Departamento de Matem´
atica
Sobre a Estabiliza¸
c˜
ao de Sistemas
Lineares
Maria Cristina Canelas Lopes Ferreira
Doutoramento em Matem´atica(Matem´atica, especialidade de ´Algebra, L´ogica e Fundamentos)
Departamento de Matem´
atica
Sobre a Estabiliza¸
c˜
ao de Sistemas
Lineares
Maria Cristina Canelas Lopes Ferreira
Tese orientada pelo Professor Doutor Fernando Abel Concei¸c˜ao Silva, especialmente elaborada para a obten¸c˜ao do grau de doutor em Matem´atica
óóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóó
(O vento lá fora)
aos responsáveis pelo Centro de Estruturas Lineares e Combina-tórias (CELC), pelo apoio nanceiro para participação em reuniões cientícas no país e no estrangeiro.
aos colegas do departamento de Matemática da Universidade de Aveiro e a todos os que nele trabalham, pelo companheirismo e pelas excelentes condições de trabalho.
a todos aqueles que me deram sugestões, críticas e esclareci-mentos para uma maior simplicidade e clareza na escrita deste texto, em particular aos Professores Doutores Paolo Vettori e Rita Simões, pela disponibilidade e pelo apoio.
aos Amigos que, estando sempre presentes, me deram força para continuar nos momentos mais difíceis.
a Lyapunov estabelece que −A é estável se e só se existe uma matriz hermítica H denida positiva tal que AH + HA∗ é denida positiva.
O teorema geral de inércia, devido a Ostrowski, Scheneider e Taussky, estabelece que existe uma matriz hermítica H tal que AH + HA∗ é
denida positiva se o só se A não tem valores próprios com parte real nula; e, neste caso, as inércias de A e H coincidem.
Um par (A, B) de matrizes de tamanhos n×n e n×m, respetivamente, diz-se estabilizável se existe X tal que A + BX é estável.
Nesta dissertação, os resultados anteriores e outros teoremas sobre inércia foram generalizados para pares de matrizes, com vista a estudar a estabilização. De seguida, resultados análogos sobre a estabilização com respeito ao círculo unitário foram também considerados.
palavras-chave
estabilidadeestabilização inércia de matrizes matrizes hermíticas
tes that −A is stable if and only if there exists a (Hermitian) positive denite matrix H such that AH + HA∗ is positive denite. The main
inertia theorem, due to Ostrowski, Scheneider and Taussky, states that there exists a Hermitian matrix H such that AH + HA∗ is positive
denite if and only if A has no eigenvalues with zero real part; and, in that case, the inertias of A and H coincide. A pair (A, B) of matrices of sizes n × n and n × m, respectively, is said to be stabilizable if there exists X such that A + BX is stable.
In this work, the results above and other inertia theorems were gene-ralized to pairs of matrices, in order to study stabilization. Analogous questions about stabilization with respect to the unit disc were also considered.
keywords
StabilityStabilization Inertia of matrices Hermitian matrices
1 Introdução 1
1.1 Preliminares . . . 1
1.2 Estabilidade de Sistemas Lineares . . . 9
1.2.1 Sistemas com Variáveis Contínuas . . . 10
1.2.2 Sistemas com Variáveis Discretas . . . 18
1.3 Objetivo . . . 29
2 Estabilização de Sistemas de Variável Contínua 33 2.1 Generalização do Teorema de Lyapunov . . . 33
2.2 Generalização do Teorema Geral da Inércia . . . 37
2.3 Generalização de um Teorema de Chen e Wimmer . . . 46
2.4 Um Teorema de Inércia de Loewy . . . 57
2.5 A Desigualdade π(AH + HA∗) ≥ l . . . 61
3 Estabilização de Sistemas de Variável Discreta 71 3.1 Generalização do Teorema de Stein . . . 72
3.3 A Desigualdade π(H + AHA∗) ≥ l . . . 88
Referências Bibliográcas 96
Introdução
1.1 Preliminares
Vamos começar por referir algumas notações e alguns resultados bem co-nhecidos que serão utilizados ao longo deste trabalho. Mais detalhes sobre os resultados aqui referidos podem ser encontrados em diversos livros sobre teoria de matrizes como, por exemplo, [8, 11, 13].
Vamos representar por F qualquer elemento do conjunto {R, C}, onde R representa o corpo dos números reais e C representa o corpo dos números complexos. Representamos por F[x] o anel dos polinómios na indeterminada x com coecientes em F e por gr(f) o grau de f ∈ F[x] \ {0}.
Dados dois polinómios f e g ∈ F[x] \ {0}, escrevemos f | g sempre que f divide g e dizemos que f é mónico se o monómio de maior grau que ocorre em f tem coeciente 1.
Vamos agora referir também algumas notações para matrizes. Assim se m e n forem inteiros positivos, F[x]m×n e Fm×n representam os conjuntos das
matrizes de tamanho m × n com coecientes em F[x] e F, respetivamente. Usamos, em geral, letras maiúsculas do alfabeto latino para representar matrizes.
A matriz identidade de ordem n é representada por In e se n e m forem
inteiros positivos, 0n,m, 0n e 0 representam, respetivamente, a matriz nula
de tamanho n × m, a matriz nula de tamanho n × n, e uma matriz nula de tamanho não especicado. Representamos por e(n)
i a i-ésima linha ou a
i-ésima coluna da matriz identidade de ordem n, In.
Representamos por diag(a1, . . . , an) a matriz diagonal de ordem n, cuja
en-trada (i, i) é ai, i ∈ {1, . . . , n}, que tem todas as outras entradas nulas.
Se A ∈ Cn×m, car(A) e tr(A) representam, respetivamente, a caraterística
e o traço da matriz A.
Se A ∈ Cn×m, Ate A∗ = (A)t representam,respetivamente, a matriz
trans-posta e a matriz transconjugada de A.
deter-minante, o espetro e o raio espetral da matriz A. Se det(A) 6= 0, A−1
representa a inversa de A.
Representamos pelo símbolo ⊕ a soma direta de matrizes e por ∗ entradas não especicadas de uma matriz.
Seja H ∈ Cn×n uma matriz hermítica. Escrevemos H > 0 quando H é
denida positiva e H ≥ 0 quando H é semidenida positiva.
Seja A = [aij] ∈ Cn×n. Dizemos que A é diagonalmente dominante por
linhas se |aii| > X j6=i |aij|, para todo i ∈ {1, . . . , n}.
Teorema 1.1 [11] Seja A ∈ Cn×n uma matriz diagonalmente dominante
por linhas.
1. Se todas as entradas da diagonal principal de A são reais positivas, então todos os valores próprios de A têm parte real positiva.
2. Se A é hermítica e todas as suas entradas principais são reais positivas, então todos os valores próprios de A são reais positivos.
(π0, ν0, δ0) quando π ≤ π0, ν ≤ ν0 e δ ≤ δ0.
Seja A ∈ F[x]m×n. Para cada j ∈ {1, . . . , r}, onde r = car(A),
chama-mos divisor determinantal de ordem j de A ao máximo divisor comum mónico dos menores de ordem j de A, que será representado por dj(A).
Em particular, d1(A) é o máximo divisor comum mónico dos elementos da
matriz. Além disso, dj(A) 6= 0, para j ∈ {1, . . . , r}, e convencionamos que
dj(A) = 0, para j > r. Por outro lado, convencionamos que d0(A) = 1.
Resulta da regra de Laplace para o desenvolvimento do determinante que d0(A) | d1(A) | · · · | dr(A).
Seja A ∈ F[x]m×n. Para cada j ∈ {1, . . . , r}, onde r = car(A), designamos
por j-ésimo fator invariante de A ∈ F[x]m×n o elemento
sj(x) =
dj(A)
dj−1(A)
.
Seja A ∈ Fn×n. Aos fatores invariantes da matriz xI
n− A ∈ F[x]n×n
cha-mamos polinómios invariantes de A.
Como a matriz xIn− A tem caraterística n, então A tem n polinómios
in-variantes.
Dizemos que as matrizes A ∈ F[x]m×n e B ∈ F[x]m×n são equivalentes,
se existirem matrizes invertíveis U ∈ F[x]m×m e V ∈ F[x]n×n tais que
A = U BV.
Seja A ∈ F[x]m×n. Então A é equivalente a uma única matriz com a forma diag(f1, . . . , fr) 0 0 0 ,
onde f1, . . . , fr são polinómios mónicos tais que f1 | f2 | . . . | fr e r é a
cara-terística de A. Nestas condições, para cada j ∈ {1, . . . , r}, onde r = car(A), fj é o j-ésimo fator invariante de A.
A esta matriz chamamos forma normal de Smith de A, a qual será repre-sentada por S(A).
Podemos concluir que as matrizes A, B ∈ F[x]m×n são equivalentes se e só
se têm os mesmos fatores invariantes.
Designamos por polinómio mínimo de A ∈ Fn×n o polinómio h ∈ F[x]
mónico de grau mínimo tal que h(A) = 0.
Dizemos que A ∈ Fn×n é não derrogatória se o seu polinómio mínimo e o
seu polinómio caraterístico, det(xIn− A), coincidem.
Sejam f1 | . . . | fr os polinómios invariantes de A ∈ Fn×n não constantes.
Representamos por i(A) o número r. Os polinómios mínimo e caraterís-tico de A, são, respetivamente, h = fr e f = f1· · · fr. Assim, A é não
Dado um polinómio mónico f(x) = xk+ a
k−1xk−1+ · · · + a0 ∈ F[x], com
k ≥ 1, chamamos matriz companheira de f a C(f ) = 0 Ik−1 −a0 −a1 · · · − ak−1 ∈ F k×k.
Os polinómios invariantes de C(f) são 1, . . . , 1, f. Assim, xIk − C(f ) e
diag(1, . . . , 1, f ) são equivalentes e C(f) é não derrogatória.
Dizemos que A ∈ Fn×n e B ∈ Fn×n são semelhantes se existir uma matriz
não singular U ∈ Fn×n tal que
A = U BU−1.
É conhecido que A, B ∈ Fn×n são semelhantes se e só se xI
n− Ae xIn− B
são equivalentes em F[x]n×n.
Assim, duas matrizes A, B ∈ Fn×n são semelhantes se e só se têm os mesmos
polinómios invariantes.
Forma normal racional para a semelhança [10, 13]
Toda a matriz A ∈ Fn×n é semelhante com uma única matriz da forma
C(f1) ⊕ · · · ⊕ C(fr),
onde r = car(A) e f1 | f2 | . . . | fr são polinómios mónicos não constantes.
Um bloco de Jordan de ordem k é uma matriz k × k da forma Jk(λ) = λIk+ 0 Ik−1 0 0 , ∈ F k×k onde λ ∈ C.
Forma normal de Jordan [11, 13]
Uma matriz A ∈ Cn×n é semelhante com uma matriz com a forma
J = Jn1(λ1) ⊕ Jn2(λ2) ⊕ · · · ⊕ Jnk(λk) (1.1)
onde λi ∈ C, para i ∈ {1, 2, . . . , k}, é um valor próprio de A de
multiplici-dade ni e n1+ n2+ · · · + nk = n.
Uma matriz com a forma anterior chama-se forma normal de Jordan de A. Esta matriz é única a menos da permutação dos blocos de Jordan.
Por vezes é útil saber que toda a matriz A ∈ Cn×n é semelhante com uma
matriz da forma (1.1) na qual todos os elementos iguais a 1, situados imedi-atamente acima da diagonal principal, são substituídos por 6= 0 e pode ser tomado com módulo arbitrariamente pequeno.
Um bloco de Jordan generalizado é uma matriz da forma
Jk,(λ) = λIk+ 0 Ik−1 0 0 , onde λ ∈ C e ∈ C\{0}.
Forma normal de Jordan generalizada [11]
Dados uma matriz A ∈ Cn×n e 6= 0, então A é semelhantcom a uma matriz
com a forma
Jn1,(λ1) ⊕ Jn2,(λ2) ⊕ · · · ⊕ Jnk,(λk) (1.2)
onde λi ∈ C, para i ∈ {1, 2, . . . , k}, é um valor próprio de A de
multiplici-dade ni e n1+ n2+ · · · + nk = n.
Lema 1.2 [10, 13] Seja A ∈ Fn×n. A equação AX + XB = C tem uma
única solução XC ∈ Fn×n, para qualquer C ∈ Fn×n, se e só se A e −B não
têm valores próprios em comum.
Sejam H, H0
∈ Fn×n. Dizemos que H e H0 são congruentes se existir uma
matriz não singular S ∈ Fn×n tal que
H = SH0S∗. (1.3) Forma normal para a congruência de matrizes hermíticas [11, 13] Uma matriz hermítica H ∈ Fn×n é congruente com uma matriz com a forma
Is⊕ −Ir−s⊕ 0n−r,
onde r = car(H) e s é o número de valores próprios positivos de H contando as multiplicidades.
O próximo resultado garante que pequenas alterações nas entradas de uma matriz A ∈ Cn×n conduzem a pequenas alterações nos valores próprios de
A. Por isso, podemos falar em continuidade dos valores próprios de uma matriz.
Teorema da continuidade de valores próprios [2, 12]
Sejam A = [aij] ∈ Cn×n uma matriz e λ1, . . . , λtos valores próprios distintos
de A. Seja mi a multiplicidade algébrica de λi, i ∈ {1, . . . , t}. Para todo o
δ > 0, existe > 0 tal que, para toda a matriz A0 = [a0ij] ∈ Cn×n, se
max
i,j |a 0
ij − aij| < ,
então A0 tem m
i valores próprios no disco com centro em λi e raio δ.
1.2 Estabilidade de Sistemas Lineares
Nesta secção, referem-se alguns conceitos e alguns resultados fundamentais sobre a estabilidade de sistemas lineares. Mais detalhes sobre estabilidade podem ser encontrados em diversos livros sobre teoria de sistemas, teoria de matrizes, equações diferenciais ou equações com diferenças, como por exemplo [11, 13, 18].
1.2.1 Sistemas com Variáveis Contínuas
Consideremos um sistema S descrito por uma lista nita de variáveis de estado x1(t), . . . , xn(t), denidas em R+0, que tomam valores em F e
obede-cem a um sistema de equações diferenciais lineares de primeira ordem com coecientes constantes, dx(t) dt = Ax(t), onde A ∈ F n×n, e (1.4) x(t) = x1(t) ... xn(t) .
Denição 1.3 Dizemos que um sistema S cujas variáveis de estado obe-decem a (1.4) é estável, se todas as soluções de (1.4) convergem para zero, quando t → +∞.
Prova-se que o sistema (1.4) é estável se e só se todos os valores próprios de A têm parte real negativa.
Denição 1.4 Dizemos que uma matriz A ∈ Cn×n é estável se todos os
seus valores próprios têm parte real negativa.
Por conveniência, vamos dizer que uma matriz A ∈ Cn×n é estável positiva
estável.
Denição 1.5 A inércia de um polinómio f ∈ C[x] \ {0}, é o triplo In(f ) = (π(f ), ν(f ), δ(f )),
onde π(f), ν(f) e δ(f)) representam, respetivamente, o número de raízes de f com parte real positiva, negativa e nula.
Denição 1.6 A inércia de uma matriz A ∈ Cn×n é a inércia do seu
poli-nómio caraterístico e representa-se por In(A) = (π(A), ν(A), δ(A)).
Assim, A ∈ Cn×n é estável positiva se e só se In(A) = (n, 0, 0).
Teorema 1.7 (Teorema de Lyapunov, caso complexo) [11, 13] Uma matriz A ∈ Cn×n é estável positiva se e só se existe uma matriz
her-mítica denida positiva H ∈ Cn×n tal que AH + HA∗ é denida positiva.
Demonstração. Suponhamos que A é estável positiva. Seja um número real positivo tal que < Re(λi), i ∈ {1, . . . , s}. Seja S ∈ Cn×n uma matriz
invertível tal que
A0 := S−1AS =
s
M
i=1
tem uma forma normal de Jordan generalizada. Então A0+ A0∗= s M i=1 2 Re(λi) 0 2 Re(λi) ... ... ... 0 2 Re(λi) .
Como < Re(λi), i ∈ {1, . . . , s} e A0 + A0∗ é hermítica e diagonalmente
dominante por linhas, pelo teorema 1.1, os valores próprios de A0+ A0∗ são
reais positivos e A0+ A0∗ é denida positiva. Portanto,
S(A0 + A0∗)S∗ = A(SS∗) + (SS∗)A∗
é denida positiva. Seja x ∈ Cn×1\{0}. Como S é invertível, S∗x 6= 0.
Assim, x∗SS∗x > 0 e SS∗ é denida positiva.
Reciprocamente, suponhamos que existe uma matriz denida positiva H ∈ Cn×n tal que AH + HA∗ é denida positiva. Seja λ ∈ C um valor próprio de A e seja u ∈ Cn×1 um vetor próprio de A∗ associado ao valor próprio λ.
Então,
0 < u∗(AH + HA∗)u = λu∗Hu + λu∗Hu = 2 Re(λ)u∗Hu. Como H é denida positiva, u∗Hu > 0. Logo Re(λ) > 0.
Estamos agora em condições de considerar uma generalização do teorema de Lyapunov.
Teorema 1.8 (Teorema Geral da Inércia, caso complexo) [15, 20] Seja A ∈ Cn×n. Existe uma matriz hermítica H ∈ Cn×n tal que
AH + HA∗ > 0 (1.5) se e só se δ(A) = 0. E se H ∈ Cn×n é uma matriz hermítica tal que (1.5)
então In(A) = In(H).
Demonstração. Suponhamos que existe uma matriz hermítica H ∈ Cn×n
tal que (1.5) é válida. Suponhamos que A tem um valor próprio ia, com a ∈ R. Então A é semelhante com uma matriz com a forma
A0 := SAS−1 = ia 0 ∗ A0 , onde S ∈ Cn×n é invertível, a ∈ R e A 0 ∈ C(n−1)×(n−1). Seja H0 := SHS∗.
É fácil vericar que a entrada (1, 1) de A0H0+ H0A0∗é nula, o que é absurdo,
pois S(AH + HA∗)S∗ = A0H0+ H0A0∗ é denida positiva. Logo δ(A) = 0.
Reciprocamente, suponhamos que δ(A) = 0. Então A é semelhante com uma matriz com forma
A0 := T−1AT = A1⊕ A2,
onde T ∈ Cn×n é invertível, todos os valores próprios de A
1 ∈ Cn1×n1 têm
parte real positiva e todos os valores próprios de A2 ∈ Cn2×n2 têm parte real
H1 ∈ Cn1×n1 e H2 ∈ Cn2×n2 tais que A1H1+ H1A∗1 e (−A2)H2+ H2(−A2)∗
são denidas positivas. Então H0 := H
1⊕ (−H2)é hermítica e
A0H0+ H0A0∗= (A1H1+ H1A∗1) ⊕ ((−A2)H2+ H2(−A2)∗)
é denida positiva. Logo
T (A0H0+ H0A0∗)T∗ = A(T H0T∗) + (T H0T∗)A∗
é denida positiva. Finalmente, vamos provar por indução em n que, se existe uma matriz hermítica H ∈ Cn×ntal que AH+HA∗é denida positiva,
então In(A) = In(H). Este resultado é trivial quando n = 1.
Suponhamos que n ≥ 2. Então A é semelhante com uma matriz com a forma, A0 := SAS−1 = A1,1 0 A2,2 a2,2 , onde S ∈ Cn×n é invertível e A 1,1 ∈ C(n−1)×(n−1).
Particionemos H0 := SHS∗ do seguinte modo:
H0 := SHS∗ = H1,1 H1,2 H1,2∗ h2,2 , onde H1,1 ∈ C(n−1)×(n−1) é hermítica. Então
S(AH + HA∗)S∗ = A0H0+ H0A0∗= A1,1H1,1+ H1,1A∗1,1 ∗ ∗ ∗ é denida positiva. Donde A1,1H1,1 + H1,1A∗1,1 é denida positiva. Pela
e In(A1,1) = In(H1,1). Portanto H1,1 é uma matriz invertível e podemos
denir uma nova matriz V = In−1 0 −H∗ 1,2H −1 1,1 1 . Então H0 é congruente com
H00:= V H0V∗ = H1,1⊕ [h02,2], para algum h0 2,2 ∈ R. Notemos que A00 := V A0V−1 = A1,1 0 A02,1 a2,2 , para algum A0 2,1 ∈ C1×(n−1). Então V (A0H0+ H0A0∗)V∗ = A00H00+ H00A00∗ = A1,1H1,1+ H1,1A∗1,1 ∗ ∗ a2,2h02,2+ h02,2a2,2 é denida positiva. Logo a2,2h02,2 + h
0
2,2a2,2 > 0. Donde a parte real de a2,2
e o real h0
2,2 têm o mesmo sinal, ou seja, In([a2,2]) = In([h02,2)]. Já vimos
que In(A11) = In(H11). Tendo em conta as formas das matrizes A00 e H00
deduzimos que In(A00) = In(H00). Como A, A00são semelhantes e H, H00 são
congruentes, deduzimos que In(A) = In(H).
Teorema 1.9 Seja G ∈ Cn×n uma matriz denida positiva. Uma matriz
A ∈ Cn×n é estável positiva se e só se existe uma matriz denida positiva H ∈ Cn×n tal que AH + HA∗ = G.
Demonstração. (⇐) Resulta do teorema de Lyapunov.
(⇒) Suponhamos que A ∈ Cn×n é estável positiva. De acordo com o lema
1.2, existe H ∈ Cn×n tal que AH + HA∗ = G. Donde AH∗ + H∗A∗ =
(AH + HA∗)∗ = G∗ = G. Pelo lema 1.2, H = H∗ e pelo teorema 1.8 In(A) = In(H). Como A é estável positiva, deduzimos que todos valores próprios de H são reais positivos, ou seja, H é denida positiva.
Corolário 1.10 Uma matriz A ∈ Cn×n é estável positiva se e só se existe
uma matriz denida positiva H ∈ Cn×n tal que AH + HA∗ = I n.
Vamos agora ver que o teorema de Lyapunov e o teorema geral da inércia ainda são válidos no caso de se trabalhar em R.
Teorema 1.11 (Teorema de Lyapunov, caso real)
Uma matriz A ∈ Rn×n é estável positiva se e só se existe uma matriz denida
positiva H ∈ Rn×n tal que AH + HAt é denida positiva.
Demonstração. (⇐) Resulta do teorema 1.7.
(⇒) Pelo corolário 1.10, existe uma matriz denida positiva H ∈ Cn×n tal
que AH + HA∗ = I
n é denida positiva. Pelo lema 1.2, existe X ∈ Rn×n
tal que AX + XA∗ = I
Teorema 1.12 (Teorema Geral da Inércia, caso real)
Seja A ∈ Rn×n. Existe uma matriz simétrica H ∈ Rn×n tal que AH + HAt
é denida positiva se e só se δ(A) = 0. Além disso, se existir uma matriz simétrica H ∈ Rn×n tal que AH + HAt é denida positiva, então In(A) =
In(H).
Demonstração. Se existir uma matiz simétrica H ∈ Rn×n tal que
AH + HAt é denida positiva, então, pelo teorema 1.8, δ(A) = 0 e In(A) =
In(H).
Com argumentos análogos a argumentos utilizados na demonstração do te-orema 1.8, prova-se que, se δ(A) = 0, então existe uma matriz simétrica H ∈ Rn×n tal que AH + HAt é denida positiva.
Observemos que, para toda a matriz A ∈ Fn×n, toda a matriz hermítica
H ∈ Fn×n e toda a matriz não singular S ∈ Fn×n, temos que
AH + HA∗ é congruente com
(SAS−1)(SHS∗) + (SHS∗)(SAS−1)∗.
Utilizando esta observação, é fácil ver que o teorema geral da inércia, quer no caso real quer no caso complexo, fornece um conjunto completo de relações entre as classes de semelhança de A e as classes de congruência de H quando
AH + HA∗ > 0 e o teorema geral da inércia pode ser enunciado como se segue.
Teorema 1.13 Sejam A, H ∈ Fn×n, onde H é uma matriz hermítica. As
armações seguintes são equivalentes:
(a1.13) Existe uma matriz hermítica H0 ∈ Fn×n, congruente com H, tal que
AH0+ H0A∗ > 0.
(b1.13) Existe uma matriz A0 ∈ Fn×n, semelhante com A, tal que
A0H + HA0∗> 0.
(c1.13) Existe uma matriz hermítica H0 ∈ Fn×n, congruente com H, e existe
A0 ∈ Fn×n, semelhante com A, tais que A0H0+ H0A0∗ > 0. (d1.13) δ(A) = 0 e In(A) = In(H).
1.2.2 Sistemas com Variáveis Discretas
Consideremos um sistema S descrito pela equação
x(t + 1) = Ax(t) (1.6) onde A ∈ Fn×n e t é uma variável que toma valores no conjunto dos inteiros
Denição 1.14 Dizemos que o sistema S é estável se, para qualquer x(0) ∈ Fn×1, a solução (x(t))t∈N0 converge para 0.
Prova-se que o sistema S é estável se e só se todos os valores próprios de A têm módulo menor que 1.
Denição 1.15 Dizemos que A ∈ Cn×n é estável com respeito ao círculo
unitário se, todos os seus valores próprios λ1, λ2, . . . , λn pertencem ao
in-terior do círculo unitário, isto é, |λj| < 1, j ∈ {1, . . . , n}.
Vamos passar ao desenvolvimento de um método análogo ao desenvolvido no caso de variável contínua.
Lema 1.16 [13] Se A ∈ Cn×n é uma matriz estável com respeito ao círculo
unitário, então C = (In+ A)−1(In− A) é estável positiva.
Demonstração. Suponhamos que A é estável relativamente ao círculo unitário. Seja U ∈ Cn×n uma matriz invertível tal que U−1AU é triangular
superior: U−1AU = λ1 ∗ ... 0 λn .
Então U−1CU = (In+ U−1AU )−1(In− U−1AU ). Donde U−1CU = (1 + λ1)−1(1 − λ1) ∗ ... 0 (1 + λn)−1(1 − λn) .
Qualquer que seja k ∈ {1, . . . , n}, 2 Re 1 − λk 1 + λk = 1 − λk 1 + λk +1 − λk 1 + λk = 2 − 2|λk| 2 |1 + λk|2 > 0. Logo C é estável positiva.
Lema 1.17 [13] Seja A ∈ Cn×n uma matriz estável relativamente ao círculo
unitário. Seja C = (In + A)−1(In − A). Quaisquer que sejam H, G ∈
Cn×n, CH + HC∗ = G se e só se
H − AHA∗ = (2−1/2(In+ A))G(2−1/2(In+ A∗)).
Demonstração. Quaisquer que sejam H, G ∈ Cn×n,
CH + HC∗ = G ⇔ (In+ A)−1(In− A)H + H(In− A∗)(In+ A∗)−1= G
⇔ (In+ A)−1[(In− A)H(In+ A∗) + (In+ A)H(In− A∗)](In+ A∗)−1 = G
⇔ 2(H − AHA∗) = (In+ A)G(In+ A∗)
⇔ H − AHA∗ = (2−1/2(I
n+ A))G(2−1/2(In+ A∗).
De seguida recordamos dois teoremas de estabilidade e inércia com respeito ao círculo unitário [9, 13, 19, 21, 23].
Teorema 1.18 (Teorema de Stein, caso complexo) [13]
Uma matriz A ∈ Cn×n é estável com respeito ao círculo unitário se e só se
existe uma matriz denida positiva H ∈ Cn×n tal que
H − AHA∗ = G (equação de Stein) (1.7) é denida positiva.
Demonstração. Suponhamos que A ∈ Cn×n é uma matriz estável com
respeito ao círculo unitário.
De acordo com o lema 1.16, C = (In+ A)−1(In− A) é estável positiva. De
acordo com o teorema de Lyapunov, existe uma matriz denida positiva H ∈ Cn×n tal que CH + HC∗ = G, onde G ∈ Cn×n é denida positiva. De acordo com o lema 1.17,
H − AHA∗ = (2−1/2(In+ A))G(2−1/2(In+ A∗)).
Assim H − AHA∗ é congruente com G e, portanto, é denida positiva.
Cn×n tal que H − AHA∗ é denida positiva. Seja λ ∈ C um valor próprio de A e seja u ∈ Cn×1 um vetor próprio de A∗ associado ao valor próprio λ.
Então,
0 < u∗(H − AHA∗)u = (1 − |λ|2)u∗Hu.
Como H é denida positiva, u∗Hu > 0. Portanto 1 − |λ|2 > 0. Donde
|λ| < 1. Logo, A é estável relativamente ao círculo unitário.
Denição 1.19 A inércia com respeito ao círculo unitário de um polinómio f ∈ F[x] \ {0}, é o triplo eIn(f ) = (eπ(f ),eν(f ), eδ(f )), onde eπ(f ),eν(f ) e eδ(f) representam o número de raízes de f de módulo menor que 1, maior que 1 e igual a 1, respetivamente.
Denição 1.20 A inércia com respeito ao círculo unitário de A ∈ Cn×n é
a inércia com respeito ao círculo unitário do seu polinómio caraterístico e denota-se por In(A) = (e π(A),e eν(A), eδ(A)).
Teorema 1.21 (Teorema Geral da Inércia, caso complexo)[13] Seja A ∈ Cn×n. Existe uma matriz hermítica H ∈ Cn×n tal que H − AHA∗
é denida positiva se e só se eδ(A) = 0. Além disso, se existir uma matriz hermítica H ∈ Cn×n tal que H − AHA∗ é denida positiva então
e In(A) = In(H).
Demonstração. Suponhamos que existe uma matriz hermítica H ∈ Cn×n
tal que H − AHA∗ é denida positiva. Seja λ ∈ C um valor próprio de A.
Seja S ∈ Cn×n uma matriz invertível tal que
A0 := SAS−1 = λ 0 ∗ ∗ . Suponhamos que H0 := SHS∗ = [h
ij]. Então H − AHA∗ é congruente com
S(H − AHA∗)S∗ = H0 − A0H0A0∗ = h1,1(1 − |λ|2) ∗ ∗ ∗ . Como H − AHA∗ é denida positiva, h
1,1(1 − |λ|2) > 0. Portanto |λ| 6= 1.
Logo eδ(A) = 0.
Reciprocamente suponhamos que eδ(A) = 0. Seja T ∈ Cn×n uma matriz
invertível tal que
A0 := T−1AT = A1⊕ A2,
onde todos os valores próprios de A1 ∈ Cn1×n1 têm módulo inferior a 1 e
todos os valores próprios A2 ∈ Cn2×n2 têm módulo superior a 1. Então A2
é invertível e todos os valores próprios de A−1
2 têm módulo inferior a 1.
Pelo teorema de Stein, existem matrizes denidas positivas H1 ∈ Cn1×n1
e H2 ∈ Cn2×n2 tais que H1 − A1H1A∗1 e H2 − A−12 H2(A∗2)−1 são denidas
positivas. A matriz H2− A−12 H2(A∗2)−1 é congruente com
A2(H2− A−12 H2(A∗2) −1 )A∗2 = −H2 − A2(−H2)A∗2. Assim, tomando H0 = H 1⊕ (−H2), a matriz H0 − A0H0A0∗ = (H1− A1H1A∗1) ⊕ (−H2− A2(−H2)A∗2)
é denida positiva. Tomando H = T H0T∗, deduzimos que
H − AHA∗ = T (H0− A0H0A0∗)T∗ é denida positiva.
Finalmente, vamos provar, por indução em n, que, se existir uma matriz hermítica H ∈ Cn×n tal que H − AHA∗ é denida positiva, então
e In(A) = In(H). Este resultado é trivial quando n = 1. Suponhamos que n ≥ 2. Então A é semelhante com uma matriz com a forma,
A0 := U AU−1 = A1,1 0 A2,1 a2,2 , onde U ∈ Cn×n é invertível e A 1,1 ∈ C(n−1)×(n−1). Particionemos H0 := U HU∗ do seguinte modo: H0 := U HU∗ = H1,1 H1,2 H1,2∗ h2,2 , onde H1,1 ∈ C(n−1)×(n−1). Então U (H − AHA∗)U∗ = H0− A0H0A0∗= H1,1− A1,1H1,1A∗1,1 ∗ ∗ ∗ é denida positiva. Donde H1,1 − A1,1H1,1A∗1,1 é denida positiva. Pela
primeira parte da demonstração e pela hipótese de indução, eδ(A1,1) = 0 e
e
In(A1,1) = In(H1,1). Como δ(H1,1) = eδ(A1,1) = 0, H1,1 é invertível. Seja
V = In−1 0 −H∗ 1,2H −1 1,1 1 .
Então H0 é congruente com H00:= V H0V∗ = H1,1⊕ [h02,2], para algum h0 2,2 ∈ R. Notemos que A00 := V A0V−1 = A1,1 0 A02,1 a2,2 , para algum A0 2,1 ∈ C1×(n−1). Então V (H0− A0H0A0∗)V∗ = G00− A00H00A00∗ = H1,1− A1,1H1,1A∗1,1 ∗ ∗ h02,2− a2,2h02,2a2,2
é denida positiva. Donde h0
2,2−a2,2h02,2a2,2 > 0. LogoIn([ae 2,2]) = In([h02,2]). Já vimos que In(Ae 1,1) = In(H1,1). Tendo em conta as formas das matrizes A00e H00, temos queIn(Ae 00) = In(H00). Como A, A00são semelhantes e H, H00 são congruentes, deduzimos que In(A) = In(H)e .
Lema 1.22 Se A ∈ Fn×n é estável relativamente ao círculo unitário, então
X − AXA∗ = G tem uma única solução XG ∈ Fn×n, para qualquer G ∈
Demonstração. Seja A ∈ Fn×n uma matriz estável relativamente ao
cír-culo unitário. Seja C = (In+ A)−1(In− A). De acordo com o lema 1.16, C
é estável positiva.
Seja G ∈ Fn×n. Seja G0 = 2(I
n+ A)−1G(In+ A∗)−1. De acordo com o lema
1.17, as soluções de X − A∗XA = G e CX + XC∗ = G0 coincidem. Logo a
equação X − A∗XA = Gtem uma única solução.
Teorema 1.23 Seja G ∈ Cn×n uma matriz denida positiva. Uma matriz
A ∈ Cn×n é estável relativamente ao círculo unitário se e só se existe uma
matriz denida positiva H ∈ Cn×n tal que H − AHA∗ = G.
Demonstração. (⇐) Resulta do teorema de Stein.
(⇒) Suponhamos que A ∈ Cn×n é estável relativamente ao círculo unitário.
De acordo com o lema 1.22, existe H ∈ Cn×n tal que H−AHA∗ = G. Donde
H∗ − AH∗A∗ = (H − AHA∗)∗ = G∗ = G. Tendo em conta a unicidade
referida no lema 1.22, H = H∗. Pelo teorema 1.21,
e
In(A) = In(H). Como Aé estável relativamente ao círculo unitário, deduzimos que todos os valores próprios de H são positivos, ou seja, H é denida positiva
Corolário 1.24 Uma matriz A ∈ Cn×n é estável relativamente ao círculo
unitário se e só se existe uma matriz denida positiva H ∈ Cn×n tal que
Vamos agora ver que o teorema de Stein e o teorema geral da inércia rela-tivamente ao círculo unitário ainda são válidos no caso de se trabalhar em R.
Teorema 1.25 (Teorema de Stein, caso real) [13]
Uma matriz A ∈ Rn×n é estável relativamente ao círculo unitário se e só se
existe uma matriz denida positiva H ∈ Rn×n tal que
H − AHAt= G (1.8) é denida positiva.
Demonstração. (⇐) Resulta do teorema 1.18
(⇒) Pelo corolário 1.24, existe uma matriz H ∈ Cn×n tal que H − AHA∗
= Iné denida positiva. Pelo lema 1.22, existe X ∈ Rn×n tal que X −AXA∗ =
In. Resulta ainda do lema 1.22 que X = H.
Teorema 1.26 (Teorema Geral da Inércia, caso real)[13]
Seja A ∈ Rn×n. Existe uma matriz simétrica H ∈ Rn×n tal que H − AHAt
é denida positiva se e só se eδ(A) = 0. Além disso se existir uma matriz simétrica H ∈ Rn×n tal que H − AHAt é denida positiva então
e In(A) = In(H).
Demonstração. Se existir uma matriz simétrica H ∈ Rn×n tal que
H − AHAté denida positiva, então, pelo teorema 1.21, eδ(A) = 0 e
e In(A) = In(H). Com argumentos análogos a argumentos utilizados na demonstração do teorema 1.21, provamos que, se eδ(A) = 0, então existe uma matriz simétrica denida positiva H ∈ Rn×n tal que H − AHAté denida positiva.
Para toda a matriz A ∈ Fn×n, para toda a matriz hermítica H ∈ Fn×n e
toda a matriz não singular S ∈ Fn×n, temos que
H − AHA∗ > 0 é congruente com
(SHS∗) − (SAS−1)(SHS∗)(SAS−1)∗ > 0.
Assim, o teorema geral de inércia, quer no caso real quer no caso complexo, fornece uma relação completa entre a classe de semelhança de A e a classe de congruência de H, quando H − AHA∗ > 0, como pode ser observado no
seguinte teorema.
Teorema 1.27 Sejam A, H ∈ Fn×n, onde H é uma matriz hermítica. As
armações seguintes são equivalentes:
(a1.27) Existe uma matriz hermítica H0 ∈ Fn×n, congruente com H, tal que
(b1.27) Existe uma matriz A0 ∈ Fn×n, semelhante com A, tal que
H − A0HA0∗ > 0.
(c1.27) Existe uma matriz hermítica H0 ∈ Fn×n, congruente com H, e existe
A0 ∈ Fn×n, semelhante com A, tais que H0− A0H0A0∗ > 0.
(d1.27) δ(A) = 0, e In(A) = In(H)e .
1.3 Objetivo
Consideremos um sistema S descrito por uma lista nita de variáveis de estado x1(t), . . . , xn(t), denidas em R+0, com valores em F, que pode ser
inuenciado por variáveis de controlo u1(t), . . . , up(t) e obedece à equação
linear seguinte dx(t) dt = Ax(t) + Bu(t) (1.9) onde A ∈ Fn×n , B ∈ Fn×m, x(t) = x1(t) ... xn(t) , u(t) = u1(t) ... up(t) .
Denição 1.28 Dizemos que um sistema S, descrito acima, é controlável se, quaisquer que sejam X0, X1 ∈ Fn×1, existir uma função contínua u(t),
denida num intervalo de tempo real nito [0, T ], com valores em Fm×1, tal
que a solução, x(t), de (1.9), com a condição inicial x(0) = X0, satisfaz
x(T ) = X1.
Denição 1.29 Dizemos que um par de matrizes (A, B) ∈ Fn×n
× Fn×m é
controlável se o sistema (1.9) for controlável.
Denição 1.30 Dizemos que um sistema que obedece a (1.9) é estabilizável se existir X ∈ Fm×m tal que, tomando u(t) = Xx(t), obtemos um sistema
estável.
Denição 1.31 Chamamos matriz de controlabilidade de um par (A, B) ∈ Fn×n× Fn×m à matriz C(A, B) := B AB · · · An−1B ∈ Fn×nm.
Teorema 1.32 Para um sistema S, descrito acima, são equivalentes as armações seguintes. 1. S é controlável. 2. car C(A, B) = n. 3. minλ∈Ccar λIn− A B = n.
4. Os fatores invariantes de
xIn− A B
∈ F[x]n×m são todos iguais
a 1.
Denição 1.33 Dizemos que o par de matrizes (A, B) ∈ Fn×n
× Fn×m é
estabilizável (respetivamente, estabilizável positivo) se existir X ∈ Fm×n tal
que a matriz A + BX é estável (respetivamente, estável positiva).
Consideremos agora um sistema S descrito por um vetor de variáveis de estado discretas x(t), denidas em Z+
0, com valores em Fn×1, que pode
ser inuenciado por um vetor de controlo u(t) e obedece à equação linear seguinte
x(t + 1) = Ax(t) + Bu(t) (1.10) onde A ∈ Fn×n e B ∈ Fn×m.
Denição 1.34 Dizemos que um sistema S, descrito acima, é controlável se, quaisquer que sejam X0, X1 ∈ Fn×1, existir uma função u(t), denida
num intervalo nito {0, 1, . . . , T } de Z com valores em Fn×1, tal que a
solu-ção, x(t), de (1.10), com a condição inicial x(0) = X0, satisfaz x(T ) = X1.
Para este sistema S, com variável discreta, o teorema 1.32 também é satis-feito.
Dizemos que S é estabilizável se existir X ∈ Fm×n tal que, tomando u(t) =
Denição 1.35 Dizemos que um par de matrizes (A, B) ∈ Fn×n× Fn×m é
estabilizável relativamente ao círculo unitário se existir X ∈ Fm×n tal que
A + BX é estável relativamente ao círculo unitário.
Nesta dissertação, procuramos extender os resultados sobre estabilidade apresentados na secção 1.2 e outros que serão apresentados nos capítulos seguintes, de modo a obter novos resultados sobre a estabilização de siste-mas lineares com variáveis de controlo.
Estabilização de Sistemas de
Variável Contínua
2.1 Generalização do Teorema de Lyapunov
Neste capítulo, vamos abordar o estudo da estabilização de sistemas de variáveis contínuas.
Denição 2.1 Sejam A ∈ Fn×n
, B ∈ Fn×m. Denimos polinómio carate-rístico de (A, B) como sendo o produto dos fatores invariantes de
xIn− A B
Denição 2.2 Sejam A ∈ Fn×n, B ∈ Fn×m. Denimos valores próprios de
(A, B) como sendo as raízes do polinómio caraterístico de (A, B).
Denição 2.3 Se A ∈ Cn×n, B ∈ Cn×m, denimos inércia de (A, B) como
sendo o triplo
In(A, B) = (π(A, B), ν(A, B), δ(A, B))
onde π(A, B), ν(A, B) e δ(A, B) representam o número dos valores pró-prios de (A, B) com parte real positiva, parte real negativa e parte real nula, respetivamente.
A descrição dos possíveis polinómios caraterísticos de A + BX, quando X varia, apresentado no seguinte lema, é um resultado conhecido da teoria de controlo, presente, por exemplo, em [18, teorema 13]. Para resultados mais gerais ver [28, teorema 2.6].
Lema 2.4 Sejam A ∈ Fn×n, B ∈ Fn×m. Seja f ∈ F[x] um polinómio
mó-nico de grau n. Existe X ∈ Fm×n tal que A+BX tem polinómio caraterístico
f se e só se o produto dos fatores invariantes de (2.1) divide f.
mónico de grau n + m. Existem matrizes C ∈ Fm×n e D ∈ Fm×m tais que L = A B C D (2.2)
tem polinómio caraterístico f se e só se o polinómio caraterístico de (A, B) divide f.
Podemos observar que, sendo A ∈ Fn×n, B ∈ Fn×m, as seguintes armações
são corolários dos lemas anteriores.
Corolário 2.6 O par de matrizes (A, B) é estabilizável positivo se e só se as raízes do seu polinómio caraterístico têm parte real positiva.
Corolário 2.7 O par de matrizes (A, B) é estabilizável positivo se e só se existem C ∈ Fm×n
, D ∈ Fm×m tais que (2.2) é estável positiva. Corolário 2.8 Dada uma matriz do tipo (2.2), tem-se que
In(A, B) ≤ In(L).
Estamos agora em condições de generalizar, para pares de matrizes, o teo-rema de Lyapunov.
Teorema 2.9 [5]
Sejam A ∈ Fn×n e B ∈ Fn×m. O par de matrizes (A, B) é estabilizável
positivo se e só se existem uma matriz denida positiva H1 ∈ Fn×n e uma
matriz H2 ∈ Fn×m tais que
AH1+ H1A∗+ BH2∗+ H2B∗ > 0. (2.3)
Demonstração. Suponhamos que (A, B) é estabilizável positivo. Seja X ∈ Fm×n uma matriz tal que A + BX é estável positiva. De acordo com o teorema de Lyapunov, existe uma matriz denida positiva H1 ∈ Fn×n tal
que
(A + BX)H1+ H1(A + BX)∗ > 0.
Então (2.3) é válido, com H2 = H1X∗. Reciprocamente, suponhamos que
(2.3) é válido, com H1 denida positiva. Então
(A + BH2∗H1−1)H1+ H1(A∗+ H1−1H2B∗) > 0.
Pelo teorema de Lyapunov, A+BH∗ 2H
−1
1 é estável positiva. Portanto (A, B)
2.2 Generalização do Teorema Geral da
Inér-cia
O problema que vamos abordar de seguida é a generalização para pares de matrizes do teorema geral da inércia.
Comecemos por ver as noções de semelhança por blocos e congruência por blocos para pares de matrizes.
Seja S = P 0 R Q ∈ F (n+m)×(n+m), onde P ∈ Fn×n, (2.4)
uma matriz não singular.
Denição 2.10 A B e A0 B0 , onde A, A0 ∈ Fn×n e B, B0 ∈
Fn×m, são semelhantes por blocos se existe uma matriz não singular da forma (2.4) tal que
A0 B0 = P A B S−1. É fácil de ver que
A B e A0 B0
são semelhantes por blocos se e
só se os feixes de matrizes xIp− A B e xIp− A0 B0 são estrita-mente equivalentes. Assim a forma normal para a semelhança por blocos resulta facilmente da forma normal de Kronecker para a equivalência estrita. Um estudo detalhado dos feixes de matrizes pode encontrar-se em [8].
Lema 2.11 (Forma normal para a semelhança por blocos) [26, teo-rema 2.11] Sejam A ∈ Fn×n, B ∈ Fn×m. A matriz A B
é semelhante por blocos a uma única matriz da forma
N 0 0 0 M1 M2 , (2.5) onde N = C(f1) ⊕ · · · ⊕ C(fw) ∈ Fd×d, M1 = C(xµ1) ⊕ · · · ⊕ C(xµu) ∈ F(n−d)×(n−d), M2 = e(n−d)µ1 e (n−d) µ1+µ2· · · e (n−d) µ1+···+µu 0 ∈ F(n−d)×m,
onde f1(x) | · · · | fw(x), são polinómios mónicos, w ≥ 0, d = gr(f1· · · fw)
e 0 ≤ µ1 ≤ · · · ≤ µu com u ≥ 0. Os polinómios f1, . . . , fw são os fatores
invariantes não constantes e µ1, . . . , µu são os indices minimais para as
colunas diferentes de 0 do feixe (2.1).
Denição 2.12 Duas matrizes H1 H2 e H10 H20 , onde H1, H10 ∈
Fn×n são hermíticas e H2, H20 ∈ Fn×m, são congruentes por blocos se existir
uma matriz não singular da forma (2.4) tal que H10 H20 = P H1 H2 S∗.
Lema 2.13 (Forma normal para a congruência por blocos)[5] Sejam H1 ∈ Fn×n uma matriz hermítica e H2 ∈ Fn×m. Então
H1 H2
é congruente por blocos com uma única matriz da forma
Iπ 0 0 0 0 0 0 −Iν 0 0 0 0 0 0 0ρ 0 Iρ 0 0 0 0 0n−π−ν−ρ 0 0 (2.6)
Neste caso, π = π(H1), ν = ν(H1) e ρ = ρ(H1, H2) := car
H1 H2
− car(H1).
Demonstração. Existência. Como H1 é hermítica, existe uma matriz
não singular P ∈ Fn×n tal que
P H1P∗ = Iπ ⊕ (−Iν) ⊕ 0,
onde π = π(H1), ν = ν(H1). Suponhamos que P H2 =
M1t M2t M3t t
, onde M1 ∈ Fπ×m, M2 ∈ Fν×m e M3 ∈ F(n−π−ν)×m. Note-se que
car(M3) = ρ(H1, H2) := car
H1 H2
− car(H1).
Sejam P0 ∈ F(n−π−ν)×(n−π−ν), Q ∈ Fm×m matrizes não singulares tais que
P0M3Q = Iρ⊕ 0, onde ρ = ρ(H1, H2). Então
H1 H2
blocos com Iπ 0 0 0 Iν 0 0 0 P0 P H1 H2 (P∗⊕ Iq) Iπ 0 0 −M1Q 0 Iν 0 M2Q 0 0 P0∗ 0 0 0 0 Q ,
e, esta matriz tem a forma prescrita. Unicidade. Se
H1 H2
é congruente por blocos com uma matriz da forma (2.6), é fácil ver que, π = π(H1), ν = ν(H1) e ρ = car
H1 H2
− car(H1).
Temos assim, que duas matrizes H1 H2 e H10 H20 , onde H1, H10 ∈ F n×n
são hermíticas e H2, H20 ∈ Fn×m, são congruentes por blocos se e só se
In(H1) = In(H10) e ρ(H1, H2) = ρ(H10, H 0 2).
Estamos agora em condições de generalizar o teorema geral da inércia.
Teorema 2.14 [7] Sejam A ∈ Fn×n, B ∈ Fn×m. Existe uma matriz
her-mítica H1 ∈ Fn×n e existe H2 ∈ Fn×m tais que (2.3) é válido se e só se
δ(A, B) = 0. E se (2.3) é válido então In(A, B) ≤ In(H1).
Demonstração. Suponhamos que existe uma matriz hermítica H1 ∈ Fn×n
que δ(A, B) > 0 e ia, com a ∈ R, é um valor próprio de (A, B).
Por [18, lema 3.3.3], existe uma matriz P ∈ Cn×n não singular tal que
P A B (P−1⊕ Im) = A1 A2 B1 0 A3 0 ,
onde A1, A3 são blocos quadrados e (A1, B1)é controlável. Então os valores
próprios de (A, B) são exatamente os valores próprios de A3. Podemos
assumir que P pode ser escolhida de forma que A3 seja a forma normal de
Jordan e a última linha de A3 é
0 . . . 0 ia
. Então,
P (AH1+ H1A∗+ BH2∗+ H2B∗)P∗, (2.7)
tem a entrada (n, n) iguais a 0, o que é impossível, porque (2.7) é denida positiva. Portanto δ(A, B) = 0.
Mais, (2.7) tem uma submatriz principal da forma A3H0+ H0A∗3, onde H0 é
uma submatriz principal de P H1P∗. Pelo teorema geral da inércia, In(H0) =
In(A3) = In(A, B). Como δ(H0) = δ(A, B) = 0, então, pelas desigualdades
de entrelaçamento dos valores próprios para matrizes hermíticas, In(H0) ≤
In(H1). Assim In(A, B) ≤ In(H1).
Reciprocamente, suponhamos que δ(A, B) = 0. Seja h ∈ F[x] um polinómio mónico de grau n, múltiplo do polinómio caraterístico de (A, B), tal que δ(h) = 0. De acordo com o lema 2.4, existe X ∈ Fm×n tal que A + BX tem polinómio caraterístico h. De acordo com o teorema geral de inércia, existe uma matriz hermítica H1 ∈ Fn×n tal que
Então (2.3) é válido, com H2 = H1X∗.
Observação 2.15 Notemos que o teorema anterior é uma generalização do teorema geral da inércia, porque quando B = 0, a soma das três componen-tes de In(A, B) é igual a n e inequação In(A, B) ≤ In(H1) torna-se numa
igualdade.
Por outro lado, dada uma matriz do tipo (2.4) temos que a matriz AH1+ H1A∗+ BH2∗+ H2B∗
é congruente com a seguinte matriz: P A B S−1 S H1 H2∗ P ∗ + P H1 H2 S∗ (S ∗ )−1 A∗ B∗ P ∗ .
Tendo em conta esta observação, é fácil concluir que o próximo teorema fornece um conjunto completo de relações entre a classe de semelhança por blocos de
A B
e a classe de congruência por blocos de H1 H2 , quando (2.3) é válida. Teorema 2.16 [5] Sejam A ∈ Fn×n , B ∈ Fn×m. Sejam π, ν, δ e ρ intei-ros não negativos tais que π + ν + δ = n. As seguintes armações são equivalentes.
(a2.16) Existe uma matriz hermítica H1 ∈ Fn×n e existe uma matriz H2 ∈
Fn×m tais que (2.3) é válido, In(H1) = (π, ν, δ) e ρ(H1, H2) = ρ.
(b2.16) ρ = δ ≤ car(B) e In(A, B) ≤ (π, ν, 0). Demonstração. (a2.16) ⇒ (b2.16). Se car H1 H2 < n, então H1 H2 é congruente por blocos com uma matriz em que a última linha é nula. Sem perda de generalidade, suponhamos que a última linha de
H1 H2
é nula. Então, a entrada (n, n) da matriz AH1+ H1A∗+ BH2∗+ H2B∗ é igual
a zero, o que é uma contradição. Temos assim que car H1 H2 = n, logo ρ = δ. Então, H1 H2
é congruente por blocos com ∆ 0 0 0 0 0ρ Iρ 0 , onde ∆ ∈ F(n−ρ)×(n−ρ) é hermítica e In(∆) = (π, ν, 0).
Sem perda de generalidade, consideremos que
H1 H2
tem esta forma. Particionando A e B de modo análogo
A = A1,1 A1,2 A2,1 A2,2 , B = B1,1 B1,2 B2,1 B2,2 ,
onde A1,1 ∈ F(n−ρ)×(n−ρ) e B1,1 ∈ F(n−ρ)×ρ. Então B2,1+ B2,1∗ é uma
subma-triz principal de AH1+ H1A∗ + BH2∗+ H2B∗ e portanto B2,1+ B2,1∗ > 0.
Temos também que car(B) ≥ car(B2,1) = ρ = δ. No que se segue vamos
que
A B
tem a forma de (2.5). Particionemos H1 H2 de modo análogo H1 H2 = G1,1 G1,2 G1,3 G∗1,2 G2,2 G2,3 ,
onde G1,1 ∈ Fd×d, G2,2 ∈ F(n−d)×(n−d). Então, NG1,1 + G1,1N∗ é uma
sub-matriz principal da sub-matriz AH1+ H1A∗+ BH2∗+ H2B∗.
Assim NG1,1 + G1,1N∗ > 0. Pelo teorema geral da inércia, δ(N) = 0 e
In(N ) = In(G1,1). Pelas condições de desigualdades de entrelaçamento dos
valores próprios para matrizes hermíticas, resulta que π(G1,1) ≤ π(H1) e
ν(G1,1) ≤ ν(H1). Então In(A, B) = In(N) = In(G1,1) ≤ (π, ν, 0).
(b2.16) ⇒ (a2.16). Sejam γ1 | . . . | γn os fatores invariantes de (2.1). Como
ρ ≤ car(B), temos que γ1 = · · · = γρ= 1 e existem matrizes não singulares
U ∈ Fn×n, V ∈ Fm×m tais que
U BV = B1,1⊕ Iρ,
para alguma matriz B1,1 ∈ F(n−ρ)×(n−ρ). Suponhamos que
A0 B0 := U A B U−1⊕ V = A1,1 A1,2 B1,1 0 A2,1 A2,2 0 Iρ , onde os blocos A0, A
1,1, A2,2 são matrizes quadradas. Os fatores invariantes
de
xIn−ρ− A1,1 A1,2 B1,1
são γρ+1, . . . , γn. Como In(γρ+1. . . γn) =
In(A, B) ≤ (π, ν, 0), podemos escolher um polinómio mónico h tal que In(γρ+1. . . γnh) = (π, ν, 0). Pelo lema 2.4, existem X ∈ Fρ×(n−ρ) e Y ∈
γρ+1. . . γnh. Então
A B
é semelhante por blocos com
A00 B00 := In−ρ 0 −X Iρ A0 B0 In−ρ 0 0 X Iρ 0 Y 0 Im−ρ ⊕ Iρ e A00 B00 tem a forma A01,1 A1,2 B1,1 0 ∗ ∗ ∗ Iρ , onde A0 1,1 = A1,1+ A1,2X + B1,1Y. É claro que A00 B00 é semelhante por blocos com
A01,1 A1,2 B1,1 0 0 0 0 Iρ . Sem perda de generalidade, consideremos que
A B
tem esta forma. Pelo teorema geral da inércia, existe uma matriz hermítica ∆ ∈ F(n−ρ)×(n−ρ)
tal que A0 1,1∆ + ∆A 0∗ 1,1 > 0 e In(∆) = In(A 0 1,1) = (π, ν, 0). Sejam H1 = ∆ 0 0 0 ∈ F n×n, H 2 = 0 0 0 Iρ ∈ F n×m. Então In(H1) = (π, ν, δ), ρ(H1, H2) = ρ e AH1+ H1A∗+ BH2∗ + H2B∗ = (A01,1∆ + ∆A 0∗ 1,1) ⊕ 2Iρ> 0.
2.3 Generalização de um Teorema de Chen e
Wimmer
Chen [4] e Wimmer [25] provaram .
Teorema 2.17 [4, 25] Sejam A, H ∈ Fn×n, onde H é hermítica. Se
(a2.17) Existe uma matriz hermítica H0 ∈ Fn×n, congruente com H, tal que
K := AH0+ H0A∗ ≥ 0 e (A, K) é controlável. Então (d1.13) do teorema 1.13 é válido.
O recíproco é trivialmente verdadeiro, pois (d1.13) ⇒ (a1.13) ⇒ (a2.17). O
nosso propósito seguinte é obter uma generalização do teorema de Chen e Wimmer para pares de matrizes.
Lema 2.18 Sejam G, Y ∈ Fn×n matrizes hermíticas e suponha-se que Y
é não singular. Então existe um número real positivo tal que, para todo λ ≥ , In(G + λY ) = In(Y ).
Demonstração. Para todo o número real positivo λ, In(G + λY ) = In(λ−1G + Y ). Como lim λ→+∞(λ −1 G) = 0
e Y é não singular, a conclusão resulta da continuidade dos valores próprios.
Lema 2.19 Sejam G1,1 ∈ Fd×d, Y ∈ F(n−d)×(n−d) matrizes hermíticas não
singulares. Seja G1,2 ∈ Fd×(n−d) uma matriz. Então existe um número real
positivo tal que, para todo λ ≥ , In G1,1 G1,2 G∗1,2 λY = In(G1,1) + In(Y ). Demonstração. Para todo o número real positivo λ
G1,1 G1,2 G∗1,2 λY é congruente com G1,1⊕ (λY − G∗1,2G
−1
1,1G1,2). Então a conclusão resulta do
lema anterior.
Lema 2.20 Sejam M1 ∈ Fn×n, M2 ∈ Fn×m. Suponhamos que (M1, M2) é
controlável. Então existem Y−, Y+ ∈ Fn×n, Z−, Z+ ∈ Fn×m tais que Y−, Y+
são hermíticas, Y−< 0, Y+> 0 e
M1Y−+ Y−M1∗+ M2Z−∗ + Z−M2∗ > 0, (2.8)
Demonstração. Podemos considerar, sem perda de generalidade, que a matriz
M1 M2
está na forma normal para a semelhança por blocos. Vamos provar que existem Y−∈ Fn×n, Z− ∈ Fn×m tais que Y− < 0e (2.8) é
válido. O resto da demonstração é análoga.
Primeiro, suponhamos que car(M2) = 1. Podemos considerar que
M1 = C(xp), M2 =
e(n)n 0 · · · 0
.
Neste caso, a demonstração é feita por indução em n. Se n = 1, seja Y− Z− := −1 1 0 · · · 0 . Suponhamos que n ≥ 2, e que
M1 M2 = L1 L2 0 0 · · · 0 0 0 1 0 · · · 0 ,
onde L1 ∈ F(n−1)×(n−1), L2 ∈ F(n−1)×1. De acordo com a hipótese de
in-dução, existe uma matriz denida negativa R ∈ F(n−1)×(n−1) e existe uma
matriz S ∈ F(n−1)×1 tais que L
1R + RL∗1+ L2S∗+ SL∗2 > 0. Vamos escolher µ ∈ R tal que Y− := R S S∗ µ
tenha determinante (−1)n. Então escolhemos λ ∈ R tal que, com
Z− := 0 0 · · · 0 λ 0 · · · 0 ∈ F n×m, a matriz M1Y−+ Y−M1∗+ M2Z−∗ + Z−M2∗
= L1R + RL∗1+ L2S∗+ SL∗2 L1S + µL2 S∗L∗1+ µL∗2 2λ
tem determinante positivo. Utilizando o critério dos determinantes dos menores principais lideres, deduzimos que Y− é denida negativa e M1Y−+
Y−M1∗ + M2∗Z−∗ + Z−M2∗ é denida positiva.
Suponhamos que u := car(M2) ≥ 2. Podemos considerar que
M1 = C(xµ1) ⊕ · · · ⊕ C(xµu), M2 = e(n)µ1 e (n) µ1+µ2 · · · e (n) µ1+···+µu 0 .
De acordo com o caso anterior, para todo i ∈ {1, . . . , u}, existem matrizes denidas negativas Yi ∈ Fµi×µi e existem Zi ∈ Fµi×1 tais que
C(xµi)Y i+ YiC(xµi)∗+ e(µµii)Z ∗ i + Zie(µµii)∗ > 0. Seja Y− = Y1⊕· · ·⊕Yu ∈ Fn×n e Z− = Z1⊕ · · · ⊕ Zu 0 ∈ Fn×m. Então
Y− é denida negativa e (2.8) é satisfeito.
Lema 2.21 Sejam M1 ∈ Fn
0×n0
, M2 ∈ Fn
0×m
. Consideremos que (M1, M2)
é controlável. Então, para todo c1, . . . , cn0 ∈ F,
M1 M2
é semelhante por blocos a uma matriz da forma
M10 M20 onde M0 1 ∈ Fn 0×n0 é trian-gular superior com entrada (i, i) igual a ci, para todo i ∈ {1, · · · , n0}, e M20
tem a forma 0 0 Icar(M2) 0 . (2.10)
Demonstração. Por indução em n0. Como (M
1, M2) é controlável,
car(M2) > 0. Sejam P ∈ Fn
0×n0
e Q ∈ Fm×m matrizes não singulares
tais que M0
2 := P M2Q tem a forma (2.10). Seja s = car(M2).
Se n0 = s, então, para toda M0 1 ∈ Fn 0×n0 , M1 M2 é semelhante por blocos com M10 M20 e o resultado é trivial. Suponhamos agora que n0 > s. Então
M1 M2
é semelhante por blocos com P M1 M2 (P−1⊕ Q) = N1 N2 0 0 ∗ ∗ Is 0 , onde N1 ∈ F(n 0−s)×(n0−s) , N2 ∈ F(n 0−s)×s
. Notemos que (N1, N2) é
contro-lável. De acordo com a hipótese de indução,
N1 N2
é semelhante por blocos com uma matriz da forma
N10 N20 , onde N0 1 ∈ F(n 0−s)×(n0−s)
é triangular superior com as entradas (i, i) iguais a ci, para todo i ∈
{1, · · · , n0− s}. Então
M1 M2
é semelhante por blocos com N10 N20 0 0 0 diag(cn0−s+1, . . . , cn0) Is 0 . A última matriz tem a forma prescrita.
O próximo resultado generaliza o teorema de Chen e Wimmer para pares de matrizes.
Teorema 2.22 [5] Seja A ∈ Fn×n, B ∈ Fn×m. Sejam π, ν, δ e ρ números
inteiros não negativos tais que π + ν + δ = n. Sejam γ1 | · · · | γn os fatores
invariantes de (2.1). As armações seguintes são equivalentes:
(a2.22) Existe uma matriz hermítica H1 ∈ Fn×n e existe uma matriz H2 ∈
Fn×m tais que In(H1) = (π, ν, δ), ρ(H1, H2) = ρ,
K := AH1+ H1A∗+ BH2∗+ H2B∗ ≥ 0. (2.11) e A, B K é controlável. (b2.22) ρ ≤ m, ρ ≤ δ ≤ n − gr(γ1· · · γp) e In(A, B) ≤ (π, ν, 0).
Demonstração. (a2.22) ⇒ (b2.22). Vamos primeiro considerar que H1 é
não singular. É claro que ρ = δ = 0 ≤ n − gr(γ1· · · γn). Sem perda de
generalidade, suponhamos que
H1 = Iπ⊕ (−Iν), H2 = 0. Particionando A B de modo semelhante: A B = A1,1 A1,2 B1 A2,1 A2,2 B2 , onde A1,1 ∈ Fπ×π, A2,2 ∈ Fν×ν. Seja j ∈ {−1, 1}. Sejam
Lj = A1,1 A1,2 B1 A2,1 A2,2 B2 −jB∗ 1 jB ∗ 2 jIm , Gj = Iπ ⊕ (−Iν) ⊕ (jIm).
Então LjGj + GjL∗j = K ⊕ 2Im ≥ 0. Como A, B K
é controlável, resulta que (Lj, LjGj + GjL∗j) é
con-trolável. Pelo teorema de Chen e Wimmer, In(Lj) = In(Gj). Pelo Lema 2.5
In(A, B) ≤ In(Lj). Então
In(A, B) ≤ In(L−1) = In(G−1) = (π, ν + m, 0),
In(A, B) ≤ In(L1) = In(G1) = (π + m, ν, 0).
Portanto In(A, B) ≤ (π, ν, 0).
Vamos agora ver o caso geral. A condição ρ ≤ m é trivial. Sem perda de generalidade, suponha-se que
A B
tem a forma (2.5). Particionando H1 H2 de modo análogo: H1 H2 = G1,1 G1,2 G1,3 G∗1,2 G2,2 G2,3 , onde G1,1 ∈ Fd×d, G2,2 ∈ F(n−d)×(n−d). Então K = N G1,1+ G1,1N∗ N G1,2+ G1,2M1∗+ G1,3M2∗ G∗1,2N∗+ M1G∗1,2+ M2G∗1,3 M1G2,2+ G2,2M1∗+ M2G∗2,3+ G2,3M2∗ . (2.12) Com vista a obter uma contradição, suponhamos que G1,1 é singular. Seja
e = car(G1,1). Então existe uma matriz não singular U ∈ Fd×d tal que
G1,1 = 0). Particionemos N0 = U N U−1 de modo análogo N0 = N1,1 N1,2 N2,1 N2,2 ,
onde N1,1 ∈ F(d−e)×(d−e). Então NG1,1+ G1,1N∗ é congruente com
N0G01,1+ G01,1N0∗ = 0d−e N1,2∆ ∆N1,2∗ N2,2∆ + ∆N2,2∗ .
Como NG1,1 + G1,1N∗ ≥ 0, temos que N1,2∆ = 0. Mas, como ∆ é não
singular, N1,2 = 0. Notemos que N0G01,1+ G01,1N0∗ é uma submatriz líder
principal de
K0 := (U ⊕ In−d)K(U∗⊕ In−d).
Como K ≥ 0 e K0 é congruente com K, deduzimos que as primeiras d − e
linhas de K0 são nulas. Então
A B K
é semelhante por blocos com
(U ⊕ In−d) A B K (U−1⊕ In−d+m⊕ U∗⊕ In−d) = N1,1 0 0 ∗ ∗ ∗ . Se λ ∈ C é um valor próprio de N1,1 então car
λIn− A B K
< n. Isto é uma contradição, porque
A, B K é controlável. Portanto G1,1 é não singular. Então d = car(G1,1) ≤ car(H1) = n − δ e ρ ≤ δ ≤
n − d = n − gr(γ1· · · γn).
Para toda a matriz hermítica Y ∈ F(n−d)×(n−d)e toda a matriz Z ∈ F(n−d)×m,
seja KY,Z a matriz que resulta de K substituindo G2,2 por Y e G2,3 por Z
em (2.12). Como (M1, M2) é controlável, todos os fatores invariantes de
xIn−d− M1 M2
são iguais a 1 e a forma normal de Smith de (2.13) é In−d 0 . Tendo em conta a forma (2.5) de A B , deduzimos que xIn− A B KY,Z é equivalente, em F[x], a xId− N N G1,1+ G1,1N∗ N G1,2+ G1,2M1∗+ G1,3M2∗ ⊕ In−d 0 . (2.14) Podemos observar que (2.14) não depende de Y nem de Z. Em particular, sabemos que A, B K
é controlável e, portanto, (2.14) tem todos os seus fatores invariantes iguais a 1. Consequentemente
A,
B KY,Z
é controlável, para toda a matriz hermítica Y ∈ F(n−d)×(n−d) e toda a
matriz Z ∈ F(n−d)×m. De acordo com o lema 2.20, existem Y
−, Y+ ∈
F(n−d)×(n−d), Z−, Z+ ∈ F(n−d)×m tais que Y−, Y+ são hermíticas, Y− <
0, Y+ > 0 e (2.8),(2.9) são satisfeitos. Para todo o número real positivo
λ, sejam H1,−λ= G1,1 G1,2 G∗1,2 λY− , H2,−λ = G1,3 λZ− , H1,λ = G1,1 G1,2 G∗1,2 λY+ , H2,λ = G1,3 λZ+ . Notemos que AH1,−λ+ H1,−λA∗+ BH2,−λ∗ + H2,−λB∗ = KλY−,λZ−, AH1,λ+ H1,λA∗+ BH2,λ∗ + H2,λB∗ = KλY+,λZ+.
De acordo com o lema 2.19, existe um número real positivo tal que, para todo λ ≥ ,
In(H1,−λ) = In(G1,1) + (0, n − d, 0),
In(H1,λ) = In(G1,1) + (n − d, 0, 0),
e H1,−λ e H1,λ são não singulares.
Seja V ∈ Fd×d uma matriz não singular tal que
V (N G1,1+ G1,1N∗)V∗ = 0d−r ⊕ ∆,
onde r = car(NG1,1 + G1,1N∗) e ∆ ∈ Fr×r é denida positiva. Então
(V ⊕ In−d)K(V∗⊕ In−d) tem a forma 0d−r 0 P 0 ∆ Q P∗ Q∗ M1G2,2+ G2,2M1∗+ M2G∗2,3+ G2,3M2∗ ,
para algumas matrizes P, Q. Como K ≥ 0, deduzimos que P = 0. Notemos que, para algum número real positivo λ, (V ⊕In−d)KλY−,λZ−(V
∗⊕ I n−d)tem a forma 0d−r⊕ ∆ Q Q∗ λ(M1Y−+ Y−M1∗+ M2Z−∗ + Z−M2∗) .
Pelo lema 2.19 existe um número real positivo −tal que, para todo λ ≥ −,
KλY−,λZ− é semidenida positiva. Analogamente, existe um número real
Para λ ≥ max{, +, −}, pelo caso estudado em primeiro lugar e pelas
desi-gualdades de entrelaçamento dos valores próprios para matrizes hermíticas, resulta que
In(A, B) ≤ In(H1,−λ) = In(G1,1) + (0, n − d, 0) ≤ (π, ν + n − d, 0),
In(A, B) ≤ In(H1,λ) = In(G1,1) + (n − d, 0, 0) ≤ (π + n − d, ν, 0).
Portanto In(A, B) ≤ (π, ν, 0). (b2.22) ⇒ (a2.22). Suponhamos que
A B
está na forma (2.5. Temos que In(N) = In(A, B) ≤ (π, ν, 0). Então d = gr(γ1· · · γn) ≤ π + ν.
Seja n0 = n − d. Seja
M10 M20
uma matriz, semelhante por blocos com
M1 M2
, da forma indicada no lema 2.21, com os elementos c1, . . . , c0n
escolhidos tais que, se M0 é a submatriz líder principal de M10 de tamanho
(π + ν − d) × (π + ν − d), então In(N ⊕ M0) = (π, ν, 0).
Então
A B
é semelhante por blocos com N 0 0 0 M10 M20 .
Como ρ ≤ δ = n − π − ν, não é difícil deduzir que existe uma matriz de permutação Q ∈ Fm×m tal que
M20Q = 0 B1,20 B2,1 B2,2 ∈ F (n−d)×m , onde B2,1 = 0 0 0 Ir ∈ F δ×ρ , r = min{car(B), ρ}. Particionando N ⊕ M10 como
A1,1 A1,2 0 A2,2 , onde A1,1 = N ⊕ M0 ∈ F (π+ν)×(π+ν).
Então
A B
é semelhante por blocos com A1,1 A1,2 0 B1,2 0 A2,2 B2,1 B2,2 , onde B1,2 = 0 B01,2 . (2.15) Sem perda de generalidade, suponhamos que
A B
tem a forma (2.15). De acordo com o teorema geral da inércia, existe uma matriz hermítica ∆ ∈ F(π+ν)×(π+ν) tal que A
1,1∆ + ∆A∗1,1 > 0 e In(∆) = In(A1,1) = In(N ⊕
M0) = (π, ν, 0). Seja H1 H2 := ∆ 0 0 0 0 0 0δ−ρ 0 0 0 0 0 0ρ Iρ 0 ,
onde H1 é uma matriz n × n e H2 é uma matriz n × m. Então
In(H1) = (π, ν, δ), ρ(H1, H2) = ρ, K := AH1+ H1A∗+ BH2∗+ H2B∗ = (A1,1∆ + ∆A∗1,1) ⊕ 0 ⊕ 2Ir ≥ 0, e A, B K é controlável.
2.4 Um Teorema de Inércia de Loewy
Para todas as matrizes A ∈ Fn×n, B ∈ Fn×m, denotamos por i(A, B) o
(A, B) é controlável se e só se i(A, B) = 0. O próximo lema é um corolário de [16, 22], como se verá. Este também é uma consequência de [1]; e uma consequência de [27], quando q = 0.
Lema 2.23 Sejam A ∈ Fn×n
, B ∈ Fn×m. Então i(A, B) é o menor in-teiro não negativo τ para o qual existe uma matriz X ∈ Fn×τ tal que
A, B X é controlável.
O resultado é válido quando q = 0.
Demonstração. Seja i(A, B) = τ. De acordo com [16, 22], existe M (x) ∈ Fn×τ tal que
xIn− A B M (x)
tem todos os fatores invarian-tes iguais a 1. Suponhamos que M(x) = (xIn− A)Q(x) + X, onde Q(x) ∈
F[x]n×τ, X ∈ Fn×τ. Então xIn− A B M (x) e xIn− A B X são equivalentes, e portanto,
A, B X é controlável. Suponhamos agora que Y ∈ Fn×σ, onde σ < τ. Sejam γ
1 | . . . | γnos fatores
invariantes de (2.1) e η1 | · · · | ηn os fatores invariantes de
xIp− A B Y
.
De acordo com [16, 22], γn−σ | ηn. Como γn−σ é não constante, isto implica
que A, B Y não é controlável.
Loewy [14] obteve condições necessárias para (a2.17) quando "(A, K) é
{0, . . . , n}".
O próximo teorema fornece uma condição necessária para as armações que resultam de (a2.17), quando "(A, K) é controlável"é substituído pela
ar-mação mais geral "i(A, K) = τ ". Também se irá obter uma versão deste resultado para pares de matrizes.
Teorema 2.24 [5] Seja A ∈ Fn×n. Sejam π, ν, δ, τ inteiros não negativos
tais que π +ν +δ = n. Sejam α1 | . . . | αn os fatores invariantes de xIn− A.
Se existir uma matriz hermítica H ∈ Fn×n tal que In(H) = (π, ν, δ), K :=
AH + HA∗ ≥ 0 e i(A, K) = τ então (b2.24) In(α1· · · αn−τ) ≤ (π, ν, 0).
(Com a convenção de α1· · · αn−τ = 1, quando n = τ).
Observação 2.25 A condição (b2.24)implica que gr(α1· · · αn−τ) ≤ π + ν =
n − δ e, portanto, δ ≤ n−gr(α1· · · αn−τ). Como gr(α1· · · αn−τ) = n, é fácil
deduzir que, quando τ = 0, (b2.24) é equivalente a (d1.13).
Omitimos a demonstração deste teorema, porque é análogo à demonstração do próximo teorema.
Teorema 2.26 [5] Sejam A ∈ Fn×n
, B ∈ Fn×m. Sejam π, ν, δ, τ inteiros não negativos tais que π+ν+δ = n. Sejam γ1 | . . . | γnos fatores invariantes