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Síndrome de Burnout em docentes universitários da área de saúde de uma faculdade privada do entorno do Distrito Federal

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Revista de Divulgação Científica Sena Aires 2015 Jul-Dez; 4(2): 78-85.

SÍNDROME DE BURNOUT EM DOCENTES UNIVERSITÁRIOS DA

ÁREA DE SAÚDE DE UMA FACULDADE PRIVADA DO ENTORNO

DO DISTRITO FEDERAL

BURNOUT SYNDROME IN UNIVERSITY TEACHERS OF THE HEALTH

AREA OF A PRIVATE FACULTY OF THE FEDERAL DISTRICT

ENVIRONMENT

Michael Douglas Souza Evangelista1,Rodrigo Marques da Silva2, Cristilene Akiko Kimura3, Laura de Azevedo Guido4, Ana Lúcia Siqueira Costa5.

Como citar:

Evangelista MDS, Silva RM, Kimura CA. Síndrome de Burnout em docentes universitários da área de saúde de uma faculdade privada do entorno do Distrito Federal. REVISA. 2015; 4(2): 78-85.

RESUMO

O objetivo do presente artigo é avaliar a ocorrência da Síndrome de Burnout em docentes universitários da área de saúde de uma faculdade privada do entorno do Distrito Federal. Trata-se de um estudo transversal, analítico e quantitativo, realizado entre Agosto e Dezembro de 2017. Os dados foram coletados por meio dos seguintes instrumentos auto-aplicáveis: Questionário para descrever o perfil sócio demográfico e profissional dos docentes e Maslach Burnout Inventory. A analise de dados ocorreu no StatisticalPackage for Social Science (SPSS), versão 17,0. Observou-seque 22,2% dos docentes apresentam alta exaustão emocional, 33,3% baixa despersonalização e 88,9% baixa realização profissional. Na associação das subescalas, 11% dos participantes apresentam Burnout. Embora os docentes estejam expostos a estressores ocupacionais diversos, eles utilizam estratégias efetivas para minimizar o estresse e, por isso, não apresentam Burnout, porém já se sentem pouco realizados com o trabalho.

Descritores: Enfermagem; Estresse Psicológico; Esgotamento

Profissional. ABSTRACT

The aim of this study was to assess the Burnout Syndrome occurrence in university health professors at a private college in a Federal District’s surrounding city. This is a cross-sectional, analytical and quantitative study carried out between August and December 2017. Data were collected through the following self-applicable instruments: Questionnaire to describe the socio demographic and professional profile of teachers and the Maslach Burnout Inventory. Data were analysed in the StatisticalPackage for Social Science (SPSS), version 17. We observed that 22.2% of faculties had high emotional exhaustion, 33,3% high depersonalization and 88,9% low professional accomplishment.After associate the subscales, we found 11% of the sample experiencing the Burnout Syndrome. Although faculties are exposed to several work stressors, they use effective coping strategies to relieve stress and, so, do not suffer of Burnout. However, they already are felling little satisfied with their jobs.

Descriptors: Nursing; Stress, Psychological; Burnout, Professional.

O R IGI N A L

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INTRODUÇÃO

O tema estresse vem causando reflexões nos últimos anos devido às vivências cotidianas com esse fenômeno, o qual envolve alterações comportamentais e fisiológicas. Além disso, tais alterações, quando mantidas ao longo do tempo e sem o enfrentamento efetivo, podem levar a transtornos psicossomáticos que comprometem a qualidade de vida(1).

Na carreira docente, o profissional está periodicamente sob avaliação, desde o ingresso na carreira, por meio de avaliações sistemáticas para o progresso profissional; de submissão de trabalhos em eventos e publicação de artigos científicos em revistas de qualidade; da apresentação de projetos e relatórios de pesquisa; assim como a necessidade de manter-se atualizado e competitivo(2). Frente a isso, essas situações podem ser percebidas como excedentes aos recursos adaptativos pelos docentes, levando-os ao estresse.

O estresse é uma condição de desgaste além do tolerável que restringe a habilidade do indivíduo para o trabalho, sobrevinda da incapacidade prolongada de o indivíduo suportar e superar as exigências psíquicas da vida ou de adaptar-se a elas. Os fatores desencadeadores deste processo são chamados estressores, que são situações ou vivências que geram sentimentos de tensão, ansiedade, medo ou ameaça que podem ser de origem interna ou externa. A vida em sociedade nem sempre é de toda agradável, requer tomadas de decisões, adaptações, confrontos de ideias, entre outros aspectos que acarretam consequências psíquicas marcantes(1).

O modelo interacionista define o estresse como uma interação entre o indivíduo e seu meio ambiente, que implica a percepção e interpretação das situações por ele vividas(3). Nesse sentido, estresse é definido como qualquer estímulo que demande do ambiente externo ou interno e que taxe ou exceda as fontes de adaptação de um indivíduo ou sistema social. Segundo esse modelo, acontece uma avaliação cognitiva que é entendida como um processo mental de localizar o evento ou situação em uma série de categorias avaliativas que são relacionadas ao significado de bem estar da pessoa(4).

No campo do trabalho, destaca-se o estresse ocupacional que tem sido observado mundialmente como um preditor de morbimortalidade e de desequilíbrio entre a saúde mental e o bem-estar do trabalhador(5). O estresse ocupacional refere-se aos estímulos do ambiente de trabalho que exigem resposta. A caracterização de um fenômeno de estresse depende da percepção do indivíduo em avaliar os eventos como estressores, portanto o cognitivo tem papel importante no processo que ocorre entre os estímulos potencialmente estressores e as respostas do indivíduo a eles. O termo estressor ocupacional designa estímulos que são gerados no trabalho e têm consequências físicas ou psicológicas negativas para um maior número de indivíduos expostos a eles. Consideram-se agentes estressores os fatores extra-organizacionais e organizacionais, individuais e coletivos(6). Sobre isso, pesquisa realizada com 22 docentes de curso superiores de uma universidade pública do Rio de Janeiro identificou nível elevado de estresse nessa população. Dentre os estressores mais citados pelos participantes da pesquisa, destacam-se o volume de trabalho, o excesso de atividades e as condições de trabalho(7-8).

Quando o indivíduo utiliza estratégias de enfrentamento inefetivas para minimizar os efeitos do estresse ou controlar os estressores, o estresse se mantém e pode levar à Síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento físico(9). Portanto, essa síndrome é decorrente de uma má adaptação, a um prolongado trabalho estressante, principalmente quando há contato direto e permanente com seres humanos e carga tensional eleva-da(10). A SB possui três dimensões explicativas, a ser: esgotamento emocional,

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Revista de Divulgação Científica Sena Aires 2015 Jul-Dez; 4(2): 78-85. 80 que é a sensação de esgotamento energético devido ao cuidado direto com os

problemas dos seus clientes, que se somam aos seus próprios; despersonalização, que consiste no “endurecimento” afetivo, com afastamento do profissional em relação aos seus clientes e colegas de trabalho; e a baixa realização profissional, que ocorre quando o trabalhador passa a não perceber mais valor na sua atividade, o que gera insatisfação(11).

As profissões mais vulneráveis são geralmente as que envolvem serviços, tratamento ou educação(12). A enfermagem é classificada como uma das profissões da área da saúde que têm alto risco de tensão e adoecimento e que podem levar ao estresse, tendo um impacto negativo na saúde e na organização do trabalho. Pesquisa realizada em universidade do Ceará com 38 docentes do curso de enfermagem verificou que 2,63% da amostra apresentou Síndrome de Burnout; 5,26% risco elevado e 36,84% risco moderado para o desenvolvimento desta síndrome(13).

Embora a Síndrome de Burnout já tenha sido identificada em docentes universitários, poucos estudos analisam esse fenômeno entre docentes da área de saúde, cujo contexto de trabalho específico pode contribuir para resultados diferenciados, fato que justifica a necessidade dessa pesquisa. Com base nisso, esse estudo tem como objetivo avaliar a ocorrência da Síndrome de Burnout em docentes universitários da área de saúde de uma faculdade privada do entorno do Distrito Federal.

MÉTODO

Trata-se de um estudo transversal, analítico e quantitativo. As investigações analíticas verificam as relações entre os fatos ou eventos em análise(14). O estudo transversal fornece um retrato de como as variáveis estão relacionadas naquele momento(15). A abordagem quantitativa, segundo Richardson (1999) representa a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de análise e interpretação, além de possibilitar uma margem de segurança quanto às interferências. A população do estudo foi composta por todos os docentes dos cursos da área de saúde vinculados à uma universidade privada de ensino do estado de Goiás, Brasil. Foram incluídos, no estudo, docentes vinculados à instituição no período de coleta de dados, com no mínimo 20 horas aulas semanais ministradas na instituição e atuantes nos cursos da área de saúde (enfermagem, farmácia e fisioterapia). Os docentes em licença de qualquer natureza foram excluídos da pesquisa

O questionário sociodemográfico e profissional, elaborado pelo próprio pesquisador, envolveu as seguintes variáveis: data de nascimento, sexo, estado civil, presença de filhos, formação acadêmica, curso principal em que atua, categoria profissional exercida na área de enfermagem, tempo de atuação, grau de escolaridade, carga horária semanal, regime de trabalho (hóstia, parcial ou integral), número de vínculos empregatícios, jornada de trabalho diária, férias e turno de trabalho, renda mensal total recebida em salários mínimos, despesa mensal em salários mínimos, suficiência da renda mensal para a manutenção, consumo de substâncias para inibir o sono e consumo de substâncias para dormir.

O Maslach Burnout Inventory foi elaborado(16) e traduzido e adaptado para a realidade brasileira(17). Posteriormente, ele foi validado para professores universitários(18). Trata-se de um questionário auto-aplicável, com uma escala tipo Likert de cinco pontos em que: 1- nunca, 2 - algumas vezes ao ano, 3- algumas vezes ao mês, 4-algumas vezes na semana; e 5-diariamente. Os itens são distribuídos em 3 domínios, da seguinte forma: Exaustão Emocional (EE) formada pelos itens1, 2, 3, 6, 8, 13, 14, 16 e 20; Despersonalização (DP) pelos itens 5, 10, 11, 15 e 22 e Realização Profissional(RP)composta pelos itens 4, 7,

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Revista de Divulgação Científica Sena Aires 2015 Jul-Dez; 4(2): 78-85. 81 9, 12, 17, 18, 19 e 21(19). A Exaustão Emocional analisa os sentimentos do

indivíduo em relação ao trabalho. É o traço inicial da Síndrome, caracterizado por manifestações psíquicas e físicas e reduzida capacidade de produção laboral. A Despersonalização é a característica específica da Síndrome, percebida por insensibilidade e desumanização no trato com os pares no trabalho, o que inclui comportamentos de frieza e indiferença com clientes e colegas. A Baixa Realização Profissional corresponde à baixa eficiência e produtividade no trabalho(16). Altas pontuações em Desgaste Emocional e Despersonalização, associadas à baixa pontuação em Realização Profissional, indicam que o indivíduo está em Burnout. Ainda, a pontuação da subescala Realização Profissional possui escore reverso, ou seja, quanto maior o escore nesta dimensão, melhor a percepção do indivíduo sobre a sua realização profissional(16).

Para organização e análise dos dados, foi criado um banco de dados no programa Excel (Office 2007) e utilizado o programa Statistical Package for

Social Science (SPSS), versão 17,0. As variáveis qualitativas serão apresentadas

em valores absolutos (n) e percentuais (n%). As variáveis quantitativas serão expostas em medidas descritivas: valores mínimos e máximos, média e desvio padrão. Para análise da consistência interna dos instrumentos será utilizado o Coeficiente Alfa de Cronbach. Após a obtenção da autorização para a coleta de dados na instituição pesquisada, o projeto foi submetido, via plataforma Brasil, para apreciação no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), sendo aprovado, número do parecer: 2.411.169. Foi entregue ao CEP, o Termo de Confidencialidade, o qual afirma o compromisso dos pesquisadores diante da utilização e preservação do material por um período de cinco anos. Além disso, atendendo às Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos (Resolução CNS 466/12), o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi entregue aos sujeitos que aceitaram participar da pesquisa junto aos instrumentos, sendo assinado em duas vias (uma para o sujeito e outra para o pesquisador).

RESULTADOS

Dos 21 docentes do quadro de pessoal da instituição, 2 deixaram em branco o questionário e 11 não entregaram, o que levou a uma população de acesso de 9 docentes. A Tabela 1 mostra a distribuição dos dados sociodemográficos dos docentes universitários de acordo com as variáveis indicadas.

Tabela 1- Distribuição dos dados sociodemográficos dos docentes universitários da

área de saúde de uma faculdade privada. Goiás, 2017.

Variáveis % Sexo Feminino 4 44,4 Masculino 5 55,6 Total 9 100 Situação Conjulgal Casado 5 55,6 União estável 3 33,3

Solteiro com acompanhante 1 11,1

Total 9 100

Possui filhos

Sim 5 55,6

Não 4 44,4

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Com quem reside

Família 9 100

Amigo-colega 0 0

Sozinho 0 0

De acordo com os dados obtidos 55,6% dos docentes são do sexo masculino, casados e possuem filhos. Além, todos os docentes (100%) residem com a família. Na Tabela 2, apresenta-se a distribuição dos dados ocupacionais dos docentes universitários da área de saúde.

Tabela 2- Distribuição dos dados ocupacionais dos docentes universitários da área

de saúde de uma faculdade privada. Goiás, 2017.

Variáveis % Regime de trabalho Horista 6 66,7 Parcial 1 11,1 Integral 2 22,2 Total 9 100 Período de trabalho

Manhã/ Tarde/ Noite 8 88,9

Manhã/ Noite 1 11,1

Total 9 100

Renda mensal

Entre 2 e 5 salários mínimos 2 22,2

Entre 5 e 10 salários mínimos 4 44,4

Entre 10 e 30 salários mínimos 2 22,2

Não respondeu 1 11,1

Total 9 100

Tirou férias no ultimo ano

Sim 6 66,7 Não 3 33,3 Total 9 100 Grau de escolaridade Especialização 3 33,3 Mestrado 5 55,6 Doutorado 1 11,1 Total 9 100

Verifica-se, acima, que 66,7% dos docentes trabalham como horistas, 88,9% trabalham nos três períodos do dia, manhã/ tarde/ noite, 44,4 % possuem renda mensal de 5 a 10 salários mínimos e 66,7% tiraram férias no ultimo ano. Em relação a formação acadêmica, observa-se predomínios de profissionais formados em enfermagem (22,2%), fisioterapia (22,2%) e farmácia(22,2%), com mestrado concluído (55,6%) e que atuam no curso de fisioterapia (33,3%). Além disso, observa-se predomínio de docentes que possuem mais de um vínculo empregatício (66,7%) e consideram a renda mensal insuficiente para a sua manutenção (66,7%).

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Revista de Divulgação Científica Sena Aires 2015 Jul-Dez; 4(2): 78-85. 83 Na análise do MBI, verificou-se Alfa de Cronbach de 0,940, o que indica

que o instrumento é confiável para avaliar Burnout nesta população. As medidas descritivas observadas para esse instrumento foram: média de 2,41; e desvio-padrão de 0,82. Na Tabela 3, apresenta-se a distribuição da população segundo a classificação por subescala do MBI.

Tabela 3 – Distribuição dos docentes universitários segundo a classificação por

subescalas do Maslach Burnout Inventory. Goiás, 2017.

Classificação Subescalas Alta N % Baixa N % Total n Exaustão Emocional 2 22,2 7 77,8 9 Despersonalização 3 33,3 6 66,7 9 Realização Profissional 1 11,1 8 88,9 9

Na tabela acima, observa-se que 22,2% dos docentes apresentam alta exaustão emocional, 33,3% baixa despersonalização e 88,9% baixa realização profissional. Na associação das subescalas, 11% dos participantes apresentam indicativo para Síndrome de Burnout.

DISCUSSÃO

A analise da situação apontou que cem por cento dos docentes entrevistados residem com a família e mais de cinquenta por cento tem filhos e são casados. Isso leva ao baixo indicativo da síndrome de Burnout em apenas onze por cento da amostra, visto que em literatura pesquisada sobre estado civil dos entrevistados o burnout tem prevalência maior em solteiros, o casamento ou relacionamento com estabilidade afetiva estão associados a índices mais baixos de Burnout, já que pessoas casadas ou com companheiro(a) estável experimentam sentimentos de responsabilidade familiar e maior resistência à síndrome, por uma associação com a capacidade de enfrentar problemas emocionais(20), e ainda na tabela de vaiáveis sociodemograficos , indivíduos com filhos apresentaram menores taxas de Burnout em relação aos indivíduos sem filhos, possivelmente devido à associação da maternidade/paternidade com maior responsabilidade, maturidade, estabilidade e expectativas mais realistas(21), enquanto solteiros, viúvos e divorciados apresentam maiores escores da síndrome, e no inicio da vida profissional(13,19). Isso pode ser explicado pelo fato de que, no começo da profissão, esses profissionais se encontram em um período de sensibilização, quando a transição das expectativas idealistas para a realidade da prática cotidiana mostra que as primeiras nem sempre se realizam como prometido ou esperado(21).

De acordo com tabela 2 navariável grau de escolaridade 55,6% tem o mestrado concluído, o alto grau de escolaridade dos participantes pode ser atribuído à especificidade dos processos seletivos para a contratação de professores da educação superior, que exige profissionais com titulações de doutorado ou mestrado. Essa variável é apontada como condição que contribui para a redução do risco de se ter a síndrome de Burnout(22). Entretanto, no que respeita ao nível educacional, alguns estudos apontam para diferenças, sendo os indivíduos com maior nível de escolaridade os que apresentam níveis de Burnout superiores.

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Revista de Divulgação Científica Sena Aires 2015 Jul-Dez; 4(2): 78-85. 84 mantenham pelo menos dois empregos, fato que prejudica a saúde desses

trabalhadores, pois acaba por reduzir o tempo destinado ao descanso, lazer e estudo(23). Na tabela 2 notamos que 66,7% dos docentes possui mais de um vinculo empregatício, são horistas e tiraram férias no ultimo ano, e 88,9% trabalham nos três turnos manhã tarde e noite.

CONCLUSÃO

Verificou-se que os docentes universitários da área de saúde em instituições privadas trabalham como horistas, nos três períodos do dia, possuem renda mensal de 5 a 10 salários mínimos e tiraram férias no último ano. São profissionais com mestrado concluído, que possuem mais de um vínculo empregatício e que consideram a renda mensal insuficiente para a sua manutenção. Na análise do Burnout, houve predomínio de profissionais sem a síndrome e que apresentam baixa exaustão e despersonalização. Todavia, 88,9% da amostra referiu baixa realização profissional, elemento importante para a composição da Síndrome em médio e longo prazo.

O estresse possui um caráter individual, de forma que perceber uma situação como estressante ou não varia de pessoa para pessoa, sendo um processo relacionada a experiências anteriores e a intensidade do estressor. Além disso, as estratégias de enfrentamento precisam ser efetivas para que não haja cronificação do estresse e, assim, Burnout. Nesse sentido, pode-se dizer que os docentes, embora expostos a estressores ocupacionais diversos, lançam mão de estratégias efetivas para minimizar o estresse e por isso não apresentam Burnout, porem já se sentem pouco realizados com o trabalho.

Como limitação do estudo, destaca-se a limitação amostral, o que se deve ao menor número de profissionais que atuam nas disciplinas pré-profissionalizantes e pré-profissionalizantes da instituição, bem como ao período final do semestre, rotineiramente de maior carga de atividades, o que impacta na adesão à pesquisa.

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