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D. Difusos e coletivos - 1 bim - Marília Melo - Prof ROLLO

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Academic year: 2021

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Evolução histórica dos direitos coletivos “latu sensu”

Tudo se inicia com revolução industrial que acentuou a preocupação com os direitos difusos e coletivos.

Antes da revolução industrial tínhamos a produção artesanal, e não em larga escala. Depois o artesão que era responsável por todo o processo produtivo passa a se responsabilizar apenas por uma parte desse processo de produção.

Antes a quantidade de produtos colocada no mercado era muito pequena. A produção em larga escala faz com que haja um aumento da quantidade de produtos feitos. Pela lei da oferta e da procura, os produtos passam a ser mais acessíveis, porque quanto maior a oferta menor o preço.

Na Inglaterra, ocorreu na segunda metade do século XVIII e no Brasil ocorreu por volta de 1950.

Surge com a revolução, a preocupação com os direitos trabalhistas principalmente no que tange ao direito do trabalho coletivo, bem como a preocupação com o meio ambiente, haja vista que os recursos utilizados na Rev. Industrial eram recursos finitos (carvão, e a agua na segunda revolução), e em função disto surge a preocupação com a utilização desses recursos.

Por essa razão os direitos do consumidor no EUA e Europa são mais avançados, pois o nosso CDC é de 1990 e esse assunto só foi começar a ser discutido no Brasil em 1950.

Com a produção em série surgem vícios e defeitos. Eles são inerentes à produção em série.

Teoria do risco da atividade: baseia a atividade industrial, e o direito do consumidor, pois existem vícios e defeitos na produção dos bens e quem deve se responsabilizar por eles é o ente produtor. Isso, pois o ente produtor produz visando obter lucro com a venda de sua produção. Na produção massificada sempre haverá vícios e defeitos.

EXISTEM 4 ESPÉCIES DE MEIO AMBIENTE:

 Meio ambiente cultural: ex carnaval é meio ambiente cultural brasileiro

 Meio ambiente do trabalho:

 Meio ambiente natural:

 Meio ambiente artificial: é aquele em que habitamos sem ser o meio tipicamente natural, mas sim aquele fruto da criação e construção humana (cidades).

Desde o Egito antigo e da constituição de Atenas temos traços de preocupação com os direitos difusos e coletivos bem como do consumidor. A confissão negativa no antigo Egito, era um papiro encontrado junto às múmias do Novo Império Egípcio e este documento fazia parte dos livros dos mortos, estabelecendo como testamento que a pessoa que havia falecido não poluía as aguas, as terras, não maltratava os animais, mostrando-se a preocupação com o direito ambiental (mesmo que no aspecto religioso)

No código de Hamurabi já havia previsão de garantia que deveria ser fornecida pelo arquiteto que era obrigado a corrigir os erros estruturais por sua conta. (lei n°233)

Código de Manu: quem adulterava gêneros alimentícios era punido com multa e condenado a ressarcir o dano. (séc. XIII a. C.)

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Bloqueio continental

Burguesia tinha capacidade de investir em produção pela burguesia

Napoleão não conseguia invadir a Inglaterra por que ela é uma ilha e possuía (como ainda possui) a melhor marinha do mundo.

ESTRUTURA DA SOCIEDADE INGLESA  Nobres e clero

 Artesãos e estrangeiros  Camponeses escravos

Os artesãos eram responsáveis por toda a cadeia produtiva, e ele deveria corrigir os erros ou fazer novos produtos descartando defeituoso.

Com a revolução esses erros passaram a ser pouco notados.

O artesão conhecia o produto como um todo, o seu funcionamento e seus defeitos se tivesse.

Com a produção em massa, há a setorização da produção e chegamos a ponto de ter que reclamar sobre um produto à uma pessoa que nem sabe como ele funciona, ou onde possa encontrar seu defeito.

Os artesão não conseguiam competir com os preços das fábricas, necessitando esse artesão, buscar emprego nas fábricas. Aí eles que antes se responsabilizavam por todas as etapas da produção, passam a se responsabilizar apenas por uma etapa.

As regras de mercado do” Laissez faire , laissez passer”, passaram a ser regidas pelas leis dos mercados, e não pelas leis dos ofícios.

BENEFÍCIOS DO LIBERALISMO ECONOMICO  Maior desenvolvimento técnico científico

 Maior parcela da população tem acesso aos produtos  Produção em serie reduz custos

 Desenvolvimento das relações de crédito (parcelamentos, financiamentos...), possibilitando vazão de mercadoria e circulação de produtos,

 Formação das metrópoles e megalópoles  Avanço do capitalismo

MALEFÍCIOS DO LIBERALISMO  Desaparecem os artesãos

 Queda na qualidade dos produtos, vez que ficou quase impossível se reclamar acerca de defeitos e vícios dos produtos. Isso, pois não se sabia a quem reclamar dos problemas.

 Vigorava o capitalismo selvagem (sobrepor o lucro a todos os demais valores- vida, saúde, segurança...). EX: Famoso caso do ford pinto: carro com defeito de projeto que geraria o seu capotamento, assim colocaram na ponta do lápis o que seria mais vantajoso: indenizar as famílias pelos acidentes em vez de fazer o recall.

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 Diminuição da informação do consumidor  Queda da qualidade de vida

O regime que o Brasil adota é o intervencionista, a fim de limitar o lucro das empresas com a intervenção do estado, que impõe uma série de limites. É o sistema dos pesos e contrapesos, no qual a função social está acima de tudo.

O lucro dos bancos não está de acordo com isso, vez que o lucro dos bancos é exagerado, e o estado não intervém de forma mais incisiva, pois eles compram os títulos da dívida ativa.. Assim se o estado intervém com força, eles deixam de comprar esses títulos e ferram com o estado...

Os honorários contratuais compõe o dano (julgado do STJ). Assim o advogado do autor pode cobrar os honorários dentro do valor da causa e isso é plausível, vez que se a empresa tivesse procedido conforme o CDC a parte não teria que gastar contratando advogado.

 Surgem as técnicas de marketing enganosas ao consumidor  Houve agressão ao meio ambiente

 Descrédito do poder judiciário

HOUVE A “REVOLUÇÃO DAS MASSAS”: A POPULAÇÃO REIVINDICAVA AS MELHORES CONDIÇÕES DE VIDA E DE TRABALHO.

PASSOU HAVER A PREOCUPAÇÃO COM OS DIREITOS SOCIAIS (CONST.WEIMAR E DO MÉXICO), SENDO OS DIREITOS DA SEGUNDA GERAÇÃO.

SURGIRAM OS ESTADOS DEMOCRÁTICOS DE DIREITO – CRIADOS E REGULADOS POR UMA CONSTITUIÇÃO; COM AGENTES ELEITOS PERIODICAMENTE PELO POVO; COM REPARTIÇÃO DE PODERES EM ÓRGÃOS ESTATAIS INDEPENDENTES QUE SE FISCALIZAM MUTUAMENTE.

DIREITO DO COMSUMIDOR: DISPOSITIVOS CONSITTUCIONAIS QUE TUTELAM O CONSUMIDOR  ART. 5° , XXXII: o estado promoverá a defesa do consumidor, presunção que não admite prova em contrário

(iure et iure). Independente do poder econômico das partes, aquele que é consumidor é sempre a parte mais vulnerável. É o caso do Abílio Diniz utilizando os serviços de um engraxate. O Abílio Diniz é a parte mais vulnerável, pois ele é o consumidor.

 Art. 24, VIII: atribui competência concorrente à união, Estados e Distrito Federal para legislar sobre responsabilidade por dano ao consumidor. O dano ao consumidor é a responsabilidade civil. A competência não é de município para legislar sobre direito do consumidor. Apesar disso, existem muitos municípios que legislam acerca dessa matéria, mesmo havendo vedação constitucional. Existem muitos municípios legislando o uso de sacolinhas nos supermercados. Nesse caso, essas leis são inconstitucionais. Só seria competência do município legislar sobre o regulamento de prestação de serviço de transporte municipal, por exemplo, pois é pertinente ao município. Só pode ser matéria de competência local, e mesmo assim o município não pode usurpar sobre matéria de outro ente legislador.

 Art. 150, §5°: a lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. Existe uma incidência muito grande de impostos sobre os

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produtos. Isso, pois não é de interesse dos entes federativos informar quanto os consumidores utilizam de imposto.

 Art. 220 §4: a propaganda de cigarro e de produtos alcoolicos, agrotóxicos, medicamentos e terapias esta sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seus uso: a propaganda deve falar a verdade, é não se pode vincular essas figuras com outras, que deturpam o significado real desses produtos (ex: sempre vincular a cerveja com mulher bonita; vincular cigarro ao status, virilidade, saúde...)

 Art. 48 do ADCT: o congresso nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da constituição, elaborará código de defesa do consumidor. Demorou quase dois anos: 5 de outubro de 1988 e 11 de setembro de 1990. O código e defesa do consumidor é muito bom, e essa previsão temporal para criação do CDC foi uma ótima sacada do legislador!

 Art. 170 cáput e inciso V: Consagra o regime capitalista, a livre concorrência, mas também determina que o estado intervenha na economia para proteção do consumidor, do meio ambiente, estipulando regras para que haja o lucro, sem que ele se dê de forma desenfreada e desregrada.

 Art. 175, parágrafo único e §4°:

RELAÇÕES DE CONSUMO Fornecedor Produto Serviço Consumidor O CDC E A LEGISLAÇÃO DE CONSUMO 27/02/2012

 O CDC não é a única lei que regulamenta o direito do consumidor, existem muitas garantias consumeristas que se encontram em outros dispositivos

o Lei dos crimes contra a ordem econômica

o Convenções internacionais (convenção de Montreal- transporte aéreo) o Decreto do SAC

 O CDC contem normas de ordem pública e interesse social o Costumes incorporam a legislação do consumo, art.7°, caput, CDC.

 Ex: troca de presentes que você ganha, é um direito costumeiro.

 Não faz troca aos sábados: prática comercial abusiva

 Trinta dias para a troca: razoável.

 Produtos promocionais- não faz troca: se é fornecida essa informação ao consumidor, é plausível não se efetuar a troca.

o Sacolinha de supermercado: a obrigatoriedade de fornecimento está no costume. REGRA ESPECÍFICA

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Quando tenho norma específica, eu não aplico a regra geral.

Ex: indenização que se fundamenta no CDC e nos dispositivos do CC. Eu não preciso ficar fundamentando nas duas leis, basta falar da regra genérica (do CC), e fundamento na norma específica (CDC)

ANTECIPAÇÃO DA TUTELA NO CDC Art. 84, §3° do CDC X art. 273 do CPC

Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.

§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu.

Além do perigo da demora.

Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:

(Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)

Nesse caso, eu aplico a antecipação de tutela específica ao direito do consumidor, que solicita a justificação do receio da ineficácia do provimento final + perigo da demora.

PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS QUE REGEM AS RELAÇÕES DE CONSUMO  Dignidade da pessoa humana- art. 1°, III, e art. 6° da CF.

Para prof. Bahia é fundamento e não princípio, ou seja, mais do que princípio (Rizzatto Nunes e Fiorillo entendem que é principio).

Isso garante o piso vital mínimo, que é o mínimo que pessoa necessita para viver com sadia qualidade de vida (transporte, educação, saúde, lazer, etc..).

Pessoa que não tem nada disso não pensa em consumir. Quanto mais uma pessoa tem essa qualidade de vida, mais ela consome.

 Princípio da Isonomia: art. 5°, caput, CF.  Isonomia formal: tratar todos de forma igual

 Isonomia real/ aristotélica: tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual nas medidas de suas desigualdades

Porém homens e mulheres não são iguais, e para isso existe previsão legal (ex: licença-maternidade, leis que determinam salvamento prévio de crianças, idosos e mulheres...).

 Direito de preferencia do idoso;  Dos portadores de deficiências;  Da mulher gestante.

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Nesse sentido é correto a lei tratar de forma desigual, isso é a efetivação do princípio da isonomia. Isso, pois existe previsão legal para tanto. Porém não é correto mulher pagar menos em balada, em rodizio, no seguro do carro... Não existe lei que determina isso!

A lei de consumo é desigual, pois trata o consumidor e fornecedor de formas diferentes. Existe a proteção do consumidor:

 Descriminações:

 Lícitas: tentam colocar os diferentes em pé de igualdade

 Ilícitas: trata de forma diferente os iguais o Nome na lista de baladas

o Mulher não pagar entrada

o Recusa de matrícula de criança doente (ex: criança com diabetes) o Exclusão de criança com qualquer tipo de deficiência

o Cartão de lojas, que garantem descontos para quem tem!

o Cobrar preços diferentes de acordo com a época ou com o dia da semana.  Sim, pois é regulado pela lei da oferta e da demanda!

Esse princípio da isonomia é projetado direto do consumidor pelo princípio da igualdade nas contratações!

 Princípio da Informação: art. 220 CF.

É necessário que haja informação correta ao consumidor, daquilo que ele está adquirindo. A nossa escolha, muitas vezes, está submetida às informações que nos são dadas.

PRESSUPOSTOS DA DISTINÇÃO LÍCITA 05/03/2012

Distinções pautadas na doutrina do Celso Antonio Bandeira de Mello

 Distinção não pode atingir um só individuo (deve ser abstrata)

 As pessoas devem ter características e traços pessoais que justifiquem a distinção jurídica. Ex estudantes, idosos...

 Deve haver correlação lógica entre as características pessoais e distinção jurídica;

 Essa correlação logica deve ter relevância constitucional

 A norma constitucional não pode ser clara a ponto de já conceder o tratamento distinto da norma.

EDUCAÇÃO E INFORMAÇÃO (ARTS 295 E 220 CF)

 DIREITO À INFORMAÇÃO: quanto menos informação tiver uma pessoa mais fácil ela ser controlada. O direito de informar e de ser informado.

 DIREITO À EDUCAÇÃO: De acordo com o texto constitucional educação diz respeito ao ensinamento regular e visa “o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o

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trabalho.” É o direito de frequentar a escola e todos os pais tem a obrigatoriedade de colocar seus filhos na escola.

o Sobre a questão da informação e educação existem duas correntes:

 Corrente 1: Art 4, IV CDC: educação e informação são dois lados de uma mesma moeda. Quanto mais informado o consumidor for, mais educado ele será. O acumulo de informações leva à educação do consumidor.

 Corrente 2 : Art. 6°, II e III CDC: educação são os conhecimentos genéricos do consumidor. Diz respeito ao conhecimento da lei do consumidor. Assim o consumidor será educado quando tiver conhecimento da lei. Informações dizem respeito às características do produto e serviço. Ex: manual de instruções, contratos...  O dever de informar e educar o consumidor é de todos: Estado, fornecedores, órgãos públicos, associações,

sindicatos, etc...

 Educação formal: aquela que acontece nas escolas, faculdades...

 Educação não formal: leitura de jornal, matérias na internet, assistir TV...

IMPORTANCIA DA INFORMAÇÃO NAS RELAÇÕES DE CONSUMO  Informação e liberdade de escolha;

o Você deve ter a informação dos produtos e serviços que quer adquirir para saber se você irá efetivar o negocio ou não, bem como saber qual é o produto ou serviço que melhor se enquadra nas suas necessidades e ao seu perfil de consumidor. Ademais, você deve saber as vantagens ou desvantagens de período do ano (ex: ir para a Sibéria no mês mais frio!).

 Informação pré-contratual, contratual e pós-contratual;

o O consumidor deverá saber o que deverá fazer antes, durante e após a contratação, quais são os prós e contras dessa contratação, seus direitos e responsabilidades...

 Pré-contratual: informação que visa atrair o consumidor para o contrato  Contratual: é aquela correspondente às clausulas contratuais.

 Pós-contratual: diz respeito a utilização do serviço. EX: manual de instruções, SAC da empresa fornecedora, site que fornece informação...

 Informação e oferta, art. 30 do CDC

o Para configurar oferta deve ser suficiente o fornecimento de informações nos rótulos e contratos dos produtos e serviços.

Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.

 Requisitos da informação:

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o Correção: informação não pode ser enganosa quanto aos elementos essenciais do produto. A informação deve ser correta, consoante aos elementos que compõe o produto. (características, quantidade, qualidade, composição, preço, garantia, prazos, de validade, origem, riscos....)

o Clara: é a informação facilmente compreendida.

o Precisão: diz respeito a exatidão das informações, sendo ilícita a omissão de informações que sejam essenciais ao produto.

 Informação enganosa por omissão

o Na língua do país onde o produto está sendo vendido (no caso, português)

o Caráter ostensivo: a informação veiculada deve ser legível (as letras devem estar na horizontais e legíveis, quanto ao tamanho ao fundo da tela, etc.). O consumidor deve enxergar essa informação antes de entrar na loja...

O PREÇO É SEMPRE À VISTA, O QUE DIFERE É A FOMRA DE PAGAMENTO. AUMENTAR O PREÇO PARA PAGAMENTO A PRAZO É PRÁTICA ABUSIVA. SÓ PODE COBRAR JUROS A INSTIUIÇÃO FINANCEIRA, MEDIANTE CONTRADO DE FINANCIAMENTO PARALELO. Lei 10.962/04 e decreto n° 5.903/06.

 Informação, nos termos do art. 6°, III do CDC, deve especificar corretamente a quantidade, características, composição, qualidade e preço, garantia, prazo de validade, origem bem como os riscos à saúde e ou segurança, dentre outros dados essenciais.

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;

REQUISITOS DA INFORMAÇÃO- continuação 11/03/2012

 Informação enganosa por omissão: é aquela informação que deveria ser essencial ao consumidor, porém a empresa não a fornece ou não adverte o consumidor de possíveis adversidades que o produto ou serviço podem gerar (ex: Gatorade se consumido em excesso gera pedra no rim- essa informação deveria constar da embalagem porém não consta.)

 Informação enganosa por ação: é aquela que engana o consumidor dizendo que o produto gera ou não gera sendo isso uma inverdade (ex: na propaganda do “ab shape”, é afirmado que com a ginástica passiva vc terá o mesmo corpo que as atrizes da tv- o que é uma inverdade, vez que é de conhecimento da medicina que para se ter os músculos tonificados é necessário muitas horas diárias de exercido juntamente com uma dieta balanceada).

PRINCIPIOS LEGAIS QUE REGEM AS RELAÇÕES DE CONSUMO

 Vulnerabilidade do consumidor: a CF afirma que vai proteger o consumidor, consoante o art. 5° sendo essa vulnerabilidade “iure et iure” (ou seja, ele é absoluta não admitindo prova em contrário)

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o Vulnerabilidade econômica: significa que na maioria das vezes os fornecedores são grandes grupos econômicos e multinacionais, e o consumidor não tem condições de mover o processo, e às vezes não tem condição e movimentar o processo (pagar custas...)

o Vulnerabilidade jurídica: as grandes empresas possuem departamentos jurídicos especializados para defender as empresas. Diferente do consumidor que deverá procurar um advogado, muitas vezes sem saber que necessita de advogado que conheça de direito do consumidor.

o Vulnerabilidade técnica (informação): é a vulnerabilidade de informação, pois o fornecedor entra no mercado porque quer, então prestará serviço ou produtos em uma área que entenda, e o consumidor muitas vezes não sabe quais são as condições. Quando não consegue entender as condições, muitas vezes o fornecedor não adquire os produtos, ou adquire e não sabe em que condições está assumindo o contrato que acaba de celebrar.

Vulnerabilidade ≠ hipossuficiência

Todo consumidor é vulnerável por determinação constitucional. Porém nem sempre o consumidor tem informações técnicas para a prova de seus direito, sendo esse consumidor hipossuficiente. Assim ela é a vulnerabilidade do consumidor agravada no caso concreto por falta de conhecimento técnico.

Do ponto de vista prático, a hipossuficiência desencadeia a inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6°, VIII, do CDC, que é uma forma de proteção extra. Ela só acontece diante da hipossuficiência ou verossimilhança das alegações feitas pelo autor.

Art. 333 do CPC: traz a regra geral da inversão do ônus da prova. Se o fornecedor não fizer a prova do fato impeditivo, extintivo ou modificativo do autor, a empresa perderá a demanda.

AÇÃO GOVERNAMENTAL- art. 4° II do CDC

Ação governamental consagra que mesmo no regime capitalista o estado poderá intervir na economia, diferente de “le se fer lesse passe”.

Serve para coibir os abusos, com a intervenção do executivo, legislativo e judiciário a fim de fiscalizar e coibir práticas abusivas.

 Legislativo: com leis protetoras ao consumidor

 Executivo: através de decretos e portarias que pormenorizem a legislação; através de fiscalização com a aplicação do poder de polícia (Procon, vigilância sanitária, anvisa, ipen,)

 Judiciário: deverá julgar os conflitos de interesse acerca das relações de consumo

Política Nacional das Relações de Consumo- conjunto de ações que o estado vai promover em âmbito nacional para proteger o consumidor.

Decorre do disposto no artigo 179 da CF.

EM DECORRÊNCIA DA AÇÃO GOVERNAMENTAL CABE AO ESTADO 13/03/2012

 Instituir órgãos públicos de defesa do consumidor (DPDC e PROCON)

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 Regular o mercado, preservando a qualidade, segurança, durabilidade e desempenho dos produtos e serviços oferecidos ao consumidor, bem como a concorrência, impedindo a formação de um monopólio, oligopólio etc... (INMETRO, CADE...)

o Órgãos de proteção do consumidor:

 DPDC: em âmbito federal, serve para implantar a politica nacional de consumo. (art. 106 do CDC). Serve para fiscalizar, fazem valer o CDC através de procedimento administrativo.

 PROCON: atua em âmbito estadual.

o IDEC: não é órgão público de proteção ao consumidor. Ela é uma associação civil. Tem como objetivo defender os consumidores. (se estiverem constituídas há mais de 1 ano, e se tiver representação temática, poderá ingressar com ação civil publica para defesa dos interesses- ex: vigilância sanitária).

HARMONIZAÇÃO DOS INTERESSES DOS CONSUMIDORES E FORNECEDORES 19/03/2012

Art. 4°, III, do CDC.

O direito do consumidor deve ser entendido, aplicado e interpretado com cautelas, pois não podemos inviabilizar o fornecedor de circular suas mercadorias.

Senão, se inviabiliza a relação de consumo. O ideal é que o fornecedor respeite o consumidor, e este ultimo tenha conhecimento da legislação que o protege.

Marketing de defesa do consumidor= tratar bem o cliente em todas as circunstancias. (art. 4°, V do CDC). SAC, campanhas de informação, atendimento via internet e etc... Às vezes mesmo que o consumidor não tenha razão, vale a pena ao fornecedor atender a demanda do consumidor, mesmo que ele não tenha razão.

O serviço de atendimento ao cliente é uma forma de receber as reclamações, ouvir o consumidor e resolver os problemas do consumidor.

Porém se o SAC não resolve os problemas ou propõe soluções acaba deixando de ser um a forma de harmonização de conflitos, gerando litígios concretos.

Convenção coletiva de consumo (art. 107m do CDC) são pactos entre entidades ou sindicatos, regulando as relações de consumo no tocante ao preço, à qualidade à quantidade e as características de produtos e serviços, a reclamações etc...

Isso serve pra regulamentar conduta em certos setores e caso esses problemas ocorram

TAC- Termo de ajuste de conduta. Ele é um compromisso assumido pelo fornecedor que atentou contra os direitos coletivos e difusos ou individual homogêneo, firmado perante órgão público que tenha legitimidade para propor ação civil pública, no qual o infrator se compromete a modificar seu comportamento em diante sob a pena prevista no próprio TAC.

PRINCÍPIO DA BOA-FÉ

O direito civil trata da boa fé subjetiva, que irá perquirir o que o sujeito estava pensando no momento em que celebrou o contrato.

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Essa boa fé secundária no direito do consumidor, sendo que o desta é o da boa fé objetiva. Ela implica na adoção de um determinado padrão de comportamento.

A boa fé deve sempre nortear a interpretação do CDC e deve ser presumida, “juris tantum”, para ambos os sujeitos.

Impõe-se aos fornecedores e aos consumidores, serve de garantia à ordem econômica, para que sela atendida a finalidade social da relação de consumo.

Clausula geral (art. 51, IV, do CDC), permite que o juiz crie uma norma para o caso concreto. Pode ele integrar o contrato, após a anulação de uma clausula injusta e desproporcional, por exemplo.

Assim, para o Direito do consumidor o que importa é a boa fé objetiva.

Ex: comprar um relógio rolex e pagar R$300,00 pelo produto. O comprador está agindo com má- fé objetiva ao adquirir esse produto.

Colocar no contrato de seguro automotivo, informação diversa da verdadeira para pagar menos no seguro. O parâmetro da boa fé será usado até para fins de arbitramento de indenizações por possíveis danos. FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO:

 Consumidor: satisfazer uma necessidade do seu dia-dia.

 Fornecedor: conseguir obter seu lucro (porém sem ser um lucro exagerado) Ex: banco tem lucro exagerado em aplicações

Da mesma forma, o consumidor não pode se locupletar. Boa-fé é um princípio e uma clausula geral!

CLAUSULA GERAL: è como se todo o contrato de consumo tivesse um cláusula invisível que determina que a relação de consumo deve obedecer a sua função social. Se esse contrato não cumprir a sua função social, ele deve ser revisto atenuando o “pacta sunt servanda”. Existe um bem maior do que a autonomia contratual. Esse clausula permite que o juiz adeque o contrato às partes visando obter a sua função social.

Isso é mais do que a teoria da imprevisão (rebus sic stantibus), pois no direito do consumidor mesmo conhecendo da teoria da imprevisão e havendo sua previsão contratual (cláusula), que poderá ser aplicado no caso concreto dependendo da relação de consumo, mesmo assim, pode-se pedir a adequação contratual.

PREVENÇÃO – ART. 10 CDC

O fornecedor não poder colocar no mercado mercadoria que saiba ou devesse saber apresenta alto grua de nocividade ou periculosidade à saúde ou a segurança.

Se descobrir após colocar o produto no mercado => recall

Produtos perigosos necessitam estar acompanhadas dessa informação. Eles até podem ser vendidos, desde que contenha a informação acerca de sua periculosidade/nocividade.

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O direito do consumidor deve proteger a vida, a segurança e a saúde do consumidor .

Os produtos excessivamente perigosos podem ter sua comercialização proibida pelo governo (ex: chumbinho- veneno para rato).

RELAÇÃO DE CONSUMO 27/03/2012

 A relação de consumo distingue-se da relação de direito civil e da relação trabalhista (pessoalidade, não eventualidade, subordinação)...

aEx: se eu contrato um porteiro é uma relação trabalhista, mas se eu contrato uma empresa de vigilância é uma relação de consumo, pois ela opera no mercado com a prestação de serviço de vigilância, com habitualidade, visando o lucro.

RELAÇÃO TRABALHISTA X RELAÇÃO CONSUMO

ELEMENTOS DO CONSUMIDOR

DIR DO TRABALHO FORNECEDOR

PRESTAÇÃO SERVIÇO /VENDA PRODUTO

 Relação de consumo é aquela que tem dois sujeitos: consumidor e fornecedor, e pelo menos, um objeto, produto ou serviço.

 Consumidor vende o carro para a loja. Pode esta invocar o CDC contra ele?

Aqui quem presta serviço é a loja de adquirir o bem, não é uma relação de consumo, porém cabe aplicação do código civil e aloja poderá acionar o consumidor que com ela contratar pautada em relação contratual do Código Civil.

Ex: vc vendo um carro pra loja, ela não transfere a propriedade pra ela e passa o veículo a terceiro que tb não faz a transferência. Vc pode processar a loja? Com fundamento no que? pode solicitar que a loja se responsabilize pautado no CDC. Assim face o fornecedor, eu sempre posso pautar no CDC.

DEFINIÇÕES DE CONSUMIDOR Quatro tipos de definições trazidas pelo CDC:

 Art. 2° Caput:

Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.  Adquirir: tomar para si algo, de forma gratuita ou onerosa.

 Utilizar: dar ao bem a aplicação a que ele se destina.

 Destinatário final: esse destinatário deve ser destinatário fático e econômico. o Destinatário fático: é aquele que retira o bem do mercado

o Destinatário econômico: o que esgota em si a finalidade do produto.

Ex: volks qdo compra uma máquina para produzir um carro, ela é destinatária fática mas não é destinatária econômica. Assim ela não é destinatário final.

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 Art. 2°, §único:

Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.

 Art. 17:

Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.

 Art. 29:

Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.

Consumidor real: é efetivamente consumidor (temos uma definição para ele)

Consumidor por equiparação: é aquele previsto nos outros artigos, que pode indiretamente caso seja lesado pelo fornecedor, invocar o CDC para sua proteção.

PJ é fornecedora quando ela não adquire insumo (insumo é aquilo necessário para que a empresa necessita para produzir o produto – farinha para o padeiro fazer pão)

OS produtos que não são insumo, a PJ pode ser considera consumidora (ex: compra de papel higiênico para os funcionários da empresa para poderem trabalhar).

02/04/2012 CASO PRÁTICO:

TEM PREVISÃO CONTRATUAL DO TRATAMENTO MEDIANTE CIRURGIA, E NÃO POR REMÉDIO. 03/04/2012

Continuando...

Retornando a questão do destinatário econômico e o destinatário final. CONCEITO DE CONSUMIDOR- CORRENTES:

 Finalista (adotada pelo João Batista de Almeida):

o 1° momento: para ser consumidor nãos e pode utilizar o bem de forma nenhuma, nem mesmo na atividade (PJ então não era consumidor).

o 2° momento: inspiração do pensamento francês e belga=> o sujeito será consumidor sempre que a pessoa não adquirir bens indispensáveis a sua atividade (insumos e máquinas que processam matéria-prima tornando esse bem apto à venda).

o Atualmente: é considerado consumidor, aquele que não explora economicamente o bem adquirido. No caso, se o bem adquirido se mostra indispensável para o exercício da atividade econômica, não é consumidor. Porém se a PJ adquire bem que não será utilizado na produção de seus bens, é tido como consumidor. Ex: se a volks compra um helicóptero para transportar seus funcionário... esse bem não é empregado na produção de veículos automotores terrestres. Então a volks nesse caso é consumidora.

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 Maximalista: é destinatário final aquele que adquire o produto ou serviço e que transforma esse produto ou serviço antes de comercializá-lo novamente. Ex: é consumidor aquele que adquire farinha e faz bolo para vender.

Também é consumidor aquele que compra o produto ou serviço e com este permanece para si.

Os adeptos dessa corrente acreditam que o Direito do consumidor é regido por regras de mercado. Essa corrente não e compatível com a lei brasileira vez que nossa lei defende o direito do consumidor.

 Rizzatto: não será considera consumidor quem adquirir bem típico de produção.

o Bem típico de produção: bem colocado no mercado tipicamente para produzir (ex: forno industrial) EXCETO se uma pessoa adquirir um desses bens (tipicamente para produzir) para uso próprio. Ex: compro um cruzeiro da MSC que é usado para transporte de pessoas mas com a finalidade de apenas usar para transportar minha família.

Para o Rizzatto também é levado em consideração, para se determinar que é consumidor, o porte de compra e negociação do bem (ex: o padeiro compra muito mais farinha do que eu, porém se eu comprar uma farinha estragada não posso ter um tratamento diferente do que seria dado ao padeiro na troca desse produto). Nesse caso percebemos que o padrão da venda do bem ao consumidor é diferente do padrão de venda aquele que utiliza o bem como insumo, por exemplo.

Se eu compro uma lata de molho de tomate a 1 real no mercado, e aquele que revende molho de tomate e compra no mesmo mercado que eu, por 1 real, o padrão de venda é acessível ao consumidor comum.

O que não seria considerado padrão acessível ao consumidor: a concessionaria da volks compra 2 mil veículos para vender em um mês. O particular compra 1 veículo a cada 5 anos.

 Claudia Lima Marques: O que importa é o desequilíbrio de forças (vulnerabilidade).

RIZZATTO X CLAUDIA LIMAR MARQUES: se um sake das arábias compra um A-380(avião de grande porte que pode chegar a transportar até 200 pessoas).... Pro rizzatto esse sake comprou o bem para uso próprio estando ao acesso de consumo dessa pessoa... assim é relação de consumo, para a claudia lima marque devido o porte da negociação ( por mais que o shake tenha adquirido o bem para uso próprio, esse poder de barganha e negociação não é acessível ao consumidor comum)... então para a claudia não aplica o CDC.

QUESTÃO DA MÁQUINA DE BORDAR ADQUIRIDA POR PESSOA FÍSICA

Na teoria finalista a bordadeira não seria consumidora, porém o STJ tem aplicado nesse caso a teoria da Claudia para demonstrar a hipossuficiência dessa bordadeira no que concerne ao poder de negociação face a empresa que vende a máquina de bordar.

Referências

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