aumento do me tab oli smo e isolamento r e s u l ­ ta na preferência por t emp era tur as mais baixas, e o seu d e c r e s c i - mo, por te mperaturas mais altas.

FIGURA 3 ” Representação diagra mat ica da re laç ão entre pr od u ç ã o de

I /V | (V

calor, e perda de calor pela eva por aça o e pela n ao-eva poração. A, zona de h i p o t e r m i n a ; B, t e m p e r a t u r a de pi­ co do metabolismo e hipote rmi na incipiente; C, t e m p e r a tura crítica; D, t emp era tur a de c r e s c ime nto s i g n i f i c a ­ tivo na perda por evaporaçao; E, t e m p e r a t u r a de cresc_i_ mento hipertermico incipiente; F, zona de h i p e r t e r m i a ; C,D, zona de esforço mini mo termo-reguI a t o r i o ; CE, zo­ na de metabolismo min ima; BE, limite de te rm o - r e g u I a - ção. (Mount, 1974 apud Cena e Clarck, 1978. p. 568).

(45)

A equação desenvolvida por Fanger ( 1973 - p» 22-3) para o balanço calorico humano, quando e xposto a uma t e m p e r a t u r a a m b i e n ­ tal moderada e constante, diz que a pr odução de calor fei ta pelo borpo será igual ao calor dissipado, e não havera qu ant i d a d e sig- nificante de calor armazenada no corpo.

Portanto, se a temper atu ra ambiente estiver muito alta, ha inibição na dissipação de calor e, portanto, a r m a z e n a g e m de c a­

lor no corpo. Como conseqüência do de seq u i l í b r i o na r e g u l a g e m da temperatura tem-se a sensaçao de desconforto. 0 mesmo ocorre quaji do a temperatura ambiente esta abaixo daquela exigida pelo corpo.

Quando a temperatura ambiente nao pode ser con ser v a d a d e n ­ tro da normal idade desejada, este e q u i 1 ibrio ainda pode ser conse guido pelo uso de roupas com medidas de isolamento que c o n t r o l e m as perdas ou acumulo do calor produzido.

0 elo entre isolamento e prefer ênc ias de con f o r t o foi quan tificado por Fanger em 1970, Rholes, W o o d s e Nevim em 1973- De a-cordo com esses autores, a te mper atu ra media pr efe rid a e de 30^C para individuos despidos e 23 C para os indivíduos usando roupas

2 - 1

com isolamento de 0, 155 m KW , que equivale a uma unidade de i sjo lamento ou cio (Cena e Clarck, 1978. p. 568). Isto vai co ntr ari ar uma j ust ificativa de Solomon (1980. p. 56) para indicação de r ou­ pa para tr ab alh o no ramo de produção da industria. So lomon r e c o ­ menda o uso de roupas leves de algodão, com mangas curtas, para

/ 4 / t i t r*

ambientes quentes e proximos a maquinas, por ser o algodao um ma- terial que, quando umedecido pela pe rsp ira çao e mais fre sco que a pele nua.

Cena e Clarck não mencio nam em seu trabalho, para que t i ­ pos de atividades foram qu ant ifi cad as as t e m p e r a t u r a s preferidas, embora se saiba que aquelas são muito importantes na sel e ç ã o da te mperatura ambiente desejável. W y o n et a 1 i i (1975) p e s q u i s a r a m a respeito da temperatura preferida por e stu dan tes com idade varian do entre 18 e 25 anos, para desenvol ver ati vid ade s e s c o l a r e s m e n ­ tais e co ncl u í r a m que as tem p e r a t u r a s mais aceitas fo ram as de

(46)

23«2 e 18.7 C, para 0.6 e 1.15 cio, respectivamente.

Contrariando t ambem o parecer de Solomon, tem os N a g a t a (1978. p. 169) que diz "a evaporação do suor e um metodo muito e- fetivo na eliminação de calor do corpo, porque cada grama de agua evaporada absorve 0.578 Kcal da t e m p e r atur a da pele", e, de a c o r ­ do com demonstrações científicas,

"0 homem pode secretar suor suficiente para remover t o d o o calor metabolico produzido durante exe rcí c i o s f ís i c o s relja ti vãmente prolongados.

É geralmente aceito que o ves tuário atua como uma bar r e i r a na evaporaçao, isto e d e s v a nt ajo so para a re gul aça o do c a ­

lor, especialmente, em ambie nte s q uentes e um idos" (Nagata, 1958. p. 169), entretanto, "a atual c ondição de perda de calor pela evaporaçao em pessoas vestidas e muito compl i c_a •da, e não esta muito clara pelos estudos ate então real i z^a '

dos. Provavelmente, quando uma pessoa ve stida esta suando, uma parte relativamente grande do suor e abs orv ida pela roupa, apenas uma parte e e vap orada d i r e t a men te da pele ejn quanto uma outra goteja. Então uma parte e ev apo rad a da su perficie externa e da roupa de baixo, ao passo que uma ou­ tra permanece nas vestes. Quando isto acontece, o calor de vaporizaçao vem parcialmente do ar e p a r c i alm ent e da pele, reduzindo a eficiência da reg ulação do calor ... A eficieri cia refrescante do suor pode depender, portanto, da distani cia da pele ao espaço, onde se processa a evaporaçao".

"A resistência da passagem de vapor da superfície do cor po h uma no para o ar ambiente e de terminada pela per me a b i I i d a d e dos t e c i d o s usados", completa Fujitsuka e O har a (1977* P* 75), a uma d ada umj_ dade do ar ambiente, a r esistência de dif usã o do vapor e, c o n s e ­ qüentemente, o fato determinante na perda de calor.

Nagata (1978), em seus estudos a respeito da perda de ca­ lor relacionada ao tecido das vestes, confirmou que gra nde parte do suor dos individuos permanece nas roupas. Em seus e x p e r i m e n t o s foram computados: (l) o peso das cobaias, nuas e vestidas, antes da exposição ao calor, e apos cada 30 m inu tos de exposição, (2) a perda total de suor e (3) a q uan tid ade de suor que perman ece u nas

(47)

roupas. Como foram usadas diferentes c omposições de trajes, pode- -se concluir que a evaporação e largamente afetada pelas p r o p r i e ­ dades da peça externa.

Em uma das fases do tra balho de Nagata, foi utiI i zado um cilindro de cobre, cuja tem per atu ra interna poderia ser man tid a ao nível desejado e cuja superfície se mantinha u n i f o r m e m e n t e umj_ da. Mantendo a te mperatura interna em 37 C (que e a media humana) e utilizando este a temperatura ambiente de 30 C e u midade 70%,

concluiu-se, através dos resultados mo str a d o s no Q uadro 4, que a eficiência no resfriamento decresce com o aumento de nu mero de ca madas de tecido, e que a diferença de um tec ido para outro torna- -se mais significativa com o aumento da espessura.

QUADRO 4 - Eficiência de evaporaçao de agua, por resfriamento, de superfície cilíndrica revestida

Tec i do Numero de Camadas Ef i c i ênc i a

1

nd i reta (*)* D i reta A

1

godão •

1

95 65

2

71 55 3 65 47 Rayon

1

87 74

2

89 56 3 76 57 Lã

1

92 83

2

94 73 3 79 76 Ny 1 on

1

95 85

2

74 71 3 65 72 Nu 95 Fonte: Nagata (1978. P. 71)

* Ef i c i ênc i a = resfriamento devido a agua evapor ada de ev apora-ção/ca

1

or latente de agua evaporada.

Referências

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