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Famílias de adolescentes em Medida Socioeducativa: práticas parentais, cotidiano e contexto familiar

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Academic year: 2021

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Famílias de adolescentes em Medida Socioeducativa: práticas parentais, cotidiano e contexto familiar

Resumo

A literatura aponta que algumas características do contexto familiar estão relacionadas a prejuízos no desenvolvimento socioemocional de crianças e adolescentes e ao envolvimento de adolescentes em atos infracionais. Nessa direção, considera-se importante o reconhecimento da realidade destas famílias para respaldar ações e políticas públicas mais efetivas direcionadas a esta população. O objetivo do presente estudo foi caracterizar famílias de

adolescentes em cumprimento de medida

socioeducativa em meio aberto quanto ao cotidiano de atividades familiares e práticas e estilos parentais, sob a ótica dos responsáveis pelos adolescentes. Foram participantes, 19 responsáveis por adolescentes vinculados a um Programa de Medidas Socioeducativas de uma cidade do interior do Estado de São Paulo. Para coleta de dados foram utilizados: Questionário de Identificação do Adolescente, Questionário de Atividades Cotidianas e Inventário de Estilos Parentais. Observou-se que 15 dos 19 responsáveis participantes eram mães dos adolescentes. Sobre o cotidiano de atividades dos adolescentes, verificou-se que 14 deles não frequentam a escola e que, na percepção dos responsáveis, não possuem, em seu cotidiano, uma rotina de atividades, bem como de responsabilidades. Em relação às atividades familiares, observou-se que 10 dos responsáveis relatam não fazer atividades em conjunto com os adolescentes no dia a dia. O diálogo é apresentado como existente por quase todos os participantes, no entanto, o conteúdo deste diálogo parece não ser apontado como um processo de troca afetiva ou compartilhamento de ideias. No que se refere ao IEP, observou-se que todos os participantes avaliaram suas práticas como de risco para o desenvolvimento de dificuldades socioemocionais. Os dados encontrados convidam para a discussão a Maria Fernanda Barboza Cid1

Nara Rodrigues Pinto Garcia2

Jaqueline Ferreira da Silva3

1Doutora em Educação Especial.

E-mail: mariafernandacid@gmail.com 2Terapeuta Ocupacional 3Terapeuta Ocupacional Cid e t al

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respeito dos processos cotidianos das atividades e relações familiares e sua influência na vida dos adolescentes, indicando importantes questões a serem consideradas pelas instituições que lidam com a realidade do ato infracional.

Palavras-chaves Adolescentes em Conflito com a Lei. Práticas Parentais. Contexto Familiar.

Family adolescents in Socio-Educational Measures: parenting, daily and family context

Abstract

The literature suggests that characteristics of the family context are the most related to impairments in social-emotional development of children and adolescents and adolescent involvement in illegal acts. In this direction, it is considered important to recognize the reality of these families to support actions and more effective public policies directed toward this population. The aim of this study was to characterize family teens fulfilling Socio-Educational Measures in the open middle regarding the quotidian activities of family and parenting styles and practices from the perspective of those responsible for teen activities.Participants were 19 parents of adolescents linked to a program of Socio-Educational Measures of a city in the state of São Paulo. For data collection were used: Identification Questionnaire Adolescent, Questionnaire of Daily Activities and the Inventory of Parental Style (IPS). It was observed that 15 of the 19 were mothers participating responsible adolescents. About the daily activities of

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adolescents, it was found that 14 of them do not attend school and that, in the perception of responsible, not have in their daily life, routine activities, as well as responsibilities. Regarding family activities, it was observed that 10 of responsible don't report do activities together with teens on daily. The dialogue is presented as existing for almost all participants, however, the content of the dialogue don't seems to be touted as a process of affective exchange or sharing of ideas. With respect to IPS, it was observed that all participants evaluated practices as risk factors for the development of social-emotional difficulties. Data found to invite discussion about the daily processes of family activities and relationships and their influence in the lives of adolescents, indicating important issues to be considered by the institutions dealing with the reality of the illegal acts.

Keywords: Young Offenders. Parenting. Family Context.

Introdução

De acordo com Bronfenbrenner (2011), o desenvolvimento humano é caracterizado por um evento contínuo, permeado por transformações das características biopsicológicas dos indivíduos ao longo do tempo e sofrendo influências dos processos e contextos vivenciados durante o ciclo de vida e pelas gerações ao longo do tempo histórico.

Nesta perspectiva compreende-se, também, a adolescência, como uma fase resultante de um processo construído socialmente, configurada pela vivência de interações recíprocas com o meio e com outras pessoas e objetos,

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considerando a pessoa em contexto histórico e cultural específico (BRONFENBRENNER, 2011; COLAÇO et al., 2013).

Observa-se que tais compreensões não desconsideram as características biológicas e psíquicas comuns deste período do desenvolvimento, mas permitem ampliar a percepção destes indivíduos para além de determinantes pré-estabelecidos (COLAÇO et al., 2013).

Alguns autores apontam que, de forma geral, a adolescência é um período de transição entre a infância e a idade adulta. Tem seu início por volta dos 12 anos e pode se prolongar para além da segunda década da vida. Nesta fase, sistemas biológicos, psicológicos e sociais passam por acentuadas mudanças evolutivas e as relações interpessoais na família, com os amigos e na escola são importantes meios de experimentação das competências, capacidades cognitivas e para a definição de um senso de si mesmo (MARTURANO

et al, 2004).

Em relação ao contexto social no qual o adolescente está inserido, sabe-se que desde a infância o ser humano é exposto a importantes contextos socializadores, como a escola e a família, que é o primeiro núcleo social e tem importante papel no desenvolvimento social, cognitivo e psicológico da criança. Sendo assim, mesmo na adolescência, a relação com os pais ainda se constitui como referencial, uma vez que eles foram responsáveis por transmitir as primeiras informações e interpretações sobre o mundo. (SQUASSONI, 2012; MARTURANO et al., 2004).

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dos contatos sociais que ocorrem na adolescência, os pais/responsáveis continuam a exercer grande influência na vida dos filhos.

As interações dos elementos contextuais presentes no processo do desenvolvimento humano, inclusive no período da adolescência, podem ter significados favoráveis ou desfavoráveis ao crescimento e influenciam diretamente os comportamentos adotados pelo sujeito (AMPARO et al., 2008); podendo uns prejudicar o seu bem-estar e outros agirem como coadjuvantes no desenvolvimento humano saudável, identificados por fatores de risco e de proteção, respectivamente.

Cid (2011) aponta que fatores de risco são elementos que, se presentes na vida do indivíduo, aumentam a probabilidade de que ele tenha prejuízos emocionais ou comportamentais. Estes fatores podem ser atributos biológicos e genéticos do próprio indivíduo ou de sua família, assim como fatores provenientes do ambiente, da família ou da comunidade a que criança pertence.

É importante dizer que fatores isolados não são causas cruciais para o aparecimento de situações que prejudiquem o bem-estar do indivíduo, mas este estará em maior situação de vulnerabilidade quando comparados a indivíduos não expostos a fatores de risco. Porém, a soma e a interação de diversos fatores de risco podem expor ainda mais o indivíduo, tornando-o mais vulnerável para o desenvolvimento de dificuldades no âmbito de sua saúde, comportamento e relações sociais (SAPIENZA; PEDROMÔNICO, 2005; SILVA, 2009; CID, 2011).

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Nessa direção, estudos têm indicado que vários fatores podem predispor o indivíduo ao desenvolvimento de dificuldades emocionais e sociais, sendo que dentre estes, estão algumas características familiares, tais como: baixa renda, baixa escolaridade dos pais, altos níveis de estresse familiar, baixos níveis de suporte social, práticas e estilos parentais negativos e violência intrafamiliar (CID, 2010; HUTZ, 2005).

Segundo Gallo e Williams (2005), os fatores de risco relacionados ao desenvolvimento socioemocional, apontados pela literatura, podem, também, constituírem-se em fatores de risco para o envolvimento de adolescentes em atos infracionais (SILVA, 2009; GALLO; WILLIAMS, 2005). Focalizando no contexto familiar, destacam-se as práticas e estilos parentais como fatores de risco ou proteção para o desenvolvimento socioemocional infantil. Estudos têm apontado o importante papel dessas variáveis na determinação da saúde mental dos filhos, seja favorecendo ou prejudicando este aspecto (CID, 2011; YU et al., 2010; DWAIRY et al., 2006; GOMIDE, 2006).

Entendem-se as práticas e estilos parentais no contexto de busca dos pais/responsáveis em guiar o comportamento dos filhos no sentido de que os mesmos aprendam e sigam princípios morais e comportamentos que possibilitem a independência e a autonomia e, assim, possam desempenhar seu papel social quando jovens e adultos (CID, 2011; GOMIDE, 2006).

Para isso, os pais e responsáveis adotam estratégias nas diferentes situações do cotidiano para cuidar, educar e

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orientar os filhos. Estas estratégias denominam-se práticas educativas parentais (CID, 2011; GOMIDE, 2006), sendo que, o resultado do uso de um conjunto destas práticas constitui o Estilo Parental (GOMIDE, 2006), que pode ser entendido como a forma que os pais e responsáveis lidam com diversas questões, como poder, hierarquia e suporte emocional na relação com os filhos (CID, 2011).

Para Dishion e McMahon (1998) e Cid (2011), o estilo

parental é um processo complexo que envolve

responsividade, colocação de limites, solução de problemas e envolvimento parental. Este processo é influenciado pela idade da criança e pelas atividades e relações que ela vivencia nos diversos ambientes que frequenta nas diferentes fases de seu desenvolvimento.

Sobre os fatores de proteção, constituem-se em variáveis inerentes ao indivíduo ou presentes nos contextos de vivência do mesmo que atuam na presença do risco, amenizando suas consequências ou neutralizando seus efeitos (CID, 2011; COIE et al., 1993).

Uma importante questão considerada na literatura sob o enfoque protetivo, refere-se à intervenções direcionadas às famílias de crianças e adolescentes que apresentem dificuldades socioemocionais. A literatura aponta que intervenções familiares podem contribuir para fornecer suporte social, informações, apoio emocional e instrumentalizar as famílias para o desenvolvimento de práticas e rotinas mais positivas no cuidado e interação com seus filhos (WOOLFENDEN et al., 2002; SANDERS et al., 2000).

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Dessa forma, observa-se a necessidade do reconhecimento da realidade de famílias de adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, visando melhor compreender o contexto em que vivem e contribuir para a reflexão, planejamento e execução de ações e políticas públicas mais efetivas, direcionadas a esta população. O presente estudo busca contribuir nesse sentido, na medida em que dá voz às famílias para compreender melhor a respeito do cotidiano, das práticas parentais e do contexto familiar de adolescentes em medida socioeducativa em meio aberto.

O presente estudo teve como objetivo caracterizar as famílias de adolescentes atendidos em Programa de Medidas Socioeducativas de uma cidade do interior do Estado de São Paulo, quanto ao cotidiano de atividades e relações dos adolescentes e família e práticas e estilos parentais, sob a ótica dos responsáveis pelos adolescentes.

Material e Métodos Participantes

Foram participantes do presente estudo 19 responsáveis por adolescentes de idade variando entre 14 e 18 anos, vinculados ao Programa de Medidas Socioeducativas em meio aberto de uma cidade do interior de São Paulo. Os responsáveis foram tanto participantes quanto informantes, na medida em que responderam a questões referentes a si mesmos e ao adolescente pelo qual é responsável.

Observa-se que dos participantes, 15 eram as mães dos adolescentes e os outros quatro variaram entre o pai ou a avó. O estudo foi realizado no Programa de Medidas

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Socioeducativas em Meio Aberto de uma cidade do interior do Estado de São Paulo, com mais de 200.000 habitantes. Este programa executa as medidas de Prestação de Serviços à Comunidade e de Liberdade Assistida (art. 112 –III – IV), estabelecidas no Estatuto da Criança e do Adolescente para atendimento à adolescentes aos quais se atribua a autoria de ato Infracional (BRASIL, 2010). O atendimento é prestado a aproximadamente 80 adolescentes de ambos os sexos, na faixa etária de 12 a 18 anos, excepcionalmente até 21 anos, priorizando sua condição peculiar de desenvolvimento.

Instrumentos de Coleta de Dados

Questionário de Identificação do Adolescente: O

questionário foi desenvolvido pelas autoras para o presente estudo. É composto por questões diretas que abordam a composição familiar, relação do adolescente com a escola e com ato infracional.

Questionário de Atividades Cotidianas (QAC): este

questionário foi desenvolvido por Cid (2011) para ser apresentado às famílias de crianças em idade escolar. Para o presente estudo, algumas questões foram adequadas para a faixa etária da adolescência.

Este questionário é composto por 41 questões abertas e fechadas, que abordam aspectos referentes às práticas de cuidado dos responsáveis em relação aos adolescentes, vivência de atividades de lazer pelo adolescente e família e cotidiano de atividades conjuntas entre pais/responsáveis e filhos.

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avaliação dos estilos parentais dos responsáveis participantes (GOMIDE, 2006). O inventário foi desenvolvido a partir de práticas educativas selecionadas pelas autoras, a saber: monitoria positiva, comportamento moral, negligência, abuso físico, abuso psicológico, disciplina relaxada, punição inconsistente e monitoria negativa. Contém 42 questões abordando práticas educativas positivas e negativas e pode ser respondido tanto pelos pais, quanto pelos filhos. No presente estudo foi utilizada apenas a versão para os pais, que foi respondida pelos responsáveis. Ressalta-se que este instrumento apresenta estudos de validação no Brasil.

O cálculo do IEP é feito subtraindo a soma das práticas negativas da soma das práticas positivas. Assim, quando o resultado é negativo é indicativo de um estilo parental negativo, e quando o resultado é positivo, indica um estilo parental positivo.

Os estilos parentais adotados pelos pais, de acordo com o IEP podem ser:

 Estilo parental ótimo: possui forte presença das práticas parentais positivas e ausência das práticas negativas.

 Estilo parental regular acima da média: é um estilo parental bom, porém a autora sugere a leitura de livros para pais visando ao aprimoramento das práticas parentais.

 Estilo parental regular abaixo da média: indica que seria importante os pais participarem de grupos de treinamento para pais.

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em risco para o desenvolvimento de comportamentos antissociais. Assim, a autora sugere a participação em programas de intervenção terapêutica para pais.

Procedimentos

O projeto de pesquisa referente ao presente estudo foi submetido para avaliação junto ao Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da UFSCar. Após aprovação –

CAAE: 04881612.0.0000.5504- iniciaram-se os

procedimentos para a coleta de dados.

Para o processo de localização e identificação dos participantes, a pesquisadora entrou em contato com os orientadores de medida socioeducativa, que contribuíram com a localização e identificação de potenciais participantes do estudo.

O primeiro contato e convite às famílias a participarem do presente estudo era feito por telefone e, com aqueles que aceitavam participar, era agendado um encontro para explicar os objetivos do estudo e solicitar a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Feito isso, os instrumentos de coleta de dados eram apresentados sob a forma de entrevista.

No período da coleta de dados havia aproximadamente 85

famílias vinculadas ao Programa de Medidas

Socioeducativas e todas foram convidadas a participar do presente estudo. Apenas 40 responsáveis aceitaram participar do estudo e, destes, 17 não compareceram ao encontro agendado e 4 compareceram, mas desistiram de participar. Sendo assim, o presente estudo conta com 19 participantes.

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Os dados foram tratados de forma descritiva, a partir da planilha de cálculo do IEP e de planilha do Excel para tratamento dos dados advindos do QAC e Questionário de Identificação do Adolescente, de forma a caracterizar as famílias vinculadas ao Programa no que se refere aos objetivos propostos.

Resultados

A partir dos resultados obtidos junto aos responsáveis por 19 adolescentes em medida socioeducativa, foi possível observar que 12 deles possuem entre 16 e 18 anos. No que se refere à composição familiar, 17 dos adolescentes residem com a mãe, enquanto que 8 dos adolescentes residem com o pai. Notou-se ainda, que 4 dos adolescentes possuem pai desconhecido e 3 dos pais já faleceram. Verificou-se que 6 adolescentes possuem quatro ou mais irmãos e 7 fazem parte de uma família nuclear, com pai e mãe biológicos.

No que se refere ao ato infracional, 11 dos adolescentes cumpriam medida socioeducativa por envolvimento com porte ou tráfico de drogas.

A seguir apresenta-se o Quadro 1 com os resultados referentes ao adolescente e a escola

Quadro 1: Adolescente e a escola na percepção dos responsáveis

Variável n %

O adolescente frequenta a escola?

Sim 5 26%

Não 14 74%

Se não frequenta, por quê?

A mãe tirou da escola por causa das más companhias 3 21%

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Adolescente abandonou a escola por causa do trabalho 2 14%

Não encontra vaga 2 14%

A transferência ainda não chegou 1 8%

Como o responsável acha que o adolescente vai na escola *

Muito bem 2 10%

Bem 5 27%

Mais ou menos 6 32%

Mal 5 27%

Muito mal 1 5%

O adolescente já repetiu de ano?

Sim 16 84%

Não 3 16%

Se sim, quantas vezes?

Uma vez 11 69%

Duas vezes 3 19%

Três vezes 2 12%

* Os responsáveis pelos adolescentes que não frequentam a escola foram estimulados a responder a esta pergunta pensando no desempenho que o adolescente tinha quando ia à escola.

Observa-se que 14 dos adolescentes não frequentam a escola e que, dentre os motivos, os mais frequentes são: o adolescente desistiu e a mãe tirou da escola por causa das más companhias. No que se refere ao desempenho escolar dos adolescentes verifica-se que a maioria relata que o adolescente tem (ou tinha) desempenho mediano na escola, sendo que 16 dos adolescentes já repetiram o ano escolar pelo menos uma vez.

Os dados referentes às atividades cotidianas dos adolescentes e famílias são apresentados no Quadro 2.

Quadro 2: Atividades cotidianas do adolescente e da família

Variável n %

O que o adolescente faz quando não está na escola? *

Vê televisão, usa a internet ou dorme 11 58%

Fica na rua 3 16%

Trabalha 3 16%

Joga bola ou empina pipa 2 10%

O adolescente realiza atividades programadas (curso ou esportes)?

Sim 3 16%

Não 16 84%

O que o adolescente faz no final de semana?

Vê televisão, usa a internet ou dorme 6 32%

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Sai com os amigos 6 32%

Trabalha 2 10%

Vai à casa da namorada 2 10%

Vai à igreja 1 5%

Quando o adolescente está em apuros, quem ele procura?

Mãe 9 48% Pai 1 5% Mãe e pai 3 16% Mãe e avó 1 5% Mãe e irmã 1 5% Mãe e tia 1 5% Tia 1 5% Ninguém 2 10%

*Maioria dos adolescentes não frequenta a escola.

Observa-se que, quando não estão na escola, 11 dos adolescentes ficam assistindo à televisão, usando a internet ou dormindo e 3 ficam na rua. 16 não realizam nenhuma atividade programada ao longo da semana. Quanto ao final de semana, as atividades são semelhantes às feitas ao longo da semana.

Nota-se que 18 dos adolescentes não possuem uma rotina de horários e atividades em casa e que a mãe é a mais procurada quando o adolescente está em apuros.

A seguir, apresenta-se o Quadro 3 com os dadores referentes às atividades realizadas pelo responsável em conjunto com o adolescente.

Quadro 3: Atividades realizadas pelo responsável em conjunto com o adolescente

Variável n %

O que o responsável faz junto com o adolescente durante a semana?

Nada 10 53%

Conversa 2 10%

Faz tarefas domésticas 3 16%

Vai à igreja 1 5%

Joga baralho 1 5%

Trabalha 1 5%

Briga 1 5%

Com que frequência?

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3 ou mais vezes na semana 2 22%

1 ou 2 vezes por mês 1 11%

Todos os dias 5 55%

O que o responsável faz junto com o adolescente no fim de semana? Nada 8 42% Comem juntos 2 10% Passeiam 4 21% Conversam 1 5% Assistem televisão 2 10%

Fazem tarefas domésticas 2 10%

Apresentam-se no Quadro 4 dados referentes às práticas de diálogo entre responsável e adolescente.

Quadro 4: Práticas de diálogo entre responsável e adolescente

Variável n %

Responsável conversa com adolescente sobre a escola?

Sim 16 84%

Não 2 10%

Às vezes 1 5%

Com que frequência?

De 1 a 2 vezes por semana 8 47%

3 vezes por semana 2 12%

Dia sim, dia não 7 41%

Responsável conversa com adolescente sobre a rotina?

Sim 15 79%

Não 4 21%

Com que frequência?

De 1 a 2 vezes por semana 4 27%

3 vezes por semana 3 20%

Dia sim, dia não 8 53%

Responsável conversa com o adolescente sobre assuntos do interesse dele?

Sim 17 90%

Não 2 10%

Que assuntos são estes?

Responsável pergunta sobre os assuntos de interesse do adolescente

3 17% Responsável faz cobranças ao adolescente 6 35% Adolescente solicita algo ao responsável 2 12% Responsável incentiva o adolescente com os planos para

trabalho/casamento

3 17%

Sonhos de consumo do adolescente 2 12%

Interesse por meninas e meninos 1 6%

Com que frequência?

De 1 a 2 vezes por semana 10 60%

3 vezes por semana 3 17%

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Verifica-se que, quando questionados especificamente sobre a existência de diálogo entre responsável e adolescente, 16 dos responsáveis dizem que conversam sobre a escola com o adolescente. 15 dos responsáveis dizem conversar com o adolescente sobre a rotina. 17 dos responsáveis relatam conversar com o adolescente sobre assuntos do interesse dele, sendo que em 6 dos casos esta conversa gira em torno de cobranças por parte do responsável e em 3 dos casos o responsável incentiva o adolescente em seus planos para o futuro.

No Quadro 5, abaixo, se observa a situação dos Estilos Parentais adotados pelos responsáveis, segundo sua própria percepção e definidos a partir da pontuação do IEP.

Quadro 5: Estilos Parentais adotados pelos responsáveis

Tipo de Estilo Parental n %

De risco 6 32%

Regular abaixo da média 13 68% Regular acima da média 0 0%

Ótimo 0 0%

Discussão

Nesta seção serão discutidos os resultados obtidos no presente estudo, que objetivou caracterizar as famílias dos adolescentes que frequentam o Programa de Medidas Socioeducativas de uma cidade do interior do Estado de São Paulo, quanto à composição familiar, cotidiano de atividades e relações dos adolescentes e família e práticas e estilos parentais, sob a ótica dos responsáveis por estes adolescentes. Com relação aos resultados sobre o tipo de infração cometida pelos adolescentes, verificou-se que mais da metade cometeu

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atos infracionais relacionados às drogas ilícitas. Diversos estudos apontam que há relação entre o consumo de drogas e o ato infracional na adolescência, trazendo que, em grande parte dos casos, o uso de drogas precede o ato infracional, de forma que quanto mais precoce o envolvimento com as drogas, maior a chance de o adolescente se envolver mais cedo em atos infracionais, sendo, o consumo de drogas, um fator de risco para a conduta infracional (MARTINS; PILLON, 2008).

No estudo realizado em Brasília com adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, Pereira (2009) aponta que a juventude pode se envolver com as drogas ilícitas por alguns motivos, tais como: aumentar a possibilidade de contatos sociais, aliviar angústias e sofrimentos e afastar pensamentos negativos. Porém, quando a dependência se instala e o adolescente precisa lidar com as cobranças do tráfico, muitas vezes, juntar-se a ele é a solução que se encontra para sustentar o vício (PEREIRA, 2009). Considerando que os adolescentes em conflito com a lei, geralmente vivem em contexto de pobreza e exclusão social, para esta população o tráfico passa a ser uma opção por diversos fatores, tais como: oferece oportunidades iguais a todos, o que é importante, já que estes jovens não têm as mesmas oportunidades de jovens de classes sociais mais altas no mercado de trabalho formal; oferece status na comunidade; oferece emoção e adrenalina, a vida agitada e o uso de armas se configuram como um atrativo; a possibilidade de escapar da pobreza, uma vez que através do

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tráfico consegue-se dinheiro e bens de consumo imediatos (DOWDNEY, 2004).

Os apontamentos da literatura e os resultados do presente estudo chamam a atenção para a questão do papel que o uso e o tráfico de drogas desempenham na vida cotidiana de adolescentes e convidam os diferentes setores que lidam com a população infanto-juvenil a refletir sobre esta realidade, buscando compreendê-la melhor, fomentar discussões e planejamento de ações intersetoriais que lidem com essa problemática de uma forma mais ampla e efetiva. Nessa direção, mais estudos científicos são necessários para fomentar tais reflexões e discussões.

Os resultados referentes à escola apontam altas taxas de evasão escolar e repetência. Foi possível notar que a evasão acontece a partir do segundo ciclo do ensino fundamental, que se inicia no 6º ano (antiga quinta-série). Antunes e Fontaine (1995 apud SQUASSONI, 2012) realizaram um estudo em que alunos em diferentes fases da escolaridade com idade entre 9 e 18 anos avaliaram a percepção de apoio social recebido por diversos grupos, sendo eles: família, amigos, professores e outras pessoas. Os resultados apontaram que, dentre estas opções, os professores são considerados pelos estudantes o grupo de quem recebem menos apoio. Além disso, pela ótica dos adolescentes, o apoio recebido pelos professores diminui na medida em que aumenta o ano de escolaridade (SQUASSONI, 2012). Frente a estes dados, hipotetiza-se que devido às mudanças na estrutura da escola que ocorre no segundo ciclo do ensino fundamental, o aumento da dificuldade do conteúdo teórico

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associado ao aumento do número de professores, faz com que o aluno sinta-se menos amparado e mais propenso a desistir da escola.

Além disso, estudos que focalizam este ambiente, apontam que a escola deve estar apta a acolher o aluno e sua realidade, a despeito das diferenças, porém vem se configurando como mais um espaço de exclusão, uma vez que os educadores não estão preparados para lidar com crianças e adolescentes com dificuldades/especificidades que fogem ao padrão, sejam elas de qualquer ordem. Estes estudos apontam ainda que os adolescentes valorizam a escola na medida em que ela traz uma maior aceitação da família e da sociedade, mas o ato de estudar é pouco valorizado, pois não conseguem encontrar um sentido para o conteúdo aprendido na escola, e nem relacioná-lo com seu cotidiano (DIAS, 2011; ARONE, 2006).

Observa-se, portanto, que a relação entre escola e adolescente em conflito com a lei tem sido refletida e discutida pela literatura da área, a partir de investigações que apontam a necessidade de compreender de forma mais ampla as questões do fracasso e da evasão escolar de adolescentes envolvidos em atos infracionais, na medida em que esta problemática vai além das dificuldades individuais e específicas do adolescente, envolvendo uma série de aspectos de natureza sócio-econômico-culturais. A escola, enquanto instituição formal responsável pela educação e formação de cidadãos, é colocada em destaque e seu papel é refletido sob

duas óticas, tanto enquanto promotora da

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exclusão e do risco na medida em que não oferece as condições necessárias para que todos possam ser acolhidos, aceitos e ter seus direitos garantidos.

Sobre o cotidiano de atividades dos adolescentes, sob a ótica de seus responsáveis, observou-se que, além de não frequentar a escola, a maioria dos adolescentes também não possui rotina de atividades programadas como cursos ou esportes, e não possuem responsabilidades e regras a serem cumpridas no contexto familiar, bem como uma rotina de horários quando estão em casa. Além disso, as atividades que os adolescentes realizam durante a semana são semelhantes às que ele realiza aos finais de semana. Dessa forma, é possível perceber que estes adolescentes parecem não possuir atividades que permitam organizar a rotina em torno de metas e objetivos.

Costa e Assis (2006) apontam que a falta de uma rotina organizada pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de crianças e adolescentes. As autoras ainda trazem que uma rotina organizada proporciona a valorização de atividades que envolvem a dimensão do cuidado, do tempo e do desejo, podendo favorecer a elaboração de projetos, além do fortalecimento do senso de identidade.

Estudos que focalizem o cotidiano de atividades e relações de adolescentes envolvidos em atos infracionais, buscando conhecer essa realidade sob a ótica dos próprios meninos (as) e de outros atores envolvidos em suas vivências e que abordem o significado das atividades no dia a dia deles, relacionando com as metas e desejos que possuem, seriam importantes para melhor compreender os processos,

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percepções e significados das atividades no cotidiano dessa população, bem como o uso que os adolescentes fazem do tempo.

De qualquer forma, quando o foco são crianças e adolescentes, as suas atividades cotidianas, rotinas, combinados e regras advindos do contexto familiar, têm a ver com a forma como a família organiza, lida e monitora todo esse processo. Assim, os resultados deste estudo referentes às atividades desenvolvidas pelos adolescentes em seu cotidiano, remetem para a discussão a respeito das condições que as famílias, principalmente os adultos responsáveis por crianças e adolescentes estão tendo de gerenciar a rotina dos filhos, a própria rotina, os afazeres domésticos e o próprio trabalho.

Nessa direção e buscando aprofundar na reflexão, foi possível observar no presente estudo que a maioria dos responsáveis entrevistados eram as mães dos adolescentes em foco. Esse dado vai ao encontro dos apontamentos da literatura que, encontrando situação semelhante, discutem a respeito do espaço que a mulher ocupa na família e sociedade atualmente (CID, 2011, DIAS et al., 2011; ZAMORA, 2008; BRANCO et al., 2008).

Alguns estudos sinalizam que a mãe ainda é a principal responsável por suprir as necessidades sociais e afetivas dos filhos e, além dessas, acrescenta-se as necessidades

econômicas. Assim, o acúmulo de papéis e

responsabilidades, pode causar sobrecarga à mãe. Esta situação é ainda mais comum e agravada em famílias monoparentais chefiadas pela mulher, uma vez que, neste

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caso, ela é a única responsável pela criação dos filhos (DIAS

et al., 2011; ZAMORA, 2008; BRANCO et al., 2008).

A partir desse resultado e dos apontamentos da literatura, sinaliza-se a necessidade de refletir e considerar as realidades das mulheres que são mães de adolescentes envolvidos em atos infracionais e que, em sua maioria vivenciam condições socioeconômicas desfavoráveis. Hipotetiza-se que estas mulheres possam apresentar dificuldades em monitorar e desempenhar seu papel parental de forma mais presente e efetiva. Além disso, considerar as condições de saúde e, mais especificamente de saúde mental vivenciadas por essas mulheres também pode ser positivo, já que a literatura tem identificado que a maior causa de incapacitação de mulheres é a vivência de sofrimento psíquico, mais especificamente, a depressão (ANDRADE et al., 1999; CID, 2011).

No que se refere à figura do pai, notou-se que 11 adolescentes não residem com o pai, seja por motivo de morte, separação dos pais ou outros. Estudos sinalizam que adolescentes que não convivem com o pai podem ter dificuldades de reconhecer limites e de aprender regras de convivência social, assim, a falta do pai pode se manifestar de diversas maneiras, entre elas uma propensão para o comportamento infracional (BENCZIK, 2011; FEIJÓ, ASSIS, 2004).

A despeito dos resultados referentes à presença física das mães e dos pais obtidos no presente estudo, observou-se que 7 dos 19 adolescentes fazem parte de famílias nucleares, residindo com pai e mãe biológicos e irmãos.

Embora o número de participantes deste estudo seja reduzido, o que constitui uma limitação do mesmo, este dado favorece

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a reflexão a respeito do que tem sido apontado e refletido na literatura a respeito de família e suas configurações.

Wagner e colaboradores (2000) desenvolveram um estudo que investigou em que medida a configuração familiar contribui para o bem-estar dos adolescentes. A amostra utilizada foi de 391 adolescentes de ambos os sexos, entre 12 e 17 anos, sendo 196 provenientes de famílias nucleares e 195 de famílias reconstituídas. Os autores observaram que a maioria dos adolescentes (81%) apresentou um nível de bem-estar geral entre bom a muito bom, sendo que não houve diferença significativa entre adolescentes de famílias originais e reconstituídas. Frente aos resultados, os autores apontam que as dificuldades de relacionamento familiar não estão, necessariamente, relacionadas à configuração da família, mas às relações que se estabelecem entre seus membros.

Assim, as características das relações estabelecidas no contexto familiar parecem exercer um papel importante no desenvolvimento das crianças e adolescentes e, pensando especificamente na relação entre adolescente e seu responsável, o entendimento sobre as práticas e estilos parentais contribui para a melhor compreensão deste processo.

No presente estudo, estas variáveis foram exploradas junto aos participantes e, com relação aos resultados obtidos através do IEP (Inventário de Estilos Parentais) observou-se a adoção de estilos parentais de risco ou regular abaixo da média por todos os participantes do estudo, na avaliação deles mesmos.

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Além do IEP, o presente estudo buscou explorar outros aspectos do cotidiano de relações entre responsáveis e adolescentes a partir do QAC. Os resultados referentes às práticas de diálogo entre responsável e adolescente, apontam que a maioria dos responsáveis relata conversar com o adolescente sobre a escola, rotina e assuntos de interesse dele, porém observou-se que, em sua maioria, o conteúdo dessa conversa não caracteriza um diálogo propriamente dito, de forma que, ao relatarem sobre o conteúdo da conversa, os responsáveis apontaram que fazem “cobranças” ao adolescente, ou os mesmos solicitam algo ao responsável. Assim, hipotetiza-se que os responsáveis apresentem dificuldade em estabelecer diálogo com os adolescentes (e vice-versa), de forma que este seja caracterizado por troca de informações, afeto e ideias entre as duas partes.

Notou-se, ainda, que 10 responsáveis relatam não possuir atividades em conjunto com o adolescente durante a semana, o que leva à hipótese de que parece haver um distanciamento entre adolescente e seu responsável no dia a dia.

Souza e Oliveira (2011) apontam que uma família com filhos na adolescência é convidada a alterar padrões de relacionamentos, sendo necessário flexibilizar os limites familiares, de forma a possibilitar que os filhos se movimentem para dentro e fora do sistema familiar de forma mais autônoma, ou seja, as práticas e estilos parentais precisam se moldar à nova realidade.

Os resultados obtidos no presente estudo sobre as práticas parentais e sobre as atividades e diálogos existentes ou inexistentes entre responsáveis e adolescentes, somados aos

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apontamentos das autoras, indicam que a família (seus processos e dinâmicas de atividades e relacionamentos), ainda se configura enquanto um contexto de influência para o processo de crescimento/desenvolvimento do adolescente, ainda que o mesmo busque novas formas de relacionamento e interação para além dela.

Isto pode ser levado em consideração pelos profissionais e instituições que lidam com adolescentes e famílias, em especial aquelas que executam as medidas socioeducativas em meio aberto, nos processos de reflexão, planejamento e execução de ações a serem direcionadas junto aos adolescentes e famílias, no sentido de buscar potencializar os recursos das famílias para o convívio e formação dos adolescentes, fortalecendo vínculos, buscando novas estratégias, revendo rotinas, dentre outros aspectos que podem favorecer o processo de amadurecimento desses jovens e amenizar ou até mesmo evitar mais prejuízos na vida dos mesmos.

Outro resultado encontrado no presente estudo e que reforça a discussão acima, foi o fato de que a mãe é a principal citada em resposta à questão que abordou quem o adolescente procura em momentos de dificuldade. Este resultado vai ao encontro dos estudos de Branco, Wagner e Demarchi (2008), que ao analisar a rede social e o funcionamento familiar de adolescentes em conflito com a lei, perceberam que a mãe foi o membro da família mais lembrado. Além disso, Zamora (2008) traz que mesmo quando os laços familiares são conflituosos, os adolescentes acreditam no poder da família para ajudá-los a reconstruir suas trajetórias de vida.

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Observa-se que embora na visão dos responsáveis, o contexto familiar dos adolescentes, foco do presente estudo, apresentem características apontadas na literatura como de risco para o desenvolvimento socioemocional, ele ainda parece fornecer importante suporte social aos adolescentes. Observa-se que o presente estudo atingiu seus objetivos e levantou questões e reflexões importantes que contribuem para a melhor compreensão a respeito do contexto familiar de adolescentes em conflito com a lei, bem como do impacto que as características deste contexto podem ter sobre o processo de amadurecimento dos adolescentes e da família, indicando ferramentas para reflexões a respeito das práticas desenvolvidas por instituições de saúde, educação, assistência social e, especialmente pelas responsáveis pela execução de medidas socioeducativas.

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