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Projecto para implementação de um plano de acção no combate à obesidade na Região Autónoma dos Açores : trabalho de investigação : Draft implementation for an action plan to combat obesity in Azores

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Academic year: 2021

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Projecto para Implementação de um Plano de Acção no Combate à Obesidade na Região Autónoma dos Açores

Draft Implementation for an Action Plan to Combat Obesity in Azores

Laura Frederica Soares Lemos

Orientadora: Dra. Rita Costa Brotas de Carvalho

Trabalho de Investigação ± Projecto de Educação Alimentar

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DEDICATÓRIA

³A sabedoria consiste em compreender que o tempo dedicado ao WUDEDOKRQXQFDpSHUGLGR´

Ralph Waldo Emerson

Gostaria de dedicar este trabalho a uma pessoa muito importante na minha vida, que me acompanhou e motivou durante esta jornada, nos momentos mais difíceis e também nos de alegria.

Assim dedico este trabalho, com gratidão e amor, ao Dédalo, pela sua presença constante na minha vida, pela inspiração que me proporciona em continuar a realizar este trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Um projecto não é fruto de um trabalho solitário, pelo contrário, é o resultado da dedicação de várias pessoas. Agradeço a todos aqueles que deram a sua contribuição para que este objectivo fosse atingido.

Um especial agradecimento à Dra. Rita Carvalho pela orientação, pelo apoio, dedicação e incentivo constante durante este projecto.

Agradeço também à minha família por toda a sua compreensão, paciência e apoio incondicional.

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ÍNDICE Dedicatória ... i Agradecimentos ... ii Lista de Abreviaturas ... iv Resumo ... v Palavras-chave ... vi Abstract ... vi Key-words ... vii Introdução ... 1 Objectivos ... 5 Desenvolvimento ... 8 Conclusão ... 34 Referências bibliográficas ... 34 Índice de Anexos ... 40

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LISTA DE ABREVIATURAS

ADA ± American Dietetic Association

CDC ± Centers for Disease Control and Prevention CED ± Centros de Elevada Diferenciação em Obesidade CT ± Centros de Tratamento de Obesidade

IMC ± Índice de Massa Corporal ME ± Ministério da Educação

NCHS ± National Centre for Health and Statistics OMS ± Organização Mundial da Saúde

PNS ± Plano Nacional de Saúde PSE ± Programa de saúde Escolar RAA ± Região Autónoma dos Açores

RBES ± Rede de Bufetes Escolares Saudáveis

RNEPS ± Rede Nacional de Escolas Promotoras da Saúde SNS ± Serviço Nacional de Saúde

SREC ± Secretaria Regional da Educação e Ciência SRS ± Serviço Regional de Saúde

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RESUMO

Introdução: A obesidade é a doença com maior prevalência no mundo ocidental e para além do sofrimento humano que provoca, tem consequências económicas de elevada importância, daí que, encontrar soluções para o combate à obesidade é não só importante para a Saúde, Qualidade de Vida e Saúde Pública como também contribuirá para reduzir custos a longo prazo da Sociedade. À semelhança da actualidade mundial, a prevalência da obesidade nos Açores é alta, sendo até ligeiramente superior à registada no Continente Português.

Objectivo: Projectar um plano estratégico que vise promover a Educação Alimentar e Hábitos de Vida Saudável através de objectivos efectivamente válidos e adaptados à Região Autónoma dos Açores (RAA).

Desenvolvimento: Face à actual realidade, é necessário conceptualizar e estabelecer um plano de acção estratégico, concreto e contínuo, para que, de forma efectiva se promovam hábitos alimentares saudáveis e se invertam os valores da obesidade. A divulgação da Carta Europeia da Luta contra a Obesidade, bem como dos critérios da sua classificação, nos Serviços Regionais de Saúde da RAA, destinam-se a que todos estejam informados, sensibilizados e actualizados, para assim poderem actuar. Com a implementação de estratégias de promoção do aleitamento materno, tende-se a criar uma inversão de comportamentos, outrora comuns na sociedade, de forma a garantir que as futuras crianças açorianas possam vir a desenvolver hábitos alimentares mais saudáveis desde cedo. No âmbito da Educação Alimentar Escolar é necessário, cada vez mais, disponibilizar serviços e condições que estejam em sintonia com os princípios de uma vida saudável na sociedade, que de certa forma e por razões de eficácia a escola é o lugar, e a alimentação o domínio. No que

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concerne a Promoção de acções de incentivo à Alimentação Saudável na Comunidade Açoriana, como o próprio nome indica, cria-se a necessidade da implementação de estratégias que visam sensibilizar e incentivar a mudança de hábitos em toda a comunidade. Com o protocolo da DRD, propõe-se a criação de uma simbiose estratégica no combate ao sedentarismo e hábitos alimentares deletérios. Por último, mas não menos importante, o Plano de Diagnóstico e Tratamento da obesidade mórbida funcionará como uma ultima vertente do tratamento, numa estratégia de redução do risco de morbilidade e mortalidade associada aos factores de risco da obesidade.

Conclusão: Para efectivamente mudar conhecimentos, atitudes e comportamentos de uma comunidade, é necessário ser global, criando estratégias que atinjam o máximo de indivíduos. Para prevenir e combater a obesidade na RAA, é necessária uma acção comunitária, que envolva o máximo de parcerias e, que assim se desenvolva estratégias efectivas, capazes de serem implementadas na RAA, tendo como directrizes a regulamentação já existente. Este plano de acção adopta um processo dinâmico, flexível e contínuo, respondendo assim às necessidades sentidas na RAA.

Palavras-Chave: Obesidade; Obesidade Infantil; Saúde Pública; Educação Alimentar; Promoção da Saúde;

ABSTRACT

Background: Obesity is the disease with higher prevalence in the western world, and beyond the human suffering ,LWDOVRKDYHHFRQRPLFFRQVHTXHQFHVWKDW¶VZK\ we have to find solutions to combat obesity and to guarantee, not only for a better Health, Quality of Life, Public Health but also for a contribution to reduce long term

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costs in Society. Currently, as occurs in worldwide, the prevalence of obesity in Azores is high, being even slightly higher than in other regions of Portugal

Objective: Create a strategic plan to promote a Food and Nutrition Education and Healthy Life Style through effectively strategies, valid and adaptable in Azores. Development: Given the current reality, it´s necessary conceptualize and stabilize an action plan, precise and continuous, to effectively promote healthy food habits, and reverse obesity values. Divulgating the European Chart against Obesity , as well the criteria classification of obesity in the Healthy Services of Azores, it will guarantee that the healthy services will be informed and actualized, allowing their actuation. With the implementation of the strategies to promote breastfeeding, it tends to create an inversion on the old habits in society, to ensure that the next Azorean generation could develop healthy food habits. In the school, the programs to be implemented about food and nutrition education aim to develop services and conditions that will ensure the promotion of the principles of a healthy life in society. As somewhat, the school can be a perfect place for food and nutrition education. By the Promotion of actions that encourage healthy food habits in the Azorean community, we create the opportunity to awareness and incentive habits changes in the community. The partnership between Sports and Healthy services will ensure better strategies to combat sedentary life and incorrect food habits. The last strategy focuses in create an effective plan to diagnosis and treat morbid obesity in part to reduce the risks of morbidity and mortality associated with obesity.

Conclusion: To effectively change knowledge´s, attitudes and behaviors of a community, it´s necessary being global thus we have to create strategies that reach all the community. To prevent and combat the obesity in Azores, it´s

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necessary a community action that covers multiple partnerships, to develop effectively strategies capable of being used in Azores, following national and regional regulation. This action plan adopts a dynamic, flexible and continuous process, responding the real needs.

Key-words: Obesity, Child obesity, Public health, Nutritional and Food Education, Healthy promotion.

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INTRODUÇÃO

³$REHVLGDGHpRPDLRUSUREOHPDGHVD~GHS~EOLFDQRVGLDVGHKRMH´ (OMS, 2000)

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é a doença com maior prevalência no mundo ocidental, sendo considerada por esta Organização como a epidemia do século XXI (1).

Estima-se que globalmente existam cerca de 1 bilião de adultos com peso a mais, dos quais 300 milhões já são obesos (1), números alarmantes tendo em conta que hoje a obesidade e todas as co-morbilidades associadas, são responsáveis por uma diminuição da qualidade de vida e morte prematura. Uma vez instalada, torna-se numa doença progressiva, crónica e de difícil tratamento(2).

Diversos estudos (2, 3) referem a obesidade como um factor de risco independente, responsável pela morbilidade e mortalidade por DCV e que afecta também de forma adversa, outros factores de risco intermédios, como a hipertensão arterial (HTA), a dislipidemia e a diabetes, aumentando assim a possibilidade de desenvolver doença coronária, falência cardíaca, acidentes vasculares e arritmias cardíacas (2-4).

O aumento da incidência e prevalência da obesidade, para além do sofrimento humano que provoca, tem consequências económicas de elevada importância, e para as quais sociedade não está preparada. Estima-se que, na União Europeia (5)

, a obesidade seja responsável por cerca de 7% dos custos nos cuidados de saúde, sendo que em Portugal (6), 3,5% das despesas totais que o Estado tem com a Saúde se devem à obesidade, o que equivale a 235 milhões de euros, valores que tendem a aumentar dada a tendência crescente.

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Na Região Autónoma dos Açores, segundo a Carta da Condição Física dos Cidadãos da Região Autónoma dos Açores (7), no final de 2008, 56,3% da população adulta e, 94,6% da população idosa apresentava excesso de peso ou obesidade. Nos dados referentes à obesidade infantil, de 2004 (8), estes também invariavelmente inquietantes: 33,1% das crianças entre os 6 e 10 anos, 39,7% entre os 10 e 13 anos e 32,7% entre os 13 e 16 anos, apresentavam excesso de peso ou obesidade, tendo em conta que a probabilidade de uma criança obesa manter-se obesa em adulta é maior, do que em crianças normoponderais (9).

Daí que, encontrar soluções para a prevenção e tratamento do excesso de peso e da obesidade será não só importante em termos de Saúde, Qualidade de Vida e Saúde Pública mas também contribuirá para reduzir os custos a longo prazo dos Serviços de Saúde e da Sociedade (5), permitindo que a comunidade viva de uma forma mais saudável e produtiva.

De entre os vários factores que podem estar na génese da obesidade, destaca-se sempre o desequilíbrio entre a ingestão e o gasto energético, causado pelo aumento da ingestão alimentar e pela diminuição da actividade física, prevalecendo o sedentarismo (3).

Se por um lado, os padrões de vida actuais melhoraram, nomeadamente pelo aumento da disponibilidade e variedade de alimentos e crescimento do acesso a serviços de saúde, por outro, observa-se a presença de padrões de dieta inapropriados e os níveis de actividade física diminuídos, provocando assim estes desequilíbrios, um aumento de doenças crónicas, principalmente a obesidade (10).

Daí que os benefícios adquiridos através da perda intencional de peso, a longo prazo, manifesta-se por um aumento de saúde generalizada, melhoria da

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qualidade de vida, redução da mortalidade e regressão no risco de doenças crónicas associadas (6), contribuindo todos estes factores, para uma melhoria na saúde pública de uma região.

Pelo Despacho nº850/2006 de 16 de Agosto foi criado o Programa Regional de Prevenção e Controlo da Diabetes e Luta Contra a Obesidade, em que são vinculados os principais fundamentos definidos pela Carta Europeia de Luta Contra a Obesidade (11), subscrita pelos Estados-Membros da OMS, entre os quais Portugal. Através deste Programa pôde-se observar a intenção de implementação de estratégias no combate a esta epidemia, embora, face à actual realidade, seria necessário conceptualizar e estabelecer um plano de acção estratégico, concreto e contínuo, para que, de forma efectiva se promova hábitos alimentares saudáveis, garantindo resultados na diminuição da incidência e posterior prevalência da obesidade na RAA.

Assim, a realização deste projecto urge da possibilidade de poder efectivamente contribuir para a recuperação de saúde da comunidade açoriana, através de estratégias de prevenção, controlo e combate à obesidade, e, pelo facto desta patologia possuir múltiplas causas e abranger uma grande faixa etária da população, necessitará de uma abordagem comunitária, sendo feita através de actividades múltiplas e diversificadas (12), mas atingindo pontos fulcrais, tais como, divulgação cientifica nos SRS, promoção do aleitamento materno, educação alimentar escolar, promoção de acções de incentivo à alimentação saudável na comunidade, protocolo entre Direcção Regional do Desporto na promoção conjugada de hábitos de vida saudáveis e integração de um plano de diagnóstico e tratamento da obesidade mórbida nos SRS, da RAA.

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Histórico

A RAA é composta por nove ilhas organizadas geograficamente por 3 grupos: Ocidental (Flores e Corvo), Central (Graciosa, Faial, São Jorge, Pico e Terceira) e Oriental (Santa Maria e São Miguel), sendo dividida por 19 concelhos e 150 freguesias (13).

Em 2001 (13), a população da RAA cifrava-se nos 241 763 mil habitantes, tendo ocorrido um aumento de 1,7% desde 1991. Esta região observa uma densidade populacional de 104 habitantes por km2, constatando-se um povoamento junto das sedes de concelho, observando-se as maiores concentrações na Ilha de S. Miguel (concelhos de Ponta Delgada, Lagoa, Ribeira Grande e Vila Franca do campo) seguida pelas Ilhas Terceira (Angra do Heroísmo e Praia da Vitoria) e Faial (Horta).

Apesar da forte queda de natalidade, a população açoriana regista uma forte proporção de jovens, 21,4%, comparativamente à dos idosos, 13,0%, para além desta região apresentar as idades médias mais baixas do país, 35,3 anos, Reflectindo-se assim como uma das Regiões mais jovens do país.

No que concerne à taxa de analfabetismo, esta diminui 0,6% de 1991 para 2001, e embora a discrepância não tenha sido significativa, a RAA encontra-se entre as 4 regiões do país com menor percentagem de analfabetismo, para além desta região ter observado um aumento de 3,9% na população com ensino superior (2,2% em 1991 para 6,1% em 2001) (13).

O Sistema de Saúde da RAA é constituído por 3 Hospitais, 16 Centros de Saúde, 2 Escolas Superiores de Enfermagem e 1 Centro de Oncologia.

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OBJECTIVOS

Este projecto tem como principal objectivo promover a Educação Alimentar e Hábitos de Vida Saudável através de objectivos estratégicos efectivamente válidos e adaptados à RAA com o intuito fundamental de prevenir, tratar e combater a obesidade na RAA, e promover a Saúde Pública.

Como objectivos estratégicos pode-se definir:

1. Divulgação da Carta Europeia de Luta contra a Obesidade, nos Serviços Regionais de Saúde (SRS);

2. Divulgação, a todos os Técnicos de Saúde do SRS da RAA, dos critérios de classificação de obesidade infantil e juvenil, segundo as curvas de crescimento do NCHS, referidos na Circular Normativa nº 05/ DSMIA de 21 de Fevereiro de 2006, da Direcção Geral de Saúde, e os critérios de obesidade em adultos segundo as normas da OMS;

3. Promoção do Aleitamento Materno:

9 Na Comunidade Açoriana, promovendo, efectivamente, a prática do aleitamento materno, nomeadamente na sensibilização e alterações de comportamentos e atitudes na sociedade para com o aleitamento materno;

9 Nas equipas multidisciplinares das Unidades de saúde da RAA, providenciando acções de formação actualizadas, criando assim uma politica concertada de promoção e incentivo ao aleitamento materno;

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4. Educação Alimentar Escolar:

9 A adopção e implementação da Circular Normativa nº7/DSE referente ao Despacho nº 12.045/2006 de 7 de Junho, da Direcção Geral de Saúde, no que concerne o Programa Nacional de Saúde Escolar (PNSE), em todas as escolas da RAA;

9 Promoção de hábitos alimentares no 1º ciclo do ensino básico, das escolas da RAA, através da execução da Resolução da Assembleia da Republica nº24/2009 de 1 de Abril, no âmbito da recomenda ao Governo à distribuição gratuita de frutas e legumes nas escolas associada à implementação de estratégias lúdico-pedagógicas referentes à alimentação saudável, adequadas a crianças do 1º ciclo do ensino básico;

9 Promoção de hábitos alimentares saudáveis no 2º, 3º ciclo do Ensino básico e Secundário Escolar, através da implementação de um projecto de educação alimentar nos bufetes escolares da RAA, tendo como directrizes, adaptadas à RAA:

- A aplicação efectiva, nos bufetes escolares da RAA, da Circular Normativa nº 11/DGIDC/2007 referente às recomendações para os bufetes escolares, baseadas no documento publicado pelo Ministério da Educação intitulado: ³(GXFDomR $OLPHQWDU HP 0HLR (VFRODU ± Referencial para uma oferta alimentar saudável´

- A adopção para a RAA da Resolução nº 1013/2008 de 19 de Outubro, do Governo Regional da Madeira, referente ao

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Regulamento do Funcionamento e Venda de Géneros Alimentícios no Bufete Escolar destinado a Alunos;

5. Promoção de acções de incentivo à alimentação saudável na Comunidade Açoriana:

9 Em colaboração com a delegação açoriana da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) e com a Direcção Regional de Saúde, promover a FULDomR GH XP ³PHQX VDXGiYHO´ nos Restaurantes da RAA, GHQRPLQDGR ³0HQX  6D~GH´ tendo como bases orientadoras o Regulamento Provisório da DGS, no âmbito da actividade da Plataforma Contra a Obesidade de LQVWLWXLURVHORGH4XDOLGDGH³0HQX(TXLOtEULR´

6. Protocolo com a Direcção Regional do Desporto, na Promoção da Actividade Física e Alimentação Saudável como hábitos de vida saudáveis;

7. Integração de um Plano de Diagnóstico e Tratamento da Obesidade Mórbida nos Serviços de Saúde da RAA, através da implementação das Circulares Normativas da Direcção Geral de Saúde referentes à Gestão Integrada do Tratamento da Obesidade;

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DESENVOLVIMENTO

1. DIVULGAÇÃO DA CARTA EUROPEIA DE LUTA CONTRA A OBESIDADE, NOS SERVIÇOS REGIONAIS DE SAÚDE (SRS)

Durante a Conferência Ministerial da Organização Mundial de Saúde Europeia sobre a Luta contra a Obesidade (14), e na presença do Comissário Europeu para a Saúde e Protecção do Consumidor, foi adoptado, como política de implementação, a ³Carta Europeia de Luta contra a Obesidade´.

O processo de desenvolvimento desta Carta envolveu vários sectores governamentais, organizações internacionais, peritos, a sociedade civil e o sector privado, para que assim, através de um diálogo concertado e consultas recorrentes, se criassem estratégias no intuito de combater o desafio crescente, decorrente da epidemia da obesidade (11).

Esta Carta reconhece a epidemia da obesidade como um dos mais graves desafios para a saúde pública, particularmente inquietante nas crianças e adolescentes, e com efeitos nocivos sobre o desenvolvimento humano. Segundo esta, a obesidade é reversível, sendo a inversão desta tendência o objectivo principal de acção na Região Europeia da OMS (11).

2LQWXLWRGHGLYXOJDUD³&DUWD(XURSHLDGH/XWD&RQWUDD2EHVLGDGH´SDVVD por alertar as Unidades de Saúde do SRS da RAA, para agirem na divulgação da importância de parcerias e colaboração sectorial perante os seus profissionais de saúde, permitindo a acção dos princípios orientados na Carta.

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Para além da divulgação desta Carta, é preciso que o SRS aplique, de forma efectiva, e proponha-se a alcançar as metas propostas pelo Plano Nacional de Saúde 2004-2010 (15, 16) e pelo Programa Nacional de Combate à Obesidade (6).

2. DIVULGAÇÃO DOS CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DA OBESIDADE INFANTIL, JUVENIL E EM ADULTOS

O problema do excesso de peso e obesidade, já referido como a epidemia do século XXI, atravessa todos os grupos etários. Como tal, é necessário promover uma divulgação efectiva perante todos os técnicos de saúde, dos critérios de classificação de obesidade nos diferentes grupos etários, para que assim se proceda a uma monitorização correcta do estado de saúde da população.

As curvas de crescimento para crianças e jovens adoptadas pela DGS, baseiam-se nas curvas de crescimento do NCHS, que foram actualizadas recentemente, pela DGS, através da Circular Normativa nº05/ DSMIA de 21 de Fevereiro de 2006 (anexo 1), com a inclusão das curvas do IMC e respectivos percentis, adoptando assim critérios de classificação de obesidade adaptados a crianças e jovens até aos 18 anos.

Para a classificação da obesidade em adultos, adopta-se os critérios de classificação segundo a OMS (17).

3. PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO

As qualidades que o leite materno possui tornam-no um alimento único e ideal, com vantagens que nenhum leite em fórmula pode substituir. Este é

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nutricionalmente completo fornecendo todos os nutrientes essenciais à criança, sendo o método de eleição para uma alimentação saudável no início de vida.

Também é correcto afirmar que o acto de amamentar não envolve apenas aspectos estritamente biológicos, mas também aspectos psicológicos e comportamentais desenvolvidos entre a relação mãe-filho, de forma que, o próprio desenvolvimento do hábito alimentar da criança seja favorecido pelos comportamentos positivos do aleitamento materno, contribuindo assim para transição de uma alimentação diversificada mais tranquila e adopção de hábitos alimentares mais saudáveis (18).

Sabe-se também que, o aleitamento materno é um factor de protecção contra a obesidade infantil (18-20), e, tendo em conta os valores existentes de obesidade infantil na RAA, o sucesso do aleitamento materno poderá ser uma medida preventiva eficaz no combate a obesidade em gerações futuras.

A OMS recomenda o aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses de idade, e mesmo após a introdução da alimentação diversificada, este deve manter-se por um período que pode ir até aos dois anos de idade ou mais, para que assim a criança possa usufruir de todas as vantagens provenientes da amamentação (21-23).

Segundo o 4º Inquérito Nacional de Saúde 2005-2006 (24), na Região Autónoma do Açores, apenas 26% das mulheres amamentam exclusivamente os seus filhos até aos 3 meses e apenas 6% até aos 6 meses. Também num estudo realizado no Centro de Saúde da Horta (25), ilha do Faial, em 2008, demonstrou que, apenas 5,4% das crianças até aos 3 meses de idade e 1,1% até aos 6 meses de idade eram alimentadas exclusivamente com leite materno. Assim, e

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tendo em conta a baixíssima taxa da prática do aleitamento materno na Região, é urgente intervir efectivamente na promoção do aleitamento materno.

Com a participação nD IRUPDomR GH ³$FRQVHOKDPHQWR HP $OHLWDPHQWR MDWHUQR´GHKRUDVdesenvolvida pela OMS/UNICEF (23, 26, 27) e promovida pela Direcção Regional de Saúde (28), destinada a profissionais de saúde, e tendo como principal objectivo fornecer o conhecimento cientifico e competências formativas e dotar capacidades de aconselhamento e sensibilização à prática da amamentação, foi possível reforçar a consciência para a importância do aleitamento materno, promovendo-o de forma efectiva na população açoriana, e em conjunto com uma equipa multidisciplinar criar uma politica concertada de promoção do aleitamento materno na RAA.

Como tal, e tendo em conta a importância do aleitamento materno na promoção da saúde é necessário desenvolver estratégias que promovam a implementação e manutenção da amamentação nos utentes das Unidades de Saúde da Região Autónoma dos Açores.

Estratégias

9 Implementar nos hospitais da RAA, o programa mundial de promoção do DOHLWDPHQWR PDWHUQR LQWLWXODGR ³,QLFLDWLYD +RVSLWDLV $PLJRV GDV %HEpV´ internacionalmente conhecido como Baby Friendly Hospital Initiative (BFHI)(21), lançado pela OMS e UNICEF, surgido da sequência da ³'HFODUDomR,QQRFHQWL´(29), e que tem por objectivo a promoção, protecção e apoio ao aleitamento materno através da mobilização dos serviços obstétricos e pediátricos e mediante a adopção de uma política de promoção de aleitamento materno denominada: ³'H] SDVVRV SDUD o

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sucesso do aleitamento PDWHUQR´, descritos no anexo 2. É importante a implementação deste código de conduta pois é durante o período de internamento por ocasião do parto que ocorre um dos primeiros momentos críticos para garantir o sucesso de uma boa amamentação;

9 Realizar acções de formação aos técnicos de saúde, nomeadamente dos Centros de Saúde e Hospitais da RAA, criando assim equipas multidisciplinares que seguirão uma política concertada de implementação da promoção e aconselhamento do aleitamento materno, tendo por base científicas os relatórios e manuais da OMS e UNICEF (26, 27, 30);

9 Facultar em todos os Serviços de Saúde da RAA documentação científica actualizada sobre aleitamento materno, cedida pela OMS em parceria com a UNICEF;

9 Desenvolver uma Campanha Publicitária, adaptada à Comunidade da RAA, na Promoção do aleitamento materno, de forma a sensibilizar o máximo de indivíduos, directo ou indirectamente relacionados com a prática do aleitamento materno, recorrendo aos órgãos de comunicação social, criando documentos alusivos ao tema e tendo como estro personalidades célebres naturais da RAA;

9 $FWXDOL]DUR³*XLDGD$PDPHQWDomR´GHVWinado às mães lactantes da RAA, realizado pelo Centro de Saúde de Ponta Delgada, e aprovado pelo

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Governo dos Açores, Secretaria Regional dos Assuntos Sociais ± Direcção Regional da saúde (31);

9 Promover a manutenção do aleitamento materno, após os 6 meses de idade da criança, através da informação e formação, em colégios, escolas e instituições similares, aos pais e cuidadores de crianças para a extracção e conservação do leite materno;

4. EDUCAÇÃO ALIMENTAR EM MEIO ESCOLAR

«Um programa de saúdHHVFRODUHIHFWLYR«pRLQYHVWLPHQWRGH custo-benefício mais eficaz que um País pode fazer para melhorar,

simultaneamente, a educação e a saúde».

(Gro Harlem Brundtland, Directora-Geral da OMS. 2000)

A obesidade na infância e na adolescência está a tornar-se num autêntico flagelo, não apenas nos países desenvolvidos mas também nos países em desenvolvimento (32). Segundo Padez et al, no ano de 2005, em Portugal, 31, 5% das crianças entre os 7 e os 9 anos apresentavam excesso de peso ou obesidade, valores semelhantes aos apresentados também em 2005 pela EU Plataform on Diet, Physical Activity and Health (33), em que no nosso País 30% das crianças entre os 7 e 11 anos eram obesas ou tinham excesso de peso.

Nos Açores o cenário encontra-se ainda pior, segundo Maia et al (34), 33,1% da população infantil entre os 6 e os 10 anos de idade apresentam-se com excesso de peso ou obesidade, sendo esta prevalência ainda maior nas crianças

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entre os 10 e os 13 anos, em que 39,7% apresentam excesso de peso ou obesidade.

Num trabalho realizado na Região, em 2007 (35), foram estudadas e publicadas curvas de crescimento, adaptadas à população Açoriana, e nele afere que as crianças Açorianas, comparando com as do Continente Europeu e Americano, são mais baixas, mais pesadas e com maior adiposidade corporal.

A escola não é inteiramente responsável pela situação problemática ocorrente da má alimentação praticada pelas crianças e jovens, mas na sequência da conjuntura socioeconómica dos últimos tempos, é neste estabelecimento que eles passam cada vez mais tempo, o que contribui para que muitos dos conhecimentos e competências outrora transmitidos pelos familiares, sejam agora uma responsabilidade partilhada pela escola (36, 37). No âmbito destas responsabilidades, cabe à escola educar as crianças e os jovens para uma mudança social que valorize práticas saudáveis e desincentive hábitos deletérios para a saúde (38).

A escola, nomeadamente a promoção da saúde escolar, encontra-se como uma prioridade do PNS, desempenhando esta, um papel primordial no processo de aquisição de estilos de vida. Assim, através do PNSE, é possível desenvolver e actuar sobre diversas áreas da saúde, sendo uma delas, a educação alimentar. Como metodologia de projecto que assenta no diagnóstico das necessidades e com uma estratégia de construção de parcerias, criando ou reforçando redes sociais de integração da escola na comunidade, introduziu-se a Rede Nacional das Escolas Promotoras da Saúde (RNEPS) que também tem demonstrado uma grande atenção às questões da educação alimentar, sendo considerada uma área prioritária (38), em que, a educação alimentar, tanto na vertente de educação

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curricular como na oferta alimentar da escola, sempre constituiu um critério básico a cumprir para integrar a RNEPS (38). A RNEPS integra-se na Rede Europeia das Escolas Promotoras da Saúde, sendo que a introdução deste conceito baseou-se na Carta de Ottawa (1986) e na Convenção dos Direitos da Criança (1989), em que muitos destes valores e práticas são reconhecidos como cruciais para o desenvolvimento da saúde para todos.

Como tal, seria importante incutir, a todos os órgãos envolvidos, a importância da implementação efectiva, em todas as escolas da RAA, da Circular Normativa nº7/DSE referente ao Despacho nº 12.045/2006 de 7 de Junho, da Direcção Geral de Saúde, no que concerne ao PNSE (Anexo 3), bem como a integração na RNEPS, como estratégia efectiva de promoção de hábitos saudáveis.

Diagnóstico da Situação

Na Região Autónoma dos Açores existem 36 Unidades Orgânicas escolares, distribuídas pelas 9 ilhas, e no ano lectivo de 2008/09 foram inscritas 42 922 crianças e jovens, do ensino Pré-escolar até ao Secundário (39).

A alimentação das crianças açorianas encontra-se num padrão de excesso, ocorrendo um elevado consumo energético, elevada ingestão de proteína de origem animal, sódio e açúcar e uma baixa ingestão de produtos hortícolas e frutas (40).

Se tivermos em conta a percentagem de crianças e jovens com excesso de peso e obesidade da Região (8), e a ocorrência de um padrão alimentar deficiente, pode-se afirmar que a população-alvo será praticamente todo o universo escolar.

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Intervenção e Estratégias

Segundo a American Dietetic Association (ADA) (41) e o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (42), é necessário criar uma politica de educação alimentar que possa intervir desde cedo nos hábitos alimentares da população.

Os programas escolares de educação alimentar são uma componente importante na aquisição de atitudes e comportamentos alimentares saudáveis e podem alcançar óptimos resultados na redução da prevalência da obesidade infantil e juvenil quando adequadamente implementados (43). Para que estes tenham sucesso é necessário que haja uma acção multissectorial, e que compreendam várias acções, nomeadamente (41, 42):

9 Implementar uma educação alimentar efectiva a toda a comunidade escolar como componente curricular para a adopção de comportamentos alimentares saudáveis;

9 Proporcionar uma educação alimentar através de um desenvolvimento adequado, apelativo, interessante e que envolva estratégias e actividades participativas da comunidade escolar;

9 Integrar os programas nos currículos escolares, de forma a auxiliar a aprendizagem e completar os conhecimentos adquiridos no contexto escolar;

9 Oferecer um ambiente escolar que ofereça as oportunidades necessárias à mudança de comportamentos e atitudes face à alimentação saudável;

9 Providenciar o envolvimento de todo o corpo escolar, docentes e não docentes, e a comunidade familiar;

9 Criar programas dinâmicos e de continuidade para que esses possam ajustar-se às modificações ocorridas.

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9 Avaliar de forma regular a efectividade e o sucesso dos programas.

Desta forma, criar uma politica de educação alimentar na Região, nomeadamente nas escolas será uma mais-valia para a promoção de uma alimentação saudável no combate à obesidade infantil e juvenil.

4.1. EDUCAÇÃO ALIMENTAR NO 1º CICLO ESCOLAR

3URMHFWR³)UXWDVH9HJHWDLV QRžFLFOR(VFRODU´

Estima-se que, um consumo insuficiente de frutas e vegetais contribua para cerca de 31% dos casos de doença coronária e 11% dos acidentes vasculares cerebrais, contribuindo mundialmente para uma morbilidade e mortalidade prematura (44). Na RAA, segundo Santos et al (7), as crianças e jovens açorianos consomem em média 125g de produtos hortícolas por dia, sendo que o recomendado pela OMS (45), para alimentação saudável é, no mínimo, o consumo diário de 400g de produtos hortofrutícolas, pelo que, é urgente alterar este comportamento na comunidade infantil.

Sabe-se que as experiências de vinculação na infância e a educação que se recebe nos primeiros anos de vida são determinantes para a adopção de atitudes e comportamentos saudáveis (38), daí que seja importante investir desde cedo no conceito da importância de uma alimentação saudável, com a introdução de frutas e vegetais, entre os mais pequenos.

A estratégia proposta para o 1º ciclo do ensino básico escolar urge da vontade actual da Secretaria Regional da Educação e Ciência (SREC) ± Direcção Regional da Educação, em implementar a Resolução da Assembleia da República nº 24/2009 de 1 de Abril (46), referida em anexo 4.

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Esta Resolução, ³recomenda ao Governo a distribuição gratuita de frutas e legumes nas escolas e outras medidas dirigidas à prevenção e combate da obesidade infantil´ 7HQGR HVWH 2UJDQLVPR intenção de fornecer gratuitamente frutas e legumes, no próximo ano lectivo 2009/2010, ao 1º Ciclo do ensino básico escolar, é importante que, para além da disponibilidade alimentar seja realizado um projecto de educação alimentar através de actividades lúdico-pedagógicas, integradas na sala de aula, pois uma intervenção em educação alimentar não pode restringir-se exclusivamente à disponibilidade alimentar (38).

A acção de distribuição gratuita de frutas e legumes a estas escolas associada a actividades adaptadas aos mais pequenos será uma excelente oportunidade para criar hábitos alimentares mais saudáveis, pois requer dar à criança a oportunidade de aprender, observar e experimentar, ajudando-a a ganhar competências de conhecimentos e escolhas (38).

Este projecto abrangerá 15 escolas básicas integradas, na qual serão abrangidas cerca de 13350 crianças (39), e terá como acções as seguintes:

9 Criação de Manual Educação Alimentar de apoio a técnicos de saúde e professores;

9 Manual de actividades educativas a nível ambiental, social e individual, nomeadamente:

- Actividades experimentais através da manipulação dos próprios alimentos;

- Jogos dinâmicos colectivos;

- Fichas de apreciação e avaliação destinadas aos alunos, adaptadas do 1º ao 4º ano escolar;

(29)

4.2 . EDUCAÇÃO ALIMENTAR NO 2º, 3º CICLO E SECUNDÁRIO ESCOLARES

Educação alimentar ± O Sucesso da Ilha da Madeira

³2V%RQVH[HPSORVGHYHPVHUVHJXLGRV´

O projecto RBES ± Rede de Bufetes Escolares saudável, teve início no ano de 2000/01 com um projecto-piloto numa Escola Básica do 2º e 3º da RAM na área de Educação Alimentar. A principal área de intervenção desse projecto foi o bufete escolar, passando a disponibilizar maior variedade de alimentos saudáveis e utilizando algumas estratégias de forma a promover hábitos alimentares saudáveis, intervindo principalmente na promoção destes alimentos e na política de preços a praticar (47).

Durante o referido ano, foi notório o aumento do consumo dos alimentos a promover ± alimentos saudáveis, e, segundo um inquérito realizado aos alunos desta escola, concluiu-se que, mais de 50% destes gostariam de continuar a participar em actividades promotoras de uma alimentação saudável bem como, desejariam a continuidade da disponibilidade de alternativas saudáveis nos bufetes escolares (37, 47).

Perante os excelentes resultados obtidos na escola piloto, a DREM, no ano lectivo seguinte, lançou o desafio a todas as escolas oficiais da RAM, criando assim, oficialmente, a Rede de Bufetes Escolares Saudáveis (RBES) com o principal objectivo de aumentar o consumo de alimentos saudáveis pela comunidade escolar e melhorar a intervenção das escolas, que têm por interesse induzir comportamentos alimentares saudáveis.

No plano de actividades das escolas pertencentes à Rede, foi condição fundamental a participação activa de alunos, funcionários do bufete, professores e

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restante comunidade escolar em actividades promotoras de uma alimentação saudável em meio escolar.

3RLV³WDOFRPRpOHJtWLPRDRDOXQRYHULILFDr a teoria de Galileu fora da sala de aula, também será legítimo que os alimentos encontrados no bufete escolar sejam consentâneos com aquilo que foi leccionado na sala de aula, sob pena de ULGLFXODUL]DUQmRVyRSDSHOGRGRFHQWHFRPRRGDSUySULDHVFROD´ (47).

Este projecto agregou inicialmente 6 escolas e tem vindo a aumentar consideravelmente, fazendo actualmente parte da Rede 22 escolas de um total de 33 existentes na Região Autónoma da Madeira (37).

É sem dúvida um projecto inovador e já deu provas do seu sucesso, existindo neste momento uma maior variedade de alternativas saudáveis nos bufetes escolares, nomeadamente saladas, sopas, tartes e frutos secos, verificando-se, em 2008 (37), que 65% dos produtos consumidos nos bufetes escolares da RBES variavam entre sandes, bolos de leite e croissants, água, iogurtes, leite, batidos, sumos naturais e frutas.

Outro feito que a Região conseguiu com este projecto foi a resolução nº 1013/2008 aprovada pelo Governo Regional da Madeira (36), aplicada a todos os estabelecimentos de ensino do 2º, 3º ciclo e secundário, e define as normas do Regulamento do Funcionamento e Venda de Géneros Alimentícios no Bufete Escolar destinado aos alunos, em vigor desde o ano lectivo 2008/2009.

Proposta de projecto ± Açores

A realização deste projecto surge com o intuito consciente de que a escola é um meio privilegiado para a promoção de hábitos alimentares saudáveis através

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da conquista de conhecimentos e modificação de atitudes e comportamentos pela comunidade escolar, envolvendo todo o ambiente escolar (38).

Em 2006, a OMS publicou um relatório (48) onde apresentava uma síntese de diferentes Projecto desenvolvidos em Escolas Promotoras da Saúde e respectiva efectividade. Segundo este relatório, era ao nível da Educação Alimentar e da Actividade Física que surgiam resultados mais positivos, sendo que, em todos os projectos analisados, houve intervenções ao nível das refeições escolares com mudanças no sentido de uma oferta alimentar mais saudável.

O bufete escolar deve assumir-se pela diferença na disponibilidade dos produtos e não pela imitação dos estabelecimentos exteriores existentes nas proximidades, ou seja, é necessário que seja a escola a assumir um papel pedagogo na promoção do consumo alimentar saudável entre os jovens, facilitando o acesso a escolhas alimentares saudáveis.

É de referir que, este projecto procura não só educar a comunidade escolar, como também visa sensibilizar a comunidade envolvente directa ou indirectamente com a escola para as escolhas alimentares saudáveis, e também motivar a comunidade exterior no sentido de promover a venda de produtos mais saudáveis.

Assim, e tendo como directrizes orientadoras teóricas o Referencial de Educação Alimentar do Ministério da Saúde (49), e como directrizes práticas o funcionamento da Rede Escolar de Bufetes Saudáveis, da Região Autónoma da Madeira (37), que tão bem tem funcionado, propõe-se a realização de um programa de educação alimentar nos bufetes escolares da Região Autónoma dos Açores.

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Objectivos Gerais

- Promover o consumo de alimentos saudáveis na comunidade escolar;

- Inverter a tendência crescente dos perfis de doença nomeadamente, na diminuição da prevalência de obesidade infantil na RAA;

- Promover a saúde através de hábitos alimentares saudáveis; Objectivos específicos

- Intervir na disponibilidade dos alimentos existentes no bufete escolar, através da implementação da Circular Normativa nº 11/DGIDC/2007 (anexo 5) referente às recomendações para os bufetes escolares, baseadas no documento publicado SHOR 0LQLVWpULR GD (GXFDomR LQWLWXODGR ³(GXFDomR $OLPHQWDU HP 0HLR (VFRODU ± 5HIHUHQFLDO SDUD XPD RIHUWD DOLPHQWDU VDXGiYHO´ EHP FRPR seguindo as directrizes da resolução nº1013/2008 (Anexo 6) referente ao Regulamento do Funcionamento e Venda de Géneros Alimentícios do Bufete Escolar, da Direcção Regional da Madeira, nomeadamente nos alimentos a Promover, Despromover e Proibir;

- Desenvolver Ciclos Promocionais aos Alimentos a promover, com o intuito assim impulsionar o consumo destes;

- Nomear um professor coordenador para o projecto, podendo este ser o designado pelo agrupamento escolar, como o docente - coordenador da educação para a saúde, segundo o Despacho nº2506/2007 de 23 de Janeiro, do Ministério da Educação (Anexo 7);

- Criar um clube escolar de promoção da alimentação saudável, incluído no programa de actividades extracurriculares do agrupamento escolar;

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Estratégias Adicionais

Sala de Aula

A escola deve funcionar como um todo, logo é necessário que haja congruência entre o que se aprende dentro da sala de aula e o que se presenteia no exterior desta mesma.

Assim, é necessário um esforço por parte dos docentes para o desenvolvimento de temáticas curriculares associadas à alimentação saudável.

Espaço Físico

A disponibilidade dos produtos alimentares e ementas saudáveis deverá ser acompanhada pela valorização do espaço físico, nomeadamente através de uma disposição apelativa dos produtos alimentares saudáveis, variedade e criatividade na oferta alimentar.

Seria importante envolver os alunos, pertencentes aos clube escolar, na introdução destes novos produtos alimentares, não só através da preparação de alimentos a disponibilizar nos bufetes, como também na elaboração de cartazes e outras técnicas de marketing, de forma a incentivarem os seus colegas. Os alunos seriam responsáveis por essas actividades, daí a sugestão da criação dos referidos clubes escolares.

Politica de Preços

A Politica de Preços implementada deverá coincidir com os preços já praticados pela Instituição, assim como também, deverá ser feito um esforço suplementar da Instituição, para a criação de preços especiais nos produtos alimentares promovidos nos Ciclos Promocionais.

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Funcionários

Devido ao número elevado de alunos existentes nas escolas, o baixo número de funcionários e a concentração de algumas horas especificas do dia na utilização dos bufetes escolares, o tempo dispendido nas filas de espera aumenta, o que conduzirá a um processo desencorajador de utilização dos bufetes.

A idade, a motivação e a resistência à mudança dos funcionários também acarretam algumas dificuldades em garantir o sucesso de venda de alimentos saudáveis nos bufetes, pois será sempre mais fácil vender um bolo e um refrigerante, do que uma sandes e um sumo natural, pelo trabalho e tempo que estes possam despender na sua preparação

Assim, será necessário conceder-lhes formação que vão ao encontro de: Motivar os funcionários e sensibilizá-los para a importância da

alimentação saudável dos alunos;

Fornecer estratégias para facilitar a gestão orgânica do bufete; .

Avaliação

A avaliação do projecto abrangerá vários sectores, como: os alunos, o espaço físico, e a disponibilidade e o consumo alimentar: Assim, avaliar-se-á:

9 A apreciação dos alunos perante as novas ofertas alimentares disponibilizadas no bufete, através de um questionário de satisfação;

9 Cumprimento das recomendações relativas à disponibilidades alimentar, nomeadamente a quantificação de alimentos a promover, a despromover e a proibir disponíveis no bufete escolar;

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9 Quantificação mensal dos alimentos consumidos no bufete escolar, avaliação da evolução do consumo de alimentos a promover;

9 Apreciação global da efectividade projecto e reprodutibilidade deste;

5. PROMOÇÃO DE ACÇÕES DE INCENTIVO À ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA COMUNIDADE AÇORIANA

Proposta de criação de um Menu Saudável ± ³0HQX6D~GH´

Numa realidade presente, em que comer fora de casa deixou de ser uma prática reservada a ocasiões especiais, mas tornou-se sim uma necessidade imposta pelo mundo actual, leva a que a nossa alimentação perca potencialmente qualidade.

Nos Açores, esta realidade não se altera. Assim, e tendo em conta os números elevados de obesidade referentes à nossa população (7), é necessário intervir neste sector.

A sugestão da criação deste Menu Saudável, não é um pensamento isolado, aliás, no ano de 2007, a Plataforma Contra a Obesidade, lançou o desafio aos Restaurantes portugueses, no sentido de estes criarem um menu saudável ± ³0HQX Equilíbrio´(50) de forma a incluir nas refeições mais fibras, minerais e vitaminas e menos açúcares, sal e gorduras trans, com o intuito de incentivar o consumo de alimentos saudáveis em restaurantes portugueses (51, 52).

Em Espanha, nomeadamente na Catalunha, também decorre um Projecto de Promoção da Alimentação Saudável na Restauração local, desenvolvido pelo Departamento de Saúde da Catalunha e pela Fundação de Alimentação

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Mediterrânea, e que se manifesta pela criação de um Menu Mediterrâneo Saudável ± Amed (53). Este projecto desenvolveu-se no âmbito da estratégia PAAS - Promoção da Saúde através da Alimentação e Actividade Física, e seguiu as directrizes propostas pela Estratégia NAOS ± Estratégia para a nutrição, actividade física e prevenção da obesidade, em reposta ao aumento da obesidade em Espanha (54, 55).

O Menu Amed ± Alimentação mediterrânea que tem como objectivo promover a alimentação mediterrânea como um modelo de alimentação saudável no âmbito da restauração colectiva, em que estabelecimentos Amed terão de estar acreditados para tal e garantirem ao consumidor uma oferta gastronómica adequada à alimentação mediterrânea por um preço similar aos praticados pelo estabelecimento (53).

Como tal, propõem-se assim a criação de um Menu Saudável, adaptável aos Restaurantes da RAA, de forma a garantir as condições necessárias para que o consumidor possa optar por uma escolha alimentar mais saudável.

A Escolha do Selo ³0HQX  6D~GH´ VXUJH FRP R LQWXLWR GH SURPRYHU XPa alimentação saudável, garantindo ao consumidor um menu de acordo com as recomendações nutricionais e alimentares para a população portuguesa (56-58) e que possa contribuir para o combate à obesidade e promoção da saúde na população Açoriana. É importante referir que, a criação deste menu, não desvaloriza a qualidade alimentar e nutricional dos outros menus existentes, mas visa satisfazer a procura do consumidor por uma ementa mais saudável e equilibrada, para além de que garante ao Restaurante o reconhecimento da adopçãRDR³0HQX6D~GH´SHODvalorização da Comunidade.

(37)

Assim, os critérios necessários para a criação do Menu saudável e que JDUDQWHPDR5HVWDXUDQWHUHFHEHURVHOR³0HQX6D~GH´VmR

9 Critérios de carácter obrigatório:

- O menu deverá ser constituído por: Sopa, Prato, Sobremesa e Bebida;

- Sopa constituída por uma base de legumes ou leguminosas e apresente hortaliças sobrenadantes;

- Prato constituído, no máximo, por 150 g de carne ou peixe ou 2 ovos ou 120 g de Seitan ou Tofu ou 40 g de Proteína de Soja, com acompanhamento glúcidico (arroz, massa, batata, leguminosas), máximo 25% da proporção do prato e 50% da proporção deste deve corresponder a vegetais e legumes, crus ou cozidos; - A sobremesa deverá ser preferencialmente só fruta fresca, podendo conter derivados lácteos;

- A bebida poderá ser água s/ gás ou infusões/chá, sem adição de qualquer substância ou, eventualmente, 1 copo de 150 ml de vinho tinto;

- Em termos energéticos e de macronutrientes e micronutrientes, o menu deve: - Conter no máximo 800 kcal;

- A sopa não deve conter mais de 0,5 g de sal, substituindo se este, pela adição de especiarias e ervas aromáticas, nem deve conter mais de 5 g de azeite;

-O prato não deve conter mais de 1,5 g de sal, substituindo-se este, pela adição de especiarias e ervas aromáticas, nem deve conter mais de 20 g de gordura (eliminando toda a gordura visível nos alimentos);

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- Os únicos métodos de confecção proibidos são a fritura e os assados com adição de gordura;

- O azeite é a única gordura permitida na confecção e tempero dos pratos;

- O preço do Menu deverá ser ajustado aos preços praticados no estabelecimento, sem nunca ultrapassar os 25% do preço dos menus económicos;

- A ementa do menu deve ser diária e variada;

- Os estabelecimentos devem proporcionar aos seus colaboradores formação na área da alimentação e nutrição, formação esta, que deve ser realizada por técnicos especialistas na área;

9 Critérios de carácter facultativo

- 2³0HQX6D~GH´GHYHSURPRYHUDJDVWURQRPLDUHJLRQDOORFDO

- O estabelecimento deve eleger os alimentos da época, e de produção regional; - O estabelecimento deve adoptar uma política de promoção da saúde, através de projectos singulares, promovendo a alimentação saudável e a prática da actividade aos seus consumidores (ex. promoções, protocolos com outras instituições, cursos culinária saudável, etc.);

- 2HVWDEHOHFLPHQWRSRGHRIHUHFHUDRSomRGHXP³PHQXVHPVDO´

É de ter em atenção que, embora estes critérios não sejam obrigatórios, são de extrema importância para a valorização do estabelecimento de restauração e para a melhoria de qualidade de vida dos seus clientes.

Assim, e após o cumprimento destes requisitos, caberá à entidade UHVSRQViYHO SHOR SURMHFWR D DWULEXLomR GR VHOR ³0HQX  6D~GH´ DR

(39)

estabelecimento, ficando este responsável por cumprir o estipulado, sob pena de perder a atribuição, aquando da adulteração de algum dos requisitos.

Este selo terá a duração de 1 ano, e para a sua renovação será necessária uma nova avaliação da entidade responsável, de forma a garantir a actualização dos requisitos.

Avaliação

A avaliação deste projecto passa inicialmente pela análise da adesão dos HVWDEHOHFLPHQWRVDRVHOR³0HQXVD~GH´ HQXPDSRVWHULRU fase posterior, pela apreciação, satisfação e consumo do novo menu pelos consumidores.

6. PROTOCOLOS COM A DIRECÇÃO REGIONAL DO DESPORTO

³$DFWLYLGDGH)tVLFDSRGHID]H-lo sentir-se forte e vivo.

É uma forma divertida para estar com a sua família e os seus amigos. Também ajuda-o a melhorar a sua saúde!

6HMD$FWLYR6DXGiYHOH)HOL]´

(Physical Activity Guidelines for Americans, 2008)

A prevalência do estilo de vida sedentário está a aumentar, com efeito negativo na qualidade de vida, risco acrescido de obesidade e maiores taxas de morbilidade e mortalidade cardiovascular (59).

Segundo Santos et al (7), a actividade física associa-se positivamente a variáveis como a Ingestão Alimentar, o Índice de Massa Corporal e a Aptidão Física, para além de que, nos indivíduos activos a prevalência de obesidade é menor do que nos inactivos.

(40)

A Direcção Regional do Desporto (DRD) da RAA, é o Serviço Executivo da SREC que tem por missão conceber, coordenar e apoiar as actividades no âmbito do sistema desportivo e actividade física na população da RAA, para além de integrar diversos trabalhos científicos no estudo da condição física e desenvolvimento dos cidadãos da RAA.

A DRD tem procurado sensibilizar, informar, promover e divulgar os benefícios de uma prática regular de actividades físicas e desportivas, numa perspectiva de saúde e bem-estar da população açoriana, embora esta identidade refira a importância de uma política integrada entre os sistemas de saúde, educação, desporto, ambiente, turismo e poder local (60)

No ano de 2008, a DRD, desenvolveu diversas acções de promoção, incentivo e dinamização à prática de actividade físicas e desportivas na população açoriana, nomeadamente: Programas de Desporto Escolar; Desporto Associativo e Federativo; Desporto adaptado; apoio na Edificação e Requalificação de Infra-estruturas Desportivas; e Programas de Promoção da Actividade Física e Desportiva na População Açoriana.

No que concerne aos Programas destinados à população, a DRD encontra-se desenvolvendo um projecto de Promoção da Actividade Física e Desportiva em $GXOWRV ³$oRUHV $FWLYRV´ HP TXH HVWH tem como objectivos a promoção da actividade física e desportiva, a fruição de espaços naturais, a contribuição para momentos de convívio entre a população, promovendo assim estilos de vida activa. Este projecto tem-se apresentado, de uma forma generalizada, como uma mais-valia na qualidade de vida dos Açorianos, embora ainda não suficiente.

Face à necessidade de alteração de comportamentos na comunidade açoriana, é essencial a congregação de esforços entre parceiros, tendo estes, um

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papel importante no desenvolvimento de uma promoção efectiva de alimentação saudável e actividade física.

Como tal, propõe-se uma politica integrada entre os SRS, e a DRD, com a finalidade de efectivamente serem criadas medidas conjuntas para a promoção da prática física e desportiva e alimentação saudável, funcionando estas através de protocolos de actividades de sensibilização, de rastreio, diagnóstico e aconselhamento, para a promoção de hábitos de vida saudáveis, garantido com esta parceria um efeito major na inversão da tendência actual de excesso de peso e obesidade população da RAA.

7. INTEGRAÇÃO DE UM PLANO DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DO OBESIDADE MÓRBIDA NOS SERVIÇOS DE SAÚDE DA RAA

A obesidade é uma doença de difícil tratamento a longo prazo e perante a falência de métodos de modificação dos estilos de vida, dieta e exercício físico, assim como da utilização de fármacos, a cirurgia bariátrica pode constituir um recurso terapêutico eficaz (4). Tal como demonstrado em diversos trabalhos, incluindo um realizado no local e durante o período de estágio, por Sousa et al (4) evidenciou-se que o recurso a cirurgia bariátrica no tratamento de doentes obesos, levou a uma melhoria significativa dos valores de tensão arterial, do perfil lipídico e da redução da medicação anti-hipertensiva, assim como do risco cardiovascular após a cirurgia bariátrica, pelo que, esta é uma alternativa válida que deve ser considerada, para a diminuição a longo prazo dos factores de risco associados à obesidade.

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Tal como previsto no Programa Nacional de Combate à Obesidade, entretanto extinto em 2008, sendo substituídas as suas competências pela Plataforma Nacional Contra a Obesidade, levou-se a cabo a realização de um conjunto de Circulares Normativas, publicadas pela DGS, com o intuito de promover uma Gestão Organizada e efectiva do tratamento da obesidade mórbida.

Uma das estratégias, definida pela Circular Normativa nº20/DSCS/DGID de 13 de Agosto de 2008, consiste em enunciar os critérios que deverão presidir à referenciação de Doentes Obesos para avaliação Multidisciplinar de Tratamento da Obesidade, através de um Fluxograma com os Princípios de Referenciação do Doente dos Cuidados de Saúde Primários para a Avaliação Multidisciplinar de Tratamento de Obesidade (anexo 8), adaptando esta Norma em todos os Centros de Saúde da RAA.

Para que esta Norma seja implementada, é necessário criar equipas multidisciplinares com uma colaboração permanente de Endocrinologistas, Enfermeiros, Nutricionistas, Psicólogos, entre outros Técnicos de Saúde.

Tendo em conta a Resolução do Conselho do Governo Regional nº 37/2009 de 2 de Março em dotar todos os Centros de Saúde com Nutricionistas, será muito oportuno a implementação desta Norma para que, de uma forma integrada se desenvolva efectivamente, actividades que visem combater a obesidade.

Quando a capacidade de resposta não é suficiente e é necessário referenciar outras Unidades de Saúde, nomeadamente os Hospitais, é fundamental que estes estejam qualificados como Centros de Tratamentos de Obesidade Mórbida (CT), assim, implementando a Norma nº 18/DSCS/DGID de 11 de Agosto de 2008, referente à Candidatura a Centro de Tratamento de Obesidade Mórbida.

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Para um correcto funcionamento das Unidades Hospitalares de cirurgia bariátrica produziu-se e divulgou-se uma série de estratégias, podendo estas serem adaptadas à RAA, nomeadamente critérios de funcionamento das unidades hospitalares da cirurgia bariátrica para tratamento cirúrgico a doentes, sendo os critérios definidos pela circular normativa nº21/DSCS/DPCD de 2 de Novembro de 2007, em que se considera doentes inscritos para cirurgia bariátrica aqueles que apresentem um Índice GH0DVVD&RUSRUDO ,0& •NJP2 ou IMC> 35 kg/m2 associado aos seguintes critérios cumulativos: a) Diagnóstico de diabetes ou alterações graves da mobilidade que interferem com as actividades da vida diária; e, b) Passado refractário a tratamento que tenha incluído dieta, suporte para a prática de exercício, tratamento farmacológico e aconselhamento em unidade hospitalar de tratamento da obesidade, bem como a abordagem da pessoa com obesidade com eventual indicação cirúrgica, definida pela Circular Normativa nº 21/DSCS/DGID de 14 de Agosto de 2008, em que apresenta o modelo de decisão correspondente à Avaliação Multidisciplinar de Tratamento da Obesidade nos Hospitais do SNS sob a forma de fluxograma (anexo 9).

Na presença de doentes obesos especificados no ponto 15 da Circular Normativa nº18/DSCS/DGID de 11 de Agosto de 2008, em que apresentem parâmetros específicos como situações de co-morbilidade grave, homens com IMC> 55 kg/m2 ou mulheres com IMC> 60 kg/m2, estes devem ser encaminhados para os Centros de Elevada Diferenciação em Obesidade (CED). Os CED, para além de terem de cumprir a totalidade dos requisitos especificados nos CT, relativos à Circular Normativa nº18/DSCS/DGID de 11 de Agosto de 2008, têm de satisfazer os critérios de criação de CE implementados na Circular Normativa nº19/DSCS/DGID de 12 de Agosto de 2008.

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Actualmente, já existem dois hospitais na RAA, a funcionarem plenamente no tratamento da obesidade mórbida, embora, seria importante a sua Classificação segundo as Normas. Assim, com a adaptação e implementação efectiva destas Normas na RAA, conseguirá garantir-se uma melhoria na qualidade da prática clínica no combate à obesidade mórbida nos SRS, gerindo de forma integrada, estas problemáticas e induzindo, como tal, uma recuperação da saúde nos Utentes dos SRS da RAA.

CONCLUSÃO

A Saúde é o bem mais precioso que se pode possuir, mas só nos lembramos da sua importância quando a perdemos, ou seja, quando a doença nos atinge (49).

A obesidade é uma doença grave, tendo sido actualmente identificada pela OMS como um dos oito factores de risco que mais contribuem para a mortalidade e morbilidade a nível mundial, para além de estar directamente relacionada com outros mais factores, como, a inactividade física, o consumo insuficiente de frutas e vegetais, a hipercolesterolémia, a hipertensão arterial, a diabetes e o consumo de álcool (44).

Para efectivamente mudar conhecimentos, atitudes e comportamentos de uma comunidade, é necessário ser global, é fundamental criar estratégias que atinjam o máximo de factores e indivíduos, pois a obesidade não é um problema que se resolva sozinho, necessitando de uma acção integrada e comunitária (12). Todos devem ser incluídos, desde o médico, o professor, o comerciante, as

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associações, os órgãos de comunicação social, os cientistas, o avô, o pai e o filho, para que assim, todos reunidos possam motivar-se uns aos outros a praticarem hábitos e estilos de vida mais saudáveis.

Com este projecto, proponho o desenvolvimento de estratégias capazes de serem implementadas na RAA, abrangendo diferentes grupos populacionais cumulativos, de forma a atingir o máximo sucesso na promoção da saúde e tentando inverter assim os actuais números da obesidade.

Pretendendo este projecto ser um modelo contextualizado e operacional, assumir-se-á como um processo dinâmico, flexível e continuado, respondendo assim às necessidades sentidas no panorama da actualidade, implementando efectivamente políticas, regulamentos e recomendações já existentes ou que necessitem de ser implementadas e aprovadas pelos governos nacional e regional.

Como Nutricionista, profissionalmente responsável, bem como Cidadã preocupada com a saúde dos meus actuais e futuros congéneres, alego neste projecto à necessidade e à importância de assumir compromissos vinculativos e efectivos para com a sociedade, promovendo hábitos de vida saudável destinados a travar e a inverter as actuais tendências da obesidade na Região.

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Referências

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