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Comportamento de forrageio do Boto-cinza (Sotalia guianensis) em Olinda e no Porto do Recife, Pernambuco

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ANIMAL. COMPORTAMENTO DE FORRAGEIO DO BOTO-CINZA (Sotalia guianensis) EM OLINDA E NO PORTO DO RECIFE, PERNAMBUCO.. MILENA SANTOS MONTEIRO. RECIFE, 2008..

(2) MILENA SANTOS MONTEIRO. COMPORTAMENTO DE FORRAGEIO DO BOTO-CINZA (Sotalia guianensis) EM OLINDA E NO PORTO DO RECIFE, PERNAMBUCO.. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal da Universidade Federal de Pernambuco, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Ciências Biológicas na área de Biologia Animal.. ORIENTADORA: Maria Adélia Borstelmann de Oliveira CO-ORIENTADOR: Lídio França do Nascimento. RECIFE, 2008.. 2.

(3) Monteiro, Milena Santos Comportamento de forrageio do Boto-cinza (Sotalia guianensis) em Olinda e no Porto do Recife, Pernambuco. / Milena Santos Monteiro. – Recife: O Autor, 2008. 92 folhas : il., fig. tab. Dissertação (mestrado) – Universidade Pernambuco. CCB. Biologia Animal, 2008.. Federal. de. Inclui bibliografia. 1. Boto-cinza - comportamento 2. Cetáceos – forrageio 3. Sotalia guianensis I. Título. 599.53 599.53. CDU (2.ed.) CDD (22.ed.). UFPE CCB – 2008- 093. 3.

(4) MILENA SANTOS MONTEIRO. COMPORTAMENTO DE FORRAGEIO DO BOTO-CINZA (Sotalia guianensis) EM OLINDA E NO PORTO DO RECIFE, PERNAMBUCO.. BANCA EXAMINADORA. Data: 25 de fevereiro de 2008. RECIFE, 2008. 4.

(5) Dedico esta dissertação à minha mãe, que guiou meus passos e esteve eternamente presente em minha vida. Ao meu namorado e à sua família, que sempre vibraram pela minha felicidade e sucesso.. 5.

(6) AGRADECIMENTOS. Meus sinceros agradecimentos: A Deus, por ter iluminado meu caminho e concedido toda a força para que eu superasse todos as dificuldades. A toda minha família, especialmente a minha mãe, Carminha, por todo carinho, amizade, companheirismo e ajuda incansável durante todas as fases desse trabalho. Sem ela sei que nada disso seria possível. A João Paulo, meu eterno companheiro, por todas às vezes, que me incentivou e me ajudou incondicionalmente para que eu realizasse esse sonho. Também não poderia de esquecer de sua família, principalmente do Sr. Severino, seu pai, que tão gentilmente me levava e trazia todos os dias para a Praia de Bairro Novo, sempre na esperança de ver um golfinho. A Maria Adélia, por haver me aceitado como sua orientanda e ajudado para que essa pesquisa acontecesse. Obrigada também, pela amizade e carinho para comigo durante esses anos de convivência. A Lídio França, por mais uma vez, co-orientar-me. Independente da distancia, sempre foi e será para mim um exemplo de dedicação e sabedoria. Ao Profº Manuel Flores e a toda sua equipe do Laboratório de Química, pelas análises de minhas amostras e por todo o conhecimento que me trnsmitiram sobre monitoramento químico. Ao Profº Gabriel Rivas de Melo, a Ricardo Emídio e ao amigo, Fernando Silva, pela ajuda com as análises estatísticas tão importantes para elaboração deste trabalho. A todos os meus queridos estagiários, Adriana, Andressa, Ariane, Bárbara, Elis Carla, Fábio, Fernanda, Georgea, Hugo, Jefferson, Juliana, Julianne, Karla Monique, Maria Priscila, Marília, Raíssa, Regina, Roberta, Sávio, Sérgio e Simone. Todos estes, que praticamente firmaram um pacto de casamento, pois estiveram comigo na alegria de ver os golfinhos e na tristeza de sua ausência, na saúde e na doença, sob o sol escaldante e as sob as chuvas que muitas vezes impediram até de nos alimentarmos. Obrigada a todos. Vocês foram fundamentais na realização deste trabalho. Nunca me esquecerei de todos os momentos em que passamos juntos. À Janaína Araújo, pelos laços de amizade e pelas sugestões e “dicas” nos momentos de dúvidas e por compartilhar na realização do I Simpósio Nordestino de Mamíferos Aquáticos (SINEMA), aqui em Pernambuco.. 6.

(7) A todos os meus amigos de turma, pelos momentos inesquecíveis de convivência e alegria, pela paciência, incentivo e companheirismo, que sempre guardarei em um cantinho especial do meu coração. Wel, Ana Karla e Vivi, obrigada por me ajudarem sempre nos meus momentos de desespero, vocês são uns anjos da guarda para mim. Ao Sr. Jarbas, por nos transportar todos os dias em seu barquinho “Paciência I”, com tanto cuidado e competência e por muitas vezes ser o nosso anjo da guarda. A essas criaturinhas tão especiais, os golfinhos, por me proporcionarem momentos tão maravilhosos e mágicos que não me canso de viver. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), por financiar o meu Projeto, tornando possível sua realização.. 7.

(8) SUMÁRIO Página LISTA DE FIGURAS. 10. LISTA DE TABELAS. 12. RESUMO. 13. ABSTRACT. 14. 1. INTRODUÇÃO 1.1. Aspectos Gerais. 15. 1.2. Sotalia guianensis. 16. 1.3. Comportamento de Forrageio. 20. 1.4. Influência de fatores Ambientais na Ocorrência e Comportamento de Forrageio. 22. 2. OBJETIVOS 2.1. Geral. 24. 2.2. Específicos. 24. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Caracterização das Áreas de Estudo. 25. 3.2. Metodologia em Campo 3.2.1. Local e Período de Observação. 27. 3.2.2. Coleta dos Dados. 30. 3.2.3. Definições Comportamentais. 30. 3.2.4. Parâmetros Ambientais. 33. 3.2.5. Composição de Grupo. 36. 3.2.6. Atividade de Forrageio e Produção de Pescado. 36. 3.3. Análise dos Dados. 39. 4. RESULTADOS 4.1. Presença dos Botos-cinza 4.1.1. Sazonalidade da Ocorrência dos Botos-cinza. 40. 4.1.2. Número de Botos Avistados Simultaneamente. 41. 4.1.3. Comparação entre os Parâmetros Ambientais do Porto do Recife e de. 42. Olinda 4.2. Caracterização do Comportamento de Forrageio. 49. 8.

(9) 4.3. Comportamento de Forrageio e Tamanho de Grupo. 52. 4.4. Influência das Variáveis Ambientais no Comportamento de Forrageio 4.4.1. Sazonalidade. 54. 4.4.2. Maré e Fases Lunares. 56. 4.4.3. Parâmetros Físicos e Químicos. 57. 4.5. Uso da Área do Porto do Recife para Forrageio. 61. 5. DISCUSSÃO 5.1. Ocorrência de Botos-cinza no Porto do Recife e em Olinda. 62. 5.2. Número de Botos Avistados Simultaneamente. 64. 5.3. Caracterização do Comportamento de Forrageio. 65. 5.4. Sazonalidade das Atividades de Forrageio. 69. 5.5. Uso da Área do Porto do Recife para Forrageio. 73. 6. CONCLUSÕES. 75. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 76. 8. ANEXOS. 86. 9.

(10) LISTA DE FIGURAS Figura 1: Desenho esquemático do boto-cinza (Sotalia fluviatilis).. Página 17. Figura 2: Mapa da distribuição geográfica da espécie Sotalia guianensis.. 19. Figura 3. Áreas de estudo: Praia de Bairro Novo e Porto do Recife. 26. Figura 4. Foto do Ponto de Observação no Porto do Recife.. 28. Figura 5. Foto do Ponto de Observação em Olinda.. 29. Figura 6. Estratégias de forrageio utilizadas pelos botos-cinza.. 32. Figura 7. Divisão do Porto do Recife em áreas.. 35. Figura 8: Freqüência absoluta de horas que os botos-cinza estiveram presentes. 40. durante os meses de observação no Porto do Recife e em Olinda. Figura 9: Freqüência absoluta de horas que os botos-cinza estiveram presentes. 41. durante os turnos da manhã e tarde no Porto do Recife e em Olinda. Figura 10. Freqüência absoluta do número de botos-cinza observados. 42. simultaneamente no Porto do Recife e em Olinda. Figura 11. Variações sazonais dos parâmetros ambientais.. 43. Figura 12. Variação dos nutrientes inorgânicos dissolvidos.. 45. Figura 13. Variação sazonal na quantidade total de presas do boto-cinza pescadas. 47. no Recife e em Olinda nos meses de janeiro a dezembro de 2004. Figura 14. Freqüências relativas das famílias de presas do boto-cinza pescadas no. 47. Recife e em Olinda. Figura 15. Freqüência relativa do número de comportamentos observados no. 50. Porto do Recife e em Olinda. Figura 16. Freqüência relativa dos tipos de comportamentos de forrageio. 50. observados no Porto do Recife e em Olinda. Figura 17. Comparação entre as freqüências de saltos na captura de presas pelos. 51. botos-cinza no Porto do Recife e em Olinda. Figura 18. Percentagens dos tipos de estratégias alimentares utilizadas pelos. 51. botos-cinza no Porto do Recife em Olinda. Figura 19. Freqüências relativas dos comportamentos de forrageio realizados na. 52. presença das categorias de número de botos avistados no Porto do Recife e em Olinda.. 10.

(11) Figura 20.Variação das freqüências absolutas de atividades de pesca realizados. 53. pelo número de golfinhos forrageando conjuntamente no Porto do Recife e em Olinda. Figura 21. Variação do número de forrageios cooperativos nos diferentes. 53. tamanhos de grupos de boto-cinza presentes em Olinda e no Porto do Recife. Figura 22. Variação do número de forrageios observados ao longo dos meses do. 54. ano no Porto do Recife e em Olinda. Figura 23. Comparação entre as freqüências de atividades de forrageio nas. 54. estações seca e chuvosa no Porto do Recife. Figura 24. Comparação entre as freqüências de forrageios nos turnos da manhã e. 55. da tarde no Porto do Recife. Figura 25. Variação no número de comportamentos de forrageio registrados ao. 55. longo do dia no Porto do Recife e em Olinda. Figura 26. Freqüências relativas do número de comportamentos de forrageio. 56. observados durante os diferentes estados de maré no Porto do Recife. Figura 27. Variação do número de forrageios registrados nos diferentes estados. 57. de maré em função das marés de quadratura e sizígia no Porto do Recife. Figura 28. Correlação entre salinidade e o número de comportamentos de. 58. forrageio registrados no Porto do Recife. Figura 29. Correlação entre os índices pluviométricos mensais e o número de. 58. comportamentos de forrageio registrados no Porto do Recife. Figura 30. Correlação entre as concentrações de nutrientes inorgânicos. 59. dissolvidos e o número de forrageios registrados no Porto do Recife. Figura 31. Correlação entre a quantidade total de presas potenciais do boto-cinza. 60. pescadas e o número de forrageios observados no Porto do Recife. Figura 32. Correlação entre o esforço pesqueiro direcionado a espécie Mugil. 60. curema e a quantidade de forrageios registrados no Porto do Recife. Figura 33. Número de forrageios realizados pelos botos-cinza em cada área do. 61. Porto do Recife. Figura 34. Freqüência absoluta de atividades de forrageio observadas para as. 61. diferentes categorias de profundidades no Porto do Recife.. 11.

(12) LISTA DE TABELAS Página Tabela 1. Repertório dos comportamentos de forrageio realizados pelo boto-cinza. 31. Tabela 2. Espécies que compõe a dieta do boto-cinza presentes no Recife e. 37. Olinda. Tabela 3. Médias dos valores dos parâmetros ambientais no Porto do Recife e em. 46. Olinda. Tabela 4. Quantidade de presas do boto-cinza pescadas no Recife durante o. 48. período de janeiro a dezembro de 2004. Tabela 5. Quantidade de presas do boto-cinza pescadas em Olinda durante o. 48. período de janeiro a dezembro de 2004.. 12.

(13) RESUMO O comportamento de forrageio compreende um conjunto de atividades realizadas pelos golfinhos para obtenção de suas presas e pode variar de acordo com características específicas de cada região. O presente trabalho objetivou realizar um estudo comparativo entre o comportamento de forrageio do botocinza em Olinda e no Porto do Recife. A coleta dos dados foi realizada em pontos fixos. Os métodos de amostragem utilizados foram “Todas as Ocorrências” e “Varredura”. O estudo foi conduzido entre setembro de 2006 e agosto de 2007, com observações realizadas cinco dias consecutivos por mês no período de 8h às 16 horas. Ao todo foram realizadas 399 horas de esforço amostral em cada área, resultando em 177 horas de observação direta dos animais no Porto do Recife e 13 horas em Olinda. A ocorrência de botos-cinza no Porto foi significativamente maior. O período do ano de maior freqüência de eventos de forrageios do botos-cinza no Porto do Recife foi de setembro a dezembro. Em Olinda, os botos foram observados apenas no período de novembro a fevereiro, sendo este último mês, o de maior freqüência dos registros de forrageio. Em ambas as regiões, os golfinhos foram mais avistados e forragearam mais durante o turno da manhã. Foram registrados ao todo 1264 comportamentos de forrageio no Porto do Recife e 37 em Olinda. No Porto, foram registrados 11 comportamentos de forrageio diferentes e 4 em Olinda. Em ambas as regiões, os eventos de forrageio ocorreram em maior número na presença de 4 a 6 golfinhos. No Porto do Recife, a quantidade de forrageios parece ser influenciada indiretamente por variáveis ambientais, como a estação do ano, os estados de maré, a salinidade, o nível de precipitação pluviométrica e os teores de nutrientes inorgânicos dissolvidos e diretamente pela sazonalidade de ocorrência das presas que compõem sua dieta. Palavras-chave: comportamento; cetáceos; alimentação; ecologia; Sotalia.. 13.

(14) ABSTRACT. Foraging behavior includes the assemblage of dolphin’s activities to obtain prey and it could vary in dependence to specific characteristics of each region this cetacean lives. The main objective was to realize a compartive foraging behavior study of the estuarine dolphin, Sotalia guianensis, in Olinda and Recife Port. Data were obtained from fixed points. All Occurrence and Scan sampling observations were carried out, five consecutive days per month, from 8:00 to 16:00 hours, totalizing 399 hours of sampling effort for each point, resulting in 177 hours of dolphin direct observations at Recife Port and 13 hours at Olinda (Bairro Novo Beach). These points were monitored between September, 2006 to August, 2007. Estuarine dolphin occurrence at Recife Port was significantly bigger. A greater frequency of foraging events of the estuarine dolphin at Recife Port was between September and December. At Olinda the estuarine dolphins were observed only from November to February. This last month reach the greatest frequency of foraging records. On both points the dolphins were visualized and spend more time on foraging at day shift. We recorded 1264 foraging events at Recife Port and 37, at Olinda. Eleven different patterns of foraging behavior were seen at Recife Port and four types at Olinda. For both regions the majority of the foraging events involved 4 to 6 dolphins. At Recife Port the frequency of foraging events seems to be indirectly influenced by environmental parameters as season, tide stage, salinity, rain level, and the amount of dissolved inorganic nutrients; and it seems to be directly influenced by the seasonality of occurrence on the preys that is part of its diet. Key-words: behavior; cetaceans; diet; ecology; Sotalia.. 14.

(15) 1. INTRODUÇÃO:. 1.1. Aspectos Gerais: A ordem Cetacea é representada por mamíferos adaptados à vida aquática. Compreendem baleias, golfinhos, botos e toninhas (PINEDO et al., 1992). No mundo existem cerca de 79 espécies de cetáceos, (CASTELLO, 1996) e no Brasil chegam a 37 espécies descritas (IBAMA, 2001). São encontrados em todos os oceanos do mundo, desde as águas geladas dos pólos até as águas quentes dos trópicos, bem como em estuários e rios (PINEDO et al., 1992). A ordem Cetacea está dividida em três sub-ordens: Archaeoceti, que compreende todos os cetáceos extintos que viveram no Eoceno (55-38 m.a.) e no Oligoceno (38-28 m.a.). Os Archeoceti deram origem aos cetáceos pertencentes às outras duas sub-ordens, os Misticetos e Odontocetos (FORDYCE & BARNES, 1994). A sub-ordem Mysticeti é composta por quatro famílias e distribuída em onze espécies de grandes baleias, que na sua fase embrionária possuem um germe dentário, que é reabsorvido durante o desenvolvimento embrionário e, na fase adulta, adquirem barbatanas córneas de queratina utilizadas para filtrar seu alimento. Possuem dois orifícios respiratórios, os ossos da mandíbula são ligados frouxamente e os ossos do crânio são simétricos (SIMÕES-LOPES, 2005). Alimentam-se de cardumes de pequenos peixes, plâncton (microalgas e pequenos crustáceos como o krill e copépodos). Geralmente têm hábito solitário, sendo apenas encontradas em grandes grupos durante migrações nos períodos de alimentação, para altas latitudes, e de reprodução, para as baixas latitudes (HETZEL & LODI, 1993). A sub-ordem Odontoceti compreende os cetáceos com dentes e apresentam apenas uma abertura nasal, porém possuem duas passagens respiratórias cranianas. Os ossos da mandíbula são fusionados e o crânio é assimétrico em alguns grupos e, em outros, não (SIMÕES-LOPES, 2005). Alimentam-se de peixes, lulas, crustáceos e em alguns casos, de aves marinhas e de mamíferos marinhos (PINEDO et al., 1992). Geralmente não apresentam diferenças entre machos e fêmeas. Apenas os Odontocetos possuem um sistema de ecolocalização, que é utilizado para informar distância, tamanho, forma e textura (SIMÕES-LOPES, 2005). Existem oito famílias e 66 espécies descritas para a sub-ordem Odontoceti (PINEDO et al., 1992). A família Delphinidae é a maior família de odontocetos, possuindo 32 espécies, dentre elas as mais conhecidas popularmente são: o golfinho-rotador (Stenella longirostris), o golfinho. 15.

(16) nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus), a Orca (Orcinus orca), e o boto-cinza (Sotalia guianensis) (PINEDO et a.l, 1992; HETZEL & LODI, 1993). 1.2. Sotalia guianensis No gênero Sotalia GRAY, 1866, foram reconhecidas inicialmente 58 formas nominais, das quais 22 foram transferidas para o gênero Souza GRAY, 1866 (HERSHKOVITZ, 1966 apud SIMÕES-LOPES, 2006). De acordo com a distribuição geográfica, foram consideradas posteriormente três espécies, Sotalia fluviatilis (na Amazônia), Sotalia guianensis (na Guiana Francesa) e Sotalia brasiliensis (no Brasil), e duas subespécies, S. fluviatilis guianensis (marinho) e S. fluviatilis fluviatilis (fluvial) (ALVES-JÚNIOR & MONTEIRO-NETO, 1999). Contudo, recentes estudos morfométricos (MONTEIRO-FILHO et al., 2002) e com DNA mitocrondial (CUNHA et al., 2005), evidenciaram a existência de duas espécies distintas: uma fluvial denominada de tucuxi (Sotalia fluviatilis), endêmica à bacia dos rios Amazonas e Orinoco e o boto-cinza (Sotalia guianensis), espécie marinha que ocorre na costa das Américas Central e do Sul (BOROBIA et al., 1991; DA SILVA & BEST, 1996; ALVES-JÚNIOR & MONTEIRO-NETO, 1999). O boto-cinza é uma das menores espécies de delfinídeos existentes, tendo em média 1,7 metros, podendo atingir até no máximo 2,2 metros de comprimento (HETZEL & LODI, 1993; DA SILVA & BEST, 1996). Apresenta como características morfológicas: nadadeira dorsal triangular, pequena, elevada e situada no centro do dorso; melão arredondado e bem distinto do rostro; apresenta uma coloração que varia do tom cinza escuro no dorso a tonalidades mais claras na região lateral do corpo, podendo a região ventral apresentar-se na cor branca ou rosa, sendo a última, mais comum em animais imaturos (PINEDO et al., 1992; HETZEL & LODI, 1993; DA SILVA & BEST, 1996) (Fig. 1).. 16.

(17) Figura 1: Desenho esquemático do boto-cinza (Sotalia fluviatilis) (Projeto MAQUA). O boto-cinza distribui-se geograficamente desde o litoral norte de Honduras, na América Central 0. (15 58’S; 85042’W; DA SILVA & BEST, 1996) até o Estado de Santa Catarina, no Brasil (27o35’S; 48o34’W; SIMÕES-LOPES, 1988), apresentando uma distribuição extensa e possivelmente contínua ao longo da costa brasileira (PINEDO et al., 1992) (Fig. 2). Habita regiões costeiras, principalmente baías, canais entre baías e mar aberto, entradas de rios e áreas próximas a manguezais (HOELZEL, 1991; TORRES & BEASLEY, 2003; FAVARO, 2004). A dieta do boto-cinza é composta em grande parte por peixes das famílias Sciaenidae, Haemulidae, Gerreidae, Mugilidae, Paralechtidae, Batrocoididae e Trichiuridae, sendo a maioria desses demersais, associados a fundos arenosos ou barrentos, indicando a distribuição costeira dessa espécie. Em menor proporção, o boto alimenta-se de cefalópodes (Lolligunla brevis – Loliginidae) e crustáceos das espécies Penaeus paulensis, Penaeus schmitii. A presença de espécies pelágicas e demersais na dieta do boto-cinza demostra que esses golfinhos podem se alimentar em diversas profundidades. (BOROBIA & BARROS, 1989; DI BENEDITTO et al., 2001; ZANELATTO, 2001; SANTOS et al., 2002). Geralmente, os botos-cinza são encontrados em grupos de dois a cinco animais, porém podem formar grupos de dezenas de indivíduos, como foi reportado por GEISE et al. (1999) no sudeste do Brasil. São extremamente sociais entre si, apresentando padrões de comportamento sociais bastante variados, principalmente entre adultos, juvenis e filhotes, que podem constituir desde simples deslocamentos até comportamentos de brincadeiras e forrageio (GEISE, 1991; SPINELLI et al., 2002). Não se tem registro de predadores para o boto-cinza, no entanto o tubarão-cabeça-chata (Carcharinus leucas), que utiliza sistemas estuarinos, além de tubarões costeiros de outras espécies e a orca, que habitam a costa da América Central e do Sul, podem constituir predadores potenciais desses golfinhos (DA SILVA & BEST, 1996).. 17.

(18) Por ser uma espécie costeira, o boto-cinza vem sofrendo uma crescente ameaça decorrente do aumento das atividades humanas na costa e conseqüente degradação do seu habitat. Dentre essas ameaças, as principais são urbanização e industrialização das regiões costeiras; poluição do ambiente marinho por produtos químicos e orgânicos; exploração inadequada de manguezais e estuários; aumento do tráfego de barcos pesqueiros e turísticos; e as capturas acidentais por redes de pesca (DI BENEDITTO et al., 2000; LODI, 2003). A falta de informação levou o boto-cinza a ser classificado como espécie insuficientemente conhecida na Lista Vermelha de Animais Ameaçados da União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, 2007); como espécie ameaçada de extinção no Apêndice I da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES, 2003); no Plano de Ação do Ibama para Mamíferos Aquáticos do Brasil (IBAMA, 2001); e espécie com estado de conservação desfavorável no Apêndice II da Convenção para Conservação de Espécies Migratórias de animais Selvagens (CMS, 2002).. 18.

(19) Figura 2: Mapa da distribuição geográfica da espécie Sotalia guianensis (Lídio França).. 19.

(20) 1.3. Comportamentos de Forrageio: De maneira geral, os comportamentos estudados em Sotalia guianensis e em outros cetáceos compreendem atividades aéreas (saltos, cambalhotas, spy hoping e batidas de partes do corpo), deslocamentos (rápido, lento, mergulho em velocidade) e atividades de forrageio (perseguição, bote, manipulação da presa, e estratégias de forrageio individuais ou em grupo). (ANDRADE et al., 1987; GEISE, 1991; HAYES, 1999; ARAÚJO et al., 2001; MONTEIRO-FILHO, 1991; NASCIMENTO, 2002; SPINELLI et al., 2002; POLETTO, 2003; SOUZA, 2004). O termo “forrageio” tem sido utilizado para descrever um conjunto de atividades comportamentais realizadas por cada golfinho ou por um grupo de golfinhos para obtenção de suas presas (HAYES, 1999). As estratégias de obtenção de alimento podem ser divididas em duas grandes categorias: os padrões de busca de alimento e os padrões de captura (SIMÕES-LOPES, 2005). Alguns autores consideram uma fase intermediária, que é a de detecção de presas, porém esta categoria é bastante difícil de ser distinguida dos padrões de captura (BEL’KOVICH et al., 1991). Essas atividades de alimentação na superfície consistem em deslocamentos na superfície da água, seguidos de mergulhos para captura de presas, perseguições a presas, arremesso da presa, mergulho em áreas com possível abundância de alimento e consumação da presa (ARAÚJO et al., 2001; BEL’KOVICH et al., 1991; GEISE, 1991; NASCIMENTO, 2002; NOWACEK, 2002). Estratégias alimentares são reportadas para muitas espécies de cetáceos em todo o mundo. Algumas são bastante peculiares, podendo até ocorrer variações entre populações diferentes de uma mesma espécie. SAULITIS et al. (2000) observaram que a população residente de orcas (Orcinus orca) captura salmões (Oncorhynchus tshanytscha) por meio de estratégias de agrupamentos e botes individuais na superfície da água, enquanto mamíferos marinhos são obtidos por orcas transientes através de movimentos de caça coordenados de vários membros de um mesmo grupo. Golfinhos pintados do Atlântico (Stenella frontalis) formam sub-grupos associados entre si para cercar e conduzir cardumes de peixes para a superfície da água produzindo bolhas de ar e utilizando saltos e batidas de cauda (FERTL &WÜRSIG, 1995). O golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus) apresenta um vasto repertório comportamental de forrageio, utilizando várias estratégias de caça. BEL’KOVICH et al. (1991) reportaram em seu estudo, vários tipos de estratégias individuais e em grupo. NOWACEK (2002) descreveu e analisou cinqüenta e sete seqüências de comportamento de forrageio que antecediam o sucesso na captura de peixes por. 20.

(21) golfinhos-nariz-de-garrafa na Baía de Sarasota. Técnicas de observações embaixo da água permitiram a visualização de Golfinhos-nariz-de-garrafa procurando e escavando o sedimento com o rostro e parte do corpo para capturar peixes bentônicos próximo à ilha de Bahamas (ROSSBACH & HERZINC, 1997). As primeiras descrições de estratégias alimentares do boto cinza se referem a dois tipos básicos de comportamento: a Pesca ao acaso ou aleatória e a Pesca cooperativa ou comunitária (ANDRADE et al., 1987; GEISE, 1991; MONTEIRO-FILHO, 1992). MONTEIRO-NETO et al. (1996), reportaram duas modalidades de comportamentos de pesca para botos-cinza: a Pesca Individual ou Sincrônica, quando o indivíduo forrageia sem nenhuma organização aparente entre os demais golfinhos presentes, e a Pesca em Grupo ou Sincrônica, quando vários golfinhos são avistados trabalhando juntos para concentrar e cercar cardumes. ROSSI-SANTOS (1997) registrou a ocorrência de seis estratégias de pesca para o boto-cinza em Santa Catarina, as quais foram denominadas: Pesca aleatória individual, Pesca aleatória em grupo, Pesca cooperativa em leque, Pesca cooperativa circular, Pesca cooperativa cruzada e Pesca cooperativa em Zigue-Zague. Na Praia de Pipa - RN (MONTEIRO et al., 2006), em Cananéia – SP e Ilha da Peças – PR (DOMIT, 2006), os botos-cinza apresentaram um rico repertório comportamental de caça, no qual foram observados 18, 20 e 19 comportamentos, respectivamente, relacionados à atividade de forrageio. Esses comportamentos caracterizaram-se por um conjunto de diversas condutas, tais como saltos, batidas com partes do corpo e periscópios realizadas individualmente ou em grupo, que também são comuns em outros padrões comportamentais como deslocamentos e brincadeiras.. 21.

(22) 1.4. Influência de fatores Ambientais na Ocorrência e Comportamento de Forrageio As estratégias alimentares adotadas pelos golfinhos podem variar de acordo com vários fatores, tais como: espécie e tamanho do grupo de presas; seu habitat, comportamento e capacidade de fuga; agilidade de perseguição do predador; experiência de vida adquirida; tamanho e interação do grupo de predadores. (NASCIMENTO, 2002; NOWACEK, 2002; SOUTO, 2003). A dispersão e densidade de recursos disponíveis em um ambiente variam espacial e temporalmente. Estas flutuações quantitativas e qualitativas produzem mudanças em relação ao que é consumido, influenciando o comportamento alimentar de vários mamíferos (OATES, 1987 apud DAURA-JORGE et al., 2004). Assim, variáveis abióticas podem influenciar diretamente variáveis bióticas, tais como distribuição e abundância de recursos alimentares, e, indiretamente, o comportamento de forrageio dos predadores (WURSIG; WURSIG, 1980). Alguns estudos relacionam a ocorrência, distribuição, uso do habitat e comportamento dos botoscinza com variáveis ambientais, como fotoperíodo (GEISE et al., 1999; HAYES, 1999; ARAÚJO, 2001; LODI, 2002; SANTOS & LE PENDU, 2007), estado da maré (ARAÚJO, 2001; ROSSI-SANTOS, 2006), fases da lua (ROSSI-SANTOS, 2006), profundidade (GEISE et al, 1999; ROSSI-SANTOS, 2006), temperatura da água (DAURA-JORGE et al., 2004), salinidade (ROSSI-SANTOS, 2006), estações do ano (HAYES, 1999; LINK, 2000; LODI, 2002), topografia e morfologia de fundo (DOMIT, 2006; ROSSISANTOS, 2006), variações nas características físicas regionais (LODI, 2002) e tamanho de grupos (POLETTO, 2003; LODI, 2003; DOMIT, 2006; ROSSI-SANTOS, 2006). Dessa forma, o comportamento de forrageio pode apresentar variações de acordo com características topográficas e hidrodinâmicas específicas de cada região. Em geral, áreas costeiras com formação de baías, estuários e desembocaduras de rios são utilizadas pelo boto-cinza como áreas de descanso, interação social, reprodução, cuidado parental e alimentação, pois representam áreas com águas calmas, com risco mínimo ou ausente da ação de predadores e com grande quantidade de recursos alimentares (BOROBIA et al., 1991; DA SILVA & BEST, 1996; GEISE et al., 1999; ARAÚJO, 2001; NASCIMENTO, 2002; LODI, 2003; DAURA-JORGE et al., 2004; FLORES & BAZZALO, 2004; ROSSI-SANTOS, 2006; CREMER, 2007). O sucesso do gerenciamento de áreas ambientais depende da qualidade de informações disponíveis. Para a preservação de regiões habitadas por cetáceos, é necessário o conhecimento sobre uso de área e de. 22.

(23) como os fatores ambientais influenciam na sua distribuição e abundância, permitindo assim, a definição de limites de áreas de preservação adequados (LINK, 2000). Embora alguns trabalhos sobre o comportamento do boto-cinza tenham sido realizados, pouco ainda se sabe sobre essa espécie, principalmente no que diz respeito ao comportamento de forrageio. No litoral de Pernambuco, estudos recentes reportam o uso da região pelo boto-cinza (ARAÚJO et al., 2005), porém ainda não existem dados comportamentais e ecológicos oriundos de um estudo sistemático sobre o botocinza. Dessa forma, o presente trabalho contribuirá para um melhor conhecimento dos aspectos comportamentais e ecológicos do boto-cinza, fornecerá subsídios para elaboração de planos de conservação para tal espécie, bem como fortalecerá a importância de um gerenciamento costeiro da região, uma vez que desse habitat depende a sua sobrevivência.. 23.

(24) 2. OBJETIVOS: 2.1 Objetivo Geral: O estudo visou realizar uma comparação do comportamento de forrageio do boto-cinza, Sotalia guianensis entre duas regiões costeiras do estado de Pernambuco, Praia de Bairro Novo e Porto do Recife. 2.2. Objetivos Específicos: 2.2.1. Caracterizar o comportamento de forrageio do boto-cinza; 2.2.2. Identificar variações na freqüência do comportamento de forrageio do boto-cinza entre dois diferentes habitas; 2.2.3. Verificar influências dos parâmetros ambientais (temperatura, salinidade, profundidade, estado da maré, período do dia e nutrientes) sobre a freqüência de atividades de forrageio do boto-cinza; 2.2.4. Caracterizar variações na freqüência de forrageio considerando o tamanho de grupo e estratégias utilizadas pelos botos; 2.2.5. Verificar a influência da disponibilidade de presas sobre a freqüência de atividade de forrageio do boto-cinza.. 24.

(25) 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Caracterização da área de estudo: A Praia de Bairro Novo pertence à cidade de Olinda, enquanto o Porto do Recife à cidade de Recife. As duas regiões estão distantes cerca de 2,4 km uma da outra. A praia de Bairro Novo caracterizase por ser uma praia costeira e o Porto do Recife, uma região estuarina (Fig. 3). O município de Olinda está compreendido entre os paralelos 7o57’30”e 8o02’30” de latitude sul e os meridianos 39o49’41” e 39o55’00” de longitude oeste, perfazendo cerca de 40,83km2. Limita-se ao norte com o município de Paulista, ao leste com o Oceano Atlântico, a oeste e ao sul com a cidade do Recife (BELTRÃO et al., 1995). A Praia de Bairro Novo compreende o trecho da Rua do Farol com imediação da R. Dr. Manoel Ramos Lima, apresentando uma extensão de aproximadamente 2 km. Apresenta obras de proteção ao litoral com comprimento de cerca de 50m, eqüidistantes 50m uma das outra e construídas perpendicular e paralelamente à praia (GOMES, 2002). O Porto do Recife situa-se na parte interna da Bacia do Pina entre os paralelos 08o04’03” e 08o05’06” Sul e os meridianos 34o21’16” e 34o53’58” Oeste, compreendendo uma região estuarina em plena área urbana, formada pela confluência dos rios Tejipió, Jiguá, Jordão, Pina e pelo braço sul do rio Capibaribe. Limita-se ao norte com os bairros de Cabanga e São José, ao sul com os bairros do Pina e Brasília Teimosa, a oeste com os rios acima mencionados, e a leste com um dique de arrecife de arenito natural. Possui uma extensão de 3,6km aproximadamente, e larguras variáveis 0,26 a 0,86km, perfazendo uma área total de 2,02km2 (CODEPE, 1980 apud FEITOSA, 1988). Constitui um ambiente hidrodinâmico, cuja salinidade varia entre 0,42 a 37 ups, com profundidade máxima de 18m (FEITOSA, 1988). O clima da região segundo a classificação de Köppen é do tipo As’, denominado quente e úmido, caracterizado por dois períodos distintos no regime pluviométrico: uma estação seca, que se prolonga de setembro a fevereiro (primavera-verão), e uma estação chuvosa, de março a agosto (outono-inverno). A temperatura média anual é de 27oC (FEITOSA, 1988; GOMES, 2002).. 25.

(26) 1. 2. Figura 3. Áreas de estudo 1. Praia de Bairro Novo; 2. Porto do Recife (Fonte: Carta Náutica Nº 902 – DHN, 1989). 26.

(27) 3.2. Metodologia em campo: 3.2.1. Local e período de observação: As coletas dos dados foram realizadas em duas regiões: Praia de Bairro Novo, em Olinda, e porto da cidade de Recife. O ponto fixo da Praia de Bairro Novo localiza-se na extremidade de um dique artificial, denominado “dique Zé Pequeno” (7o59’74”S; 34o50’22”W) (Fig. 4) e o ponto fixo do Porto do Recife, situa-se na extremidade de um arrecife artificial, em um farol no Molhe Sul do referido Porto, que possui uma altura de 10 metros de altura (8o2’82”S; 34o51’51”W) (Fig. 5). O estudo foi conduzido durante um ciclo anual, de setembro de 2006 a agosto de 2007, com observações realizadas uma semana (cinco dias consecutivos) nos pontos de coleta. As coletas eram sempre realizadas por dois ou três observadores, devidamente treinados. Em cada mês as semanas de coleta ocorreram alternadamente em cada região. O período de observação foi de sete horas diárias no horário de 8h às 16 horas. Foi realizado um total de 798 horas de esforço amostral, do qual, 399 horas foram de observação no Porto do Recife, totalizando 177 horas de observação efetiva dos animais e 399 horas de observação em Olinda, sendo 13 horas de observação efetiva dos animais.. 27.

(28) Foto: Flávio R. Berger. Figura 4. Foto do Ponto de Observação no Porto do Recife.. 28.

(29) Figura 5. Foto do Ponto de Observação em Olinda.. 29.

(30) 3.2.2. Coleta dos dados: Os dados foram coletados utilizando-se os métodos amostrais de “todas as ocorrências” (ALTMAN, 1974), para registro das atividades relacionadas ao comportamento de forrageio, e, “varredura” (ALTMAN, 1974), para verificar a presença e localização dos botos dentro das áreas em estudo. Os registros de Varredura foram obtidos a cada dez minutos, e, após um período de trinta minutos sem a presença de golfinhos foi considerado como ausência até que os botos fossem novamente avistados. Para facilitar a visualização dos animais e dos comportamentos, foi utilizado um binóculo SAKURA RD 10x–90x80. As observações dos tipos de comportamentos, número de indivíduos, composição dos grupos, localização do animal no local de observação, hora e data foram registrados em um gravador portátil. Posteriormente foram passadas para planilhas pré-estabelecidas (Anexo) e, finalmente, analisadas estatisticamente.. 3.2.3. Definições Comportamentais: As estratégias foram denominadas de sincrônicas ou cooperativas, quando envolveram atividades realizadas por grupos de golfinhos, e de pesca assincrônica, quando os botos forrageavam sem nenhuma correlação aparente entre os demais botos presentes. As descrições dos comportamentos de forrageio utilizadas nesta pesquisa estão listadas na tabela 1 e ilustradas na Figura 6.. 30.

(31) Tabela 1. Repertório dos comportamentos de forrageio realizados pelo boto-cinza (adaptado de MONTEIRO et al., 2006). Tipos de Bote sem Salto Lateral. O Golfinho emerge o rostro movimentando-o lateralmente e captura a presa com a boca.. Vertical*. O golfinho emerge verticalmente parte do seu corpo (do rostro até nadadeiras peitorais) e captura o peixe de baixo para cima.. Em baixo da Água. O golfinho desloca-se com velocidade em direção à região mais rasa, mergulha, captura o peixe em baixo da água e emerge com a presa na boca.. 360º. O golfinho emerge verticalmente, expondo parte do seu corpo e realizando um giro de 360o captura a presa de baixo para cima. Tipos de Botes com Salto. De baixo para cima*. O golfinho executa um salto total ou parcial no momento em que a presa está no ar e a captura de baixo para cima.. Adiantado*. O golfinho persegue a presa de ventre para cima adianta-se em relação ao peixe, então realiza um salto total ou parcial e de frente para a presa, a captura.. Com salto rasante. O golfinho realiza um salto parcial com o corpo posicionado lateralmente, e. parcial lateral*. captura a presa no ar ou na superfície da água.. Com salto de ventre. O golfinho realiza um salto parcial de ventre para cima e captura a presa no ar.. para cima* Estratégias de Forrageio Cooperativas Pente*. Um grupo de golfinhos desloca-se paralelamente um em relação aos outros, direcionando os peixes para barreiras.. Cerco*. Um grupo de botos cerca um cardume, e logo após os golfinhos mergulham independentes e emergem com um peixe em sua boca. Atividades aéreas como saltos e batidas de cauda podem ser realizadas. Controle de Presa. O golfinho joga o peixe para cima e antes que o animal caia na água, o golfinho o captura novamente, prendendo-o em sua boca.. * Vertical = Log jump; Baixo para cima = Horinzontal leap; Adiantado = Wall; Salto rasante lateral parcial = 180º turn; Ventre para cima = back jump; Pente = Front formation; Cerco = Horizontal carousel (BEL’KOVICH et al. , 1991).. 31.

(32) I). VII). II) VIII). III) IV). IV). X). V). XI). VI). Figura 6. Estratégias de forrageios realizadas pelo boto-cinza (MONTEIRO et al., 2006). I) Lateral; II) Vertical; III) Em Baixo da Água; IV) 360º; V) Adiantado; VI) Ventre para Cima; VII) Baixo para Cima com Salto; VIII) Rasante Lateral Parcial; IV) Controle de Presa; X) Cerco; XI) Pente. 32.

(33) 3.2.4. Parâmetros Ambientais: Para localizar os botos em cada área, foram mensuradas as distâncias entre o ponto de observação e o boto, com um binóculo BUSNELL YARDAGE PRO 800 telêmetro laser 8x. Além disso, foi obtido o ângulo em que o boto encontra-se em relação ao observador, com o auxílio de uma bússola portátil. Essas medidas foram plotadas na Carta Náutica número 902 da Diretoria de Recursos Hídricos e Navegação da Marinha do Brasil (DHN, 1989), que contêm as profundidades de cada região em estudo. Os estados da maré foram caracterizados como: alta (30 minutos antes e após o maior pico da maré), vazante (30 minutos após a maior maré e 30 minutos antes da menor altura), baixa (30 minutos antes e depois do menor pico da maré) e enchente (30 minutos após a menor e 30 minutos antes da maior altura de maré) (PEREIRA, 1999 apud LODI, 2002). A altura das marés foi baseada na Tábua de Maré da Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil, conforme a Tábua de Maré do Porto de Recife (08º03',4S; 034º52',0W). A temperatura foi medida com um termômetro de mercúrio, com escala de -10 a 110 ºC, e a salinidade com um refratômetro manual (RST-101ATC, com escala de 0,0 a 100,0) em todos os dias de observações nas duas localidades em estudo. Os índices pluviométricos foram obtidos das Plataformas de Coleta de Dados (PCD) de Olinda e de Recife. Esses dados foram provenientes do banco de dados do Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (LAMEPE) do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP, 2007). Para a análise de sais nutrientes inorgânicos, foram coletadas amostras de 1 litro de água no canal principal do Porto do Recife e na zona de arrebentação da Praia de Bairro Novo, nos meses de setembro a outubro de 2006 e de junho a agosto de 2007, durante o período do da baixa-mar. As amostras foram congeladas e posteriormente levadas ao laboratório de Química do Departamento de oceanografia da UFPE, para serem processadas. Os teores de nitrito (NO2), nitrato (NO3) e fosfato (PO4) dissolvidos na água foram determinados de acordo com procedimentos descritos por STRICKLAND e PARSONS (1972), e o Silicato (SiO2) através das técnicas utilizadas por GRASSHOFF et. 33.

(34) al. (1983). O potencial hidrogeniônico (pH) foi determinado com o auxílio de um pH-metro Beckman, tipo Zeromatic II. Em decorrência da diversidade morfológica, o Porto do Recife foi dividido em 5 áreas, delimitadas por linhas imaginárias referentes a marcos já existentes no local e com características ambientais peculiares a cada área. A área I compreendeu a parte mais interna do Porto, onde está presente o canal do estuário dos rios Capibaribe e Beberibe; a área II caracteriza-se por ser a região entre dois diques artificiais, o Molhe de Olinda, ao norte, e o Molhe do Pina, ao sul, denominada popularmente de “Boca da Barra”; a área III refere-se a uma região de grande influência marítima, não apresentando barreira física; a área IV caracterizou-se pela presença de um dique artificial de contenção na área mais externa do Porto, o qual possui dois faróis Náuticos em suas extremidades e a área V, localiza-se na entrada principal do Porto do Recife em um canal entre o farol de observação e o dique de contenção (Fig. 7).. 34.

(35) Figura 7. Divisão do Porto do Recife em áreas.. 35.

(36) 3.2.5. Composição do Grupo: Os animais foram considerados formando um grupo quando eram visualizados juntos (cerca de 10 metros de distância), apresentando atividades coordenadas, podendo ou não estar se deslocando para uma mesma direção (MANN et al., 2000). O número de botos em cada grupo foi estimado através da contagem direta dos animais que os compunha. O número de botos avistados simultaneamente nos locais de estudos foi agrupado em cinco categorias: 1 a 3 indivíduos; 4 a 6; 7 a 10; 11 a 15 e ≥16, de acordo com os critério adotados por ROSSI-SANTOS (2006):. 3.2.6. Atividade de forrageio e produção de pescado: As freqüências de comportamentos de forrageio foram analisadas e comparadas mensalmente com a quantidade de pescado no litoral de Olinda e Recife. As espécies de presas utilizadas para as análises foram determinadas de acordo com a composição alimentar descrita na literatura para o boto-cinza em outras regiões do Brasil. Os dados de produção de pescado em Recife e em Olinda do ano de 2004 foram obtidos através de uma pesquisa no banco de dados do Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral do Nordeste – CEPENE/IBAMA e no Boletim Estatístico da Pesca Marítima e Estuarina do Nordeste do Brasil - ESTATPESCA (Brasil, 2005). A utilização dos dados referentes ao ano de 2004 ocorreu devido à ausência do registro dos dados de 2007 e a semelhança no regime pluviométrico entre os dois anos ao longo dos meses. As espécies de peixes que foram analisadas neste estudo estão listadas na tabela 2.. 36.

(37) Tabela 2. Espécies que compõem a dieta do boto-cinza presentes no Recife e Olinda e que foram analisadas no banco de dados do CEPENE/IBAMA e no ESTPESCA (BRASIL, 2005). FAMÍLIA. NOME COMUM. Centropomidae. Camurim ou Robalo. Clupeidae. ESPÉCIE Centropomus undecimalis7. CLASSIFICAÇÃO ECOLOGICA*. FOTO. Marinha Dependente. Sardinella brasiliensis2. Marinha Visitante. Harengula clupeola2. Marinha Visitante. Sardinha. Engraulidae. Manjuba. Anchoa filifera2. Haemulidae. Biquara. Haemulon steindachneri3. Marinha Visitante. Sapuruna. Haemulon aurolineatum3. Marinha Visitante. CiobaVermelha. Lutjanus analis5. Marinha Visitante. Lutjanidae. Marinha Dependente. 37.

(38) FAMÍLIA Lutjanidae. Mugilidae. NOME COMUM Pargo Verdadeiro. ESPÉCIE Lutjanus purpureus4. CLASSIFICAÇÃO ECOLOGICA* Marinha Visitante. Ariacó. Lutjanus synagris3. Marinha Visitante. Dentão. Lutjanus jocu6. Marinha Visitante. Tainha ou Saúna. Mugil curema1. Marinha Dependente. Scianidae. Cynoscion jamaicensis4. Marinha Visitante. Macrodon ancylodon3. Marinha Visitante. FOTO. Pescada. Penaeidae. Camarão Rosa Camarãobranco. Farfantepenaeus subtilis. Marinha Dependente. Litopenaeus schmitti. Marinha Dependente. * Classificação Ecologia: Marinha Dependente: espécies de peixes de origem marinha que, obrigatoriamente, utilizam águas estuarinas para alimentação e/ou para completar seu ciclo de reprodução; Marinha Visitante: espécies de origem marinha que passam maior parte do ciclo de vida no mar, penetrando nas águas estuarinas em períodos regulares ou ocasionais (VASCONCELOS-FILHO, 2001). Fotos: www.fishbase.org (acesso: 29/12/2007) 1 - Calderón, S.; 2 – Carvalho Filho, A.; 3 – Flescher, D.; 4 – Matsuura, K.; 5 – Nirchio, M.; 6 – Nunes, J.L.S.; 7 – Patzner, R.; 8 – Ramjohn, D.D.. 38.

(39) 3.3. Análise Estatística: Os comportamentos foram analisados a cada intervalo de uma hora, tanto no período da manhã (8h às 12 horas) como no período da tarde (12h01min até 15 horas em Olinda e 13h as 16 horas no Porto do Recife). Para minimizar os efeitos da diferença de tempo entre o período do dia, bem como entre os estados de maré e, foram calculadas proporções entre o tempo de observação efetiva dos botos pelo tempo total de observação em cada período. Além disso, foram efetuados cálculos de densidade entre o tamanho de cada área e a quantidade de comportamentos de forrageio registrados no Porto do Recife, uma vez que as 5 áreas variam de dimensão. Foi utilizado o teste U de Mann-Whitney para comparações entre a ocorrência de botos nas áreas em estudo, realização de saltos durante a captura de presas, freqüência de forrageio entre as estações do ano, período do dia e categorias de profundidade. Os dados de parâmetros ambientais foram comparados as freqüências de comportamento de forrageio utilizando o Teste de Correlação de Spearman. O Teste de Kruskal-Wallis foi usado para verificar a relação entre estados de Marés e comportamento de forrageio e o de Quiquadrado para comparar os comportamentos de forrageio no diferentes categorias de maré (enchente, cheia, vazante e seca), de acordo com as marés de quadratura e sizígia. Em todos os testes foi adotando o índice de significância p ≤ 0,05 (bilateral),. 39.

(40) 4. RESULTADOS 4.1. Presença dos botos-cinza 4.1.1. Sazonalidade da Ocorrência de botos-cinza No período de setembro de 2006 a agosto de 2007, os botos-cinza estiveram presentes no Porto do Recife em 77,2 % dos dias (n = 44) e em 44,4% (177h) do tempo de observação. Em Olinda, os botos estiveram presentes em apenas 19,3% (n = 11) dos dias e em 3,26% (13h) do tempo total de observação na região. O teste de Mann-Whitney demonstrou que a ocorrência de botos-cinza no Porto do Recife é significativamente maior do que em Olinda (n1; n2 = 12; U = 18,0; p = 0,0018). O Período do ano de maior ocorrência do botos-cinza no Porto do Recife foi de setembro a dezembro (29,3h; 27,0h; 28,3h; 24,3h, respectivamente) e o de menor ocorrência foi de março (6,8h) a abril (4,8h), seguido de maio e junho, onde não foi observada a presença de botos. Em Olinda os botos foram observados apenas no período de novembro de 2006 a fevereiro de 2007, sendo o último mês o de maior ocorrência (6,3h) (Fig. 8). Em ambas as regiões os golfinhos foram mais avistados durante o turno da manhã (Fig. 9).. Presença dos botos (h). 30 25 20 15 10 5 0 Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Meses Porto do Recife. Olinda. Figura 8: Freqüência absoluta de horas que os botos-cinza estiveram presentes durante os meses de observação no Porto do Recife e em Olinda. 40.

(41) Freqüência Absoluta (h). 120 100 80 60 40 20 0 Porto do Recife. Olinda Regiões. Manhã. Tarde. Figura 9: Freqüência absoluta de horas em que os botos-cinza estiveram presentes durante os turnos da manhã e tarde no Porto do Recife e em Olinda.. 4.1.2. Número de botos avistados simultaneamente: No Porto do Recife, o número de botos visualizados simultaneamente variou de 1 a 22 animais, sendo que os números de botos mais freqüentes foram 4 (n=165) e 5 (n=171) e os números acima de 11 botos foram os menos freqüentes. Em Olinda, o número de botoscinza registrados simultaneamente variou de 1 a 6 animais, sendo 6 o número de botos mais freqüente na região (n=24) (Fig. 10).. 41.

(42) Frequência Absoluta. 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22. Número de Botos-cinza Porto do Recife. Olinda. Figura 10. Freqüência absoluta do número de botos-cinza observados simultaneamente no Porto do Recife e em Olinda. 4.1.3. Comparação entre os parâmetros ambientais do Porto do Recife e de Olinda Na Praia de Bairro Novo a salinidade foi significativamente maior em relação ao Porto do Recife (n1; n2= 48; U =140,00; p < 0,001). Entretanto, no Porto do Recife a variação sazonal da salinidade foi maior, apresentado flutuações entre os valores de 11,0 (no período chuvoso) a 35,0 (no período de estiagem), enquanto em Olinda houve uma variação menor, permanecendo entre os valores 35,0 e 36,0 com uma diminuição apenas no mês de junho para 25,0 (Fig. 11). A temperatura (mínima de 26 ºC e máxima de 31 ºC para ambas localidades) e o pH (mínimo de 6,7 no Porto e 7,2 em Olinda e máximo de 8,1 para as duas áreas) não apresentaram grandes variações dentro de cada área, não ocorrendo também diferenças significativas entre as duas regiões em estudo. O índice de precipitação pluviométrico foi outra variável abiótica que não apresentou diferenças significativas entre o Porto do Recife e Olinda, porém foi verificada uma forte sazonalidade ao longo dos meses, uma vez que os menores valores foram de 6mm e 11mm no mês de outubro e os maiores de 335,3 mm (abril) e 325 (junho) para o Porto do Recife e para Olinda, respectivamente (Fig. 12).. 42.

(43) I). Porto do Recife. ju n/ 07 ju l/0 7 ag o/ 07. II). ja n/ 07 fe v/ 07 m ar /0 7 ab r/0 7 m ai /0 7. Olinda. se t/0 6 ou t/0 6 no v/ 06 de z/ 06. Salinidade (s.p.). 38 36 34 32 30 28 26 24 22 20. Precipitação Pluviométrica (mm). Meses. 400 350 300 250 200 150 100 50 0. Porto do Recife. se t/0 6 ou t/0 6 no v/ 06 de z/ 06 ja n/ 07 fe v/ 07 m ar /0 7 ab r/0 7 m ai /0 7 ju n/ 07 ju l/0 ag 7 o/ 07. Olinda. 31 30 29 Porto do Recife. 28. Olinda. 27 26. ju l/0 7 ag o/ 07. 25 se t/0 6 ou t/0 6 no v/ 06 de z/ 06 ja n/ 07 fe v/ 07 m ar /0 7 ab r /0 7 m ai /0 7 ju n/ 07. III). Temperatura da Água (ºC). Meses. Meses. IV) 8.5. PH. 8 7.5. Porto do Recife Olinda. 7 6.5. 7 ag o/ 0. ju l/0 7. ju n/ 07. 06 no v/. ou t/0 6. se. t/0 6. 6. Meses. Figura 11. Variações sazonais dos parâmetros ambientais durante os meses de setembro de 2006 a agosto de 2007 no Porto do Recife e em Olinda. I) Precipitação pluviométrica; II) Salinidades médias mensais; III) Temperatura médias mensais da água; IV) pH.. 43.

(44) Em relação aos sais nutrientes dissolvidos, não ocorreram diferenças significativas entre as duas regiões, porém considerando as médias dos meses de estudo, os teores obtidos para todos os nutrientes dissolvidos foram mais elevados no Porto do Recife quando comparados a Praia de Bairro Novo (Tab. 3). Além disso, as concentrações de sais tais como o nitrito, nitrato e silicato sofreram variações sazonais inversas nas duas regiões. À medida que no Porto houve uma tendência de redução desses nutrientes durante a estação chuvosa, em Olinda esses teores tenderam a um aumento (Fig. 12). 44.

(45) Nitrito (µ mol.l-1). I). 2.5 2 1.5 1 0.5 0 set/06. out/06. nov/06. jun/07. jul/07. ago/07. Meses Porto do Recife. Olinda. Nitrato µ mol.l-1. II) 12 10 8 6 4 2 0 set/06. out/06. nov/06. jun/07. jul/07. ago/07. Meses Porto do Recife. III). Olinda. Fosfato µ mol.l-1. 10 8 6 4 2 0 set/06. out/06. nov/06. jun/07. jul/07. ago/07. Meses Porto do Recife. Olinda. Silicato µ mol.l-1. IV) 35 30 25 20 15 10 5 0 set/06. out/06. nov/06. jun/07. jul/07. ago/07. Meses Porto do Recife. Olinda. Figura 12. Variação dos nutrientes inorgânicos dissolvidos na água durante o período de setembro de 2006 a agosto de 2007 no Porto do Recife e em Olinda. I) Nitrito (NO2); II) Nitrato (NO3); III) Fosfato (PO4); IV) Silicato (SiO2).. 45.

(46) Tabela 3. Médias dos valores dos parâmetros ambientais no Porto do Recife e em Olinda. NO2 MÉDIAS. NO3. PO4. SiO2. pH. Pluviometria Temperatura. Salinidade. Porto Olinda Porto Olinda Porto Olinda Porto Olinda Porto Olinda Porto Olinda Porto Olinda Porto Olinda. Geral. 0,95. 0,48. 4,13. 2,39. 3,23. 2,09. 20,29 14,10. 7,58. 7,67. 163,58 137,42 28,90 29,15 29,27 35,02. Estação Seca. 1,64. 0,08. 5,41. 0,08. 4,30. 0,67. 23,34. 6,36. 7,70. 7,49. 80,05. Estação Chuvosa. 0,26. 0,89. 2,85. 4,70. 2,16. 3,51. 17,23 21,84. 7,45. 7,85. 247,12 218,20 28,30 28,78 24,75 33,94. 56,33 29,31 29,38 32,38 35,66. 46.

(47) As variações entre as quantidades de presas do boto-cinza nas áreas em estudo não foram significantes quando comparadas entre si, porém as freqüências de pescados em Olinda permaneceram mais estáveis ao longo do ano do que no Porto do Recife, onde o mês mais representativo em relação à pesca foi o de dezembro (32.313,9 ton) e o de menor foi junho (6.472,8 ton) (Fig. 13) (Tabs. 4 e 5). As famílias mais freqüentes no Porto do Recife foram Lutjanidae (38%), Mugilidae (19,6%) e Clupeidae (18,1%), e em Olinda foram Haemulidae (38,5%), Lutjanidae (36,6%) e. 35000 30000 25000 20000 15000 10000 5000 ja n/ 04 fe v/ 04 m ar /0 4 ab r/0 4 m ai /0 4 ju n/ 04 ju l/ 0 4 ag o/ 04 se t/0 4 ou t/0 4 no v/ 04 de z/ 04. Quantidade de Pescado (ton). Mugilidae (14,5%) (Fig. 14).. Meses Porto de Recife. Olinda. Figura 13. Variação sazonal na quantidade total de presas do boto-cinza pescadas no Recife e em Olinda durante o período de janeiro a dezembro de 2004.. ae Lu t ja ni da M e ug ilid Sc a e ia ni Pe dae na ei da e. ae H. ae m. ul id. ae. ul id gr a. En. ae id om. lu p C. C. en tro p. ei d. Frequência Relativa (%). 40 35 30 25 20 15 10 5 0. Famílias de Presas do Boto Porto do Recife. Olinda. Figura 14. Freqüências relativas das famílias de presas do boto-cinza pescadas no Recife e em Olinda.. 47.

(48) Tabela 4. Quantidade de presas do boto-cinza em toneladas pescadas em Recife durante o período de janeiro a dezembro de 2004. Mês Ariacó Biquara Camurim Cioba Dentão Manjuba Pargo Pescada Sapuruna Sardinha Tainha Camarão Total/Mês jan/04 131,4 407,2 437,9 3.261,3 138 0 91 0 2.455,5 4.480,1 821,6 817,5 13.041,5 fev/04 159,9 510,4 616,6 3.963,5 171,3 0 113,8 0 3201 5201 1305 995,1 16.237,6 mar/04 512,5 2.339,8 42,0 3.463,5 196,8 330,0 233,0 27,8 3.854,9 0 1.599,5 0 12.599,8 abr/04 63,0 164,4 667,0 3.251,5 65,5 1.180,6 0 0 2.251,0 4.959,2 1.075,0 1.720,0 15.397,2 mai/04 11,7 395,5 37,0 1.520,0 136,0 472,5 60,0 0 0 3.819,0 488,8 2.126,7 9.067,2 jun/04 3,0 289,0 34,0 1.490,0 0 0 0 0 0 0 2.488,0 2.168,8 6.472,8 jul/04 0 348,0 50,0 1.258,7 200,0 0 0 34,5 1.415,0 104,0 4.644,0 763,0 8817,2 ago/04 0 161,0 46,4 2.651,8 36,0 0 0 2,8 841,0 0 2.147,4 861,0 6.747,4 set/04 25,0 325,2 124,3 2.461,8 118,0 0 0 3,1 163,0 304,0 2.359,1 2.694,0 8.577,5 out/04 20,0 117,0 0 4.462,3 181,9 0 85,8 0 1.530,0 4.335,4 2.220,8 701,5 13.654,7 nov/04 30,0 170,3 55,8 6.724,4 243,3 1.413,6 313,1 0 2.577,3 3.475,0 10.695,0 2.868,0 28.565,8 dez/04 6,0 289,5 114,0 5.808,5 208,8 1.368,0 34,3 0 2.193,0 10.431,8 10.350,0 1.510,0 32.313,9 Total 962,5 5.517,3 2.225,0 40.317,3 1.695,6 4.764,7 931,0 68,2 20.481,7 37.109,5 40.194,2 17.225,6 171.492,6. Tabela 5. Quantidade de presas do boto-cinza em toneladas pescadas em Olinda durante o período de janeiro a dezembro de 2004. Mês jan/04 fev/04 mar/04 abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 Total. Ariacó Biquara Camurim Cioba Dentão Manjuba Pargo Pescada Sapuruna Sardinha Tainha Camarão Total/Mês 1.038,0 2.464,6 72,0 2.135,1 227,7 420,0 95,0 20,9 2.338,8 280,0 700,6 0 9.792,7 1.019,0 2.451,0 25,0 2135,1 227,7 845,0 95,0 10,8 2.338,8 311,9 704,8 1.014,0 11.178,1 512,5 2.339,8 42,0 3.463,5 196,8 330,0 233,0 27,8 3.854,9 0 1.599,5 0 12.599,8 377,9 1.521,5 47,6 1.878,0 246,0 1.409,0 134,7 3,0 4.735,6 50,6 603,3 858,0 11.865,2 285,7 1.875,2 56,0 2.598,3 243,9 280,3 32,0 55,4 2.663,1 25,9 317,7 0 8.433,5 146,5 1.862,5 64,2 3.116,8 101,5 0 0 9,7 2.748,8 2,7 1.044,0 0 9.096,3 399,5 1.907,4 51,9 2.310,9 2.988,0 0 0 31,8 2.491,8 0 2.886,1 984,0 14.051,4 800,5 1.957,1 43,1 3.794,9 159,4 1.406,1 49,7 2,3 2.724,2 4,0 1.311,7 1.194,5 13.447,5 262,6 1.594,4 44,2 2.772,4 140,6 1.189,8 5,2 7,0 1.762,1 7,9 1.394,0 1.010,7 10.190,9 142,0 1.445,4 31,5 4.463,7 155,6 0 104,1 5,9 1.471,0 75,6 1.008,0 666,0 9.568,8 201,9 1.242,8 74,6 4.857,4 234,2 17,4 194,1 0 1.060,2 8,4 3.524,8 0 11.659,4 510,4 1.865,5 51,4 4.269,2 169,0 592,8 12,9 29,6 1.374,8 73,0 3.768,4 320,0 13.841,6 5.696,5 22.527,2 603,5 37.795,3 5.090,4 6.490,4 955,7 204,2 29.564,1 839,6 19.911,1 6.047,2 135.541,4. 48.

(49) 4.2. Caracterização do comportamento de forrageio Foram registrados ao todo 1264 (97,16%) comportamentos de forrageio no Porto do Recife e 37 (2,84%) em Olinda (Fig. 15). Destes, foi possível observar 337 sucessos na captura de presas pelos botos no Porto e 18 em Olinda. No Porto do Recife, houve uma maior diversidade de estratégias alimentares do que em Olinda. No Porto do Recife, foram observados oito tipos de botes e duas estratégias de captura em grupo, enquanto em Olinda foram registrados três tipos de bote e uma estratégia em grupo. Apenas no Porto do Recife foi avistado o comportamento de arremesso de presa. Os comportamentos registrados em Olinda foram: forrageio com captura em baixo da água; lateral e de baixo para cima com salto, os quais foram, em ordem decrescente, os mais freqüentes em ambas as localidades. Dos demais comportamentos registrados no Porto do Recife, o forrageio com captura vertical foi o quarto mais freqüente (4,3%) e as capturas com bote adiantado (0,1%) e 360º (0,1%) foram mais raras (Fig. 16). Os comportamentos de forrageios sem utilização de saltos para captura de presas apresentaram uma freqüência significativamente maior do que aqueles com uso de saltos tanto no Porto do Recife (n1;n2= 36; U = 120,5; p< 0,001) quanto em Olinda (n1;n2 = 3; U = 0,00; p =0,05). As investidas dos botos sem utilização de saltos foram significativamente mais bem sucedidas no Porto (n1;n2= 31; U = 114,00; p< 0,001) e em Olinda (n1;n2= 3; U = 0,00; p= 0,05) (Fig. 17). Diferentes estratégias foram verificadas nas duas regiões: em Olinda, os botos foram observados conduzindo as presas de regiões mais profundas (5m) para regiões mais rasas (menos de 2m) próximas à zona de arrebentação, enquanto no Porto do Recife, os golfinhos eram observados direcionando suas presas aos arrecifes artificiais. Além disso, grupos de botos eram visualizados mergulhando e capturando peixes na zona de turbulência formada pela remoção de substrato durante a passagem de alguns navios cargueiros no canal de entrada do Porto do Recife. Botos-cinza também foram observados forrageando próximos a redes de espera e de embarcações de pesca artesanal, no Porto do Recife.. 49.

(50) Frequência Relativa (%). 100 80 60 40 20 0 Porto do Recife. Olinda. Ponto de Observação Porto do Recife. Olinda. Figura 15. Freqüência relativa do número de comportamentos observados no Porto do Recife e. Frequência Relativa (%). em Olinda durante o período de setembro de 2006 a agosto de 2007.. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 AD. 360º. BC. EA. LAT. RLP. VC. VET. Tipos de Comportamento de Forrageio Porto do Recife. Olinda. Figura 16. Freqüência relativa dos tipos de comportamentos de forrageio observados no Porto do Recife e em Olinda. AD= Bote adiantado; 360º= Bote com giro de 360º; B/C= Bote de baixo para cima com salto; EA= Bote em baixo da água; LAT= Bote lateral; RLP= Bote rasante lateral parcial; V/C= Bote de ventre para cima; VET= Bote vertical.. 50.

(51) Frequência Relativa (%). 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0. Sem Salto Com Salto. Porto do Recife. Olinda Regiões. Figura 17. Comparação entre as freqüências de saltos na captura de presas no Porto do Recife e em Olinda. Ao todo, foram registrados 296 eventos de comportamentos de forrrageio cooperativos no Porto do Recife e 22 em Olinda, sendo estes, de apenas um tipo, o cerco. A estratégia em grupo no Porto do Recife mais representativa foi a de cerco (98,3%) (Fig. 18). Essa estratégia foi realizada por grupos compostos de 2 a 10 indivíduos. As estratégias alimentares assincrônicas foram mais freqüentes no Porto do Recife (76,6%), enquanto que as estratégias realizadas cooperativamente pelos botos ocorreram em. Frequência de Forrageios (%). maior proporção em Olinda (59,5%) do que no Porto do Recife (23,4%). 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Porto do Recife. Olinda Regiões. Assincrônicas. Sincrônicas. Figura 18. Percentagens das estratégias alimentares utilizadas pelos botos-cinza no Porto do Recife em Olinda.. 51.

(52) 4.3. Comportamento de forrageio e tamanho de grupo As freqüências de comportamento de forrageio variaram de acordo com o número de botos presentes no Porto do Recife (H = 40,77; gl = 5; p< 0,001), ocorrendo o maior número de forrageios quando estavam presentes na região grupos contendo de 4 a 6 golfinhos quando comparado as categorias 1 a 3 (Z = 3,91; p < 0,05), 10 a 12 (Z = 4,05; p < 0,05), 13 a 15 (Z = 4,69; p < 0,05) e ≥16 (Z = 5,58; p < 0,05). Em Olinda, o teste de Mann-Whitney demonstrou que as freqüências de forrageio observadas foram significativamente maiores para o número de botos entre 4 a 6 animais do que para a categoria de 1 a 3 indivíduos (n1; n2 = 3; U = 0,00; p = 0,05) (Fig. 19). O número de botos caçando cooperativamente variou de 1 a 10 no Porto do Recife, sendo 4 o número mais freqüente (n= 280), seguido de 2 (n= 255) e 3 (n= 215) e em Olinda o número de botos forrageando juntos variou de 1 a 6 indivíduos, com maior freqüência do número máximo. Frequência Relativa (%). de indivíduos (n= 12) para essa região (Figs. 20 e 21). 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1a3. 4a6. 7a9. 10 a 12 13 a 15. ≥16. Categorias de Grupos Porto do Recife. Olinda. Figura 19. Freqüências relativas dos comportamentos de forrageio realizados na presença das categorias de número de botos avistados no Porto do Recife e em Olinda.. 52.

(53) Frequência Absoluta de Forrageios. 300 250 200 150 100 50 0 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. Número de Botos Forrageando Juntos Porto do Recife. Olinda. Figura 20.Variação das freqüências absolutas de atividades de pesca realizadas pelo número de golfinhos forrageando conjuntamente no Porto do Recife e em Olinda. Total. 160. Soma de N. Forrageio. 140 120 100 80 60 40 20 0 1 3 1 2 3 4 5 6 1 2 3 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 10 1 2 3 4 6 10 1a3. 4a6 OLINDA. 1a3. 4a6. 7a9. 10 a 12. 13 a 15. ≥16. P. RECIFE Local Cat grupo Botos FOR juntos. Figura 21. Variação do número de forrageios cooperativos nos diferentes tamanhos de grupos de boto-cinza presentes em Olinda e no Porto do Recife. (Barra interna do eixo das coordenadas: número de botos forrageando cooperativamente; Barra externa: tamanho de grupo presente nas regiões).. 53.

(54) 4.4. Influências das variáveis ambientais no Comportamento de Forrageio 4.4.1. Sazonalidade da ocorrência dos comportamentos de forrageio Os meses com maior freqüência de comportamentos de forrageio foram os de dezembro (n= 375) e setembro (n= 295) no Porto do Recife. Em Olinda, apenas nos meses de janeiro (n= 32) e fevereiro (n= 5) foram observados comportamentos de forrageio (Fig. 22). A ocorrência de comportamentos de forrageio foi significativamente maior na estação seca em relação à estação chuvosa no Porto (n1; n2= 29; U =225,5; p= 0,0024) (Fig. 23).. Frequência Absoluta. 400 350 300 250 200 150 100 50 0 Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Maio Jun. Jul Ago. Meses Porto do Recife. Olinda. Figura 22. Variação do número de forrageios observados ao longo dos meses do ano no Porto do. Número de Forrageios. Recife e em Olinda.. 1000 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 Seca. Chuvosa Estações do Ano. Figura 23. Comparação entre as freqüências de atividades de forrageio nas estações seca e chuvosa no Porto do Recife.. 54.

(55) Houve uma preferência dos botos-cinza pelo forragear durante o período da manhã quando comparado ao período da tarde no Porto do Recife (n1; n2= 35; U= 413.5; p= 0.0194) (Fig. 24), no qual o horário de pico foi entre as 9h e 10 horas (Fig. 25). Em Olinda, não houve diferenças significativas entre os períodos do dia, provavelmente pelo tamanho amostral (apenas 3 dias de observações com registro de forrageio), porém o período com maior freqüência de. Frequência Relativa (%). forrageios foi o da manhã, com o pico às 9 horas (Fig. 25).. 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Porto do Recife. Olinda Regiões. Manhã. Tarde. Figura 24. Comparação entre as freqüências de forrageios nos turnos da manhã e da tarde no Porto do Recife e em Olinda.. I). II). 300. Olinda. 30 frequência Absoluta de Forrageios. Frequência Absoluta de Forrageios. 350. 250 200 150 100 50 0 8:00. 9:00. 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 Horários do Dia. 25 20 15 10 5 0 8:00. 9:00. 10:00. 11:00. 12:00. 13:00. Horários do Dia. Figura 25. Variação no número de comportamentos de forrageio registrados ao longo do dia no Porto do Recife (I) e em Olinda (II).. 55.

Referências

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