ü
C
artografia
Morfo-estrutural
da área
da
Falha
Marquês
de
Pombal
[-ltilizaÇã.o
de imagens de
sonar
lateral
de
alta
resoluÇão
€OBI)
e
de
prrfit
sísmicos de
reflexão
para cartografia
de áreas
submarinas
Joanu
da
Luz GaÍeira
Gonçalves
Orientador:
Dr.
Pedro Terrinha
Dissertação
apresentada
àUniversidade
de
Évora para
aobtenção
do
Graude
Mestre em Cartografia Geológi ca.Esta
dissertaçãonão inclui
as críticas e sugestões feitas pelojúri.
r]
tltilização
de imagens
de
sonar
lateral
de
alta
resolução
QOBD
e de
perfis
sísmicos de
reflexão
para
cartografia
de
áreas
submarinas
Joana
da
Luz
Gafeira
Go
Orimtador: Dr.
Pedro Terrinha
-§.!lI,
§iír'; .
.111,i,
,
,
l;*
"
ir'$
)4+,ltv
Dissertação apresentada
àUniversidade
de
Evora
para
aobtenção
do Grau de
Mestre
emCartografia Geológica.
Esta
dissertação
niío
inclü
as críticas e sugestões feitas pelojúri.
O estudo morfo-estrutural detalhado da rirea da Falha Marquês de Pornbal (>3300 km2) agora apresentado, baseou-se na interpretação de: linhas sísmica multi-canal, imagens de sonar lateral de alta resoluçâo (TOBI) e da anrilise de dados batimétricos' Resultaram deste estudo:
i)
a quantifrcação parcial da deformação ao longo Falha Marquês de Pombal,ii)
modelo digital de terÍeno da rírea estudada,iii)
mapas de declive e outros produtos de analise espacial iv) mapas de porrnenor dos movimentosde massa existeirtes na áÍea v) mapa morfo-estrutural da área da Falha
Marqús
dePombal, à escala l:250.fi)0.
Este tÍabalho mostra que
a
morfologiada
ríreade
estudo está htimamenteassociada a sua compa.rtimentâção estruturâI e às diferenças na evolução tect5nica do
Miocénico Médio ate ao Presente. Dobras e falhas inversas afectando unidades do
Quatemário assinalam actividade tectónica actual. Canais
e
escorregamentossubmarinos são frequentes em toda a área. Na veÍtente associada a Falha Marquês de Pombal foi identifrcado um grande escoÍÍegamento complexo (com uma área total de
Abstract
Morpho-Structural Mapping of the lutarquês de Pombal Fault
Area
(off SWPortugal)
This theses is a morpho-structural study of
úe
Marques de Pombal Fault (MPF) x1d surrormding area (>33ü) l«n2), based on the study and interpretationof
multichamel seismic reflection profiles, high-resolution side-scan sonar image
([OBI)
and baúymetry data. The outcomes of
úe
study are:i)
the partial quant'úcaúonof
the deformation along the MPF,
ii)
digital terrain models ofúe
study areqiii)
dope maps and resuls of oúer surface analysis, iv) maps detailingúe
mass movementsof
the study area, v) a morpho-structural map of úe MPF at a scale of I :250 000.The analysis of the data shows that úe morphological differentiations of
úe
study areaaÍe
intimately associatedwiú
its
structural compaÍmentalisation and the tectonic evolution fromúe
Middle Miocene to pÍesent time. Folding and reverse faultingof
the Quatemary units along this structure indicate present-day tectonicactiüty. Gully-incised slope failures and submarine landslides are common features.
One major complex submarine landslide, disrupting a total aÍeâ
of
-l
l0
km2' was identified at the Marques de Pombal thrust front.Agradecimentos
Antes de iniciar esta dissertação gostaria de
express
os meus agradecimentos a todos aqueles que contribuíram para a realização deste trabalho'Esta dissertação surge na sequência do trabalho realizado no âmbito da Bolsa de
Iniciação à Investigação Cientifica, PÍograma PP"AXIS, do Ministério da Ciência e Tecnologia, agregada ao projecto MATESPRO çulaior Tectonic and Sedimentary
Processes
on
the
PortugueseMargin;
FCT/PDCTM/P/ MAR/15264/1999)'A
realização desse trabalho sófoi
possível deúdo ao empenhoe
apoio dado pelo investigador responsável do projecto, no então IGM,Dr'
Luís Menezes Pinheiro' paraa
obtenção da referida bolsae
pelo apoio financeiro necessário às váriasdeslocações ao estrangeiro necessárias à realização desse trabalho'
Ao Dr.
Pedro Teninha, muito mais que um orientador, um amigo' Foi ele querecordando-se do modo perdido com que eu olhava para o mar durante a aulas de Campo
III
(em quefoi
meu professor) me convidou para embarcar, literalmente'nesta "aventura". Hei-de-lhe flcar etemamente grata de me ter puxado para uma área
da
geologia que desconheciapoÍ
completo.Não
posso também deixaÍde
lhe agtadecer a imensa paciência que teve durante os quase tɧ anos em quefoi
meu orientador científ ico.À
Dr.
Fátima Abrantese
ao
Dr.
Hipólito
MonteiÍo pelaforma
como meacolheram no Departamento de Geologia
Mariúa
do, na altura,IGM
(hoje em dia INETI), departamento ao qual presidiram, altemadamente, duÍante estes dois anos'Grande parte dos dados que estiveraÍn na base deste trabalho
foi
disponibilizadapela
Dr.
Eulália Gràcia
(chefecientifica
da
campanhaHITS'OI)'
EstouJhe igualmente gÍatâ por ter confiado namiúa
pessoa a tarefa de re-processar os dadosEu gostaria de agradecer ao Dr. Nevio Zitellini pela disponibilidade demonshada ao ceder as linhas sísmicas BIGSET migradas e pelo apoio cedido quando da
miúa
estadia em
Itília.
A
Cristina,Zé,
Rui,
Henrique, PedroBrito, Mrírio
Mil-Homens, tvtargariaaHenriques e a todas as outras pessoas de Dept. de Geologia Marhha (bolseiros e
funcionírios),
infelizne,nteem
núrnero demasiado elevadopara
poder
aquimenciona-las a todas indiüdualrnente.
À
Olga Gomea por ser urna excelente comlmnheira de trabalho, uma óptima cozinheira e uma conversadora natâ; de quem eu usufrui a companhia 24 horas por dia durante a minha estadia em Southampton.Ao Francesco Borraccini, ao Mauro De Donatis, à Marzia Rovere, à Sara Susini e
ao Gúliano Gallerini, que pacientemente me ajudaram durante a minha estadia em
Urbino. Apesar do meu italiano, de início, nern dar para pedir
ajúa'
nonmi
sono dimenticaa di voi!Ao
José Borrego pela paciência que teve paraler
as versões iniciais desta disseÍtaçãoe
garantir queo
texto mantinha uma linguagem apopriada- Sem asreprimendas dele, esta dissertação assemelhar-se-ia em unra interminrível carta informal sobre o que andei a fazeÍ.
À
pessoas lá de casa, que durante latgos meses tiveram de lidar com os meus honirio invertidos e com amiúas
ausências. E pelo constante apoio e motivaçilo.Com
especial carinho,à
minha mãee à
Amranda Nogueira,que
sempÍe acreditaram que, apesaÍ das minhas dificuldades, poderia realizar qualqueÍ taÍefa acadeÍnica a que me propusesse. A elas agradeço e dedico este trabalho.Índice
E-l-tIfiÍfà
AGRADECIMENTOSír.rorce
It!v
vI
1rmnoouçÃo
11.1.
Localização da Área de Estudo1.2.
EnquadramentoGeral1.2,1.
Evolução Geodinâmica e Sismicidade da Margem SudoestePortuguesa 4
1.2.2.
Sismo deI
de Novembro de 17551.2.3.
Estudo da Falha Marquês de Pombal2.
DADOS E MÉTODOS2.1.
Sísmica de Reflexão2.1.1.
Componentes dos sistemas de Sísmica de Reflexão2.1.2,
Parâmetros de aquisição das Linhas Sísmicas2.1.3.
Interpretação das Linhas SísmicasTerminações sísmicas Canícter das reflexões
Configuração intema dos reflectores Forma externa
2.1.4.
Visualizagão Tridimensional da Falha Marquês de Pombal2.1,5.
Deformação ao longo a Falha Marquês de Pombal2,1.5.'l
Reconstihrição palinspática 3 4 7 9 15t7
2t
23 26 11 29 30 32 32 36 362.1.5.2
Quantificação da defomração ao longo da falha2.2.
BatimetriaMulti-feixe
2.2.1.
Aquisição dos dados batimétricos2.2.2.
Visualização dos dados batimérricosAdlise
espacial2.3. Sonar de Varúmento Lateral
2.3.
l.
Aqúsição da imagem acristica2.3.2. Processamento
2,3.3. Visualização e interpretação de imagens aoisticas de sonar lateral Artefactos Visualização 3D 3.
3.1.
Critérioscartográficos Identificação de falhas Unidades sísmicas3.2.
EstruturasPrincipxi§3.2.1.
Falha Pereira de Sousa3.2.2. Falha Marquês de Pombal
4.
4.1.
Transporte de meterial4.1.1.
Moümentos de massa4.l.l.l
Classificação e terminologia4. I . I
.2
Causas desestabilizadoras-
Triggering mechanism39 43 47 49 50 s4 59 62 67 67 73 77 77 77 78
8l
8l
85m
94 96l0l
1064.2.
Morfologia e caracterização dos moümentos de massa existentes dsárea
estudada
113Sector NoÍte
-
Escarpa da Falha Pereira de Sousq Bow Spur e planícieRincãodolebre
lI5
Sector Central
-
Falha Marquês de Pombal e Bacia lnfante D. HenriqueSector Sul
-
Planície da Ferradura5.
CONCLUSÔES ECONSIDERAçÔes
nlrus
t2t
136
l:-Il
141
I
Apesar de mais de dois terços da superficie da Terra se encontrarem cobertos
por
oceanos,
o
conhecimento do fundo oceânico é ainda reduzido, em comparação comqualquer
outÍa
parte da superficie temestre. Esta lacunano
conhecime,lrto da Terranão se deve à
àlta
de interesses mas em grande parüedwido
à
impossibilidadeda
observação directae
às dificuldades técnicas paÍa trânspoÍ abarreira
espessaque
repÍresentaa
coluna
de
água.Contudo,
desdeos
primeirosaparelhos de sondagem
fiável
nos meados do sec.XVIII
tem-se registado um rápidodesenvolvimento dos equipamentos para a exploração dos fimdos oceânicos.
Recorrendo
a
metodologias
específicas,
bem
distintas
das
usadas
noslevantamentos geológicos nas ráreas subaéreas,
a
cartografiade
ríreas submarinasdebate-se com problemas geológicos similares aos que se encontram em t€rra. Este
trabalho é disso exemplo;
aqü
apresenta-se a cartografia morfo-estnrtural elaboradacom
base em dados geoflsicos indirectos obtidospor
três sistemas hidro-acristicosdistintos (sísmica
de
reflexão multi-canal,
eco-sondamulti-feixe
e
sonar
devarrimento lateral)
da
ríreada
Falha
Marquêsde
Pombal.A
Falha Marquês
dePombal
(FMP)
desdeque
foi
propostapor
Zitellini
et
al.
[1999]
como
sendo aestrutura sisno-tsunamigénica do sismo de Lisboa de 1755,
foi
objecto de estudo devrírias campanhas oceanográficas. Esta
falha
trata-se deum
cavalgamento ac,tivo,com ruptura superficial de mais de 40
kn,
situado a sudoeste do Cabo de S. Vicente.Este trabalho decorreu como
parte
integrantedo projecto MATESPRO
(Ma7brTectonic
and
Sedimentary Processeson
the PortugueseMargin;
FCT/PDCTM/P/
MANl52@11999).Com
este trabalho pretendia-se acima de tudo proceder à sínteseda
informaçãoobtida com os
diversos sisternas hidro-acristicos,tendo em
üsta
oestudo das int€r-relações entre os vários processos geomorfológicos patentes na área. Para
tal
Íecoreu-se à utilização
do
sistemade
informação geográficaÁrcGis e
àelúoração
do mapa morfo-estrutural da árca de estudo, à escala del:25000.
No
primeiro
capítulo,
enquadra-sea
áreade
estudono
conterrto geodinâmicoestudo.
Neste capítulo
tamb€rnse
apres€ntauma
retrospectivada
evolução
doconhecimento da Falha Marquês de Pombal.
Ciente da especificidade das tecnicas utilizadas, no Capítulo
II
desenvolve-se comalgum
detalhe
os
princípios
biísicos
dos
sistemasutilizados
nesta
cartografiasubmârina"
as
condições
de
aqúsição,
o
processamentonecessário
para
avisualização dos dados, assim com os conhecimentos necrcssários para interpretação
da inforrnação.
Os
CapítulosIII
e
IV
constifiieÍno
núcleo desta dissertaçãoe
centram-se sobredescrição das estruturas identificadas durante o trabalho. No Capínrlo
III
apresentam-se
os critérios utilizados
durantea
cartografia estrutuÍal assimcomo
a
estruturasprincipais na área de estudo: Falha Pereira de Sousa e Falha Marquês de Pombal.
No
Capítulo
IV
procede-se a uma introdução monográfica sobre os viírios processos demovimentos
de
massaque
serve,de
alguma forma,
para
os
diversosprocessos que serão discutidos durante a caÍacterizaçáo morfológica.
No
ri[timo
capítulo, Capítulo
V,
efecfua-seuma
discussão
da
cartografiaapresentada
algumas hipótesesque
explicam
a
hteracção
dos
vários1.1.
Localização
da
Área
de
Estudo
A
Margem
Sudoeste Portuguesa podeser
subdividida
em três
sectoresprincipais:
(1)
o sector da Planície Abissaldo Tejo,
delimitado a Norte pelo
Pontãoda
Estremadurae
a
Sul pelo
Banco
deGorringe;
(2)
o
sector da Planície Abissalda Ferradura, entre o Banco de Gorringe a
o
Canhãode S. Vicente;
(3)
o
sector doGolfo
de
Cádrz,delimitado
a
Este
peloEstreito
de
Gibraltar
e a
Oeste
peloCanhão de S. Vicente (Figura 1.1). Figura 1.1
-
Localização da área de estudo:étrea a cirr;a escuro (correspondente à imagem
de
sonar de pesquisa lateralTOBI
obtidadurante a camoaúa HITS'01).
A
área estudada ao longo deste trabalho localiza-se o sector da Planície Abissal daFerradura (Eigwa
].t).
Esta secção daMargem
Sudoeste Portuguesa apresenta umaplataforma continental estreita, com uma largura que varia entre
*9
km
na cabeceirado Canhão de S. Vicente e os
^45
km ao largo deVila
Nova deMilfontes.
A
vertentecontinental é nesta região bastante irregular e complexa, destacando-se a existência
de:
montanhas submarinas(ex.
Montanhasde
Príncipesde
Avis
e
o
Banco
deGorringe),
falhas
mesozóicas exumadas(ex.
Falha
Pereira
de
Sousa),
baciasprofundas interiores (ex. Bacia Rincão do Lebre).
A
área de estudo corresponde a 3300 km2 da vertente continental explorados como
sonar lateral de alta resoluçãoTOBI
(Towed Ocean Bottom Instrumenf) durante a campanhaHITS'01 (Figura
1.1), compreendida entre as longinrdes 10o24'-9o28'W e as latitudes 37"20'-36o30' N. :t-l§
\
I ttr 1t 2-( \,rí, .1 ) Í I Ifutfu
Ae,Iú
r4o J'ii,a: (I
1 r(("rutfuAM
úMn
BEt[rÊEh Ing|l[ F Á__I* \ i I i 'i ,I I , ( ffiar2Ílíl \i )1.2.
Enquadramento Geral
1.2.1.
Evolução
Geodinâmica
e
Sismicidade
da
Margem
Sudoeste
Portuguesa
A
áreade
estudo localiza-sena
zona sudoesteda
sub-placalitosférica
Ibérica, situada a nortedo
limite
actual das placasAfricana
e Eurasiática. Desdeo
f,rnal doPérmico
ateao
Cretácico,a
aberfurados
OceanosAtlântico
e
Tétis, formou
asmargens continentais
Sul
e
Sudoestede
Portugal. Estas sofreram
estiramentolitosférico
e acentuada subsidência durante orifting
Mesozóico, que ocorreu entre oTriásico e
o
CretácicoInferior
Terminal(Figura
I.2).
Estas movimentações à escalalitosférica levaram à reactivação de falhas pré-existentes, de idade Pérmica, formadas
principalmente durante
o
eventode
fractur açáoTardi-Varisco [Arthaud
&
Matte,1977; Ribeiro et al., 20001.
Figura 1.2
-
Cinemática da Placa Ibérica do Jurássico ao Miocénico,modificada do Srivastava et al11990).
Jua*8ico
€
E
s
s
LE
$
fi
s
§
€
a
€
e
e
r& Crç{ásico sup"s
"sA
Margem
Sul
resultou
do
desenvolvimentodo
Neo-Tétis ocidental,
cujomecanismo
motriz
foi
o
da
separação entrea África e a
América em regime
detracção
pura
e
entre
a
África
e a
Ibéria em
regime
transtensivosinistrógiro.
A
Margem SW, gerou-se devido ao processo de
rtfting
orientadoE-W,
que conduziu àseparação
entre
a
América
e a
Eurásia,e
à
aberturado
OceanoAtlântico.
No
Cretácico Superior,
a
aberturado Golfo
da
Biscaiainduziu a
rotação esquerda dasub-placa
lbérica.
Igualmente neste
período
(pós-Cenomaniano),verificou-se
abrusca mudança na trajectória de translação entre as placas
Africana
e Euro-asiática,de
SE paraNE,
impondoum
regime compressivo que perdurou atéà
actualidade.Durante este período,
ter-se-àformado
uma
zofla
de
subducçãoentre
a
Ibériameridional
e oNorte
deÁfrica,
onde terão sido consumidos segmentos de litosferada ordem dos 100 a 150
km
[Srivastava etal.,
1990].Durante o Oligocénico a Çonvergência entre a Eurási a e a
Áf.ica
estava orientadaNNE-SSW.
No
Miocénico,
a movimentação da placaAfricana
em relação à placaEuro-asi átíca, que até então não apresentava
um
padrão bemdefinido,
passa neste período ter uma orientaçãoNNW
aNW
[Dewey, 1989], provocando a reactivação defalhas
do
Paleogénico, Mesozóicoou
mesmodo
Paleozóicoe
o
levantamento dosblocos delimitados pelas falhas, provocando a inversão tectónica das duas margens.
A
Margem Sudoeste Portuguesa apresenta deformação compressiva pelo menosdesde do
início
do Miocénico, como pode ser testemuúad o onshore pelo facto de adeforrnação
da
cadeiada Anábida
se
ter iniciado
duranteo
Burdigaliano.
Esteregime compressivo manteve-se ao longo do Miocénico, como se pode observar em
perfis sísmicos, pela deformação apresentada pelo co{po caótico ou "Olistostroma de
Gibraltar"
de idadeMiocénica
Superior [Maldonado etal.,
1999]. Este encontra-sedeformado e os respectivos depocentros encontram-se controlados tectónicamente
Actualmente,
a
Margem
Sudoeste Portuguesa apresentaum
campode
tensõestranspressivo
horizontal
com
orientaçãoWNW-ESE [Cabral
&,
Ribeiro,
1989;Borges
et
al.,
2001].
Dependendoda
sua orientação,as
estruturas pré-existentesforam
reactivadas segundoestilos
tectónicosdistintos, podendo funcionar
comofalhas inversas, como falhas deslizante
ou,
em número mais reduzido, como falhasA
actividade tectónica recente e a sismicidade exibidapor
esta área, resultam da sua localização próxima da fronteira entre as placasAfricana
e Euro-Asiática,que seestende desde o ponto
triplo
dos Açores até ao estreito de Gibraltar.No
sector entre oBanco
de
Gorringee Gibraltar, a
convergência entre estas placas nosúltimos
trêsmilhões de anos, deu-se a um
ritmo
de 4 mm/ano com uma orientação de NNW-SSE[Argus et
al.,
1989]. Neste enquadramento tectónico, esta áreaé
caracterizada porapresentar
uma
sismicidade moderada, sendoproduzidos
sismoscuja
magnitgdegeralmente
não
ultrapassaM=5
[Cabral, 1995].
Os
mecanismosfocais
sugerem,predominantemente,
movimentação
em
falhas
inversas
ou
em
falhas
dedesligamento, ou com as duas componentes (Figura 1.3).
A
partir
da
projecção
dos epicentros dos sismosregistados,
3s"rrpela rede de
vigilânciaTransFrontier, durante
o período
3s.,rentre Janeiro de 1995 e Março de
2000,
pode-se observar
umaconcentração
da
actividade
37''!sísmica
em
quatro zonas
dasMargens
Sudoeste
e
Sul
.,,,''rPortuguesas:
no
Banco
deGorringe; na Planície
Abissal
da
3s,,r2w lrYi lnw siil I'ri/ 7w 0Tr
Ferradura,
mais
especificamentena zona do sismo de Fevereiro de 1969; a sudoeste do Cabo de São
Vicente;
na
zona
do
Banco
deGuadalquivir (Figura 1 .3).
Figura 1.3
-
Localização epicentral de sismos registadosde
1995a
2000.O
mecanismo focal dos sismosanteriores a 1995 foi retirado de Hayward et al. (19g9)
.MP: Marquês de Pombal; HSF: Falha da Ferradura; GB:
Banco de Guadalquivir; AR92-10: linha sísmicas de
reflexão AR 10. l-Zitellini et al.. 2001.l.
Apesar da sismicidade moderada
da
área, registaram-se em tempo histórico vários eventos de magnitude superiorea7.5, entre
os quais se destaca o sismo de Lisboa de 1755, que atingiu a intensidade máxima deXI
e magnitude estimada deM=8,5
a 8,9, segundoMartins
e MendesVictor
[990].
Eventos desta magnitude são fenómenosanómalos
nas
margens passivas,pois
sãotípicos
de
zonasde
subducçãoou
decolisão. Atendendo
a
estesfactos,
tem sido
sugerido
que
a
margem
ocidentaltl$f'flü fu&<{uh 8,h.iêFlr{rtrh a JrM.J5 il.tl.u.r I u*l h-,d{rô(sk{ lan < 't**-i*J hr ,í1tr lEoi irêrauilu
1r-
!*r,! ffiEr A t *, .'I -.'r *a Â'u
porfuguesa esteja presentemente
a
atravessarum
período de passagemde
margem passiva a activa [Ribeiro&
Cabral, 1987;Ribeiro,
1994; Ribeiro etal.,
1996].A
áreade
estudo deste trabalho, da Falha Marquês de Pombal(FMP),
insere-se numa das zonas de concentração de epicentros, uma vez que, sendo aFMP
inclinadapara
ESE,
os
hipocentrosde
sismos geradospor
estafalha
tenhamque
situar-seforçosamente a
E
do traço da rotura superficial da mesma, aliás como demonstradopor Zitellini
et
al.
[2001],
segundoo
qual aFMP
coffesponde aum
cavalgamentocom inclinação média de 24" e a profundidade de eventos sísmicos se situa à volta de
30
km
(Figura 1.4). 4C r1:r 8f, Knr lco .'?(r .:il t6$ 180 B B 7 10. EÍ
20Figura 1.4
-
Linha sísmica ARl0
- ver a localização da linha na figura anterior. a) linha sísmica migrada. b) a mesma linha sísmica mas convertida em profundidade, coma projecção dos hipocentros sísmicos registados a 30 km da linha
Ar
10. A dimensãodos círculos é proporcional à magnitude[Zitelliní et a|.,2001].
1,2.2" Sismo de
1
de
l{ovembro
de 1755
Como
foi
referido,
a
Margem
Sudoeste Portuguesa apresentaum
regime
desismicidade
de
magnitude
e
frequência
moderadas,pontuado
por
eventos
deintensidade
muito
elevada;o
sismo queno dia
I
deNovembro
de
1755 devastouLisboa é exemplo disso. Este sismo de intensidade
X-XI
na escala deMercalli
e demagnitude estimada de
M=8,5 a
8,9 segundoMartins
&
MendesVictor
[990]
foi
um
dos
eventosnafurais históricos
mais
destrutivos
da
Europa, sendo
mesmoconsiderado
um
dos dez acontecimentos históricos que abalaram o mundo[Winock,
2002],
pelo
impacto
extraordinário queteve
na
sociedadede
época,a
destruiçãoduma das maiores metrópoles mundiais.
r-he Aft 93.1 0 MPÍF} ThruS Fzu[
@
Back-ThruS Fault {8TF} Muqres De Pomb# (MP)tlo Vríticd Erâgsrãl$fi
o 0
E
o 0 I .. r,r'j' aE
Cepe §an V,ncerrte
.. Cânyon -_r--l
o
A
destruição da cidade de Lisboa não se deveu exclusivamente ao sismo mas, àacção conjunta do abalo sísmico, dos fogos desencadeados e da onda tsunâmica que
se seguiu ao sismo
(Figura
1.5).O
sismo ocorreu àsth
40m,
quando milhares develas se
encontravam acesasnos
lares
e
igrejas
de Lisboa,
momento
em
quedecorriam missas assinalando o dia de Todos os Santos. Das 40 igrejas principais da
cidade igrejas
ruíram; de
Santarémeram
visíveis as
chamasdos
incêndios
quelavraram a cidade durante vários dias.
Desta
combinação devastadora resultaramem todo
país,
pelo
menos,
10 mil
mortes, das quais
mil
foram
atribuídas exclusivamente ao tsunami [Baptistaet
al.,1998'],
numa
populaçãototal
que
na
épocanão
excediaos
260
mil
habitantes. Supõe-se queo
número de mortes em Lisboa devidas as ondas tsunâmicas, nãofoi
maior graças à muralha construída por
Filipe
I
de Portugal. Esta muralha terá servidode obstáculo à entrada das águas do Tejo, não impedindo
no
entanto, que ondas de seis metros penetrassem 250 metros dentro da cidade [Baptista etal.,
1998u].Figura 1.5
-
Vista da destruição de Lisboa, a partir da margem sul (Gabinete de Estudos Olisiponenses).Com
base
em
documentoshistóricos, alguns deles
com
surpreendenterigor
científico,
sabe-se queo
sismofoi
sentidoem
todaa
Europa e
a
onda tsunâmicaregistada
em
todo
o
Atlântico
Norte,
inclusivamentena
costa oeste;a
cidade deCádis (Espanha) registou
o
sismo com uma intensidadeVIII,
na escala deMercalli,
segundo
Martinez
Solares U9791, e o tsunami com ondas entre os II
e os 20 metrose
Agadir,
entre outras cidades costeiras doNorte
deAftica
foram
danificadas pelotsunami;
Em Cork,
trâ Irlanda, ocorreu
a
inundaçãodo
mercadodo porto
lPhil.
Trans., 17561;Na Cornualha registaram-se ondas de2 metros [Baptista et
al.,
1998"];No
porto
de Haarlem, na Holanda, registou-sea
destruição de navios;Na
Boémia,uma
fonte hidrotermal
secou durante osdois
dias que se seguiramao
sismo [Phil.Trans., 17 561.
Sem
dúvida
que
o
sismo
de
1755
foi
um
dos
eventos catastróficosque
maisafectou
a
Europa. Contudojá
se registaÍam repetidas vezes,ao longo da
história,sismos na Margem Ibérica seguidos de grandes tsunamis: 60-63
4.C.,
1531,1722. Osismo de27 Dezembro
de
1722, com epicentro proposto à latitude 37oN
e longitudel0o
E
[Udías etal.,
1976f,originou
uma onda tsunâmica de grande dimensões quevarreu as cidades costeiras desde
o
cabo de S.Vicente
até Faro. Posteriormente, noentre
1755-1769terão ocorrido,
tro
Algarve,
pelo
menosoutros quatro
tsunamisfAndrade, 1992].
1.2.3.
Estudo
da
Falha Marquês
de
Pombal
A
localização exacta
e a
geometria
daestrutura geradora
do
sismode
1755
ainda sãoalvo
de discussão e de incerteza. Com base emmapas
de
isossistasMartinez
Solares
et
al.[1979]
e
Levret
et al.
[1991]
entre outros
?autores, sugerem
que
o
sismo
teria
tido
o
Ebâ
mesmo epicentro
que
o
sismo
de
28
deFevereiro
de
1969,
na
Planície Abissal
da Ferradura (36,01oN;
10,57oW)
a Sul do Bancode
Gorringe
[Fukao, 1973]. Esta
hipótese tornou-se a mais divulgada, não só dentro, comofora
da
comunidade
científica. Contudo,
os
Figura 1.6-
Modelo de propagação damodelos
de
prop agaçáoda
onda tsunâmicat
de :'Íu.
Lrw tsunamicado
sismode
1755'Adaptado de Baptista et al. [1998b].
2 I e) 8 s"40'0w P200'w
8P40',0'w
r2ü'0'wTiI
-l: -.) -(, -3 ó
1.2lÍ$
ijur ? p o a) tu z p o o Í\ (D z p o ü) H z L b rJl s1755, realizados por Baptista et al.
[998']
excluem esta possibilidade. Estes autores, apartir
dos parâmetros definidos parao
tsunami, com base nos registos históricos, sugerem que a estrutura tsunamigénica estaria situada entre o Banco de Gorringe e a costa sudoeste portuguesa,a
100km
a oeste do Cabo de S. Vicente, correspondendoa
uma
estrutura
com
geometria
em
L,
na
qual
a
secçãonorte
apresenta umaorientação NNW-SSE e a secção sul uma orientação
NW-SE (Figura
1.6). Esta áreajá
tiúa
sido referidapor
outros trabalhos, Udías etal
11976l indica queo
sismo de 1755 teria origem na região 37o00'N
10'00' W.Em
1992, durantea campaúa
oceanográficaRIFANO
(financiadapelo
ltalian
National Research Council)
foi
adquiridoumperfil
sísmico de reflexão(AR-I0)
cujotraçado
obedeceua
duas condições: localizar-se sobreo
epicentro
do
sismo
deLisboa de 1755 proposto por Udías et
al.
ll976l
e paralelo à direcção de compressãomáxima actual [Argus et
al.,
1989]. Nesteperfil foi
identificada uma estrutura muitoexpressiva que evidencia uma deformação activa, com dobramento e intemrpção de
unidades estratigráficas
e
com
um
rejeito
do
fundo
oceânicode mais
de
1000 m(Figura
1.4).
A
estrutura, situadaentre
o
Banco
de
Gorringe
e
o
Cabo
de
SãoVicente,
é designada a bordo de Falha Marquês de Pombal.Zitelhni et
al.
[1999],propõem, pela
primeira
vez, a Falha Marquês de Pombal como a possível estruturageradora
do
sismode
I
de Novembrode
1755,A
localizaçáo como a orientação daFalha Marquês
de
Pombal são
compatíveis
com
o
modelo proposto para
apropagação da onda tsunamica de 1755 de Baptista et al. [1998b].
Através do projecto
IAM
Q-berianAtlantic
lu[argins), rcahzou-seem
1993 umacampanha oceanográffrca que teve como objectivo estudar a natureza dos níveis mais
profundos das crustas continental
e
oceânica,offi
determinadas áreasda
MargemIbérica
Atlântica,
paÍa a melhor compreensão dos processos associados a formaçãodesta
Margem
(http:llcaribe.ija.csic.es/IAM/iamjroject.htm).
Uma das
áreasestudadas
foi a
zoma sudoeste portuguesa,em
especialo
Banco
de
Gorringe,
avertente e a plataforma continentais e
o
Canhão de S. Vicente. Contudo, devido aoelevado
espaçamentodas
linhas
sísmicase
desconhecimentopormenorizado
daPosteriormente,
em
1998,
a
Falha Marquês
de
Pombal
foi
geometricamente caracteri zada em maior pormenor, graças à realização de uma campanha de geologiamarinha no âmbito do projecto BIGSETS
(&g
$ourcefor
E-arthquakes andlsunami
$tructures, http://doc.igm.bo.cnr.itlbs98_repÔ. Durante esta campanha procedeu-§e a
um
levantamento de sísmica de reflexão multicanal, magnetometria e à amostragemdo fundo do
mar;
na
zonaoriental
do
Banco
de
Gorringe
e
margem continentalportuguesa, aproximadamente, até ao paralelo de Sines.
Os dados obtidos durante esta campanha, para além de confirÍnarem a geometria e
cinemática
da
falha
(cavalgamentode
orientaçãoNNE-SSW) permitiram
aindadeterminar
que
o
traço
aflorante desta se estendepor 55 km,
acompanhado pelasubida abrupta
do
fundo
do
mar de mais
de
1.000m.
O
querevela que
a
FalhaMarquês de Pombal só
por
si
não poderiater
geradoo
sismode
I 7 55,visto
que aenergia necessária para gerar
um
sismo deM
-
8,5 requer uma rupfura com cerca de 10.000-
20.000 km2, que coÍresponde a 100-
200 kmx
70-
100km
e um rejeito del0
-
20m
fZitellini
et al., 2001].Sabendo que a Falha Marquês de Pombal não seria suficiente grande para gerar o sismo
de
1755 e não se conhecendo nenhuma outra estrutura que pudesseter
sido aestrutura sismogénica deste sismo, surge a hipótese de que
o
sismo poderiater
sidooriginado num
descolamentobasal
que teria
provocado
ruptura superficial
emdiferentes segmentos
frontais
separadospor
zonas de transferência[Ribeiro
et
al-,20001. Durante
a campaúa
TTRt0 (lratning
lhrough
R.esearch,Id\,
em
2000,obtiveram-se dados
com
sísmica multicanal, penetradorde
sedimentosde
3,5 kHz,sonar
lateral
OKEAN
10
kHz
(
Figura
I.7)
e
sonar lateral
ORETECH de
altaresolução não só
da
área da Falha Marquês de Pombal mas também mais a norte, na zona da Falha Pereirade
Sousa fTerrinhaet a1.,2002].
A
Falha Pereirade
Sousa,com 65
km
e uma orientaçãoN-S,
apresentava-se como um possível prolongamentopara
norte da
Falha Marquês
de
Pombal
deslocadopara Este
por uma
zona
deFace aos novos dados,
Terriúa
etal.
[2002]verifica:
(l)
que a Falha Marquês dePombal é constituída
por
duas secções com características distintas; (2)
que a FalhaPereira de Sousa colresponde a uma falha normal activa, contemporânea da abertura oceânica Mesozóica, que não
foi
reactivada como falha inversa durantea
inversãotectónica;
(3)
a
existência de abarrancamentos e depósitosturbidíticos
aolongo
daescarpa abrupta da Falha Pereira de Sousa e
(4)
a existência de escorregamentos de grandes dimensões associados a Falha Marquês de Pombal. Estes autores sugerem que os processos de instabilidade de vertente associados a Falha Marquês de Pombal puderamter
sido induzidos pelos eventos de libertação de energia da falha, como o sismo de 1755.Em
Maio
de 2000, a bordo do navio oceanográfico espanhol Hespérides, equipadocom dois
sistemasde
eco-sondamulti-feixe
(simrad
EMl2
e EMl002) e
com
openetrador
de
sedimentosde alta
resoluçãoTOPAS
(1
-
5,5
KHz),
realizou-se acampanha
PARSIFAL, ainda
no
âmbito
do
projecto
europeu
BIGSETS.
Olevantamento
batimétrico
(entreas latitudes
36o-
38"
N)
revela
a
complexidademorfológica desta área; a imagem acústica obtida com o sistema acústico
multi-feixe,
expõe várias áreas de afectadas por escoÍregamentos associados as falhas existentes;
na
sísmica
de
alta
resolução
são
identificados
sucessivos
depósitos
de escoffegamentos, na base da escarpa da Falha Marquês de Pombal, que evidenciam arecorrência da actividade desta falha [Gràcia et al., 2003a].
No
ano seguinte,êffi
Setembro de 2001,
rcaliza-sea
campanhaHITS'OI
@i7h
Resolution
lmaging
of
lsunamigenic $tructures
in
the Southwestlberian
Margin)
novamente a bordo do navio oceanográfico Hesperides; deste
vez
também equipadocom
o
sonar devarrimento
lateralTOBI (lowed
Ocean Bottom l_nstrumenl). Com este sonar obtém-se uma imagem acústica de alta resolução da ruptura superficial daFalha
Marquês
de
Pombal assim
como
da
áreade
transição
a
Norte
e a
Sul (perfazendouma
áreade-3200
k*').
Adicionalmente, durante essa campanha foramobtidos cerca 700
km
de linhas sísmicas de reflexão com o penetrador de sedimentos10'00'w g'30'w 38'00'N 38'OO'N 37'30',N 37' 30 N 37'00'N 37'00'N 36' 30 N 36"30',N 10"00'w g'3ü'w
Figura 1.1
-
Imagem acústica obtida com o sonar lateral de superficie OKEAN (10fffrl
durantea
campanha TTR10 (Training Through Research, 10th), em 2000 [Terrinha et al., 2002] DE AVIS scarp PSF scarp folds MPF slides q. km 0 50 debris basementA. área da Falha Marquês de Pombal tem sido repetidamente abrangida em vários cruzeiros ao longo dos últimos três anos (ex:
PRIME'03,
GAP'03, MATESPRO,04),contribuído
continuamentepara
o
estudo dessa estrufura.Confudo,
este trabalho2.
Dados
e
Métodos
Exceptuando algumas breves incursões
aos fundos
oceânicos,recorrendo
asubmersíveis ou a equipamentos operados remotamente
(ROV's),
toda a informaçãodisponível relativa
a
esta vasta regiãodo
planetaé
recolhidapor
instrumentos dedetecção
remota
[Small &,
Sandwell, 1994].
Contudo,os
sistemasde
exploração remota convencionais (opticos ou de radar) não são aplicáveis no estudo dos fundosoceânicos
profundos
visto
que
a
coluna
de
água
representa
uma
barreiraintransponível para estes sistemas, graças à sua elevada capacidade de absorção da
energia electromagnetica.
A
cartografia
morfo-estrutural apresentada nesta dissertaçãofoi
realizada comrecurso a diversos
tipos
de sistemas hidro-acústicos: sísmica de reflexão, batimetriamulti-feixe
e imagens de sonar de varrimento lateral. Estes sistemas de prospecçãogeofisica
(especialmenteconcebidos
para utilização
em
ambientes
aquáticos)analisam
as
característicasdas
ondas sonorasemitidas
por
fontes
mecânicas oueléctricas e reflectidas do objecto de estudo.
As
|iúas
sísmicas
de
reflexão utilizadas
foram
obtidas
nas
campanhasoceanográficas
Arrifano
(1992),
IAM
( I993)
e
BIGSETS (1998);
os
dadosbatimétricos
foram
adquiridos
com
eco-sonda
multi-feixe
EM-12
durante
ascampanhas
PARSIFAL
(2000) eHITS'OI
(2001);"
as imagens acústicasdo
fundooceânico foram captadas com o sonar de varrimento lateral de alta resolução
-
TOBI
(lowed
Ocean Bottomlltstrumerf),
durante a campanhaHITS'0l
(Figura 2.1).A
exactidãodos
dadosnão
depende apenas das características intrínsecas dastécnicas acústicas, estando estreitamente associada à sua efectiva integração com um
bom
sistema de posicionamento geográfico;a
localização geográfica dos dadosfoi
efectuada recoÍrendo a sistemas de posicionamento global GPS.
Os
mapas apresentadosao longo
destatese
foram
produzidos recorrendo
aoSistema
de
Informação Geográfica
(SIG)
ArcGISrM,
desenvolvido
porEnvironmental
SystemsResearch
Institute
(ESRIr\.
Nestes mapas
os
dadosencontram-se projectados na rede de projecção Mercator, definida para o paralel
o
37"N
no elipsóide WGS-84.A
metodologia utilizada para o tratamento dos dados estudados será descrita nassecções específicas para cada
tipo
de dados, assim como a descrição mais detalhadados próprios dados.
= b Ír L g iJ * q; t0!301$ 1000'w y3fitHJ FOY/ §"38'w 10,30'w 1o,f,IN çp-l$'lv rü'w 8'3#'W
Figura 2.1
-
Localização dos dados geofisicos estudados. Linhas sísmicas IAM (vermelho), ARRIFANO (verde), BIGSETS (azul); imagens de sonar TOBI (cinza escuro) e batimetria EM 12 (cinza claro).A
equidistância vertical das Iinhas batimétricas é 200 metros.h fl ,n à o w F e! Ér f4 F (I *Ít ? ÊI â yfl ô {à .E h, lí! o rê lrl -rr (.t ff1 Êl r.O {ü s É E &;i '.Ê ilI Ij :! I 5 nÊn ir'-,ü ,I I I i ,I ''l'i L4I+s tfiol p .§d NF
ti
{f
I :]2.1.
Sísmica
de
Reflexão
O
princípio de
funcionamentode um
sistemade
sísmicade
reflexão
marinhapassa pela transformação de um sinal eléctrico num sinal acústico, que se propaga na
coluna de água sob a forma de uma onda de pressão, até ao fundo oceânico.
A
ondaacústica propaga-se em profundidade até encontrar uma superÍicie que se comporte
como "espelho acústico",
ou
seja, uma superficie de separação entre dois meios depropriedades acústicas distint as, capaz de
reflectir
parcialmenteo
sinalemitido.
Assucessivas reflexões sofridas
por
esta onda, à medida que se propagapor
diferentes ,.espelhos acústicos", são captadasà
superfíciepor um
sistemade
recepção quetransforma
o
sinal
acústiconum
sinal
analógicobipolar,
passívelde
ser filtrado,
ampliado e visualizado.
As
características acústicasdum
determinado
meio
são definidas
pela
suaImpedância Acústica
(Z),
que se define como o produto da densidade domeio
(p)com
a
velocidade
de
propagação(Vp).
A
intensidadedo
sinal reflectido
numadeterminada
superficie está
directamente relacionadacom
a
diferença
entre
asimpedâncias acústicas dos dois meios; quanto maior a diferença, mais intenso será o
sinal reflectido [Badley,
1947).
A
intensidade
da
reflexão numa superficie
édeterminada
pelo Coeficiente
de
Reflexão (Kn), que
é
definido pela
seguinteequação:
PzV,
-
PrV pr:
z, -
z,
prV,
+ prVo,
Z,
+ Z,Em
que:
pr,
Vpr,
Zt
representama
densidade,velocidade
de
propagação eimpedância acústica, respectivamente,
do meio
de
propagação; Epb
Ypz,Zz
sãoreferentes ao meio reflectivo.
Na
tabela
que
se
segue estão indicadosos
valores
padrãodo
Coeficiente
deReflexão para os quatro tipos principais de reflexões detectadas no registo sísmico;
as reflexões resultantes das interfaces: água
I
ar,ágta/
sedimentos não consolidados, sedimentos não consolidados / rocha e água / rocha (Tabela 2.1).Meio de
Propagaçiio
Meio reflectivo Co elicie nte de RetlexãoÁgua Ár 0,99
Água Sedimentos não consolidados 0,22
Água Rocha 0,78
Sedímentos nãa consolidados Rocha 0,43
Tabela 2.1
-
Tabela dos valores típicos do Coeficiente de Reflexão para as quatro interfaces tipo [Hobbs & Dam e, lgg}].Contudo, se
o
contraste entre a impedância acústica entre os dois meios nãofor
suficientemente
forte
pode ocorrero
fenómenode
refracçãoda
onda acústica, ouseja,
a
onda acústica consegue atravessara
superfíciede
separação dos meios.A
Figura 2.2 representa de um modo esquemático os dois fenómenos fisicos que podem
ocoÍrer
simultaneamentena
interface entredois meios:
reflexão e refracção.
Astrajectórias definidas pelas ondas reflectidas e transmitidas (resultantes da reflexão e
da refracção, respectivamente) estão dependentes
do
ângulode
incidência da ondaemitida; o ângulo
r
(definido pela onda reflectida) é igual ao ânguloi
(definido
paraa
ondaemitida)
mas, paraum
dado ânguloi
corresponderão diferentes ângulost
(definido
paraa
onda transmitida) originando dispersãoda
ondano
meio
(Figura2.2.a).
a)
í
b) It
ti
Figura 2:2
-
Representação esquemática dos fenómenos de reflexão e de refracção. i-onda incidente,
r
-
onda reflectida e t-
onda transmitida. a) Relação angular ãntre aonda incidente e as ondas reflectida e transmitida. b) Valores de amplituãe das ondas
incidente, transmitida e reflectida.
Considerando que não ocorre perda de energia na superfície de transição entre os
dois
meios(numa
situaçãoideal),
verifica-se queo
somatórioda
energiada
ondatransmitida
e
da
ondareflectida
seráigual a
energia da
onda incidente.Na
maior+-/
il
t
t
:,
t:
/---tíV\
l*
Iparte dos casos,
a
fracção de energiareflectida é diminuta em
comparaçãocom
afracção
de
energia transmitidao
que permitea
detecção de reflexõesde
interfacesprofundas (Figur a 2.2.b) .
Analisando as amplitudes das ondas reflectidas pode-se
avaliar a
magnitude docontraste acústico das interfaces responsáveis pelas reflexões e
inferir
seo
contrasteé positivo ou negativo, ou seja, se a variação de impedância acústica é crescente (i.e.,
ZpZ)
ou
decrescente(i.
e.,
21<22-).Tendo em
conta quetanto
o
coeficiente
dereflexão como
o
sinal
do
contraste acústico são predominantementedefinidos
porfactores geológicos, tais como a
litologia
do meio, pode-se estabelecer uma relaçãoentre as interfaces reflectivas registadas e as variações geológicas.
euando
duas ondas acústicasse
sobrepõem elasinterferem
e
o
efeito
obtido,designado
por
interferência, que
consiste
na
soma
dos efeitos
de
cada
ondaseparadamente; podendo tratar-se de uma interferência positiva ou construtiva (onde
se observa um aumento da amplitude), ou de uma interferência negativa ou destrutiva (ocorrendo uma diminuição da amplitude da onda).
Considerando
o
efeito
de interferência, podemsurgir
novas questões:"Qual
é
adistância
mínima entre
duas
interfacespara que as
suasondas reflectidas
nãointerfiram?",
"Com
que espaçamentovertical
se registaa
interferência construtivamáxima?,'
ou
,,eual
é
a
distância
mínima entre
interfaces
para que
as
suasrespectivas ondas reflectidas sejam individualizáveis?". Para poder responder a estas questões é necessario conhecer o comprimento da onda emitida.
Na
Figura 2.3 estãoesquematizados
os vários
graus
de
interferência
entre as
ondas reflectidas
das1t4 L decrescente 112 ^ Não há interferência Calcário vp = 5000 m/s Argilito vo = 3000 m/s Amplitude
!
{ <1/30 À Interferência máxima Reflexáo do topo do calcário Náo há interferência Reflexào dabase do calcário Reflexões distintas para a base e topo do
Argilito v, = 3000 m/s
Não se origina reflexáo
Figura 2.3
-
Interferência entre as ondas reflectidas das interfaces de base e topo a várias distancias;A
espessura do calcário tem que ser mais de metade do comprimento de onda para não ocorrereminterferências entre as reflexões de base e topo. Nas situações em que a espessura e t/c do comprimento
de onda regista-se a interferência construtiva máxima entre as refláxões dêstas duas interfaces, a partir
desta espessura as duas reflexões deixam de ser individualizáveis. Camadas com espessura vertical
inferiore
a
1/8 do comprimento de onda não são distinguíveis çomo tal; assemelhando-se a uma reflexão fracae
isolada no registo sísmico. Se a .rpeiru.a do calcáriofor
inferiora
l/30
do comprimento de onda, esta variação litológica não é perceptível no registo sísmico. Adaptado deBadley Í19471.
A
resolução
vertical
pode serdefinida
comoa
distânciavertical mínima
entreduas interfaces, necessáriapara dar origem a duas reflexões distintas e reconheÇíveis
no
registo sísmico,ou
seja, a resoluçãovertical
éigual
Yq do comprimento de ondado
sinal emitido.
Deste
modo,
quanto menor
o
comprimento
de onda
(À.) (i.e.frequências
mais
altâs)maior
seráa
resoluçãovertical
[Bertram&
Milton,
1996].Confudo,
a
resolução
vertical
decrescecom
a
profundidade,
uma
vez que
asfrequência altas são atenuadas mais depressa que as frequências baixas.
A
resoluçãohorizontal,
por
seu lado, é dada pelo raioda
Zona de Fresnel(i.
e.,área
circular
quereflecte
a
energia sísmica) quepode
ser expressopela
seguinteequaÇão:
r"r
--x
V 2Em que:
r/:
raio
daZona de Fresnel;V:
velocidade média;t:
tempo-duplo em segundo s;f :
frequência em hertz. Deste modo, a resoluçãohorizontal
depende daF
l_
frequência da onda reflectida, da distância a que se encontra a interface em questão e da velocidade média de propagação.
Os
reflectores
(i.
e., sequência de reflexõesindividuais
geradas ao longo de umainterface)
podem ser representados graficamenteno
registo
sísmico,com
base nointervalo de tempo decorrido desde que
o
sinal acústico éemitido
até que é captadopelo sistema receptor, ou seja, com uma escala vertical em
"tempo
duplo"
(T.W.T.).
Conhecendo a velocidade de propagação do som nos vários meios é possível calcular
a que profundidade se encontram as interfaces,
ou
seja transformar a escala verticalem tempo duplo para profundidade em metros.
2.1.1.
Componentes
dos sistemas de Sísmica de
Reflexão
Cada
sistema
sísmico
é
caracterizado
por
duas
propriedades
inversamenterelacionadas: resolução
e
penetração; capacidadesdefinidas
pela
amplitude
efrequência
do
sinal emitido.
Maior
frequênciaimplica
menor
penetraçãoe
maiorresolução consequentemente uma menor frequência leva
a maior
penetração mas auma menor resolução. Dependendo da amplitude e da frequência desejada pode-se
optar
por
vários
sistemas transdutores/emissores,ou
seja, diferentes
fontes
deenergia.
por
exemplo:no
caso dos sistemas Boomero
impulso
sonoroemitido
éproduzido
pelo
embate electromagneticamenteinduzido de
duas placas metálicas,enquanto que nos sistemas
§parker a
onda de pressáoé
geradapor
uma descargaeléctrica libertada por eléctrodos colocados na água.
As
linhas
sísmicasIAM,
ARzuFANO
eBIGSETS foram
obtidas recoÍrendo aosistema
de
canhõesde ar.
Neste sistemao
impulso
acústico resultada
libertação instantâneade
ar
comprimido
a
3-10 metros abaixoda
superfícieda
água.O ar
éinicialmente transferido de
um
compressor de ar a bordodo
barco até à câmara deoperações de volume
fixo
ondefica
arrnazenado, sendo em seguida injectado para acâmara de disparo onde ocorrerá a libertação do ar, através de
orifícios
na parede dacâmara
de
disparo (Figura
2.4).
A
energia acústicaemitida
pelo
canhãode ar
ear produz uma
nipida
onda de choqueprincipal
seguida de várias ondas de choque secundárias resultantes das repetidas expansõese
colapsosda bolha de
ar
face
apressão hidrostática.
Câmara de operações
Pistão de ligação Câmara de disparo
Figura 2.4
-
Interior de um canhão de ar. O ar a alta pressão arrnazenado na câmara de operações é injectado através do pistão de ligação para a câmara de disparo. A energia acústica emitida pelo canhão de ar é função da pressão e volume da câmára de disparo-.Na
sísmica de reflexãomariúa
utilizam-se geralmente como receptores acústicossistemas receptores/transdutores cerâmicos
-
designadospor
hidrofones.
Estessistemas têm uma grande sensibilidade para as pequenas vibrações da água que são
traduzidas para impulsos eléctricos transmitidos, através
de
um
cabode sinal,
aosistema de aquisição de dados.
Nos
equipamentosque visam
a
obtençãode
perfis
sísmicosde alta
resolução,(indicados para
o
estudo de sedimentos não consolidados pouco profundos), a fontede energia pode estar instalada na mesma estrutura que os hidrofones. Todavia, nos
equipamentos com maior capacidade penetrativa, os hidrofones têm necessariamente
de
se
encontrar
separadosda
fonte
acústica. Normalmente, nestes casos,
oshidrofones encontram-se num streamer arrastado atrás do navio (Figura 2.5).
Malha de canhÕes de ar
Sfreamer
}
ri,
Figura 2.5
-
Esquema da disposição de um equipamento de sísmica multicanal. Umafonte sísmica (Malha de caúões de ar) rebocada pelo navio emite ondas sÍsmicas que
se propagam atraves dos sedimentos ou rocha, sofrendo reflexões nas interfaces que
separam materiais com propriedades acústicas distintas.
A
recepção das onáu.O streamer
é
umdispositivo
constituído por varios hidrofones e um amplificador,encerrados
num tubo flexível de PVC
preenchidopor um líquido
(normalmentequerosene) que
lhe
confere uma impedância acústicaigual a
da água. Este líquidoconfere
ao
streamer
uma
flutuabilidade positiva, controlada
por
flutuadoresmonitorizados
remotamentedo
navio. Para
sinalização,
no final do
streamerencontra-se uma boia. Estes dispositivos (s/re amer) podem apresentar mais de 5
km
de
comprimento,o
quepossibilita
o
registo acústico bastante completo: desde dosecos mais superfícies até aos ecos mais profundos. Nos streamers de sísmica
multi-canal os hidrofones encontram-se subdivididos em grupos de hidrofones ligados emparalelo,
effi
que cada conjunto de hidrofones transmiteo
sinal
sísmiconum
canaldistinto.
A
medida queo
sinal acústico se propagavai
perdendo energia; a amplitude dosinal reflectido
vai
diminuindo com o tempo. Por esta razão, é necessário compensaressa perda
de
energia aplicandoum
ganhovariável
no
tempo(TVG).
Este ganhopode
ser adicionadopelo próprio
sistema receptorou
posteriormente. Contudo, eindependentemente
da
aplicação
do TVG,
cada sistema sísmico
tem
um
§ocoacústico,
caracterizadopela
superfíciea
partir
da
qualjá
nãoé
possível recolherinformação;
este dependeda
resoluçãoe
penetraçãodo
sistemae
da
natureza domaterial.
2.1.2.
Parâmetros
de
Aquisição
das
Linhas
Sísmicas
Os
dadosde
sísmicade
reflexão multicanal utlizados
paÍa
a
interpretação ecartografia estrutural do presente trabalho, foram obtidos no decurso das campanhas:
RIFANO,
IAM
e BIGSETS (Figura 2.6).
OsperÍis
sísmicosArrifano e
IAM
sãoperfis
de alta penetração e baixa resolução(-13-14
sTWT),
enquanto que asliúas
BIGSETS são
liúas
de resolução e penetração media(-9-10
sTWT)-Durante
a
campanha BIGSETS'98,
rcalizadaa
bordo
do navio
oceanográficoíJrania,foram
adquiridas 26liúas,
perfazendo umtotal de2.7l5
km
de sísmica, aolongo
da
Margem
Sudoeste Portuguesa.
Os
perfis
sísmicos
dispõem-seperfis
com orientação variáveis entreNE-SW
eE-W
que intersectam osperfis
comas
orientações anteriormente mencionadas. Estaslinhas
foram
adquiridascom
4canhões
de
ar
2
SoderaG.It'.,
equipadoscom
câmaras extrasque
lhe
conferem diferentes volumes de artotal
(de 2.5 a 7.6litros)
e uma pressão detiro
ajustável de140 a 200 bar. Dependendo das linhas o intervalo entre disparos
foi
deI0,
15 e 20 s,o que a uma velocidade de navegação de 4.5
-
5 nós, corresponde a um espaçamentode 25
m,
37,5 m ou 50 m, respectivamente. Foiutili
zado um streamer de 48 canais e 1200 m de comprimento, com hidrofones agrupados de 25 m em 25m,com ,ma
taxade amostragem de
I
msfZitellini,
1998; Rovere,Z}}Z;Zitellini
eta|.,2004].
Os 3820
km
de linhas sísmicasIAM
foram adquiridas com: malha de 36 canhões de ar agrupados em 6 grupos com um volume total de 123,3 litros e pressão de 1,3gx
l07Pa; streamer de 5000 m,
com
192 çanais de 40 hidrofones cada, agrupados de 25em 25 metros; intervalo de disparo de 75 m e taxa de amostragem de 4 ms [Ban da et
al.,
1995).As
linhasArrifano
foram adquiridas durante a campanhazuFANO'92,
abordo donavio Explora,
equipadocom:
uma malha de32
caúões
dear
de uma capacidadetotal
de 80litros
(com intervalo de disparos de 50 metros); um streamer de 3km
de120 çanais, hidrofones agrupados de 25 em 25 metros e uma penetrativa de 13 e 14 s
(TWT);
taxa de amostragem deI
ms. Durante esta campanha adquiram-se 2000km
de linhas sísmica, segundo direcções aproximadamente paralelas ou perpendiculares
a NNW-SSE, entre as planícies abissais de Seine e do Tejo e entre do
Arco
Gibraltare a Planície da
FerraduralZitellini
et a\.,20A41.O
processamento das linhas multicanal apresentadas neste trabalhofoi
efectuadono
Instituto
de
Geologia Marinha
de
Bolonha
com
o
programa
DISCO,
daPARADIGM
Inc;
para conhecer mais detalhes relativos ao processamento consultarFigura 2.6
-
Localização das linhas sísmica utilizadas neste trabalho- LinhasglcsEr
a azul, linhaAR
10 a verde e linha IAM 2W a vermelho. curvasbatimétricas com equidistância vertical de 200 metros'