I
CM
399
ANAPAULATRBWHN
AVAL1AÇÃo Dos
FATORES
DE
Risco
PARA
1NFARTo
AGUDO
Do
M1cÁRD1o
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para a conclusão no Curso de Graduação
em
Medicina.
FLoRIANÓPoL1s
ANA
PAULA
TRENTIN
AVALIAÇÃO Dos
FATORES
DE
Rlsco
PARA
1N1=ARTo
AGUDo
Do
M1cÁRD1o
Coordenador do Curso: Prof. Edson José Cardoso
Orientador: Prof. Roberto Henrique Heinisch
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para a
conclusão no Curso de Graduação
em
Medicina.
FLoR1ANÓPoL1s
Ao
término deste trabalho de conclusãono
curso de medicina, vejoque
se ajustiça fosse feita, seriam necessárias várias páginas de agradecimentos.
Afinal,
não
é apenaso
desfecho deum
trabalho de graduação. É,na
verdade,o
resultado de muitos anos de educação, carinho, dedicação, orientação e principalmenteamor
por parte dosque
vou
citar aqui, entre outros:Aos meus
pais,que
desde o princípiome
demonstraram
o maravilhosomundo
do
aprendizado eme
ensinaram a importânciado
conhecimento.Agradeço-os
também
peloetemo
amor
incondicional.Ao
meu
querido orientador, prof. Roberto Henrique Heinisch,que
aomeu
ver éum
exemplo
a sersempre
seguido.Sua
dedicação pela medicina e principalmente pela arte de ensinar e de produzir conhecimento,num
paísonde
esses efeitos apresentam muitos obstáculos, é sinceramente digna de admiração.À
prof. Liana Heinisch, pelo constante sorriso nos lábios e disponibilidade parasempre
ajudar e orientar seus alunos.A
minha
duplano
internato,o
grandeamigo
Fabrício Duarte, pelocompanheirismo
e por "agüentar"meus
rompantes,pedindo-me
apenas paramanter
a calma. -Às
minhas
amigas, Bárbara, Janaína, Lucíola e Leatrice pelaamizade
constante.
Meu
dia-a-dia é muito mais alegre tento vocês por perto.Quero
agradecertambém
aos médicos, residentes e funcionáriosdo
HospitalUniversitário,
que
tomaram
possível a realização deste trabalho, auxiliando-me
na
coleta dos dados.E
porfim,
claro, agradecer a todos os pacientesque
permitiramminha
intromissão
em
suas vidas,com
inúmeras perguntas, entre outras coisas.Todos,
sem
exceção, assim o fizeram deuma
forma extremamente
amigável,"Quando
te dedicares ao trabalho,faça-o
com
todas as forças dos teus braços.Quando
te dedicares ao raciocínio,faça-o
com
todo opoder da
tua mente.Quando
te dedicares ao amor, 4faça-o
com
toda a forçado
teu coração."" (Confúcio)1 -Introdução --- --
2
- Objetivo --- -- 3 -Método
--- -- 4 - Resultados --- -- 5 - Discussão --- --26
~ 6 -Conclusao
--- -- 7 - Referências --- --34
Resumo
--- --Summary
--- --Apêndice
--- --39
Normas
--- --31.
1NTRoDUÇÃo
A
principal causa demorte
emorbidade
nos países ocidentais é adoença
cardiovascularl. Estatísticas norte-americanas revelam
que
adoença
arterialcoronariana é responsável por cerca de
metade
das mortes provocadas por doenças cardiovascularesem
ambos
os sexosl.Aproximadamente
1,5 milhão depessoas sofrem infarto
agudo do
miocárdio porano
nos EstadosUnidos
devidoalterações ateroescleróticas
em
coronárias2.No
Brasil, admite-seuma
incidência de infartoagudo do
miocárdioem
tomo
de 300.000 a 350.000 casos ao ano,não
existindo
em
nossomeio
dadosfidedignos
de mortalidade globalou
de perfil de mortalidade3.Dos
americanos adultos incapacitados para o trabalho,19%
assim setomaram
devidodoença
arterial coronarianaou
outras doençascardiovasculares2. Entre
50
a 100 bilhões de dólares são gastos anualmenteno
tratamento para
da
DAC,
custo este exorbitante explicado pela a alta incidênciada doença
e pelacomplexidade da
intervenção médicaz.No
Brasil,O
SUS
(Sistema
Único
de Saúde)paga
R$
109 pela diária deum
paciente infartadoem
terapia intensiva4.Em
rede particular o custo sobe paraR$
800
podendo
chegar aR$
3.000 diaem
alguns hospitais4.Desde
1963, a incidênciada
mortalidade causada pela ateroescleroseem
coronárias diminuiu
54% em
relação aoano
de 1990.Houve
um
declínio de31%
nas taxas demorte
pós infartoagudo do
miocárdio entre os anos de1982
a19922. Estudos prospectivos,
como
os deFramingham
iniciadosem
1948 eo
Nurses' Health Study desenvolvido à partir de 1976, elucidaram e divulgaram os
principais fatores de risco para
o
desenvolvimentoda doença
arterialcoronarianas.
O
controle dos fatores de risco éum
dos principais motivos responsáveis por essa importante diminuiçãoda
mortalidadeprovocada
pelaconcluíram
que
o controle primário e secundário dos fatores de risco seriam responsáveis por50%
do
declínioda
mortalidade devidoDAC
nos EstadosUnidos
entre1980
e 1990,mas
que mais
de70%
de todo estaqueda na
mortalidade ocorreu entre os pacientes
com
doença
coronariana já estabelecida.Assim
fica claroque o
melhor
custo-benefício é aqueleda
prevenção secundária, estabelecendoum
paradoxo, pois apesar dos fatores de risco indicaremquem
ficará doente,na
práticamédica
sãomais
úteisno
acompanhamento
de portadores dedoença
arterial coronariana. Contudo, a avaliação e controle dosfatores de risco ainda é a
melhor
forma
de evitar as conseqüências desta enfermidade, independente deserem
indivíduos sadiosou
não.No
Brasil, os fatores de risco paradoença
arterial coronariana são avaliadosde acordo
com
trabalhos realizadosem
outros países, entre eles os Estados Unidos. Isso ocorreporque não
há
em
nosso paísnenhum
estudo significante ede âmbito nacional
que
avalie os fatores de risco para infartoagudo do
miocárdio
na
população brasileira.O
Instituto de CardiologiaDante
Pazzaneseiniciou,
no
dia 01 denovembro
de 1997,um
estudo caso-controle multicêntrico,onde
participavammais
de 100 centros de referência, entre eles o Hospital Universitárioda
Universidade Federal de Santa Catarina(UFSC),
entitulado;Avaliação os Fatores de Risco par Infarto
Agudo
do Miocárdio no
Brasil(AF IRMAR).
O
presente trabalho havia incluídono
primeiromês
77
indivíduos,sendo
50
casos e27
controles,número
este representativoda
participação de 17centros.
Em
janeiro deste ano, onúmero
de centros participantesaumentou
para45, tento sido recrutado para o estudo
326
indivíduos.A
meta
atéo
términodo
trabalho,
que
seriaem
novembro
de 1998, era deaproximadamente 4000
indivíduos entre casos e controles.
O
Hospital Universitárioda
UFSC
participoudo
estudoAFIRMAR
enviando os dados,conforme
o protocolo, de 15 casos e2.
OBJETIVOS
Nos
pacientes internadoscom
infartoagudo do
miocárdioou
outra doençasno
Hospital Universitário, o presente estudo objetiva:l. Identificar fatores de risco para infarto
agudo do
miocárdio.2. Participar
do
estudo multicêntrico: Avaliação dos Fatores de Risco paraContudo,
não
podemos
atribuir aum
determinado fator de risco paraDAC,
ou
vários fatoresque
atuariam deforma
sinergética,uma
relação causa-efeitocom
a doença.Os
fatores de risco seriam analisadoscomo
possíveis marcadoresnão
específicosda
doença,ou
seja,um
determinado grupoque
apresenta certas características teriamaior
propensão a desenvolverdoença
ateroescleróticaem
coronárias
em
relação a outro grupo controleque não
apresenta essascaracterísticas.
Assim
os fatores de riscodevem
ser avaliadoscomo
probabilidades enão
certezas para o desenvolvimentoda
DAC.
Essas probabilidades setomam
mais
fidedignasquando
os fatores são analisadosem
alguns aspectoscomo:
força de associação, reversibilidade, concomitância epresença
ou não
dedoença
cardíacas.Os
fatores de risco paraDAC
podem
modificar quando
avaliadosem
gruposdistintos.
O
que pode
ser importantecomo
fator de risconuma
determinada populaçãopode não
apresentar semelhante relevânciaem
outro grupo étnico.Pais e col
em
199616, avaliaram os principais fatores de risco para infartoagudo
do
miocárdioem
indianos e constataram certas peculariedades importantesna
análise desta população.
Mais
de 230.000 mulheres norte americanasmorrem
anualmente de infartoagudo do
miocárdio”.Os
fatores de risco paraDAC
mencionados
para oshomens
também
são válidos para as mulheres, contudo o impacto relativo individual dos fatores difere".Assim
os fatores de riscoquando
estabelecidosdevem
ser individualizados, principalmente quanto a etniae o sexo, para
uma
avaliaçãomais
apropriada. .'
Prevenir,
como
descritono
dicionário, significa antecipar, chegar antes,tratar de evitar
ou
impedirque
se execute”.A
avaliação dos fatores de riscoem
pacientes sadios
ou
principalmente naqueles já sabidamente coronariopatas,tem
como
objetivo a prevenção primáriaou
secundáriada
DAC,
respectivamente.Hunink
e col.6, após a análise de dados de vários trabalhosque
avaliavam a influência dos fatores de riscono
desenvolvimentoda doença
coronariana,3.
MÉToDo
3.1.
Método
e populaçãoem
estudo:O
estudo caso-controle foi selecionadoem uma
população baseadaem
hospital
como
método
para avaliar e dimensionar os fatores de risco para infartoagudo do
miocárdio.Neste tipo de estudo 2 amostras aleatórias
foram
selecionadas:uma
da
populaçãocom
todos os indivíduos portando adoença
em
estudo (na presentesituação, infarto
agudo do
miocárdio transmural, os casos) e a outrada
populaçãosem
adoença
(os controles).Neste estudo caso-controle a
comparação
inferencial envolveu o nível de exposição dos casos(IAM)
em
relação aos controles.Se
não
existiu associaçãoentre as características (fatores de risco) e a doença, esperou-se achar o
mesmo
nível de exposição das características nos casos e nos controles.
O
método
de estudo foi baseadono
protocolodo Estudo
AFIRMAR,
enviado pelo Instituto de CardiologiaDante
Pazzanese. Este por sua vez, inspirou-senum
estudo caso-controle realizado por Pais e col.,em
1996,que
objetivava avaliar os fatores de risco par infartoagudo do
miocárdioem
indianos.
Realizou-se
um
estudo,no
período dedezembro
de1997
a setembro de 1998, tipo caso-controle, transversal, prospectivo, apresentando 15 casos e 15controles, estando os participantes intemados
no
Hospital Universitário.As
informaçõesforam
registradas prospectivamenteem
um
formulário padrão.Em
todos os participantesforam
colhidos osdados
de idade, sexo, raça,estado civil, escolaridade, renda familiar, detalhes
do
consumo
de álcool e cigarro, história familiarcomprovada
de insuficiência coronariana,além
deantecedentes pessoais de diabetes mellitus, hipertensão arterial e exercícios flsicos. Peso, altura, circunferência
mínima
da
cintura emáxima
do
quadrilforam
registradas para cada pessoa.Os
exames
de laboratório de glicemia,triglicérides e colesterol total e frações
em
jejum foram
obtidos dosparticipantes.
Foram
utilizados certos critérios paramaior
precisão nas informações:-Medida
em
centímetrosda
circunferênciamínima
da
cintura: foi utilizadafita métrica ao redor
da
partemais
estreitada
cinturado
pacienteno
final deuma
expiraçãonormal
eda
circunferênciamáxima
do
quadril.-Estado civil: solteiro(a) e viúvo (a)
foram
consideradosna
mesma
categoriapor
não
terem companheiro(a)fixo
eviverem
só;casado/acompanhado
viveem
situação marital.
-Escolaridade:
foram
diferenciadosna
mesma
categoria todos aquelesque
não
apresentaram nível escolar superior (incluíndo assim analfabetos, nívelprimário, secundário e cursos profissionalizantes) daqueles
que
apresentamterceiro grau completo.
-Renda
familiar: foi incluído a renda de todas as pessoasque
vivem
sobo
mesmo
teto.Foram
classificadosnum
grupo
aquelesque
apresentaram rendafamiliar
acima
deR$
600,00 mensais eem
outrogrupo
aquelescom
rendafamiliar
menor
que
esse valor.-Antecedentes familiares: apenas pais e irmãos. Foi incluído coronariopatia
em
tratamento, passado de infarto, stent, angioplastia, revascularizaçãocirúrgica, etc.
-Hipertensão arterial prévia: foi considerado hipertenso aquele
com
pressãoarterial sistólica
maior
160mmHg
e/ou diastólicamaior que 90
mmHg
ou que
estava
em
tratamento.-Diabetes mellitos: foi considerado diabético aquele
que
estavaem
tratamentoou que
apresentava antecedentecomprovado
de hiperglicemia.16
-Fumante: foi considerado fumante atual aquele
que
fumou
em
algum
momento
nos últimos 6 meses.-Bebida alcoólica: foi informado o
consumo
de álcool independenteda
quantidade edo
tipo.Todo
aqueleque
bebeu
duas vezesou
menos
porsemana
ou que
raramente bebia foi consideradona
mesma
categoria, assimcomo
aquelesque
beberam
de 3-6 vezes porsemana
ou
diariamentetambém
o foram.-Prática de exercícios físicos: foi considerado aquele exercício extra, regular
e
que não
fazia parte das atividades rotineiras e diárias.A
quantidademínima
foi de30
minutos e a freqüência igualou
superior a duas vezes por semana.-Resultado dos
exames
laboratoriais:CASOS:
a coleta dos lipídeos foirealizada até
24
horas após o inícioda
dor,com
jejum
de 12 horasda
última refeição.A
glicose foimedida
em
jejum
de 12 horas, entreo
quinto e oitavo dia de internação.CONTROLES:
foram
aceitas dosagens de lipídeos e glicosecom
12 horas de jejum, realizadas até
30
dias antesda
inclusãodo
pacienteno
estudo. »
Tanto
os casoscomo
os controlesnão
foram
limitados pela idade.Os
casos derivaram de admissões consecutivas e os controlesforam
selecionados entreindivíduos livres de
doença
cardiovascular ecom
eletrocardiograma normal.3.2 Critérios de seleção:
3.2.1.
Casos
3.2.1 .l. Critérios de inclusão:
Infarto
agudo do
miocárdio transmural, internadocom
até24
horasdo
iníciodos sintomas,
sem
limites de idade.A
definição de infartoagudo do
miocárdio transmural incluiu pelomenos
2
dos 3 seguintes critérios:Elerocardiograma de 12 derivações
com
elevaçãodo
seguimentoST
maior
ou
igual a 0,1mV
em
2ou mais
derivações periféricas,ou maior ou
igual a 0,2mV
em
duasou mais
derivações precordiais contínuas;ou
bloquio completo deramo
esquerdo.Aumento
enzimáticoem
pelomenos
2 vezes o valornormal
praticadono
laboratório.
3.2.1.2. Critérios de exclusão:
Doença
valvarDoença
crônica consuntiva3.2.2. Controles
3.2.2.1. Critérios de inclusão:
Pacientes internados para tratamento
ou
investigação diagnósticano
HospitalUniversitário,
sem
antecedentes aparentes dedoença
cardiovascular,com
eletrocardiograma
normal
(exceção para ectopia atrial isolada).3.2.2.2. Critérios de exclusão:
Diagnóstico prévio de doenças cardiovasculares, incluindo
doença
vascularperiférica
ou
cerebral.Doença
crônica consuntivaMudança
recente (30 dias) nos hábitos alimentaresEletrocardiograma de 12 derivações
com
onda
Q
patológica, alteraçõesno
seguimento ST, inversão de
onda
T, bloqueio completo deramo
ou
bloqueioatrioventricular, taquiarritmias exceto ectopia atrial isolada,
ou
hipertrofia4.
RESULTADOS
Caracteristicas demográficas e sócio-econômicas
As
características demográficas e sócio-econômicas são apresentadasna
tabela I.
O
grupo caso apresentou 11 indivíduos (73,4%)do
sexo masculino e4
do
sexo feminino (26,6%).O
grupo controle, foicomposto
por 10 indivíduos (66,4%)do
sexo masculino e 5 (33.4%)do
sexo feminino,não
havendo
diferença significativa quanto ao sexo
em
relação ao primeiro grupo.A
média
de idade entre os grupos, caso 60,1 anos e controle 50,8 anos,também
não
foisignificativamente diferente.
Apenas
1 indivíduo (6,7%)no grupo
caso erada
raça negra sendo os
demais
14 (93,3%) classificadoscomo
brancos.O
grupo
controle era
composto
100%
por indivíduos brancos. Entre os indivíduos caracterizadoscomo
caso, 13 (86,6%)eram
classificadoscomo
casados e 2 (l3,4%)como
solteiros,números
estes encontrados deforma
similarquando
avaliado o
gmpo
controle.A
renda familiar entre os grupostambém
não
variou significantemente.40
%
do
grupo caso e54%
do
grupo controle apresentavam renda familiarmenor
que
R$
600,00.Foram
consideradoscomo
tendo nívelsuperior de escolaridade 3
(20%)
e 1 (6,4%) ecomo
nível inferior 12(80%)
e 14(93,3%) indivíduos nos grupos caso e controle, respectivamente (p>0,05).
Estilo de vida
O
tabagismo, consideradocomo
um
dos principais fatores de risco parainfarto
agudo do
miocárdio, foi igualmente encontradocomo
hábito atualem
7 indivíduos (46,7%)do
grupo caso eem
7 (46,7%) indivíduosdo
grupo controle.O
consumo
de bebida alcoólica foimaior
entre os indivíduosdo
grupo caso,Tabela I:
Dados demográficos
e sócio-econômicos dos pacientescom
infartoagudo do
miocárdio (grupo caso) e outrossem
doença
coronariana (grupocontrole).
Caso
(n=15) Controle (n=15)p
OR
IC
95%
Sexo
masculino(%)
73,3 66,6 0,69 1,38 (0,22-8,70) Idade (média)i
DP
60,1 (14,1) 50,8 (11,2) 0,057NR
NR
Raça
branca(%)
93,3 100 0,30 0,00 (0,00-18,28) Estado civilCasado (%)
86,6 86,6 I 1,00 1,00 (0,08-12,23) Solteiro(%)
13,4 13,4Renda
familiar(%)
>600,00
R$
60
46
0,46 0,58 (0,11-3,13)<600,00
R$
40
54
Escolaridade(%)
' Superior20
6,7 0,28 0,29 (0,01-3,90) Inferior 80 93,3NR=
não realizadoFonte: ficha de coleta de dados de pacientes intemados no Hospital Universitário devido
doença coronariana (caso) ou outras doenças (controle).
OR
=
odds ratioIC
95%
=
intervalo de confiança de95%
DP
=
desvio padrãoou
de 3-6 vezes porsemana
contra apenas 2 indivíduos (l3,3%)do grupo
controle, contudo essa diferença
não
foi estatisticamente significativa.A
práticade esportes foi encontrada
em
maior
percentual entre os indivíduosdo grupo
controle (26,6%).
Apenas
20%
dos indivíduosdo grupo
caso praticavam20
Tabela II:
Tabagismo,
consumo
de bebida alcoólica e exercícios físicos dospacientes
com
infartoagudo do
miocárdio (grupo caso) e outrossem
doença
coronariana (grupo controle).
Caso
(n=l5) Controle (n=15)P
OR
IC
95%
Tabagism6(%)
46,7 46,7 1,00 1,00 (0,19-5,34)Á16661(%)
26,6 13,3 0,36 2,36 (0,2s-23,48) E×6f6í6¡6S(%)20
26,7 0,66 1,45 (0,20-10,95)Fonte: ficha de coleta de dados de pacientes internados no Hospital Universitário,
em
1997/1998, devido infarto agudo do miocárdio (caso) ou outras doenças (controle).
OR
=
odds ratio IC95%
=
intervalo de confiança de95%
DP
=
desvio padrão Freqüênc a%
-› N 00 -h UI O O O O O"
I
CasoI
ControleTabagismo Álcool Exercícios
Figura 1: Freqüência do hábito do tabagismo, consumo de bebida alcoólica e prática de
exercícios físicos nos pacientes
com
infarto agudo do miocárdio (grupo caso) ou outrasHipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e hístóriafamilíar
A
tabela III mostraque
a história prévia de hipertensão arterial sistêmica(HAS)
foi significativamente maiscomum
(p<0,05) entre ogrupo
caso,uma
vezque
8 indivíduos (53,3%) deste grupoeram
sabidamente hipertensos contra 2 indivíduos (3,3%)do grupo
controle. Apresentar diabetes mellitus(DM)
também
foi consideradoum
importante fator de risco, pois essedado
foimais
comum
entreo
grupo caso ( 33,3%)
em
relação ao grupo controle (6,6%).A
história familiar
(HF)
dedoença
coronariana,não
apresentou diferença significativa entre os grupos, contudo foi constatadaem
8 indivíduosdo
grupo caso (53,3%) eem
apenas4
indivíduosdo
grupo controle (26,6%)
(figura 2).Tabela III: Hipertensão arterial, diabetes, história familiar dos pacientes
com
infarto
agudo do
miocárdio (grupo caso) e outrossem
doença
coronariana (grupo controle).Caso
(n= 15) Controle (n=15)p
OR
IC
95%
HAS
(%)
53,3 3,3 0,02* 7,43 (0,98-69,99)DM
(%)
33,3 6,6 0,06 7,00 (0,60-185,3)HF
(%)
53,3 26,6 0,13 3,14 (0,54- 19,59) *p<0,005Fonte: ficha de coleta de dados de pacientes intemados no Hospital Universitário,
em
1997/1998, devido infarto agudo do miocárdio (caso) ou outras doenças (controle).
OR
=
odds ratioIC
95%
=
intervalo de eonfiança de95%
22 60- Freqüênca -4 N 00 à UI O O O O O O _í<L_í_4¬_
%
"'I
CASOI
CONTROLE HASDM
HFFigura 2: Hipertenção Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes mellitus
(DM)
e História Familiar(HF) os pacientes
com
infarto agudo do miocárdio (grupo caso) ou outras doenças (gmpocontrole), internados no Hospital Universitário, 1997/1988.
Dados
laboratoriaisA
média da
dosagem
do
colesterol total(CT) não
apresentou diferençasignificativa entre os grupos, contudo foi
maior
entreo grupo
caso,onde
o valorda média
foi de 201,5 mg/dl,em
relação aogrupo
controle,que
apresentoucomo
média o
valor de 176,6 mg/dl.As
fraçõesdo
colesterol totaltambém
foram mensuradas
laboratorialmente e verificou-seque o
valordo
LDL
colesterol apresentou-se
mais
elevadono
grupo caso(média
=
134,5 mg/dl)em
relação aogrupo
controle (média
=
111,4 mg/dl). Foi verificadono
grupo controleque
média da
dosagem
do
HDL
colesterol, consideradoum
fator protetivo contra adoença
arterial coronariana, foimaior
(34,5 mg/dl)do que
ogrupo
caso (31,45 mg/dl).Novamente,
0grupo
caso apresentouum
valorno
lipidogramamaior que
o grupo controle, pois adosagem
do
triglicerídeo séricofoi 171,7 mg/dl vs 153,4 mg/dl, para os grupos respectivamente.
A
glicemia,como
o esperado poishá maior
número
de indivíduos diabéticosno grupo
caso,teve
o
valor de suamédia maior
nestegrupo
(156,3 mg/dl)em
relação ao grupo controle (109, O mg/dl) (tabela IV,figura
3).Tabela IV:
Dados
laboratoriais dos pacientescom
infartoagudo do
miocárdio (grupo caso) e outrossem
doença
coronariana (grupo controle).Caso
(n= 13) Controle (n= 13)CT
(mg/dl) 201,5 (55,s) 17ó,ó(43,9)Mé‹1ia(DP)
LDL
(mg/di) 134,5 (43,1) 111,4 (3s,ó)Média
(DP)
HDL
(mg/dl) 31,4 (ó,2) 34,5 (13,7)Média
(DP)
TGc(mg/di)
171,7(13s,ó) 1s3,4(5s,3)Média
(DP)
G1i¢emia(mg/dl) 156,3 (9s,4) 109,0 (32,s)Mé‹1ia(DP)
Fonte: ficha de coleta de dados de pacientes internados no Hospital Universitário,
em
250
1997/1998, devido infarto agudo do miocárdid (caso) ou outras doenças (controle).
Em _¡..\|\) ÓUIO DOO gld
I
CasoI
Controleí
_ Méd' 50 0 l I_
! l 'K \z \zO
øO
O
O
C9 °-'Figura 3: Média da dosagem sérica do colesterol total (CT),
LDL
colesterol,HDL
colesterol,triglicerídeos (TGC) e glicose nos pacientes
com
infarto agudo do miocárdio (gmpo caso) ou outras doenças (grupo controle), internados no Hospital Universitário, 1997/1988.24
Medidas
antropométrícasOs
valores dos índices demassa
corpórea(IMC)
entre os casos e os controlesnão
apresentaram diferença significativa, apresentandoo
grupo caso amédia
do
IMC
de 27,2 e ogrupo
controleuma
média
de 24,5.Apesar da
diferença entre amédia
cintura/quadril(MCQ)
não
ser significante estatisticamente,houve
uma
importante diferença nos valores encontrados entre os grupos.
No
grupo
casoo
MCQ
foi de 1,00 enquantono
grupo controle esse valor foi de 0,92 (tabela V,figura
4)Tabela
V
: Valores antropométricos dos pacientescom
infartoagudo do
miocárdio (grupo caso) e outros
sem
doença
coronariana (grupo controle).Caso
(n=l5) Controle (n=15)IMC
27,2 24,5MCQ
1,00 0,92Fonte: ficha de coleta de dados de pacientes internados no Hospital Universitário,
em
I
Controle_¬i
l`
IMC
MCQ
Figura 4: Valores da média do índice de massa corpórea (IMC) e média da razão cintura/quadril
(MCQ)
nos pacientescom
infarto agudo do miocárdio (grupo caso) ou outras5.
DISCUSSÃO
Os
dados do
presente estudodemonstraram que
certos fatorescomo
hipertensão arterial, diabetes e história familiar de
doença
coronariana sãomais
prevalentes
em
indivíduosque
sofreram infartoagudo do
miocárdioem
relação à populaçãoem
geral,que
neste estudo foi caracterizada por pacientes internadosem
ambiente hospitalar por causas outras. Esses resultadosconcordam
com
outros jáamplamente
descritosna
literatura e consideradoscomo
sendo fatores de risco para ateroesclerose coronariana.Em
contrapartida,o
tabagismo,também
exaustivamente citadocomo
um
dosmais
importantes elementos para o desenvolvimento dedoença
arterial coronariana,não
semanifestou
no
presente estudo deforma
diferente,em
relação à freqüência, entreos grupos caso e controle.
É
importante salientar,que
neste trabalhoo
principal fator limitante foi apequena
casuística, oque
poderia justificar resultadosaparentemente divergentes àqueles já publicados
em
periódicos especializados.Assim
poderíamos
legitimar a ausência de demonstraçãoda
importância de alguns fatores de risco para aterosclerose já reconhecidos.O
infartoagudo do
miocárdioacometeu
o sexo masculino quase três vezesmais
do que
o feminino. Essedado
concordacom
o
estudo deFramingham, que
analisou
uma
população entrehomens
e mulheresna
idade de 35 a84
anos, edemonstrou que
amorbidade
pordoença
arterial coronariana era duas vezesmais
freqüente entre os homensz. Contudo, nos países desenvolvidosmais
de50%
das mulheresmorrem
em
conseqüênciada doença
arterial coronariana e amorte
súbita é responsável por35%
da
mortalidade”.A
mortalidade nas mulheres é cerca de duas a três vezes maior, principalmente nas mulheres negras”. Sabe-setambém
que
a incidênciada doença
arterial coronariana nestapopulação
aumenta
significativamente após amenopausa,
mas
é baixana
pré-menopausa
e nas mulheresque
recebem
reposição estrogênica”.Nosso
estudodemonstrou
um
acometimento
predominante, quaseem
suatotalidade, nos pacientes
da
raça branca. Esse fato é facilmente explicado pelopredomínio
de descendentes europeusna
populaçãoda
cidade de Florianópolis.Esse
dado
fica
confirmadouma
vezque
100%
dos indivíduosdo grupo
controleeram
brancos.A
renda familiar e a escolaridadeforam maior
no
grupo casoem
relação aogrupo
controle. Esse resultado parece paradoxaluma
vez
que
acredita-seque
um
maior
nível cultural eeconômico
sejam importantes para a consciência dasmedidas
preventivasque
podem
diminuir os eventos isquêmicosdo
coração.Os
hábitos deuma
pessoadevem
sempre
ser questionadosquando há
uma
avaliação dos fatores de risco para infarto
agudo do
miocárdio, principalmenteporque
elespodem
ser alterados e assimmudar
a história naturalda
doença.O
consumo
de cigarros, por exemplo, já foi citadoem
mais
de 500.000 artigoscientíficos
como
tendo relaçãocom
doença
isquêmicado
coração.Nosso
trabalho contudo,demonstrou
uma
proporção igual entre os indivíduosque
fumavam
e sofreram infartoagudo do
miocárdio e os indivíduosdo grupo
controle.
O
impactodo
tabagismo nas tendências de mortalidade pordoença
isquêmicado
coraçãoficou
muitobem
demonstrada
na
experiência de20
anosdo
projeto "Karéliado
Norte"na
Finlândia,no
qual aqueda da
prevalênciado
tabagismoem
16%
acompanhou-se
deuma
queda
de10%
da
mortalidade por cardiopatia isquêmica entrehomens.
Nas
mulheres,um
aumento na
prevalênciado
tabagismoem
9%
provocou
um
aumento
de11%
nas taxas de mortalidade”.O
ideal é a parada completado
hábito de fumar,uma
vezque
a diminuiçãodo
número
de cigarrosou
oconsumo
daquelescom
menos
alcatrãonão
altera orisco de infarto
agudo do
miocárdio.Em
um
estudo caso-controle multicêntrico,28
cigarros
com
concentração de alcatrãomenor
que
10mg
foi de 3,8, entre 10 a 15mg
de 4,3, 15 a20
mg
de 3,2 emaior que 20
mg
este risco foi de 3,7,comparado
com
não-fumantesz.O
consumo
de álcoolquando
ingeridoem
moderadas
doses de até60
mg
aodia, aparentemente apresenta
uma
açãobenéfica
para o sistema cardiovascular,pois tende a diminuir a pressão arterial,
aumentar
os níveis deHDL
colesterol einibir a agregação plaquetária2.
Contudo há
um
limite tênue entre essa dose "benéfica" e oconsumo
nocivo de bebida alcoólica.Em
doses maiores,o
álcoolinduz hipertensão arterial e é
uma
das causas maiscomuns
de hiperlipidemiazo.Consequentemente, pacientes etilistas são
mais
acometidos pordoença
arterialcoronariana,
além
de outra cardiopatiascomo
a cardiomiopatia alcoólicazo.Nosso
trabalhodemonstrou
claramenteuma
incidência duas vezesmaior
deinfarto
agudo do
miocárdio naqueles pacientesque
consumiam
bebida alcoólicacom
maior
freqüência,ou
seja, de três vezes porsemana
até diariamente.A
prática de exercícios físicos diminui a incidência e mortalidade das doenças coronarianas”. Isso sedeve
aos variados efeitos fornecidos pela atividade física,como:
diminuiçãodo
LDL
colesterol e triglicerídeos eaumento
do
HDL
colesterol; efeito hipoglicemiante; auxíliono combate do
tabagismo, alcoolismo e uso de drogas por seus efeitos ansiolíticos e antidepressivos; açãoanti-hipertensiva, e
combate
à obesidade”. Verificamosque
a freqüênciado
número
de pacientesdo grupo
controleque
praticavam esportes regularmente foicerca de apenas
6%
maior
em
relação ao grupo casoem
nosso trabalho. Esse resultado contradizem
parte outros já publicados,que
revelamuma
maior
diminuição de eventos coronarianos, principalmentena
reduçãoda
mortalidade, nestes pacientesnão
sedentários2.A
freqüênciada
hipertensão arterial foi significativamentemaior
nos pacientes infartadosem
relação aquelesnão
cardiopatas. Esse resultado coincideindivíduos
acompanhados
por 10 anos,onde o aumento do
nívelda
pressãoarterial
aumentava
proporcionalmente a incidência dedoença
arterialcoronariana fatal e infarto
agudo do
miocárdionão
fatalz. Contudo, é importantesalientar
que
a hipertensão arterial geralmente apresenta-seacompanhada
de outros fatores de risco,que
estão relacionadoscom
sua etiologia, eque
podem
explicar a importância
da
alteração nos níveis pressóricosno
desenvolvimentoda doença
arterial coronariana.Outro
dado que
semostrou
também
bastante relevantecomo
fator de riscopara infarto
agudo do
micárdio foi a história prévia de diabetes mellitus.A
freqüência desta informação foi cerca de cinco vezes
maior no grupo
casoem
relação ao
grupo
controle. Consequentemente, amédia
da
dosagem
sérica deglicose, realizada
em
jejum
e a partirdo
quinto dia após o evento isquêmico-uma
vezque
este altera a liberação de insulina nos primeiros dias- foiaproximadamente
30%
maior
no
primeiro grupoem
comparação
com
osegundo
grupo.
A
doença
arterial coronariana é amaior
complicaçãoda
diabetes (tantopara a insulino dependente quanto a
não
insulino dependente).O
"EstudoRancho
Bemardo", que
consistiuno
seguimento durante 14 anos de334
homens
e mulheres diabéticos
comparados
com
2137
homens
e mulheresnão
diabéticos,demonstrou que o
risco relativo demorte
peladoença
coronariana foi 1,9 noshomens
e 3,3 nas mulheresem
comporação
com
os respectivos sexos de pessoasnão
diabéticasz. Esse estudodemonstrou que
a diabetes poderia ser consideradaum
fator de risco para coronariopatia eque
a mortalidade por esta afecção eramaior
nas mulheres.Além
do
mais, a diabetes mellitus ecomumente
associadacom
a hipertensão arterial sistêmica e dados epidemiológicossugerem que
essa associação é independenteda
idade e obesidade”. Evidênciassugerem que
o elode ligação entre o diabetes e a hipertensão essencial seria a hiperinsulenemia23.
A
história familiar dedoença
arterial coronariana é consideradaum
fator de30
mudar
o curso naturalda
doença9. Contudo, a elucidação deste fator de risco émuito
importantecomo
um
indicativo de suspeita dedoença
arterialcoronariana.
Como
verificado neste trabalho, os pacientesdo
grupo casodemonstraram o dobro
de história positiva para coronariopatia familiarem
comparação
com
os pacientes grupo controle,demonstrando que
a suposiçãodeve sempre
sermaior
naquelesque
apresentam história familiar positiva paraesta enfennidade.
A
associação entre a ingestão deuma
dieta ricaem
gorduras e níveiselevados de colesterol e a incidência e prevalência de
doença
arterialcoronariana
tomou-se
inequívoca após estudos observacionaisem
diferentespopulações,
como
o realizado pelo Estudo dos Sete Países.A
mortalidade pordoença
arterial coronarianatambém
guarda estreita relaçãocom
os níveis deCT,
LDL
colesterol eHDL
colesterol .Na
presença de hipercolesterolemia o riscode cardiopatia isquêmica aumenta, duplicando
com
colesterol total de240
a250
mg/dl
e quadruplicandocom
300
mg/dl24.A
média do CT, no
presente trabalho,dos pacientes
que
apresentavamum
evento isquêmicodo
coração foiaproximadamente
12%
maior que
ado grupo
controle,porém
encontrou-sena
classificação dentro
do
grupo dos valores limítrofes.A
avaliaçãodo
risco lipídico é feita primariamente de acordocom
os valores ,doLDL
colesterol e nesta avaliação ogrupo
casotambém
apresentoucomo
média
um
valorlimítrofe.
O HDL
colesterol, consideradoum
fator protetivo, e os triglicerídeos,foram aproximadamente
9%
menor
e11%
maior
no grupo
casoem
relação aogrupo
controle, respectivamente. Esses resultadosdemonstram
uma
variaçãonão
significativa e dos valores
do
lipidograma entre os pacientesdo grupo
caso egrupo
controle.Assim,
como
amplamente
discutidona
literatura, outros fatorespodem
muitas vezes influenciarmais
nos eventos isquêmicosque
as alteraçõesno
lipidograma.O
Monitored
Atherosclerosis Regression Study ,demonstrou
lovastatina e dieta
com
27%
de gordura. Outros estudos,como
o CholesterolLowering
Atherosclerosis Treatment Study,demonstraram que
o tratamentopromove
reduçãona
placa de ateromaem
pacientes sabidamente coronariopatas,sem
contudo diminuir os eventos isquêmicos.Em
contrapartida, o Scandinavian Simvastatin Survival Study, realizadoem
1995, observouque
o uso desinvastatina reduziu
o
CT
(25%),LDL
(35%)
e triglicerídeosem
(10%)
eaumentou
0HDL
(8%)
eque
houve
uma
a redução de42%
da
mortalidade de causa coronariana.Outro
importante estudo, o Life Style Heart Trial,demonstrou que
a alteraçãono
estilo de vida incluindo controle de estresse, dietacom
baixo teor de gorduras e poliinsaturados, supressãodo
tabaco e prática deexercícios físicos moderados, diminuiu as lesões coronarianas anteriormente
documentadas
angiograficamente. Todavia,não
é possível dizer qualou
quais intervençõesmais
influenciaram esta melhora,bem
como
a reduçãoda
freqüência e intensidade dos processos anginosos.
Assim,
aindanão há
um
modelo
de intervençãoou
tratamento cuja a eficiência seja inquestionável.Uma
das explicações é
que
a cardiopatia isquêmicadepende
de muitos fatores, quasesempre
atuando demaneira
associada uns influenciando os outrossem
que
sepossa, ainda, quantificar o papel de cada um9.
O
Índice deMassa
Corpórea
(IMC), proposto por Quarletno
finaldo
século passado, avalia
o
peso ideal levandoem
conta a altura e o pesodo
paciente. Este índice
demonstrou
uma
variação deaproximadamente
9%,
entreos grupos caso e controle.
Na
classificação amédia
do
IMC
do grupo
dos pacientes infartados foi consideradacomo
sobrepeso e amédia
dos pacientessem
cardiopatia enquadrou-secomo
sendo dentroda
normalidade. Outro índice utilizado par avaliar a obesidade dos pacientes é a razãoda
medida
da
cinturacom
o
quadril.Nesta
avaliaçãoo
grupo caso apresentouum
aumento
de praticamente8%
em
relação o grupo controle,demonstrando
um
maior
acúmulo
32
de gordura
em
regiãoabdominal
neste grupo, fato esse diretamente relacionadocom
distúrbios metabólicos e doenças cardiovasculares.É
difícil pensar deuma
forma
exata ematemática
quando
a questão são osfatores de risco para infarto
agudo do
miocárdio.Cada
organismo
tem
características inatas, provavelmente determinadas geneticamente, e o
que
pode
ser deletério para
um
indivíduo,pode
ser inócuo para outro.Assim,
generalizar os fatores de riscocomo
tendo importância igual para todos seriauma
forma
"exagerada" de se evitar as doenças ateroescleróticas. Contudo, ainda
não
possuímos
essa capacidade de discernir individualmente quais são os reaisfatores de risco para determinado indivíduo, e
contamos
com
estudoscomo
estepara caracterizar as principais variáveis
que
influenciam
um
determinadogrupo
no
desenvolvimentoda doença
arterial coronariana. Estudos multicêntricos,como
faz parteo
presente trabalho,tem
o
objetivo de caracterizaruma
determinada população,
no
caso a brasileira, e assim limitar e consequentementetomar mais fidedigno
a aplicação dos resultados obtidos.O
presente trabalho,pretende estender-se
aumentando
sua casuística e incitarcom
seus dadosnovas
pesquisas
com
o
intuito, sempre,do maior
esclarecimento das ainda tãoApós
avaliação dos dados nos pacientes internados por infartoagudo do
miocárdio
ou
outras doençasno
Hospital Universitário,podemos
cuncluir que:- a hipertensão arterial sistêmica, o diabetes mellitus e a história familiar de
coronariopatia são os principais fatores de risco para o desenvolvimento
do
infarto
agudo do
miocárdio.7.
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AVALIAÇÃO Dos
FATORES
DE
Risco
PARA
1NFARTo
AGUDO Do
M1ocÁRD1o
Trentin, A.P.; Heinisch, R.H.; Heinisch, L. Departamento de Clínica Médica,
UFSC,
Florianópolis-SC.
Objetivo: avaliar os fatores de risco para infarto agudo do miocárdio nos pacientes intemados
no Hospital Universitário.
Método: estudo tipo caso-controle, transversal e prospectivo. Foram caracterizado
como
casopacientes intemados no Hospital Universitário devido infarto agudo do miocárdio e
como
controle pacientes intemados nomesmo
hospital por causas outras.Resultados: o mais importante fator de risco para infarto agudo do miocárdio verificado foia hipertensão arterial sistêmica (p<0,05).
A
história prévia de diabetes mellitus e história familiar de doença coronariana também foram fortes fatores sugestionadores de doençaarterial coronariana, porém não foram estatisticamente significativos.
A
raça, estado-civil, escolaridade, renda familiar e idade dos pacientes não variaram significativamente entre osgrupos caso e controle.
O
consumo de álcool e o sedentarismo foram maiores nos pacientesdo grupo caso.
O
tabagismo foi encontradoem
freqüência igual entre os grupos.As
dosagensdo colesterol total,
LDL
colesterol, triglicerídeos e glicemia, diferentemente doHDL
colesterol, foram maiores no grupo casoem
relação ao grupo controle.A
média do índice demassa corpórea assim
como
a razão cintura/quadril foram maiores no grupo dos pacientescom
infarto agudo do miocárdio.Conclusão: o tratamento da hipertensão arterial sistêmica e o controle do diabetes mellitus
podem
ser importantes na prevenção do infarto agudo do miocárdio.O
reconhecimento dahistória familiar de doença coronariana é
um
importante indicativo desta enfermidade.Aluna:
Ana
Paula TrentinEndereço:
Rua
Frederico Veras 274 Pantanal, 88040 200, Florianópolis-SCSUMMARY
EVALUATION
OF
RISK
FACTORS
FOR ACUTE
MYOCARDIAL
INFARCTION
Trentin, A.P.; Heinisch, R.H.; Heinisch, L. Departamento de Clínica Médica,
UFSC,
Florianópolis-SC.
Objective: to evaluate the risk factors for acute myocardial infarction in intemed University Hospital patients.
Methods: prospective hospital-based case-control study. Patients with acute myocardial
infarction can be considered case group and others intemed patients without coronary disease are considered control group.
Results: the most important predictor for acute myocardial infarction checked was the systemic arterial hypertension (p<0,05). History of diabetes mellitus and a previous familiar history of coronary disease were also strong risk factors for acute myocardial infarction,
however they were not statically significant. Factors such as: race, marital status, education,
eams, and age did not have a significant change between case and control groups. The
frequency Was higher in alcohol consumers as Well as in sedentary patients. Smoking was
found in the same frequency in the groups. The measurement total cholesterol,
LDL
cholesterol, triglycerides and blood glucose, different ofLDL
cholesterol, were higher in the case group than in the control group. The indices of corporal mass as well as waist to hipratio were higher in the patients that suffered from acute myocardial infarction.
Conclusion: the treatment of arterial hypertension and the control of the diabetes mellitus
may
be important in the prevention of myocardial acute infarction . Recognizing the familiar
NORMAS
Este tabalho foi digitado
segundo
asnormas da
resolução n° 001/97do
TCC
UFSC
CM
0399 Ex.l N-Chflflh TCC UFSCCM
0399 Autor: Trentin, Ana PaulaTítulo: Avaliação dos fatores de riscop
Ex.l UFSC BSCCSM