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Melhoria da literacia motora em alunos do Ensino Secundário: utilização de exercícios de 10 minutos por aula

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Academic year: 2021

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Vanessa Raquel dos Santos Teixeira Quintino

Relatório de Estágio

Melhoria da literacia motora em alunos do Ensino

Secundário

Utilização de exercícios de 10 minutos por aula

2º CICLO EM MESTRADO EM ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E

ALTO DOURO

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Vanessa Raquel dos Santos Teixeira Quintino

Relatório de Estágio

Melhoria da literacia motora em alunos do Ensino

Secundário

Utilização de exercícios de 10 minutos por aula

2º CICLO EM MESTRADO EM ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Orientadores: Professor Doutor Paulo Vicente João

Professor José Pires

UTAD

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Dissertação apresentada à UTAD, no DEP – ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação do Professor Doutor Paulo Vicente João.

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Agradecimentos

Apesar do presente documento se tratar de um trabalho de caráter individual, não seria possível sem a preciosa colaboração de um conjunto de pessoas que, de uma forma ou de outra, contribuíram para a realização do mesmo. Por este motivo, presto aqui o meu sincero agradecimento.

Ao professor orientador José Pires, pelo apoio, ajuda e todo o conhecimento que me transmitiu ao longo deste período de estágio. Obrigada pela disponibilidade, pelas palavras de alento e por todos os conselhos e ensinamentos transmitidos provaram ser uma ajuda fundamental para se ultrapassar os obstáculos do dia-a-dia.

Ao professor doutor Paulo Vicente João agradeço toda a disponibilidade, todas as ajudas prestadas e a elevada exigência que sempre demonstrou para com os nossos trabalhos e rigor científico.

À minha colega de estágio e amiga Cristiana Frazão por todo o ano de companheirismo e pela sua amizade, não só ao longo deste ano, mas ao longo de toda a vida académica.

Às turmas às quais lecionei durante o ano de estágio (12ºB e 10ºC) e às “meninas” do grupo do Desporto Escolar pelos bons momentos que passamos e por terem contribuído para a realização desta experiência única e pelos desafios que me colocaram a cada aula, em cada treino e em cada jogo. Obrigada a todos.

Ao meu gangue do Secundário e ao Nilton, que foram o meu “escape” durante os momentos mais intensos desta etapa da minha vida e que sempre me ouviram e incentivaram. Obrigada, pessoal.

Aos meus irmãos, por serem eles próprios e nunca me darem um minuto de descanso, treinando constantemente a minha paciência, mas dando-me apoio sempre que eu precisasse.

E, finalmente, aos meus pais, já que sem eles eu não estaria aqui nem seria quem sou hoje. Obrigada por me ensinarem a nunca desistir dos meus sonhos e a trabalhar arduamente para ser capaz de me superar a mim própria.

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Índice

Agradecimentos V Índice de Tabelas VIII Índice de Abreviaturas IX Resumo X Abstract XI 1ª Parte: Introdução 1 Enquadramento Pessoal 2 Enquadramento Institucional 4

Tarefas de Estágio de Ensino Aprendizagem : Unidades Didáticas 6

Planos de Aula 8

Pratica de Ensino Supervisionada 10

Tarefas de Estágio de relação Escola- Meio : Estudo de Turma 11

Atividades da Escola: Desporto Escolar 14

Direção de Turma 15

Palestra “Alimentação e atividade física” 16

Caça ao tesouro 18

Outras atividades 19

Tarefas de extensão do Estágio à Comunidade: Justificação do tema 19

Conclusão 20 Bibliografia 21 2ª Parte: Estudo Desenvolvido 23

Melhoria da Literacia Motora em alunos do Ensino Secundário – Utilização de exercícios de 10 minutos por aula

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Índice de Tabelas e Figuras

Tabela 1: Resultados da altura, peso e IMC da amostra.

Tabela 2: Relação entre o PLScore no pré-teste (PLScore1) e pós-teste (

PLScore2) e o sexo do indivíduo.

Tabela 3: Comparação entre os níveis de confiança apresentados na realização

de cada tarefa e o sexo do indivíduo.

Tabela 4: Resultados nas tarefas de Correr ( L) e Arremessar (T) e nos seus níveis

ou levels (n1 e n2), num pré-teste ( L1 e T1) e pós-teste (L2 e T2).

Figura 1: Relação entre alguns atributos chave da Literacia Motora

(Whitehead,2001)..

Figua 2: As quatro seções do PLAYBasic.

Figura 3: Relação entre o nível de desempenho em cada tarefa e os pontos

atribuídos.

Figura 4: Variação do PLS num momento inicial ( PLScore 1) e num momento final

(PLScore 2) por indivíduo.

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Índice de Abreviaturas

UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro AEMM- Agrupamento de Escolas Morgado Mateus ESMM – Escola Secundária Morgado Mateus ED – Educação Física

UD – Unidade didática

PES – Prática de Ensino Supervisionada DE – Desporto Escolar

PRESSE – Programa Regional de Educação Sexual em Saúde Escolar CS4L- Canadian Sport for Life

UK – United Kingdom ( Reino Unido) PLS – Physical Literacy Score

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Resumo

O documento aqui apresentado tem como objetivo projetar todas as minhas experiências e vivências enquanto professora estagiária durante o ano letivo 2013/2014, destinado ao Estágio Pedagógico, que está inserido no 2º ciclo de estudos em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro ( UTAD). O Estágio Pedagógico é considerado como o fim de uma etapa e como uma preparação para o início de outra, tendo como intuito de servir como alicerce de toda uma formação relativamente constante, contínua e reflexiva na vida do professor. É através deste relatório que transmito todo o conjunto de experiências que me acompanharam ao longo deste ano letivo como professora estagiária de EF. Aqui declaro as minhas dificuldades, dúvidas, angústias e preocupações mas também as estratégias, recursos e soluções utilizadas durante todo este processo de aprendizagem que foi a minha intervenção no estágio.

Este relatório tem quatro áreas de intervenção: as tarefas do professor estagiário no processo de ensino aprendizagem que é o estágio, a reflexão da prática de ensino supervisionada realizada ao longo do ano, a caracterização da turma do 12ºB e, por último, as atividades desenvolvidas e nas quais o núcleo de estágio participou no meio escolar.

Para complementar e consolidar o desenvolvimento do processo académico, este relatório comtempla ainda um estudo sobre a melhoria da literacia motora dos alunos secundários utilizando apenas 10 minutos por aula. Participaram neste estudo n= 24 alunos da turma 10ºC, dos quais 8 eram alunos do sexo masculino e 16 do sexo feminino. Como instrumento de avaliação da literacia motora utilizou-se o PLAYBasic e para análise do dados, optou-se pela discrição estatística ANOVA. As conclusões identificadas no estudo foram: 1) 10 minutos por aula são suficientes para que a literacia motora seja, efetivamente melhorada nos alunos do Ensino Secundário; 2) é necessário ter em atenção todos os domínios da literacia motora para que o desenvolvimento da mesma nos alunos seja igual em todos os parâmetros.

Palavras-Chave: ESTÁGIO PEDAGÓGICO; EDUCAÇÃO FÍSICA; LITERACIA MOTORA; ENSINO SECUNDÁRIO; PEDAGOGIA.

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Abstract

The document presented has as its goal to show all my experiences and livings as a trainee teacher during the school year of 2013/2014, destined to Traineeship that is part of the 2nd cycle of studies in Teaching Physical Education in pre-secondary

and secondary schools in University of Trás-os-Montes and Alto Douro. The traineeship is considered as the end of one stage and as the preparation for the beginning of another, having as intention to serve as foundation for a constant, continuous and reflexive formation throughout the life of a teacher. Through this report I transmit a whole set of experiences that I went through during this year as a physical education trainee teacher. Here I write about my difficulties, doubts, distresses and worries but also the strategies, resources and solutions that I used during all this process of learning that was my traineeship intervention.

This report is divided in four areas of intervention: the trainee teacher’ works in the process of teaching and learning that is the traineeship, the reflection of the supervised teaching practice that took place during the whole year, the characterization of the class of 12ºB and, for last, the activities developed and which the Traineeship Group participated in the school environment.

To complement and consolidate the development of the academic process, this report includes a study about the improvement of physical literacy of secondary pupils using 10 minutes per class. As part of the study, 24 students (n=24) of the 10ºC, which 8 were boys and 16 were girls. As a physical literacy evaluation instrument the PLAYBasic was used and for the data analysis, the statistic description ANOVA. The conclusions of the study were: 1) 10 minutes per class are enough to improve physical literacy in Secondary School; 2) it’s important to pay attention to all the physical literacy domains so that the development of it is equally.

Key Words: TRAINEESHIP; PHYSICAL EDUCATION; PHYSICAL LITERACY; SECONDARY SCHOOL; PEDAGOGY.

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"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe."

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Introdução

Tal como é referido por Oliveira & Cunha (2006), o objetivo do Estágio Supervisionado é proporcionar ao aluno a oportunidade de aplicar os seus conhecimentos académicos em situações da prática profissional, criando a possibilidade do exercício das suas habilidades. Espera-se que o aluno tenha a opção de incorporar atitudes práticas e adquirir uma visão crítica de sua área de atuação profissional. Por isso mesmo, o Estágio trata-se de uma etapa importante do percurso académico de todos os alunos, dando oportunidade de verificar a aplicabilidade dos conhecimentos teóricos na prática e de se adaptar a novas situações. Este documento irá funcionar como uma revisão e reflexão de todo o meu percurso durante o Estágio, uma das etapas mais importantes do meu percurso.

O presente documento está dividido em duas partes, sendo que esta primeira parte é relativa ao Estágio Profissional que decorreu na Escola Secundária Morgado Mateus (ESMM) em Vila Real. No âmbito do estágio, ficaram a meu cargo as aulas da turma B do 12º ano e as aulas da turma C do 10º ano, tendo tido o Professor José Pires como orientador e o Professor Doutor Paulo Vicente João como supervisor. Como parte integrante do Núcleo de Estágio da ESMM, houve ainda a minha colega Cristiana Frazão, sendo o núcleo construído apenas por nós as duas.

Para além de lecionar as aulas destas duas turmas, a minha ação passou ainda por prestar auxílio em algumas atividades realizadas pelo grupo disciplinar e em auxiliar o grupo do Desporto Escola de Futsal Feminino, no escalão de Juvenis.

Outra parte importante do meu estágio foi a participação na organização de eventos desportivos do grupo disciplinar de Educação Física (EF) na escola nomeadamente, o Torneio Basquetebol 3x3, a Taça Morgado e a Taça Morgadinha, que me permitiu ter um contacto mais próximo com os alunos da ESMM, tanto com os participantes como com os alunos que estavam a auxiliar na atividades, e pude verificar a quantidade de trabalho e a entreajuda que é necessária haver para que estes “pequenos” eventos se realizem sem problemas.

Para além disto, tive ainda a oportunidade de preparar, organizar e de ser a oradora da palestra “Alimentação e atividade física”. Esta atividade surgiu como

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parte integrante do PRESSE – Programa Regional de Educação Sexual em Saúde Escolar.

Para finalizar, todas estas experiências, práticas letivas e responsabilidades foram, sem dúvida, uma mais-valia para grande etapa que este estágio profissional representou, tanto no meu percurso académico como na minha vida, indo de encontro à opinião que vários autores da área de Pedagogia e Didática formulam e defendem. Afirmam que a prática é muito importante para o desenvolvimento do docente, tendo como exemplo Freire (2001) que refere que o estágio permite uma primeira aproximação à prática profissional e promove a aquisição de saber, de um saber fazer e saber julgar as consequências das ações didáticas e pedagógicas desenvolvidas no quotidiano profissional.

Enquadramento Pessoal

O ato de ensinar e o contato com o meio escolar nunca foi algo de novo para mim, tanto devido ao grande número de professores existentes na aldeia de onde sou natural como devido à profissão dos meus pais, também eles professores. Como tal, as dificuldades, as responsabilidades e os problemas que a maior parte dos professores enfrentam já eram conhecidos por mim, o que sempre ter a ideia em não envergar pela vertente da Educação. Apesar disto, sempre estive ligada ao desporto durante todo o meu percurso escolar, tendo praticado natação, basquetebol e futsal no Desporto Escolar e cheguei a praticar futebol federado durante um ano e futsal federado durante três anos.

Fui continuando a praticar desporto mas a minha decisão sempre foi trabalhar noutra área que não a educação e quando chegou a altura de concorrer ao Ensino Superior, Educação Física era a minha segunda opção e eu tinha a certeza absoluta que entraria na minha primeira opção. Isto não chegou a acontecer e acabei por entrar em Educação Física. No início, foi muito difícil mas, á medida que as aulas iam avançando comecei a desenvolver o gosto pelo ensino da disciplina e comecei a perceber que as dificuldades que eu tão bem conhecia podiam ser ultrapassadas.

O gosto pelo ensino foi aumentado e, no primeiro ano de mestrado, tive a oportunidade de fazer parte da estrutura de uma escolinha de futsal. Apesar de ser bastante diferente do ensino praticado na escola e de no treino as crianças andam

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por vontade própria, foi-me possível ter uma pequena pré-visualização de como seria no ano de estágio o contacto com os mais novos. Este contacto com a atividade física e com as crianças, fez com que as minhas expetativas para o ano de estágio aumentassem bastante.

No início do estágio, tive bastantes incertezas, dúvidas e dificuldades em relação a quase tudo o que se relacionasse com a escola. Eu já sabia o que esperar mas mesmo assim, lidar com tudo foi um pouco complicado no início, principalmente no que dizia respeito ao relacionamento com os alunos, já que a diferença de idades não era muito acentuada e a minha fisionomia fazia com que eu parecesse, à partida, mais jovem ou da mesma idade que os meus alunos. Este foi um problema que me acompanhou ao longo e me irá acompanhar ao longo da minha vida profissional, mas neste ano de estágio foi possível eu aprender maneiras de contornar este problema e são essas soluções que eu irei utilizar no futuro.

Ao longo deste período de estágio, tive oportunidade de contatar e de trabalhar com a maior parte dos professores de Educação Física da ESMM e com alguns professores da escola agregada ao Agrupamento de Escolas Morgado Mateus, da qual a ESMM é sede. Fui muito bem recebida por todos os integrantes do grupo disciplinar e tive oportunidade de trocar experiências com alguns, de trocar conhecimentos e de aprender um pouco sobre as suas vivências como professores de Educação Física ao longo dos anos e nas diferentes escolas. Para mim, esta também foi uma parte importante do estágio pois as experiências que cada um tinha para partilhar sobre a experiência de ser professor de Educação Física fora do pavilhão (a preparação das aulas, as constantes mudanças de escola, a situação económica da profissão, o comportamento dos alunos ao longo dos anos, etc) são sempre educativas de se ouvir pois variam de pessoa para pessoa e todos têm algo de novo a acrescentar.

Para além do contacto com os professores, também houve um contacto muito constante com os restantes constituintes do meio escolar, principalmente com os funcionários da escola que sempre estiveram prontos a ajudar e sempre nos trataram como professores e como parte da orgânica da escola.

Na primeira semana do estágio, eu e a minha colega de núcleo foram apresentadas ao nosso orientador e começamos imediatamente a preparar o ano

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letivo que rapidamente se avizinhava. Desde esta primeira semana que a minha relação com o orientador e com a minha colega de estágio foi bastante boa e senti-me a vontade para interagir com eles.

A nossa primeira decisão como núcleo de estágio foi a de distribuir as quatro turmas entre as duas e, a partir daí, começar a elaborar as Unidades Didáticas para o 1º período. Após alguma discussão e troca de ideias, ficou acordado que eu iria trabalhar com a turma 10ºC e 12ºB, já que apresentavam bastantes semelhanças em termos de dinâmica de turma, e a Cristiana iria trabalhar com a turma 11ºD e 12ºD. E a divisão das turmas assim se manteve durante o restante ano letivo.

A minha primeira impressão das minhas turmas, tanto do 10ºC como do 12ºB, foi que ambas as turmas apresentavam um potencial razoável para a prática de atividade física, mas a turma do 10ºC apresentava mais dificuldades que a outra turma, tanto em termos de comportamento como em termos de capacidades motoras como em termos de predisposição natural para a prática e a mostrou que havia uma diferença bastante acentuada entre o grupo dos alunos com boa disposição para a prática e o grupo com mais dificuldades.

Estas primeiras impressões estavam corretas e a dinâmica das duas turmas não alterou muito, tendo alterado, apenas, no 10ºC o comportamento dos alunos em relação à professora e às regras da escola. Esta mudança de comportamento por parte dos alunos revelou-se uma tarefa difícil e trabalhosa mas que acabou por compensar e melhorar bastante o ambiente dentro das aulas de EF.

As mudanças e os desafios foram constantes durante todo o ano mas fizeram-me crescer como profissional e como pessoa e irá ser estes ensinamentos e vivências que se irão manter comigo ao longo da minha carreira profissional.

Enquadramento Institucional

A ESMM situa-se em Vila Real que é sede de concelho e capital de distrito, sendo uma das três escolas secundárias existentes no concelho. Atualmente, a ESMM está integrada no Agrupamento de Escolas Morgado Mateus (AEMM) que é constituído por 13 escolas do 1º ciclo do Ensino Básico, 15 Jardins de Infância, 1

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escola do 2º e 3º ciclos do Ensino Básico (Escola Básica Monsenhor de Amaral) e uma escola do Ensino Secundário (Escola Secundária Morgado Mateus).

Segundo o site oficial do AEMM, o agrupamento tem, atualmente, cerca de 2137 alunos, entre alunos do Jardim de Infância, 1º,2º e 3º ciclo do Ensino Básico, Ensino Secundário, cursos profissionais e CEFs. Em relação aos alunos que frequentam a ESMM, entre alunos do Ensino Secundário e cursos profissionais, soma 460 alunos. Estes 460 alunos frequentam as salas da ESMM e os pavilhões da mesma, utilizando, em caso de necessidade, o pavilhão da Escola Básica Monsenhor de Amaral e as suas salas.

Em relação às condições da ESMM, esta possui um auditório para 50 pessoas, com todos os recursos multimédia, tem cerca de 40 salas todas equipadas com quadros interativos e computadores com o software de sumários e alunos, tem três salas de informática equipadas com um computador para cada aluno e quatro salas de Educação Visual equipadas com mesas de desenho e material de desenho. Relativamente às condições para a prática da EF tem um pavilhão de desportos, um campo de alcatrão preparado para todos os desportos e um campo pelado com duas balizas.

No pavilhão de desportos, existem materiais para a prática de praticamente todos os desportos, nomeadamente o corfebol, râguebi, basquetebol, voleibol, ginástica, badminton, futsal, athletics e escalada. No pavilhão, é possível estarem três turmas a ter aula ao mesmo tempo, cada uma ocupando um terço do espaço e há material disponível para que duas turmas estejam a abordar a mesma modalidade ao mesmo tempo.

O campo de alcatrão tem quatro tabelas de basquetebol, duas balizas e tem as marcações necessárias para a prática de basquetebol, futsal, voleibol e andebol.

Já o campo pelado não possui nenhum tipo de marcação, tendo apenas duas balizas. Este campo é normalmente utilizado para a prática de râguebi e para o lançamento do dardo em athletics.

Em termos de recursos humanos, o pavilhão dispõe de dois funcionários que estão encarregues de manter o bom funcionamento nos balneários, de tratar

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da organização e manutenção do material e de verificar quem entra no pavilhão e no espaço de aula.

Tarefas de Estágio de Ensino Aprendizagem

Unidades Didáticas (UD)

A planificação e estruturação de conteúdos para o ano letivo e para cada período letivo faz parte do dia-a-dia do professor, estando intrinsecamente interligado com o ato de lecionar, independentemente da disciplina, este é um processo padrão em todas elas, devendo a planificação ser feita de acordo com as necessidades, capacidades e características da população alvo.

Ligado ao processo de planificação está o processo de restruturação dos conteúdos, sendo outra parte importantíssimo do trabalho do docente, pois após haver a planificação dos conteúdos é necessário verificar qual é o nível de conhecimento dos alunos sobre esses conteúdos através da avaliação diagnóstica, para assim se adaptar a planificação e os conteúdos (se necessário) aos conhecimentos dos alunos e quais os espaços disponíveis para as aulas, consultando o roulement da escola.

Outro ponto importante na planificação das Unidades Didáticas é a verificação do material disponível para a modalidade, fazendo com pudesse haver uma reestruturação de conteúdos caso haja falta de algumas matérias específicos, adequando assim, as aulas e os seus conteúdos ao material existente na escola.

A planificação das Unidades Didáticas foi um dos primeiros trabalhos que nos foram propostos no Estágio e umas das tarefas mais difíceis, a seguir à planificação das aulas e à lecionação das mesmas. Antes do início do ano letivo e após distribuirmos as turmas entre o Núcleo de Estágio, o nosso orientador informou-nos das modalidades que teríamos de abordar em cada uma das turmas que ficou à nossa responsabilidade e alertou-nos para o facto de que, apesar de cada uma de nós ter uma turma de 12º ano e de a matéria a abordar ser a mesma, as turmas tinham uma dinâmica completamente diferente uma da outra e que os conteúdos deveriam ser abordados de maneira diferente, sendo que as duas turmas teriam de ter objetivos finais diferentes.

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Quando o professor me comunicou que eu iria lecionar ginástica acrobática ao 10º ano no 1º período, já que era hábito do orientador, fiquei bastante apreensiva já que a segurança dos alunos é sempre posta mais em risco nas atividades de ginástica e o meu conhecimento da modalidade e da dinâmica da turma era muito reduzido. Por isso mesmo, a planificação desta Unidade Didática foi elaborada com um maior cuidado que as restantes e a evolução dos alunos e a reação dos mesmos aos conteúdos foi acompanhada com mais atenção.

Relativamente ao 10º ano, ao longo de todo o ano letivo, as Unidades Didáticas abordadas foram: andebol e râguebi no 2º período e corfebol no 3º período. Em comparação com a UD do 1ºperíodo, as UD do 2º e 3º período foram um pouco menos complicadas de planificar e de lecionar pois a escola possuía boas condições e materiais e o empenho dos alunos foi notoriamente maior, já que se tratavam de modalidades que eles já conheciam e como se tratam de modalidades coletivas, os alunos ficam, normalmente, mais motivados.

No 12º ano, ao longo de todo o ano letivo, as UD abordadas foram: no 1º período, râguebi e basquetebol; no 2º período, voleibol e no 3º período, badminton. A UD que mais preocupações e cuidados teve na sua planificação foi a UD inicial, a de râguebi pois não tinha ainda uma ideia muto clara da dinâmica da turma, de como os alunos reagiam a desportos coletivos e se trabalhavam bem em grupo.

Para cada UD, principalmente as de desportos coletivos, após o aquecimento regular (corrida durante 10 minutos, fazendo parte da sequência de aula exigida pelo orientador), eram realizados jogos pré-desportivos que iam tendo condicionantes dependendo da modalidade e dos objetivos de cada aula, de modo a servirem como complemento ao aquecimento inicial, de entusiasmar os alunos e de servir como primeiro contato com os conteúdos da aula.

Em relação à dinâmica dos exercícios específicos da modalidade (tanto no 12º ano como no 10º), inicialmente os exercícios, independentemente dos conteúdos, eram realizados individualmente para me dar uma visão da dinâmica da turma e das capacidades individuais de cada aluno. Após algumas aulas, os exercícios passaram a ser realizados em grupo, normalmente em grupos de 2, no voleibol, numa fase inicial da aula e grupos de 4 mais tarde. No basquetebol e no râguebi, eram normalmente utilizados grupos de 5 ou 6, realizando os exercícios independentemente dos outros grupos.

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Outra estratégia utilizada era a realização de jogos reduzidos no final de cada (aproximadamente 30 minutos) nas UD de basquetebol, râguebi, voleibol e râguebi, o permitia que todos os alunos estivessem em atividade física, ao mesmo tempo que permitia trabalhar o domínio cognitivo do jogo e a condição física dos alunos.

Ao longo de cada UD individualmente, foram feitas todas as reflexões necessárias tanto para verificar se os conteúdos se adequavam à população alvo, para corrigir os erros cometidos na planificação inicial e para verificar as estratégias a serem aplicadas para haver uma manutenção de aprendizagens com sucesso.

Planos de Aula

Outra ferramenta importante no estágio profissional é o plano de aula. Apesar de não ser uma certeza de que a aula vai correr exatamente como foi planeado e esquematizado no plano de aula, este serve como um guião da aula e auxiliar de memória ao professor, tendo uma estrutura complexa e exige uma elaboração muito cuidada e ponderada por parte do professor.

De modo a combater, de certo modo, a imprevisibilidade da aula, o professor procura esquematizar estratégias para que, no caso de acontecerem situações imprevistas, ele esteja preparado para reagir da melhor maneira possível a este tipo de situações, por exemplo, alterando a organização da turma para um determinado exercício, alterando a maneira como se desloca pelo espaço de aula para corrigir os alunos, alterando a distribuição das equipas ou dos grupos de exercício.

O plano de aula, para além de tentar combater a imprevisibilidade da aula, deve ter em conta o espaço disponível, o material disponível e o número de alunos que irão realizar a aula. Tanto o espaço disponível como o material são variáveis que normalmente se mantêm, já o número de alunos pode variar muito de uma aula para outra.

Em relação ao espaço disponível, o normal é haver um terço do pavilhão para cada turma, o que limita bastante o espaço de prática de modalidades coletivas. Por exemplo, a turma do 10ºC com 24 alunos, no espaço disponível (1/3

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do pavilhão) e durante a UD de Andebol, modalidade esta na qual é necessário haver uma baliza, área de baliza e um campo largo para que os alunos consigam fazer a bola circular, o espaço disponível apenas podia ser utilizado como um campo de jogo, o que implicava que duas equipas apenas estivessem a jogar de cada vez. Já no jogo dos 10 passes, também nas mesmas condições (mesma turma e mesma UD) todos os alunos podiam estar em atividade porque dava para dividir o espaço disponível em dois, fazendo assim dois campos com duas equipas em cada um a jogar. Logo, esta variável era das mais importantes a ter em conta na esquematização da aula e consequente elaboração do plano de aula.

Relativamente ao material disponível, esta é outra variável a ter em conta pois este varia de escola para escola e de modalidade para modalidade. No início do ano, o nosso orientador sugeriu que fizéssemos um inventário do material disponível para assim termos uma maior facilidade quando estivéssemos a elaborar o plano de aula, já que ficávamos logo com uma ideia sobre como poderíamos fazer a dinâmica dos exercícios. Dando um exemplo prático, na turma do 12º B, durante a UD de Badminton, inicialmente disponhamos de cerca de 30 volantes de Badminton, o que permitia que cada aluno pudesse realizar o aquecimento específico individualmente. Passadas duas semanas, os volantes disponíveis passaram para cerca de 15 volantes, o que implicou que o aquecimento específico passasse a ser feito em grupos de 2 ou de 4, ao contrário das primeiras aulas. O plano tem de se adaptar ao material disponível,

Apesar de serem uma ferramenta muito importante no ato de lecionar, a construção de um plano de aula não é fácil pois a estrutura deste tem de se adaptar à UD a lecionar. Desde o início do ano até ao fim do 1º período que a estrutura do plano de aula utilizado pelo Núcleo foi sofrendo alterações e correções, tanto pelos elementos do Núcleo como pelo orientador até chegar à estrutura que foi utilizada durante o resto do ano. Para além da estrutura do plano de aula, também durante o 1º período a estrutura da aula foi sofrendo alterações e reajustes, terminando com a estrutura que foi utilizada durante o resto do ano letivo: aquecimento não específico com corrida, alongamentos específicos à modalidade, jogos pré-desportivos e no final da aula, entre 20 a 30 minutos de jogo. Apesar de ficarem com uma estrutura definida, os planos de aula foram sempre adaptados à UD, capacidades e às vivências dos alunos.

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Relativamente à construção dos planos de aula, tive algumas dificuldades principalmente na UD de ginástica acrobática e na UD de corfebol. As dificuldades na UD de ginástica acrobática deveram-se ao facto de ter tido pouco contacto com as modalidades de desportos individuais e de, durante o meu percurso académico, pouca formação na construção de planos de aula para desportos individuais, mas tive a ajuda do orientador que me orientou na organização de aulas e exemplificação dos exercícios. Em relação ao corfebol, as minhas maiores dificuldades resultaram do facto de nunca ter tido contacto com a modalidade o que dificultou um pouco aquando da elaboração do plano de aula para os conteúdos mais táticos da modalidade. Por isso, foi necessário, da minha parte, um maior empenho na planificação das aulas e uma maior pesquisa de tudo o que tivesse a ver com a modalidade, desde conteúdos técnicos a conteúdos mais táticos, o que ajudou a ultrapassar algumas dificuldades.

Práticas de Ensino Supervisionadas

Apesar de cada um ter uma noção da sua ação como professor durante a aula, nem sempre essa é a correta e por isso mesmo as práticas de ensino supervisionadas (PES) foram uma ferramenta bastante útil durante o período de estágio pois permitiu-me ter uma noção mais correta tanto sobre as minhas ações durante a aula como quais seriam as melhores maneiras de corrigir essas ações.

Apesar das vantagens das PES, nas primeiras aulas a presença, tanto do orientador como da minha colega de estágio, provocava-me um certo desconforto pois a presença deles durante a minha aula traduzia-se numa sistemática incerteza sobre as suas opiniões relacionadas com as minhas ações. É verdade que tanto a minha colega como o orientador estiveram presentes em todas as minhas aulas desde o primeiro dia do ano letivo mas mesmo assim, a sua presença, para além de não acontecer normalmente no contexto de aula, era uma presença avaliativa o que me dava um sentimento estranho de que todos os meus movimentos estavam a ser controlados.

Era certo que nenhuns deles (orientador e a minha colega) faziam juízos de valor sobre a minha ação como professora mas sim tentavam identificar os pormenores menos bons da minha atuação e, no final da aula, o seu discurso era

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no sentido de me levarem a refletir nas minhas ações para depois eu encontrar soluções para melhorar esses pormenores.

Bastante importante para a minha formação docente foram as observações realizadas às aulas da minha colega. Estas observações permitiram-me observar outra dinâmica de aula e outras características de uma turma e verificar que alguns exercícios resultavam na turma da minha colega mas poderiam não resultar noutras turmas.

Tarefas de estágio de relação Escola - Meio

Estudo de Turma

A disciplina de Educação Física, devido às suas especificidades – aula fora da sala de aula, contacto mais direto entre professor e aluno, matéria e conteúdos mais práticos – inclui um vasto rol de relações e interações sociais e interpessoais que modificam as estratégias e as abordagens feitas pelo professor.

As estratégias, as abordagens e as ações feitas pelo professor durante o seu tempo de aula são influenciados por vários fatores: comportamento dos alunos, interação entre os alunos, aptidão física dos alunos para a prática desportiva, disposição mental dos alunos para a aula e as suas tarefas, etc.

Por todos estes fatores, torna-se importante para os professores poderem cumprir a sua função e a sua responsabilidade na aula é necessário que estes tenham uma caracterização da escola, meio e turma, pois o êxito da planificação depende desta caracterização (Aranha, 2008). É a partir desta caracterização, que durante a planificação se elaboram as estratégias pedagógicas que contribuam para um melhor processo de ensino-aprendizagem.

Pretende-se assim com este estudo, a recolha e a análise de informação, da turma B do 12º ano do Agrupamento de Escolas Morgado Mateus – Vila Real, no sentido de proporcionar aos docentes um melhor conhecimento da turma e dos alunos, de modo a melhorar e auxiliar na sua intervenção pedagógica. Outro dos objetivos foi verificar os hábitos diários dos alunos, caracterizar os hábitos alimentares dos alunos, as horas de sono diárias e os hábitos de higiene diária, tentando, depois, elaborar estratégias para incutir bons hábitos diários ao alunos e

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observar dados relativos à vida escolar dos alunos, essencialmente na disciplina de Educação Física.

Amostra

A amostra foi constituída pelos 23 alunos inscritos na disciplina de Educação Física da turma B do 12º ano da escolaridade do Agrupamento de Escolas Morgado Mateus – Vila Real. Dos 23 alunos constituintes, 12 alunos são do sexo masculino e 11 alunos são do sexo feminino. A média de idade da turma é de 16,7 (17 anos) e a idade mais jovem registada foi de 16 anos e a idade mais velha registada foi de 18 anos.

Procedimentos e Instrumentos

Os dados para a elaboração deste estudo foram recolhidos tendo como instrumento um questionário do aluno. O preenchimento do questionário do aluno foi efetuado na aula de Educação Física no dia 16 de Setembro de 2013. Inicialmente, foi dada uma explicação geral, referindo que os respetivos questionários tinham como objetivo realizar um estudo da turma, a cargo do Núcleo de Estágio de Educação Física presente na Escola, para um trabalho desenvolvido na Universidade, estando os dados sujeitos a tratamento sigiloso e confidencial.

Os dados recolhidos foram tratados na folha de cálculo do Microsoft Office Excel 2007 e os resultados são apresentados sobre a forma de gráficos e expressos em valores absolutos e percentagens.

Para a recolha de dados foi utilizado um questionário do aluno, criado a partir do questionário base que a escola aplica aos alunos todos os anos. De entre as várias perguntas dos inquéritos, foram selecionadas para análise dos resultados as que o professor achou mais pertinentes, tendo em conta os objetivos deste estudo:

• Idade dos alunos da turma;

• Situação laboral do encarregado de educação; • Profissão do pai e da mãe;

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• Idade do pai e da mãe;

• Número de elementos no agregado familiar; • Hora habitual de deitar;

• Qual o tipo de casa em que vive;

• Qual o transporte utilizado para ir para a escola e qual o tempo de deslocação;

Se toma o pequeno-almoço diariamente e onde;

Quantas vezes por semana tomam banho e se toma banho depois da aula de Educação Física;

• Se tem ajuda no estudo e quem ajuda no estudo; • Qual o número de retenções;

• Qual a disciplina favorita;

• Qual a disciplina que menos gosta; • Se possui PC em casa;

• Qual a ideia que tem de ele próprio;

Se gosta de desporto, qual o desporto favorito, se pratica regularmente e se é federado em algum desporto;

Como idealiza o professor de Educação Física? Como idealiza as aulas de Educação Física?

Conclusões

Com base nos dados obtidos, é possível verificar que se trata de uma turma relativamente normal, que apresenta contudo alguns casos específicos que requerem uma intervenção especializada, nomeadamente alguns alunos que não têm uma aptidão física natural e alunos que não se sentem naturalmente motivados para a prática desportiva.

Nenhum aluno da turma tem problemas de saúde graves, que o impeça de realizar a aula de Educação Física, com os restantes colegas. Contudo é necessário adotar e modificar estratégias pedagógicas para os dois alunos com asma e dois alunos com problemas de visão.

Relativamente aos hábitos dos alunos, será preciso ter atenção já que uma parte significante dos alunos tem por hábito deitar-se entre as 00horas e as 00 horas e 59 minutos, o que poderá fazer com que não durmam horas suficientes por

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dia, alterando a ser performance na escola, mais concretamente na aula de Educação Física.

Em relação ao gosto pela prática desportiva, a maioria dos alunos afirmou que gostava de desporto, o que poderá facilitar a motivação e o empenho que os alunos irão apresentar durante o decorrer da aula, facilitando a ação do professor.

É necessário continuar a incentivar o gosto pela atividade física nesta turma, para que desta forma continuem motivados e estimule a uma maior prática de atividades físicas fora do contexto escolar. Apesar da motivação que a maior parte dos alunos apresenta, a turma em amostra necessita sempre de incentivo para que os alunos nunca abandonem os seus hábitos desportivos, esse espírito motivador e que mais alunos se iniciem na prática desportiva extracurricular.

Atividades na Escola

Desporto Escolar (DE)

A partir do dia 18 de Setembro de 2013, o núcleo de estágio da ESMM passou a prestar auxílio no grupo do DE de futsal feminino no escalão de juvenis. Esta atividade decorreu todas as semanas, às quartas-feiras, das dezasseis e quarenta e cinco às dezoito e quinze.

Todas as semanas, o treino era exclusivamente planeado e conduzido pelo núcleo de estágio, tendo o auxílio do orientador em algumas partes do treino. O treino iniciava-se com um aquecimento geral, seguindo-se alguns exercícios de técnica individual, terminando com jogos reduzidos ou jogo formal.

O trabalho realizado no DE no 1º período foi essencial para que as alunas melhorassem as suas competências técnicas na modalidade, sendo este um dos principais problemas demonstrados pelas alunas no início do ano letivo. Ao longo do ano, para além de trabalhar as competências técnicas também houve um grande trabalho em relação às capacidades motoras de cada aluna e às componentes táticas mais básicas da modalidade.

Ao longo do ano letivo, tivemos oportunidade de realizar vários jogos contra outras escolas, sendo que os torneios eram constituídos por três escolas que jogavam

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entre si. Realizamos três torneios durante o ano letivo defrontando a Escola Secundária Júlio Martins, de Chaves, a Escola Secundária de Ribeira de Pena e a Escola Secundária/3 Camilo Castelo Branco.

Durante a competição, a maior parte das indicações dadas à equipa partiam das estagiárias, sendo que eu ficava mais responsável por orientar as guarda-redes e auxiliar a minha colega na orientação das restantes jogadoras.

Após algumas vitórias e algumas derrotas, a equipa do DE da ESMM acabou por não passar à fase seguinte da competição, mas foi notável uma grande melhoria das capacidades técnicas, táticas e de leitura de jogo por parte das alunas. Foi também visível o desenvolvimento que houve desde a altura em que era um grupo de alunas a jogar à bola e passaram a ser uma equipa unida que tentava jogar futsal. Apesar das melhorias visíveis, há ainda bastante trabalho a realizar com as alunas, principalmente na área das capacidades táticas, na atitude das alunas perante a competição e na leitura de jogo.

Esta experiência permitiu-me ter um contacto mais próximo com as alunas, com a dinâmica do DE, ter contacto com o treino mais específico de guarda-redes e foi uma experiência agradável. É sempre uma mais valia conviver no meio escolar de uma forma tão próxima e abrangente, o que nos proporciona um maior conhecimento.

Direção de turma

Ao longo de todo o ano letivo, o núcleo de estágio prestou assistência ao orientador em todas as reuniões de turmas e do Conselho de turma, sendo que cada um dos elementos do núcleo de estágio apenas assistia às reuniões das suas turmas.

Durante estas reuniões, fomos percebendo como funciona o software da escola o qual é usado para introduzir as faltas dos alunos, as notas e as informações gerais e de cada disciplina em relação ao comportamento dos alunos.

Apesar de não termos elaborado atas relativas às reuniões, tivemos

oportunidade de auxiliar o orientador na realização de algumas o que, por si só, já nos permitiu ter uma ideia sobre como se elabora um ata e de quais são os

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Pudemos, no caso das turmas do 12º ano, ter uma noção de como era a turma e qual a evolução que esta teve ao longo dos anos, de acordo com os professores que acompanharam a turma nos anos anteriores e também tivemos acesso à caracterização de cada turma individualmente realizada pelo Diretor de Turma e que nos permitiu ter um conhecimento mais alargado sobre algumas necessidades mais específicas de alguns alunos. Por exemplo, durante a primeira reunião de turma do 12ºB, fui informada que o aluno Filipe era bastante recatado em relação aos professores e aos colegas de turma e que, durante as aulas de Educação Física, eu poderia ter algumas dificuldades em fazer-lhe algumas correções, nomeadamente aquelas que envolvem que o professor toque no aluno, como por exemplo, correções de postura, pois o aluno não se sente muito à vontade com o toque de alguém.

Não tivemos um papel 100% ativo neste campo, mas esta experiência foi fulcral, pois acompanhamos todo este processo ao longo de um ano letivo e, no futuro, ser-nos-á uma mais-valia pois já temos bastantes conhecimentos sobre quais as funções do professor fora da sala de aula e no meio escolar.

Palestra “Alimentação e atividade física”

Outra das atividades realizadas pelo Núcleo de Estágio da ESMM foi a palestra “Alimentação e atividade física” que foi abordada nas turmas do 10ºC e 12ºB por mim e nas turmas 11ºD e 12ºD pela minha colega .

Esta atividade foi uma ideia que surgiu no Núcleo de Estágio após as reuniões de avaliação do primeiro período, nas quais nos foi pedido que, durante o segundo período, lesionássemos em todas as nossas turmas uma aula sobre alimentação e atividade física como parte integrante do PRESSE – Programa Regional de Educação Sexual em Saúde Escolar.

De modo a cumprir o PRESSE e a esclarecer os alunos sobre algumas questões relacionadas com a prática de atividade física, a alimentação, questões metabólicas e lesões resultantes da prática desportiva e como as proceder nessas situações foi elaborada uma apresentação em PowerPoint com conteúdos cientificamente corretos e de fácil entendimento.

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Em relação à elaboração de materiais, teve de haver bastante cuidado na linguagem utilizada na elaboração do PowerPoint, na forma como os conteúdos eram introduzidos e na maneira como se iria transmitir a informação já que as turmas a quem eu iria apresentar a palestra estavam integradas em cursos diferentes (10ºC – curso de Ciências Humanísticas e 12ºB – curso de Ciências e Tecnologias) o que fazia com que o seu conhecimento sobre alguns conceitos e temas científicos não fossem os mesmos, logo a forma de abordar os mesmos teria de ser diferente em cada turma.

Na primeira turma que se realizou a palestra (12ºB) os conceitos foram abordados de uma forma mais científica, falando-se sobre: os processos de obtenção e processamento da energia por parte do músculo; das razões biológicas que levam ao acontecimento de algumas lesões desportivas e o que fazer para as minimizar; quais os níveis de atividade física que devemos realizar em cada fase da nossa vida; quais os processos biológicos que acontecem no nosso corpo durante o exercício e quais as suas vantagens; as grandes diferenças entre o treino de força e o treino cardiovascular; os cuidados com a alimentação antes, durante e depois do exercício; como se pode ter uma alimentação saudável e qual a importância da hidratação (antes, durante e depois) no exercício físico.

No 10ºC, os conteúdos da palestra foram os mesmo mas todas as informações e conteúdos foram abordados de uma forma mais sintética e de fácil compreensão, tendo sido que, também devido às questões dos alunos, a palestra foi mais direcionada para conteúdos mais práticos: para se perder peso, qual o tipo de treino que se deve utilizar; como se procede a uma alimentação saudável; quais os níveis de atividade física diária que os alunos da turma deveriam ter e quais as atividades que deveriam realizar param atingirem esses mesmos níveis; qual é a importância da hidratação tanto durante a aula de EF como durante a atividade física diária; no caso das meninas, qual seria o tipo de exercício mais indicado para combater a celulite, para definir abdominais e pernas e quais seriam as alterações a realizar na alimentação de cada um para ter uma alimentação saudável.

Em ambas as turmas, a reação à palestra foi positiva, tendo havido bastante retorno da turma, maioritariamente por parte das meninas que se interessaram mais pela temática, questionando sobre alguns conceitos, apresentando cenários para se encontrar uma solução para eles, inquirindo sobre

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vários tipo de treino e de exercícios e as suas vantagens para cada aluna, individualmente e perguntando sobre quais os malefícios e benefícios de alguns alimentos presentes na sua alimentação diária.

Esta palestra permitiu que houvesse um contacto com outras temáticas muito importantes para a EF mas que hoje em dia são um pouco postas de parte no programa para se poder abordar mais modalidades na aula. Permitiu, também, que houvesse um ambiente diferente na aula de EF pois o espaço era diferente (sala de aula), os materiais eram diferentes e os conteúdos também diferentes e ajustados ao dia-a-dia dos alunos, o que lhes permitiu ter uma visão diferente sobre a aula de EF e qual a sua importância na vida de cada um.

Caça ao tesouro

O Caça ao Tesouro é uma das mais antigas tradições da ESMM contando já com mais 20 edições na instituição e todos os anos os Núcleos de Estágio fazem parte da sua organização.

O Caça ao Tesouro consiste na realização de um percurso pedestre pelo meio da floresta, que todos os anos é diferente, seguindo as direções que são dadas em cada posto ao mesmo tempo que é pedido que resolvam charadas e realizem uns pequenos jogos em cada posto. Este é um dia diferente que proporciona um maior contacto com a natureza e com os colegas de equipa.

No Caça ao Tesouro podem participar todos os elementos do meio escolar, desde professores, funcionários, pais e alunos, sendo que os adultos podem participar em equipas só de professores, de pais ou de funcionários ou como o adulto responsável por uma equipa de alunos.

Esta atividade, apesar de ser organizada todos os anos e de alguns materiais serem utilizados de ano para ano, requer sempre uma preparação muito cuidada, feita com antecedência e requer a utilização de vários materiais. A maior parte dos materiais utilizados vão desde impressos para a inscrição de equipas a pioneses para afixar a informação no espaço dedicado ao Caça ao Tesouro na escola e bolas de ténis e arcos para os jogos do posto.

A atividade em si correu como planeado, sendo que a função do Núcleo de Estágio foi a de distribuir as orientações pelas equipas e verificar o número de

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elementos de cada equipa no ponto de partida e a de receber os bilhetes de sorteio, as moedas e de verificar se todas as equipas passaram pelos postos todos.

Outras Atividades

Em relação a outras atividades realizadas durante o ano letivo temos o Torneio Basquetebol 3x3, a Taça Morgado e a Taça Morgadinha e a Caminhada Saudável. Todas estas atividades foram planeadas e organizadas pelo grupo disciplinar de Educação Física do AEMM.

Durante o Torneio Basquetebol 3x3, o núcleo assistiu a atividade servindo como árbitro em alguns jogos e auxiliou também na secretaria e controlo dos resultados da atividade. Esta atividade serviu para melhorar as capacidades de arbitragem e de organização de resultados e de equipas.

A Taça Morgado e a Taça Morgadinha tratou-se de uma competição interna de futsal, sendo que o núcleo auxiliou na organização das equipas e participou com duas equipas na competição da Taça Morgadinha.

O Núcleo participou também no “Nascer para Vencer” uma corrida de 5 kms organizada pelo grupo disciplinar de EF, participando apenas com uma turma (10ºC) e realizando apenas o percurso como forma de caminhada durante a aula de EF.

Tarefas de Estágio de Extensão à Comunidade

Tema desenvolvido (justificação)

No meu trabalho científico decidi abordar o desenvolvimento da literacia motora nos alunos do secundário, já que ao longo do primeiro período me fui apercebendo das dificuldades que a maior parte dos meus alunos evidenciavam em termos de capacidades motoras básicas, em realizar tarefas que envolvessem coordenação motora ou em realizar qualquer atividade que envolvesse ter uma boa literacia motora.

Ao aperceber-me de tal facto, perguntei a mim própria se alterasse o formato das minhas aulas e introduzisse exercícios na aula de modo a desenvolver

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a literacia motora dos meus alunos, haveria uma grande probabilidade de se observassem melhorias na realização de algumas tarefas motoras. Mas tive também de pensar na rígida estrutura de conteúdos à qual estou restringida devido ao Estágio Pedagógico, por isso apenas poderia de dispensar de 10 minutos por aula para melhorar as capacidades dos meus alunos.

Por isso mesmo, o meu trabalho teve como objetivo geral verificar se existe uma melhoria da literacia motora dos alunos utilizando exercícios em apenas 10 minutos por aula.

Conclusão

“É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade.”

Immanuel Kant Ao longo deste ano de estágio, houve várias situações boas e menos boas que aconteceram com ambas as turmas, mas a chave para a resolução desses problemas sempre foi e sempre será a adaptação. Foi necessário eu adaptar-me às várias situações que aconteceram ao longo do ano – ter a turma a chegar constantemente atrasada, um aluno ter uma atitude menos própria na aula, um dos alunos partir os óculos durante um exercício, preparar uma aula para um número de alunos e aparecerem menos alunos, não haver bolas suficientes para todos os alunos, estarem a decorrer três aulas ao mesmo tempo e não se conseguir ouvir nada no pavilhão e por aí fora – e foi assim que estas situações se foram resolvendo ao longo do ano e fizeram com que eu ganhasse a capacidade de me estar constantemente a adaptar (aos alunos, ao meio, aos materiais existentes) para cumprir os objetivos da aula.

Por fim, resta-me salientar que aprendi bastante durante o estágio e ficarão comigo todas as aprendizagens que ganhei mas este processo é evolutivo e contínuo e ao longo da minha vida profissional ainda tenho muito a aprender e a melhorar e irei ter de continuar a adaptar-me, tanto a novos alunos como a novas escolas e políticas de gestão. É isso que o bom professor faz, adapta-se às condições que se apresentam e faz o melhor que pode para cumprir os objetivos da aula e proporcionar aos alunos aprenderem e gostarem da atividade física.

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Bibliografia

Aranha, A. & Coelho, M. (2008). Modelo de um estudo de turma – Estágio pedagógico em educação física e desporto. Série Didáctica – Ciências Aplicadas, nº 333. Vila Real: UTAD;

Oliveira, E.S.G. & Cunha, V.L. O estágio Supervisionado na formação continuada docente à distância: desafios a vencer e Construção de novas subjetividades.

Revista de Educación a Distancia. Ano V, n. 14, 2006;

Piaget, J. (s/d). http://pensador.uol.com.br/frases_de_jean_piaget/. Acedido a 09/06/2014.

Kant, I. (s/d). http://www.frasesfamosas.com.br/frases-de/immanuel-kant/?tag=educação#start-content. Acedido a 09/06/2014.

Freire, A. (2001). “Concepções Orientadoras Do Processo de Aprendizagem Do Ensino Nos Estágios Pedagógicos.” Colóquio: Modelos e Práticas de Formação

Inicial de Professores, Faculdade de Psicologia e de Ciências aa Educação, Universidade de Lisboa).

Web:Site Oficial do Agrupamento de Escolas Morgado Mateus. http://www.aemm.pt. Acedido a 29/05/2014.

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MELHORIA DA LITERACIA MOTORA EM ALUNOS DO ENSINO SECUNDÁRIO Utilização de exercícios de 10 minutos por aula

Quintino, Vanessa1 ; Vicente João, Paulo2 1Escola Secundária Morgado Mateus, Vila Real 2Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Resumo

Tendo como objetivo geral verificar se a aplicação de exercícios de 10 minutos específicos para trabalhar a literacia motora em cada aula de Educação Física no Ensino Secundário melhorariam efetivamente a literacia motora, procedeu-se à realização de uns exercícios de desenvolvimento da mesma numa turma do 10º ano na Escola Secundária Morgado Mateus – Vila Real, constituída por 24 alunos, 16 dos sexo feminino e 8 do sexo masculino. Outros objetivos deste trabalho consistiam em verificar se houve uma melhoria nos níveis de confiança em cada exercício, se houve melhorias nas tarefas correr e arremessar e comparar os resultados obtidos por sexo. Este trabalho consistiu na estruturação e aplicação de exercícios de 10 minutos no início da aula (adequados à modalidade abordada – andebol e râguebi) que envolvam tarefas que irão ser avaliadas na bateria de testes PLAYBasic – correr, arremessar objetos, pontapear e equilibrar-se. Este programa teve uma duração de 13 semanas, ocorrendo entre Janeiro e Março de 2014 e foi aplicado duas vezes por semana durante a aula de Educação Física. Para se avaliar as capacidades iniciais e finais dos alunos, foi utilizado a bateria de testes PLAYBasic. Os exercícios de desenvolvimento da literacia motora, apesar das graves deficiências em termos de capacidades iniciais apresentadas pelos alunos, produziu melhorias relativamente significativas, tendo estas melhorias sido observadas no tratamento estatístico efetuado no SPSS. Foi possível observar-se que a utilização de apenas 10 minutos por aula são suficientes para se verificarem melhorias nos níveis de literacia motora dos alunos.

PALAVRAS-CHAVE: literacia motora, pedagogia, capacidades motoras, ensino secundário, educação física.

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Abstract

Having as a general objective verify if the application of 10 minutes of specific exercises to work the physical literacy in which Physical Education ( PE) class would improve physical literacy, we proceed to the making of a few exercises to develop physical literacy in a 10th year class of the Morgado Mateus Secondary

School - Vila Real, containing 24 students, being 16 teenage girls and 8 teenage boys. Others objectives of this work consisted in verify if the confidence levels have improve in which task, if it has been any improvement in the running and throwing tasks and compare the results from both sexes. This work is based on the elaboration and application of 10 minutes exercises in the beginning of class ( fitting the sport – handball and rugby) that involves tasks that are going to be evaluated in the PLAYBasic test battery – run, throwing objects, kicking and balance. This program lasted 13 weeks, between January and March 2014 and it has been applied twice a week during the PE class. To evaluate both initial and final skills from students, the PLAYBasic test battery was used. The exercises to develop physical literacy, even though there were several deficiencies in the students skills presented in the beginning and at the end of the work, produced relatively significant improvements, being observed in the statistic treatment done in SPSS. It has been possible to observe that using 10 minutes per class are enough to verify some improvements in the physical literacy of the students.

KEY WORDS: physical literacy, pedagogy, physical skills, secondary school, physical education.

Introdução

É um facto que as crianças de hoje em dia têm diferentes condições de vida relativamente às gerações anteriores, tanto em termos de acesso às novas tecnologias como em termos de alimentação e de atividade física e de formação pessoal, sendo que na maior parte dos casos estas diferenças resultam em problemas em termos de níveis de qualidade de vida futura.

Em alguns países, o desporto e a atividade física surgem como uma solução simples e eficaz a estes problemas, produzindo efeitos através de uma formação de professores e treinadores para os novos conceitos e modelos de

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ensino que se focam no desenvolvimento do aluno e do atleta como um todo, como um ser social e o desenvolvimento como um processo que dura a vida inteira. No Reino Unido, numa das publicações da Sports Coach UK relacionada com o currículo do treinador de crianças, Haskins et al (2011) afirmam que quando as condições estão reunidas, praticar desporto pode suportar o desenvolvimento de uma pessoa como um todo mas quando o contrário acontece, pode levar a que haja uma maior percentagem de desistências e comportamentos negativos.

Já no Canadá, Kriellaars (2013) através do CS4L – Canadian Sports for Life – defende que o primeiro passo para se tornar fisicamente ativo é aprofundar a literacia motora, que as pessoas que têm um bom desenvolvimento da literacia motora apresentam uma maior probabilidade de participar e de gostar de um grande leque de desportos e atividades físicas e que a literacia motora não tem um limite de idade e pode ser desenvolvida na idade adulta, mas é importante que seja desenvolvida em idades mais jovens.

Relativamente a este conceito – literacia motora – pode ser descrito, segundo Whitehead (2001), como uma disposição individual em que uma pessoa tem a motivação, a confiança, a competência física, o conhecimento e o entendimento para valorizar e ter responsabilidade de manter metas físicas durante o seu percurso de vida. A mesma autora acrescenta a este conceito o facto de que todos os humanos possuem este potencial, contudo a expressão deste potencial especificamente depende das qualidades de cada indivíduo em relação a todas as capacidades e será influenciado particularmente pela cultura onde cada indivíduo vive.

De acordo com Kriellaars (2013), a literacia motora desenvolve um vocabulário motor que inclui skills fundamentais para o movimento e skills fundamentais para o desporto, sendo que estas skills são a base para nos movermos com competência e confiança em todos os ambientes (no chão; no exterior e no interior; dentro e na água; na neve e no gelo; no ar). É também afirmado que o facto de não sermos capazes de realizar skills fundamentais pode restringir significativamente algumas oportunidades mais tarde na nossa vida, tais como a realização de atividades de promoção da saúde durante a vida ou a oportunidade de atingir a excelência desportiva.

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A literacia motora não se limita a relacionar-se com o lado mais físico do indivíduo, fazendo com que os indivíduos com uma literacia motora bem desenvolvida sejam mais preceptivos na “leitura” de todos os aspetos relacionados com o ambiente físico, antecipando a necessidade de movimentos a realizar ou as possibilidades de resposta apropriadas às tarefas, com inteligência e confiança (Whitehead, 2010). Partindo do pensamento de Whiteahead pode-se afirmar que a literacia motora não é uma capacidade que é aprendida num espaço de tempo particular mas sim que persiste durante todo o nosso curso de vida, ou seja, todos nós podemos alcançar a literacia motora, impendentemente da nossa idade.

Seguindo uma linha de pensamento idêntica à de Whitehead, Killingbeck et al (2007) definem literacia motora como a habilidade de ler e responder eficazmente e efetivamente ao ambiente, de articular e demonstrar conhecimento, skills e entendimento das questões de saúde relacionadas com a atividade física. Após isto, definem quatro áreas de atividade para desenvolver a literacia motora no Ensino Secundário: dança, athletics (correr, saltar, arremessar), jogos e atividades de aventura. Cada uma destas atividades tem diferente impacto em cada área de intervenção, sendo elas a competência física, a leitura do ambiente, a interação, a comunicação e a saúde.

Olhando com mais atenção para o trabalho de Killingbeck et al (2007) como um profissional da Educação Física, pode-se verificar a vantagem que seria utilizar este trabalho como uma ferramenta no desenvolvimento da literacia motora nos

Figura 1: Relação entre alguns atributos chave da Literacia Motora (Whitehead,2001).

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alunos (nomeadamente nos alunos do Ensino Secundário), sendo que é apenas necessário verificar-se quais as áreas de intervenção que se deseja trabalhar e quais as áreas de atividade que podem ser realizadas nas condições da sala de aula e planear as atividades, tendo em conta as sugestões dos autores.

Como tal, o objetivo geral deste trabalho passa por verificar se utilizando estas indicações de Killingbeck et al (2007) e utilizando apenas 10 minutos por aula é possível verificar-se um desenvolvimento ou melhoria da literacia motora nos alunos do Ensino Secundário. Já em termos de objetivos específicos, estes passam por verificar se houver melhorias nos níveis de confiança dos alunos na realização de cada tarefa, se houve melhorias nas tarefas de correr e arremessar, já que foram as tarefas mais utilizadas durante as UD, e se houve diferenças nos resultados obtidos por ambos os sexos.

Metodologia

Amostra

A amostra constituinte deste estudo trata-se de 24 alunos (n=24) que frequentam o 10º ano de escolaridade na turma C na Escola Secundária Morgado Mateus situada em Vila Real. A amostra de alunos era constituída por 16 raparigas e 8 rapazes, apresentando uma média de 15,33 anos de idade, sendo que o aluno mais velho tinha 18 anos e o mais novo 14. Em relação à composição corporal, a turma apresentou uma média de 22,27 em termos de IMC, ou seja, está no intervalo de peso considerado normal pela OMS, sendo que o valor máximo (26,78) e o valor mínimo (19,53) encontram-se perto dos limites do intervalo de peso normal.

Tabela 1: Resultados da altura, peso e IMC da amostra.

N Mínimo Máximo Média Dp

Altura 24 1,54 1,82 1,66 0,07 Peso 24 50,0 79,0 62,2 8,04 IMC 24 19,5 26,7 22,2 1,68

Todos os alunos frequentaram as aulas de Educação Física duas vezes por semana (2 aulas de 90 minutos por semana) durante um período de 13 semanas entre os meses de Janeiro e Abril de 2014 durante o qual este estudo foi aplicado.

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Nenhum dos constituintes da amostra apresentava nem reportava problemas psicológicos e cognitivos nem restrições à prática de atividade física, ou seja, todos os indivíduos presentes na amostra foram considerados saudáveis e aptos para a prática de atividade física.

Procedimentos e Instrumentos

Seguindo o trabalho de Killingbeck et al (2007), os exercícios realizados nas aulas basearam-se exclusivamente em jogos e na parte atlética (athletics) dos alunos, ou seja, existem várias áreas de ação que promovem o desenvolvimento da literacia motora, mas para este estudo e através da análise individual de cada área, acabou por se utilizar duas: jogos e athletics.

Os jogos, segundo os mesmos autores, desenvolve a velocidade de reação, a força, a velocidade, a coordenação mão-olho e a coordenação pé-olho, desenvolvendo, também, a leitura do ambiente que rodeia o aluno, já que durante um jogo os alunos são confrontados com uma série de problemas nas quais têm de arranjar uma solução num espaço de micro segundos e têm de ter em conta, também, quais são os seus colegas de equipa e quais são os adversários. Os jogos são a melhor ferramenta para se trabalhar o trabalho em grupo, a comunicação e a leitura do ambiente.

O athletics abrange o treino específico das capacidades de correr, anda, saltar e atirar que são cruciais, não só no athletics, mas também em muitos outros desportos. Apenas o athletics desenvolve a capacidade dos alunos de correr mais rápido, de saltar mais alto e de atirar mais longe, sendo que o aluno com mais experiência no athletics é o mais capaz de ler e reagir mais efetivamente às mudanças no ambiente que o rodeia.

Por isso mesmo, os exercícios de 10 minutos que foram aplicados durante as 13 semanas consistiram, na área dos jogos, em Jogos dos 10 passes, Bola ao capitão, Jogo do Mata, Meinho e na área do athletics, foram utilizados circuitos de velocidade (utilizados com parte do aquecimento), circuitos de apanhar bola do chão e de colocar a bola na linha de meta (râguebi) e circuitos de passe (andebol).

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Para se verificar a literacia motora de cada aluno, tanto a inicial como a adquirida ao longo do período de teste, foi utilizada a bateria de teste PLAYBasic, que se encontra dividido em quatro subsecções.

Locomotor Kicking

Balance Throwing

Figura 2:. As quatros seções do PLAYBasic.

A secção Locomotor refere-se à habilidade da criança na tarefa correr, sendo que, de acordo com o CS4L, a tarefa de correr é a base da preparação física de vários desportos e é uma competência obrigatória e deve ser dominada o melhor possível, pode ser trabalhada durante a vida adulta mas quanto mais cedo na vida esta tarefa for dominada, melhor. A secção Throwing refere-se à capacidade de a criança movimentar os seus segmentos corporais para arremessar objetos, de manejar objetos e de utilizar a sua coordenação óculo-manual, sendo esta habilidade é uma das mais importantes e das mais utilizadas pelo ser humano ao longo da sua vida. A secção Kicking trata da habilidade da criança para pontapear e ter controlo do seu espaço motor. Em relação ao Balance, este baseia-se no equilíbrio e na capacidade da criança de o manter.

Cada seção, está dividida em dois levels (níveis) – level 1 (nível 1) e level 2 (nível 2) – e cada level tem uma tarefa específica a ser realizada e do level 1 para o level 2 a dificuldade de execução da tarefa aumenta, sendo necessário uma maior capacidade de execução, de confiança e de concentração. Cada tarefa executada é graduada numa escala de quatro categorias, dependendo do seu desempenho: initial (principiante), emerging (emergente), competente (competente) e proficient (dominante).

Após serem realizadas as tarefas da bateria de testes e de serem cuidadosamente avaliadas, os níveis de execução observados vão ser transformados em Physical Literacy Score (PLS - nível de literacia motora). Estes PLS obtêm-se atribuindo um determinado número ao nível de desempenho observado em cada tarefa. No final, somam-se todos os pontos obtidos em cada seção e em cada tarefa, tendo-se, por sim, o PLS.

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Figura 3: Relação entre o nível de desempenho em cada tarefa e os pontos atribuídos.

Ao mesmo tempo que é graduada a performance, é avaliada também a confiança demonstrada aquando a realização da tarefa. Os níveis de confiança durante a tarefa são avaliados em low (pouca confiança), meddium (confiança média) e high (muita confiança), sendo que atribui-se um ponto quando o aluno apresenta pouca confiança, dois pontos se apresenta confiança média e três pontos se apresenta muita confiança. Este nível de confiança é normalmente avaliado através da postura do aluno aquando a realização da tarefa.

O valor de PLS obtido irá permitir ter uma visão geral do nível de literacia motora de cada avaliado podendo-se, depois, comparar os valores obtidos antes e depois da aplicação dos exercícios.

O tratamento de dados foi realizado através do SPSS 22- Statistical

Package for the Social Sciences, for Windows. Foi realizada análise descritiva

(máximo, mínimo, média e desvio padrão) e comparativa, sendo adotado um p≤ 0.05.

Resultados

Após o tratamento de dados relativamente à comparação do PLS inicial e final que nos irá dizer que houve ou não efetivamente melhoria da literacia motora, estes foram os dados obtidos:

Initial 1 ponto

Emerging 2 pontos

Competente 3 pontos

Proficiebt 4 pontos

30

Imagem

Figura 1: Relação entre alguns atributos chave da Literacia Motora (Whitehead,2001).
Tabela 1: Resultados da altura, peso e IMC da amostra.
Figura 3: Relação entre o nível de desempenho em cada tarefa e os pontos atribuídos.
Tabela 2: Relação entre o PLScore no pré-teste (PLScore1) e pós-teste (PLScore2) e o sexo do indivíduo
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