ÍCOMPETITIYIDADE”/PRODUTIVIDADE E
IMPACTOS DAS
POLIT-I.CAS›DECA1\/ERIC
E,JUROS
SOBRE.PREÇQS
RECEBIDOS
DOS
ERODUTGS
AGRGPECUARIOS
“CGMERCIALIZAVEIS
DO
BRASIL
MARIO
ANTÓKEÍ)
sA1¶r‹§§fLoPEs
Í'COMPETITIYIDADE”/PRODUTIVIDADE
IMPACTOS DAS
-POLITICAS
DE
CAMBIO
E,JUROS .SOBRE
PREÇOS
RECEBIDOS
DOS
PRODUTOS
AGROPECUARIOS
COMERCLÀLIZAVEIS
DO
BRASIL
Monografia
submetidaao
Departamento de CiênciasEconômicas
para obtenção da carga horáriana
disciplinaCNM
5420
Por:
Mário
António SantosLopes
Orientador: Laércio
Barbosa
PereiraÁrea de
pesquisa: TeoriaMacroeconômica
Palavras-chaves: 0
Taxa
Real deCâmbio
0 Preços agrícolas
0
Desempenho
exportador agropecuária^
A
Banca
Examinadora
resolveu atribuir a nota_8,0
(Oito)_ o alunoMário
António Santos
Lopes,
na
disciplinaCNM542O
-
Monografia,
pela apresentação deste trabalhoBanca
Examinadora:-
/
A*_ ____z Y
9
/1
... -_ _ _ ---_---..-_-
Prof. Dr. Laércio
Barosa
PereiraPresidente*
...
Prof. Dr. Roberto
Meurer
Membro
f-¬_ as
,,
... _.~_- .--__1_---:;:;=-zzzzzl---
Prof. Dr. J `
Serafim
Tusida
SilveiraLaércio, pelo apoio e orientação
fundamentais para a realização
deste trabalho.
E
para todos aquelesque
dealguma
forma contribuíramcaminho ou
de abriralguma
perspectiva
nova
deve serconsiderado
como
benfeitor da humanidade.David
Hume,
LISTA
DE ABREVIATURA
RESUMO
Capítulo
II -
INTRODUÇÃO
1.1.
PORIVIULAÇÃO
DA
SITUAÇÃO
PROBLEMA
1.2.OBJETIVOS
1.2.1. Gerais
1.2.2. Específicos
1.3.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Capítulo
II2.
QUADRO
TEORICO
ANALITICO
2.1. I1\/[PACTOS
DAS
POLÍTICAS
CAMBIAIS
E
JUROS
NA
COMPETITIVIDADE
2.1.1.
Regime
de
taxa decâmbio
fixa
2.1.2.
Regime
de taxade câmbio
flexível2.1.3.
Regime
de
bandas cambiaisCapítulo
III3.
POLÍTICAS
CAMBIAIS
E
DE
JUROS
NO
BRASIL
NA
DÉCADA
DE
90
3.1.
CARACTERIZAÇÃO DAS
FASES
DA
POLÍTICA
CAIVHBIAL
3.1.1. Primeira fase: Janeiro/90 à Junho/94
3.1.2.
Segunda
fase: Julho/94 à Janeiro/993.1.3. Terceira fase: Fevereiro/99 à
Dezembro/00
3.2.
POLÍTICA
DE TAXAS DE
JUROS
NO
BRASIL
3.3.
ANALISES
DAS CORRELAÇÕES
3.3.1. Correlação entre
Taxa
deCâmbio
Real eIPC-BR
3..3.2. Correlação entre
Taxa
Real deCâmbio
eIPA-EUA
-l>UJUJbJ›-flv-› GI1"5°\°* 15 15 16 19
24
26
30
30
314.
““COMPETITÍVIDADE”/PRODUTIVIDADE
DO
SETOR AGRÍCOLA
NA
DECADA
DE
90
4.1.
SÍNTESE
DO
COMPORTAMENTO
DOS
PREÇOS RECEBIDOS
4.1.1. Influência
da Taxa
Real deCâmbio
sobre os Preços Reais Recebidos PelosProdutores Agropecuários
4.1.2. Influência
da
Taxa
de Juros sobre os Preços Reais Recebidos pelos ProdutoresAgropecuários
4.2.
SÍNTESE
DA
EVOLUÇÃO
DO
DESEIVWENHO
EXPORTADOR
DOS
PRoDUTos
AGRoPEcUÁ.RIos
4.2.1.
Desempenho
exportador de alguns produtos agropecuários comercializáveisno
comércio internacional
4.2.2. Influência
da
Produtividadena
Taxa
Realde
Câmbio
Capítulo
V
~
5.
CONCLUSAO
_REFERENCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS
LISTAS
DE GRÁF1cos
Gráfico
1: Brasil-
Evolução
daTaxa
Real deCâmbio
e daTaxa de
Inflação - 17Jan/90-Dez/O0
Gráfico
2: Brasil-
Evolução
dasTaxas
Reais eNominais
de Juros - J an/90-Dez/0027
Gráfico
3: ÍndiceMédio
Anual de
Preços Reais Recebidos pelos Produtores39 Agropecuários Brasileiros e
Taxa
deCâmbio
RealGráfico
4: ÍndiceMédio
Anual
de Preços Reais recebidos Pelos Produtores41 Agropecuários Brasileiros e
Taxas
de JurosGráfico
5: Índice dequantum
de exportação de Soja, Frango e Suíno Brasileiras46
Gráfico
6: Índice deTaxa
Real deCâmbio
e ÍndiceMédio
de Produtividade 51LISTAS
DE TABELAS
Tabela 1: Índice
Anual de
Preços Reais Recebidos pelos Produtores Agropecuários38
Brasileiros e
Taxa
Realde
Câmbio
- 1990-2000Tabela 2: Coeficiente de Correlação Linear Simples (r) entre
Taxa
Real deCâmbio
40
e Preços Reais Recebidos Pelos Produtores Agropecuários
Tabela sz Índice de Produtividade Fisica i
45
LISTA
DE
ANEXOS
Anexo
A: CálculoMensal da Taxa
Real deCâmbio
60
Anexo
B: CálculoMensal da Taxa
Real de Juros 64Anexo
C: Cálculos dos Índices de Preços Reais Recebidos dos Produtos Agropecuários (milho, soja, trigo, frango e suíno),da
Taxa
RealAnual de 68
Câmbio
e dasTaxas Nominais
e Reais de JurosÍ
Anexo
D: Cálculoda
VariaçãoAnual
e Índice de Produtividade dos Principais69
Lavouras Agropecuárias `
Anexo
E:Dados
Brutos das Exportações agropecuários e Exportações Totais70
Anexo
F: Procedimentosde
Cálculo daTaxa Anual de
Crescimentodo
Índice de Preços Reais Recebidos, Produtividade e Exportação Agropecuária e 71LISTAS
DE
ABREVIATURAS
IPC-BR:
Índice de Preços aoConsumidor no
BrasilIPA
- EUA:
Índice de Preçosdo
atacado nos EstadosUnidos
IGP-DI: Índice Geral de Preços de Disponibilidade
Intema
FGV:
Fundação
Getúlio VargasFMI
:Fundo
Monetário InternacionalSISBACEN:
Sistemade
Informaçõesdo
Banco
CentralGATT:
GeneralAgreement on
Tariffson
TradeCONAB:
Companhia
Nacional de AbastecimentoICMS:
Imposto sobreComércio
de Mercadorias e ServiçosEste trabalho
tem
como
objetivo analisar os ganhos de “competitividade”/ produtividadee demostrar
como
os preços reais recebidos pelos produtores e odesempenho
exportador agropecuárioreagem
frente às influências das políticas cambiais e de jurosno
Brasil, nos anos 90. Parao cumprimento
deste, buscou-se primeiramente fazer urna revisão teórica analítica dosimpactos destas políticas
na
competitividade, mostrando as possíveis relações entre as variáveis,bem
como,
os efeitos dos referidos impactos nos 'principais regimes cambiais vigentesna
economia.
l
Tomando como
base as principais alteraçõesna
política decâmbio
e juros ocorridana
década
de 90, testou-se hipóteses sobre as relações entre as variáveis quecompõem
acompetitividade, isto é, IPC-FIPE,
IPA-EUA
e a taxa de juros, utilizando o coeficientede
correlação linear simples.
Convém
ressaltartambém
que, mostrou-se as influências destaspolíticas nos preços reais recebidos pelos produtores agropecuários de soja, milho, trigo, frango e
suíno,
bem'
como, na
evolução dos principais produtos agropecuários exportados ena
produtividade alcançada.
Os
resultados alcançadosmostram que
ocomportamento
das variáveis analisadas écompatível
com
a teoria, excetoem
unspoucos
períodos. Entretanto,quando
se analisa a taxa decrescimento constata-se que há redução nos preços reais recebidos pelos produtores
agropecuários,
como
também
ganhos de produtividade eaumento
de exportações, nos anos 90.Portanto, isto significa que,
mesmo
com
a redução nos preços reais recebidos, os produtorespodem
ter alcançado bons resultados. Observa-setambém, que no desempenho
exportador, osprodutos agropecuários que
melhor
se desenvolveramforam
a soja, frango e suíno, devido à suaCAPÍTULO
1~
1.
INTRODUÇAO
1.1.
FORMULAÇÃQ
DA
SITUAÇÃO
PROBLEMA
A
globalizaçãoou
mundialização dosmercados
implicaem
maior nívelde
competição,ou
seja,
no
«esforço dos vários setores produtivosem
alcançar maiores ganhosde
competitividade.A
competitividade dos setores exportadores de detemiinada economia,
medida
pelomodelo
simplesproposto por
Dombusch
&
Fischer (1991), depende das variações na- taxade câmbio
bilateral/nominal,
nos
indices de preços intemos eextemos
respectivamente. Qu_an_to'a's_ variaçõesdos indices
de
preços internos, estesdependem
das variações dos custos dos fatÍo'res,..de_. produção,"mark-up" das empresas e produtividade alcançada.
Com
asmudanças
estruturais ocorridasà
partirdo
final dos anos 80,a economia
brasileirapassou por intenso processo de abertura comercial, desregulamentação,~-integração
econômica
(Mercosul) e,
a
de
1994, estabilizaçãoeconômica
com
câmbio
valorizado",expondo os
setoresprodutivos a intensa concorrência.
A
abertura comercialpode
ser,em
parte, caracterizada pelaredução tarifária e
mudança
na
política cambial e monetária.Em
relação a reduçãode
tarifasBaumarm
(1999, p.20) afirma: "(...)uma
redução progressiva das alíquotasque
foiacelerada desde 1990.
As
alíquotas tarifárias simples (não ponderadas) foram as seguintes: 1988 -1990: 33,4%; 1991 - 1993: 17,8%; 1994 - 1996:
12,9%
; 1997 - 1998: 13,9%".
Ainda
segundoo
autor, a aceleração
do
processo de redução tarifária teve doismomentos,
um em
1990com
inclusãoda eliminação de barreiras
não
tarifárias e incentivos a exportação e, outrono
final de 1994com
antecipação parcial
da
Tarifa ExternaComum
do
Mercosul. Estas medidas são explicadas,nomeadamente, pela necessidade de provocar
um
choque
de competitividade nos produtosnível
de
preços.Com
relação a desregulamentação,houve
forte pressão interna exigindo melhor qualidadede matéria prima e necessidade de modernizar
o
setor produtivo, pois, existiaum
forte incremento na segmentaçãono mercado
consumidormarcado
por novas linhas de produtos' e marcas.A
integraçãoeconômica
(Mercosul), proporcionou desenvolvimento,na
medida
em
que,eliminou as barreiras de vários produtos intensificando
o
comércio regional e possibilitou a livrecirculação de mercadorias entre os países
do
blocoeconômico
(Brasil, Argentina, Paraguai eUruguai).
À
partir de 1994,com
a estabilizaçãoeconômica
ecâmbio
valorizado, os produtosbrasileiros
tomaram-se
menos
competitivos,ou
seja,houve
maior entradade
produtosdo
exterioracinando a concorrência. Essa concorrência forçou grande
número
de empresas a procurar avançostecnológicos
que
implicavamem
mudanças no
processo produtivo via melhoramentoda
qualidadedo
produto, especializaçãodo
trabalho e ganhos de produtividade.Por
outro lado, esta maiorconcorrência,
da forma
como
ocorreu, levou a exclusãode
um
grandenúmero
de empresasna
economia
brasileira.Como
os produtos agropecuários são muito importantesna
pauta de exportação brasileira,as politicas
de
-Úcambio e jurospassam
a
ter importânciana
formação de seus preços.Os
principaisprodutos agropecuários' exportados pelo Brasil (soja,
fiango
e suíno) tiveram crescimentos,nomeadamente,
na
segunda metadeda
décadade
90, expandindo-se para os mercados Europeus,Asiáticos e da
América
Latina.Com
basena
contextualização exposta, analisar-se-á os ganhosde
"competitividade"/produtividade de algumas atividades agropecuárias
no
Brasil,bem como
os1.2.
OBJETIVOS
1.2.1. Gerais
1.2.2. Específicos
Construir
um
quadro teórico-analítico e a partir deste analisar os ganhosde
"oompetitividade"/produtividade dos principais produtos agropecuários
comercializáveis e os impactos das políticas de
câmbio
e juros sobre ospreços recebidos pelos produtores,
no
período de 1990 à 2000.-›
Construirum
quadro teórico-analítico relativo às políticas de câmbio,A juros
e
"mark-sup" e suas relaçõescom
o
preço;-›
analisar as políticas decâmbio
e jurosno
Brasil,bem como
suascorrelações
com
o
preço;-›
Identificar e avaliar os principais impactos das políticasde câmbio
ejuros nos preços recebidos pelos' produtores e
no desempenho
exportador1.3.
PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS
Para
o cumprimento do
primeiro objetivo, elaborou-seum
quadro teórico-analíticodo
modelo
simplesda
competitividade (ou taxa real de câmbio)à
partir dos principais livros textos demacroeconomia
(Dornbusch&
Fischer; Hall&
Taylor; Sachs&
Larrain; Blanchard; Silva entreoutros) e, identificou-se as possíveis relações das variáveis
que
influenciam os preços.Para se atingir
o
segundo objetivo, analisar-se-á empiricamente as politicas decâmbio
ejuros
no
Brasil, utilizando dados estatísticosdo
período 1990 à2000
e análisesdo
relatório anualdo
BACEN.
Esses dados referem-se a taxa de câmbio, taxa de juros e indices de preços obtidosno
boletim
do
BACEN,
ConjunturaEconômica
eno
Instituto de Pesquisa eEconomia
Aplicada(IPEA), que serão apresentados por
meio de
tabelas e gráficos elaborados a partirdo sofiware
Excel.A
partirdo
deflacionamento dos dados pelolPC
da
Fipe, calculou-se ea taxade
câmbio
realef *
Pfi
utilizando
o modelo
simples proposto porDornbusch
e Fischer (1991), isto é, R,=
Sendo
que: R, fé
a
.taxa realde
-câmbio, representando a competitividade; et zéa
taxa nominal decâmbio
(R$/US$); Pfi e P, são, respectivamente, os índices de preços extemos
(IPA-EUA)
e intemos (IPC-FIPE).
No
trabalho, utilizou-secomo
nominalde
câmbio, to Realem
relação ao dólaramericano,
em
razãoda
representatividade damoeda
norte americanano
comércio intemacional.'
1+
z'Computou-se a
taxa realde
juros utilizandoo modelo de
Fisher,ou
seja, l+r=
., onde, r eirepresentam as taxas reais e nominais de juros
(SELIC)
e 1:) é a taxa de inflação.A
inflação (ir) será Pr_
Pr -lcalculada utilizando a seguinte expressão: P.
=
Í
1 ,
sendo que, P1 e
PH.
representam os,_
índices
de IGP-DI da
FGV
no
período atual eno
período anterior respectivamente.Para mostrar às relações existentes entre as variáveis
macroeconômicas
calculou-seo
É
Xi.)/ir
=
,em
que
-l> r<
1.Um
valor de rpróximo
de l significa a existênciade
alta ,/l<Z›‹z*›z‹2
yo
correlação linear positiva entre as variáveis e
próximo
de -1, significa a existência de alta correlaçãolinear negativa. Por outro lado,
mn
rpróximo
de zero significa a inexistência de correlação linearentre as variáveis consideradas.
Para se cumprir
o
terceiro e último objetivo, identificou-se e avaliou-se os principaisimpactos das políticas
de
câmbio e
juros .sobre os preços recebidos pelos produtores e :sobreo
desempenho
exportador de algims produtos agropecuáriosdo
Brasil, nos anos 90.Os
produtos consideradosforam
soja, trigo, frango, suíno de milho..Os
índicesde
preços recebidos pelosprodutores destes produtos
foram
deflacionados peloIGP-DI da
FGV.
Determinou-setambém
osíndices
de
quantum
de exportação dos produtos dede
:sua produtividade física. Para avaliar osimpactos das políticas estimou-se a taxa
de
crescimento das exportações (ti), atravésdo
modelo
exponencial: Y,=
oc . eøú * ui;onde
Yi éo
índice dos valorda
exportaçõesno
ano, ti representao
tempo
fem anos, uié
o
erro estocásticono ano
t e, ‹e éo
valorda
exponencial neperiano 2,718.Calculou-se
também
o
coeficientede
correlação determinando as relações entre os índicesde
CAPÍTULO
112.
QUADRQ
TEÓRICO-ANALÍTICO
2.1.
IMPACTOS
DAS
POLÍTICAS
CAMBIAIS E
DE
JUROS
NA
COMPETIT
Nestes
tempos
de globalizaçãoou
mundialização de mercados a atençãoem
relação acompetitividade passou
a
ser muito maior por parte das economias desenvolvidas.A
buscade
maiorcompetitividade, passa pelas políticas macroeconômicas,
como:
comercial, cambial, monetária,tecnológica, industrial,
bem
como,
pela articulação destas. Entretanto, para efeito deste trabalho seráconsiderado
o
modelo
simples, proposto porDombusch
&
Fischer (1991), para estudoda
competitividade (ou taxa real de câmbio)
da economia
de
detenninado país.De
acordocom
Rocha
(1995) eMiranda
(1998), a taxa decâmbio
real é definidaem
duascategorias: a primeira é
0
parâmetro para medir0
poder aquisitivo e a segunda é0
parâmetro. paramedir a competitividade.
A
primeira categoria de taxa decâmbio
real, tidacomo
convencional,baseia-se na paridade
do
poder decompra da moeda,
pois,assume
que os preços estão sujeitos aarbitragem internacional e é utilizada
como
forma de
preservaro
poder aquisitivoda moeda.
A
adoção de
uma
política cambialcom
base apenasna
paridadedo
poder decompra
damoeda
(PPP),enquadrada dentro
do
indicador convencional,pode
resultarem uma
taxa decâmbio
realdesalinhada (Zini Jr, 1995).
A
segunda categoriatem
como
objetivo mediro
.nível decompetitividade
extema
dos bens produzidosno
país relativamente aos bens produzidosno
restodo
mundo.
Esse índicecompara
os preços dos bens comercializadosextemamente
com
os preços dosbens comercializados internamente, domésticos,
medindo
a competitividadeda economia
nacionalPara
Dornbusch
&
Fischer (1991, zp..213), "a taxade câmbio
realmede
a
competitividade deum
paísno
mercado
internacional. Ela é dada pela razão dos preços dos bens estrangeirosmedidos
em
dólares,em
relação aos preços dos bens domésticos". Parauma
informação mais precisa sobrea
competitividade é necessário analisar
com
maiorprofimdidade
o
índice da taxa real decâmbio
(Rt),que té calculado
à
da
equação:8*Pfi
Ri:
P,
(1) ~Onde
R1 éra taxade
câmbio
realno
periodo t;Q
éa
taxade
câmbio
bilateral/nominal e, PfieP, são respectivamente
o
índices de preçosno
exterior e doméstico.O
índice de preços intemospode
ser representado pelomodelo
abaixo:W
P,
=(1+
Z);
(2)Sendo
que, P, é indicede
preço internono
período t,W
representao
custo dos fatoresde
produção,
a
é a produtividadedo
trabalho eZ
o "mark-up". Para analisarcom
maior exatidão asvariações variáveis
em
relação competitividade, reune-sea
equação (1) e (2), obtendoa
seguinteexpressão:
er*Pfi
R
Ímf
(3)Pz=(1+z)ÍV~
Ú
Esta equação representa
uma
correlaçãode
forças, relativa a distribuição dos excedentesou
ganhos de produtividade. Entretanto, esta
pode
proporcionar três situações,ou
seja; a)o
aumento de
(a) levaa
urna reduçãode
preço e consequentemente,um
ganho de
competitividade, desde que, tode
“mark-up”,quando
os custos dos iatores, preços e competitividade são constantes; e)O
aumento
de (a)
pode
ainda aumentar os custos dos fatores,mantendo
constantes os preços, “mark-up” ecompetitividade.
Com
relação as variações de custosdos
fatores dependem, dentre outras, dos salários,matéria-prima e taxa
de
juros.Quanto a
materia-prima,o
aumento
destana
unidade produtivapode
implicar
no aumento
dos custos que repassado aos preços, aumenta-0 e, consequentemente, reduz-sea competitividade.
Por outro lado, as taxas de juros são
uma
das variáveismacroeconômicas
"mais voláteis ede mais dificil previsão [pois] (...) suas flutuações estão intimamente ligada às flutuações
da
produção e emprego"(Hall
&
Taylor, 1989., p.8). Assim, as taxasde
juros são consideradas nas decisões de financiamentos e investimentos,porém
estapode
ser distinguidaem
taxa nominal e taxareal. Para Sachs
&
Larrain (1998),a
taxa nominalde
jurosmede
as unidades monetárias adicionaisque
um
indivíduopode
obter usando amoeda
para adquirirum
ativo financeiro. Por outro lado, ataxa real
de
jurosmede
"as unidades adicionaisda
produçãoque
podem
ser obtidas fazendoa
mesma
operação (...) é igual a taxa nominal de jurosmenos
a de inflação" (Sachs&
Larrain,1998, p.277). Logo, as variações nas taxas de juros alteram os custos,
ou
seja,um
aumento
dos jurospode
ser repassadoao
preço,tomando
os preços dos bens produzidos mais altos, reduzindo acompetitividade. -
Quanto ao
“mark-up", afirma
oferece a produção aum
preçomínimo
para cobrir seuscustos, pois, "(...) as gostariam
de
cobrar mais queos
custos, porém, ta competição dasfirmas
existentes e das que
podem
entrar para capturar parte dos lucros evitaque
os preços se desalinhemem
relação aos custos"(Dombusch
&
Fischer, 1991, p.565). Assim,um
aumento do
"mark-up" (Z)pode
ser repassado aos preços, reduzindo a competitividade.Pela equação (3), outra variável explicativa
da
variaçãoda
taxa decâmbio
real éo
preçoexterno (Pfl),
que
é determinadoexogenamente na medida
em
que
aeconomia
não é suficientementepreços internacionais =(`Roc=ha,l995).
Quando
o
nível de preçosdo
país concorrenteno mercado
intemacional aumenta, significa que
aumenta
R,ou
seja,aumenta
a competitividade interna.O
aumento da
produtividadedo
concorrentepode
implicarna
queda
do
seu preço e,consequentemente,
na
redução de competitividadedo
país doméstico,permanecendo
constante asdemais
variáveis.Na
competitividadeda economia
(RJ, a taxa nominal decâmbio
(et) é definida entre outrosautores por (Hall
&
Taylor, 1989; Sachs&
Larrain, 1998; Blanchard (1999)),como
o
preçoda
moeda
estrangeiramedido
em
unidadesda
moeda
doméstica. Todavia, aforma
mais usual utilizadaé a que expressa
o
número
de unidades demoeda
doméstica necessário para adquiriruma
unidade demoeda
estrangeira. Este critério é adotado por vários países,nomeadamente,
Brasil, França,Alemanha,
Estados Unidos, etc.As
variaçõesna
taxa nominal -decâmbio
podem
ocorrerde
duasformas: a primeira é a desvalorização
com
aumento
da taxa,onde
necessita-se maismoeda
doméstica para adquirir
uma
unidade demoeda
estrangeira e, ea :segundaé
a valorizaçãocom
reduçãoda
taxa necessitando-se demenos
moeda
doméstica para adquiriruma
unidadeda
moeda
estrangeira. Geralmente, as desvalorizações implicam
no aumento da
competitividade, pois, ospreços dos produtos nacionais
tomam-se
mais baratosno mercado
intemacional.No
caso dasva-lorizaçõesi verificam-se perdas
de
competitividade,na medida
em
que, os preços dos bensdomésticos
ficam
mais carosdo
que os produzidosno
exterior. Entretanto, aumentar acompetitividade através de desvalorização cambial,
não
tem
nenhuma
sustentabilidade.Como
a
taxade
(câmbio,a
taxade
juros e osde
preços 'influenciam acompetitividade das exportaçoes, há necessidade de mostrar suas relações nos principais regimes
2.1.1.
Regime
de
Taxa
deCâmbio
FixaDesde o
fmaldo
séculoXIX
atéo
início dos anos 70, predomjnavao
regime de taxa decâmbio
fixo.O
regimecomeça
com
o
Padrão-(Ouroonde
a
autoridade monetária compromete-sea
conversibilidade a partir
de
uma
relaçãofixa
de preço entre amoeda
nacional eo
ouro. Desta forma,a
moeda
fica ancoradano
ouro por muito tempo,podendo
ser trocada entre sia
uma
taxa fixa.Com
o tratado de Bretton
Woods,
assinadoem
1944, surgeum
sistemade câmbio
fixo
para os paísesmembros
do
Fundo
Monetário Intemacional (FMI),composto
pelas economias de mercado,onde
"cada nação deveria definir
o
valorda
respectivamoeda
em
relação ao dólar" (Sachs&
Larrain,1998, p.320). Neste regime,
o
dólar éfixado
em
tennos deuma
determinada quantidade de ouro (35dólares por onça).
Com
o
abandono do
tratado,em
1973, ressalta-sea
importância crescente doscapitais privados transnacionais na detemiinação e alteração da taxa de
câmbio
damoeda
domésticaem
relação às outrasmoedas
externas.No
regime de taxa decâmbio
fixo os bancos» centrais"ficam
a postos paracomprar
e vender suasmoedas a
preçofixo
em
termosdo
dólar"(Dombusch
&
Fischer, 1991., p.206).Nesse
sentido, cabeao
govemo
estabelecerum
valor para a taxa decâmbio
e comprometer-se amanter
a
conversibilidade,ou
seja,comprar e
vender divisasà
taxa estipulada. Para que este sistemafuncione,
o
BACEN
deve manter Luna quantidade demoeda
estrangeira suficiente (reservasinternacionais) para atender
a
eventual excessode
demanda
pormoeda
externaSegundo
Dombusch
&
Fischer (1991) e Sachs&
Larrain (1998), duranteo
regime de taxade
câmbio
fixo, se houveruma
demanda
por dólares maior que a oferta, significa que, haverápressão para
awnento do
preçodo
dólar e, portanto, desvalorização damoeda
nacional. Entretanto,para que isso não acorra,
o
govemo
intervém atravésda
venda de dólaresno
mercado, enquantoo
país tiver reservas para bancar
o
equilíbrioo câmbio
permanecerá fixo.A
venda de dólaresno
mercado
implicaráem
reduçãoda
oferta monetária e portanto,em
aumento da
taxade
juros,aumentando
os custos de produção das empresas. Esteaumento
dos custos poderá ser repassado aosDe
acordocom
as medidas apontadas acima, vários paísesadotam o
regimede
taxa decâmbio
fixo, porque: 1) Facilita os negóciostomando-o
menos
custosos para as empresas, pois,ao
tomarem
decisões de produção e investimentonão
tem
de
se preocuparcom
as variações na taxa decâmbio; 2)
Com
a taxa decâmbio fixa
elimina-se os problemas relacionados às alteraçõesindesejadas nas importações, nas exportações e
no
produto e 3)Acaba
com
a liberdadede
estabelecer de maneira independente a política monetária e elimina
o
risco de "mal comportamento"do
BACEN
(Blanchard, 1999).O
regime de taxade câmbio
fixo
ao garantir maior estabilidadeno mercado
cambial, incrementao
comércio intemacional eo
nível de investimentos. Porém,o
sistema deixa aeconomia
vulnerável
a
choques externos, os quaispodem
provocar alterações nas reservas cambiais e nas taxasde juros, tomando-as incompatíveis
com
os objetivos econômicos intemos.2.1.2.
Regime
de
Taxa de
Câmbio
FlexívelDesde
1973, as principais economiasdo
mundo
industnalizados trabalham sob regime detaxa
de câmbio
flutuante (ou flexível),onde a
autoridade monetária "nãotem compromisso algum
para apoiar
uma
determinada taxa" (Sachs&
Larrain, 1998, p.328). Assim, "os bancos centraispermitem
que a
taxade câmbio
se ajuste para equacionara
oferta ea
demanda
pormoeda
estrangeira"
(Dombusch
&
Fischer, 1991, p.208). Esse ajustamento instantâneo da taxade
câmbio
atua
como
um
elementode
ajuste face aum
choque
extemo, eliminando desequilíbriosno
balançode pagamentos.
Neste regime,
o
BACEN
fica
liberadoda
conversibilidade a taxa fixa, assegurando maioresgraus
de
liberdadena condução da
política econômica,podendo
determinar a oferta monetária.câmbio
flutuante (ou flexível)pode
ocorrerna
economia
de duas formas,ou
seja, flutuação "suja"(ou controlada) e flutuação "limpa".
No
caso de flutuação "suja", os bancos centrais participamdo
mercado de
divisascomprando
evendendo
moeda
estrangeira à taxa estabelecida. Desta forma,Silva (1999, p.204)
afimra
que: “oBacen
sempre seráum
participante especial, namedida que o
volume
operações é, nomralmente, muito maior que os demais agentes. Por isso, suascompras
ou
vendas de divisaspodem
causar alteração da taxa de câmbio,o
que é, muitas vezes, aprópria razão
da
participação.Mas,
nas suas operações,o Bacen compra
re vendemoeda
estrangeiraao preço (taxa
de
câmbio) de mercado, contrariamente ao regimede
taxafixa
de câmbio”.A
livreflutuação cambial neste regime é restringida pela atuação
do
BACEN,
no
sentido de, impedirque
ataxa de
câmbio
ultrapasse determinados limites quepossam
ser prejudiciais aeconomia
Esteregime, procura preservar os graus de liberdade
da
política monetária existenteno
sistema decâmbio
flutuante, mas, ao
mesmo
tempo, introduzmecanismos de
intervençõesdo
BACEN
que permitam
limitar a instabilidade cambial.
A
outra fomrado
regime flutuante é a flutuação "limpa",onde o
BACEN
não intervémna
compra
ou
venda da
moeda
estrangeira.Como
o
mercado
estabelece a taxa de câmbio, se ademanda
por dólares for maior
que
a oferta, ocorreráuma
desvalorização instantânea,com
aumento
dasexportações e redução das importações resultantes
do
ganho
de competitividade obtido pelo produtonacional.
No
caso da oferta por dólares maior que a demanda, ocorreráuma
valorização instantâneae perda de competitividade. '
Em
geral, a maioria dos países queadotam 0
regime de taxa decâmbio
flexível dissimulama não
intervençãono
mercado,mas
quando
aeconomia
atingeuma
situaçãoem
que
nacompra
ou
a
venda
demoeda
estrangeira é suficientemente grande,há
intervenção imediata dos bancos centraispara evitar tanto a entrada exagerada
como
a saída de capitaldo
país. Logo,na
prática à partirde
2.1.3.
Regime
de
Bandas
CambiaisNo
regime de bandas cambiais,0
govemo
estabeleceuma
faixa de flutuação(fixando
oslimites
máximos
e minimos) -dentro dos quaisa
taxade câmbio pode
oscilar.Quando
a
taxade
câmbio ameaça
ultrapassar os limites da banda,o
BACEN
intervémno mercado
cambial atravésdo
uso de reservas cambiais
ou
alteraçãona
banda.No
primeiro caso, ocorrerá variaçõesna
taxade
juros.
Teoricamente,
o
regime de bandaspode
combinar algumas vantagens dos regimes decâmbio
fixo
e flexível, pois, adquire estabilidade cambial, preservando certo grau de autonomiana
condução da
política monetária.A
amplitudeda
margem
de flutuaçãoda
bandapode
determinar seo
regime está mais
próximo do
regime decâmbio
fixo
(bandas estreitas)ou do
regimede câmbio
flexível (bandas largas).
Quanto
maisampla
fora
amplitudeda
banda, maior éa
margem
demanobra da
política monetáriaQuando
a taxa decâmbio
se aproximado
limite superiorda banda
cambial,aumentam
asexpectativas dos agentes de
que
o
BACEN
irá intervir para defendera
banda,vendendo
moeda
estrangeira para baixar (apreciar) a taxa de câmbio. Similarmente,
quando
a taxade câmbio
seaproxima
do
limite inferiorda
banda,há
formação de expectativasde
uma
depreciação futurada
moeda
aumentando o
valor da taxa de câmbio, trazendo-a de volta parao
interiorda
banda (Seabra,1998).
Assim,
quando o
regime de bandas cambiais for conduzidocom
consistência etransparência,
há mudanças
graduaisna
buscado
equilíbrio nas contas externas, influenciando aestabilização dos mercados financeiros e a transmissão
da
desvalorização cambial aos preçosintemos. Para isso, existem regras para
o
ftmcionamentodo
regime, as quais são definidasde
modo
unilateral entre os países
de
alta inflaçãoe
o de
países centrais,de
acordo,com
a fixação
de limitesNa
análisedo
quadro teórico/analítico identificou-se as direções de causalidade dasvariáveis
macroeconômicas
que influenciam a competitividadeda
economia.Nesse
sentido,constata-se que,
o
índice de preços internos se relacionam negativamente e,a
taxa nominal/bilaterale
o
índice de preços externos variam positivamenteem
relação a competitividade.Quanto ao
juros,estes
podem
alterar os preços e, desta forma,a
competitividadeda
economia. Entretanto, istopode
ocorrer nos principais regimes cambiais vigentes
na
economia,com
maior ênfasena
taxafixa
decâmbio,
aonde
com
demanda
por dólares maiorque a
oferta é preciso vender dólares implicando,portanto,
no aumento da
taxa de juros e perda de competitividade.Após
estas exposições, procurar-se-á
no
capítulo III analisar as políticas decâmbio
e jurosno
Brasil nos anos 90, mostrando suasCAPÍTULO
1113.
POLÍTICAS
CAMBIAIS
E
DE
JUROS
NO
BRASIL
NA
DÉCADA
DE
90
Este capítulo será dividido
em
três tópicos paramelhor compreensão
dos acontecimentosque
marcaram
a evolução das políticas cambiais e dos jurosno
Brasil, durante a década de 90.No
primeiro tópico caracterizou-se as fases
da
política cambial, verificando suasmudanças
significativas,
mostrando
assim a instabilidadena adoção
de políticas consistentescom
o
desenvolvimento
do
país.No
.segundo tópico procurou-se caracterizar e .analisar ia evolução dastaxas de juros.
No
terceiro e último tópico analisou-se as correlações existentes entre as variáveis(taxa de câmbio, taxa
de
juros e preços)no
períodoem
estudo.3.1.
CARACTERIZAÇÃO
DAS
FASES
DA
1>oLíT1cA
CAMBIAL
Após
vários anos defixação
de taxas cambiais peloBanco
Central,no
sentido deproporcionar
uma
desvalorizaçãoda
moeda
domésticaem
pequenos, intervalos atravésdo
processode
minidesvalorizações diárias, procurou-se à partirdo
final dos anos 80, rjuando houve significativaredução dos subsídios às exportações
de
produtos manufaturados, eliminara
defasagem cambial e.recuperar a competitividade das exportações.
-H
` .
A
resolução ri” 1552,de 22 dezembro de
1988, regulamentado pela circular n° 1402de
2 dejaneiro de 1989, instituiu
0
sistema de taxa decâmbio
flutuante,em uma
tentativa de diminuiçãoda
intervenção
do
Banco
Centralno
controledo câmbio
e, desta forma,o mercado
cambial passoua
operar
em
dois segmentos: taxas administradas e taxas flutuantes. Esses controles ocorreram,cartões
de
crédito internacionais,câmbio
manual, entre outros.Com
a
liberalização progressivado
câmbio,
0
govemo
resolveu autorizar0
funcionamentodo mercado
de dólar turismo, iniciandoum
período de maior flexibilidade
do mercado
cambial (Zini Jr, 1995).Nesse período, a
economia
brasileira caracterizou-se poruma
acentuada valorizaçãocambial associada
ao
fracasso dos planosde
estabilização antiinflacionários, quemesmo com
apolítica de minidesvalorizações diárias
em
1988, a correção cambialnão
acompanhou
a aceleraçãoda
inflação.Na
década de 90, as políticas cambiaisdo
Brasil tornaram-se compatíveiscom
o
objetivo de
uma
maior aberturaao
comércio intemacional. -3.1.1. Primeira fase: Janeiro/90 à J unho/94
O
mercado
cambial brasileiro,de
janeiro/90 à junho/94, apresentou diversasmudanças
com
alterações nos planos de estabilização econômica,
como
formade
interrompero
processoinflacionário.
No
decorrerde
1990, «omercado
cambial apresentou duasfases distintas,a
primeira,que vigorou até 19 março, funcionou simultaneamente dois
mercados
oficiais:o
de taxas flutuantes (dólar turismo) e
o de
taxas administradas.No
mercado de
taxas flutuantes,eram
transacionadasoperações relacionadas a viagens intemacionais, sofrendo duas regulamentações
no
iníciodo
ano,através das circulares n° 1565
de 05
de janeiro e n° 1566 de22 de
janeiro.No
mercado de
taxasadministradas,
0
BACEN
deu continuidade a política de minidesvalorização,fixando
diariamenteo
valor da taxa cambial.
Na
.segunda fase,com
na implantaçãodo
planode
estabilização econômica,em
março
de 1990, a taxa decâmbio
deixou de serfixada
pela autoridade monetária, passando a serdeterminada pelos
movimentos
decompra
evenda
no
mercado.Sendo
assim,o mercado
de taxasadministradas foi substituído por taxas “livres”,
onde
a taxa cambial era determinada pelas forçasde
mercado, mantendo-se,
no
entanto,o mercado
de taxas flutuantes parao
dólar turismo. -De
janeiro/90à
março/90, aeconomia
brasileira caracterizou-se poruma
forte valorizaçãoanteriormente adotadas para estabilizar a economia,
tomando a
variabilidade das taxas decâmbio
bastante pronunciada (Holland, 1997). Desta forma, as medidas adotadas pelo governo para diminuir
a taxa de inflação nesse período,
não
foi sustentável por muito tempo,dado
que,no
mês
demarço/90, a taxa de inflação atingiu
o
patamar de 87,5%. Nesse períodohouve
uma
valorizaçãoda
taxa real de
câmbio
em
tomo
de4,35%
eaumento
da taxa de inflação de 12,5%, confonne os dadosdo anexo
A.Gráfico
1Brasil-
Evolução da
Taxa
Real
de
Câmbio
eda
Taxa
de Inflação
- Jan/90-Dez/0078 -- nfação(%)
8
83
3
$
8
.O _- _-* .N - U1O
UIO
U1 'ce de taxa rea de câmb`o--2
18 -- ,.| 3 _- . _2 n uu um , . ""` “ n/eo šv /eo er/91 92 93E
ar/9; n/95Í
v/es use a'/98ar/9 /oo v/oo; -â
'nd
cn
3 z
---
|NFLAçÃo
(|GP-Dl) (%)-TA×A
REAL
DE
cÃMB|o
(|PAfEuA/|Pc-BR)Ja Nov Ju
I
Ma`/M
o
Se Ju /9
M M
Jan NoFonte:
AnexoA
De
março/90 à setembro/91,0
governo brasileiro resolveu adotar a políticade
minidesvalorização cambial
como
medida
de ajuste. Nesse sentido, aeconomia
apresentou sinais derecessão, pois,
na
verdade as novas regrasna
área cambialfixavam
metas para as reservas cambiaiscompativeis
com
a base monetária (Holland, 1997). Isso ocorreu à partir de 18 demarço de
1990,responsabilidade de determinar
a
taxa de câmbio,conforme a
oferta edemanda
de divisas. Destaforma, cabe ao
BACEN
intervirno mercado
apenas para garantiro cumprimento
das metasmonetárias e o
mercado
ajustar-se ademanda
e a ofertade
divisas dentro de limites desejáveis.A
partir de abril/90,
o
govemo
adotou medidas para estabilizar aeconomia
e, entre elas tem-se agradual abertura
da economia
parao mercado extemo
com
políticas de redução das alíquotas deimportação, liberalização
do câmbio
e instituiçãodo
processode
privatização.No
primeiromomento,
tais medidas causaram a quedada
taxade
inflação até julho/90.Mas,
com
receioda
recessão os preços e salários deixaram de ser controlados rigidamente e, a irrflação
começou
a subirde
13%
no
mês
de agosto/90 para21%
em
fevereiro/91.Em
agosto de 1991,o
BACEN
tevecomo
objetivo manter a taxa decâmbio
mais ajustadaàs condições de oferta e
demanda
de
divisasno
mercado, estimulando a competitividade efomecendo
maior transparência às operações interbancárias de câmbio.Nesse
sentido,o
governoafim
de evitar conseqüências indesejáveisno
fluxo
de
exportações promoveu,no
final desetembro/91,
um
reajuste cambialda
ordem de 14%,
levando a recomposição dos níveis reais.A
estratégia então adotada pelo
BACEN,
foino
sentidode
atuarno mercado
como
demandante
dedivisas, sustentando a taxa de
câmbio
real. Para Holland (1997), esta política cambial acabou porimplicar
em
uma
forte valorizaçãoda
moeda
nacional, pois, a oferta de divisas estrangeiras eramaior que a demanda, levando o
govemo
a atuarno mercado na
formada
operação "flutuação suja",comprando
divisas e forçando a desvalorizaçãoda
moeda
doméstica. Logo,houve
uma
valorizaçãoda taxa real de
câmbio na ordem
de 13,3%, de janeiro/91 à setembro/91,acompanhado
com
aumento da
taxa de inflaçãoa
partir de julho/91.De
outubro/91 à junho/94, aeconomia
brasileira passou pormn
períodode
ascensãoinflacionária e valorização cambial,
combinada
com
aumento
das reservas internacionais e maiorestaxas
de
juros.Nas
primeiras semanas de outubro,o
ritmo das desvalorizações diáriasdo câmbio
nãoacompanhou
a inflação,o
que levouo
govemo
a aceleraro
processo de desvalorização cambial eelevar as taxas
de
juros.até abril/92,
com uma
taxa real decâmbio
desvalorimdaem
16,08%
eaumento da
inflaçãoem
tomo
de 1,46%. Já
no
período seguinte, isto é, maio/92 à junho/94, a taxa real decâmbio
valorizou-seem
25,52%
e a inflaçãoaumentou
19,6%.O
governo apesar das dificuldades encontradascom
a rápidaaceleração inflacionária oconida
no
período, assegurou a estabilidade da taxade
câmbio, levandoo
segmento de taxas flutuantes a enfrentar freqüentes ajustes, incorporando a estas operações
anteriormente efetuadas sob
o amparo do mecanismo
decompensação
cambial.Em
geral,o
período foimarcado
pela intensificação cada vez maisda
aberturada economia
ao capital estrangeiro e
aumento da
mobilidade deste. Logo,o
paísficou
mais suscetível asflutuações nas taxas de câmbio, exigindo maior presença
do
BACEN
no
mercado. Este, nosprimeiros
meses
de 1994, procurava assegurar a estabilidade realda
taxade
câmbio, criandocondições mais apropriadas à atuação
do
setor exportadorem
mercados extemos. Porém,houve
um
ingresso de capital externo forçando a valorização cambial,
uma
vez que ademanda
por divisasno
mercado
mostrava-se insuficiente para manter a taxa de câmbio.A
partirde
março/94, as condiçõesno mercado
decâmbio
caracterizaram-se por excesso de oferta de divisas, razão pelo qualforam
pouco
freqüentes as pressões sobre a taxa de câmbio. Duranteo
periodo, out/91 à jim/94, a taxa realde câmbio
valorizou-seem
tornode
22,30%
ea
taxade
inflaçãoaumentou
16,55%.3.1.2.
Segunda
fase: Julho/94 à Janeiro/99De
julho/94 à fevereiro/95,o
regime cambial predominantena economia
brasileira foicaracterizado
como
uma
banda
unilateralou
regime de "meia-banda", aondeo
BACEN
estabeleceuum
limitemáximo
para a cotaçãodo
dólar. Este, atravésda banda
unilateral, permitiu inicialmenteque
a taxa decâmbio
se ajustasse às condições de oferta edemanda
de divisasno
mercado. Neste mercado, casoo
Real desvalorizasseem
relação ao dólaralém da
paridadede
R$l=US$1,
o
BACEN
ficava
liberado para negociaro
volume
demoedas
que quiser. Entretanto,em
dezembro/94,a elevada oferta de divisas levou a taxa de
câmbio
nominal ajustar-se abaixoda
paridade. Issode
câmbio
em
conseqüênciada
elevada oferta edemanda
de divisas.De
acordocom
Mollo
&
Silva(1999, p.207), "esta paridade
pode
ser interpretadacomo
uma
espécie de limite superior.O
lirniteinferior
não
foi,num
primeiromomento,
oficialmente fixado". Neste período, tentou-se estancaro
processo inflacionário e promoveu-se ajustes estruturais necessários ao funcionamento
da
economia.A
inflação diminui de47% em
junho/94 para25% em
julho/94,quando o
governo anunciouuma
nova
moeda
eum
novo
processo de conversão.A
partir de julho/94, a inflação mensal manteve-seentre
0,6%
e3,5%
ao mês.Com
intensificaçãoda
saída de capitaisdo
país, à partir de março/95,o
BACEN
alterouaforma
de condução da política cambial, introduzindoo
sistema de bandas cambiais "largas". Estabanda
tinha por finalidade proporcionar a liberdade de flutuaçãodo
Real,mantendo o
lirnite paraadesvalorização de acordo
com
um
novo
mecanismo de
minidesvalorização, via controles sobre osfluxos
de capitais.Segundo o
relatóriodo
BACEN,
o
governo resolveu à partir de 10 de março/95,anunciar a
banda de
flutuação cambialde R$0,88
parao
limite inferior e R$0,93 parao
limitesuperior,
que
é alteradoem
22 de junhodo
mesmo
ano
para R$0,91 eR$0,99
respectivamente,ou
seja,
um
aumento
sobre os valores praticadosem
3,4%
e 6,45%.A
incerteza sobre afonna
deatuação
no novo
regimede
bandas cambiais, pressionou as reservas intemacionais até definir detempos
em
tempos urnabanda
larga parao
câmbio. Dentroda
banda, praticou-se intervençõesdiárias, de
modo
a caracterizaruma
minibanda e provocar pequenas e sucessivas desvalorizaçõesao
longo
do
mês
de março. Pode-se perceber pelos dadosdo
anexoA, que
as minidesvalorizaçõescomeçaram
a ser visíveis à partir de agosto/95, já que nosmeses
entre julho/94 à julho/95, a taxa decâmbio
real valorizou-seem
22,50%.A
banda
cambial modificou-seem
30
de janeiro/96,quando o
govemo
determinou aatuação obrigatória
do
BACEN
no mercado
interbancáriode câmbio
sempreque
os limitesde banda
fossem atingidos e facultativa
no
interior desta.Os
limites dabanda
larga foram redefinidos paraR$0,97
eR$1,06 acima
dos anteriores. Para Garcia (1997), a presença freqüentedo
BACEN
no
mercado
de divisas, produziu desvalorizações sucessivas,acompanhadas de
deslizamento daintrabanda,
com
periodicidade e variação relativabem
definidas, conferindo previsibilidade àmercado
decâmbio
em
1996 foi influenciado pelos resultadosda
balança comercial,que no
primeiro semestre
do
ano, gerou expectativas positivas quantoao
firranciarnento da conta corrente,com
um
grande ingresso de capital estrangeiro levandoa
livre desvalorizaçãono mercado
decâmbio. Entretanto,
no
segundo semestre, a aceleraçãodo
processo de deterioração da balançacomercial gerou incertezas quanto
a
continuidade da política de desvalorização gradual da taxa decâmbio. Nesse sentido, os agentes econômicos
temiam
a ocorrência de maiores ajustes cambiaiscomo
forma de minoraro
desequilrbrioda
conta comércio, levando a autoridade monetária a~
sinalizar a
manutenção
do
ritmo das desvalorizaçoes cambiais.Em
1997,não
houve
alteraçãona
política cambial adotada a partir de 1995.Em
18de
fevereiro,
o
BACEN
fez a única alteração dos parâmetrosda
banda cambialno
ano,de
R$0,97$/R$1,06 para R$1,05/R$1,14 por dólar,
8,6% de
margem
de oscilação.Com
estamargem
eo
ritmomédio
da desvalorização dos 18meses
anteriores, foi possivel a taxa decambio
atingiro
limite superior de banda. Nesta etapa
do
regime cambial, havia certa previsibilidade associada aomovimento
da banda, parao
qual se faz útilum
ambiente demenor
volatilidade.Com
adeterminação
do
referencial de flutuação,houve
seguidos leiloes de “spread”,com
o
objetivo dedesvalorizar graduahnente a taxa de cambio, sempre mantida dentro dos limites da intrabanda Desta
forma, buscou-se as condições necessárias para a estabilidade dos preços internos,
sem
prejuízodo
controle
do
saldoem
transações correntes, cuja orientação esteve voltada para politicasde
incentivoas exportações e controle de importações.
Ao
final de outubro/97, os reflexosda
crise asiática constituíram-seem
oportunidadede
reafirmação da política cambial que, coadjuvada pelas medidas adotadas pelo governo, dissiparam
as incertezas e mantiveram a estabilidade
da
moeda.Segundo o
relatóriodo Banco
Central (1997),como
tem
sido característicoem
anos anteriores,no
segmento flutuante,o
BACEN
atuoucomo
supridor de recursos, buscando manter
o
ágioem
relação ao segmento livreem
nível relativamenteestável. Logo, a política cambial
permaneceu
orientadano
sentido de preservaro
valor intemoda
moeda
implementandoo
sistema de faixade
variação cambial, visando amanutenção da
estabilização de preços e, mostrando a capacidade de suportar a pressão por maior desvalorização
do
“A
decisiva e tempestiva atuaçãoda
autoridade monetáriano mercado
decambio
e autilização de outros instrumentos de política para fazer fiente aos reflexos
da
crise asiática, visandoaestabilização dos
fluxos
de recursos externos,manteve
a variação cambial dentroda
tendênciadesejada” (Garcia, 1997, p. 29).
As
medidas adotadas naquele instante foram preponderantesna
reversão das expectativas quanto as
mudanças na
política cambial.No
ambientemacroeconômico
de 1998, verificou-se processos de desvalorização mensalde
cambio
com
forte variação, principalrnente, nosmeses
de julho/98 à setembro/98, registrandovalores entre
0,56%
e1,16%
respectivamente.O
aumento na
volatilidade da taxade cambio
em
relação aos
meses
anteriores,pode
ser vistoquando
a cotação da divisa dos EstadosUnidos
estevecolada ao piso
da
intrabanda.As
cotaçõesdo
dólar flutuaramcom
certa liberdadeno
espaçoda
intrabanda cambial,
em
tendência ligeiramente altista, fazendocom
que, a desvalorizaçãomedida
sobre a taxa de
mercado
ficasse próxima amudança
mensalda
intrabandapromovida
pelaautoridade monetária (Garcia, 1997).
As
dificuldades crescentes enfrentadas pela Rússiaem
1998,que
culminoucom
o
anúnciode moratória, originou a instabilidade
do
mercado
cambialno
Brasil. Esta instabilidade, indicadapelos
fluxos
negativos,não chegou
a afetar de forma intensa a posiçãodo cambio
(Giambiagi,&
Averbug, 2000).
Segundo 0
relatóriodo
BACEN
(1998),em
setembro/98, anunciou-sea
criação daNota
do
Banco
Centraldo
Brasil~
Serie Flutuante(NBCF),
queremunerou o
investidorcom
jurosmais a variação cambial
do
dolarmedida
pelos negóciosdo
flutuante, oferecendo assim,uma
nova
altemativa de hedge cambial.
O
BACEN, em
1998, orientouo comportamento
da taxa de cambio,com
parcimoniosas e previsíveis desvalorizações indicadas pelos intervalos de intrabanda,especialmente
dando
liquidez aomercado
nosmomentos
de maior pressão.A
partir de janeiro/99, a confluência de fatos negativos, tanto deordem econômica
quantopolítica, passaram a instigar a insegurança
do
mercado, fomentandomn
clima negativo sinalizadorda iminência de
mudanças
na política cambial então vigente.O
ano
começou
com
especulaçõesprecedentes,
0 que
recebeu reforçoda
declaração formal de moratóriado
govemo
deMinas
Gerais(Giambiagi,
&
Averbug, 2000).Em
função desse quadro negativo afetando diretamente os agenteseconômicos, passou
a
haver fortedemanda
por dólares, forçandoo
BACEN
a
vender grandesquantidades
da
moeda
estrangeiraem
defesado
Real.Além
das fortes remessas efetuadas parao
exterior e virtual esgotamento dos ingressos por parte de investidores, a situação havia sido agravada
pela disposição das instituições financeiras
em
manter forte posição comprada.Em
13de
janeiro/99, últimomês
do
regime de bandas, a Autoridade Monetária à partirdo
comunicado
n° 6560, adotouuma
taxa decâmbio
orientadana banda
"diagonal" ondefixava o
limiteinferior e superior
em
R$1,20
e R$1,32 respectivamente,com
aumentosde
7,14%
e 8,20%.Segimdo
0 relatório
do
BACEN
(1999), estamedida
implicava basicamenteno abandono do
regimede
intrabanda,
como
delimitador bastante estreito das intervençõesdo
BACEN
eda
maior autonomiado mercado
na definiçãoda
taxa e, consequentemente,no
alargamentoda
faixa de flutuação,que
passava a ser de R$0,12,
podendo
variar4,76%
aproximadamente, a partirdo
centro da banda.Em
virtudeda
desconfiança dos investidores internacionaisno mercado
brasileiro, estanova
medida
não obteve sucesso, pois,um
grandenúmero
de saídas financeiras e a taxa decâmbio
já estava
no novo
teto estabelecido, chegando a atingir valores superioresao
limite,no
final destedia.
Com
o
fiacasso desta medida, oBACEN
em
15 de janeiro/99, pormeio do comunicado
n°6563,anunciou
que
“se absteria de operarno mercado
de câmbio”, suspendendo temporariamenteo
regime de bandas.
No
dia 18 de janeiro/99, atravésdo comunicado
n° 6565, a Autoridade Monetáriainformou que deixaria
que o
própriomercado
definisse a taxa de câmbio, tantono
flutuantecomo
no
livre,
podendo
intervir ocasionalmente, para corrigirmovimentos
desordenadosna
taxa.A
politica cambialno
Brasil, de julho/94 à janeiro/99, tentou adequar-se a conjunturaintemacional, penalizando
o
setor exportador e osfluxos
de capitais externos que se destinavam aoPaís. Nesse sentido,
com
acombinação do
sistemade
bandas cambiais edo mecanismo de
intrabanda, evitava-se maiores oscilações